Efeito Bioestim ia agronômica em milho

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ANDRÉ MARTINI DELLA LIBERA
EFEITO DE BIOESTIMULANTES EM CARACTERES FISIOLÓGICOS E DE
IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA EM MILHO (Zea mays L.)
Ijuí - RS
Dezembro - 2010
UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS
ANDRÉ MARTINI DELLA LIBERA
EFEITO DE BIOESTIMULANTES EM CARACTERES FISIOLÓGICOS E DE
IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA EM MILHO (Zea mays L.)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Departamento de Estudos Agrários da
Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul – UNIJUI – como
requisito para a obtenção do título de
Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Eng. Agr. MSc. Luiz Volney Mattos Viau
Ijuí - RS
Dezembro - 2010
TERMO DE APROVAÇÃO
ANDRÉ MARTINI DELLA LIBERA
EFEITO DE BIOESTIMULANTES EM CARACTERES FISIOLÓGICOS E DE
IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA EM MILHO (Zea mays L.)
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca abaixo subscrita.
Ijuí, 14 de Dezembro de 2010.
__________________________________
Eng. Agr. MSc. Luiz Volney Mattos Viau
DEAg/UNIJUI – Orientador
_________________________________
Prof. Prof. Dr. José Antonio Gonzalez da Silva
DEAg/UNIJUI
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe Sidonia
Martini Ferretti e ao meu padrasto Nelson Ferretti pelo
amor, orações, carinho e compreensão. E aos colegas e
amigos do curso de agronomia que contribuíram de
maneira efetiva na realização deste trabalho. Dedico
também, ao meu professor e orientador Luiz Volney
Mattos Viau pela dedicação, orientação e principalmente
pelos ensinamentos que me transmitiu. A vocês minha
eterna gratidão e homenagem.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por guiar meus passos e luminar meu caminho em
todos os momentos da minha vida.
A minha mãe Sidonia Martini Ferretti e ao meu padrasto Nelson Ferretti, pela
educação a que me foi dada, pelos conselhos, amor e por sempre estarem do meu lado me
incentivando a seguir em frente e mostrando os melhores caminhos da vida. Para mim, vocês
sempre serão exemplos de dedicação, superação e coragem. Amo muito vocês.
Ao Professor Luiz Volney Mattos Viau, minha eterna gratidão pela dedicação,
paciência, orientação e disposição em explicar e transmitir seus conhecimentos. Terei enorme
consideração por tudo que fez por mim na minha vida acadêmica, pois com certeza a sua
orientação enquanto na realização deste trabalho de conclusão de curso, fizeram uma enorme
diferença na minha formação. Além disto, agradeço pelo incentivo e apoio para ingressar em
uma pós-graduação e pela amizade. O Sr. para mim é um exemplo de um ótimo profissional!
A minha namorada Camila Ottonelli Calgaro pelo amor, carinho, respeito e
compreensão nos momentos em que mais precisei. Agradeço por ter incentivado a seguir na
área da agronomia e a lutar pelos meus objetivos. Obrigada por fazer eu me sentir amado e
muito feliz.
À UNIJUI, por ter me dado à oportunidade de ser acadêmica desta instituição. E,
também, pela estrutura, filosofia de ensino e comprometimento com o aprendizado e
formação de seus acadêmicos.
Ao DEAg por disponibilizar o centro de pesquisa IRDeR e por direcionar recursos e
infra-estrutura para que fosse possível a realização deste trabalho e de tantos outros na área de
pesquisa. E as secretarias Daniela, Claudia e o secretário Aléssio que nunca se negaram a
ajudar.
Ao Professor Dr. José Antônio Gonzalez da Silva, pelo auxílio com a análise
estatística
Aos funcionários do IRDeR em especial ao César que foram de fundamental
importância na condução dos experimentos a campo contribuindo muito para as pesquisas
realizadas, além de serem grandes amigos.
Aos colegas Adriano José Weber, Celso Baldisera Junior, Cevero, Daniel E. Coppetti,
Edegar Matter, Eloi Guilherme Schreiber, Eduardo Jung, Luciano Klein Gewehr, Luiz
Henrique Pettenon, Moacir Sartori, Michel Ferretti, Pablo Mateus Bandeira, Rogério Viera,
Tiago Manchini, Uelinton Noronha, pela ajuda na condução dos experimentos a campo e
pelos momentos de trabalho em laboratório. Também quero agradecer pela parceria, amizade,
companheirismo que tivemos durante nossas tarefas, estágios, congressos e jantas, sem vocês
nada disso teria sido possível concretizar.
EFEITO DE BIOESTIMULANTES EM CARACTERES FISIOLÓGICOS E DE
IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA EM MILHO (Zea mays L.)
Aluno: André Martini Della Libera
Orientador: Eng. Agr. MSc. Luiz Volney Mattos Viau
RESUMO
Os tratamentos com biestimulantes e seus efeitos agronômicos em um hibrido simples
de milho (Zea mays L.) foi avaliado em experimento conduzido no Instituto Regional de
Desenvolvimento Rural (IRDeR/DEAg/UNIJUI), na localidade de Augusto Pestana - RS.
Foram avaliados os bioestimulantes a base de compostos hormonais e micronutrientes, silício
e zinco, sendo usado como genótipo reagente o híbrido simples P30F53, em delineamento
experimental de blocos totalmente casualizados, em parcelas constituídas de quatro fileiras de
cinco metros de comprimento espaçadas de 0,6 metros, numa população correspondente a
70.000 plantas por hectare. O plantio foi realizado em 03 de outubro de 2009, de forma
manual com equipamento denominado “saraquá”. A aplicação dos biostimulantes Booster®
(150 ml p.c.. ha-1) e Maxi Zinc® (150 ml p.c.. ha-1) foi via tratamento de sementes e o produto
Supa Silica® (500 ml p.c.. ha-1) via foliar nos estádios fenológicos V3 e V10. As
determinações foram das variáveis, rendimento de grãos e componentes do rendimento, bem
como demais caracteres agronômicos. Os resultados deste trabalho no ano de 2009/2010 não
mostraram efeitos dos bioestimulantes e micronutrientes testados na produtividade de milho e
nos componentes do rendimento.
Palavras chave: bioestimulante, micronutrientes, silício, zinco, caracteres agronômicos,
produção, milho, Zea mays L.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 13
1.1 A cultura do milho: aspectos gerais ................................................................................ 13
1.2 Bioestimulantes ................................................................................................................. 14
1.2.1 Resultados Obtidos com o uso de Bioestimulantes ..................................................... 16
1.3 Silício .................................................................................................................................. 18
1.3.1 Resultados obtidos com o uso de produtos a base de Silício ...................................... 20
1. 4 Zinco ................................................................................................................................. 21
1.4.1Resultados obtidos com a utilização de produtos a base de Zinco ............................. 23
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 25
2.1 Local: Clima, Solo e histórico da área experimental ..................................................... 25
2.2 Análise de solo ................................................................................................................... 25
2.3 Delineamento Experimental e Tratamentos .................................................................. 26
2.4 Característica do híbrido utilizado ................................................................................. 27
2.5 Determinações realizadas................................................................................................. 29
2.5.1 Número de plantas iniciais (NPI) ................................................................................. 29
2.5.2 Massa verde da planta inteira (MVPI) ........................................................................ 30
2.5.3 Massa verde de colmo (MVC) ...................................................................................... 30
2.5.4 Massa verde de folha (MVF) ........................................................................................ 30
2.5.5 Massa verde de raiz (MVR) .......................................................................................... 30
2.5.6 Massa seca de folha (MSF) ........................................................................................... 31
2.5.7 Massa seca de raiz (MSR) ............................................................................................. 31
2.5.8 Relação de Massa Seca/ Massa Verde Folha (MSMVF) ............................................ 31
2.5.9 Massa Seca/Massa Verde de Raiz (MSMVR) ............................................................. 31
2.5.10-Doenças foliares na folha da inserção da espiga (DFFIE) ....................................... 32
2.5.11 Doenças foliar acima da espiga (DFAE) .................................................................... 32
2.5.12 Doenças foliar abaixo da espiga (DFBE) ................................................................... 32
2.5.13 Nota vigor da planta (NVP) ........................................................................................ 32
2.5.14 Altura de inserção da espiga (AIE) ............................................................................ 33
9
2.5.15 Estatura de plantas (EP) ............................................................................................. 33
2.5.16 Número de plantas final (NPF)................................................................................... 33
2.5.17 Número de espigas (NE) .............................................................................................. 33
2.5.18 Índice de espiga (IE) .................................................................................................... 34
2.5.19 Peso de planta inteira (PPI) ........................................................................................ 34
2.5.20 Peso de grãos por planta (PGP).................................................................................. 34
2.5.21 Índice de colheita (IC) ................................................................................................. 34
2.5.22 Peso de espigas (PE) .................................................................................................... 34
2.5.23 Espigas com podridão (EP)......................................................................................... 35
2.5.24 Severidade de doenças na espiga (SDE) .................................................................... 35
2.5.25 Número de Fileiras de grãos por espiga (NFGE)...................................................... 35
2.5.26 Número de Grãos por fileira (NGF) .......................................................................... 35
2.5.27 Peso de grão (PG) ........................................................................................................ 35
2.5.28 Massa do grão (MG) .................................................................................................... 36
2.5.29 Rendimento de grãos (RG) ......................................................................................... 36
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 37
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 47
ANEXOS ................................................................................................................................. 56
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Análise de solo IRDeR/DEAg/UNIJUI, Augusto Pestana, 2009.............................26
Tabela 2: Características Agronômicas do híbrido utilizado no experimento......................... 28
Tabela 3: Comportamento do híbrido de milho utilizado no experimento em relação às
principais moléstias...................................................................................................................29
Tabela 4. Resumo da analise de variância das variáveis: Massa verde de planta inteira
(MVPI), Massa verde de colmo (MVC), Massa verde de folhas (MVF), Massa verde de raiz
(MVR), Massa seca de folha (MSF), Massa seca de raiz (MSR); Relação massa seca/ massa
verde de folha(MSMVF), Relação massa seca/ massa verde de raiz(MSMVR) de milho
submetido a diferentes tratamentos com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto
Pestana. RS. 2010......................................................................................................................38
Tabela 5. Resumo da analise de variância das variáveis: Doenças foliar da folha da inserção
da espiga (DFFIE), Doença foliar acima da inserção da espiga (DFAE), Doenças foliar abaixo
da inserção da espiga (DFBE), Nota de vigor da planta (NVP), Espigas com Podridão (EP), e
Severidade de doenças nas espigas (SDE) de milho submetido a diferentes tratamentos com
bioestimulantes.
IRDeR/DEAg/UNIJUI.
Augusto
Pestana.
RS.
