Estruturas de Concorrencia e Teoria dos Jogos

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
CURSO DE ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
ESTRUTURAS DE CONCORRÊNCIA
E
TEORIA DOS JOGOS
Adriana Kumiko Takahagui, AN091321
Edmir Soares, AN091333
Orlando Antunes de Souza, AN091322
Sorocaba / SP
2012
1
1
1.1
ESTRUTURAS DE CONCORRÊNCIA
Tipos de Estruturas
Os
mercados,
segundo
Boarati
[2006], compreendem conjuntos de
compradores e vendedores. Assim, de acordo com Lieberman e Hall [2003],
estrutura de mercado é formada por todas as características de um mercado que
influenciam o comportamento dos compradores e vendedores quando eles se
juntam para comercializar. Desta forma, o mercado é estruturado em quatro tipos
básicos: monopólio, concorrência perfeita (ou pura), concorrência monopolista (ou
imperfeita) e oligopólio. Cada um desses diferentes mercados tem características
diversas referentes a estruturas de demanda e oferta, o que leva a previsões
diferentes sobre definição de preço, lucro, concorrência e as respostas das
empresas a alterações em seus ambientes.
Primeiramente, o termo "concorrência" na economia descreve uma situação
de concorrência difusa e impessoal em um ambiente altamente populoso. Além
disso, a concorrência cria um cenário dinâmico, e o que uma empresa faz com seus
produtos ou serviços influencia diretamente a empresa concorrente. Isso faz parte
do ambiente competitivo; e o que conduz as empresas ao desenvolvimento de uma
vantagem competitiva são, fundamentalmente, a diferenciação e a liderança de
custos.
1.1.1 Monopólio
Uma estrutura de mercado é aquela em que existe apenas um único
vendedor de determinado produto no mercado – o monopólio. Essa exclusividade
pode ocorrer por proteção legal ou por "gap" tecnológico.
"Monopólio ocorre quando determinado segmento da atividade
econômica é ocupado por uma única empresa ou entidade, em geral
criada e operada pelo estado ou concedido a terceiros.” [FARHAT,
1996].
2
Assim, um setor definido como monopólio possui uma única empresa
responsável pela produção de um produto, que, segundo o ponto de vista do
consumidor, não existem substitutos próximos, pois somente essa empresa o
produz, sendo que as opções são: ou compra dela ou não se compra. Por isso, a
curva de receita do monopolista é a própria curva de receita do mercado.
Além disso, o monopólio é caracterizado pela falta de concorrência, pois
existe somente um vendedor ou prestador de serviços para vários clientes. Um
exemplo dessa estrutura é a praticada pela empresa brasileira Petrobrás, que até o
ano de 1995, somente ela tinha o direito na exploração e venda de petróleo no país,
ficando a critério da empresa a definição dos valores de seus produtos.
Portanto, o monopólio apresenta forte poder de formação de preço. Uma vez
que o monopólio possui influência sobre o preço de mercado, ele escolheria o nível
de preço e de produção que maximizasse seus lucros totais.
Mas é claro que a empresa não pode escolher preços e nível de produção de
maneira separada; para qualquer preço determinado, o monopólio só poderá vender
o que o mercado suporta. Se escolher um preço muito alto, a empresa só
conseguirá vender uma quantidade pequena. O comportamento da demanda dos
consumidores restringirá a escolha do monopolista no que tange ao preço e à
quantidade.
Além disso, neste cenário, há disputa entre os consumidores para a posse do
produto, uma vez que na ponta da oferta, somente o monopolista fornece.
1.1.2 Concorrência Perfeita
A concorrência perfeita (ou pura) não existe na prática, mas existem muitos
mercados que se aproximam desse tipo de estrutura e outras se distanciam dela.
Assim, a concorrência perfeita é um modelo, uma representação abstrata da
realidade. Segundo Lieberman e Hall [2003], nenhum modelo pode capturar todos
os detalhes de mercado do mundo real, e nem deve.
O pressuposto teórico parte da ideia de que se a concorrência fosse perfeita
(ou pura), ela deveria possuir as seguintes características importantes:
1. Existir um grande número de vendedores de um determinado produto e um
grande número de compradores interessados em adquirir esses produtos, de modo
3
que nenhum deles é capaz de afetar o preço de mercado vigente, ou seja, o preço
final do produto. Cada um compra ou vende apenas uma pequena fração da
quantidade total do mercado. Além disso, a entrada ou a saída de um deles não
alterariam o mercado, pois a produção e consumo estão atomizados. Em outras
palavras, todas as empresas são do mesmo tamanho (ou tendem a ser). Portanto,
os vendedores podem entrar ou sair facilmente do mercado.
2. Os vendedores oferecem um produto padronizado. Ou seja, os produtos
são idênticos, homogêneos, perfeitamente substitutos entre si e sem a possibilidade
de existir diferença de preços. Não há, portanto, nada que os diferencie. Por
exemplo, comprar ou vender batatas na feira.
3. Não existe assimetria de informação entre vendedores e consumidores
(todos sabem tudo a respeito do mercado e do produto), ou seja, existe plena
informação para todos os agentes.
Porém, se houver alguma diferença de informação entre vendedores e
compradores, ou seja, entre duas partes relacionadas em uma transação
econômica, surgirão problemas do mercado. Os problemas mais comuns são:
Lemons (produtos de qualidade duvidosa), Seleção Adversa e Risco Moral. Outros
problemas ainda mais comuns são: Agente Sinalizador do Mercado e AgentePrincipal.
O mercado de limões ("lemons") aborda a questão da presença de produtos
de qualidade duvidosa no mercado. Segundo Akerlof [1970], a existência de
produtos com diferença de qualidade implica em problemas importantes para o bom
