SOBECC comVocê no Bloco Operatório Informativo da SOBECC para Profissionais de CC, RA e CME Número 2 - abril / maio / junho - 2014 Assistência humanizada e de excelência na Saúde Pública destacam o HC da UC da UFG (GO) Entrevista Profª Drª Ligia Fahl Fonseca Na Prática Conceitos básicos de 1 esterilização em autoclave 2 Índice Agenda.............................................................5 HOSPITAL EM FOCo.....26 Congressos, eventos e cursos do setor Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás Associados...................................................6 2º Curso Virtual – Módulo II – Monitorização dos indicadores de processos SOBECC Informa........................................ 7 Na prática.................................................. 32 Conceitos básicos sobre esterilização a vapor saturado – autoclave Como publicar a pesquisa científica na Revista SOBECC e artigos selecionados da edição de Junho Opinião........................................................ .34 Giro de Notícias......................................8 Bem-Estar.................................................... 35 Destaques dos principais eventos do setor Benefícios da Aromaterapia no cuidado pessoal Entrevista.................................................. 10 Profa. Dra. Lígia Fahl Fonseca fala da imagem do Enfermeiro e mercado em geral Especial 9º Simpósio Internacional........................................12 Palestras, valores dos prêmios da Exposição de Pôsteres, inscrições e tema da festa de confraternização Profa. Dra. Simone Garcia Lopes reflete sobre a evolução das CMEs networking.............................................. 36 Presença da SOBECC no 15º Congresso Mundial de Esterilização Fora da Profissão............................... 38 Enfermeira encontra no Beach Tennis a forma para manter a qualidade de vida EXPEDIENTE SOBECC Diretoria da SOBECC - Gestão 2013-2015 Órgão oficial da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Presidente: Márcia Hitomi Takeiti • Vice-presidente: Lígia Garrido Calicchio • Primeira-secretária: Liraine Laura Farah • Segunda-secretária: Simone Garcia Lopes • Primeira-tesoureira: Simone Batista Neto Arza • Segunda-tesoureira: Mara Lúcia Leite Ribeiro • Diretora da Comissão de Assistência: Marcia Cristina Pereira • Membros da Comissão de Assistência: Mércia Pacheco e Edmilson Almeida • Diretora da Comissão de Educação: Giovana Abrahão de Araújo Moriya • Membros da Comissão de Educação: Tânia Regina Zeni • Maria Clara Padoveze • Diretora da Comissão de Publicação e Divulgação: Eliane da Silva Grazziano • Membros da Comissão de Publicação e Divulgação: Rachel de Carvalho • Ana Lúcia de Mattia • Diretora do Conselho Fiscal: Rosa Maria Pelegrini Fonseca • Membros do Conselho Fiscal: Mariângela Belmonte Ribeiro e Kátia Aparecida Ferreira de Almeida • Diretora da Comissão e Eventos Regionais: Andrea Alfaya Acunã. Comissão de Publicação e Divulgação - Diretora: Drª Eliane da Silva Grazziano (Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR) • Membros: Drª Rachel de Carvalho (Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein – FEHIAE) e Drª Ana Lúcia de Mattia (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG) Equipe Técnica – Coordenação: Sirlene Aparecida Negri Glasenapp • Redação: Andrea Fagundes (MTb 40.376) • Edição: Evelina Fyskatoris (MTb 46.219) • Projeto Gráfico: Reinaldo Andreatta • Produção Gráfica: Randreatta Design • Secretária: Maria Elizabeth Jorgetti • Claudia Martins Stival • Tiragem: 6.000 exemplares • Impressão: Editora Referência Ltda. A SOBECC com Você é uma publicação trimestral da SOBECC, dirigida a profissionais de Enfermagem do Bloco Operatório, com o objetivo de divulgar notícias, eventos, cases, boas práticas de assistência à saúde, ideias, opiniões e lançamentos de produtos para área. A reprodução parcial ou total de qualquer matéria desta edição só é permitida mediante autorização. Rua Vergueiro, 875, conj. 64, Liberdade, CEP 01504-001, - São Paulo, SP CNPJ: 67.185.215/0001-03 Fone: (11) 3341-4044 [email protected] www.sobecc.org.br 3 editorial Construção da competência Realizar a gestão dos cuidados, dos profissionais e dos recursos. Essas são as principais funções do Enfermeiro do Bloco Operatório, visando a garantia da segurança do paciente, o controle das infecções e a prevenção dos eventos adversos. As competências desse profissional estão diretamente associadas ao conhecimento tecnológico e às boas práticas mundiais da assistência no bloco operatório. Entendemos que os avanços das tecnologias e as exigências de cuidados de saúde mais seguros demandam atualizações constantes. Por isso, a SOBECC investe fortemente em iniciativas teórico-práticas como forma de fomentar o conhecimento em prol à segurança e da qualidade assistencial. Com esse caráter, está chegando o 9º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Preparamos para você uma programação de alta qualidade. Mais de 20 palestrantes, nacionais e internacionais, levarão para debates as tendências e desafios de nosso setor, bem como compartilharão o que o mundo está fazendo de melhor em processos de esterilização, em controles de infecção e em sistemas de qualidade de CME. A sua participação nessas discussões é fundamental para o desenvolvimento profissional dentro das organizações de Saúde a fim de fortalecer cada vez mais a importância de nosso papel perante a sociedade, como profissionais que contribuem diretamente para qualidade da assistência à Saúde no País. Aproveite o nosso valor promocional para inscrição no evento. Veja esta e outras informações na matéria que trata o 9º Simpósio Internacional. 4 Convidamos você a conferir outros destaques desta edição, como a notícia sobre a apresentação do Módulo I – Conceitos básicos de esterilização, do Curso Virtual, realizado no dia 27 de maio; o artigo da Profª Simone Garcia Lopes, que traz uma reflexão da evolução das Centrais de Material e Esterilização; a entrevista com a Profa. Dra. Lígia Fahl, que fala da imagem do Enfermeiro. Leia, ainda, em Hospital em Foco, a experiência do HC-UFG (GO) na assistência humanizada e de excelência na Saúde Pública; e uma matéria com uma profissional que, fora da Enfermagem, encontrou na prática do Beach Tennis a forma para aumentar a sua saúde e qualidade de vida. Por fim, reforçamos nosso prazer em encontrar você no 9º Simpósio Internacional. Estamos esperando por você. Boa leitura! Márcia Hitomi Takeiti Presidente da SOBECC Nacional 9º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Hospitalar Data: 17 a 20 de Setembro de 2014 Local: Palácio das Convenções do Anhembi - São AGENDA Paulo, SP Informações: www.sobecc.org.br 15º Congresso Mundial de Esterilização WFHSS Data: 15 a 18 de Outubro de 2014 Local: Praga, República Tcheca Informações: www.wfhssprague2014.com Curso Online - Apenas para Associados à SOBECC Módulo II - Monitorização (Parâmetros Físicos, Químicos e Biológicos) Data: 24 de julho de 2014 Horário: 18h30 XIV Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Data: 19 a 22 de Novembro de 2014 Local: Expo Unimed Curitiba - Curitiba, PR Informações: www.abev.com.br/ controledeinfeccao 5 ASSOCIADOS Curso Virtual – Módulo II será realizado dia 24 de julho No dia 24 de julho, será ministrado o Módulo II – Monitorização (Parâmetros Físicos, Químicos e Biológicos) do Curso Virtual, organizado pela SOBECC. O módulo será transmitido ao vivo pela Internet e apresentado pelo engenheiro Paulo Roberto Laranjeira, da Orion Consultoria e Engenharia, que abordará os tipos e as características de cada indicador de processo e como eles ajudam a garantir a esterilização. Próximo da data do evento, a SOBECC divulgará o link para inscrição e horário da apresentação. No dia do curso, os participantes poderão interagir com o especialista, enviando perguntas por meio do chat. O Curso Virtual – Módulo III – Qualificação do equipamento de esterilização está marcado para o dia 28 de agosto. Anote na sua agenda! 