2010...........................................................................................................................................38
Tabela 6. Resumo da analise de variância das variáveis: Estatura da inserção de espiga (EIE),
Estatura de plantas (EP), Numero de plantas iniciais (NPI), Numero de plantas finais (NPF),
Numero de espigas (NE), Índice de espiga (IE), Peso de planta inteira (PPI), Peso de grão por
Planta (PGP), Índice de colheita (IC), Peso das Espigas (PE) e peso de grão (PG) de milho
submetido a diferentes tratamentos com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto
Pestana. RS. 2010.....................................................................................................................39
Tabela 7. Resumo da analise de variância das variáveis: Numero de plantas finais (NPF),
Índice de Espiga (IE), Número de fileiras por espiga (NFE), Numero de grãos por fileira
(NGF), Massa de grão (MG), e Rendimento final (RF) de milho submetido a diferentes
11
tratamentos
com
bioestimulantes.
IRDeR/DEAg/UNIJUI.
Augusto
Pestana.
RS.
2010.......................................................................................................................................... 40
Tabela 8. Massa verde de planta inteira (MVPI), Massa verde de colmo (MVC), Massa verde
de folhas (MVF), Massa verde de raiz (MVR), Massa seca de folha (MSF), Massa seca de raiz
(MSR); Relação massa seca/ massa verde de folha (MSMVF) e Relação massa seca/ massa
verde de raiz (MSMVR) de milho submetido a diferentes tratamentos com bioestimulantes.
IRDeR/DEAg/UNIJUI.Augusto
Pestana.
RS.
2010.......................................................................................................................................... 41
Tabela 9. Doença foliar da folha da inserção da espiga (DFFIE), Doença foliar acima da
inserção da espiga (DFAE), Doenças foliar abaixo da inserção da espiga (DFBE), Nota de
vigor da parcela (NVP), Espigas com Podridão (EP), e Severidade de doenças nas espigas
(SDE)
de
milho
submetido
ao
tratamento
com
bioestimulantes.
IRDeR/DEAg/UNIJUI.Augusto Pestana. RS. 2010.................................................................43
Tabela 10. Altura da inserção de espiga (AIE), Estatura de plantas (EP), Numero de plantas
iniciais (NPI), Numero de plantas finais (NPF),Numero de espigas (NE), Índice de espiga
(IE), Peso de planta inteira (PPI), Peso de grão por planta (PGP), Índice de colheita (IC), Peso
das espigas (PE) e peso de grão (PG) de milho submetido ao tratamento com bioestimulantes.
IRDeR/DEAg/UNIJUI/Augusto Pestana. RS. 2010................................................................ 44
Tabela 11. Numero de plantas finais (NPF), Índice de Espiga (IE), Numero de fileiras por
espiga (NFGE), Numero de grãos por fileira (NGF), Massa de grão (MG), e Rendimento de
grãosl (RG) de milho submetido ao tratamento com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI.
Augusto Pestana. RS. 2010.......................................................................................................45
12
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma cultura muito importante para a nossa agricultura. É um
insumo para a produção de múltiplos produtos, apresentando características agronômicas
importantes, como a elevada produção de grãos e o uso desta cultura como alternativa de
rotação e sucessão de culturas.
Cultivos tecnológicos como o milho, absorvem inovações no sistema produtivo, mas
deve-se atentar para os reais ganhos com a incorporação desses produtos às sementes, que são
o principal insumo da agricultura moderna, pois são responsáveis pelo potencial genético e
produtivo que garantem o sucesso do empreendimento agrícola.
Os bioestimulantes promovem o desenvolvimento da planta e são usados em muitas
culturas. Estes produtos referem-se a misturas de reguladores vegetais com outros compostos
de natureza bioquímica diferentes, tais como: aminoácidos, vitaminas, algas marinhas,
micronutrientes e ácidos ascórbicos.
Estudos envolvendo fisiologia vegetal atribuem a presença dessas substâncias nos
bioestimulantes, tais como os ácidos húmicos e extratos de algas amarinhas, pelo aumento na
resistência e na adaptação das plantas as condições de estresse.
Estudos recentes têm mostrado que também o silício como o zinco podem estimular o
crescimento e a produção vegetal por meio de várias ações indiretas, propiciando proteção
contra fatores abióticos, como estresse hídricos, toxidez de alumínio, ferro, entre outros, e
bióticos, como a incidência de insetos-praga e moléstias de plantas.
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a aplicação de Booster®, Maxi Zinc® e
Supra Sílica® no milho e determinar o efeito no rendimento de grãos e nos componentes do
rendimento, dimensionando a contribuição dessa tecnologia na lavoura de milho do Sul do
Brasil.
13
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 A cultura do milho: aspectos gerais
O milho (Zea mays L), originário da América, provavelmente da região onde hoje se
situa o México, foi domesticado num período entre 7.000 e 10.000 anos atrás (PATERNIANI,
1993). Seu nome tem origem caribenha e significa “sustento da vida”. Alimentação básica de
várias civilizações importantes ao longo dos séculos, os Olmecas, Maias, Astecas e Incas
reverenciavam o cereal na arte e religião. Grande parte de suas atividades diárias eram ligadas
ao seu cultivo, o milho já era cultivado na América há pelo menos 4.000 anos (WIKIPÉDIA,
2010).
O milho pertence à classe Liliopsida, sendo da família Poaceae, tendo como gênero Zea
e seu nome científico é Zea mays L.
Como resultado da seleção, tanto artificial, praticada pelo homem, como natural, para
adaptação as diferentes condições ecológicas, o homem civilizado herdou dos povos mais
antigos cerca de 300 raças de milho, caracterizadas pelas mais diversas adaptações, tanto para
condições climáticas, como para os vários usos do cereal (PATERNIANI, 1993).
Segundo Pinazza (1993) o milho é um dos principais insumos na cadeia produtiva
animal, em especial na suinocultura, avicultura e na bovinocultura de leite, estando presente
tanto na forma “in natura”, como na forma de farelo, ração ou silagem. Na alimentação
humana o milho pode ser consumido “in natura” como milho verde ou na forma de
subprodutos industrializados.
Conforme Fancelli (2000) o milho é considerado uma das principais espécies utilizadas
no mundo, visto que anualmente são cultivados cerca de 140 milhões de hectares,
contribuindo para a produção de 610 milhões de toneladas de grãos.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, com uma produção de 54,18
milhões de toneladas numa área de 13 milhões de hectares, apresentando um rendimento
médio de 4.158 kg/ha (CONAB, 2010).
A produção de milho, no Brasil tem-se caracterizado pela divisão da produção em duas
épocas de plantio. Os plantios de verão, ou primeira safra, são realizados na época tradicional,
durante o período chuvoso, que varia entre fins de agosto, na região Sul, até os meses de
outubro/novembro, no Sudeste e Centro-Oeste (no Nordeste, esse período ocorre no início do
14
ano). Mais recentemente, tem aumentado a produção obtida na safrinha, ou segunda safra. A
safrinha refere-se ao milho de sequeiro, plantado extemporaneamente, em fevereiro ou março,
quase sempre depois da soja precoce, predominantemente na região Centro-Oeste e nos
estados do Paraná e São Paulo (EMBRAPA, 2008).
Atualmente, a área plantada não é suficiente para atender as demandas do mercado
interno, gerando problemas de abastecimento para a indústria nacional. A solução para esse
problema passa pela expansão da área plantada e pelo aumento da produtividade das áreas
atualmente cultivadas.
1.2 Bioestimulantes
Em alguns casos são também chamados de bioativadores, ou até mesmo de
enraizadores, que são complexos que promovem o equilíbrio hormonal das plantas,
favorecendo a expressão do seu potencial genético, estimulando o desenvolvimento do
sistema radicular (ONO et al., 1999). Define-se bioestimulantes como a mistura de dois ou
mais reguladores vegetais ou de reguladores vegetais como outros produtos. Esses produtos
agem na degradação de substâncias de reserva das sementes, na diferenciação, divisão e
alongamento celulares (CASTRO; VIEIRA, 2001).
Os bioestimulantes são componentes que produzem resposta ao crescimento das
plantas através da melhoria da tolerância aos estresses abióticos. Muitos dos efeitos destes
produtos são baseados na sua habilidade de influenciar a atividade hormonal das plantas. Os
fitohormônios são mensageiros químicos que regulam o desenvolvimento normal das plantas
pelo crescimento de raízes e parte aérea, alem de regularem as respostas do ambiente onde
elas se encontram (LONG, 2006).
A aplicação do hormônio giberelina em plantas de milho na fase vegetativa resulta em
maior desenvolvimento da parte aérea, sem afetar a produção de massa seca e rendimento dos
grãos (CASTRO; KLUGE, 1999).
Os bioestimulantes são defendidos por Russo e Berlyn (1990) como produtos que,
quando aplicados nas plantas, reduzem a necessidade de fertilizantes e aumentam a
produtividade e a resistência destas ao estresse hídrico e climático. Segundo Casillas et al.
(1996) e Zhang & Schmidt(2000) afirmam que estas substâncias são eficientes quando
15
aplicadas em pequenas concentrações, favorecendo o bom desempenho dos processos vitais
da planta e permitindo, assim, a obtenção de maiores colheitas e produtos de melhor
qualidade.
Quando as plantas estão sob estresse, os radicais livres ou espécies reativas de
oxigênio (superóxido, radicais hidroxilas, peróxido de hidrogênio) danificam as células das
plantas e os antioxidantes diminuem a toxidade destes radicais. Plantas com altos níveis de
antioxidantes produzem melhor crescimento radicular e de parte aérea, mantendo um alto
conteúdo de água nas folhas e baixa incidência de doenças, tanto quando elas estão sob
condições ideais de cultivo quando sob estresse ambiental. A aplicação de bioestimulante
aumenta o sistema de defesa da planta por incrementar o seu nível de antioxidantes (HAMZA;
SUGGARS, 2001).
Segundo Floss et al. (2007), a utilização de bioestimulantes aumenta de importância na
medida em que se busca atingir o potencial produtivo das culturas, principalmente na ausência
de fatores limitantes de clima e solo.
Dentre estes produtos que estimulam o desenvolvimento das plantas estão os ácidos
húmicos, algas marinhas, vitaminas, aminoácidos e acido ascórbico (RUSSO;BERLYN,
1992).
Segundo Ferrini e Nicese (2002), a utilização dos bioetimulantes serve como
alternativa potencial á aplicação de fertilizantes para estimular a produção de raízes,
especialmente em solos com baixa fertilidade e baixa disponibilidade de água.
Os biestimulantes podem incrementar o crescimento e o desenvolvimento vegetal,
estimulando a divisão celular e também a diferenciação e o alongamento celular. Esses efeitos
dependem da concentrarão, da natureza e da produção de substancias presentes nos produtos,
que podem aumentar a absorção e utilização de água e dos nutrientes pelas plantas (VIEIRA,
2001).
Alguns bioestimulantes podem incrementar a concentração de nutrientes no tecido
foliar devido á presença de ácido húmicos em sua composição, os quais afetam positivamente
a tensão de água e atuam como reserva de nutrientes pelo fato de terem alta capacidade de
formarem complexos com íons metálicos solúveis em água (KELTING, 1997).
Os reguladores de crescimento e micronutrientes aplicados como bioestimulantes tem
por função fornecer substâncias análogas aos fitohôrmonios produzidos pelas plantas
(auxinas, citocininas e giberelinas), e ativar rotas metabólicas importantes nos processos de
divisão, aumento no volume e diferenciação celular (TAIZ; ZEIGER 2004).
