Processos Imunologicos e Patologicos_Inflamacao

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
DEPARTAMENTO DE BIOMEDICINA
Processos Imunológicos e
Patológicos
PROCESSO INFLAMATÓRIO
“A inflamação constitui uma resposta imune local do(s)
tecido(s) agredido, caracterizadas por alterações
vasculares, celulares e dos componentes líquidos da
região acometida pela lesão tissular”.
INFLAMAÇÃO
Essas alterações dos componentes teciduais são
resultantes de modificações que ocorrem nas células
agredidas, estas passando a adquirir comportamentos
diferentes: movimentos novos, alterações de forma e
liberação de enzimas e de substâncias farmacológicas.
Prof.: Hermínio M. da R.Sobrinho
O tempo de duração e a intensidade do agente
inflamatório determinam diferentes graus ou fases de
transformação
nos
tecidos,
caracterizando
uma
inflamação como sendo, por exemplo, do tipo agudo ou
crônico.
Toda
a
transformação
morfológica e funcional do
tecido, característica dos
processos
inflamatórios,
visa destruir, diluir ou isolar
o agente agressor, sendo,
portanto, uma reação de
defesa e de reparação do
dano tecidual.
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MOMENTOS OU FASES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO
MOMENTOS OU FASES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO
1)Fase irritativa: modificações morfológicas e
funcionais
dos
tecidos
agredidos
que
promovem a liberação de mediadores químicos,
estes desencadeantes das demais fases
inflamatórias.
4)Fase degenerativa-necrótica: composta por
células com alterações degenerativas reversíveis ou
não (neste caso, originando um material necrótico),
derivadas da ação direta do agente agressor ou das
modificações funcionais e anatômicas conseqüentes
das três fases anteriores.
2) Fase vascular: alterações hemodinâmicas da
circulação e de permeabilidade vascular no
local da agressão.
3) Fase exsudativa: característica do processo
inflamatório, esse fenômeno compõe-se de
exsudato celular e plasmático oriundo do
aumento da permeabilidade vascular.
5)Fase
produtiva-reparativa:
relacionada
à
característica de hipermetria da inflamação, ou seja,
exprime os aumentos de quantidade dos elementos
teciduais - principalmente de células -, resultado das
fases anteriores. Essa hipermetria da reação
inflamatória visa destruir o agente agressor e reparar
o tecido injuriado.
MANIFESTAÇÔES CLÍNICAS DA INFLAMAÇÃO – SINAIS
CARDINAIS
Fase vascular e celular da inflamação:
RUBOR (VERMELHIDÃO) exsudação
sanguíneas (hemácias e leucócitos);
Pequena
vasoconstrição
vasodilatação;
CALOR (hiperemia
temperatura local);
arterial
com
de
células
aumento
seguida
de
da
EDEMA OU TUMOR (acúmulo de líquido e células
inflamatórias);
DOR (compressão das fibras nervosas locais devido
ao acúmulo de líquidos e de células, agressão direta às
fibras nervosas e ação farmacológicas sobre as
terminações nervosas);
Rubor e calor;
Aumenta a permeabilidade nos espaços entre
as células endoteliais;
Aumenta a pressão osmótica intersticial que
contribui para o edema (água e Íons).
PERDA FUNCIONAL? (decorrente do tumor (principalmente
em articulações, impedindo a movimentação) e da própria dor,
dificultando as atividades locais).
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Fase vascular e celular da inflamação
Quimiotaxia
Exsudação do plasma para o espaço extravascular.
No endotélio ocorre marginação, rolamento, adesão dos
leucócitos;
Estes processos ocorrem por acção das moléculas de
adesão (selectinas E, P, L, imunoglobulinas, integrinas e
glicoproteínas) presentes no leucócito e no endotélio que
são complementares;
Transmigração através do endotélio (diapedese);
Leucócitos atravessam a membrana basal e passam
para o espaço extravascular;
Os leucócitos deixam o sangue e migram para os locais
de infecção por um processo mediado por interacções
adesivas que são reguladas por citocinas e quimiocinas
derivadas de macrófagos.
Leucócitos seguem gradiente químico até ao local de
lesão;
- Produtos solúveis bacterianos;
- Componentes do Sistema Complemento (C5a)
- Citocinas (quimiocinas);
- LTB4 (metabólito do ácido araquidônico)
Agentes quimiotáticos ligam receptores da superfície
induzindo a mobilização do cálcio e o agrupamento de
elementos citoesqueléticos contrácteis.
Manifestações clínicas da Inflamação!
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FENÔMENOS IRRITATIVOS
Têm, como característica fundamental, a mediação
química, ou seja, fenômeno em que ocorre a produção
e/ou liberação de substâncias químicas diante da ação do
agente
inflamatório.
Essas
substâncias
atuam
principalmente na microcirculação do local inflamado,
provocando, dentre outras modificações, o aumento da
permeabilidade vascular.
MEDIADORES INFLAMATÓRIOS
Mediadores de ação rápida: liberados imediatamente após a ação do
estímulo agressor. Têm ação principalmente sobre os vasos e
envolvem o grupo das aminas vasoativas.