6 SOBECC INFORMA Revista SOBECC muda para promover o progresso da ciência A Revista SOBECC, publicada desde 1996, iniciou uma nova fase. A publicação passou por alterações gráficas e editoriais para se adequar às normas de um periódico científico a fim de elevar a qualificação dentro dos indexadores nacionais e internacionais. A edição nº1 de 2014 já está circulando nesse novo formato, apresentando novas pesquisas em Enfermagem. A iniciativa foi um importante passo da Associação na promoção do progresso da ciência. A Revista Científica SOBECC de junho traz para você os seguintes resultados de estudos: • Infusão venosa aquecida relacionada à prevenção das complicações da Hipotermia Intraoperatória; • Análise entre o tempo cirúrgico e as variações da temperatura e umidade em Sala de Operação; • Processamento de artigos rara Terapia Ventilatória; • Atuação do Enfermeiro na estruturação e implantação de uma Sala Operatória Híbrida; • Cirurgias Seguras: elaboração de um instrumento de Enfermagem Perioperatória; • Presença de familiares durante a indução anestésica de crianças; • Avaliação da cultura de segurança do paciente em Centro Cirúrgico; e • Hipotermia Acidental: implicações para os cuidados de Enfermagem no transoperatório. Publique sua pesquisa Para quem segue no universo da pesquisa, a publicação dos resultados em periódicos científicos bem classificados só vem acrescentar à carreira. Você, que é autor de pesquisas e pretende submeter os resultados à Revista SOBECC, confira abaixo as normas de publicação, que foram atualizadas. Lembre-se de que seu trabalho deve atender aos seguintes fundamentos básicos: rigor teórico e metodológico e contribuição de valor. Os temas devem estar relacionados com as áreas de Enfermagem Perioperatória, Enfermagem Cirúrgica, Enfermagem em Centro Cirúrgico (CC), Recuperação Anestésica (RA) ou Centro de Material e Esterilização (CME). A seleção dos trabalhos fica a critério do Conselho Editorial, que leva em conta a relevância para a prática, a clareza e a coerência dos dados, evitando, ainda, a redundância no conteúdo. Para publicação são aceitos trabalhos desenvolvidos por Enfermeiros, outros profissionais da saúde e discentes de cursos de graduação e de pós-graduação em Enfermagem. Os manuscritos devem ser enviados com exclusividade à Revista SOBECC e estar de acordo com as normas de publicação divulgadas no site da SOBECC: www.sobecc.org.br Os artigos publicados passaram a ser oito por revista. A Associação já está recebendo as pesquisas para a edição nº 3, que veiculará em setembro. A Revista SOBECC (Rev. SOBECC), ISSN 14144425, é uma publicação oficial de divulgação técnico-científica da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC), sendo publicada trimestralmente, com a finalidade de divulgar a produção científica da Enfermagem nas áreas de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. 7 GIRO DE NOTÍCIAS Congresso AORN - Chicago (Illinois, EUA) A diretora da Comissão de Assistência da SOBECC, Marcia Cristina Pereira, representou a entidade na 63ª edição do Congresso AORN, considerado um dos maiores eventos da área de Enfermagem Perioperatória. O evento foi realizado entre 30 de março e 2 de abril de 2014, em Chicago, Illinois (EUA), e reuniu mais de cinco mil participantes, entre eles, Profª Drª Rachel de Carvalho da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (FEHIAE) e membro da Comissão de Publicação e Divulgação da Revista Científica da SOBECC. De acordo com a diretora, os debates tiveram foco em liderança, segurança do paciente e inovação. “Foi muito interessante perceber que o Brasil possui tecnologia e atendimento de enfermagem de alto nível. Porém, precisamos amplificar e divulgar o trabalho que fazemos”, assinala Marcia. O Brasil teve representação importante na exposição de Pôsteres, com mais de dez trabalhos científicos expostos. Rachel de Carvalho e Marcia Cristina Pereira, da diretoria da SOBECC INFECON - Guarujá (SP) Entre 3 a 5 de abril de 2014, ocorreu a 3ª edição do Congresso Internacional de Prevenção de Infecção (INFECON), no Hotel Sofitel Jequitimar, no Guarujá (SP), com organização e realização da 3M do Brasil. O evento tratou de temas relevantes, como a resolução RDC-15 para Centros de Material e Esterilização (CME), e contou com a presença de importantes especialistas nacionais e internacionais. A presidente da SOBECC, Márcia Hitomi Takeiti, além de representar a Associação no evento, foi moderadora da mesa-redonda “Práticas de controle de infecção – o papel das associações e sociedades de classe”, que abordou o tema cirurgia segura com foco em prevenção de infecção (RDC 36) e rótulos do processo de esterilização. Da esquerda para a direita, Andréa Alfaya Acunã, Giovana Abrahão de Araújo Moriya e Ana Tércia Barijan, da SOBECC, Luiz Carlos Fonseca e Silva, da ANVISA, Virginia Godoy, da UERJ, e Paulo Roberto Laranjeira, da Orion CE. 8 1º Congresso Paulista de Enfermagem - São Paulo (SP) No Palácio das Convenções do Anhembi (SP), entre 23 e 26 de abril de 2014, foi realizado o 1º Congresso Paulista do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP). Membros da diretoria da SOBECC Nacional realizaram o workshop “O avanço tecnológico no Atendimento Transoperatório visando à segurança do paciente: prevenção de infecção de Sítio Cirúrgico”. A apresentação foi realizada por meio de aula teórica, seguida de demonstração prática das oficinas, divididas em quatro estações: Admissão do paciente em Sala Operatória e assistência de enfermagem na Anestesia; Posicionamento cirúrgico; Contagem de compressas, descarte de material perfurocortante e registro de espécime para anatomia patológica; e Assistência de enfermagem na Sala de Recuperação Pós-anestésica. O workshop foi ministrado pelas comissões e membros da diretoria da SOBECC, respectivamente, Rosa Maria Peligrini Fonseca e Mariangela Belmonte Ribeiro; Giovana Abrahão de Araújo Moriya; Comissão de Assistência, Márcia Cristina Pereira, Mércia Pacheco e Edmilson Almeida; Simone Batista Neto Arza e Maria Lúcia Leite Ribeiro; e Liraine Laura Farah. Estação nº 3: Fase intraoperatória pós-incisão cirúrgica até fechamento e curativo V Seminário de Esterilização Porto Alegre (RS) Da esquerda para a direita, Andréa Alfaya Acuña, da SOBECC Nacional, Luiz Carlos O V Seminário de Esterilização e Controle de Infecção da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, foi realizado nos dias 24 e 25 de abril de 2014, no Anfiteatro Hugo Gerdau. A diretora da Comissão de Eventos Regionais da SOBECC, Andréa Alfaya Acunã, realizou a palestra “O perfil do profissional do Centro de Material e Esterilização está mudando”, abordando liderança, competências, como atuar em equipe, os desafios futuros neste setor e a importância das atividades nele desenvolvidas. Fonseca e Silva, da Anvisa, e Carmen Pozzer, da Santa Casa de Porto Alegre. 