16
Segundo Hamza e Suggars (2001), os bioestimulantes e as substâncias húmicas têm
mostrado influência em muitos processos metabólicos nas plantas, tais como: respiração,
fotossíntese, síntese de ácidos nucléicos e absorção de íons. Dentro da célula, as substâncias
húmicas melhoram a capacidade de absorção de nutrientes pelas raízes.
Os componentes dos bioestimulantes podem alterar o status hormonal da planta e ter
grande influência no seu crescimento e sanidade. Estes produtos aumentam a atividade
antioxidante nas plantas, especialmente quando elas estão sob estresse hídrico, temperaturas
severas e ação de herbicidas, dentre outros (ZHANG; SCHMIDT, 2000).
As plantas geralmente se desenvolvem bem quando o meio está favorável. Sob estas
condições, os efeitos dos bioestimulantes podem não ser facilmente identificados. Entretanto,
quando as plantas estão estressadas e são submetidas ao tratamento com bioestimulantes, elas
se desenvolvem melhor, pois seus sistemas de defesa se tornam mais eficiente devido ao
incremento nos seus níveis de antioxidantes (KARNOK, 2000).
Segundo Silva et al. (2008), os reguladores de crescimento têm sido associados aos
micronutrientes no tratamento de sementes, buscando-se maiores valores de germinação e
melhor estabelecimento de plantas no campo. Alguns reguladores apresentam em suas
formulações micronutrientes, e estes são inseridos para minimizar problemas advindos da
deficiência dos mesmos, durante os processos de germinação, desenvolvimento e produção de
grãos.
De acordo com Ferreira (2007), as empresas produtoras de insumos têm investido no
desenvolvimento de novos produtos para a incorporação de bioestimulantes e aditivos às
sementes a cada ano, pois as mesmas são o principal insumo da agricultura moderna,
responsáveis por todo o potencial genético e produtivo que garante o sucesso do
empreendimento agrícola. No entanto, pouco se sabe sobre o efeito desses aditivos à base de
hormônios, micronutrientes, aminoácidos e vitaminas sobre a qualidade fisiológica das
sementes e a produtividade das culturas em nosso ambiente. Dessa forma, deve-se avaliar os
reais ganhos com a incorporação desses produtos às sementes.
1.2.1 Resultados Obtidos com o uso de Bioestimulantes
Casillas et al. (1986) estudaram os efeitos de quatro estimulantes sobre a cultura do
rabanete (Rapharus sativus L.), avaliando a germinação, altura de plantas, massa verde e seca
17
e índice de colheita. Os resultados indicaram que os maiores valores de massa verde e seca
das raízes de plantas de rabanete foram obtidos quando o solo foi fertilizado previamente com
aplicação dos bioestimulantes.
Russo e Berlyn (1990), em estudo com um bioestimulante produzido a base de uma
mistura de algas marinhas, ácido húmicos e vitaminas, demonstraram que o desenvolvimento
de espécies arbóreas é melhorado quando as plântulas são tratadas com este produto antes de
serem plantadas. Os autores relataram o aumento do comprimento de raízes e de galhos e na
melhoria da resistência ao estresse hídrico pelo aumento da quantidade de clorofila e da
capacidade de regeneração radicular.
Sanders et al.(2001), avaliaram o efeito da aplicação de cinco bioestimulantes no
desenvolvimento da cenoura (Daucus carota L.) e constataram aumento significativo no peso
e no número de raízes.
Rocha et al. (2001) constataram que as pulverizações de bioestimulante na cultura do
maracujá amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) promoveram aumento significativo na
produtividade e em outras características dos frutos, tais como: diâmetro do fruto, peso da
casca e volume, parâmetros que permitem melhor caracterização pós colheita. Além disso, os
bioestimulantes aumentam a durabilidade dos frutos para a comercialização.
Fraser e Percival (2003) estudaram o efeito de quatro bioestimulantes em diferentes
espécies arbóreas (Quercus rubra, Betula pendula e Fagus sylvatica), aplicados via solo e via
foliar e, observaram que estes produtos melhoram o desenvolvimento de raízes e vigor das
plantas. Entretanto, os autores observaram que a escolha de um bioestimulante apropriado
deve ser feita em função das espécies adotadas, pois a resposta da planta ao bioestimulante
varia muito de acordo com as características próprias do vegetal.
Em estudo feito por Zhang e Ervin (2003), foi investigada a influencia de aplicações
mensais de produtos a base de extratos de algas marinhas, matéria orgânica e aminoácidos
como suplementos da adubação em gramados, contatando que aumentaram a resistência ás
pragas e doenças e permitiram diminuir as aplicações de fertilizantes e fungicidas.
Richardson et al. (2004) conduziram experimento em estufa para estudar de que modo
um biostimulante comercial melhoraria a sanidade e a resistência ao estresse hídrico de
árvores (Betula papyrifera), com três anos de idade, e observaram que as plantas tratadas com
bioestimulante apresentaram as melhores concentrações de nitrogênio nas folhas e menos
danos causados pelo estresse hídrico.
Vários estudos com bioestimulantes nem sempre têm mostrado efeitos positivos sobre
o desenvolvimento das plantas. Em experimento conduzido por Csizinszky (1990) com dois
18
cultivares de pimentão e seis bioestimulantes, o autor demonstrou que os bioestimulantes não
tiveram influencia na produtividade nem no conteúdo de nutrientes das plantas. Os
bioestimulantes foram aplicados conforme as recomendações dos fabricantes e foi observado
que, em um dos cultivares, o desenvolvimento das plantas foi similar ao do controle e menor
em outro. Tweddell et al. (2000) aplicaram um bioestimulante em plantas de milho
submetidas a diferentes níveis de adubação nitrogenadas e não verificaram diferença
significativa na produção de grãos, biomassa seca e concentração de nutrientes no tecido
foliar.
Vasconselos (2006) constatou que o uso de bioestimulante não aumenta a produção de
matéria seca, estatura, eficiência fotoquímica, teor de proteína e nutrientes nas plantas de
milho e de soja, não obtendo produtividades satisfatórias.
Janegitz et al. (2008) analisou os efeitos de quatro marcas de bioestimulantes:
Bioamino Extra®, Aminolom®, Pt4® e Radix®; na emergência de plantas de milho e sorgo e
constatou que não houve diferença significativa entre os tratamentos, somente os parâmetros
do milho foram superiores a do sorgo.
Benlanson (2008) avaliou diferentes bioestimulantes, (produtos à base de hormônios,
micronutrientes, aminoácidos e vitaminas), confirmando possuir capacidade de enraizamento,
porém não incrementaram a estatura de plantas, peso médio de semente por espiga e o
rendimento de grãos do trigo.
1.3 Silício
Práticas culturais que aumentam o grau de resistência das plantas são cada vez mais
utilizadas no Manejo Integrado de Pragas (MIP), podendo auxiliar no controle de insetospraga. Estudos recentes têm mostrado que o silício pode estimular o crescimento e a produção
vegetal por meio de várias ações indiretas, propiciando proteção contra fatores abióticos,
como estresse hídrico, toxidez de alumínio, ferro, entre outros, e bióticos, como a incidência
de insetos-praga (EPSTEIN, 1994).
O silício (Si) é o segundo elemento mais abundante, em peso, na crosta terrestre,
estando logo após do oxigênio. Compostos contendo o elemento Si acumulam-se nos tecidos
das plantas representando entre 0,1 a 10% da matéria seca (RAIJ, 1991).
Em várias espécies vegetais a sua absorção traz inúmeros benefícios para o
19
crescimento e desenvolvimento das plantas, especialmente quando são submetidas a algum
tipo de estresse, seja ele de caráter biótico ou abiótico (EPSTEIN, 1999). É reconhecido que
este elemento influencia a resistência apresentada pelas plantas em resposta a ataques de
insetos, nematóides, moléstias, estado nutritivo, transpiração e,
possivelmente, alguns
aspectos de eficiência fotossintética (DEREN, 1999).
Segundo Feng (2004) o silício apesar de não ser um elemento essencial para o
crescimento e desenvolvimento de plantas, tem sido aplicado visando principalmente a
aumentar a resistência da planta a pragas e doenças. O silício também influencia os fatores
abióticos como estresse salino, toxicidade a metais, falta d’água, danos devido à radiação,
balanço de nutrientes, altas temperaturas e geadas. Esses efeitos benéficos são atribuídos à
alta acumulação de sílica nos tecidos da planta. O melhoramento genético tem sido proposto
para obtenção de plantas com maior teor de silício visando à obtenção de resistências
múltiplas.
Os minerais silicatados primários, silicatos secundários de Al e diversas formas de
silício são as principais fontes de Si. A principal propriedade estudada na sílica está
relacionada à sua superfície, a qual possui um considerável interesse quanto aos estudos da
sua propriedade de adsorção de moléculas ou íons (NASSAR et al., 2002). O Si é um
nutriente presente em diatomáceas, que o absorvem ativamente, provavelmente através do cotransporte com o Na. A falta de Si afeta negativamente a síntese de DNA e de clorofila nestes
organismos (WERNER, 1977; RAVEN, 1983).
O silício, por meio de uma série de ações no metabolismo da planta, tanto do ponto de
vista químico como físico, pode contribuir para que haja aumento no crescimento e na
produtividade. A palavra-chave para este elemento é antiestressante, pois ele tem um papel
importante nas relações planta-ambiente, fornecendo à cultura melhores condições para
suportar adversidades climáticas, biológicas e do solo, tendo como resultado final um
aumento e maior qualidade de produção. Os efeitos do silício nas plantas são mais evidentes
quando elas são submetidas a algum tipo de estresse, seja ele de natureza química, física ou
biológica. Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior tolerância a doenças e pragas,
maior resistência ao acamamento, encharcamento, veranicos e geadas, bem como
neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de metais pesados, como manganês e
alumínio, são alguns dos importantes benefícios que a adubação silicatada pode proporcionar
para as plantas cultivadas (LIMA FILHO, 2009).
Os efeitos benéficos do silício foram demonstrados em várias espécies de plantas, e no
caso de problemas fitossanitários, é capaz de aumentar a resistência das plantas ao ataque de
20
insetos e patógenos (EPSTEIN, 2001). O silício pode conferir resistência às plantas pela sua
deposição, formando uma barreira mecânica (GOUSSAIN, 2002), ou pela sua ação como
indutor do processo de resistência (GOMES et al., 2005). Além disso, os benefícios
proporcionados pela adubação silicatada podem resultar em ganhos de produtividade
(NOJOSA et al., 2006). Contudo, a indução de resistência nas plantas aloca recursos para a
síntese de compostos de defesa, tornando-se necessário, a verificação de possíveis quedas de
produtividade (DÉLANOFRIER et al., 2004).
Segundo Lima filho (2009) a aplicação no solo de silicatos de cálcio ou silicatos de
cálcio e magnésio, os quais passam por um tratamento térmico a altas temperaturas, pode
trazer inúmeros benefícios para as culturas, como cereais, frutíferas, hortaliças, cana-deaçúcar, etc. Pesquisas também têm demonstrado que a adubação foliar com silicato de
potássio pode ser uma boa estratégia para diminuir o uso de agrotóxicos no combate a
doenças e pragas, principalmente. O silicato de potássio não é um fungicida e nem substitui
esse tipo de produto, mas pode ser usado como um complemento para aumentar a resistência
das plantas a várias doenças, propiciando a diminuição no uso de agrotóxicos nas culturas.