Mediadores da inflamação
• Aminas Vasoativas;
• Neuropeptídeos;
• Proteases Plasmáticas;
• Metabólitos do Ácido Araquidônico;
• Fatores de Ativação das Plaquetas;
• Citocinas;
• Radicais Livres;
• Constituintes Lisossômicos.
Mediadores de ação prolongada: liberados mais tardiamente, diante
da persistência do agente flogístico. Atuam nos vasos e,
principalmente, nos mecanismos de quimiotaxia celular, contribuindo
para a exsudação celular. Compreendem substâncias plasmáticas e
lipídios ácidos.
MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO:
Exógenos: peptídeos
Endógenos:
Plasmáticos
sistema de coagulação
sistema fibrinolítico
sistema complemento
sistema das cininas
Celulares Pré-formados:
Histamina, serotonina, Proteases.
Sintetizados:
Lipídicos: prostaglandinas, leucotrienos,PAF.
Protéicos: citocinas
FENÔMENOS CELULARES
Os fenômenos celulares da inflamação envolvem o
acionamento das capacidades celulares de movimentação, de
adesão e de englobamento de partículas. O principal fenômeno
é a saída de leucócitos da luz vascular e sua migração para o
local agredido.
A quimiotaxia é um fator preponderante na exsudação
celular. A célula possui, em sua membrana plasmática,
receptores para algumas substâncias. Algumas destas
podem entrar em contato com esse receptor; parece
existir
um
mecanismo,
baseado
na
mudança
conformacional do receptor, que faz com que a célula
"perceba" a existência de maior quantidade dessa
substância em locais específicos. Percebendo essa maior
quantidade, a célula migra para o local
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HISTAMINA
PLASMA
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PLASMA
Moléculas de
Adesão
PLASMA
TNF- α
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Corte histológico de um vaso sanguíneo:
Marginação de leucócitos no endotélio vascular!
Diapedese!
Inflamação aguda:
CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS
Células imunológicas:
Neutrófilos: granulócitos típicos de fenômenos agudos da
inflamação, presentes em maior quantidade nesta fase
devido ao seu alto potencial de diapedese e rápida
velocidade de migração. Têm ação fagocítica e, se
mortos, podem provocar necrose tecidual devido a
liberação de suas enzimas lisossômicas para o
interstício.
São moléculas de natureza protéica, a maioria
sintetizada por leucócitos, desempenham sua
atividade biológica após ligação em receptor
celular específico de determinadas células
teciduais, induzindo ativação celular e diferentes
efeitos
biológicos
dependendo
da
sua
característica bioquímica ou imunomoduladora.
Eosinófilos: encontrados nas inflamações subagudas ou
relativas a fenômenos alérgicos e em alguns processos
neoplásicos. Também possuem capacidade de
fagocitose, mas menor que os neutrófilos.
Ex.: IL-1β, IL-6, IL-8, TNF-α
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PROPRIEDADES
DAS CITOCINAS
MECANISMOS DE AÇÃO DAS CITOCINAS
Mediadores inflamatórios de ação rápida:
1) Aminas vasoativas: originárias do tecido agredido. Atuam
sobre a parede vascular, não exercendo quimiotaxia sobre os
leucócitos, como alguns mediadores de ação prolongada.
Compreendem, dentre outros, a histamina e a serotonina.
Histamina: sintetizada nos granulócitos basófilos, nas
plaquetas e, principalmente, nos mastócitos, que a liberam
quando agredidos. Provoca contração das células endoteliais
venulares, com conseqüente aumento da permeabilidade
vascular, e vasodilatação. Tem destacada participação no
mecanismo de formação do edema inflamatório.
Serotonina: encontrada nas plaquetas, na mucosa intestinal e
no SNC, a serotonina tem uma provável ação vasodilatadora e
de aumento da permeabilidade vascular.
Mediadores de ação prolongada:
1) Substâncias plasmáticas: as substâncias plasmáticas
estão divididas em três grandes sistemas: o sistema das
cininas (envolvendo principalmente a plasmina e a bradicina), o
sistema complemento e o sistema de coagulação
(representado aqui pelos fibrinopéptides).
Plasminogênio/Plasmina: a plasmina é uma protease que
digere uma ampla gama de proteínas teciduais como fibrina,
protrombina, globulina etc. Sua forma inativa, o plasminogênio,
é ativada por enzimas lisossômicas, quinases bacterianas,
teciduais e plasmáticas. A presença da plasmina incrementa a
permeabilidade vascular, provoca o surgimento de
fibrinopéptides, libera cininas e atua sobre o complemento.
Bradicinina: ativado no interstício, esse peptídio tem ação
vasodilatadora de pequenas artérias e arteríolas, também
aumentando a permeabilidade vascular. Por atuar em
terminações nervosas, pode provocar o surgimento de dor.