8º Congreso Panamericano de Esterilización - Santa Cruz (Bolívia) Kátia Aparecida Ferreira de Almeida, membro do Conselho Fiscal da SOBECC Nacional, representou a entidade na primeira edição do Congresso Internacional de Esterilização e Centros Cirúrgicos, em 3 de junho, e no 8º Congresso Panamericano de Esterilização, realizado entre 4 e 6 de junho de 2014, em Santa Cruz, na Bolívia, onde ministrou a palestra “Modelo de garantia de qualidade aplicado à produção e serviços de gestão de esterilização”. Kátia Aparecida Ferreira de Almeida, da SOBECC 9 ENTREVISTA Lígia Fahl Fonseca “Por meio do desenvolvimento de competências e de postura, o Enfermeiro Perioperatório pode, a todo momento, dar visibilidade a seu trabalho junto ao paciente, à família e à equipe (...) Quero formar profissionais para criarem um mercado não existente (...) O sucesso, para mim, é a realização interior de que aquilo que se faz é importante, é essencial, é o melhor que consigo realizar” Mestre em Informática em Enfermagem pela Frances Payne Bolton School of Nursing – Case Western Reserve University – e Doutora em Enfermagem com foco em Comunicação pela USP, Lígia Fahl Fonseca faz parte do time de apaixonados inquietos pela profissão que têm o grande desafio de dar mais visibilidade à atuação do Enfermeiro. Lígia é docente da graduação em Centro Cirúrgico, SRA e CME há 25 anos. Em entrevista para a SOBECC, Lígia fala sobre seus desafios profissionais, sobre a imagem do Enfermeiro e o mercado de trabalho. O que é ser Enfermeira? Minha decisão de ser Enfermeira aconteceu de maneira um tanto inocente, porém, definitiva, quando aos 12 anos fiquei doente a caminho de casa após a escola e ninguém me ofereceu ajuda. Decidi ali mesmo que buscaria ter uma atitude diferente, optei pela Enfermagem e nunca me arrependi. Acredito no que faço, penso que a boa Enfermagem é maravilhosa, essencial, quando exercida em sua plenitude. Com competência e postura, ela tem o dom de poder impactar a vida de uma pessoa, uma família, uma comunidade. Nessa altura de minha vida profissional, considero, de verdade, que meu papel é replicar, não conhecimento, mas atitude entre meus alunos. Dessa forma, possivelmente impactar um maior número possível de pessoas. Minha reflexão é que 10 não formo profissionais para o mercado, quero formar profissionais para criarem um mercado não existente. Como avaliar a imagem do Enfermeiro Para mim, vem sendo um ponto de honra questionar e buscar implementar ações para dar mais visibilidade às ações do Enfermeiro. Nossa invisibilidade nos impede a não de receber um status mais coerente, mas, principalmente participar dos rumos das ações referentes ao cuidado à Saúde no Brasil. Por meio do desenvolvimento de competência, em primeiro lugar e, segundo, de postura, o Enfermeiro Perioperatório pode, a todo momento, dar visibilidade a seu trabalho junto ao paciente, à família, à equipe, à direção das instituições e ao Governo. Precisamos ainda ter ações intencionais para divulgar as possibilidades da Enfermagem junto a um contingente muito grande de alunos com potencial para trazer um novo patamar à categoria no Brasil. Isso já é feito no exterior. Os headhunters buscam nas escolas os melhores alunos, divulgam, esclarecem e propõem a Enfermagem como uma profissão desafiadora, criando assim uma nova imagem. Para ser mudada, só consigo ver encontros da sociedade com Enfermeiros competentes e com postura, complementados com ações de visibilidade. Como cita a renomada Suzanne Gordon, precisamos sair – “From Silence to Voice”. Qual é sua avaliação sobre o mercado em geral de Enfermagem no Brasil? Estamos cientes de nossa história e de que nossa prática não está dissociada do contexto social, político, econômico e do estreito relacionamento com o papel da mulher na sociedade. Também temos consciência de que a imagem do Enfermeiro foi e é construída nesse trajeto, cujos processos de comunicação têm fundamental importância em sua produção e propagação. Minha postura pessoal, entretanto, é de que a Enfermagem tem tido um caminhar e vem se transformando. Ainda não é com a rapidez necessária, com a abordagem correta e com a profundidade requerida. Com um corpo de trabalho ainda fragmentado, não qualificado adequadamente, extenuado por múltiplos empregos e baixa remuneração, ainda assim, ouso dizer que caminhamos. E muito. Mas, precisamos de mais reconhecimento e avançar para um quantitativo de Enfermeiros que possibilite uma atuação mais ampla no cuidado direto ao paciente, com remuneração compatível. Esta é uma luta da maior importância. SN: Em relação à área de CME, CC e RPA, qual é o cenário hoje? Há bolsões de excelência, com aporte de recursos materiais e humanos, com programas de educação continuada, acesso à tecnologia, mas, infelizmente, na maioria das instituições, a proporção de Enfermeiros exclusivos em RPA ou CME está muito aquém da necessidade. Por exemplo, em 2012, por meio do Grupo de Pesquisa em Enfermagem Perioperatória, fizemos um levantamento com 29 instituições de Saúde em municípios no Norte e Noroeste do Paraná, que realizavam cirurgias de médio e até grande porte. Ficamos assustados ao detectar que somente dez hospitais possuíam Sala de Recuperação Anestésica, e desses, apenas seis contavam com um enfermeiro alocado em RPA. E esta é uma realidade, com certeza, partilhada pelo grande percentual de instituições no interior do Brasil. O que encontramos nessa pequena investigação, certamente, é uma sombra do que ocorre no restante do País. Há espaço, muito espaço e muita necessidade para a atuação de profissionais com competência em enfermagem perioperatória. Precisamos de movimentos que tornem obrigatória a presença de enfermeiros em CME e RPA em instituições com programação cirúrgica. Não opcional. Obrigatória. Que orientação dar aos profissionais e aqueles que desejam atuar em CME, CC e RPA para alcançarem uma carreira de sucesso? Enfermagem Perioperatória representa um universo de conhecimento amplo, requerendo competências e habilidades muito específicas. O primeiro requisito é que o profissional, aluno, residente seja responsável por seu próprio conhecimento, utilizando-se e lançando mão de oportunidades, buscando por si só informações e experiências que faltam em seu repertório. Observo, como educadora ao longo de tantos anos, que o aluno que tem garra para buscar, questionar, debater, aprofundar as questões apesar e a despeito da qualidade do curso em si, escrevem sua história e destacam-se na Enfermagem Perioperatória. Ressalto, no entanto, que as oportunidades devem ser aproveitadas, criá-las quando não existem, ir além do esperado e investir no conhecimento. Tudo isso é o que diferencia as perspectivas de uma carreira de sucesso. O sucesso, para mim, não representa a ocupação de cargos de prestígio. É a realização interior de que aquilo que se faz é importante, é essencial, é o melhor que consigo realizar. O que ou quem lhe traz inspiração para seu trabalho? Encontrar pessoas com garra, com paixão e determinação para reescrever suas histórias. Tenho tido alunos que entram na Enfermagem sem perspectivas, às vezes, são os excluídos sociais que topam o desafio de investir em alvos elevados e 11 ENTREVISTA têm um crescimento vertiginoso. Isso me inspira, motiva-me, faz com que sinta que nossa vida vale a pena. Minha família, meus filhos, meu marido que participam de minha vida com perguntas e reflexões importantes, pois não permitem que eu me contente com o pouco, desafiando-me constantemente a fazer melhor. Quais são as suas perspectivas para este ano? Acredito que palavras são instrumentos, experiências diversas são tijolos e traçar alvos elevados em termos de educação são alavancas para formar profissionais mais comprometidos, com uma dose de realidade e inconformismo para que possam ousar e mudar a pequena 12 ou a grande esfera onde estiverem quando profissionais. Assim, consolidar ainda mais o programa de residência em Enfermagem Perioperatória é um dos meus alvos para este ano. O outro, com certeza, é prosseguir nas pesquisas, estudos e, principalmente, na divulgação dos resultados das pesquisas relacionadas à sede perioperatória. Um dos objetivos é implantar a mensuração da sede na Sala de Recuperação Anestésica como o ‘sexto sinal vital’, denominado de Protocolo de Segurança para o Manejo da Sede (PSMS). O foco é estudar e compreender melhor a sede da criança cirúrgica, do idoso e da gestante. Há muito trabalho pela frente. especial 9º simpósio Está chegando o grande encontro de Enfermeiros do Bloco Operatório Faltam apenas três meses para a realização do 9º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, um dos maiores da área de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. O evento fomenta discussões e propicia troca de conhecimento sobre as melhores práticas e a excelência do trabalho no segmento, e reúne estudantes de graduação, enfermeiros e técnicos de Enfermagem, instrumentadores cirúrgicos, especialistas e fornecedores de tecnologias inovadoras de todo o mundo. Promovido e organizado pela Associação Brasileira de Enfermeiros de CC, RA e CME (SOBECC), o simpósio será realizado de 17 a 20 de