A IMPORTÂNCIA DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE: UM GUIA PARA IMPLANTAÇÃO EM HOSPITAIS THE PATIENT SAFETY CENTER IMPORTANCE: A GUIDE TO IMPLEMENT IT IN HOSPITALS LA IMPORTACIA DEL CENTRO DE SEGURIDAD DEL PACIENTE: DIRECCIÓNES PARA IMPLEMENTARLO EN HOSPITALES Amanda Cristina Martins Reis Silva1, Priscilla Valentim Loures2, Karina Xavier de Paula3, Naira Agostini Rodrigues dos Santos4, Rafael Perígolo5 1) Graduando em Enfermagem, Faculdade do Futuro e [email protected]. 2) Graduando em Enfermagem, Faculdade do Futuro e [email protected] 3) Graduando em Enfermagem, Faculdade do Futuro e [email protected] 4) Mestre, Faculdade do Futuro e [email protected]. 5) Doutor, Faculdade do Futuro, [email protected]. CONTATOS Rafael Perígolo Vicente, Rua Duarte Peixoto, 259, Coqueiro, Manhuaçu-MG, CEP:36900000, +553333311214, [email protected]. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 87 A IMPORTÂNCIA DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE: UM GUIA PARA IMPLANTAÇÃO EM HOSPITAIS THE PATIENT SAFETY CENTER IMPORTANCE: A GUIDE TO IMPLEMENT IT IN HOSPITALS LA IMPORTACIA DEL CENTRO DE SEGURIDAD DEL PACIENTE: DIRECCIÓNES PARA IMPLEMENTARLO EN HOSPITALES Resumo Objetivo: Apresentar a importância da implantação do núcleo de segurança do paciente em hospitais. Método: Revisão integrativa. Os dados foram coletados na base da ANVISA, e na biblioteca BVS e SCIELO, e submetidos à análise temática. Resultados: Foram analisados 22 (vinte e dois) artigos, onde usamos como critério aqueles que abordavam a importância do Núcleo de Segurança do Paciente, e a sua implantação nas instituições de saúde; foram analisados 6 (seis) POPs (Procedimento Operacional Padrão) de cada principio básico do Núcleo. Conclusão: Observa-se um baixo número de trabalhos relacionados com o NSP, faltando ainda, literatura de suporte às instituições de saúde que decidem iniciar sua implantação. Palavras-chave: Segurança do paciente. Gestão da qualidade na assistência em saúde. Eventos adversos. Núcleo de segurança do paciente. Abstract Objective: To introduce the importance of the Patient Safety Center in hospitals. Method: Integrative review. Data were collected from ANVISA, BVS and SCIELO. Results: It was analised 22 papers using only those which approached the importance of the Patient Safety Center and its importance in health institutions. Futhermore, it was analyzed 6 Guidelines as ANVISA suggest. Conclusion: It was observed a low number of data related to Patient Safety Center, especially those to support its implementation. Keywords: Patient Safety, Health Assistance Management, Adverse Event, Patient Safety Center. Resumen Objetivo: Introducir la importancia del Centro de Seguridad del Paciente en los hospitales. Método: Revisión Integrativa. Los datos fueron recogidos de ANVISA, BVS y SCIELO. Resultados: Se analizaran 22 trabajos utilizando sólo aquellos que abordaron la importancia del Centro de Seguridad del Paciente y su importancia en las instituciones de salud. Además, se hayan analizado las 6 directrices de implantación como sugiere la ANVISA. Conclusión: Se observó un bajo número de periódicos relacionados con el Centro de Seguridad del Paciente, en especial, aquellos que apoyan la idea de la implementación del centro. Descritores: Seguridad del Paciente, Gestión de Asistencia Sanitaria, Evento Adverso, Centro de Seguridad del Paciente. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 88 1 INTRODUÇÃO 1.1 Definição do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) “Segundo a RDC nº 36/2013, o NSP é “a instância do serviço de saúde criada para promover e apoiar a implementação de ações voltadas à segurança do paciente”, consistindo em um componente extremamente importante na busca pela qualidade das atividades desenvolvidas nos serviços de saúde. Um dos objetivos específicos do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) é promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção, organização e gestão de serviços de saúde, por meio da implantação da gestão de risco e de NSPs nos estabelecimentos de saúde. A integração das diferentes instâncias que trabalham com riscos na instituição, considerando o paciente como sujeito e objeto final do cuidado em saúde, é considerada função desse NSP. Isto é, o paciente necessita estar seguro, independentemente do processo de cuidado a que ele está submetido. Ainda, consiste em tarefa do NSP promover a articulação dos processos de trabalho e das informações que impactem nos riscos ao paciente.” (SANTOS, 2014) Pode-se entender, portanto, que o NSP deve ser instituído nos serviços de saúde com o intuito de ser responsável por apoiar a direção do serviço na condução das ações de melhoria da qualidade e da segurança do paciente. Segundo Santos, 2014 o funcionamento dos NSPs nos serviços abrangidos por essa RDC é compulsório, cabendo aos órgãos de vigilância sanitária local (municipal, distrital ou estadual) a fiscalização do cumprimento dos regulamentos sanitários vigentes. Segundo o artigo 13 da RDC nº 36/2013, a não estruturação do NSP constitui-se em uma infração sanitária, e nos termos da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis. O NSP deve adotar os seguintes princípios e diretrizes: a melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de tecnologias da saúde, por meio de fomento às ações de gestão de risco, amparados por processos investigatórios delineados de acordo com cada objeto; a disseminação sistemática da cultura de segurança; a articulação e a integração dos processos de gestão de risco; a garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde dentro de seu âmbito de atuação.