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Mediadores inflamatórios de ação prolongada:
Mediadores de ação prolongada:
Complemento: é um fragmento protéico originário de uma
proteína plasmática termolábel que se rompe devido a algumas
reações entre proteínas plasmáticas e intersticiais (como, por
exemplo, as reações antígeno-anticorpo). Aumenta a
permeabilidade vascular por provocar a liberação de histamina
ou por ação direta sobre a parede vascular. Também tem
atividade de quimiotaxia, contribuindo para a exsudação
celular, principalmente de neutrófilos.
2) Lipídios ácidos: representados principalmente pela
prostaglandina.
Fibrinopéptides: produto da transformação do fibrinogênio em
fibrina (no sistema de coagulação) ou da ação da plasmina
sobre essas duas substâncias, os fibrinopéptides têm ação
quimiotática sobre os leucócitos, evento observado na fase de
exsudação celular, e podem aumentar a permeabilidade
vascular.
CLASSIFICAÇÃO DAS INFLAMAÇÕES
A variação qualitativa e quantitativa dos diferentes
elementos celulares presentes no foco inflamatório
promove diferenciações nesse local, que podem
caracterizar, entre outras classificações, uma inflamação
aguda ou crônica.
Por resultarem em alterações morfológicas teciduais de
diferentes características, as inflamações recebem
classificações, estas podendo ser quanto ao tempo de
duração ou quanto ao tipo de elemento tecidual
predominante.
Prostaglandina: participa de fases mais tardias da
inflamação; é um composto de cadeias longas formadas por
ácidos graxos, tendo sido observado primeiramente no líquido
seminal (daí ter o nome de prostaglandina - "prosta"=próstata;
"glandina"= provavelmente "glândula"); provocam contração
das células endoteliais e vasodilatação e potencializam as
respostas vasculares oriundas da ação da bradicinina.
LEUCOTRIENOS:
PAF:
Inflamação aguda
• Resposta rápida a um agente nocivo encarregada de
levar mediadores da defesa do organismo ao local da
lesão;
• Alteração no calibre vascular que leva a um aumento no
fluxo sanguíneo;
• Alterações estruturais que permitem que as proteínas
plasmáticas e leucócitos deixem a circulação;
•Saída de leucócitos da microcirculação e sua
acumulação no foco da lesão onde ocorre a sua ativação
para eliminar o agente nocivo.
Quanto ao tempo de duração: Agudas ou Crônicas.
Aguda: (entre 1 a 2 semanas); Crônica: superam 3 meses;
Quanto ao tipo de elemento tecidual predominante:
Serosa; Fibrosa; Hemorrágica; Ulcerativa; Purulenta.
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Estímulos para a inflamação aguda
Resultados da inflamação aguda
• Infecções (bacterianas, virais, parasitárias) e toxinas
microbianas
• Agentes físicos e químicos (lesão térmica, radiação,
algumas substâncias
ambientais)
• Reações imunológicas (reações de hipersensibilidade)
• Traumas;
• Necrose tecidual.
• Resolução completa - todas as reações inflamatórias,
uma vez neutralizado e
eliminado o estímulo nocivo, devem terminar com a
restauração da normalidade no local da inflamação
aguda;
• Cicatrização pela substituição de tecido conjuntivo
(fibrose) - ocorre após uma destruição tecidual
considerável, quando a lesão inflamatória envolve tecidos
incapazes de se regenerarem, ou quando existe um
abundante exsudado de fibrina.
•Progressão da resposta tecidual a inflamação crônica ocorre quando não há uma resolução da resposta inflamatória
aguda devido à persistência do agente nocivo ou alguma
interferência com o processo normal de cicatrização.
Efeitos sistêmicos da inflamação
INFLAMAÇÃO CRÔNICA:
Febre
Uma das reações da fase aguda,mediadas por
citocinas, mais facilmente reconhecível (IL-1, IL6, FNT);
Degradação
de proteínas no músculo
esquelético;
Anorexia
Leucocitose – Aumento dos glóbulos brancos
Hipotensão
"Reação tecidual caracterizada pelo aumento dos graus
de celularidade e de outros elementos teciduais mais
próximos da reparação, diante da permanência do agente
agressor".
Clinicamente, nas inflamações crônicas não de observam
os sinais cardinais característicos das reações agudas.
Porém, todas as alterações vasculares e exsudativas que
originam esses sinais clínicos continuam acontecendo,
culminando com o destaque da última fase inflamatória, a
fase produtiva-reparativa.
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Histopatologia
evidenciando
diferentes
inflamações.
Inflamação Aguda
Inflamação crônica
• Maior duração que a aguda
• Normalmente segue-se a esta ou pode
caracterizar a inflamação desde o início
• Presença de macrófagos, linfócitos e células
plasmáticas
• Proliferação de fibroblastos
Inflamação Crônica
Inflamação crônica
• Mycobacterium tuberculosis;
• Alguns vírus;
• Agentes físicos com baixo grau de toxicidade
como na silicose;
• Reações auto-imunes.
•Destruição tecidual por células inflamatórias
•Reparação com fibrose e angiogênese
•Quando a fase aguda não pode ser resolvida:
– Lesão persistente ou infecção (úlcera,TB)
– Exposição prolongada a um agente tóxico (sílica)
– Doenças auto-imunes (AR, LES)
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