setembro, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo. O tema central do 9º Simpósio será “Inovação e Liderança: os rumos da Enfermagem no Centro de Material e Esterilização”, e os debates serão enriquecidos com as apresentações de trabalhos por renomados palestrantes nacionais e internacionais, que você pode conferir nas páginas 18 a 23. Embora tenham muito interesse, nem todos os profissionais possuem disponibilidade para acompanhar o evento por completo. Para atender a uma antiga reivindicação de muitos Enfermeiros, a SOBECC disponibiliza nesta edição o credenciamento para apenas um dia do 9º Simpósio, que está disponível no site e também poderá ser realizado na secretaria do evento. No dia 17, lembramos que os interessados deverão realizar a opção por um dos cursos de seu interesse. Já os participantes que se inscreverem para os dias 18, 19 ou 20 poderão acompanhar toda a programação cientifica e se inscrever em Simpósios-Satélite que serão realizados pelas empresas expositoras. Os estudantes de graduação em Enfermagem (Grupos acima de 10 pessoas sem necessidade de 13 pertencer à mesma instituição) poderão realizar a inscrição com desconto de 30% para acompanhar o evento. No entanto, é imprescindível encaminhar o comprovante de matrícula referente ao ano de 2014 à SOBECC, pelo e-mail: [email protected]. inscrição do evento. Para não associados, a filiação para obter descontos para o simpósio e outros benefícios é muito simples. Basta efetuar o cadastro pelo site www.sobecc.org.br, clicando na opção SEJA SÓCIO DA SOBECC. Os associados à SOBECC obtêm descontos especiais. Vale lembrar que todos os associados inscritos devem se credenciar em pelo menos um curso pré-simpósio, cujo valor já está incluído na taxa de Faça o quanto antes a inscrição para participar da 9ª edição do Simpósio Internacional de Esterilização. Reserve já a sua vaga! Acesse o link: http://itarget.com.br/newclients/siecih2014/ Premiação dos trabalhos científicos O 9º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde contará com a Exposição de Pôsteres. Os trabalhos selecionados pela Comissão Julgadora serão apresentados pelos seus respectivos autores na plenária, no dia 20 de setembro de 2014, a partir das 12h. Como forma de incentivar a produção científica nacional em CC, RA e CME, a SOBECC premiará os três melhores trabalhos de acordo com a relevância do tema, clareza na apresentação, originalidade, método, resultados e conclusão. Veja ao lado os valores para os Pôsteres premiados, este ano. Não perca esta chance de divulgar sua produção científica! 1º Lugar, R$ 4.000,00 2º lugar, R$ 3.000,00 3º lugar, R$ 2.000,00 Requisito para envio dos trabalhos: pelo menos um dos autores deverá estar inscrito no 9º Simpósio Internacional de Esterilização Passagens, Hospedagem e transfer Para mais informações sobre hospedagem, reservas, formas de pagamento e condições gerais, entrar em contato com a Master Turismo (www.masterturismo.com.br), pelo telefone (11) 2122-0570, ou pelo e-mail: [email protected]. 14 Tabela de valores para participação no evento: Cursos do pré-simpósio. Os inscritos no 9º Simpósio Internacional deverão se cadastrar em um dos cursos pré-simpósio de interesse (VAGAS LIMITADAS). INSCRIÇÃO PARA APENAS UM DIA DO 9º SIMPÓSIO NOVO Os interessados em participar apenas um dia do 9º Simpósio Internacional também poderão se inscrever em um simpósio-satélite de preferência (VAGAS LIMITADAS). Formas de pagamento: Cartão de Crédito (Visa e Mastercard) Boleto bancário 15 Já estamos em contagem regressiva para o nosso grande encontro. Confira a grade de palestras científicas e programe desde já sua agenda para acompanhamento das apresentações, visitação da Exposição Tecnológica e networking com profissionais de Enfermagem de todo o país. 16 Palestrantes Motivacionais Bruna Gasgon “O Sucesso através dos Sete Pecados Capitais” Quebrar paradigmas, melhorar o desempenho no trabalho e na vida, adaptação a mudanças, destruir a préprogramação para o fracasso, conquistar qualidade de vida, desenvolvimento pessoal e profissional. O desejo de ser bem sucedido. Paixão e motivação fazem a diferença. Estabelecer metas impossíveis. Auto-estima/imagem/confiança/conhecimento. Roberto Patrus “A Arte da Felicidade no Trabalho” A partir da felicidade como finalidade da ética, a valorização da individualidade e a participação na comunidade, por meio da necessária interação entre ser feliz e fazer feliz. Oportunidade de reflexão sobre a maneira como tem conduzido sua vida e os valores que norteiam as suas decisões em busca de sua realização pessoal e profissional. 17 PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA 17 de setembro de 2014 (quarta-feira) 12h-13h30 Entrega de material e atendimento a novas inscrições CURSOS PRÉ-SIMPÓSIO 14h-16h Auditório 1 Auditório 2 Teste de funcionalidade de sistema de Processamento de Endoscópio barreira estéril (teórico-pratico). Palestrante: Anke Carter (Alemanha) Palestrante: Patrícia Maria Telheiro Abib (São Paulo) Eva Streit (Alemanha) Auditório 4 Auditório 9 Aplicabilidade teórico-prática de uma Microbiologia aplicada à prática: limpeza, ferramenta para dimensionamento em CME desinfecção e esterilização Palestrantes: Denise Demarzo Dinâmica prática de higienização das mãos (São Paulo) Palestrante: Adriana Cristina de Mércia Pacheco (São Paulo) Oliveira (Minas Gerais) 16h30-17h Cerimônia de abertura 17h-18h30 Conferência de abertura – “O Sucesso através dos Sete Pecados Capitais” Palestrante: Bruna Gasgon (São Paulo) 18h30 Coquetel de boas-vindas e inauguração da Exposição Tecnológica 18 18 de setembro de 2014 (quinta-feira) 7h30-8h30 Entrega de material e atendimento de novas inscrições GRANDE AUDITÓRIO 8h45-9h45 Sistemas de qualidade em CME Palestrante: Jean-Marc Legentil (Canadá) 9h45-10h30 Intervalo Coffee Break 10h30-11h45 A Interface entre o Bloco Operatório, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e a Gerência de Risco – fatores determinantes da qualidade da assistência no Bloco Operatório Palestrante: Sandra Marcia Alves Medeiros (Rio de Janeiro) Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Palestrante: Cláudia Valone Silva (São Paulo) Gerência de Risco Palestrante: Vera Lucia Borrasca (São Paulo) 11h45-12h30 O uso do Adenosina Trifosfato (ATP) para monitorar a eficácia da limpeza de produtos para saúde Palestrante: Michele Alfa (Canadá) 19 12h30-13h30 Apresentação Simpósios-Satélite 13h30-14h30 Almoço 14h30-15h15 Desinfecção de transdutores intracavitários: o que há de novo? Palestrante: Mirian de Freitas Dalben Corradi (São Paulo) PROGRAMAÇÃO PARALELA AUDITÓRIO 9 15h15-16h Desafios do monitoramento dos processos de esterilização a vapor Palestrante: Richard Bancroft (Inglaterra) GRANDE AUDITÓRIO 15h15-16h O papel do Enfermeiro na assistência à anestesia Palestrante: Twilla Shrout (EUA) 16h-16h45 Tecnologia da Informação: coadjuvantes na Gestão do CME Palestrantes: Simone Batista Neto (São Paulo) Alessandra Rosetti (Itália) 16h45-17h15 Intervalo 17h15-18h30 Desafios do monitoramento de esterilização: da legislação à aplicação prática Esterilização a Vapor Palestrante: Paulo Roberto Laranjeira (São Paulo) 20 Esterilização a Baixa temperatura (Ozônio/ETO) Palestrante: Rafael Queiroz Souza (São Paulo) 18h30 Encerramento das atividades 19 de setembro de 2014 (sexta-feira) GRANDE AUDITÓRIO 8h30-10h Garantia do nível de segurança de esterilidade Ameaças atuais para alcançar o nível de segurança de esterilidade: há soluções técnicas? Palestrante: Kazuko Uchikawa Graziano (São Paulo) O impacto da umidade excessiva sobre a garantia do nível de segurança de esterilidade Palestrante: Duygu Percin (Turquia) 10h-10h45 Coffee break 10h45-11h30 Desinfecção de alto nível ou esterilização de endoscópios: o necessário, o bom e o suficiente Palestrante: Dirceu Carrara (São Paulo) 11h30-12h30 Estrutura Física do CME: como projetar o Centro de Material e Esterilização seguindo as recomendações da RDC 15 Palestrante: Rosa Maria Pelegrini Fonseca (São Paulo) Aspectos