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Projeto GreenVitis, um desafio para uma
melhor produtividade e sustentabilidade
do sistema vitivinícola duriense
Afonso Martins
UTAD/CITAB
Avaliação ambiental no sector Vitivinícola - Régua, 2 Set 2013
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Motivações para o projeto
Avaliação ambiental no sector Vitivinícola - Régua, 2 Set 2013
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Práticas de gestão do solo na
vinha e efeitos associados
1. Mobilização na vinha para controlo de
infestantes, prática tradicional, mais
comum, e efeitos resultantes
 Mineralização de MO e emissão de CO2
 Diminuição da atividade biológica e da
biodiversidade
 Maiores riscos de erosão, com perda de solo e de
nutrientes e efeitos negativos nas águas de
escorrência
 Aumento de riscos de compactação e de
degradação da estrutura do solo
 Mais de 50% dos impactes ambientais na produção
de vinho são imputados às técnicas de viticultura
em que a gestão do solo tem um peso
determinante (Neto et al. 2012)
Avaliação ambiental no sector Vitivinícola - Régua, 2 Set 2013
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A utilização de práticas culturais
de conservação do solo
 Área com mobilização reduzida – 20 % das terras aráveis
 Área com sementeira direta – 4% das terras aráveis
 Área com enrelvamento na entrelinha – 10% das
explorações com culturas permanentes
As práticas de enrelvamento, de mobilização reduzida e de sementeira
direta continuam a ser utilizadas por um baixo número de produtores
Recenseamento Agrícola 2009, INE, 2011
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Práticas de gestão do solo na
vinha e efeitos associados (cont)
2. Vinha com relvamento e efeitos
reportados
 Conservação e aumento da MO e sequestro
de Carbono
 Aumento da atividade biológica e da
biodiversidade
 Diminuição dos riscos de erosão, com
conservação do solo e dos nutrientes e da
qualidade das águas de escorrência
 Melhoria das condições de estrutura do solo
 Maior garantia de sustentabilidade do sistema
e benefícios na qualidade ambiental
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Questões que permanecem???
 Que tipo de cobertura – natural ou semeada
 Competição hídrica entre o coberto herbáceo e videira
 Efeitos no comportamento fisiológico da videira
 Efeitos no microclima e consequências no desenvolvimento da
vinha
 Efeitos nos aspetos sanitários
 Saldo de carbono e implicações nas emissões de CO2 e de
outros gases
 Efeitos na qualidade do produto final
 Efeitos na rentabilidade e sustentabilidade do sistema
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O Projeto
Efeitos da gestão do solo na produtividade e
sustentabilidade do sistema vitivinícola duriense
(GreenVitis) (Financiado pelo PRODER – Inovação)
Situações a ensaiar
1- Prática convencional de mobilização do solo para
controlo de infestantes
2. Manutenção de cobertura herbácea com espécies
espontâneas
3. Manutenção de cobertura herbácea com uma mistura de
gramíneas e leguminosas, adaptada às condições
climáticas do local
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Objetivos pretendidos
 Relações hídricas solo-vinha e consequências no comportamento
fisiológico da videira
 Comportamento da vinha nomeadamente quanto ao vigor e
qualidade do fruto
 Eficácia no uso dos nutrientes, nomeadamente a disponibilidade de
N
 Balanço de carbono e vantagens que daí possam advir para o
viticultor
 Estimativa da pegada de carbono no sistema desde a vinha até à
adega e sua contextualização no âmbito das alterações climáticas
 Biodiversidade e efeitos na sanidade da vinha
 Perdas de solo e de nutrientes por erosão hídrica e qualidade das
águas de escorrência
 Produtividade global do sistema para as 3 práticas de gestão
