Boletim Informativo

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Boletim Informativo 6-2006
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Informamos que os exames estão sendo realizados todos os dias durante o período comercial,
podendo também ser realizado sem agendamento prévio.
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M V responsável pelo serviço de Radiologia Veterinária PET IMAGEM – Diagnósticos Veterinários
Danielle Murad Tullio
Membro do Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária
M V responsável pelo serviço de Radiologia Veterinária PET IMAGEM – Diagnósticos Veterinários
Vivien Midori Morikawa
Especialista em Radiodiagnóstico Veterinário
DISTÚRBIOS CARDÍACOS RELACIONADOS COM A FREQÜÊNCIA CARDÍACA, RITMO E PULSO E OS EXAMES
DIAGNÓSTICOS – PARTE 1
Os distúrbios da freqüência cardíaca e ritmo associadas com características de pulso estão
entre os sinais mais comuns de desordens cardíacas e extra-cardíacas. A freqüência cardíaca e o
ritmo são facilmente identificados pela auscultação, palpação do pulso arterial e principalmente pela
eletrocardiografia. Algumas arritmias causam sinais clínicos catastróficos, enquanto outras quase não
são percebidas, e se não forem corretamente diagnosticadas e identificadas, para o correto
tratamento, pode haver a morte do paciente.
Às vezes nem percebemos o quanto as arritmias são freqüentes na rotina diária de
atendimento. Relata-se que pode ocorrer em até 90% dos cães submetidos à anestesia. As arritmias
podem ser secundárias e até complicadas com algumas condições diversas que iremos discorrer
adiante.
Algumas das variações normais do ritmo cardíaco do cão podem ser notavelmente
irregulares, e estas devem
ser reconhecidas adequadamente como normais
e requerem
diferenciação de outras arritmias sérias. Quando as arritmias se tornam significantes, inúmeros sinais
clínicos podem ocorrer. Para os casos mais discretos podem ser enumerados sinais como fraqueza,
fadiga, letargia e intolerância ao exercício. Para os casos mais severos fraqueza profunda, ataxia e
confusão mental. No caso de sérias arritmias podemos observar colapso, convulsões, coma e morte
súbita. Apesar dos sinais acima descritos não serem patognomônicos para arritmias cardíacas
qualquer animal que os mostre deve ser avaliado para presença de arritmias.
Os sinais clínicos causados pelas arritmias devem-se à diminuição do débito cardíaco,
causadas por taquicardia, bradicardia e ritmos irregulares. Os sinais clínicos se desenvolvem quando a
perfusão cerebral e periférica está comprometida significativamente pelo resultado da baixa pressão
sanguínea. A taquicardia pode ser benéfica ou prejudicial dependendo da magnitude da taxa
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cardíaca. Com taxa cardíaca aproximadamente de 180 bpm pode levar a um aumento de débito
cardíaco. Com taxa cardíaca acima de 180 bpm em cães adultos o débito cardíaco começa a
diminuir pois a pausa entre batimentos é tão pequena que os ventrículos batem antes de estarem
completamente preenchidos com sangue. Se a taxa cardíaca excede 200 bpm o débito cardíaco
diminui drasticamente. Se a taquicardia se prolonga, falência cardíaca congestiva pode resultar numa
prolongada queda do débito cardíaco. Este mesmo mecanismo ocorre no caso de batimentos
prematuros. Quando o batimento prematuro descarrega os ventrículos muito rapidamente estes são
forçados a contrair antes que estejam completamente preenchidos com sangue, e assim a pressão
sanguínea cai. Estes efeitos na pressão sanguínea não são clinicamente significantes até começarem
a ocorrer frequentemente.
A bradicardia afeta o débito cardíaco porque o coração não bate com a freqüência
suficiente para manter a pressão arterial média num nível aceitável. Com uma taxa cardíaca baixa o
coração compensa bombeando mais sangue em cada batida devido ao tempo mais longo de
enchimento, mas a pressão sanguínea está frequentemente fixada num nível baixo. A pressão
sanguínea pode se adequar no momento de descanso, mas é inadequada durante exercício, onde
temos o agravamento dos sinais clínicos.
Durante o exame físico se dá a observação da ocorrência de algum tipo de arritmia, a
taquicardia, bradicardia e batimentos irregulares são notados no momento da auscultação ou
durante a palpação do pulso femoral.