da estrutura física relacionados à vigilância sanitária Palestrante: Isaura Cristinah Soares Del Miranda (São Paulo) 21 Convite para o Jantar de Confraternização com preço promocional para os associados SOBECC. Confira os valores: 12h30-13h30 Apresentação Simpósios-Satélite 13h30-14h30 • Congressista associado....................................... R$ 40,00 • Congressista não associado.............................. R$ 70,00 • Acompanhante...................................................... R$ 80,00 Vale lembrar que cada participante tem direito a apenas um convite para acompanhante. Almoço 14h30-15h20 Validação de limpeza manual Palestrante: Anke Carter (Alemanha) 15h20-16h20 Utilização da Metodologia Lean: desmistificando aplicações reais para o CME Palestrante: Jonh Kimsey (Canadá) GRANDE AUDITÓRIO 16h20 -17h Estratégias de capacitação do profissional em CME Palestrante: Jeane Aparecida Gonzalez Bronzatti (São Paulo) Programação Paralela Auditório 9 16h20-17h Método fácil para o controle de rotina para a limpeza de dispositivos complexos? Palestrante: Klaus Roth (Alemanha) 17h Encerramento 21h - Confraternização Comece a preparar o seu traje. Os participentes do 9º Simpósio da SOBECC têm um encontro marcado, no dia 19 de setembro, às 21h, no Hall Nobre 2, do Palácio das Convenções do Anhembi. Não perca esse momento reservado para diversão e muita descontração. Neste ano, o tema será Sertanejo. 22 20 de setembro de 2014 (sábado) 9h-9h30 Coffee break 9h30-10h15 Novas tendência para desinfecção de superfícies Palestrante: Maria Clara Padoveze (São Paulo) 10h15-11h Tratamento de materiais explantáveis: polêmica do descarte de resíduos 11h-12h Ética e felicidade no trabalho Palestrante: Roberto Patrus (Minas Gerais) 12h-12h45 Apresentação dos trabalhos premiados 12h45 Encerramento do evento Palestrante: Luiz Carlos Fonseca e Silva (Brasilia) 23 Exposição Tecnológica Mais de 60 empresas estão confirmadas para a Exposição Tecnológica do 9º Simpósio Internacional, que apresentarão suas inovações para o setor www.3albe.com.br www.3m.com.br www.amcor.com www.cipamed.com.br www.edlo.com.br www.hstrattner.com.br www.mucambo.com.br www.ortosintese.com.br www.lifemed.com.br www.steris.com 24 www.protdesc.com.br www.cnph.com.br www.sercon.ind.br www.medsteril.com.br www.sispack.com.br www.newmed.com.br www.h-tech.com.br www.wolfcomercial.com.br www.fami.com.br www.dipromed.com.br www.psicobox.com.br www.vp-group.de www.lifetex.com.br www.portal.cremer.com.br www.nktech.com.br www.lanco.ind.br www.cei-brasil.com www.zammi.com.br www.labor-medica.com.br www.cosmoderma.com.br www.mackmedical.com.br www.cincocirurgica.com.br www.cisabrasile.com.br www.panmedica.com.br www.quinelato.com.br www.maquet.com.br www.flexor.ind.br www.sterilex.com.br www.nos-brasil.com.br www.planitrade.com.br www.humansp.med.br www.biotechospitalar.com.br www.andreoli.com.br www.BiocomTec.com.br www.polarfix.com.br www.profilatica.com.br www.partners.com.br www.bbraun.com.br www.rioquimica.com.br www.stericontrol.com.br www.indalabor.com.br www.endoclear.com.br www.labnews.ind.br www.medclean.com.br www.getingegroup.com www.celmat.com.br www.minasmedical.com.br www.rossmedical.com.br www.baumer.com.br www.dexcar.com.br www.medical-action.com www.oleak.com.br www.gabmed.com.br www.zermatt.ind.br 25 hospital em foco HC - Hospital das Clínicas da UFG de Goiás (GO): assistência humanizada e de excelência na Saúde Pública Passado e presente: entrada atual do HC (esq.) e fachada do prédio na década de 1960 Fundado em 23 de fevereiro de 1962, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), em Goiânia (GO), foi um dos primeiros dedicados à Saúde Pública do Estado. Na época, contava com 60 leitos, 67 funcionários e as clínicas Médica, Cirúrgica e Ortopédica. O atendimento à comunidade era universal e, principalmente, dirigido aos usuários não amparados pelo Seguro Previdenciário. Após a promulgação da Constituição de 1988, o HC-UFG manteve seu caráter público e segue contribuindo ativamente para a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de Goiás e no Município de Goiânia. Hoje, o HC-UFG é o principal Hospital Público do Estado de Goiás, com 262 leitos para internações clínicas e cirúrgicas, e prestação de serviços ambulatoriais a usuários de diversas regiões brasileiras, em especial, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. 26 Excelência tecnológica O HC-UFG destaca-se nacionalmente no tratamento de Ortopedia, Oftalmologia, Urologia, Dermatologia, UTI Neonatal e nas pesquisas sobre Células-tronco, Reprodução Humana e Epilepsia. Possui o Centro de Referência em Oftalmologia (CEROF), o Núcleo de Neurociências, no qual está inserido o Centro de Referência no Tratamento e Pesquisa em Epilepsia (CERTEPE), e o Laboratório de Reprodução Humana, referência no tratamento e pesquisas de infertilidade e reprodução assistida. Conta ainda com o Centro de Referência no Tratamento da Doença de Chagas. Em 2009, o HC-UFG integrou o Projeto RUTE Rede Universitária de Telemedicina, que reúne outras unidades de Saúde por meio da utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação, utilizadas para realizar o Pré-Diagnóstico à Distância, a pesquisa e a educação continuada. O HC-UFG está equipado com modernos equipamentos para a realização de exames de diagnóstico, que permitem oferecer resultados de alta qualidade e resolução. Formação Profissional Certificado como Hospital de Ensino conforme a Portaria Interministerial MEC/MS nº 1.838//09, o HCUFG exerce um papel importante na formação de profissionais de Saúde no Estado de Goiás, por meio de estágios curriculares (em nível médio, superior, especializações Lato e Stricto Sensu) e extracurriculares, residências médicas (Anestesiologia, Cirurgia Geral, Angiorradiologia e Cirurgia Vascular, Cirurgia do Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Urologia, Cardiologia, Clínica Médica, Endocrinologia, Hematologia, Nefrologia, Pneumologia, Reumatologia, Medicina Tropical e Infectologia, Dermatologia, Obstetrícia e Ginecologia, Mastologia, Cirurgia Plástica, Patologia, Radiologia, Pediatria, Nefropediatria, Psiquiatria) e multiprofissional. Em 2013, proporcionou o desenvolvimento das habilidades e competências teórico-práticas a 271 residentes e 1.840 estudantes dos diversos níveis de formação. Em 2014, a meta é a formação de 299 residentes. Extensão e pesquisa Por meio das atividades de extensão, o HC-UFG forma cidadãos comprometidos com a sociedade na qual vivem e profissionais que respeitem os direitos, a subjetividade e a cultura dos usuários. O hospital atua em projetos envolvendo a comunidade interna e externa ao HC, para difundir e socializar os conhecimentos e, assim, assegurar a melhoria Centro Cirúrgico Desde 1962, o Centro Cirúrgico “Irmã Ângela” presta serviço de excelência e tornou-se referência de boas práticas no atendimento. Para atender à assistência ao paciente, inicialmente, foi destinada uma área constituída de duas salas cirúrgicas (A e B), agregada a um espaço para o processamento do material cirúrgico que atendia às especialidades médicas cirúrgicas Geral, Ginecologia e Ortopedia. Com a incorporação de novas especialidades, a estrutura física foi expandida. Atualmente, são 11 Salas Operatórias e duas de Recuperação Anestésica com capacidade para 11 leitos (sete adultos e quatro infantis) e Salas de Apoio. Atende a procedimentos cirúrgicos de alta, média e baixa complexidade, incluindo urgências e emergências. Apenas em Sala de Recuperação Anestésica 2014, o Centro Cirúrgico do HC-UFG realizou 3.511 cirurgias, somadas as eletivas, de pacientes procedentes do Pronto Socorro e de emergências das Unidades de Internação Eletiva. A configuração arquitetônica permite o acompanhamento familiar de crianças, idosos e pacientes cirúrgicos em situações que se fazem necessárias, sem o comprometimento de condições assépticas. Possui limites físicos bem definidos de área não restrita, semi-restrita e restrita que favorecem o atendimento