(SANTOS, 2014) Segundo Rollo (2014), os NSPs hospitalares devem estar vinculados organicamente à direção e ter uma agenda permanente e periódica com a direção geral, a direção técnica/médica e a coordenação de Enfermagem, e participar de reuniões com as demais instâncias que gerenciam aspectos da qualidade, reguladas por legislação específica, tais como a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Comissão de Revisão de Óbito, Comissão de Análise de Prontuário, Comissão de Farmácia e Terapêutica, Gerência de Risco, Gerência de Resíduos, Núcleo de Saúde do Trabalhador, entre outras. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 89 2 MÉTODO Revisão integrativa. Os dados foram coletados na base da ANVISA, e na biblioteca BVS e SCIELO, e submetidos à análise temática. Utilizamos para a pesquisa as palavras chave: segurança do paciente, gestão da qualidade na assistência em saúde, eventos adversos e núcleo de segurança do paciente. E o nosso critério de seleção foi por artigos publicados em português de 2010-2016, com texto completo disponível gratuitamente, referente a importância do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) nas instituições de saúde e os eventos adversos que acontecem no ambiente hospitalar de acordo com os protocolos básicos aprovados pela OMS através da Portaria GM/MS nº 1.377, de 9 de julho de 2013 e a Portaria nº 2.095, de 24 de setembro de 2013. Com base nas informações encontradas, nós concluímos o trabalho mostrando com transparência a importância da implantação do NSP, através de um guia elaborado pela ANVISA. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 90 3 RESULTADOS 3.1 Histórico Apesar de todos os avanços no âmbito da segurança do paciente, o erro humano, inclusive dos profissionais de saúde nas instituições, é o que mais se destaca. Segundo Tase (2013), [...] no ambiente hospitalar, os assistidos são submetidos a procedimentos e tratamentos complexos, o que potencializa a chance de ocorrer danos. Essa temática relaciona-se intrinsicamente com a qualidade dos serviços prestados e vem sendo discutida pelos gestores de prestadores de serviços de saúde, entidades de classe e órgãos governamentais. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) define segurança do paciente como: a redução do risco de danos desnecessários durante os processos assistenciais e uso de boas práticas para alcançar os melhores resultados para o cuidado de saúde” (PADILHA et.al, 2015). A questão da segurança da assistência aos pacientes nas instituições parece um assunto tão óbvio e incorporado ao cotidiano que, quando noticiada pela mídia a ocorrência de erros na assistência à saúde, como cirurgias em locais e pacientes errados e superdosagens de medicações, entre outros, a reação é de perplexidade. Entretanto, apesar do cuidado em saúde trazer enormes benefícios a todos os envolvidos, a ocorrência de erros é possível, e os pacientes podem sofrer graves consequências, até mesmo o óbito (CARVALHO et al., 2012). “No Brasil as discussões sobre a temática foram iniciadas em 2002 com a criação da Rede Brasileira de Hospitais Sentinela pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que possui participação voluntária e tem como finalidade notificar eventos adversos e queixas técnicas referentes a tecnovigilância, farmacovigilância e hemovigilância. Com base na experiência da Rede, foi lançado em 2013, Programa Nacional de Segurança do Paciente(PNSP), instituído através da Portaria MS/GM nº 529, de 1° de abril de 2013, do Ministério da Saúde e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 36/2013, que institui ações para a segurança do paciente nos serviços de saúde” (DUARTE, 2015). “A Portaria MS/GM nº 529/2013, no artigo 3º, define como objetivos específicos do PNSP: promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente, por meio dos Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimentos de Saúde; envolver os pacientes e os familiares nesse processo; ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à segurança do paciente; produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente; e fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico e de graduação e na pós-graduação na área da Saúde” ( ROLLO et.al, 2014). REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 91 “O PNSP visa, especialmente, prevenir, monitorar e reduzir a incidência de EAs (Eventos Adversos) nos atendimentos prestados, promovendo melhorias relacionadas à segurança do paciente e a qualidade em serviços de saúde do País. Cabe ressaltar que EAs são os “incidentes que resultam em dano à saúde”. Tais eventos causam prejuízos ao paciente, familiares e a todo sistema de saúde e ocorrem devido às falhas decorrentes de processos ou estruturas da assistência” (SANTOS et. al, 2014). Diante desse contexto sobre o PNSP, o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) nas organizações de saúde tornou-se obrigatório com a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 36, do Ministério da Saúde, em 2013. 