1.3.1 Resultados obtidos com o uso de produtos a base de Silício
Goussain et al. (2002) observaram maior mortalidade e canibalismo de lagartas S.
frugiperda (J.E. Smith) ao final do segundo ínstar quando alimentadas com folhas de milho
tratadas com silicato de sódio. Esses autores também verificaram um desgaste acentuado na
região incisora das mandíbulas das lagartas, o que pode ser devido à ação da barreira
mecânica formada pela deposição de silício na parede celular das folhas tratadas.
Moraes et al. (2005), ao aplicarem silicato de sódio em plantas de milho, verificaram
uma diminuição na preferência do pulgão-da-folha (Rhopalosiphum maidis) pelas plantas
tratadas com silício.
Savant et al.(1997) relataram os benefícios potenciais do silício aumentando e
mantendo a produtividade de arroz, em decorrência do melhoramento do crescimento das
plantas, aumento da produção, interações positivas com fertilizantes NPK, induzindo a
resistência a estresses bióticos e abióticos e aumentando a produtividade em solos pobres.
Também testaram e detalharam técnicas para determinação da disponibilidade de silício em
solos e plantas.
21
Neri et al.(2004) constataram que o uso de silício e de lufenuron, isolados ou em
conjunto, não afetaram a preferência de lagarta-do-cartucho (S. frugiperda) em teste de livre
escolha. A interação silício e lufenuron no manejo da lagarta- do cartucho foi positiva, com
possibilidades de até mesmo a redução da dose do inseticida químico pela metade.
Nelwamondo (1999) estudou o silício como um promotor da função de nódulos em
associação simbiótica de feijão caupi (Vigna unguiculata), demonstrou que, apesar de não ser
essencial para o crescimento deste vegetal, o silício é importante no processo simbiótico da
espécie.
Corrêa et al. (2007), estudando o efeito do calcário e silicato no perfil do solo,
verificaram que, apenas três meses após a aplicação superficial, o silicato corrigiu o pH do
solo até a camada 0,40m, enquanto a mesma dose de calcário elevou o pH apenas nos
primeiros 0,05m, levando a crer que a aplicação de silicato proporciona a movimentação de
íons com maior velocidade que a aplicação de calcário. Também verificou o aumento da
produtividade de grãos em soja.
1. 4 Zinco
Uma das formas de se aumentar a produtividade da cultura, é sem duvida, a nutrição
mineral adequada, através do programa de adubação que considerem, além da quantidade de
fertilizantes fornecida, também o balanço entre os nutrientes requeridos, aliados as condições
climáticas adequadas, principalmente em termos de precipitação pluviométrica (BÜL, 1993).
Segundo Bül (1993), o micronutriente mais limitante á produção no Brasil é o zinco. A
maior parte dos relatos sobre deficiência desse elemento para o milho provém de solos
podzólicos ou latossolos altamente entemperizados e ácidos.
O Zinco é absorvido predominantemente como Zn++. Sua função metabólica é
baseada na sua forte tendência de formar complexos com o nitrogênio, o oxigênio e o enxofre,
conferindo um papel muito importante em relação à ativação de várias enzimas, além de uma
função estrutural (MALAVOLTA et al., 1989).
O zinco é fortemente adsorvido aos solos, principalmente pela fração mineral (RAIJ,
1991). Segundo Schuman (1975) entre os fatores que influenciam as reações de adsorção e,
consequentemente a disponibilidade do Zn no solo, estão: as características químicas (pH,
CTC, teor de matéria orgânica, cátions e ânions solúveis) e mineralógicas (tipo e teor de argila
22
e de óxidos e hidróxidos de Al e Fe). Quando o pH se eleva diminui a disponibilidade de Zn.
Acima do pH 5,5 o zinco é adsorvido a hidróxido de Al, Fe e Mn (MORAGHAN, 1991).
Pode ocorrer, também, segundo Raij (1991), precipitação na forma de hidróxido de zinco
insolúvel, ficando assim, indisponível para as plantas. A matéria orgânica afeta a
disponibilidade do micronutriente de formas antagônicas: aumentando a solubilidade através
da formação de complexos orgânicos com ácidos orgânicos, aminoácidos e ácidos fúlvicos;
diminuindo-a devido à formação de complexos orgânicos insolúveis que reduzem a
disponibilidade; liberação de exudados e ligantes pela raiz, os quais complexam o elemento
na rizosfera; os microorganismos imobilizam o Zn na biomassa e depois o liberam na
mineralização (FAGERIA et al., 2000).
Quanto aos teores de argila, sabe-se que a adsorção é maior à medida que aumentam
os teores de argila, no entanto esse processo não ocorre igualmente em todos os solos argilominerais. Em geral, argila do tipo 2:1 apresenta maior capacidade de retenção de Zn devido à
penetração do referido íon na camada octaédrica dos argilo-minerais (SOARES, 2003).
Em dicotiledôneas os sintomas de deficiência de zinco são: inibição do crescimento,
devido a um encurtamento dos entrenós e uma drástica redução no tamanho foliar. Sob sua
deficiência severa, o ápice vegetativo morre (MALAVOLTA et al., 1989).
Em monocotiledôneas, como os cereais, faixas cloróticas podem ocorrer nas folhas
(MALAVOLTA et al., 1989).
Segundo Favarin et al. (2000), apesar dos micronutrientes serem exigidos em
Pequenas quantidades são elementos essenciais para o desenvolvimento das plantas através
das funções que exercem no metabolismo das mesmas atuando como catalisadores de
diversos processos fisiológicos e hormonais. Como exemplo pode-se citar a atuação do Fe,
Mn, e Cu nos processos fotossintético e respiratório, o Zn e o Cu na desintoxicação celular, B,
Mn e Zn na formação e manutenção da integridade da membrana e parede celular, Zn
e B na regulação e atividade hormonal entre outros (MALAVOLTA et al. 1997).
O zinco auxilia na síntese de substâncias que atuam no crescimento e nos sistemas
enzimáticos, é essencial para a ativação de certas reações metabólicas. Participa da síntese do
aminoácido triptofano, precursor do AIA (Ácido Indol Acético), hormônio do crescimento.
Na presença do zinco a enzima aldoíase catalisa a síntese de lipídios, substância de reserva
das sementes (FAVARIN; MARINI, 2000).
23
1.4.1Resultados obtidos com a utilização de produtos a base de Zinco
Galrão (1981) obteve alta correlação entre as doses de zinco aplicadas ao solo e os
teores determinados nas plantas. Galrão (1994), ao testar métodos de aplicação de sulfato de
zinco na cultura do milho, verificou que a produtividade de grãos foi maior quando se aplicou
o fertilizante a lanço, comparativamente à aplicação no sulco de semeadura. Barbosa Filho et
al. (1990) verificaram, com a concentração no solo de 5 mg de Zn por dm3, aumento no
comprimento médio dos entrenós das plantas de milho. Ritchey et al. (1986) obtiveram, com a
dose de 3 kg de Zn por ha aplicada a lanço, produções de milho próximas ao rendimento
máximo, no primeiro cultivo, sendo que, esse rendimento continuou por quatro colheitas
consecutivas, evidenciando o efeito residual do micronutriente. Andreotti et al. (2003)
observaram, efeito residual das doses de zinco aplicadas, refletindo em maior produção de
matéria seca no segundo cultivo. Souza et al. (1998) encontram resultados semelhantes aos
descritos anteriormente, em que a adição de 5 mg de Zn por dm³ promoveu incrementos
significativos na produção de grãos de milho e nas concentrações deste nutriente nas folhas;
porém, acrescentam que não houve vantagens em empregar doses superiores à essa. Galrão
(1981) estudaram doses de zinco (0,0; 1,25; 2,5; 5,0 e 10,0 ppm), aplicadas como três
diferentes fontes (sulfato, óxido e fritas), em três cultivos sucessivos de milho. A fonte sulfato
foi aplicada na forma de solução e as outras duas na forma sólida, em 3 dm3 de solo. Os
autores observaram que a aplicação de 1,25 ppm de zinco no solo, independente da fonte, de
modo geral foi suficiente para manter boa produção de matéria seca nos três cultivos de
milho.
Fageria (2000) obteve produção máxima de matéria seca de milho com a aplicação de
20 mg de Zn por kg de solo, com aumento de 14% em relação à testemunha. Prado et al.
(2008) estudaram modos de aplicação de zinco na cultura do milho e verificaram que as
aplicações de zinco via solo (incorporado e localizado), foliar e semente foram semelhantes
no desenvolvimento inicial da cultura. Porém observaram que a aplicação de zinco
independente do modo de aplicação promoveu incremento na altura e na produção de massa
do milho em relação a testemunha não tratada com zinco.
Outros trabalhos mostraram resultados da aplicação foliar de zinco, porém, nem
sempre ocorreu resposta positiva em termos de produtividade. Pumphrey et al. (1963),
avaliando modos de aplicação de Zn em milho, verificaram que o zinco, na forma de sulfato
de zinco aplicado ao solo, proporcionou maiores rendimentos de grãos do que via foliar. Sakal
24
et al. (1983) constataram que aplicações foliares de sulfato de zinco (0,5 e 1%) não diferiram
significativamente em relação aos rendimentos de grãos, quando esse fertilizante foi aplicado
no solo (a lanço ou no sulco de semeadura).
No Brasil, foram conduzidos alguns trabalhos na cultura do milho com aplicações de
zinco via tratamento de sementes, obtendo-se incrementos significativos na produção em
relação à testemunha (SILVA, 1989; GALRÃO, 1994).
Segundo Ribeiro (1996), a aplicação de zinco via sementes promove o acúmulo do
nutriente na planta, especialmente na parte aérea, devido ao incremento no teor de Zn nesse
órgão. Ainda de acordo com os mesmos autores, semente pobre em zinco origina planta
deficiente em zinco, quando cultivada em substrato carente nesse nutriente. Assim, a
aplicação via sementes, mostra-se uma alternativa para a prevenção de sintomas iniciais de
deficiência (HEWITT et al., 1954). Incrementos na produção de grãos de milho foram obtidos
por Silva (1989), utilizando o tratamento de sementes com zinco, na dose de 1,50 g de Zn por
kg de sementes. Galrão (1994) obteve, com a aplicação de zinco via sementes de milho, na
forma de óxido de zinco, aumento no rendimento de grãos (6156 kg por ha) em relação à
testemunha (3880 kg por ha), não diferindo significativamente das aplicações via solo e
foliares. Leal et al. (2007) não observaram incremento na produção de massa seca de
plântulas de milho com a aplicação de doses de zinco nas sementes de milho utilizando
sulfato de zinco.
25
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Local: Clima, Solo e histórico da área experimental
O experimento foi realizado no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural
(IRDeR), pertencente ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg) da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), localizado no interior do
município de Augusto Pestana (RS), o qual possui uma localização geográfica de 28° 26' 30
26" de latitude a sul e 54° 00' 58' 31 de longitude W e apresenta altitude aproximada de 283
metros ao nível do mar.
