REFLEXÕES SOBRE PESQUISA CIENTÍFICA E IDEOLOGIA EM CIÊNCIAS SOCIAIS Ana Paula André Maria José Rizzi Henriques Pedro Alves Resumo: Este artigo tem como objeto de análise a pesquisa científica e a ideologia em ciências sociais, justificando-se pela relevância em compreender que independentemente da pesquisa científica se evidenciar no campo das ciências sociais ou das ciências naturais, esta se encontra imersa em um universo de significações, o que lhe atribui à influência das ideologias, impossibilitando a neutralidade da investigação científica, caracterizando-a, portanto, como um mito. Sendo assim, tem como objetivos refletir sobre questões que delimitam a pseudoneutralidade do pesquisador e a construção de referenciais específicos para as áreas distintas da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, a partir da qual é possível alcançar um maior aprofundamento dentro da temática em questão, compreendendo-a qualitativamente, apontando para a necessidade de entender que independentemente de ser ciência natural ou ciência social, preservadas as suas peculiaridades, a produção científica é um mecanismo de aproximações da verdade e de compreensão da realidade na qual se está inserido, no intuito de uma busca constante, de um caminho a ser percorrido no sentido de construção e reconstrução do conhecimento, uma vez que não é apenas o investigador que dá sentido ao seu trabalho intelectual, mas os seres humanos, os grupos e a sociedade como um todo que agregam significado e intencionalidade às suas ações e às suas construções. Palavras-chave: pesquisa científica, neutralidade, ideologia. Introdução Desde o surgimento da escrita, marco entre a pré-história e a história, a humanidade caminhou rumo ao seu desenvolvimento, chegando ao seu ápice no limiar do século XXI com a contribuição da ciência e da tecnologia. É por meio das grandes transformações sócio-econômicas que o mundo moderno passa a construir diversos avanços técnicos. Diante disto, caracteriza-se ainda o avanço das ciências naturais, o que desencadeou a expansão do mundo científico. O progresso das ciências naturais é o que um pouco mais tarde efetivará o desenvolvimento de pressupostos que compreende o processo de construção do conhecimento, dentre elas, o Positivismo de Augusto Comte (século XVIII), um dos pontos de partida para uma compreensão mais profunda acerca dos princípios norteadores da esfera científica. Objetivos Diante da perspectiva acima exposta, este trabalho tem como objetivo realizar algumas reflexões sobre o pesquisador e a pesquisa científica na área das ciências sociais, mais centrado nas questões que delimitam a neutralidade do investigador, o método e a cientificidade para a pesquisa. O presente trabalho abordará ainda dentro do item neutralidade, a subjetividade ideológica que reveste o meio no qual o cientista se insere incorporando muitas vezes o objeto estudado. Metodologia Para tal, parte-se de fundamentação teórica que aborda o conflito entre ciências naturais e ciências sociais, evidenciando desta forma não um abismo entre ambas, mas a especificidade que remete o olhar do pesquisador a uma melhor compreensão da ciência, a qual foi possível ao longo da história da humanidade, graças ao surgimento da escrita, que possibilitou o posterior desenvolvimento e aperfeiçoamento da ciência até chegar à esfera atual. Trata-se, deste modo, de uma análise qualitativa que busca compreender as especificidades das ciências naturais e das ciências sociais, ao mesmo tempo remete a contradição entre conhecimento e a tendência imposta pelas leis do mercado, atendendo puramente os interesses do capital. Resultados As pesquisas na área da Sociologia durante um determinado tempo, estiveram relegadas ao campo das ciências naturais, onde procurava-se fazer dela uma ciência exata como a Biologia e a Física, na qual a subjetividade do pesquisador pudesse dar espaço à neutralidade acadêmica, onde fosse possível isolar categorias de fenômenos, uma exposição de qualquer doutrina à ciência. Esta forma de se compreender a pesquisa em ciências sociais é o que podemos chamar de Sociologia científica, baseada nas premissas do positivismo de Augusto Conte, seu fundador, corrente que tem suas bases no Idealismo Filosófico ou Idealismo Subjetivo, cujo início está nos séculos XVI, XVII e XVII, com Bacon, Hobbes e Hume. O conhecimento científico para o positivismo parte do real, dos fatos tal como se apresentam. Assim, o conhecimento para esta linha é sempre certo, não admitindo conjecturas, tendo um grau forte de precisão e desvinculando-se do conhecimento especulativo. É também Augusto Conte o fundador do que para a época - século XIX -, era considerada uma nova ciência - a Sociologia -, a qual compreende a sociedade enquanto um sistema governado por leis que são imutáveis em si mesmas e que são desta forma independentes das vontades individuais ou