3.1.2 Núcleo de Segurança do Paciente “Os NSPs devem ser estruturados nos serviços de saúde públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa. Dessa forma, não apenas os hospitais, mas clínicas e serviços especializados de diagnóstico e tratamento devem possuir NSP como, por exemplo, serviços de diálise, serviços de endoscopia, serviços de radiodiagnóstico, serviços de medicina nuclear, serviços de radioterapia, entre outros. Os consultórios individualizados, os laboratórios clínicos, os serviços móveis e os de atenção domiciliar estão excluídos do escopo da norma. Também se encontram excluídos do escopo da RDC nº 36/2013 os serviços de interesse à saúde, tais como, instituições de longa permanência de idosos e aquelas que prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas. Cabe destacar que EAs relacionados à assistência podem ocorrer em todos os serviços de saúde, e mesmo aqueles que não são obrigados a seguir as determinações da RDC nº 36/20137, incluindo a estruturação de um NSP, podem instituir ações voltadas à segurança do paciente. Dentro do serviço de saúde, a direção é a responsável pela nomeação e composição do NSP, conferindo aos seus membros, autoridade, responsabilidade e poder para executar as ações do Plano de Segurança do Paciente (PSP).” (SANTOS,2014) O NSP possui a atribuição de elaborar, implantar, divulgar e manter atualizado o PSP das instituições de saúde. Deve atuar como articulador e incentivador dos demais departamentos e unidades do serviço de saúde que gerenciam riscos e promovem ações de qualidade. (SANTOS, 2014) “O Núcleo de Segurança do Paciente em conformidade com a Portaria 529/2013 que institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente e a RDC 36/2013, que institui as Ações para Segurança do Paciente, adota como escopo de atuação para os eventos associados à assistência à saúde, as Seis Metas da Organização Mundial da Saúde. Estas metas estão REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 92 traduzidas nos 6 Protocolos de Segurança do Paciente publicados nas Portarias 1377/2013 e 2095/2013: 1. Identificar os pacientes corretamente; 2. Melhorar a efetividade da comunicação entre os profissionais; 3. Melhorar a segurança de medicações de alta vigilância; 4. Assegurar cirurgia com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto; 5. Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde por meio da higienização das mãos; 6. Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão.” (ROLLO,2014) 3.1.3Protocolos de Segurança do Paciente 3.1.4 Identificação do Paciente A identificação correta do paciente é o primeiro passo para evitar erros e riscos para a segurança do paciente, tais como erros na administração de medicamentos, transfusão sanguínea, procedimentos realizados em pacientes errados ou até entrega de bebês às famílias erradas. Segundo Avelar (2010), para assegurar que o paciente seja corretamente identificado, todos os profissionais devem participar ativamente do processo de identificação, da admissão, da transferência ou recebimento de pacientes de outra unidade ou instituição, antes do início dos cuidados, de qualquer tratamento ou procedimento, da administração de medicamentos e soluções. Quando se discute a identificação de um paciente, é preciso ter em mente os métodos para sua identificação: “pulseira de identificação; etiquetas de identificação nos impressos de solicitações de exame, nos tubos e recipientes da amostra coletada, no prontuário; placas de identificação no leito, prescrição médica, entre outros.” (SAKAMOTO,2016) Para uma Identificação correta é necessário: - “Participação ativa de todos os profissionais em todas as fases do processo de identificação do paciente, inclusive explicando a importância e estimulando o paciente e familiar a participar também de todas as etapas do processo; - Utilizar, no mínimo, 2 identificadores para confirmação da identificação do paciente, por exemplo, nome completo e data de nascimento. Em pediatria, é indicado também a identificação com nome da mãe; - Em caso de distinguir pacientes com o mesmo nome, incluir também o nome da mãe; - Padronização da identificação do paciente, como os dados a serem preenchidos, uso de cores para identificação de riscos, placas de leito; - Protocolo para identificar pacientes com identidade desconhecida, comatosos, confusos ou sob efeito de ação medicamentosa. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 93 - Verificação rotineira da integridade das informações nos locais de identificação do paciente, por exemplo, na pulseira e placas de leito.” (AVELAR, 2010) 3.1.5 Melhorar a efetividade da comunicação entre os profissionais “A comunicação é um processo recíproco, uma força dinâmica capaz de interferir nas relações, facilitar e promover o desenvolvimento e o amadurecimento das pessoas e influenciar comportamentos. Existem diversas formas de comunicação, como verbal, não verbal, escrita, telefônica, eletrônica, entre outras, sendo fundamental que ocorra de forma adequada permitindo o entendimento entre as pessoas. O paciente recebe cuidados de diversos profissionais e em diferentes locais, o que torna imprescindível a comunicação eficaz entre os envolvidos no processo” (AVELAR et al., 2010). “A documentação inadequada ou ausência de informação no prontuário pode estar relacionada á própria ocorrência dos EA (eventos adversos), na medida em que é através dele que se obtém as informações necessárias para o atendimento especifico e adequado de cada paciente. Por exemplo, no caso de um paciente alérgico a penicilina, a omissão dessa informação no prontuário poderia causar um evento adverso pela administração inadvertida deste medicamento” (PAVAO et al., 2011). Segundo Avelar (2010) os seguintes pontos são importantes no quesito de Comunicação: 1. Recomenda-se a padronização dos instrumentos para o registro das informações e dos métodos de comunicação entre os profissionais; 2. A gravidade do paciente e a complexidade dos cuidados favorecem a ocorrência de erros de omissão ou de distorção da comunicação entre os profissionais, comprometendo, assim, a segurança do paciente; 3. O paciente tem o direito de conhecer os registros realizados em seu prontuário clínico. As informações referentes às condições clínicas do paciente são restritas a ele próprio, aos profissionais envolvidos e aos que são autorizados pelo paciente ou legalmente estabelecidos; 5. As instituições definem a forma de identificação dos profissionais, que normalmente incluem o nome completo, assinatura, categoria, registro profissional e carimbo; 6. As prescrições verbais ou telefônicas só poderão ocorrer em situações de emergência, cujo procedimento deve estar claramente definido pela instituição. Medidas de segurança devem ser implementadas, como repetir em voz alta, de modo completo, a informação dada pelo emissor, com documentação em formulário, prazo para a validação da prescrição e conferência com outro profissional. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 94 3.1.6 Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos “Os medicamentos são amplamente utilizados no tratamento de doenças; entretanto, incidentes relacionados ao seu uso estão entre as principais causas de danos ao paciente. Em ambiente hospitalar os riscos para essas ocorrências aumentam devido aos numerosos e complexos processos de uso e profissionais envolvidos na terapêutica medicamentosa, à condição clínica dos pacientes e ao uso de polimedicação. Neste contexto, o conhecimento das características desses incidentes pode subsidiar ações para a reorganização dos processos de trabalho e de prevenção de riscos” (VALLE, 2015). Nesse sentido, alguns cuidados precisam ser tomados. Estes podem ser traduzidos por meio dos “nove certos” para a administração de medicamentos, descritos a seguir (BRASIL, 2013): 1. Usuário certo: certificar-se de que o medicamento será administrado ao usuário para quem é prescrito. 2. Medicamento certo: certificar-se de que o medicamento a ser administrado é o correto. Se houver dúvida em relação ao nome ou achar que é um medicamento errado, não se deverá administrá-lo antes de verificar com o médico prescritor. 3. Via certa: certificar-se de que a via de administração atende às especificidades do usuário e do medicamento em questão. 4. Hora certa: garantir que a medicação será administrada no tempo correto para garantir os níveis séricos terapêuticos desejados. 5. Dose certa: certificar-se de que a dose a ser administrada confere com a dose prescrita. 6. Registro certo: registrar todas as ocorrências relacionadas aos medicamentos, tais como horários de administração, adiamentos, cancelamentos, desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos. 7. Orientação certa: orientar sobre motivos do uso, efeitos esperados, forma de uso adequado, os cuidados e os possíveis problemas relacionados ao medicamento, como, por exemplo, interação com outro(s) medicamento(s). 8. Compatibilidade medicamentosa: assegurar que os medicamentos a serem administrados podem ser misturados, sem que precipitem ou formem pequenos cristais ou partículas na solução. 9. Direito a recusar o medicamento: o usuário tem o direito de recusar-se a receber o tratamento. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 95 3.1.7. Cirurgia Segura Em 2008, o Ministério da Saúde do Brasil aderiu à campanha Cirurgias Seguras Salvam Vidas, cujo principal objetivo era a adoção, pelos hospitais, de uma lista de verificação padronizada, preparada por especialistas, para ajudar as equipes cirúrgicas na redução de erros e danos ao paciente. Essa lista de verificação deveria ser feita em todas as cirurgias e em três fases: antes do início da anestesia (Sign In), antes da incisão na pele (Time Out) e antes da saída do paciente da sala cirúrgica (Sign Out) (FILHO et al., 2013). Entendemos, portanto, que esse protocolo visa reforçar a segurança operatória e promover uma melhor comunicação e trabalho em equipe antes, durante e após o procedimento cirúrgico. Figura 1: Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica – OMS Fonte: SAUDE (2013) 3.1.8. Higienização das Mãos Segundo Anacleto (2013), em 2005, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, da Organização Mundial de Saúde (OMS), propôs o primeiro Desafio Global para a Segurança do Paciente, denominado „Cuidado limpo é cuidado mais seguro‟, tendo como um dos seus principais objetivos o aprimoramento de práticas de Higienização das Mãos (HM), visando prevenir infecções e promover a segurança dos pacientes e dos profissionais. A higienização das mãos é, no entanto, a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. De acordo com a Anvisa (2013), REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 96 o termo engloba a higienização simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos. A HM (Higienização das Mãos) é reconhecida como a medida mais eficaz na prevenção das IRAS (Infecções Relacionadas á Assistência á Saúde), fato demonstrado por meio de estudos que evidenciam a redução da transmissão de microorganismos patogênicos paralelamente ao aumento da adesão dos profissionais ao procedimento. (ANACLETO et.al,2013) As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, isso caracteriza a necessidade de todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde de higienizar as mãos, pois todos mantém contato direto ou indireto com os pacientes, ou atuam na manipulação de medicamentos, ou alimentos e material estéril ou contaminado. Devendo ser realizada principalmente nos seguintes cinco momentos, como mostra na figura abaixo. Figura 2: Os 5 momentos para Higienização das Mãos. Fonte: OMS (2011) 3.1.9. Prevenção de Úlceras por pressão No dia 13 de abril de 2016, a National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) publicou a mudança da terminologia para “lesão por pressão”, por acreditar que a nova terminologia descreva de forma mais precisa a lesão. Porém muitos ainda utilizam os termos escara, úlcera de decúbito e úlcera por pressão para referir-se ao mesmo tipo de lesão. (CALIRI, 2016) “Lesões por pressão é definida como uma lesão na pele, tecidos e/ou estruturas subjacentes e provocada pela incidência de uma pressão isolada de um tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período de tempo, ou combinada com fricção e/ou cisalhamento.” (SAUDE, 2013) Alguns pacientes apresentam maior risco de desenvolver as lesões por pressão, por isso é importante implantar medidas de prevenção. “Os fatores de risco para as lesões por pressão são: grau de mobilidade alterado; incontinência urinária e/ou fecal; alterações da sensibilidade cutânea; alterações do estado de consciência; presença de doença vascular;estado nutricional alterado.” (SAUDE, 2013) REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 97 Após determinado o risco, o profissional pode então atuar na prevenção da lesão. Segundo o Protocolo do Ministério da Saúde 2013, avaliar o risco do paciente para desenvolvimento de lesões e até mesmo úlceras por pressão na admissão em qualquer serviço de saúde é a primeira etapa, podendo ser utilizada na sistematização da assistência de enfermagem. No entanto, realiza-se uma coleta de dados iniciais para indicar o melhor tratamento e logo em seguida faz-se reavaliações para verificar o progresso da ferida. - “Avaliação da lesão: localização, estágio (no sentido de largura, comprimento e profundidade), presença de tratos sinusais, túneis, deslocamentos, tecidos necróticos, a presença ou ausência do tecido de granulação e epitelização. - Indicação do melhor tratamento para a lesão avaliada, segundo o Procedimento Operacional Padrão (POP) institucional. - “Realização de reavaliações periódicas, utilizando escalas específicas, como a Escala de Braden e a Escala de Norton.” (SAUDE, 2013) 3.1.10 Prevenção de Quedas “Quando um hospital recebe um paciente, a principal preocupação da instituição é que ele não seja colocado em risco durante o cuidado. Uma eventual queda, por exemplo, é uma dessas situações não intencionais decorrentes do processo de cuidado, que contribuem para aumentar o tempo de permanência hospitalar e os custos assistenciais, gerar ansiedade na equipe de saúde, além de produzir repercussões na credibilidade da instituição, além de repercussões de ordem legal. Além disso, podem interferir na continuidade