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Parceiros e respetivas tarefas
Quinta do Vallado, Sociedade Agrícola Lda
Responsável – Engº António Pinto
Promotor do projeto
Cedência da área experimental
Execução de algumas tarefas no campo experimental e
apoio na execução de outras
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Parceiros e respetivas tarefas (cont)
UTAD/CITAB – Responsável – Prof. Afonso Martins
 Instalação do campo experimental e caracterização dos solos
 Monitorização das variáveis microclimáticas associadas às três práticas
de gestão do solo e efeitos no comportamento do sistema
 Relações hídricas solo-vinha e comportamento fisiológico da videira
 Caraterização vitícola e enológica
 Eficácia no uso e reciclagem de nutrientes e consequências no
desenvolvimento da videira, em particular o ciclo de N
 Avaliação de saldos e pegadas de carbono nos três tratamentos,
impactes económicos e contextualização no âmbito das alterações
climáticas
 Efeitos das três práticas na sanidade da vinha
Envolve 8 equipas e um total de 20 investigadores e auxiliares
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Parceiros e respetivas tarefas (cont)
ESAB (IPB) – Responsável – Prof. Tomás Figueiredo
 Perdas de solo e de nutrientes por erosão e implicações na
qualidade das águas de escorrência
ADVID – Responsável – Engª Rosa Amador
 Acompanhamento do projeto
 Avaliação económica das três práticas ensaiadas na
rentabilidade do sistema
 Divulgação dos resultados obtidos junto dos associados e
vitivinicultores
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Orçamento por parceiro e total
Parceiro
Qta do Vallado
UTAD
ESAB
ADVID
TOTAL
Orçamento aprovado
33,934.94 €
413,397.29 €
62,201.34 €
15,306.43 €
524,840.00 €
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Situação da área experimental na Qta do Vallado
Área experimental
Casta – Touriga Franca
Centro de lavoura da
Qta do Vallado
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Terraços de uma linha onde se situa a
área experimental
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Esquema previsto para o campo experimental
caminho
Talhões
repetidos para
medições
microclimáticas
Terraços de 1 linha
10 m
T1
T3
T2
5m
T2
T1
T3
T1 – Talhão com a prática convencional com mobilização
T2 – Talhão com manutenção de cobertura herbácea espontânea, controlado com cortes
T3 – Talhão com manutenção de cobertura herbácea semeada, controlado com cortes
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Pontos Fortes
1. Abordagem holística contemplada na proposta
2. Multidisciplinaridade da equipa envolvida, garantindo a cobertura
de uma ampla gama de aspetos importantes na gestão do sistema
vitivinícola
3. Relação estreita da equipa com a região vinhateira duriense
4. Contribuição dos estudos a desenvolver para a melhoria da
qualidade ambiental
5. Possibilidade de se conseguirem índices sobre o sequestro de
carbono que permitam definir com maior rigor os apoios
financeiros a produtores que utilizem as novas práticas propostas
6. Possibilidade da transferência dos resultados obtidos e,
tecnologias associadas, a outras regiões vinhateiras e a outros
sistemas
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Pontos Fracos
 Existência de pequeno número de produtores que utilizam as
práticas propostas. As práticas maioritariamente em uso na
atualidade fragilizam o sistema vitivinícola e têm efeitos
ambientais nocivos, conforme já mencionado
 Dificuldade de aceitação das práticas propostas face à inércia
e pouca recetividade à inovação por muitos produtores
 Curto período de duração do projeto, que não permite retirar
resultados conclusivos sobre os objetivos propostos,
esperando-se a sua continuidade integrada em outro
programa