O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1936) é Cfa (clima
mesotérmico temperado), ou seja, subtropical úmido, com verão quente sem estiagem típica e
prolongada, com uma média anual de precipitação pluviométrica equivalente a 1600 mm.
O solo pertence à unidade de mapeamento Santo Ângelo, classificado como um
Latossolo Vermelho Distroférico Típico originário do basalto da formação da Serra Geral, e
caracteriza-se por apresentar perfil profundo de coloração vermelha escura, textura argilosa
com predominância de argilominerais 1:1 e óxi-hidróxidos de ferro e alumínio.
2.2 Análise de solo
A amostragem foi efetuada de maneira uniforme com 6 sub-amostras, obtendo uma
amostra representativa das condições de fertilidade do local de implantação do experimento.
Como a área utilizada apresenta sistema de semeadura direta e adubação em linha, as subamostras foram coletadas com pá de corte nas linhas e entrelinhas e a uma profundidade de 20
cm. O s resultados a análise de solo encontram-se na Tabela 1.
26
Tabela 1. Análise de solo IRDeR/DEAg/UNIJUI, Augusto Pestana, 2009.
2.3 Delineamento Experimental e Tratamentos
O experimento foi realizado no ano de 2009/2010 utilizando um delineamento
experimental totalmente casualizado com 4 repetições. Para a implantação da parcela foi
utilizado o espaçamento de 0,60 m entre linhas com dimensão de parcela de 5 metros de
comprimento contemplando 4 linhas de plantio, sendo as avaliações realizadas na parcela útil
considerando as duas fileiras centrais.
Aplicou-se 3 litros p.c. de Glifosato® por hectare dessecando a vegetação de cobertura
de aveia e azevém. Foi realizada através de pulverizador terrestre com o produto diluído em
100 litros de água por hectare, respeitando as condições climáticas favoráveis.
Através da recomendação do sistema ROLAS de adubação e calagem do RS e SC, a
adubação foi realizada antecedente ao plantio com adubação na linha de 420 kg do adubo de
fórmula 05-20-20, para uma produção estimada de 10.000 kg.ha¯¹.
O plantio foi realizado no dia 03 de outubro de 2009 com uma densidade do plantio
de 70.000 plantas por hectare (4,2 sementes/metro linear) do hibrido simples Pioneer 30F53.
O plantio foi realizado com equipamento manual denominado “Saracuá” colocando três
sementes por cova para garantir a germinação de pelo menos uma plântula e as demais foram
desbastadas após 12 dias da germinação (20 dias após o plantio).
Os tratamentos foram feitos com os seguintes produtos, vias de aplicação e dosagens
conforme indicação do fabricante:
• Tratamento 1 (T1): MAXI ZINC® (100,0% Zn p/v): aplicado via tratamento de
semente na dosagem de 150 ml p.c./hectare;
27
• Tratamento 2 (T2): Bioestimulante BOOSTER® ZnMo (2,3% Mo + 3,5% Zn p/v +
composto hormonal): aplicado via tratamento de semente na dosagem de 150 ml
p.c./hectare;
• Tratamento 3 (T3): SUPA SÍLICA (23,7% K2O + 10% Si p/v): aplicado via foliar
em duas etapas no período vegetativo (V3 e V10) na dose de 500 ml do p.c./hectare;
• Tratamento 4 (T4): MAXI ZINC® + BOOSTER® + SUPRA SÍLICA: do mesmo
modo, as dosagens foram de 150 ml p.c./ha de Maxi Zinc® mais 150 ml p.c./ha de
Booster® via tratamento de sementes, e mais duas aplicações via foliar (V3 e V10) de
500 ml p.c/ha de Supa Sílica®;
• Tratamento 5 (T5): Testemunha
O controle de ervas daninha foi realizado com o produto Primatop® (5 lt p.c/ha) e
controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) com o produto Lannate® (180 ml
p.c./ha).
A adubação em cobertura com nitrogênio foi realizado em duas aplicações de 150 kg
de uréia (44% N) por hectare (estádios: V5 e V8).
Ocorreu um período de estiagem que durou mais de 20 dias, causando um estresse na
planta no inicio do período vegetativo impossibilitado a adubação nitrogenada no período
recomendado para a cultura (V4).
No dia 13 de novembro de 2009 uma chuva com granizo assolou o campo
experimental, ocasionando desfolhamento e quebra de aproximadamente 7% das plantas de
milho.
2.4 Característica do híbrido utilizado
A cultivar de milho híbrido utilizada no experimento foi a Pioneer 30F53, mais
cultivado na safra 2008/2009 na região.
Nas tabelas 2 e 3 podemos ver as principais características agronômicas e a reação as
doenças do referido genótipo:
28
Tabela 2: Características Agronômicas do híbrido utilizado no experimento.
Cultivar
P30F53
Tipo
Simples
Ciclo
Precoce
Graus Dias/dias
130 Dias
Época de Plantio
Normal
Uso
Grãos
Cor do grão
Alaranjado
Densidade (Plantas/ha)
55 – 72 mil
Textura do grão
Semiduro
Resistência Acamamento
Baixa
Altura Espiga (m)
1,10 a 1,20
Altura Planta (m)
2,60 a 2,80
Nível Tecnologia
Alto
Região de adaptação
Empresa
SUL, SE, CO e BA, TO, PI, MA, PE,
AL,CE, SE, PA, RO, RR, AC
Pioneer
(DU PONT DO BRASIL S.A)
Fonte: Adaptado Cruz e Pereira Filho (Embrapa Milho e Sorgo - 2009).
29
Tabela 3: Comportamento do híbrido de milho utilizado no experimento em relação às
principais moléstias.
Moléstia/Cultivar
P30F53
Fusariose
S
P. sorghi
MS
Physopella zeae
MS
P. polysora
S
Phaeosphaeria
MS
Enfezamento
S
H. turcicum
MR
H. maydis
MS
Cercospora
MS
Doenças colmo
MR
Sanidade grãos
MR
Legenda: MR - Medianamente resistente; MS - Medianamente suceptível; S - Suceptível;
Fonte: Adaptado Cruz e Pereira Filho (Embrapa Milho e Sorgo - 2009).
2.5 Determinações realizadas
2.5.1 Número de plantas iniciais (NPI)
Realizado em V4.
Foram contadas as plantas que se desenvolveram desde o plantio nas linhas uteis de
cada parcela.
30
2.5.2 Massa verde da planta inteira (MVPI)
Realizado em V10.
Foram usadas três plantas inteiras de milho das linhas externas. Em laboratório foram
pesadas individualmente e feito uma media da massa, em gramas, das plantas inteira.
2.5.3 Massa verde de colmo (MVC)
Realizado em V10.
Para esta determinação foram arrancadas três plantas inteiras de milho das linhas
externas. Separado folha de colmo. Em laboratório foram pesadas individualmente e feito
uma media da massa, em gramas, somente do colmo.
2.5.4 Massa verde de folha (MVF)
Realizado em V10.
Realizada através da seleção de três plantas inteiras de milho das linhas externas.
Separado colmo e folhas. Em laboratório foi pesadas individualmente e feito uma média da
massa, em gramas, somente das folhas das plantas de milho.
2.5.5 Massa verde de raiz (MVR)
Realizado em V10.
Para esta analise foram selecionadas três plantas de milho. Cortado na inserção do
primeiro nó e separado raízes de planta inteira. Foi determinado o peso de raízes de cada
tratamento.
31
2.5.6 Massa seca de folha (MSF)
Realizado em V10.
As folhas foram submetidas a secagem em estufa a 60ºC por 96 horas e determinado o
peso em gramas.
2.5.7 Massa seca de raiz (MSR)
Realizado em V10.
As raízes foram separadas e colocadas em estufa (96 hs a temperatura de 60 graus).
Após determinada amassa de raiz.
2.5.8 Relação de Massa Seca/ Massa Verde Folha (MSMVF)
Realizado em V10.
A planta estava no período vegetativo com 10 folhas bem definidas (V10).
Retirado do solo três plantas inteiras de milho das linhas externas. Separado raiz e
planta inteira, colmo e folhas. Em laboratório foi pesado e estimado MVF e MSF. Após foi
calculado a relação referente à estes dois caracteres.
2.5.9 Massa Seca/Massa Verde de Raiz (MSMVR)
Realizado em V10.
Para esta analise foram arrancadas três plantas de milho, separado raiz e planta inteira,
colmo e folhas. Em laboratório foi pesado e estimado MVR e MSR. Após calculada a relação
referente a MSR/ MVR.
32
2.5.10-Doenças foliares na folha da inserção da espiga (DFFIE)
Realizado em R4.
Para esta determinação foram escolhidas aleatoriamente três plantas das linhas uteis
que serviram para fazer a média da severidade de doenças na folha de inserção na espiga.
Para mensurar os danos foi utilizado uma escala de notas 0 até 10 ( zero – sem
moléstia e 10 máxima severidade).
2.5.11 Doenças foliar acima da espiga (DFAE)
Realizado em R4.
Para parâmetro foram escolhidas aleatoriamente três plantas da área útil da parcela que
serviram para fazer a média da severidade de doenças nas folhas acima da inserção da espiga
até a folha bandeira, utilizando escala de 0 a 10.
2.5.12 Doenças foliar abaixo da espiga (DFBE)
Realizado em R4.
Selecionadas aleatoriamente três plantas das linhas centrais, para determinar a
severidade de doenças nas folhas localizadas abaixo da espiga, usando a mesma escala de 0 a
10.
2.5.13 Nota vigor da planta (NVP)
Realizado em R4.
Para mensurar o vigor das plantas usou-se escala de zero a 5 ( zero – baixo vigor e 5 –
máximo vigor).
33
2.5.14 Altura de inserção da espiga (AIE)
Realizado em maturação fisiológica
Foi medido (m), do solo até a altura do nó da inserção da espiga das plantas de cada
parcela.
2.5.15 Estatura de plantas (EP)
Realizado em maturação fisiológica.
Determinado em metros, do solo até inserção do pendão
2.5.16 Número de plantas final (NPF)
Realizado na maturação fisiológica.
Neste parâmetro foram contadas as plantas nas linhas uteis de cada parcela no
momento da colheita (stand final).
2.5.17 Número de espigas (NE)
Realizado na maturação fisiológica.
Foram contadas as espigas nas linhas uteis de cada parcela no momento da colheita.
34
2.5.18 Índice de espiga (IE)
Realizado na maturação.
Contadas as plantas nas linhas uteis de cada parcela (NPF) e o número total de espigas
(NE) no momento da colheita. IE= NPF/NE.
2.5.19 Peso de planta inteira (PPI)
Realizado na maturação.
Avaliado em três plantas das linhas úteis de cada parcela.
2.5.20 Peso de grãos por planta (PGP)
Realizado na colheita.
Realizado em três plantas na parcela útil e determinado em gramas.
2.5.21 Índice de colheita (IC)
Realizado na colheita.
Após coletado os dados do peso da planta inteira (PPI) e o peso dos grãos da mesma
(PG), calculou-se o índice de colheita (%). IC= (PG/PPI) x 100
2.5.22 Peso de espigas (PE)
Realizado na colheita.