seguro ao paciente. Além disso, conta com modernos equipamentos e drogas anestésicas de última geração que permitem tranquilidade e segurança no intraoperatório. Corredor do Centro Cirúrgico do HC de Goiás 27 na qualidade de vida da população. Em 2013, foram implementadas 16 ações em diversas áreas da Saúde para um público de 28.116 pessoas. O HC-UFG estimula ainda a geração de novos conhecimentos por meio de pesquisas de interesse do SUS nas áreas Básica, Clínica e Gerencial-administrativa. Em 2013, foram cadastrados 149 projetos no Comitê de Ética em Pesquisa do HC, tendo o hospital como universo de investigação na maioria deles. Equipe de Enfermagem A equipe de Enfermagem do Centro Cirúrgico conta com uma Enfermeira Coordenadora, seis Enfermeiros Assistenciais, 30 Técnicos em Enfermagem, sete Auxiliares de Enfermagem e três Instrumentadoras Cirúrgicas. Sob a supervisão de Enfermagem, estão dois Assistentes Administrativos do Serviço de Controle de Órtese/Prótese e Materiais Especiais (OPME), quatro Assistentes Administrativos de Secretaria, dois Condutores de Paciente e duas Recepcionistas. No decorrer de seus 52 anos, o Centro Cirúrgico contou com grandes enfermeiras em sua liderança: Maria da Conceição Viana (Irmã Angela), Sirley Giovanucci Nascimento, Leni Assunção de Melo Pires, Maria de Lourdes de Morais, Neide Maria Damando, Dayse Mary Vaz, May do Socorro Martinez Afonso, Bernadete de Lourdes Fávaro, Dulcelene de Sousa Melo, Lillan Kelly de Oliveira Lopes, Patrícia Borges de Oliveira e Elaine Ferreira Froes, atual Gerente. A qualificação técnica e profissional é prioridade e é uma realidade institucional. A equipe insere-se em atividades de educação continuada e permanente. Os enfermeiros são Especialistas em Enfermagem, Mestres, Doutores, ou em fase de doutoramento. A maioria dos Técnicos, Auxiliares de Enfermagem e Assistentes Administrativos já concluiu ou está em processo de formação Superior em Enfermagem e áreas 28 Enfas Alyne Leite Gomes Nogueira, Dulcelene de Sousa Melo, Sergiane Bisinoto Alves e Patrícia Borges de Oliveira Téc. Enf. Creusa Maria Rosa Fialho, Suely Dias Marques Rodrigues, Veronice Carlos da Silva; Enfos Lucimara Rodrigues de Freitas e Rodrigo Faria Dornellas; Téc. Enf. Tamiris Augusto Marinho Enfª Elaine Ferreira Froes (Gerente do C.C.), assistentes administrativos de secretaria Klevin Soares Alves, Marinalva Oliveira Machado, Nádia Gonçalves de Aguiar e João Carlos Soares. Tec. Enf. Vanuza Neves de Paula, Gessiana Técnicos em Enfermagem Júlio César Cândida Silva e Tamiris Augusto Marinho Rodrigues e Sebastiana de Almeida Barbosa Raquel Alves Tiburcio e Luiz Antônio Inst. Cirúrgica Kênia Cristina Moreira da Cunha Pereira (Serviço de controle de OPME) e equipe cirúrgica da Ginecologia. Enfª Patrícia Borges de Oliveira, Tec. Enf. Mª Chagrinha da Silva Bernazi, Enfª Sergiane Bisinoto Alves, Tec. Enf. André Gomes Rosa de Oliveira, Técnicos em Enfermagem Gleicimar Cerrano Enfª Alyne Leite Gomes Nogueira e Dulcelene Moreira, Orlene Santos Vonkoroff, Elisângela de Sousa Melo e Tec. Enf. Elisângela Alves de Alves de Azevedo Neves e Luci Leni Limiro Azevedo Neves Gonçalves Pimenta 29 da Saúde, o que favorece a incorporação de práticas seguras na assistência ao paciente cirúrgico. O serviço do Centro Cirúrgico pautase nos princípios de “cirurgias seguras”, institui rotinas, protocolos e indicadores que vão ao encontro dos objetivos do movimento deflagrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2008. Este aspecto é evidenciado nos registros de serviço HC-UFG, que desde a década de 1960 já conta com taxas de produtividade, de infecção de sítio cirúrgico, entre outras. desejados vem sendo uma constante no serviço do HC-UFG, tanto para os que estão em assistência, como à equipe de trabalho, garantindo mais satisfação com menos estresse. O HC conta também com o Núcleo de Apoio à Qualidade em Enfermagem (NAQE), implantado pela Diretoria de Enfermagem, em maio de 2013, que visa à melhoria contínua da qualidade da Assistência de Enfermagem, bem como o Núcleo de Segurança do Paciente, vinculado à Diretoria Técnica, instituído em fevereiro de 2014. Informatização Centro de Material e Esterilização Desde 2013, com o suporte técnico do Enfermeiro Raphael Brandão Pereira, o HC-UFG iniciou a implementação de um sistema informatizado para o planejamento da assistência ao paciente para garantir as condições necessárias ao ato operatório, estabelecendo interface com o Centro de Material e Esterilização. O SIEnf (Sistema Informatizado de Enfermagem - Módulo Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização) otimiza o gerenciamento dos recursos materiais para assistência, viabilizando a previsão e provisão das condições de atendimento seguro. O investimento tem permitido a individualização e qualificação da assistência, com perspectivas positivas no gerenciamento de riscos e fortalecimento das ações de segurança do paciente. Garantir os resultados Téc. em Enfermagem Jair de Sousa Pereira, Deolinda da Conceição Gomes, Noêmia Pereira dos Santos, Luciana Dias Barreira e Enfas Marlene Aparecida Vieira e Simone Vieira Toledo Guadagnin (Gerente do CME) 30 O Centro de Material e Esterilização (CME) do HCUFG caracteriza-se como um sistema centralizado de processamento de produtos para saúde. No 2º andar, estão os ambientes de apoio e a área para desinfecção química de alto e médio nível, composta de área suja e área limpa. Inclusive, a limpeza e desinfecção dos produtos semicríticos e não críticos, utilizados na assistência anestésica. No 3º andar, estão localizados os setores de processamento dos demais produtos passíveis de esterilização pelo método físico (calor úmido). Possui áreas distintas para cada etapa do processamento de artigos, obedecendo a um fluxo unidirecional. O CME possui uma equipe composta por três Enfermeiros, 30 Técnicos de Enfermagem, nove Auxiliares de Enfermagem e uma Assistente Administrativa. Técnicos em Enfermagem Meyrivan Andrade de Aguiar e Ivanildes da Silva O CME tem como meta adaptar-se às melhores práticas para o processamento dos produtos para a saúde. Para oferecer um produto dentro dos requisitos nacional e internacionalmente aceitos, prima por vários fatores de segurança de processo, como: insumos apropriados a cada etapa do processamento, rotulagem/identificação de forma clara e objetiva, monitoramento físico, químico e biológico das cargas. Dedica especial atenção ao controle de qualidade dos produtos implantáveis, utilizados, sobretudo, nas cirurgias ortopédicas. As práticas são instrumentalizadas Assistente administrativa Ingrid Macahubas dos Santos Técnicos em Enfermagem Irene Damasceno por constantes obras de melhoria e ampliação da estrutura física, e são feitos investimentos na aquisição de aparelhos de ponta para responder às necessidades crescentes. Uma nova estrutura física esta sendo construída, com entrega prevista para 2015/2016, que ampliará a capacidade instalada de 309 para 600 leitos. Crescer com ética, responsabilidade e excelência é o compromisso assumido pela atual gestão do Hospital das Clínicas, filosofia compartilhada por toda a comunidade interna do HC-UFG. Barbosa dos Santos, Esteir da Silva Alves, Geiza Tavares de Jesus e Gislaine Neire Pessoa Oliveira por meio de protocolos e educação continuada da equipe. Possui uma grande demanda de trabalho no atendimento institucional. Em 2013, foram confeccionados e esterilizados 2.340.930 pacotes na área física e processados 59.754 pacotes de artigos na área de desinfecção química. O presente e o futuro Além das pesquisas desenvolvidas e da formação e aperfeiçoamento de profissionais, HC-UFG é responsável pela assistência e desempenha a função de centro de referência de média e alta complexidade para a Rede Pública de Serviços de Saúde, atendendo à população carente em procedimentos de vários níveis de atenção. O prédio que abriga o Hospital das Clínicas passou Edifício de Clínicas do HC em construção 31 NA PRÁTICA Conceitos básicos sobre esterilização