Avaliação ambiental no sector Vitivinícola - Régua, 2 Set 2013
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A Matéria orgânica e o Carbono, como
parâmetros chave na qualidade do solo e
do ambiente
Necessidade de aperfeiçoar metodologias
para detetar mudanças nas reservas e
fluxos de Carbono motivadas por
alterações nos sistemas de gestão
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O ciclo do carbono desempenha
um papel relevante na natureza
 Relação com o fluxo de matéria orgânica
 Relação com os ciclos de bioelementos
fundamentais na nutrição vegetal (N, P, S)
 Relação com a libertação de CO2, um dos
gases com maiores implicações no efeito
de estufa
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Proporção relativa dos gases com
efeito de estufa (GEE) (1)
1 t de CO2 = 1 crédito
1 t de CH4 = 21 créditos
1 t de N2O = 310 créditos
(1)
http://www.suapesquisa.com/efeitoestufa/gases_do_efeito_estufa.htm
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Fontes emissores de GEE e peso
da agricultura e uso do solo (1)
 Queima de combustíveis fósseis (transportes
e indústria) – 70,8%
 Lixo – 3,2%
 Agricultura – 13,8%
 Alterações no uso do Solo – 12,2%
Agricultura e alterações do uso do solo (26%)




(1)
Desflorestação
Queima de biomassa
Conversão de sistemas florestais em agrícolas
Cultivo do solo
http://www.suapesquisa.com/efeitoestufa/gases_do_efeito_estufa.htm
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Dois exemplos de efeitos do cultivo do solo
sobre as perdas de MO e de C e
dificuldades de deteção desses efeitos no C
total do solo
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Balanço de C (t C ha-1), em 2 sistemas florestais, 14 anos
após a plantação, relativamente à área de referência
(vegetação espontânea - mato). Efeito das mobilizações
Componentes
RP
CL
Biomassa aérea
Folhada
Raízes
Solo (0-30 cm)
6.121
0.007
-0.899
-14.344
28.037
3.427
2.946
-3.866
Total
-9.115
30.544
Emissões inerentes às operações de plantação: 0.3-0.5 t ha-1
Avaliação ambiental no sector Vitivinícola - Régua, 2 Set 2013
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Comentários
 Comparativamente com a situação de referência, observa-se
uma elevada perda de C no solo em RP (-14,3 t/ha) pela
mineralização da MO durante as operações de preparação do
terreno e pela baixa biomassa produzida
 Também no povoamento de CL e passados 14 anos, se observa
um teor mais baixo de C no solo, com uma diferença muito
menor do que em RP, (- 3,9 t/ha), pela razão apontada, aqui
compensado pela maior produção de biomassa e MO que
origina
Avaliação ambiental no sector Vitivinícola - Régua, 2 Set 2013
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Efeito das operações de preparação do terreno
na mineralização de MO e perda de C
É visível a diminuição de C no solo mobilizado na camada superficial, em
resultado da mineralização da MO após a mobilização, observando-se também
uma redistribuição de C no perfil do solo devido ao efeito de reviramento
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Efeitos da gestão do solo em soutos, na
dinâmica do C orgânico
C fraction
Practice
-1
OC (g kg )
-1
TOC (Mg ha )
Depth (cm)
0-10
10-20
0-20
NT
15.31  0.95 Aa
10.32  0.67 Ba
12.82  0.73 a
CT
14.41  0.63 Aa
10.89  0.46 Ba
12.65  0.49 a
NT
22.54  1.44 Aa
11.62  0.72 Ba
34.16  1.62 a
CT
12.17  0.52 Ab
10.42  0.45 Ba
22.60  0.72 b
Valores médios de C ± erro padrão (n = 16); Letras maiúsculas na mesma linha ou minúsculas na
mesma coluna, indicam a significância estatística (P<0.05); OC - Carbono orgânico nos horizontes
minerais; TOC - C orgânico total; NT - Não mobilizado há 17 anos; CT – Mobilização convencional
 Não se observam diferenças significativas entre tratamentos no C total dos
horizontes minerais ao fim de 17 anos sem mobilização com cobertura herbácea