Quando alguma anormalidade é detectada no exame físico, três importantes observações
clínicas devem ser feitas para auxiliar a sua pesquisa:
1.
Correlacionar a arritmia com a respiração. A influência respiratória no tônus vagal pode
causar aumento da taxa cardíaca durante a inspiração e diminuição durante expiração. Se
flutuações na taxa cardíaca podem ser correlacionadas positivamente com movimentos
respiratórios, podemos observar arritmia sinusal, que é uma variação normal do ritmo cardíaco
canino.
2.
Comparar taxa cardíaca e pulso femoral. Normalmente o pulso femoral ocorre após cada
batimento cardíaco. Algumas arritmias, como batimento prematuro e fibrilação atrial, causam
um déficit do pulso onde há mais batimentos que pulso femoral. Devemos ter em mente que
déficit de pulso é sinal de severa arritmia.
3.
Observação do pulso jugular no exame físico. Arritmias como batimento prematuro ventricular,
taquicardia e bloqueio completo causam pulso jugular. Nessas arritmias o ventrículo contrai
antes do átrio. No momento da contração atrial as válvulas atrioventriculares já estão
fechadas, e em vez de deslocar o sangue para os ventrículos, a contração atrial bombeia o
sangue de volta. Este movimento de bombeamento reverso é transmitido para a veia jugular
produzindo o pulso. Cães com fibrilação atrial tem pulso jugular por que eles estão em falência
de coração direito.
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Podemos classificar as arritmias baseado em dois esquemas:
CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DAS ARRITMIAS CARDÍACAS
Arritmias Sinoatriais
♦ Arritmia sinusal
♦ Sinus arrest e bloqueio sinoatrial
♦ Marcapasso migratório
♦ Taquicardia sinusal
♦ Bradicardia sinusal
Arritmias Ectópicas
♦ Arritmias supraventriculares
Batimentos prematuros atriais
Batimentos prematuros juncionais
Taquicardia atrial
Fibrilação atrial
Flutter atrial
Taquicardia juncional
♦ Arritmias ventriculares
Batimentos prematuros ventriculares
Taquicardia ventricular e dissociação atrioventricular
Fibrilação ventricular
♦
Ritmos de escape
Batimentos de escape juncional
Batimentos de escape ventricular
Distúrbios e Condução
♦ Bloqueio átrio-ventricular
Primeiro grau
Segundo grau
Terceiro grau (completo)
♦ Parada sinoatrial
♦ Bloqueio de ramos de feixe
Bloqueio de ramos de feixe direito
Bloqueio de ramos de feixe esquerdo
♦ Síndrome de Wolff-Parkinson-White
CLASSIFICAÇÃO DAS ARRITMIAS CARDÍACAS PELA TAXA CARDÍACA
Taquicardias
♦ Taquicardia sinusal
♦ Taquicardia atrial
♦ Fibrilação atrial
♦ Taquicardia juncional (às vezes)
♦ Flutter atrial
♦ Taquicardia ventricular (às vezes)
Bradicardias
♦ Bradicardia sinusal
♦ Parada sinoatrial
♦ Ritmos de escape ventricular
♦ Ritmos de escape juncional
♦ Bloqueio cardíaco completo
♦ Bloqueio átrio ventricular de segundo grau
♦ Sinus arrest (às vezes)
Arritmias com taxas normais
♦ Arritmia sinusal
♦ Sinus arrest (geralmente)
♦ Batimentos prematuros atriais
♦ Batimentos prematuros juncionais
♦ Batimentos prematuros ventriculares
♦ Taquicardia juncional (geralmente)
♦ Taquicardia ventricular (geralmente)
♦ Bloqueio átrio ventricular de primeiro grau
♦ Bloqueio átrio ventricular de segundo grau (geralmente)
♦ Bloqueio de ramos de feixe
♦ Síndrome de Wolff-Parkinson-White
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Cada arritmia deve ser diagnosticada corretamente para que o tratamento seja feito da
melhor forma, mas vale a pena lembrar que certas alterações são secundárias a diferentes processos
do organismo e que são revertidos conforme tratamento da causa de base. Normalmente temos
algumas condições que estão associadas com arritmias, conforme tabela abaixo.