coletivas. A sociologia positivista é também uma concepção identificável na Sociologia de Durkheim, onde este busca de forma efetiva a neutralidade do pesquisador, considerando os fatos sociais como meras coisas. Segundo Aron: Durkheim tem toda a razão em afirmar que é preciso observar os fatos sociais como coisas. Por outro lado, se o termo implica que os fatos sociais não comportam interpretação diferente da que comportam os fatos naturais, ou sugere que toda interpretação do significado que os homens atribuem aos fatos sociais deve ser afastada pela sociologia, Durkheim não tem razão. Além de tudo, esta regra seria contrária à prática do próprio Durkheim, que, em todos os seus livros procurou apreender o sentido que os indivíduos ou grupos atribuem à sua maneira de viver, suas crenças, seus ritos. O que chamamos de compreensão é precisamente a apreensão do significado interno dos fenômenos sociais. A interpretação moderna da tese de Durkheim implica simplesmente que esta significação autêntica não é imediata, que precisa ser descoberta ou elaborada progressivamente (1999, p. 327). O posicionamento de Durkheim, suas afirmações sobre o relacionamento entre as questões do indivíduo e o social, dirige o seu pensamento ao consenso, evidenciando desta forma uma fidelidade com a inspiração do positivismo. Em sua obra “As etapas do pensamento sociológico”, Raymond Aron afirma que: Durkheim quis ser um pensador positivista e um cientista, um sociólogo capaz de estudar os fatos sociais como coisas, de considerálos do exterior e explicá-los da mesma forma como o especialista nas ciências da natureza explica os fenômenos. Há, contudo, no pensamento de Durkheim, além de um positivismo constante e persistente, a idéia de que a sociedade é o lar do ideal. (1999, p. 348). Evidenciando desta forma uma sociedade plenamente observável, ou ainda mensurável, “objetiva e materialmente definida” (ARON, 1999), pautando sobre a unidade também mensurável da ciência, na qual todas as áreas deveriam convergir para o caminho definido das ciências da natureza, sem atribuir a cada uma as especificidades de cada campo. Com isto não pretende-se exaltar um determinado método em detrimento de outro, mas, salientar que nas pesquisas realizadas na área das ciências sociais é preciso lançar um olhar sobre as especificidades do campo que se realiza a pesquisa, uma vez que “há os que buscam a uniformidade dos procedimentos para compreender o natural e o social como condição para atribuir o estatuto de ‘ciência’ ao campo social. Há os que reivindicam a total diferença e especificidade do campo humano” (MINAYO, 1994, p. 10-11), ou seja, este embate que permanece constante no campo da ciência nos coloca frente a uma situação que apresenta uma difícil resolução. Estamos trilhando por um caminho demasiadamente complexo, a autora anteriormente citada considera que esta [...] situação não é fácil e não é clara. Primeiro porque, se as ciências da natureza são as pioneiras e as estrelas da idéia de cientificidade, não está absolutamente atestado que elas já atingiram sua expressão adequada. A física quântica com suas descobertas e a teoria da relatividade, dentre outros temas científicos, estão revolucionando em seu próprio campo as idéias de espaço, tempo, de relações sujeitoobjeto. A cientificidade, portanto, tem que ser pensada como uma idéia reguladora de alta abstração e não como sinônimo de modelos e normas a serem seguidos. A história da ciência revela não um ‘a priori’, mas o que foi produzido em determinado momento histórico com toda a relatividade do processo de conhecimento. (MINAYO, 1994, p. 12). Desta forma, é preciso considerar o objeto das ciências sociais tal como este o é de fato, ou seja, considerando todas as suas especificidades conjuntamente com o seu caráter histórico, permeado pelo seu contínuo aperfeiçoamento e por sua “consciência social”. Não podemos redimensionar a pesquisa em ciências sociais de forma a compartamentalizá-la, tirando dela o seu caráter histórico, as pesquisas nesta área não são compartimentos separados, individualizados, sem interação com o social, ou nas palavras da própria Minayo, [...] não é apenas o investigador que dá sentido ao seu trabalho intelectual, mas os seres humanos, os grupos e as sociedades dão significado e intencionalidade a suas ações e a suas construções, o nível de consciência histórica em Ciências Sociais está referenciado ao nível de consciência histórico social. (1994, p. 14). Tais afirmações direcionam o nosso pensamento de maneira a compreender que as ciências sociais caracterizam-se pela pesquisa qualitativa, ou por sua interpretação da realidade social, de acontecimentos humanos históricos que estabelecem relações entre si, constituindo assim, uma teia de interações. Voltando ainda à questão elucidada por Durkheim, da neutralidade do pesquisador frente ao seu objeto de pesquisa, observando