Estratégia Cocoon para a proteção do bebê O termo inglês cocoon (casulo) é usado para dar nome à estratégia mundial proposta para a proteção do bebê, inicialmente contra coqueluche (tosse convulsa ou de guariba), através da vacinação de seus familiares e cuidadores, que gradativamente foi se ampliando para outras enfermidades. A coqueluche, conhecida como tosse comprida, ou de guariba é doença ocasionada pela bactéria Bordetella Pertussis que pode infectar pessoas de qualquer idade. Enquanto em adolescentes e adultos a enfermidade costuma ser branda, entre bebês complicações pulmonares, neurológicas e letalidade são muito elevadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) são registrados anualmente, em todo o Mundo, 50 milhões de casos e 300 mil óbitos relacionados à coqueluche, quase todos bebês menores de dois meses de vida. No Brasil, em 2010, 80% dos casos registrados ocorreram entre crianças com menos de um ano. O bebê nasce com defesas temporárias para algumas doenças, mas não para todas. Proteção consistente será estimulada por sua própria vacinação, o que só se completará no segundo ano de vida. Até lá a sua saúde e vida dependerão da imunidade de seus pais, demais familiares e cuidadores, como babás e funcionários de creches. No caso da coqueluche os transmissores da bactéria que produz a doença são a mãe (32%), os irmãos (20%), o pai (15%), os avós (8%) e cuidadores, como babás, profissionais da educação e da saúde (25%). Embora a vacinação contra coqueluche se inicie aos dois meses de idade, os bebês só ficam protegidos após a terceira dose da vacina, aos seis meses. Várias outras situações como as relacionadas à coqueluche podem ser evitadas com a Estratégia Cocoon. A ampla vacinação de pessoas que convivem com o bebê pode prevenir a disseminação de vários outros agentes de doenças imunopreveníveis como difteria, gripe, meningites, otites, sarampo, rubéola, caxumba, varicela, pneumonias, otites, septicemias e suas complicações. A vacinação dos pais, avós, irmãos, babás, profissionais da saúde constitui-se cuidado básico de saúde tão importante como a higiene da água e dos alimentos. Diante dos benefícios trazidos com a implantação da Estratégia Cocoon, vários países já adotam o esquema de vacinação de jovens e adultos contra a coqueluche para preservar a saúde dos lactentes. A França foi a primeira nação a fazer uso da estratégia e, hoje, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Canadá são exemplos de países que adotam a mesma prática. A Costa Rica tem uma iniciativa de prevenção em que os pais do bebê são imunizados imediatamente no pós-parto. Portanto, para proteger o bebê nos primeiros meses é preciso 'envolvê-lo num casulo' vacinando as pessoas de seu convívio, o que representa benefício para toda a família. Vacinação dos pais, demais familiares e cuidadores do bebê Vacina Vacinação dos conviventes no contexto da Estratégia Cocoon Coqueluche combinada à difteria e tétano (TRÍPLICE acelular adulto) Uma dose a cada 10 anos começando cinco anos após a terceira dose da vacinação básica infantil, incluindo a gestante na 20ª semana. Gripe (influenza) Vacinação anual de todos os conviventes a partir dos seis meses de idade incluindo a gestante. Sarampo, rubéola e caxumba (TRIVIRAL)* Duas doses são indicadas para todas as pessoas nascidas a partir de 1960. Varicela (catapora)* Duas doses são indicadas para todas as pessoas que não sofreram a doença. Meningocócicas (Mn) 135 conjugadas C e ACYW A MnC para crianças a partir de dois meses de idade. A MnACYW a partir dos 11 anos com reforço aos 16; a partir dos 16 anos: dose única. Pneumocócicas (Pn) conjugadas de 13 valências Indicada para pessoas com 50 ou mais anos de idade, de qualquer idade com doença preexistente (diabetes, obesidade, asma), ou qualquer pessoa que queira deixar de portar e transmitir o pneumococo. 135 * Gestantes não devem receber as vacinações TRIVIRAL e de varicela (catapora), que devem, quando indicadas, ser administradas no puerpério imediato. Pessoas imunocomprometidas também não devem receber essas vacinas, exceto mediante indicação médica explícita. Crianças devem receber uma dose aos 15m e outra entre quatro e seis anos de idade. Adaptado de: http://www.who.int/immunization/sage/Summaries_of_evidence_in_support_of_proposed_recommendations_Final.pdf Responsável técnico: Dr. Newton Bellesi, CRM-PA 765. Braz de Aguiar, 410 • 3181-1644 • www.climep.com.br