30/08/2015 Mitos e Verdades sobre Alergia Alimentar e Otites e Sinusites Dr. Manoel de Nóbrega Alergia alimentar – Leite de vaca • Alergia ao leite de vaca afeta 2 a 3% das crianças até 34 meses de idade. • Ampla variedade de síndromes clínicas (cerca de 60% imuno-mediadas por IgE). Kattan JD, Cocco R, Jarvinen KM. Milk and Soy Allergy. Pediatr Clin North Am. 2011 April; 58(2):407-426. 1 30/08/2015 Manifestações Clínicas Reações imediatas mediada por IgE: • Urticária e angioedema • Manifestações gastrointestinais como prurido de boca e lábios, dor abdominal, vômitos e diarréia. • Rinorréia e chiado, asma e rinite. Reações mistas: • Dermatite atópica • Gastroenteropatias eosinofílicas Reações tardias não-mediadas por IgE: • Enterocolite induzida por proteínas alimentares • RGE • Cólica e constipação intestinal • Síndrome de Heiner – tosse,sibilos, hemoptise, congestão nasal, dispnéia, OMA recorrente, febre recorrente, anorexia, vômitos, cólicas, diarréia. 2 30/08/2015 OMA e OMA Recorrente Fatores Inerentes Idade Maturidade Imunológica Tamanho, posição e funcionamento da tuba auditiva. 3 30/08/2015 Fatores Predisponentes - - Amamentação artificial Mamadeira; chupeta Creche, berçário e escola Tabagismo Rinite alérgica Natação Respiração bucal IVAS de repetição Evolução em horas. Sinais e sintomas sistêmicos e localizados. Diagnóstico: otoscopia Quadro bem definido: fase de instalação, doença propriamente dita, resolução (cura ou complicação). 4 30/08/2015 Otoscopia Abaulamento da MT: 51 vezes maior do que não ter. Retraída: 3,5 (2,9-4,2); Opaca: 34 (28-42); Hemorrágica: 8,4 (6,7-11); Hiperemia: 1,4 (1,1-1,8); MT imóvel: 31 (26-37); Mobilidade diminuída: 4,0 (3,4-4,7). 5 30/08/2015 Qual o tempo necessário para a normalização do ouvido médio? Qual é o seu critério de cura ? 6 30/08/2015 Persistência da secreção dentro da orelha média após um quadro de OMA • Após 2 semanas de evolução: 70% dos casos; • 4 semanas: em 40%; • 8 semanas: 20%; •12 semanas: 10%. Teele DW, Klein JO, Rosner BA. Epidemiology of otitis media in children. Ann Otol Rhinol Laryngol Suppl 1980;89(3 pt 2):5-6. Otite Média Secretora Presença de efusão dentro da orelha média sem sinais e/ou sintomas de infecção aguda. 7 30/08/2015 Otite Média Secretora e Alergia • 22 crianças com OMS que fizeram adenoidectomia e mais de uma cirurgia para tubo de ventilação. • 36% teste positivo para alérgenos inalantes e alimentares (8,3% controle). • A possibilidade da alergia deve ser suspeitada nos casos de OMS recorrente. Dönner, F, Yariktas, M, Demirci, M. The role of allergy in recurrent otitis media with effusion. J Invetig Allergol Clin Imunol 2004;14(2):154-8. • Grupo 1: 56 pacientes com OMS. • Grupo 2: 28 pacientes com alergia alimentar onde investigaram OMS. • Grupo 3: 28 pacientes sem alergia alimentar e sem OMS. • Grupo OMS: 44,6% com alergia alimentar. • Grupo alergia alimentar: 25% com OMS. • Grupo controle: 18% alergia alimentar e 3% com OMS. Aydoğan, B, Kiroğlu, M, Altintas, D, Yilmaz, M, Yorgancilar, E, Tuncer, U. The role of food allergy in otitis media with effusion. Otolaryngol Head Neck Surg. 2004 Jun;130(6):747-50. 8 30/08/2015 Guideline OMS. American Academy of Family Physicians; AAO-HNS; American Academy of Pediatrics Subcommittee on OME. Pediatrics. 