os fatos como coisas, Abramo faz uma contribuição que soma-se a este artigo no sentido de vir ao encontro de nossa temática. Para ele, [...] a maneira de conduzir uma pesquisa e chegar aos resultados úteis para a ciência e para a sociedade não está desvinculada dos valores, dos preconceitos e das concepções filosóficas das pessoas direta ou indiretamente envolvidas no processo de realizar a pesquisa. Esses valores, esses preconceitos e essas concepções vão marcar, nitidamente, a escolha do assunto, o quadro de referência teórico das hipóteses e a utilização dos resultados da pesquisa, mas somente quando o pesquisador consegue evitar que eles se sobreponham aos critérios rigorosos de veracidade e objetividade na observação e na interpretação dos fatos, a verdadeira pesquisa científica estará sendo realizada com êxito (1979, p. 28). Cabe evidenciar ainda, que contra esta perspectiva cientificista se posicionaram os filósofos neokantianos. Segundo Nogueira, Kant já havia salientado a peculiaridade dos três ramos do conhecimento - o formal, o natural, e o moral (humano, social) - o primeiro a depender essencialmente da razão ou das funções a priori da consciência, o segundo, da convergência entre a razão que contribuiria com as formas ou categorias [...] ordenadas do pensamento, e a sensibilidade ou receptividade aos objetos, que contribuiria com o conteúdo do conhecimento; e o terceiro, em que o homem seria sujeito e objeto, ao mesmo tempo, da atividade cognitiva, devendo o homem ‘ser tratado sempre como um fim em si mesmo e jamais como um simples meio’ (1979, p. 11). Wilhelm Dilthey é um dos filósofos neokantianos que reagiram ao cientificismo, para ele, “enquanto as ciências naturais tratam apenas do mundo exterior, as sociais têm que levar em conta as relações entre o mundo interior, refletido na cultura, e o exterior” (DILTHEY apud NOGUEIRA, 1979, p. 12). Não observamos aqui uma ênfase determinista entre as ciências naturais e humanas, mas sim, uma postura sociológica que busca uma adequação quanto ao “significado”, ou seja, objetiva-se a coerência para com o objeto de estudo das ciências humanas. Assim, pode-se dizer que “se o positivismo, de um lado, têm favorecido a corrente cientificista ou naturalista, de outro, perspectivas filosóficas como a existencialista, a fenomenologia e a dialética têm mostrado maior afinidade com a corrente humanística” (NOGUEIRA, 1979, p. 14). A pesquisa em ciências sociais tem o objetivo de compreender o homem e suas interrelações sociais no nível de complexidade que se apresenta, o olhar do pesquisador neste sentido é profundo e busca enxergar aquilo que num primeiro momento não lhe é possível, ou seja, o que está presente nas entrelinhas destas relações sociais, buscando ir além da interpretação dada pela sociedade. Pautado na questão da neutralidade científica, Durkheim em sua sociologia embasada nas ciências naturais, chamará de ideologia todo conhecimento da sociedade que não respeite os critérios de objetividade. A regra fundamental da objetividade científica é a separação entre sujeito do conhecimento e objeto do conhecimento, separação que garante a objetividade porque garante a neutralidade do cientista, que pode, assim, tratar relações sociais (relações entre seres humanos) como coisas diretamente observáveis e transparentes para o olhar do sociólogo. Para o sociólogo cientista, o ideológico é um resto, uma sobra de idéias antigas, pré-científicas. Durkheim as considera préconceitos e pré-noções inteiramente subjetivas, individuais, ‘noções vulgares’ ou fantasmas que o pensador acolhe porque fazem parte de toda a tradição social em que está inserido (CHAUI, 2002, p. 31-32). Assim, a objetividade garantiria à cientificidade, já o contrário, a opção por uma atitude não neutra seria o determinante que iria romper com a ciência. Então para Durkheim, o fato social é visto como um dado previamente isolado, classificado e relacionado com outros por meio de semelhança ou constância de características externas. Contudo, acreditar que a ciência é exclusivamente objetiva é por si só assumir uma postura ideológica, uma vez que a ideologia pode ser compreendida como: [...] um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo (representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador (CHAUI, 2002, p. 109). A ciência é muito mais do que objetividade ou subjetividade, a questão é que em ciências naturais e sociais sujeito e objeto não são iguais, o que nos permite compreender que para o pesquisador faz-se necessário um posicionamento contrário a uma explicação “prescritiva”, “normativa” e reguladora, características próprias da ideologia, o que serve de norma para uma, não é coerente para a outra. Por exemplo, as ciências naturais explicam o fenômeno, as ciências sociais por sua vez, além de explicá-los, os compreendem, pois isto é a expressão de uma necessidade, para