do cuidado.” (SAUDE,2013) A queda pode ser definida como a situação na qual o paciente, não intencionalmente, vai ao chão ou a algum plano mais baixo em relação à sua posição inicial. A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para ocorrência de queda orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua prevenção. (AVELAR et.al, 2014) 3.1.4 Implantação do Núcleo de Segurança do Paciente A implantação do NSP nas instituições de saúde é um processo que requer não apenas a capacitação de um grande número de profissionais, visando sua preparação para execução das funções de liderança e a revisão da organização dos processos de trabalho instituídos nos serviços, como também a articulação política entre os órgãos gestores do Hospital. Por estas razões, para o processo de implantação do NSP recomendamos que seja utilizado o Guia da ANVISA (2014), dos quais citamos alguns passos: REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 98 1. Realização de reuniões de articulação com os gestores do Hospital e profissionais dos serviços dos comitês relacionados a segurança do paciente para avaliação e discussão sobre os benefícios da implantação do NSP. 2. Estipular a formação da equipe que vai compor o núcleo: “O NSP deve ser constituído por uma equipe multiprofissional, comprovadamente capacitada em conceitos de melhoria da qualidade e segurança do paciente e em ferramentas de gerenciamento de riscos em serviços de saúde. Preferencialmente, o NSP deve ser composto por membros da organização que conheçam bem os processos de trabalho e que tenham perfil de liderança. Deve contar, preferencialmente, com representantes que tenham experiência nas áreas de controle de infecção, gerência de risco, epidemiologia, qualidade, microbiologia, farmácia hospitalar, farmácia e engenharia clínicas, segurança do paciente entre outras. Hospitais que já possuam estrutura de gestão da qualidade, como uma comissão ou um comitê de qualidade devem adaptá-la às funções previstas na Portaria MS/GM no 529/2013 e na RDC no 36/2013.” (SANTOS, 2014) 3. Seguir as etapas para implantação do NSP são: Etapa 1: Decisão A decisão da autoridade máxima do serviço de saúde pela qualidade e segurança do paciente é a etapa primordial para que ocorra o processo de implantação do NSP. Essa disposição é de suma importância para o alcance dos objetivos do PSP, uma vez que todas as etapas para implantação, manutenção e melhoria contínua do plano dependem do empenho e comprometimento da alta direção da instituição. Os gestores da instituição devem estar empenhados na melhoria dos processos, no aumento do nível de satisfação dos pacientes, na definição e no compartilhamento de responsabilidades, nos processos de capacitação e desenvolvimento de competências dos profissionais envolvidos. Devem estar cientes dos benefícios decorrentes do desenvolvimento de estratégias e ações para a qualidade e segurança do paciente, fornecendo evidências de seu comprometimento com a implantação do PSP, bem como ter noção dos custos associados ao processo. O envolvimento da autoridade máxima pode ser expresso por meio de comunicação formal e divulgação local da constituição do NSP e do PSP, a fim de facilitar a compreensão desses por toda equipe multiprofissional do serviço de saúde. Etapa 2: Planejamento e Preparação O Planejamento e Preparação é parte crucial de uma implantação exitosa do NSP. A seguir são descritos itens necessários para o desenvolvimento dessa etapa. Aspectos administrativos: Nessa etapa, a direção da instituição deverá nomear o NSP, por meio de documento de nomeação (Portaria, Ato e outros), indicando os integrantes e incluindo um profissional responsável pelo NSP com participação nas instâncias deliberativas REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 99 do serviço de saúde (Coordenador). O NSP deve ser constituído por uma equipe multiprofissional, comprovadamente capacitada em conceitos de garantia da qualidade e segurança do paciente e em ferramentas de gerenciamento de riscos em serviços de saúde. O Coordenador do NSP é o principal contato da instituição com a equipe do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). Deve ser um profissional vinculado à instituição, com disponibilidade de tempo contínuo e com experiência em qualidade e segurança do paciente, contando com boa aceitação pela equipe multiprofissional. No documento de nomeação deverá estar explícito que a autoridade máxima do serviço de saúde confere, aos componentes do NSP, autoridade, responsabilidade e poder para executar a implantação e o desenvolvimento das ações do PSP. Aspectos técnicos: A equipe do NSP deve ter representatividade dentro do serviço de saúde, a depender da multiplicidade do escopo de ações desenvolvidas pelo serviço. Reuniões com os integrantes do NSP são necessárias para discutir as ações e estratégias para o PSP e devem estar devidamente documentadas (atas, memórias, lista de presença e outros). Outros profissionais devem ser identificados e