35
Peso de todas as espigas das linhas uteis de cada parcela (grãos e sabugo).
2.5.23 Espigas com podridão (EP)
Após a colheita a campo, foi contado o número das espigas da parcela útil danificadas
por podridão de espiga.
2.5.24 Severidade de doenças na espiga (SDE)
Após estimar as EP, foi estimada uma nota (1- baixa severidade e 5 – alta severidade)
pelo dano visível de doença nas espigas.
2.5.25 Número de Fileiras de grãos por espiga (NFGE)
Separados aleatoriamente sete espigas por parcela das linhas uteis e contado o número
de fileiras de grãos de cada espiga e calculou-se a média.
2.5.26 Número de Grãos por fileira (NGF)
Contado o número de grãos que cada espiga obteve e calculou-se a média de grão por
fileira.
2.5.27 Peso de grão (PG)
Foram trilhadas as espigas uteis de cada parcela e determinado o peso.
36
2.5.28 Massa do grão (MG)
Dos grãos das linhas uteis de cada parcela, foram homogeneizados e separados 400
grãos. Estes foram pesados na balança de precisão e calculados proporcionalmente para a
massa de um grão.
2.5.29 Rendimento de grãos (RG)
É o peso final de grãos de cada tratamento.
Foi corrigido para 13% de umidade. Coletou-se 200 gramas da amostra de cada
parcela e através de um método indireto estabeleceu a umidade relativa do grão (%).
37
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da analise de variância para as caracteres: Massa verde de planta inteira
(MVPI), Massa verde de colmo (MVC), Massa verde de folhas (MVF), Massa verde de raiz
(MVR), Massa seca de folha (MSF), Massa seca de raiz (MSR); Relação massa seca/ massa
verde de folha (MSMVF), Relação massa seca/ massa verde de raiz (MSMVR), Doenças
foliar da folha da inserção da espiga (DFFIE), Doença foliar acima da inserção da espiga
(DFAE), Doença foliar abaixo da inserção da espiga (DFBE), Nota de vigor da planta (NVP),
Espigas com podridão (EP), Severidade de doenças nas espigas (SDE), Altura da inserção de
espiga (AIE), Estatura de plantas (EP), Numero de plantas iniciais (NPI), Numero de plantas
finais (NPF), Numero de espigas (NE), Índice de espiga (IE), Peso de planta inteira (PPI),
Peso de grão por planta (PGP), Índice de colheita (IC), Peso das espigas (PE), Peso de grão
(PG), Índice de Espiga (IE), Numero de fileiras de grãos por espiga (NFGE), Numero de
grãos por fileira (NGF), Massa de grão (MG), e Rendimento de grãos (RG) não revelaram
diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade ( Tabelas 4,5,6 e 7). Os coeficientes
de variação visualizados nas tabelas abaixo podem ser considerados ideais com exceção dos
obtidos para DFAE, EP e SDE, com coeficientes de variação de 33,1; 49,2 e 36,5 %,
respectivamente conforme Tabela 5.
38
Tabela 4. Resumo da analise de variância das variáveis: Massa verde de planta inteira
(MVPI), Massa verde de colmo (MVC), Massa verde de folhas (MVF),
Massa verde de raiz (MVR), Massa seca de folha (MSF), Massa seca de raiz
(MSR); Relação massa seca/ massa verde de folha (MSMVF), Relação massa
seca/ massa verde de raiz(MSMVR) de milho submetido a diferentes
tratamentos com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto Pestana.
RS. 2010.
QM
MVPI
MVC
MVF
MVR
(g)
(g)
(g)
(g)
FONTE DE VARIAÇÃO GL
ns
ns
ns
MSF MSR MSMVF MSMVR
(g)
ns
(g)
ns
ns
(%)
(%)
ns
7,0ns
Tratamento (T)
4
890,6
Erro
15
2560,0 1866,5
234,2
724,8
5,6
155,9
3,0
14,6
452,4
132,9
133,9
31,0
47,7
23,7
35,2
11,1
13,5
11,51
CV (%)
ns = não significativo a 5% de probabilidade de erro.
CV% = coeficiente de variação
20,0
7,6
26,16
7,23
10,8
Média Geral
374,2
318,1
203,4
534,7
3,1
95,6
2,6
Tabela 5. Resumo da analise de variância das variáveis: Doenças foliar da folha da inserção
da espiga (DFFIE), Doença foliar acima da inserção da espiga (DFAE), Doenças
foliar abaixo da inserção da espiga (DFBE), Nota de vigor da planta (NVP),
Espigas com Podridão (EP), e Severidade de doenças nas espigas (SDE) de
milho submetido a diferentes tratamentos com bioestimulantes.
IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto Pestana. RS. 2010.
QM
DFFIE DFAE DFBE
FONTE DE VARIAÇÃO
GL (nota)
ns
(nota)
ns
(nota)
ns
NVP
EP
SDE
(nota)
(nº.ua¯ ¹)
(nota)
ns
ns
0,6ns
Tratamento (T)
4
0,5
Erro
15
0,41
0.5
0.9
0.5
8.5
1.2
3,74
2.1
3.9
3.5
5.9
3
17,1
33.1
24.6
21.5
49.2
36.5
Média Geral
CV (%)
ns = não significativo a 5% de probabilidade de erro.
CV% = Coeficiente de variação.
0,3
0,6
1,1
0,5
Tabela 6. Resumo da analise de variância das variáveis: Estatura da inserção de espiga (EIE), Estatura de plantas (EP), Numero
de plantas iniciais (NPI), Numero de plantas finais (NPF), Numero de espigas (NE), Índice de espiga (IE), Peso de
planta inteira (PPI), Peso de grão por Planta (PGP), Índice de colheita (IC), Peso das Espigas (PE) e peso de grão (PG)
de milho submetido a diferentes tratamentos com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto Pestana. RS. 2010.
QM
EIE
AP
NPI
NPF
NE
PPI
PGP
IC
(g)
(n)
PE
PG
FONTE DE VARIAÇÃO
GL
(m)
(m)
(n)
(g)
(g)
(kg.u.a¯ ¹)
Tratamento (T)
4
0,0007ns
0,002ns
2,07ns
1,8ns
5,1ns
0,004ns
1468,6ns
162,5ns 6,2ns
123554,8ns
256551,6ns
Erro
15
0.002
0.007
2,41
3.5
6.95
0.003
3334.8
264.2
20
604800.3
542115.6
0.9
1.7
43,1
41.9
36.9
0.8
472.7
212.7
45.7
7889.6
6332.1
4.9
4.7
CV (%)
ns = não significativo a 5% de probabilidade de erro.
CV% = coeficiente de variação.
3,6
4.4
7.1
6.6
12.2
7.6
9.7
9.8
11.6
Média Geral
(nº.ua¯ ¹) (nº.ua¯ ¹) (nº.ua¯ ¹)
IE
Tabela 7. Resumo da analise de variância das variáveis: Numero de plantas finais
(NPF), Índice de Espiga (IE), Número de fileiras por espiga (NFE),
Numero de grãos por fileira (NGF), Massa de grão (MG), e
Rendimento final (RF) de milho submetido a diferentes tratamentos
com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto Pestana. RS.
2010.
QM
NPF
FONTE DE VARIAÇÃO
GL (nº.ua¯ ¹)
Tratamento (T)
4
Erro
15
1,8
ns
IE
(n)
0,004
ns
NFE
NGF
MG
(nº)
(nº)
(g)
0,04
ns
1,6
ns
0,0001
RF
(kg.ha¯ ¹)
ns
576443,0ns
3.5
0.003
0.2
2.6
0.0002
1310169.8
41.9
0.8
15.1
36.2
0.3
11287.4
4.4
6.6
CV (%)
ns = não significativo a 5% de probabilidade de erro.
CV% = coeficiente de variação
3.1
4.5
4
10.1
Média Geral
As médias dos caracteres Massa verde de planta inteira (MVPI), Massa verde de
colmo (MVC), Massa verde de folhas (MVF), Massa verde de raiz (MVR), Massa seca
de folha (MSF), Massa seca de raiz (MSR), Relação massa seca/ massa verde de folha
(MSMVF) e Relação massa seca/ massa verde de raiz (MSMVR) não apresentaram
diferença significativa pelo Teste de Duncan a 5% de probabilidade (Tabela 8).
Resultados obtidos por Benlamon (2008) na cultura de trigo mostrou que o uso
de bioestimulante proporcionou aumento do enraizamento da planta, por outro lado não
incrementou o peso médio de grãos por espiga, a estatura da planta e o rendimento de
grãos. Em relação a Massa seca e verde de raiz o efeito de quatro diferentes
bioestimulantes não foi evidente em trabalho desenvolvido com milho e sorgo por
Janezitz et al (2008).
O uso do bioestimulante Cellerates na dosagem de 10 ml.kg¯¹. de semente
promoveu maior acúmulo de matéria seca de raiz que por outro lado não afetou a
produtividade de grão de milho (Ferreira et al.2007).
Resultados semelhantes foram obtidos por Cassilas et al. (1986) que não
encontrou diferença significativa na massa seca de raiz em rabanete enquanto que Fraser
e Precival (2003) e Russo e Berlyn (1990) constataram na cultura de plantas arbórea
além de um crescimento significativo de raiz, um maior vigor e acumulo de nutrientes
nas folhas.
41
Provavelmente pelo método de extração dos dados de raiz, a serem conduzidos
em ambientes protegidos dá uma melhor capacidade de retirar as raízes das plantas sem
haver danos e perdas, ao contrario do experimento conduzido a campo.
O resultado do experimento também se contrapõem aos obtidos por Korndörfer
et al. (2001) que observaram uma elevação de 17% na produção de massa seca da planta
inteira (MS de forragem) da Brachiaria decumbens após a aplicação superficial de
silicato de cálcio, em Latossolo Vermelho-Amarelo na região do Triângulo Mineiro.
Sanches (2003) que estudou o uso de silicato de cálcio em produção das
gramíneas Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum maximum cv. Tanzânia relatou
também uma relação positiva entre a altura de afilhos.
Os dados obtidos no experimento estão de acordo com as observações feitas por
Melo et al. (2003) os quais não observaram efeitos significativos para o aumento da
produção de Massa seca de forragem de braquiarão em função da aplicação de silicato
no solo.
Trabalho com mesmos indicadores de matéria seca de planta de milho com
tratamento a base de Zn, realizado por Leal et al.(2007), não diferiram com a
testemunha.
Tabela 8. Massa verde de planta inteira (MVPI), Massa verde de colmo (MVC), Massa
verde de folhas (MVF), Massa verde de raiz (MVR), Massa seca de folha (MSF),
Massa seca de raiz (MSR), Relação massa seca/ massa verde de folha (MSMVF)
e Relação massa seca/ massa verde de raiz (MSMVR) de milho submetido a
diferentes tratamentos com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto
Pestana. RS. 2010.
