TUBOS DE VENTILAÇÃO Dúvidas frequentes: Porque os tubos de ventilação são recomendados? Duas razões são frequentes: 1. secreção ou fluído nas orelhas médias que não melhoram espontaneamente em um longo período (usualmente, 3 a 4 meses). Esse fluído ou secreção pode levar à perda auditiva; 2. múltiplas infecções de orelha médias (otites médias), que não foram controladas adequadamente com medicamentos ou no caso de serem severas. Outras indicações menos comuns são: retração severa da membrana do tímpano e problemas de pressão da orelha média. Quais vantagens de sua colocação? Uma vez que o fluído é removido com a colocação do tubo de ventilação, a audição é imediatamente restaurada, por permitir a ventilação normal da orelha. A maioria dos especialistas concorda que a aeração da orelha média restaurada com os tubos diminui a chance de infecções (otites). Além disso, com os tubos, as infecções são mais facilmente detectadas, pois a secreção proveniente das infecções drena através dos tubos de ventilação. Como eles são colocados? Uma pequena incisão é feita na membrana do tímpano, a secreção ou fluido é aspirada e o tubo é colocado nessa incisão. Em crianças esse procedimento é realizado com anestesia geral; comumente, gera nenhuma ou pouca dor no pós-operatório e trata-se de um procedimento rápido, com um breve período de internação. Porque existem diferentes tipos de tubos de ventilação? Por existirem diferentes indicações. Os modelos de curta duração (devem durar de seis meses a um ano) são os mais utilizados e resolvem a grande maioria dos casos. Tubos de média duração e longa duração são utilizados nos casos mais resistentes, que requerem um segundo ou terceiro procedimento. Tubo de curta duração: Porque não se drena o fluído ao invés de colocar tubo de ventilação? A razão principal é que a incisão na membrana do tímpano fecha espontaneamente em 48 horas e o fluído quase sempre retorna. Que problemas podem causar os tubos de ventilação? A maioria das crianças não tem nenhum problema. Eventualmente, podem ocorrer as seguintes intercorrências: 1. os tubos de ventilação caem antes do tempo necessário ou permanecem por mais tempo do que o esperado; 2. infecção; 3. perfuração da membrana do tímpano em 01 a 05% dos casos (essa perfuração pode requerer reparo cirúrgico posterior). Os tubos podem ficar infectados? Sim. A inserção dos tubos não é garantia de ausência de infecções. Mas, com tratamento com antibióticos em gotas tópicas, geralmente, há controle adequado das infecções. Os tubos têm que ser removidos? Acima de 90% dos casos os tubos são espontaneamente expulsos. Assim, caem nos condutos auditivos e são facilmente removidos no consultório pelo especialista, nas consultas pós-operatórias de rotina. Entretanto, são removidos por meio de cirurgia quando: não foram expulsos espontaneamente; permanecem por muitos anos sem necessidade; se estão causando infecções que não conseguem ser controladas com medicação. Quais os cuidados após a colocação dos tubos? Tampões de algodão embebido em óleo (Johnson, de cozinha, etc.) são usados para evitar a entrada de água durante o banho. Para a piscina e, ou, para a praia, solicita-se confecção de tampões sob medida em silicone. E se os tubos estiverem ‘bloqueados’? Se a membrana do tímpano, ao exame, estiver normal e não houver novo acúmulo de líquido, não haverá necessidade de reintervenção. Se houver sintomas há vários tipos de gotas otológicas que podem ser usadas e, raramente, há indicação de substituir o tubo. Com que frequência deve-se retornar ao Otorrinolaringologista, após a colocação dos tubos? A maioria dos Otorrinolaringologistas solicita controle cada três a seis meses, até a normalização dos ouvidos. Dra. Karin Dal Vesco Otorrinolaringologista do CAIF/AFISSUR