funcionamento dos mercados. Em seu artigo, ele analisou o mercado americano de
automóveis usados, em que existem dois tipos de carros: os bons (conhecidos como
"peaches") e os ruins (conhecidos como "lemons"), que aparentemente são iguais,
ou seja, não podem ser diferenciados pelo comprador na hora da compra. Neste
mercado, os vendedores possuem informação privada a respeito da qualidade dos
produtos que estão oferecendo, sendo assim, os vendedores tentam obter
vantagens, oferecendo carros de má qualidade como se fossem de boa qualidade.
Como os compradores não podem diferenciar a qualidade dos carros, a solução é
oferecer um preço médio para todos os vendedores. Neste tipo de mercado, os
produtos de má qualidade tendem a expulsar os de boa qualidade, porque somente
os vendedores de má qualidade estarão dispostos a vender seus carros pelo preço
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médio, enquanto que os vendedores de produtos de boa qualidade simplesmente
abandonam esse mercado. Assim, os vendedores de bens de baixa qualidade
("lemons") receberão um prêmio à custa de quem vende bens de alta qualidade
("peaches").
Já o problema da seleção adversa é um problema de informação assimétrica
que ocorre antes da transação ocorrer, onde uma das partes detém mais
conhecimento que a outra parte sobre o que está sendo acordado. Conforme Kreps
[1994], o problema da seleção adversa ocorre quando uma das partes envolvidas
numa transação sabe coisas referentes à transação que são relevantes, mas
desconhecidas para a segunda parte. Um exemplo é o seguro de vida, em que o
segurado tem melhor conhecimento sobre sua vida que a companhia seguradora.
Outro exemplo é o caso do mercado de seguros, em que a seguradora não
consegue distinguir entre motoristas cuidadosos e maus motoristas, cuja
probabilidade de se envolverem em acidentes é muito maior. Tal informação seria
muito valiosa para a seguradora no momento da venda do seguro, possibilitando
oferecer contratos diferentes para clientes diferentes.
Citando mais um exemplo, temos os planos de saúde. Quem sabe melhor
sobre o estado de sua saúde é o cliente comprador do plano. Assim, para se
defender, as companhias de planos de saúde cobram preços mais caros, prevendo
uma falha de informação. Desta forma, somente os doentes potenciais tendem a
adquirir os planos. Assim, os planos atraem justamente aqueles que tendem a
gastar mais (aqueles que as companhias queriam evitar) e afastam clientes de boa
saúde (aqueles que as companhias gostariam de atrair, pois pagam pelo plano sem
utilizá-lo constantemente). Estes cenários figuram a seleção adversa.
Portanto, a presença de seleção adversa pode conduzir a um desvio de
eficiência no mercado. O agravamento de tal problema pode levar, em casos
extremos, à extinção do mercado, devido ao efeito de saturação de agentes com
componentes de risco maior, o que implicará em prejuízo para os credores.
O terceiro modelo é o Risco Moral. Nele, é impossível saber se o
comportamento do indivíduo continuará o mesmo depois de ter o produto à
disposição, pois uma parte não possui condições de acompanhar o comportamento
ou as ações tomadas pela outra parte. Segundo Kreps [1994], o problema do risco
moral ocorre quando uma parte de uma transação pode tomar certas ações que (i)
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afetem o resultado obtido pela segunda parte, mas que (ii) a segunda parte não
pode monitorar ou controlar perfeitamente.
Isso acontece muito no mercado de seguros. Em tal mercado, quando uma
empresa ou pessoa se encontra plenamente segurada, mas não pode ser
meticulosamente monitorada pela companhia de seguro que, por sua vez, dispõe de
informação limitada, seu comportamento poderá se alterar após o seguro ter sido
adquirido. Isto quer dizer que o segurado pode se expor a maiores riscos,
aumentando a probabilidade de pagamento por parte da seguradora.
Esses são alguns modelos que mostram a importância e o problema da
assimetria de informação para os mercados, e, no modelo de concorrência perfeita,
supõe-se que esses problemas de informação não existiriam.
Assim, de acordo com Varian [2003], um mercado é dito perfeitamente
competitivo, se todas as empresas partirem do pressuposto de que o preço de
mercado independe de seu nível de produção. Portanto, num mercado de
concorrência pura, cada empresa só tem de se preocupar com a quantidade de bens
que deseja produzir. Seja qual for a quantidade produzida, ela só poderá vendê-la a
um preço: o preço vigente no mercado.
Um exemplo é o mercado de trigo. Um setor composto de várias empresas
que produzam um produto idêntico (o trigo), e que cada empresa seja uma pequena
parcela do mercado. Assim, há milhares de produtores de trigo e mesmo o maior
deles produz apenas uma fração mínima da oferta total. É razoável, nesse caso, que
qualquer empresa do setor considere o preço de mercado como predeterminado.
Um produtor de trigo não tem de se preocupar com que preço fixar para o seu trigo –
se ele desejar vender alguma quantidade, ele terá de vendê-lo ao preço de mercado.
Assim, ele é um tomador de preço: o preço é dado no que lhe diz respeito; tudo com
o que ele tem de se preocupar é com a quantidade a produzir. Portanto, a situação
da concorrência perfeita é um bom exemplo de comportamento de tomador de
preço.
Outro exemplo de concorrência perfeita que se pode citar é a venda e a
compra de ações na bolsa de valores. Imagine uma empresa, como a General
Motors, em que suas ações tenham o valor de 70 dólares por ações; se um acionista
vendesse um milhão de dólares em ações em um dia, o equivalente a cerca de