Variáveis Analisadas
MVPI
MVC
MVF
MVR
MSF
MSR MSMVF MSMVR
Tratamento
(g)
(g)
(g)
(g)
(g)
(g)
(%)
(%)
MAXI ZINC®
466,9a
328,7a
137,7a
138,7a
32,5a
47,1a
23,6a
33,6a
BOOSTER®
427,2a
303,2a
124,9a
114,0a
30,3a
39,6a
24,9a
34,6a
SUPRA SÍLICA®
454,1a
323,0a
130,8a
140,7a
31,1a
49,4a
23,9a
34,8a
MAXI
ZINC®+BOOSTER®+SUPRA
SÍLICA®
455,3a
314,9a
142,5a
142,3a
31,0a
52,2a
22,6a
36,0a
Testemunha
458,2a
320,6a
128,5a
133,9a
30,2a
50,1a
23,7a
37,0a
Média Geral
452,4
318,1
132,9
133,9
31,0
47,7
23,7
35,2
11,1
13,5
11,51
20,0
7,6 26,16
7,23
CV (%)
Médias seguidas por mesmas letras não diferem entre si a 5% de significância pelo teste de Duncan.
CV% - Coeficiente de variação
10,8
42
A análise dos caracteres relacionados com ocorrência de doenças tais como:
Doença foliar da folha da inserção da espiga (DFFIE), Doença foliar acima da inserção
da espiga (DFAE), Doença foliar abaixo da inserção da espiga (DFBE), Nota de vigor
da parcela (NVP), Espigas com Podridão (EP), e Severidade de doenças nas espigas
(SDE) não demonstraram diferença significativa entre os tratamentos. Comprovando
que principalmente os bioestimulantes e micronutrientes a base de silício e zinco não
proporcionaram ganhos para o milho neste tipo de ambiente (Tabela 9).
Por outro lado, Sevant et al. (1997) constatou que produtos a base de silício
aumenta a resistência biótica e abiótica relacionada a cultura do milho, sendo um meio
para o controle do ataque da lagarta do cartucho.
Em monocotiledôneas, a associação entre o Si e a redução de doenças fúngicas é
conhecida há bastante tempo. O efeito inibidor do Si em doenças causadas por fungos,
porém, não é restrito somente às gramíneas. Trabalhos conduzidos com cana de açúcar,
arroz, sorgo, cevada, trigo, pepino, abóbora, melão, videira, roseira e soja demonstraram
o efeito do Si no controle de várias moléstias que atacam as referidas culturas (LIMA
FILHO et all, 1999).
A não observância de efeito dos bioestimulantes sobre a redução da severidade
de doenças foliares no milho, provavelmente deve-se as condições de ambiente
desfavoráveis aos patógenos. Devemos salientar que as condições para a cultura do
milho foram ideais ao desenvolvimento da planta, minimizando os efeitos de doenças,
ou seja: as doenças não foram fatores redutores da produtividade de grãos na referida
safra.
Weber (2010), em trabalho conduzido no IRDeR/augusto Pestana, não
identificou efeito da aplicação de fungicida no aumento do rendimento de grãos de
milho, comprovando a tese de que as doenças não foram redutoras de produtividade de
milho no referido ano de condução do experimento.
43
Tabela 9. Doença foliar da folha da inserção da espiga (DFFIE), Doença foliar acima
da inserção da espiga (DFAE), Doenças foliar abaixo da inserção da espiga
(DFBE), Nota de vigor da parcela (NVP), Espigas com Podridão (EP), e
Severidade de doenças nas espigas (SDE) de milho submetido ao
tratamento com bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI.Augusto Pestana.
RS. 2010.
Variáveis Analisadas
DFFIE DFAE DFBE
Tratamento
(nota)
NVP
(nota) (nota) (nota)
EP
SDE
(nº.ua¯ ¹)
(nota)
MAXI ZINC®
3,9a
2,2a
4,0a
2,7a
5,7a
2,7a
BOOSTER®
3,8a
2,1a
3,9a
3,2a
6,0a
3,5a
SUPRA SÍLICA®
3,6a
2,0a
3,9a
3,5a
6,0a
3,2a
MAXI ZINC®+BOOSTER®+SUPRA
SÍLICA®
3,1a
1,8a
3,2a
4,0a
6,5a
3,0a
Testemunha
4,1a
2,6a
4,3a
4,0a
5,5a
2,5a
Média Geral
3,74
2.1
3.9
3.5
5.9
3
17,1
33.1
24.6
21.5
49.2
36.5
CV (%)
Médias seguidas por mesmas letras não diferem entre si a 5% de significância pelo teste de Duncan.
CV% - Coeficiente de variação
Na Tabela 10, encontramos os seguintes caracteres: Altura da inserção de espiga
(AIE), Estatura de plantas (EP), Numero de plantas iniciais (NPI), Numero de plantas
finais (NPF), Numero de espigas (NE), Índice de espiga (IE), Peso de planta inteira
(PPI), Peso de grão por Planta (PGP), Índice de colheita (IC), Peso das Espigas (PE) e
Peso de grão (PG) que não foram influenciados pelo uso dos tratamentos com
bioestimulantes, não diferindo significadamente ao nível de 5% pelo teste de médias
aplicado.
Resultado contraditório de Ferreira (2007) mostrou que o uso de bioestimulante
via tratamento se sementes pode causar uma toxidez com dose acima da recomendada
de Stimulate®, diminuindo a germinação das sementes de milho em analise laboratorial.
Tabela 10. Altura da inserção de espiga (AIE), Estatura de plantas (EP), Numero de plantas iniciais (NPI), Numero de plantas
finais (NPF),Numero de espigas (NE), Índice de espiga (IE), Peso de planta inteira (PPI), Peso de grão por planta
(PGP), Índice de colheita (IC), Peso das espigas (PE) e peso de grão (PG) de milho submetido ao tratamento com
bioestimulantes. IRDeR/DEAg/UNIJUI/Augusto Pestana. RS. 2010.
Variáveis Analisadas
Tratamento
MAXI ZINC®
AIE
EP
NPI
NPF
NE
IE
PPI
PGP
IC
PE
PG
(m)
(m)
(nº.ua¯ ¹)
(nº.ua¯ ¹)
(nº.ua¯ ¹)
(n)
(g)
(g)
(n)
(g)
(kg.u.a¯ ¹)
43,0a
42,2a
37,7a
0,8a
495,5a
212,0a
44,5a
8096,0a
6576,6a
0,9a 1,7a
BOOSTER®
0,9a 1,7a
44,2a
42,7a
37,0a
0,8a
482,4a
221,1a
46,1a
7841,8a
6341,6a
SUPRA SÍLICA®
0,9a 1,8a
43,2a
42,0a
35,0a
0,8a
456,1a
203,3a
44,9a
7685,3a
5946,1a
MAXI ZINC®+BOOSTER®+SUPRA
SÍLICA®
0,9a 1,8a
42,2a
41,0a
37,2a
0,9a
449,6a
212,9a
47,7a
7778,8a
6258,7a
Testemunha
0,9a 1,8a
43,0a
41,5a
37,7a
0,9a
479,7a
214,2a
45,1a
8046,5a
6537,8a
Média Geral
0.9
43,1
41.9
36.9
0.8
472.7
212.7
45.7
7889.6
6332.1
4.9 4.7
3,6
4.4
7.1
6.6
CV (%)
Médias seguidas por mesmas letras não diferem entre si a 5% de significância pelo teste de Duncan.
12.2
7.6
9.7
9.8
11.6
CV% - Coeficiente de variação
1.7
Para os demais parâmetros obtidos: Numero de plantas finais (NPF), Índice de
Espiga (IE), Número de fileiras de grão por espiga (NFGE), Número de grãos por fileira
(NGF), Massa de grão (MG) e Rendimento Grão (RG), não foram observadas
diferenças significativas entre os tratamentos avaliados com MAXI ZINC®,
BOOSTER®, SUPRA SÍLICA®, e a utilização mutua dos três produtos em relação a
testemunha (Tabela 11).
Resultados semelhantes foram encontrados por Dário (1998) quando aplicaram o
bioestimulante Stimulate® e com o fertilizante Cellerate®em tratamento de sementes de
milho não aumentando a produção de grãos.
Benlanson (2008) também constatou que apesar do enraizamento, não obteve
aumento no peso médio de semente por espiga e não teve incremento na produtividade
de grãos de milho.
Tabela 11. Numero de plantas finais (NPF), Índice de Espiga (IE), Numero de
fileiras por espiga (NFGE), Numero de grãos por fileira (NGF),
Massa de grão (MG), e Rendimento de grãosl (RG) de milho
submetido
ao
tratamento
com
bioestimulantes.
IRDeR/DEAg/UNIJUI. Augusto Pestana. RS. 2010.
Variáveis Analisadas
NPF
IE
NFGE NGF
MG
RG
Tratamento
(nº.ua¯ ¹)
(n)
(nº)
(nº)
(g)
(kg.ha¯ ¹)
MAXI ZINC®
42,2ª
0,8a
15,1a
36,0a
0,3a
11600,6a
BOOSTER®
42,7ª
0,8a
15,0a
36,8a
0,3a
11236,5a
SUPRA SÍLICA®
42,0a
0,8a
15,1a
36,9a
0,3a
10810,1a
MAXI ZINC®+BOOSTER®+SUPRA
SÍLICA®
41,0a
0,9a
15,2a
35,6a
0,3a
11059,8a
Testemunha
41,5ª
0,9a
15,2a
35,7a
0,3a
11730,3a
Média Geral
41.9
0.8
15.1
36.2
0.3
11287.4
4.4
6.6
3.1
4.5
4
10.1
CV (%)
Médias seguidas por mesmas letras não diferem entre si a 5% de significância pelo teste de Duncan.
CV% - Coeficiente de variação
Os valores dos componentes principais de rendimento de milho não diferiram
estatisticamente entre os tratamentos avaliados, resultado semelhante ao de Oliveira
(2007) que avaliando o produto Acaplus (8,5% Zn + 7% N) em diferentes cultivares de
soja aplicado via semente não verificou diferença estatística para peso médio de 100
sementes.
Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos avaliados para rendimento
de grãos (kg há-1), da mesma forma que foi observado por Cato (2006) e Ferreira et al.
46
(2007) quanto ao rendimento médio de grãos de trigo e soja, respectivamente, quando
utilizado bioestimulantes e fertilizantes via tratamento de sementes. Semelhantes de
Csizinzki (1990) e Janezitz et al. (2008).
Os resultados contrariam o que foi observado por Oliveira (2007), o qual
verificou aumento no rendimento de grãos de soja tratada com Acaplus (8,5% Zn + 7%
N) na dose de 200 ml por 100 kg de sementes e aumento no rendimento de grãos de
milho tratados com os enraizadores Awaken (16,0% N; 3,53% Zn; 0,15% Mn; 0,15%
Fe; 0,15% Cu; 0,02% Bo e 0,0006% Mo) na dose de 160 ml por 18 kg de sementes.
Resultado iguais a Galrão (1994), Souza et al. (1998) e Prado et al. (2008).
Segundo o trabalho de Vasconselos (2006) o tratamento com o bioestimulante
Naturvital 25® mostrou diferença significativa entre as doses aplicadas apenas para o
conteúdo do zinco nas plantas de milho, não causando efeito significativo nos demais
nutrientes.