envolvidos, tais como, gerentes, chefes de unidades e profissionais respeitados e influentes ou que se destacam em uma determinada área, e que podem envolver outros profissionais no tema Segurança do Paciente. A realização de reuniões regulares com as demais instâncias que gerenciam aspectos da qualidade, reguladas por legislação específica, tais como, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Comissão de Revisão de Óbito, Comissão de Análise de Prontuário, Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), Comissão de Padronização de Materiais, Gerência de Risco, Núcleo de Saúde do Trabalhador, entre outras, é crucial para a melhoria de processos e promoção da cultura de segurança do paciente na instituição. O envolvimento do NSP com os usuários dos serviços de saúde também é esperado e as ações para tal devem estar indicadas no PSP. Aspectos programáticos: A capacitação dos profissionais que atuam nos serviços de saúde no tema “Segurança do Paciente” deverá ocorrer durante o período da jornada de trabalho, necessitando constar a comprovação em documento comprobatório com data, carga horária, conteúdo programático, nome e formação do instrutor e nome e assinatura dos profissionais capacitados. Os seguintes assuntos devem estar contemplados no conteúdo programático, pelo menos: – Qualidade e Segurança do Paciente; – Regulamentações sobre Qualidade e Segurança do Paciente; – Princípios Básicos em Segurança do Paciente; – Tipos de EAs Relacionados à Assistência à Saúde; REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 100 – Protocolos de Segurança do Paciente; – Indicadores de Segurança do Paciente; – Estratégias para a Melhoria da Qualidade e Segurança; – Cultura de Segurança; – Núcleo de Segurança do Paciente; – Plano de Segurança do Paciente; – Gestão de Riscos; – Sistema de Notificação de Incidentes; - Investigação do incidente; – Análise de Causa-raiz; – Análises dos Modos de Falha (FMEA). Aspectos logísticos: De acordo com o Art. 5º da RDC nº 36/20137, a direção do serviço de saúde deve disponibilizar, para o funcionamento sistemático e contínuo do NSP, recursos humanos, financeiros, equipamentos, insumos e materiais. Tais como, a previsão de materiais e equipamentos de escritório (papel, caneta, grampeador, computador, impressora, telefone, fax e outros) e produtos e equipamentos para a saúde (sistema de código de barras, pulseira de identificação, oxímetros, sistema de dose única e outros) devem ser previstos, conjuntamente, pela direção e pelo NSP. Diversas formas e métodos de comunicação com os integrantes do NSP e divulgação do PSP devem ser estabelecidas, tais como, comunicação verbal, eletrônica, boletim informativo, uso de cartazes, lembretes e outras. O PSP deve conter informação técnica pertinente, lista de atividades a serem desenvolvidas com estabelecimento de responsabilidades, protocolos, disponibilização de ferramentas de coleta de dados, e orientações para notificação de incidentes, conforme descrito adiante. 4. Regulamentar as principais atividades do Núcleo de Segurança do Paciente de acordo com a RDC 36/2013, que são as seguintes: -“Promover ações para a gestão do risco no serviço de saúde. -Desenvolver ações para a integração e a articulação multiprofissional no serviço de saúde. -Promover mecanismos para identificar e avaliar a existência de não conformidades nos processos e procedimentos realizados, incluindo aqueles envolvidos na utilização de equipamentos, medicamentos e insumos e propor ações preventivas e corretivas. - Elaborar, implantar, divulgar e manter atualizado o PSP. - Acompanhar as ações vinculadas ao PSP. - Implantar os Protocolos de Segurança do Paciente e realizar o monitoramento dos seus indicadores. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 101 - Estabelecer barreiras para a prevenção de incidentes nos serviços de saúde. - Desenvolver, implantar e acompanhar programas de capacitação em segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde - Analisar e avaliar os dados sobre incidentes e EAs decorrentes da prestação do serviço de saúde. - Compartilhar e divulgar à direção e aos profissionais do serviço de saúde os resultados da análise e avaliação dos dados sobre incidentes e EAs decorrentes da prestação do serviço de saúde. - Notificar ao SNVS os EAs decorrentes da prestação do serviço de saúde. - Manter sob sua guarda e disponibilizar à autoridade sanitária, quando requisitado, as notificações de EAs. - Acompanhar os alertas sanitários e outras comunicações de risco divulgadas pelas autoridades sanitárias.” (SANTOS, 2014) . REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 102 4 DISCUSSÃO “A inclusão de indicadores de segurança nos programas de monitoramento da qualidade representa uma importante estratégia onde são orientadas medidas para promover a segurança do paciente hospitalizado. [...] No Brasil, pesquisa recente em três hospitais de ensino do rio de janeiro identificou uma incidência de 7,6 % de pacientes com eventos adversos, sendo 66,7% destes