a vapor saturado - autoclave Temperatura, pressão e tempo devem ser rigorosamente controlados Os especialistas definem que esterilização é o processo que resulta na completa eliminação ou destruição de todos os microrganismos como esporos, toxinas e príons. O uso do vapor saturado – autoclave – representa mais de 90% dos processos de esterilização utilizados nas instituições de saúde. Entendendo melhor a eficácia do produto, uma bactéria, por exemplo, em sua condição de sobrevivência, quando sofre alguma agressão ou percebe que o ambiente é hostil, cria uma camada de proteção chamada esporo, com toda a informação de seu DNA, tornando-se uma forma inativa de bactéria. Quando o ambiente volta a ficar adequado, esse esporo germina e replica o material genético, originando uma nova bactéria. Com essa certeza, em 1880, Charles Chamberland, um químico associado a Louis Pasteur, descobriu que para eliminar todo o DNA de dentro do esporo, era necessário umedecer essa camada, quebrando-a, para que penetrasse o vapor em alta temperatura e destruísse toda a informação da bactéria. Assim, Chamberland inventou a autoclave a vapor, sendo um dos mais utilizados métodos de esterilização até hoje, compreendendo os ciclos de condicionamento – remoção do ar, exposição – penetração do vapor saturado e secagem. O engenheiro e sócio-diretor da Consultoria Orion, Paulo Roberto Laranjeira, destacou na apresentação do Curso Virtual – Módulo I – Conceitos básicos de esterilização a vapor, promovido pela SOBECC no dia 27 de maio: “considerando que as técnicas de esterilização a vapor saturado em autoclaves são as mesmas desde sua invenção, não há necessidade de trocar com alta frequência os equipamentos. A diferença é que os novos modelos trazem controles eletrônicos que facilitam a operação. O processo de esterilização é o mesmo para uma autoclave de mesa, ou para uma de 40 mil ou 60 mil litros”. Engenheiro Paulo Roberto Laranjeira, da Orion CE: o uso do vapor saturado em autoclave representa mais de 90% dos processos de esterilização utilizados nas instituições de saúde. 32 A desnutrição dos microrganismos em uma autoclave por vapor processa-se pela combinação de três variáveis críticas: tempo, temperatura e presença de vapor. Vale lembrar que se o material não estiver limpo, não poderá ser esterilizado. A razão principal pela qual a esterilização é eficiente a quase toda matéria, seja liquida ou sólida, é que recebe de forma rápida grande quantidade de calor em alta temperatura promovido pelo vapor saturado, que é gerado em razão de grande pressão. que será processada: de superfície, de espessura ou de líquido (semi ou hermeticamente fechado). “Pode-se ter carga mista de superfície e espessura, mas nunca misturar carga líquida com de espessura ou de superfície”, destaca o engenheiro. Na esterilização, um passo importantíssimo é a remoção de todo o ar da câmara de esterilização. Se ficarem bolsas ou áreas com ar, o calor não será transmitido de forma adequada, o que torna o processo de esterilização ineficiente. “Outro ponto de atenção é que a embalagem tem de sair seca da autoclave. É fundamental. A barreira externa não pode ter nenhuma gota de água. Se isso ocorrer, o ciclo deverá ser refeito”, ressalta Laranjeira. No ciclo de superfície e espessura, durante a fase de condicionamento, é necessário que o ar da câmara seja totalmente removido. Na de exposição, que se obtenha a homogeneidade térmica, o que garantirá a temperatura ideal, e tempo adequado assegurando a esterilização. A secagem precisa ser muito rápida, ou seja, retirar o vapor para que não condense. Depois manter a carga no vácuo profundo para garantir a menor pressão dentro da câmara e menor temperatura de ebulição. A embalagem como barreira deverá estar seca. É fundamental. A embalagem externa não pode ter nenhum resíduo de água. As cargas a serem esterilizadas em autoclave possuem características próprias, e os ciclos devem ser configurados para cada tipo de carga Laranjeira alerta que “ o vapor precisa entrar em contato com o material. Assim, a montagem de cargas de superfície e de espessura devem seguir um critério que garanta a circulação do vapor dentro da câmara interna da autoclave. 33 Opinião A evolução do saber Por *Simone Garcia Lopes O 9º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção aproxima-se. Certamente será um grande evento, cujo tema ”Inovação e Liderança” nos traz à reflexão da evolução das Centrais de Material e Esterilização nesta última década. Uma avaliação histórica nos mostra que os processos de esterilização nasceram da necessidade de assistir os instrumentais criados para o desenvolvimento das técnicas cirúrgicas. Inicialmente, as intervenções cirúrgicas não despertavam interesse dos praticantes da Medicina, pela divisão hierárquica que havia entre o saber e o fazer. Estamos falando da era de Pasteur e Kock, que comprovaram que os microrganismos eram responsáveis pela transmissão de doenças aos seres humanos. O início do século XXI pode ser datado para as CMEs como “tempos do saber fazer” nos quais enfermeiros foram em busca de entender o porquê, para que e para quem fazer. As CMEs, além de unidades de referência, tornaram-se unidades de negócio. Os Enfermeiros tornaram-se líderes de equipes, processos, tecnologias e custos. Nasce, então, a década da problematização em que houve o surgimento de bactérias resistentes e como se não bastasse as multirresistentes. Diante da possibilidade de acessar às diversas estruturas do corpo humano com o desenvolvimento de inúmeros instrumentais, somados à “Era Bacteriológica” em meados do século XIX, em que Lister possibilitou a diminuição da mortalidade pós cirúrgica por meio do tratamento de fios de sutura e compressas usados nos pacientes com solução de fenol, as CMEs foram, então, idealizadas. A partir daí, os espaços foram criados, ambientes simples, administrativamente frágeis e pouco valorizados diante das demais áreas hospitalares. Os benefícios das técnicas minimamente invasivas nos trouxeram em contrapartida a complexidade no reprocessamento dos materiais. A automatização dos processos nos levou a pesquisar produtos e insumos que nos proporcionam qualidade, segurança e menor custo. A equipe de Enfermagem de uma CME agrega as atividades de produção à assistência sistematizada, embasada em evidências do controle de infecção. As décadas de 1960 e 1970, podem ser consideradas datas de nascimento das primeiras CMEs estruturadas e descentralizadas. Eram considerados espaços apenas para esterilização, pouco cobiçadas pelos Enfermeiros e, muitas vezes, delegadas aos profissionais de Enfermagem que desempenhavam insatisfatoriamente suas atividades em outras áreas do hospital. Felizmente, a evolução do saber somado ao fazer despertou nos Enfermeiros uma visão empreendedora sobre o que uma CME pode representar na qualidade da assistência dos pacientes. 