Cenário político e econômico brasileir

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conjuntura
Cenário político e econôm
Após o impacto da crise,
a economia mundial começa,
a passos lentos, dar sinais de
recuperação, em um quadro
de redução das incertezas.
No Brasil, os índices de
expectativas dos empresários já
mostram reversão semelhante.
Ao mesmo tempo, o cenário
político do País, há um pouco
mais de um ano da eleição
presidencial de 2010, ainda
é incerto e suscetível a
alterações. Estas foram as
avaliações que o economista
Cláudio Adilson Gonçalez e
o cientista político Amaury
de Souza, diretores da
MCM Consultores, fizeram
em suas apresentações na
reunião plenária da Abinee,
realizada no início de maio
Revista Abinee | maio/09 | 10
Confiança na economia
O economista Cláudio Adilson Gonçalez afirmou que a economia mundial já dá
sinais de recuperação. “As perspectivas não
são maravilhosas, mas já é possível enxergar
uma luz no fim do túnel. O mar continua
tempestuoso, mas já se vê um timoneiro no
barco”, ressaltou.
Ele foi categórico ao afirmar que a recuperação das bolsas, que começou a acontecer a partir do mês de março, não se trata
de um bear market rally, o que significaria
um movimento de alta, seguido de novas
quedas abruptas. “Os riscos ainda são elevados, mas houve uma sensível redução das
incertezas”, disse.
Cláudio Adilson atribuiu esta reversão às
medidas empreendidas pelo governo norteamericano. “As ações da equipe de Obama
se mostraram muito mais competentes em
mico brasileiro
r­ elação à gestão anterior que não conseguiu
conter os claros sinais de crise que vinham
acontecendo desde 2007”, afirmou. Segundo ele, o governo Bush achava que a crise
se tratava apenas de um problema de liquidez, quando, na verdade, era um risco de
­contraparte.
Para o economista, o mesmo processo
vem acontecendo na economia brasileira.
“Observa-se que, mesmo a taxas modestas, a
indústria vem se recuperando desde janeiro,
com exceção do segmento de bens de capital”, disse. Ele salientou, também, os dados
do índice de confiança da FGV que apontam
expectativas positivas dos empresários em relação à demanda futura.
Para ele, os problemas estão relacionados
mais à questão das exportações e investimentos do que em relação ao poder de consumo
das famílias.
Neste cenário, Cláudio Adilson disse ver
como positivo o programa habitacional do
governo que trará novas demandas para diversos segmentos, inclusive, do setor eletroeletrônico. “Poucas pessoas perceberam, mas
este programa representa uma verdadeira revolução”. Segundo ele, a iniciativa vai explodir o setor de construção civil e ganhará ‘momentum’ entre 2010 e 2012.
Incertezas no cenário político
Em relação ao quadro político nacional,
que já se mobiliza para a eleição presidencial
de 2010, o cientista político Amaury de Souza afirmou que a disputa ainda é incerta.
Avaliando as pesquisas de opinião que
mostram o panorama atual das intenções
de voto, o cientista político ressaltou que a
ministra Dilma Roussef vem crescendo nas
pesquisas, mesmo ainda não estando garantida sua candidatura para as próximas eleições. Segundo ele, isto vem acontecendo, em
parte, pela indefinição entre Aécio Neves e
José Serra.
De acordo com os números, o governador
de São Paulo apresenta estabilidade nas intenções de voto, com 46%, e Dilma vem em
ascensão, com 16%. “Entretanto, o número
de indecisos ainda é muito grande (27%) e
este cenário deverá se alterar bastante a partir
do começo do ano que vem”, disse.
Apesar das incertezas sobre as candidaturas, Amaury de Souza salientou que o foco
dos programas dos postulantes para 2010
deverá ser a reforma do Estado, visando incrementar a eficiência e produtividade do setor público. “Os principais candidatos estão
cientes da ineficiência da máquina”, disse.
Ele destacou as frustrações de Dilma no
comando do PAC, que tem vários projetos
parados devido à burocracia, e, também, as
iniciativas de Aécio e Serra nos estados que
governam, priorizando a eficiência do setor
público.
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