com eventos adversos evitáveis.” (GOUVÊA et.al., 2010). Nós entendemos que para diminuição desses eventos adversos, e alcance da qualidade na assistência em saúde é preciso um olhar para além da patologia do paciente, é preciso também garantir sua segurança dentro do ambiente hospitalar, para que possa ser dada continuidade ao cuidado por todos os profissionais de saúde. Pois para qualificar a assistência prestada, é necessário que uma boa assistência não seja feita somente por um profissional, ela deve ser feita por toda a equipe institucional formando um ciclo, onde o serviço de um completa o do outro e vice versa, seguindo as regras propostas pelo o NSP. Do ponto de vista gerencial, é necessária a compreensão por parte dos gestores das instituições de saúde, de que os eventos adversos estão, muitas vezes, diretamente relacionados ás falhas no sistema, e não somente ao descaso ou incompetência profissional. Assim mais do que buscar no sistema culpados, é necessário identificar fragilidades existentes no processo de adotar medidas preventivas. (DUARTE et.al ,2015) “O desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente neste País depende do conhecimento e do cumprimento do conjunto de normas e regulamentos que regem o funcionamento dos estabelecimentos de Saúde, condição básica para que estes estabelecimentos possam dar novos passos, como a elaboração de planos locais de qualidade e segurança do paciente, com ações monitoradas por indicadores, gerido por uma instância (núcleo) responsável e de uma política de estímulo à utilização rotineira de protocolos e diretrizes clínicas.” ( ROLLO et.al, 2014) Avaliar é sobretudo aprender com a realidade, é entender as causas que levaram aos acertos ou aos erros permitindo compreender o que deveria ser feito para contornar as dificuldades e alcançar os objetivos previstos. A partir da avaliação, é possível corrigir erros e aprimorar o desempenho institucional e reduzir a ocorrência de eventos adversos. (SERRA, 2016) Os erros acontecem pela falta de adequação dos funcionários as técnicas corretas apresentadas pelos protocolos básicos de Segurança do Paciente, bem como pelos os POP‟s (Procedimento Operacional Padrão), estabelecido por cada instituição, acarretam prejuízos para o Hospital, e o NSP ele vem com uma proposta de reduzir esses erros, através de uma Gestão de qualidade dos membros, que podem instituir um Plano de Segurança do Paciente (PSP), que seja adequado a realidade daquela instituição de saúde. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 103 E para o Hospital esse PSP trás consigo benefícios importantes: 1. Benefícios com relação a economia hospitalar: a. Diminuição de gastos desnecessários importantes (bilhões de reais) b. Aumenta disponibilidade de leitos 2. Benefícios para os pacientes: a. Diminui o sofrimento humano b. Melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de tecnologias de saúde 3. Benefícios quanto judicialização: a. Disseminação sistemática da cultura de segurança b. Garantia de boas práticas de funcionamento do serviço de saúde c. Diminuição de problemas judiciais provenientes de erros dos profissionais de saúde, o que melhora seriamente a reputação de uma instituição. Segundo Serra (2016), há indicação de que a educação permanente é a principal ferramenta para as mudanças nos processos de trabalho. [...] Uma possível dificuldade para mudar as práticas é a compreensão de que as mudanças estão associadas ao modo como são vistos os problemas e o grau de importância que os sujeitos implicados dão a ele. Reconhecer o quão prejudicial é um modo de fazer sem base em evidências, apenas porque sempre foi assim, pode ser o início da percepção de que mudanças são necessárias, e um dispositivo em potencial é a educação permanente. Nesse sentido, intervenções educacionais contínuas, concentradas nos protocolos com ações respaldadas em evidências, ajudam a mudar padrões. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 104 5 CONCLUSÃO O estudo foi realizado para mostrar a importância do Núcleo de Segurança do Paciente em ambientes hospitalares. Foi discutido seus objetivos e suas funções, através de uma revisão de artigos e coletas de informação sobre o tema em questão, demonstrando a importância do NSP e suas etapas de crescimento e de melhorias, citando os protocolos básicos preconizados pela OMS de segurança do paciente. Concluindo, portanto, que o objetivo principal do núcleo é garantir que o atendimento nas instituições de saúde seja feito de forma a aumentar a segurança do paciente em todo o processo de atendimento, trazendo consigo benefícios para os usuários e para os gestores das instituições. REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2017 JAN./MAR. V.7 N.1 105 REFERÊNCIAS TASE, Terezinha Hideco., LOURENÇÃO Daniela Campos de Andrade, BIANCHINI Suzana Maria, TRONCHIN Daisy Maria Rizatto. Identificação do paciente nas organizações de saúde:uma reflexão emergente. 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