34 Mediante este cenário, a inclusão e permanência de conteúdos que capacitem os Enfermeiros a atuar em CME é uma necessidade inquestionável nas instituições de ensino brasileiras. Além disso, a velocidade das mudanças tecnológicas e microbiológicas nos leva a um caminho sem volta, saber fazer. *Simone Garcia Lopes é Enfermeira Mestre, especialista em Administração em Serviços pela FMAB e em Gerenciamento da Assistência de Enfermagem pela Unifesp, Mestre em Bioengenharia pela Universidade do Vale do Paraíba, docente responsável pela disciplina de Centro Cirúrgico e CME e Diretora de Enfermagem do Hospital Estadual Mario Covas-FMABC. BEM-ESTAR Saúde e bemestar por meio de aromas Embora atuem diretamente com os cuidados e a recuperação de pacientes, muitos enfermeiros não se dedicam a uma atividade que alivie o seu próprio desgaste físico e emocional. Mas, por meio de tratamentos naturais e prazerosos, é possível amenizar Alecrim Aumenta a disposição e o bom humor. Proporciona melhoras ao couro cabeludo. Camomila Diminui a irritabilidade e as tensões, alivia o estresse e garante uma boa noite de sono contra a insônia. Hortelã ou Menta Melhora a atenção e a digestão. Eficaz contra dor de cabeça, enjoo e enxaqueca. Estimula o cérebro, diminuindo o cansaço. sintomas de desconforto, estimular a energia interior e equilibrar as emoções. Um deles é a Aromaterapia, que utiliza óleos essenciais extraídos de plantas com diversas composições químicas e princípios ativos. Por meio da inalação, o aroma atinge o sistema nervoso central e estimula o cérebro a produzir uma substância, por exemplo, energizante ou calmante. Aplicado sobre a derme, o óleo essencial é absorvido e atua numa região específica. E o sistema límbico, que controla as emoções, também é estimulado. Há meios simples de incorporar a Jasmim Combate a ansiedade, produz sensação de otimismo e confiança. Relaxa a mente e equilibra emoções. Laranja Estimula a força física e o desempenho, ideal para quem vai enfrentar uma rotina intensa e precisa do máximo de energia possível. Limão Dá a sensação de frescor e pureza. Estimula a concentração. Fortalece os pulmões, é bactericida, antisséptico e baixa a pressão. Aromaterapia no dia a dia: banhos relaxantes, massagens revigorantes, difusores de ambiente, ingestão de água e chá e, para quem não é alérgico, os travesseiros recheados com ervas. Conheça as propriedades de alguns óleos essenciais de plantas muito fáceis de encontrar, respire fundo, acaricie-se e passe a se sentir melhor. Maçã Verde melhora a memória, a atenção e o raciocínio. Regula as funções intestinais. Melissa Encoraja o coração e previne a melancolia. Antidepressivo, com grande utilização nos estados nervosos críticos. 35 Networking SOBECC marcará presença no 15º Congresso Mundial de Esterilização Encontro será realizado pela primeira vez em um País do Leste da Europa Central 36 A SOBECC já está se preparando para representar o Brasil no 15º Congresso Mundial de Esterilização, de 15 a 18 de outubro, em Praga, na República Tcheca. O evento, promovido anualmente pelo World Forum for Hospital Sterile Supply (WFHSS), é o mais importante e muito prestigiado pelos profissionais ao redor do mundo que trabalham na área de Descontaminação, Esterilização e Infecções, bem como pelas instituições de Saúde, universidades e governos. “É uma oportunidade ímpar participar das discussões mundiais que norteiam o setor de Esterilização e ter acesso às melhores práticas globais, às soluções, aos produtos e às novas tecnologias”, assinala a presidente da SOBECC, Marcia Hitomi Takeiti. De acordo com os organizadores do 15º Congresso Mundial de Esterilização, a delegação brasileira que esteve no Congresso Mundial de 2013 foi uma das maiores, e se o Brasil tiver ou superar a quantidade de inscrições no evento de 2014, haverá tradução simultânea em Português. O congresso será realizado pela primeira vez no Leste da Europa Central, um mercado em grande expansão desde a mudança política no final dos anos 80, e a expectativa da organização em levar um grande número de delegações é grande. Anote em sua agenda Para os interessados, a Master Turismo, agência parceira da SOBECC, oferece pacotes de viagens para o período do congresso em Praga. Para saber informações sobre hospedagens, passagens aéreas, valores e formas de pagamento, entre em contato com a agência de turismo pelo telefone (11) 2122-0570, ou pelo e-mail [email protected] Evento: 15º Congresso Mundial de Esterilização Local: Praga, República Tcheca Data: de 15 a 18 de outubro Informações e inscrições: www.wfhssprague2014.com Opções de Hotéis Master Turismo RADISSON BLU ALCRON A 15 minutos do Centro de Convenções Pacote de 14 a 19 de outubro (5 diárias) Preço das diárias (iniciam-se às 15h e terminam às 12h): • apartamento single EUR1.319,00* • apartamento duplo EUR1.500,00* PENTAHOTEL PRAGUE **** A apenas a 100m da Estação de Metrô Křizíkova. Pacote de 14 a 19 de outubro (5 diárias) Preço das diárias (iniciam-se às 15h e terminam às 12h): • apartamento single EUR 754,00* • apartamento duplo EUR 860,00* DESIGN HOTEL ELEPHANT 4* A apenas 200m da Estação de Metrô Florenc e do Terminal Rodoviário Internacional de Praga. Pacote de 14 a 19 de outubro (5 diárias) Preço das diárias (iniciam-se às 15h e terminam às 12h): • apartamento single EUR 768,00* • apartamento duplo EUR 874,00* Dicas importantes Documentos necessários: Brasileiros precisam de passaporte com validade mínima de 06 meses. Vistos e vacinas: Brasileiros não necessitam de visto de entrada de turismo. Nenhuma vacina é exigida para turistas. Necessário cartão de assistência de viagem com cobertura de Euros 30.000 englobando assistência médica/hospitalar e repatriação sanitária. Idioma: Tcheco Moeda: Coroa Tcheca (CZK) Fuso Horário: + 5 horas (Praga) em relação a Brasília (diferença de horário altera de acordo com os horários de verão e inverno de cada país) Religião: Apesar de historicamente ser considerado um país católico, o censo de 2001 verificou que aproximadamente 60% da população não segue uma religião oficial, o restante dos seguidores são católicos romanos (27%), protestantes (2%) e outras religiões. Eletricidade: 220V Clima: Temperado e continental com verões moderados e invernos com temperaturas ao redor de -5ªC. Página anterior, centro de Praga: rica vida cultural. Acima, a Ponte Carlos: uma das mais belas atrações turísticas da cidade e símbolo romântico. 37 FORA DA PROFISSÃO Enfermeira encontra no Beach Tennis uma forma de manter a saúde Lígia Garrido Calicchio, do Hospital Samaritano, conheceu o esporte em 2008 e se apaixonou. O Beach Tennis, ou Tênis de Praia, é um esporte de areia novo no Brasil. Chegou em 2008 nas praias cariocas e, desde então, vem se expandindo em outras regiões do País. Ele surgiu na província de Ravenna, na Itália, em 1997, sendo uma mistura do tênis tradicional, do vôlei de praia e do badminton. Atualmente, já conta com mais de 500 mil praticantes espalhados pelo mundo. “Eu descobri no beach tennis um jeito divertido para manter a minha saúde física e mental, além de promover melhor qualidade de vida”, declara a Enfermeira Líder de CME do Hospital Samaritano, Lígia Garrido Calicchio. A afinidade com a modalidade já vem de antes, pois Lígia foi tenista. Em 2012, conheceu o beach tennis e se apaixonou. “O esporte une tudo o que me agrada: praia, tênis, família e amigos. Ele é democrático, alegre, descontraído e fácil de ser praticado, e ainda sempre agrega novos amigos”, comenta. Segundo Ligia, para quem deseja conquistar uma boa forma física, o beach tennis ajuda a melhorar o condicionamento aeróbico, a aumentar a resistência muscular dos membros inferiores e superiores, dando mais força, e a perder os quilinhos a mais. Seguindo a esportista, o filho e o marido também adotaram o beach tennis. A família sempre que pode viaja a Santos, litoral paulista, para treinar. Lígia conta que leva à sério. Além das aulas todas as quintas-feiras em quadra em um clube de São Paulo, faz musculação e pilates durante a semana para melhorar o condicionamento. Todo o esforço já deu resultados. Ela ganhou o terceiro lugar em dois torneios, competindo na categoria C Feminina, de esporte amador. A mais recente medalha foi conquistada em janeiro deste ano. 38 À direita, Lígia Garrido Calicchio: o esporte integra praia, tênis, família e amigos Bateu a inspiração? Não precisa morar em praia. Com o crescimento da modalidade, vários clubes de todas as regiões do País já estão oferendo aulas de beach tennis. Deve haver um na sua cidade. Quem mora em São Paulo, como a Lígia, pode procurar as aulas no Clube Espéria. Quem comanda o grupo é a ex-tenista Marcela Evangelista e a idade mínima é de 14 anos. No beach tennis as regras se assemelham ao tênis de quadra. A contagem é a mesma e os jogos, normalmente, são em dupla. A raquete utilizada é própria para a modalidade e a bolinha é sem pressão, bem levinha. A entidade que organiza e regulamenta as regras do esporte e a International Federation of Beach Tennis (IFBT). No Brasil, o esporte está sob os cuidados da Confederação Brasileira de Beach Tennis (CBBT). 39 2