16° TÍTULO: CONHECIMENTO SOBRE DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA DE POPULAÇÕES ATENDIDAS EM CINCO UNIDADES BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA SUL DA CIDADE DE SÃO PAULO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: MEDICINA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI AUTOR(ES): FABIANA HISAKO SEKIYA ORIENTADOR(ES): FLAVIA REGINA DE ANDRADE VARELA Resumo: Desde 2015 enfrentamos um grande número de casos de Dengue e Chikungunya, além de casos de microcefalia relacionados ao Zika vírus. Frente a esse cenário, observamos que seria importante determinar o que a população atendida na Atenção Primária sabe sobre estas doenças para possíveis intervenções. Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, com a aplicação de um questionário estruturado à população atendida em cinco Unidades Básicas de Saúde da Zona Sul de São Paulo, com posterior análise descritiva dos dados. Introdução Em abril de 2014 a Organização Pan-Americana da Saúde1 lançou o slogan “Pequenas picadas, grandes ameaças”, para alertar sobre os principais problemas que poderiam atingir a população mundial através das doenças transmitidas por vetores como mosquitos, carrapatos, caramujos, ratos, etc. A Dengue, Chikungunya e vírus Zika são arboviroses (doenças virais predominantemente transmitidas por artrópodes) e têm como principal vetor o mosquito Aedes aegypti (Ae aegypti) que tem hábitos domiciliares2. As doenças de transmissão vetorial são responsáveis por uma alta taxa de morbimortalidade, principalmente em países pobres3 que apresentam intensa e desordenada urbanização, gerando déficits nas estruturas de saneamento básico, aumento da produção de resíduos não orgânicos, debilidade dos serviços e campanhas de saúde pública, dentre outros4. Segundo a Semana Epidemiológica (SE) 27 do Ministério da Saúde, ocorrida de 3 de janeiro a 9 de julho de 2016, foram notificados 1.399.480 casos de dengue, sendo 639 de casos grave e 6.253 da doença com presença de sinais de alerta e 419 óbitos. Também foram notificados 169.656 casos de Chikungunya, com confirmação de 63.000 casos, 38 óbitos e 174.003 casos de vírus Zika com 78.421 confirmados e 1 óbito. Gestantes notificados pelo Zika vírus foram 14.739 com confirmação clínica ou laboratorial de 6903 casos5. Assim, frente ao nosso momento atual, com o grande número de casos de Dengue, Chikungunya e febre Zika, faz-se necessário o levantamento de dados referentes ao conhecimento da população quanto à prevenção, riscos e cuidados em relação a essas doenças. Objetivos 1. Avaliar o conhecimento da população quanto à prevenção, identificação dos sinais e sintomas, complicações e cuidados com Dengue, Chikungunya e febre Zika. 2. Verificar meio de informação mais utilizado pela população estudada. Metodologia Estudo observacional, transversal e descritivo, com a aplicação de um questionário estruturado à população atendida em cinco Unidades Básicas de Saúde da Zona Sul de São Paulo, com posterior análise descritiva dos dados. A escolha dos entrevistados foi realizada aleatoriamente na sala de espera das unidades, onde foram informados sobre o trabalho e convidados a participar e assinar o termo de consentimento. Resultados preliminares Na primeira coleta de dados foram entrevistadas 40 pessoas em 2 Unidades Básicas de Saúde: UBS Figueira Grande e UBS Parque Santo Antônio. Perfil dos entrevistados A maioria dos entrevistados são do sexo feminino (33 femininos e 07 masculinos), com faixa etária média de 36,6 anos, grau de instrução com pelo menos o 1º grau completo (72,5%) e renda entre 2 a 5 salários mínimos (77,5%). Todos residem em moradia de alvenaria/edifico e com saneamento básico (água encanada, luz elétrica e coleta de lixo). Do total, 39 entrevistados já ouviram falar sobre Dengue, Chikungunya e febre Zika, e um entrevistado teve informações sobre a febre Zika, mas não sabia muito bem o que era. Dentre os entrevistados 87,5% nunca foram diagnosticados com algumas destas três doenças, sendo que 47,5% conhecem alguém próximo que já foi diagnosticado. Dentre as questões dirigidas ao tema, os entrevistados poderiam responder mais que uma opção de resposta. Assim quando questionados sobre a transmissão do vírus da dengue e da Chikungunya, 36 pessoas responderam que são transmitidas pela picada do mosquito, 11 por água contaminada, 2 pelo ar, 1 pelo contato sexual e 1 não sabia. Dos 40 entrevistados, 90% dizem que obtiveram informaçoes pela televisão, 42,5% de amigos e parentes, 40% na UBS e Agente Comunitário de Saúde, 17,5% pela internet e 7,5% por materiais educativos, radio, jornais e revista, profissionais da saúde e na escola/faculdade. Conclusão Parcial Embora ainda em andamento, a pesquisa apontou a televisão como fonte principal de informação desta população, superando muito o alcance das informações disponibilizadas pelas próprias UBSs, além evidenciar usuários sem informações corretas a respeito do assunto. Referências bibliográficas 1. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dia Mundial da Saúde 2014: Pequenas picadas grandes ameaças. Brasil. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4611:dms &catid=1272:noticiasdtent&Itemid=816) >. Acesso em 10 de fevereiro de 2016; 2.Consoli RAGB, Oliveira RL. Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil.1a ed. Rio de Janeiro. Ed Fiocruz, 1994; 3. Mendonça FA, Souza AV, Dutra DA. Saúde Pública, urbanização e dengue no Brasil. Rev Sociedade & Natureza. Uberlândia, 2009; 21(3):257-269; 4. Brasil. Ministério da Saúde. Disponível em <http://www.combateaedes.saude.gov.br/images/sala-de-situacao/2016Dengue_Zika_Chikungunya-SE27.pdf> Acesso em: 14 de agosto de 2016 5. Rubin E, Baden LR, Greene MF. Zika and Microcephaly. The New England Journal of Medicine. Disponível em: <http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMe1601862>. Acesso em: 10 fevereiro de 2016.