 Contrariamente na massa de C total dos horizontes minerais mais o da camada
orgânica (TOC), observam-se diferenças significativas entre tratamentos
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As frações lábeis de C (AC, POC e HWC),
como indicadores da dinâmica da MO, por
efeito da gestão do solo em soutos
C fraction
-1
AC (g kg )
-1
POC (g kg )
-1
HWC (g kg )
Practice
Depth (cm)
0-10
10-20
0-20
NT
0.34  0.02 Aa
0.16  0.01 Ba
0.25  0.02 a
CT
0.25  0.01 Ab
0.15  0.01 Ba
0.20  0,01 b
NT
4.57  0.37 Aa
1.78  0.32 Ba
3.17  0.35 a
CT
3.22  0.23 Ab
1.55  0.13 Ba
2.39  0.20 a
NT
0.66  0.05 Aa
0.33  0.01 Ba
0.49  0.04 a
CT
0.50 ± 0.03 Ab
0.33 ± 0.02 Ba
0.41 ± 0.02 a
Valores médios de C ± erro padrão (n = 16); Letras maiúsculas na mesma linha ou minúsculas na mesma coluna,
indicam a significância estatística (P<0.05); AC: Carbono ativo; POC – C particulado; - HWC – C solúvel em H2O a
quente; NT - Não mobilizado há 17 anos; CT – Mobilização convencional
Conforme é visível nos resultados obtidos, as frações lábeis de C são indicadores
sensíveis a alterações no uso do solo, principalmente o C particulado
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Síntese de metodologias a aplicar para a
medição de emissões e do balanço de C
 Efeito dos diferentes tratamentos nas emissões de gases com efeito de
estufa (CH4, N2O e CO2) e NO2 e NO, a partir do solo
 Relações entre estas emissões, as condições climáticas e as
caraterísticas do solo
 Emissões resultantes da utilização de equipamento nas práticas
culturais nas 3 modalidades
 Quantificação do sequestro de CO2 na vinha e no coberto vegetal
 Quantificação do sequestro de CO2 no solo
 Cálculo das emissões e sumidouros e do balanço global por tratamento
Da responsabilidade dos colegas Profs. Henrique Trindade, João Coutinho,
João Santos, Fernando Santos, Afonso Martins e Fernando Raimundo
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Síntese de metodologias a aplicar para balanço de
C e medição de emissões de gases (cont)
 Para a medição dos GEE (CO2, CH4 e N2O) e do NO2 e NO será utilizado
um sistema baseado na técnica de câmaras estáticas (30 cm de diâmetro),
4 câmaras por parcela experimental. Os fluxos serão calculados com base
na alteração das concentrações dos gases na atmosfera interior das
câmaras em intervalos de tempo curtos (0, 20, 40 e 60 minutos).
 As concentrações de GEE serão medidas utilizando IRGA foto-acústico
(INNOVA) ou um cromatógrafo gasoso equipado com 3 detetores: de
captura de eletrões para o N2O, de ionização por chama para o CH4 e de
condutividade térmica para o CO2. O NO e o NO2 serão medidos por
analisador de quimioluminescência.
 As medições de emissões serão diárias ou com intervalos muito curtos (3
vezes por semana), sempre que se verifiquem condições que estimulem as
perdas de compostos gasosos de N e C (precipitação, adubações,
mobilizações, etc.).
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Benefícios ambientais esperados
 Redução das emissões de CO2 pelo abandono da prática
convencional de mobilização do solo e menor utilização de
máquinas
 Aumento de matéria orgânica do solo (MOS) e sequestro de
carbono associado pela cobertura herbácea instalada
 Melhoria das propriedades físicas e hídricas do solo através do
efeito benéfico da cobertura herbácea na estrutura do solo
 Melhoria da eficiência na utilização de nutrientes e redução da
utilização de fertilizantes
 Diminuição dos riscos de erosão e perdas de solo associadas, face
à proteção do solo pela cobertura, com efeitos benéficos na
qualidade das águas de escorrência
 Aumento da biodiversidade associada à presença da cobertura, com
benefícios no controlo de patogénicos e no modo de produção
biológico
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