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14.000 ações, provocaria uma mudança insignificante naquele dia. [LIEBERMAN e
HALL, 2003].
Portanto, num sistema de concorrência perfeita, se não existe diferença de
tamanhos entre as empresas, se os produtos são homogêneos e se não existem
assimetrias de informação, as empresas são tomadoras de preço ("Price-Takers") e
não formadoras de preço ("Price-Makers").
1.1.3 Concorrência Monopolista
Na concorrência monopolista (ou imperfeita), existe um grande número de
pequenas empresas, sendo que cada uma delas oferta um produto com algum grau
de diferenciação (a qual pode ser objetiva, subjetiva ou geográfica), mas que, no
entanto, tem substitutos próximos. Ou seja, os produtos podem ser diferenciados por
marca, propaganda, embalagem, modelo, entre outros.
Assim, tais empresas possuem certo poder de formação de preço, pois não
existem barreiras às entradas de novos competidores no mercado. Além disso, os
produtos são diferenciados, e o consumidor tem opções de escolha, de acordo com
sua preferência.
Alguns exemplos desse tipo de mercado são: o mercado de aspirinas,
sabonetes, serviços médicos, odontológicos, entre outros. Portanto, é um modelo
mais realista que o de concorrência perfeita, que supõe produtos completamente
homogêneos, idênticos, sem diferenciação.
1.1.4 Oligopólio
Outra estrutura de mercado é o oligopólio. Nesta estrutura, um pequeno
número de empresas controla a maior parcela do mercado, ou seja, possui um alto
grau de concentração local. Esse reduzido número de ofertantes fabrica produtos
que são considerados pelos consumidores substitutos próximos entre si. Porém, tais
produtos podem possuir aspectos diferenciados como, por exemplo, marca,
propaganda, modelo, entre outros.
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“A definição da indústria no oligopólio abrange um conjunto de
firmas que produzem produtos substitutos perfeitos entre si (oligopólio
puro) ou substitutos próximos (oligopólio diferenciado).” [KON, 2000].
Essa estrutura de mercado, exatamente por ser mais concentrada, resulta em
uma interdependência na tomada de decisões dos grandes agentes.
Um exemplo é a Indústria Americana de Petróleo. Poucas empresas
respondem por uma grande porcentagem da capacidade de refino da indústria.
Assim, se uma dessas empresas americanas de petróleo tomasse a decisão de
aumentar a sua produção, os valores de seus produtos tenderão a baixar o que
afetaria também as outras empresas. Agora, supondo que, em vez dela aumentar a
sua produção, ela diminuísse, o resultado seria contrário: os valores de seus
produtos aumentariam, afetando também as outras empresas.
Outro exemplo de domínio de mercado oligopólio é a empresa de softwares
Microsoft, cuja participação nesse ramo excede em muito a de outras empresas
desenvolvedoras de softwares pessoais.
Assim, no oligopólio, a concorrência é extra-preço. Este tipo de concorrência
envolve diferenciação de produtos. Desta forma, os oligopólios se enfrentam
recorrendo à publicidade e propaganda, variação de produtos, espionagem
industrial, serviços complementares prestados aos clientes, mas não via preço.
Com a diferenciação, as empresas do mercado oligopólico visam assegurar
aos seus produtos um caráter de exclusividade, retirando-os da concorrência. Assim,
as empresas podem conseguir vantagens com relação aos seus concorrentes como,
por exemplo, a fidelidade dos consumidores a uma determinada marca em
comparação a outra.
De acordo com Vasconcellos [2007], devido à existência de empresas
dominantes, elas têm o poder de fixar os preços de venda em seus termos,
defrontando-se normalmente com demandas relativamente inelásticas, em que os
consumidores têm baixo poder de reação a alterações de preços.
Desta forma, o oligopólio ocorre basicamente devido à existência de barreiras
à entrada de novos competidores no mercado. E, segundo Vasconcellos [2007],
essas barreiras são devidas aos seguintes fatores:
•
proteção de patentes;
8
•
controle de matérias-primas-chave;
•
tradição;
•
oligopólio puro ou natural.
Ainda segundo Vasconcellos [2007], não existe um modelo ou teoria geral do
oligopólio. Portanto, o modelo mais tradicional é o modelo clássico, em que o
objetivo da empresa é a maximização de lucros (RMg = CMg).
De acordo com Vasconcellos [2007], o modelo baseado na hipótese de
maximização do mark-up (acréscimo feito ao preço de custo na fixação do preço de
venda) surgiu após estudos empíricos desenvolvidos a partir de 1930, que
mostraram que as grandes empresas determinam o preço de seu produto a partir de
seus próprios custos, sem ater-se ao comportamento da demanda, já que elas
conhecem menos da demanda do que seus custos. Por isso, sua política de preços
é calcada em seus custos: em outras palavras, o preço e determinado apenas pela
oferta.
Assim, o preço praticado no oligopólio é formado por: P = CMe + Mark-Up.
Onde:
P = preço de venda;
CMe = custo médio do setor.
Este preço é uma margem de lucro sobre o custo de produção.
Portanto, o mark-up é definido por:
Mark-Up = Receita de Vendas – Custos de Produção.
Se P = CMe, teremos um lucro igual a zero (Mark-Up = 0), mas isso em um
curto prazo. Mas esse custo médio do setor é dado por uma maioria de empresas
com pequenas produções, ou seja, um grande número de empresas detendo a
menor parcela da produção, sendo que, nos oligopólios, a maior parcela da
produção está com essas poucas empresas. Assim, as grandes empresas usam o
preço próximo de custo médio das pequenas empresas, porém seu custo médio
interno pode ser positivo através dos seguintes fatores:

Substituição de fatores menos produtivos por fatores mais produtivos
(máquinas de última geração, matérias-primas modernas, entre
outros).

Economias de Escala: Devido ao tamanho das empresas, elas
conseguem maiores compras a preços menores e ganhos de escala na
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planta produtiva, aumentando a produção de um determinado bem ou
serviço.

Economias de Escopo: as empresas conseguem produzir produtos
derivados do seu carro chefe, utilizando as mesmas estruturas de
controladoria, distribuição, entre outros, obtendo mais recursos em
menos tempo, ou seja, aumentando a variedade de bens produzidos
ou serviços prestados.

Curvas de aprendizagem: Além do histórico de tecnologia e
conhecimento acumulado, as grandes empresas têm condições de
reter os melhores profissionais que tem conhecimento acumulado,
especializando o trabalho. Assim, erra-se menos e economiza-se mais,
reduzindo custo. Além disso, tais empresas possuem condições para
mudar na administração, nos equipamentos e no projeto do produto.
Assim, tais fatores permitem que o custo interno seja menor que o custo
médio do setor. Além disso, é uma maneira de tornar o Mark-Up positivo sem alterar
o preço, o que deixaria as empresas pequenas com dificuldade de competir.
Além dos fatores citados, existem outros que permitem que a empresa possa
ter outros ganhos que são predominantemente da capacidade econômica das
grandes empresas e que as pequenas não possuem.