se chegar ao real significado do fenômeno estudado. Para tal, há que se situar diante das ideologias para se evitar o mascaramento da realidade e o ocultamento do real significado do fenômeno. Contudo, há ainda um outro aspecto relevante que merece destaque nas reflexões acerca do pesquisador e seu objeto de estudo, ou seja, o caráter ideológico presente no investigador, o que poderá interferir na neutralidade deste frente à interpretação do objeto, do rigor enquanto instrumento de investigação, uma vez que a ideologia está fortemente relacionada às escolhas e interpretações do cientista (o quê pesquisar, como pesquisar, com qual fundamentação, qual método). Bakhtin (2002), parte do princípio que tudo é ideológico, que os sujeitos já nascem em um mundo instituído por signos ideológicos. Neste sentido, o pesquisador estaria submerso em ideologias que o acompanham desde o seu nascimento, e que não se ocultam na escolha da pesquisa. Estando diante de um universo de signos dos quais podemos dizer ideológicos, é possível afirmar que “a neutralidade da investigação científica é um mito” (MINAYO, 1994, p. 34), ou então, que a própria neutralidade é uma ideologia. Löwy compreende que a ideologia é uma criação de visões de mundo coerentes, e isto porque nas linhas do discurso ideológico existem vazios, espaços que não podem ser explicados, pois se corre o risco de desmantelar os interesses postos sobre a divisão de classes, ou ainda, [...] os criadores das visões de mundo, das superestruturas, são as classes sociais, mas quem as sistematiza, desenvolve, dá-lhes forma de teoria, de doutrina, de pensamento elaborado, são os representantes políticos ou literários da classe: os escritores, os líderes políticos, etc.; são eles que formulam sistematicamente essa visão de mundo, ou ideologia, em função dos interesses de classe (2002, p. 95). Estas visões de mundo ou ideologias formam um modo de pensar, no entanto, Marx salienta que “ciência e representação científica de classe não são contraditórios. É possível fazer ciência a partir de uma relação dialética entre ciência e representação de classe” (LÖWY, 2002, p. 96). É na relação entre classe social e ciência que teremos realmente maiores condições para o desenvolvimento de um conhecimento científico que seja constantemente embasado na realidade concreta, realidade esta que o pesquisador irá se defrontar. É o embate entre as classes que possibilita o rompimento com a pseudo-realidade e a exposição da verdade. Este processo que “aparentemente não tem nada a ver com ciência, na realidade tem um papel fundamental” (LÖWY, 2002, p. 110), o de decompor a verdades estabelecidas, normativas, as quais fragmentam o processo de construção do conhecimento. Conclusões O âmago da explicação passa a ser a luta de classes. Observa-se que a produção científica acompanha as fases históricas do desenvolvimento das classes sociais, “não existe ciência pura de um lado e a ideologia de outro. Existem diferentes pontos de vista científicos que estão vinculados a diferentes pontos de vista de classe” (LÖWY, 2002, p. 104). Por outro lado, o conhecimento científico não pode restringir-se ao embate entre as diferentes classes sociais e aos seus interesses. Fazer ciência é fazer tentativas de conhecimento da verdade. A pesquisa científica é um constante e dinâmico processo que se aproxima da verdade, é isto que caracteriza o conhecimento científico como conhecimento verdadeiro, “a verdade absoluta jamais será conhecida, todo o processo de conhecimento é um processo de acercamento, de aproximação à verdade. Dentro do conhecimento científico há níveis maiores ou menores de aproximação da verdade” (LÖWY, 2002, p. 110). Quando mencionamos o termo ciência, na verdade estamos dizendo processo de aproximação e ao mesmo tempo processo de produção de conhecimento, que busca incessantemente a verdade sem os possíveis elementos que a ocultam (ideologias), independente de ser ciência natural ou ciência social preservada as suas peculiaridades, não no intuito de remetê-las a pólos totalmente contrários, mas de se pautar em critérios específicos de cada área, ainda assim, tanto em uma como em outra, a produção científica é a produção de aproximações da verdade. Referências bibliográficas ABRAMO, Perseu. Pesquisa em ciências sociais. In: Pesquisa social projeto e planejamento. Hirano, Sedi (Org.). São Paulo: T. A. Queiroz, 1979. ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 1999. BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 2002. CHAUI, Marilena. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 2002. LÖWY, Michael. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. São Paulo: Cortez, 2002. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. NOGUEIRA, Oracy. O objeto das ciências humanas. In: Pesquisa social, projeto e planejamento. Hirano, Sedi (Org.). São Paulo: T. A. Queiroz, 1979.