É conhecido que os efeitos da aplicação de bioestimulantes e fertilizantes são
significativos quando as plantas são submetidas a determinadas condições de estresse,
seja ele de caráter biótico ou abiótico, É provável que os níveis de estresse aqui
averiguados durante o período experimental, não foram suficientes para que os produtos
manifestassem o seu verdadeiro potencial sobre a produção de matéria seca.
Outra possível razão para a ausência de resposta para Si e Zn no milho poderia
estar relacionada aos valores do elemento Si e Zn presente no solo no início do
experimento.
De acordo com as condições deste experimento, a aplicação destes produtos
utilizados não apresenta vantagens para o aumento da produtividade de milho,
representando mais um custo para o produtor.
47
CONCLUSÃO
Nas condições deste trabalho no ano de 2009/2010 os resultados não identificam
efeitos dos bioestimulantes testados (Booster®, Supra Sílica® e Maxi Zinc®) na
produtividade de milho e nos componentes do rendimento.
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de matéria seca e absorção de nutrientes pelo milho. Revista de Agricultura,
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de sequeiro ao zinco e ao cobre, com efeito residual para o milho. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, Viçosa, v.14, n.3, p.333-338, 1990.
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grão
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<http://www.fag.edu.br/tcc/2007/Agronomia/avalicacao_dos_diferentes_produtos_no_r
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Fertilidade dos solos e manejo de culturas. Porto Alegre: Gênesis, 2004.
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56
ANEXOS
57
ANEXO 1
Dados de precipitação pluviométrica (mm) referente ao período de Outubro de 2009 a
Março de 2010. IRDeR, Augusto Pestana – RS.
Precipitação (mm)
------------------2009------------------------------------2010----------------Dias/Mês
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
5,6
0
0
0
0
0
1
0
0
15,6
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
3
0
1,8
0
13,6
0
0
4
0
0
0
38,2
0
0
5
79,7
0
15,2
29,0
0,5
0
6
0
85,4
0
0
43,8
0
7
0
0
0
1,0
21,8
0
8
0
0
13,2
24,4
0
0
9
0
51,6
10,6
42,6
0
0
10
0
0
0
0
0
0
11
0
0
22,8
0
0
0
12
0
33,6
0
0
0
8,2
13
0
78,0
0
0
70,6
0
14
0
24,4
0
0
7,8
0
15
0
0
0
42,0
38,2
0
16
0
0
0
0
0
0
17
0
25,4
0
0
0
0
18
0
3,2
0
45,3
0
8,6
19
0
19,5
7,8
0
0
8,4
20
0
19,8
0
0
0
0
21
0
47,8
0,6
0
30,2
45,4
22
0
11,2
8,5
0
61,0
1,4
23
41,6
0
2,4
9,5
0
0
24
0
8,2
87,8
9,8
0
0
25
0
0
3,4
0
0
0
26
0
0
0
0
2,8
0
27
0
31,0
0
6,2
1,0
0
28
0
0
0
0
0
0
29
0
30,6
30,0
0
0
0
30
0
0
0
1,4
0
0
31
Total Acum. 126,9
471,5
217,9
262,9
277,7
72,0
Média Hist. 157
153,2
126,5
144,4
146,8
115,3
58
ANEXO 2
Dados de temperaturas máximas e mínimas (°C) referentes ao período de Outubro de
2009 a Março de 2010. IRDeR, Augusto Pestana – RS.
Temperatura (°C)
------------------------2010-------------------------------------------2009-------------------- ---Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Dias Mín. Máx. Mín. Máx. Mín. Máx. Mín. Máx. Mín. Máx. Mín. Máx.
8,6 19,2 15,4 35,2 16,4 32,0 15,8 30,4 20,0 33,4 15,4 30,0
1
7,2 21,2 16,0 36,8 18,4 29,2 19,6 33,4 23,0 35,4 15,8 30,2
2
7,0 24,8 21,0 29,0 15,6 28,2 19,6 34,0 22,0 36,8 18,0 30,8
3
11,0 32,9 19,0 32,2 15,2 27,1 22,6 30,8 23,4 35,4 18,4 32,0
4
20,8 33,2 20,6 35,0 12,8 31,8 20,8 31,8 21,4 37,4 17,0 31,8
5
15,0 26,6 21,2 31,5 11,2 31,0 18,2 26,2 23,6 35,8 14,0 30,8
6
14,2 20,0 20,0 31,0 18,6 26,8 19,0 27,9 22,0 36,9 13,4 28,2
7
11,6 20,4 14,6 24,4 17,0 30,0 18,0 33,0 17,0 24,8 15,4 29,0
8
7,8 25,2 12,8 31,2 16,2 30,8 20,2 25,8 17,0 31,0 16,2 29,0
9
11,2 28,6 16,9 24,0 17,2 32,0 19,0 27,8 15,0 31,8 15,2 30,0
10
15,4 27,0 15,0 27,6 21,1 29,1 20,4 32,4 20,4 33,0 16,0 32,2
11
11,8 23,2 17,8 30,8 16,2 23,0 22,0 30,0 19,8 34,0 13,0 30,0
12
5,2 25,6 19,6 25,0 9,4
26,0 19,2 25,6 20,6 33,0 14,0 28,0
13
9,4 26,2 18,2 24,6 11,4 29,8 14,3 29,7 21,0 33,4 15,4 26,8
14
14,2 19,7 16,4 22,2 14,6 32,2 15,2 31,6 20,2 28,2 16,2 27,6
15
10,8 19,0 16,4 30,4 14,0 34,6 18,7 30,2 20,0 28,0 11,6 28,4
16
10,4 24,8 15,0 33,4 19,2 29,8 18,6 33,8 18,6 29,2
32,6
17
14,2 24,4 13,8 27,8 17,0 33,0 20,1 31,5 18,6 32,0 12,6 33,0
18
13,1 30,9 19,2 36,0 21,8 34,2 21,8 26,7
31,8 19,0 19
11,0, 27,5 20,2 25,4 21,2 32,6 17,1 28,2 20,2 32,0 18,0 20
9,0 30,0 17,4 30,0 20,8 31,8 14,5 27,8 22,6 32,8 17,8 31,0
21
11,2 31,0 17,4 23,4 21,6 33,6 17,4 30,1 22,0 32,2 16,8 25,4
22
12,6 32,2 16,0 24,8 20,6 32,8 14,0 31,2 20,8 24,8 18,4 25,4
23
11,6 24,0 15,2 28,6 21,8 33,4 17,2 32,4 18,0 25,8 20,0 26,4
24
13,4 26,0 20,2 28,2 20,4 33,4 19,0 29,4 12,2 23,6 16,2 25,0
25
15,6 25,2 19,4 33,2 19,8 33,8 17,4 31,0 11,2 27,6 16,0 31,0
26
8,4 29,2 20,4 34,6 21,2 33,8 11,6 30,8 15,4 29,4 20,4 31,0
27
14,6 31,6 19,6 29,3 18,6 34,4 19,2 30,6 17,0 29,6 18,2 30,0
28
17,0 33,8 18,0 33,6 17,0 31,8
17,2 31,0
29
20,2 35,2 17,4 28,8 17,8 31,0 16,4 33,4
15,4 30,6
30
16,2 36,0 18,2 29,8 20,6 33,4
14,8 33,0
31
Média 11,7 26,7 17,6 29,6 17,5 31,1 18,2 30,4 18,7 30,3 16,2 29,7
59
ANEXO 3
Dados de umidade relativa do ar referente
de 2009. IRDeR, Augusto Pestana – RS.
UMIDADE RELATIVA
Out
Nov
Dias
9 hrs 15 hrs 21 hrs 9 hrs
90
48
87
46
1
75
36
2
88
20
80
68
3
88
40
52
4
72
35
71
54
5
72
32
71
90
6
90
90
81
90
7
91
80
90
92
8
90
60
89
85
9
81
68
10
58
55
90
11
57
70
62
90
12
77
13
72
90
13
79
91
90
14
92
91
91
15
73
90
90
16
84
70
17
76
51
83
18
55
19
92
20
60
58
90
21
90
31
90
22
24
54
23
90
90
90
96
24
91
60
83
95
25
67
90
26
80
27
83
93
28
90
29
53
12
45
91
30
42
9
38
31
ao período de Outubro de 2009 a Dezembro
15 hrs
15
12
90
25
83
21 hrs
53
37
90
90
88
Dez
9 hrs
90
92
63
30
91
54
43
91
91
91
48
40
91
47
94
66
95
95
95
85
35
38
92
35
47
90
82
67
84
75
84
91
91
91
82
69
90
90
92
90
96
93
95
90
80
83
74
88
75
90
77
48
58
83
88
83
64
92
90
92
87
92
90
90
90
15 hrs
33
90
30
21 hrs
82
91
42
90
75
48
84
91
83
79
90
92
82
60
20
20
13
22
55
43
38
61
60
50
46
58
47
49
20
87
78
27
78
52
48
84
77
83
90
90
90
80
90
84
90
75
43
72
90
45
60
ANEXO 4
Dados de umidade relativa do ar referente ao período de Janeiro de
2010. IRDeR, Augusto Pestana – RS.
UMIDADE RELATIVA
Jan
Fev
Mar
Dias
9 hrs 15 hrs 21 hrs 9 hrs 15 hrs 21 hrs 9 hrs
74
52
84
79,3 55
71
1
90
42
62
75
42
70
75
2
90
73
90
60
25
60
65
3
90,7 92
88
55
70
90
90
4
92
93
90
71,6 33
87
90
5
93
92
94
81
42
90
90
6
93
90
83,7
93
50,2
90
90
7
90
55
96
82,6 88,6
88,8
90
8
92
92
90
85
26
78
9
94
93
91
92
80
88
90
10
85
56,2
85
91
80
90
91
11
85
85
90
91
50
84
90
12
84,2 80,3
90
90
47
75
92
13
87,4 43,1
71,4
91
91
91
91
14
74,6 56,2
75,6
92
93
85
91
15
72,6 75,4
86,5
94
72
91
75
16
84,6 70,2
86,2
100
95
17
88
68,8
75
96
60
88
90
18
87,6 85,7
87,3
84
91
19
81,8 60,2
81,6
90
68
90
93
20
80,5 55,3
84,2
90
68
89
91
21
75,5 60,3
85,6
92
85
91
92
22
88
60
92
93
93
95
92
23
94
46
85
93
91
80
93
24
82
68
84
68
39
81
92
25
83,7 47
85
90
46
87
92
26
83,7 52,4
75
90
60
96
82
27
82,9 49
92
92
40
80
92
28
91
49
85
90
29
87
45
85
90
30
90
59
91
91
31
2010 a Março de
15 hrs
40
33
50
51
27
35
57
50
38
25
90
82
75
12
35
33
45
48
56
91
91
92
74
51
60
50
45
34
15
21 hrs
87
84
85
84
82
80
89
74
80
80
85
90
90
74
75
90
88
90
92
90
83
92
85
79
71
69
61
ANEXO 5
Quadro de ciclo fenológico e periodos de diagnostico de doeças e pragas no milho.
Fonte: http://www.rinen.com.br/ficha-tecnica/milho.pdf
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