Estratificação de produto: Uma vez dado o custo técnico de produção
de um produto, ela pode criar marcas derivadas do mesmo produto
mais sofisticadas e cobrar mais. O acréscimo de custo no refinamento
do seu “novo” produto é inferior ao novo preço que ele pode cobrar por
esse “novo produto”.

Preços de Pico: Grandes empresas têm investimento em laboratórios e
desenvolvimento e criam novos produtos que permitem a exclusividade
no mercado e a praticar preços de pico. Após os preços se tornarem
acomodados devido ao excesso de oferta da sua própria companhia,
ela pode permitir via direito de patentes, que o próprio concorrente
também produza.

Vendas Casadas: Tais vendas, cujo desconto em cada uma delas,
podem ser inferiores ao desconto no pacote.
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Tudo isso faz com que o Oligopólio se torne cada vez mais forte frente às
pequenas empresas.
1.1.5 Outras Estruturas
Além das quatro estruturas principais já citadas, temos:

Monopsônio: Um único comprador no mercado. Este controla os
preços de seus insumos por ser um único comprador. Isso faz de um
monopsonista um fixador de preços. Exemplos: uma companhia de
metrô quando compra peças específicas.

Oligopsônio: O controle de preços é compartilhado, pois são poucos
compradores para a maior parcela da produção.

Monopólio Bilateral: Trata-se do mercado em que um monopsonista, na
compra de um insumo, defronta-se com um monopolista na venda
desse insumo. Ou seja, o único comprador defronta-se com o único
vendedor do insumo no mercado. Exemplo clássico: uma única fábrica
numa cidade do interior, que se defronta com um único sindicato
(monopolista “na venda” do fator mão-de-obra). Ambos teriam poder,
isoladamente, de fixar os preços em seus termos, desde que o outro
fosse concorrente perfeito. Então, chega-se a uma situação de
indeterminação do ponto de equilíbrio, isto é, do preço e da quantidade
que devem prevalecer, com o monopsonista querendo pagar o mínimo
de salário e o sindicato monopolista querendo receber o máximo de
salário. Nesse caso, foge-se do âmbito estritamente econômico e a
solução dependerá do poder de barganha de cada uma das partes.
1.1.6 Considerações Finais
Na realidade, não existe um mercado que pertença a apenas um modelo,
porque os mercados do mundo real geralmente possuem características de mais de
um tipo de estrutura de mercado. Por exemplo, uma churrascaria pode ser vista
como um concorrente monopolista no mercado para restaurantes de Sorocaba,
como um oligopolista no mercado para churrascarias de Sorocaba ou como
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monopolista no mercado para churrascaria a uma distância curta do Esplanada
Shopping.
"Nas economias abertas, o simples fato da existência de
liberdade de iniciativa torna praticamente impossível uma empresa
privada monopolizar qualquer atividade. Sempre que prevaleça a livre
concorrência haverá – ao menos, em princípio, – a possibilidade de
alguma outra empresa entrar na atividade em questão e assim quebrar
o eventual monopólio privado.” [FARHAT, 1996].
Segundo Mankiw [2006], de acordo com a natureza do mercado em que estão
inseridas, as empresas deparam-se com decisões políticas diferentes, mais
adequadas a sua atuação naquela categoria de mercado.
Assim, os modelos de estrutura de mercado ajudam a organizar e a entender
o caos aparente dos mercados do mundo real.
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Referências Bibliográficas
ARKERLOF, G. A. The Market for Lemons: Quality Uncertainty and the Market
Mechanism. Quaterly Journal of Economic. V. 84, 1970, p. 488-500.
BOARATI, V. Economia para o Direito. São Paulo: Editora Manolo, 2006.
FARHAT, S. Dicionário parlamentar e político: o processo político e legislativo
no brasil. 1. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1996.
KON, A. Economia Industrial. Nobel, 2000.
KREPS, D. A Course of Microeconomics Theory. Nova Iorque: Harvester
Wheatsheaf, 1994.
LIEBERMAN, M.; HALL, R. E. Microeconomia – Princípios e Aplicações. São
Paulo: Thomson Learning, 2003.
MANKIW, N. G. Principles of Economics. 4ª Edição. Cengage Learning, 2006.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: Micro e Macro. 4ª edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2007.
VARIAN, H. R. Microeconomia: Princípios Básicos. 7ª edição. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2003.
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