2004 May;113(5):1412-29. O Subcomitê não fez nenhuma recomendação: 1) Tratamento complementar e medicina alternativa como tratamento para OMS, baseado na falta de evidência científica; 2) Manejo da alergia como tratamento para OMS, com base em provas insuficientes de efeito terapêutico ou uma relação causal entre alergia e OMS. Alergia Alimentar e Rinite Alérgica 50 crianças de 6 a 14 anos (média 10.7). História de RA e RAST positivo. Leve 38%, moderada/severa 62%. 74% outras alergias: asma, conjuntivite e dermatite atópica. • Não houve correlação entre a severidade dos sintomas da RA e a resposta do RAST. • • • • Dimitrios G. Balatsouras, George Koukoutsis, Panayotis Ganelis, Alexandros Fassolis, George S. Korres, Antonis Kaberos. Study of allergic rhinitis in childhood. Int J Otolaryngol. 2011; 2011: 487532. 9 30/08/2015 Rinossinusite aguda Estudos longitudinais prospectivos realizados com crianças de 6 a 35 meses de idade: 6 IVAS por ano e 0,8% (0,5 episódios por paciente por ano) evoluem para rinossinusite aguda. Brook I. Acute sinusites in children. Pediatr Clin N Am. Advances in the Diagnosis and Treatment of Pediatric Infectious Diseases. Pages 409-424, 2013. Quase metade dos casos de Rinossinusite aguda (RSA) não tratados melhoram espontaneamente em até 4 semanas do inicio do quadro. O quadro viral evolui com sinais e sintomas da IVAS; melhora lenta e arrastada! RSA viral (resfriado ou gripe): Sintomas duram até 10 dias. RSA pós viral: Piora dos sintomas após 5 dias ou persistência dos sintomas após 10 dias e com menos de 12 semanas de evolução. RSA bacteriana: Pequeno grupo da RSA pós viral em que são observados pelo menos 3 dos seguintes sinais e/ou sintomas – por mais de 10 dias: rinorréia mucopurulenta nasal e pós-nasal, febre (>38oC), dor facial ou piora dos sintomas após fase inicial da evolução. 10 30/08/2015 Sinais e sintomas Na criança, a rinossinusite aguda é caracterizada pela presença de 2 ou mais sintomas – por mais de 10 dias: • Obstrução ou congestão nasal • Secreção nasal anterior e/ou posterior • Tosse, dor ou pressão facial podem estar associados, assim como redução ou perda do olfato. Fokkens WJ, Lund VJ, Mullol J, Bachert C. European Position Paper on rhinosinusitis and nasal polyps. Rhinology 2012;50 (suppl23). Endoscopia nasal: secreção mucopurulenta no meato médio e/ou edema de mucosa no meato médio e/ou pólipos nasais. 11 30/08/2015 Alergia e Rinossinusite Aguda • Oocorrência da alergia em 224 pacientes com rinossinusite aguda através de questionário de alergia, teste cutâneo e esfregaços nasais. • Não houve diferença entre alérgicos e não alérgicos: número de episódios anteriores nem de irrigações dos seios; os achados bacteriológicos e radiológicos não diferiram significativamente entre os grupos. Savolainen S. Allergy in patients with acute maxillary sinusitis. Allergy 1989;44(2):116-22.). EPOS - 2007 • Os dados epidemiológicos demonstram prevalência aumentada da rinite alérgica em pacientes com Rinossinusite Crônica, mas o papel da alergia na Rinossinusite Crônica permanece incerto. • Idem para a tríade Atopia X Rinite alérgica X Rinossinusite (Aguda e Crônica). Fokkens et al. European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyposis 2012. Rhinology supplement 23: 1-298, 2012 12 30/08/2015 [email protected] 13