Taquicardia sinusal
Fisiológica
Falência cardíaca congestiva
Desordens sistêmicas
Hipoxemia
Administração de drogas
Taquicardia atrial
Aumento atrial
Doença pulmonar
Administração de drogas
Fibrilação atrial
Cardiomiopatia
Insuficiência de mitral
Taquicardia ventricular
Cardiomiopatia
Insuficiência de mitral
Miocardites: trauma, toxemia, bacteremia, isquemia e drogas
Bradicardia sinusal
Fisiológica
Desordens sistêmicas
Hipoxemia
Drogas
Aumento de tônus vagal
Bloqueio sinoatrial
sinus arrest
e
Fisiológico
Drogas
Doença do seio doente
Aumento de tônus vagal
Condução
sinoventricular
Hipercalemia
Bloqueio
átrio
ventricular de 2º grau
e 3º grau
Fibrose miocárdica
Cardiomiopatia
hipercalemia
EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICOS
Devemos lembrar que todos os exames são complementares e o clínico terá uma perfeita
avaliação de seu paciente obtendo todos estes resultados, os quais aliados ao seu exame clínico
minucioso possibilitarão uma verdadeira posição diagnóstica e prognóstica.
Salientaremos aqui a indicação para cada um dos exames diagnósticos por imagem, já que
muitas vezes temos que saber escolher qual o mais indicado entre todos.
1. ELETROCARDIOGRAFIA
O eletrocardiograma é o exame diagnóstico de eleição e fornece a única maneira de identificar
positivamente uma arritmia. A anamnese completa e o exame físico permitem ao clínico fazer uma
suposição sobre qual arritmia está presente, mas isto não é suficiente. Os diferentes tipos de arritmias
são distintos em muitos aspectos incluindo o tratamento, assim erros no diagnóstico e tratamento
podem ser fatais, sendo assim o exame eletrocardiográfico é indispensável.
Podemos elencar aqui algumas de suas aplicações:
Diagnóstico exato da arritmia detectada na auscultação;
Dispnéia aguda;
Choque;
Síncopes e convulsões;
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Monitoração durante a após cirurgias;
Sopro cardíaco;
Cardiomegalia avaliado pela radiografia;
Cianose;
Avaliação do efeito dos fármacos utilizados para o tratamento das cardiopatias;
Distúrbios eletrolíticos;
Monitoração da pericardiocentese;
Doenças sistêmicas (miocardite tóxica = piometra, uremia, pancreatite, neoplasias ...);
Exames seriados como auxílio no diagnóstico e prognóstico das cardiopatias;
Rotina para animais geriátricos.
2. RADIOGRAFIA
O exame radiográfico é uma ferramenta importante na avaliação cardiovascular. Os
achados radiográficos não são consistentemente específicos o suficiente para levar a um diagnóstico
definitivo sem evidências clínicas, devendo-se ter muito cuidado com certos parâmetros e padrões
para interpretação dos resultados. Salientamos que radiografias de pouca qualidade são um
desperdício de tempo e dinheiro do cliente, além de levar a interpretações errôneas.
Podemos elencar aqui algumas de suas aplicações:
Caracterização de doenças pulmonares;
Detectar a fase da insuficiência cardíaca;
Avaliação de metástases pulmonares;
Auxílio no diagnóstico em casos de tosse, dispnéia, respiração ofegante, sopro cardíaco,
vômito/regurgitação e cianose;
Avaliação pré-anestésica;
Suspeita de choque elétrico;
Trauma grave;
Avaliação de rotina para pacientes geriátricos.
3. ECOCARDIOGRAFIA
A ecocardiografia é uma técnica recente e tornou-se um dos mais importantes auxílios
diagnósticos na avaliação das desordens cardíacas, sendo uma técnica complementar da
radiografia e não um substituto.
Podemos elencar agora algumas das suas indicações:
Avaliação das estruturas cardíacas quanto à espessura, formato e tamanho;
Avaliação das funções cardíacas;
Avaliação com o uso do Doppler da hemodinâmica;
Avaliação de massas extra-cardíacas e intra-torácicas;
Avaliação de efusões pericárdicas e pleurais.
Colocamos a seguir como ilustração algumas imagens de exames realizados.
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Animal: Labrador, macho castrado, 9 anos, com
diagnóstico de Bloqueio Átrio-ventricular II grau e
cardiomegalia e sob tratamento.
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Animal SRD, 12 anos, fêmea, castrada sem
tratamento, com aumento de coração
direito.
Na próxima edição iremos especificar cada uma das arritmias, seus aspectos principais e
informações relevantes.
Aguardem.
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