8510 Trabalho 784 - 1/3 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: VANTAGENS, DIFICULDADES E CARACTERÍSTICAS DAS PUBLICAÇÕES Costa, N. B da *; Kitchenman, S. R.S **; Nunes, A. S.***; Santiago, M. M. de A ****; RESUMO A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia de trabalho que engloba funções e normas internas. Quando corretamente utilizada, favorece o reconhecimento do profissional enfermeiro no âmbito da assistência direta e indireta ao paciente. Os benefícios da SAE para os envolvidos no cuidado ao cliente são inúmeros, por ser um processo que facilita a rotina dos cuidados de enfermagem estabelecendo metas e avaliando as melhores formas de assistir ao paciente, trazendo-o de volta à sua rotina, além de proporcionar, ao enfermeiro, a execução de medidas padronizadas que facilitem o processo de trabalho. Tem-se como objeto de estudo a produção científica sobre a temática SAE. Os objetivos foram mapear a produção científica brasileira referente ao tema nas bases de dados Scielo e Lilacs, publicadas na íntegra, em língua portuguesa, de 1980 até 2009 e analisar nos trabalhos as vantagens e as dificuldades da implementação da SAE. Optou-se por desenvolver uma investigação descritiva do tipo bibliográfica, com abordagem quanti-qualitativa. O conteúdo quantitativo foi analisado de acordo com a estatística descritiva. A análise do conteúdo qualitativo fundamentou-se no modelo de análise temática de Laurence Bardin. O material analisado compõe-se de 17 artigos disponíveis nas bases pesquisadas no período de março a abril de 2009. Os resultados mostram maior produção de artigos sobre o assunto na Região Sudeste, São Paulo emerge como pólo de investigação. A pesquisa de campo foi a metodologia mais empregada para pesquisar o tema, tendo 13 (76%) trabalhos, sendo o cenário hospitalar o local mais frequente (84% - 26). É compreensível este 8511 Trabalho 784 - 2/3 ser o campo mais abrangente das pesquisas, visto que o COFEN preconiza a implementação neste cenário. Neste local o CTI adulto, a Clínica Médica e a Clínica Cirúrgica apareceram em 13% (4) dos campos de estudo. A Revista Brasileira de Enfermagem aparece com 41% (7) dos trabalhos selecionados para esta pesquisa, seguida pela Revista da Escola de Enfermagem da USP contemplando 23% (4) dos artigos. Neste estudo, o ano de 2006 apareceu com o maior número de publicações, A maioria dos estudos aborda, concomitantemente, as vantagens e dificuldades de implementação da SAE. Analisando os títulos das publicações selecionadas, percebe-se que 76% (13) delas utilizam o termo “SAE” ou sistematização da assistência de enfermagem e, por conseguinte, 24% (4) não os utilizam. Ainda que apareçam em maior número, as unidades de significação referentes às vantagens têm valores próximos aos das unidades referentes às dificuldades, com pouca diferença entre elas. Dentre as vantagens verifica-se que a SAE promove melhoria da qualidade da assistência, permitindo utilizar-se de um método científico que a sustente. No âmbito da assistência ao paciente, direciona e organiza o trabalho, possibilita auditoria, favorece a visibilidade profissional e a participação efetiva no cuidado e nas tomadas de decisão, proporcionando um trabalho individualizado acerca das necessidades de cada paciente. As dificuldades apresentadas pelos autores destacam problemas relacionados ao quantitativo de profissionais, aceitação de nova forma de trabalho e comprometer-se com o desconhecido. Além disso, algumas instituições de saúde dificultam a implementação por não perceberem o cuidado de enfermagem como científico, não investindo na capacitação de seus enfermeiros. As principais dificuldades na assistência estão relacionadas à continuidade dos cuidados prescritos pelas diversas equipes que prestam assistência aos pacientes e dificuldades na escolha e na interpretação do método. Alguns trabalhos apontam dificuldades na graduação como prejudiciais para a SAE, tanto no aprendizado do tema quanto no incentivo às pesquisas. É necessário que as universidades brasileiras aumentem a discussão sobre a temática, possibilitando a formação de linhas de pesquisa que contribuam para a implementação, minimizando as dificuldades apontadas na graduação. Este estudo não pretendeu esgotar o assunto neste momento, utilizando-se da revisão da literatura uma fonte importante 8512 Trabalho 784 - 3/3 de conhecimento sobre esta temática. Acredita-se que ao estimular em nosso país o debate sobre o tema contribuir-se-á com a profissão ajudando os enfermeiros a desenvolverem a SAE de acordo com cada realidade. Planejamos continuar os estudos utilizando uma metodologia que possa trazer resultados concretos e específicos para a sistematização da assistência, diminuindo as dificuldades apontadas. Palavras-chave: Planejamento de assistência ao paciente; Assistência de Enfermagem; Pesquisa BIBLIOGRAFIA BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa (POR): Edições 70; 2008. FIGUEIREDO, R. M. et al. Caracterização da produção do conhecimento sobre sistematização da assistência de enfermagem no Brasil. Rev Esc Enferm USP. v.40, n.2, p.299-303, 2006. FULY, P.S.C.; LEITE, J.L.; LIMA, S.B.S. Correntes de pensamento nacionais sobre sistematização da assistência de enfermagem. Rev. bras. enferm. Brasília, v. 61, n. 6, dez 2008. PIVOTTO, F. L. ; LUNARDI FILHO, W. D. ; LUNARDI, V. L. . Prescrição de enfermagem - dos motivos da não realização às possíveis estratégias de implementação. Cogitare Enfermagem (UFPR), Curitiba, v. 9, n. 2, p. 32-42, 2004. TANNURE, M. C.; GONÇALVES, A.M.P. SAE, Sistematização da Assistência de Enfermagem: Guia Prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. _____________________________________ * Natalia Borges da Costa – Acadêmica de Enfermagem – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ – [email protected] ** Sarah Rachel de Souza Kitchenman – Acadêmica de Enfermagem – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. *** Alessandra Sant’Anna Nunes – Mestre em Enfermagem. Professora Assistente do DEMC da FENF/UERJ. **** Maria Madalena de Andrade Santiago – Dra em Enfermagem. Mestre em Filosofia. Bioeticista. Professora da Área de Pesquisa do DFEN da FENF/UERJ.