ANEXO I CONCLUSÕES CIENTÍFICAS E FUNDAMENTOS DA ALTERAÇÃO DOS RESUMOS DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO APRESENTADOS PELA EMEA CONCLUSÕES CIENTÍFICAS RESUMO GERAL DA AVALIAÇÃO CIENTÍFICA DO MEDICAMENTO Floxyfral e denominações associadas Questões relativas à qualidade Não foram identificadas quaisquer questões significativas relativas à qualidade. As informações farmacêuticas do resumo das características do medicamento (RCM) foram harmonizadas, à excepção das secções que os Estados-Membros terão de introduzir a nível nacional, quando aplicarem o RCM harmonizado (secções 6.1, 6.3, 6.4 e 6.5). Questões relativas à eficácia A fluvoxamina é um inibidor específico de reabsorção da serotonina (IERS). Este composto está indicado para o tratamento da depressão e/ou da neurose obsessivo-compulsiva (NOC). Em todos os Estados-Membros da União Europeia excepto dois, foi concedida a indicação de utilização da fluvoxamina no tratamento da NOC em adultos. Em três Estados-Membros da União Europeia, este composto obteve uma indicação de utilização no tratamento da NOC em crianças e noutros essa utilização é sugerida através da secção referente à posologia (4.2). A documentação apresentada para apreciação demonstra que a fluvoxamina foi experimentada numa população de doentes com depressão. Nesta população, a eficácia a curto prazo foi demonstrada em relação à dosagem de 100-300 mg/dia, tendo sido realizado um estudo da desabituação controlado por placebo, com uma dose de 100 mg. Foi demonstrado que o efeito a curto prazo se mantinha. Os efeitos adversos da fluvoxamina são os efeitos adversos típicos dos IERSs (cefaleias, náuseas, insónia, sonolência, secura de boca e outros). A fluvoxamina foi correctamente experimentada no tratamento a curto prazo na população adulta de doentes com NOC. Nesta população, a eficácia a curto prazo com efeitos moderados ficou demonstrada para a dosagem de 100 a 300 mg. Contudo, a eficácia a longo prazo da fluvoxamina não foi demonstrada. Os efeitos adversos da fluvoxamina são os efeitos adversos típicos dos inibidores específicos de reabsorção da serotonina (IERSs) (cefaleias, náuseas, insónia, sonolência, secura de boca e outros). A documentação apresentada pelo titular da autorização de introdução no mercado confirma, por conseguinte, a utilização da fluvoxamina em adultos com NOC. O CPMP recomenda, assim, que esta indicação seja autorizada em todos os Estados-Membros da União Europeia. Num estudo de 10 semanas controlado por placebo em 120 doentes com NOC, de idades compreendidas entre os 8 e os 17 anos, verificou-se no conjunto da população uma melhoria estatisticamente importante favorável à fluvoxamina, no prazo de 10 semanas, embora a relevância clínica deste facto seja pequena. Uma outra análise por subgrupos revelou uma melhoria na escala de avaliação clínica (C-YBOCS) relativamente às crianças, enquanto que nos adolescentes não se constatou qualquer efeito. A dose média era, respectivamente, de 158 mg e 168 mg/dia. A dose inicial é de 25 mg por dia, devendo fazer-se aumentos de 25 mg, de 3 em 3 ou de 4 em 4 dias, até que seja atingida a dose eficaz. A dose máxima para crianças não deve exceder 200 mg/dia. Tendo em conta a eficácia evidenciada na subpopulação pediátrica, as práticas médicas correntes e a utilização actual da fluvoxamina em crianças e adolescentes, justifica-se a inclusão de informações relativas à dosagem para crianças e adolescentes para esta indicação, na secção referente à posologia do RCM, devendo os dados relacionados com os resultados da experiência clínica nesta população ser mencionados na secção 5.1 do RCM. As propriedades farmacocinéticas da fluvoxamina estão convenientemente descritas no RCM. Alguns dos dados referidos provêm de fontes bibliográficas. Foram introduzidas ligeiras alterações no RCM em relação ao CYP 2D6 e à farmacocinética em crianças. Questões relativas à segurança Os efeitos adversos observados com a fluvoxamina são, na sua maioria, comuns à classe dos IERSs e, muitas vezes, não são graves. Os efeitos adversos mais graves, embora não se registem com frequência, devem ser mantidos sob atenta vigilância – p.ex. hipertensão, síncope, dispneia, flatulência, vertigens, ligeiro aumento da creatinina, diminuição do número de trombócitos. A síndrome neuroléptica maligna já foi observada, devendo ser, por isso, incluída na secção 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização” do RCM harmonizado. No estudo de 10 semanas controlado por placebo em crianças e adolescentes com NOC, os efeitos adversos frequentemente referidos, com maior incidência do que no grupo com placebo, foram os seguintes: insónia, astenia, agitação, hipercinésia, sonolência e dispepsia. Entre os efeitos adversos graves verificados neste estudo incluíam-se a agitação e a hipomania. Foram referidas convulsões em crianças e adolescentes durante a utilização fora do contexto das experiências clínicas. Em consequência da falta de dados controlados sobre o tratamento a longo prazo da NOC em crianças e adolescentes, o CPMP considera necessário fazer um novo estudo pormenorizado sobre estas questões (especialmente no que diz respeito ao crescimento, à função sexual, ao desenvolvimento escolar/cognitivo e aos efeitos comportamentais). A fluvoxamina não parece aumentar os riscos teratogénicos, quando utilizada nas doses recomendadas. Este medicamento é excretado no leite humano, pelo que não deve ser utilizado por mulheres no período de lactação. Questões administrativas Outras secções do resumo das características do medicamento que não foram harmonizadas e que os Estados-Membros terão de introduzir a nível nacional, ao aplicarem o RCM harmonizado são as seguintes: titular da autorização de introdução no mercado, Número de Autorização de Introdução no Mercado, Data da Primeira Autorização de Introdução /Renovação da Autorização de Introdução no Mercado, Data da Revisão do Texto. Considerações risco/benefício Com base na documentação apresentada pelo Titular da autorização de introdução no mercado e no debate científico realizado na empresa, o CPMP considerou que o rácio risco/benefício da fluvoxamina é favorável no tratamento 1) da depressão e 2) das neurose obsessivo-compulsiva (NOC), desde que as condições referidas no Anexo IV estejam preenchidas. FUNDAMENTOS MEDICAMENTO PARA A ALTERAÇÃO DOS RESUMOS DAS CARACTERÍSTICAS DO Considerando que: a consulta tinha em vista a harmonização dos resumos das características do medicamento, o resumo das características do medicamento proposto pelos Titulares da Autorização de Introdução no Mercado foi avaliado com base na documentação apresentada e no debate científico efectuado no Comité, CPMP recomendou a alteração das autorizações de introdução no mercado de acordo com o resumo das características do medicamento apresentado no Anexo III e nas condições expostas no Anexo IV. As principais divergências identificadas no início da consulta foram resolvidas, nomeadamente, a indicação “Neurose obsessivo-compulsiva”(NOC) foi aprovada em relação aos adultos e a questão do tratamento da NOC em crianças da população pediátrica foi solucionada com a inclusão de informações correspondentes na secção referente à posologia. ANEXO II LISTA DAS DENOMINAÇÕES, DAS FORMAS FARMACÊUTICAS, DOSAGENS E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO, DOS TITULARES DAS AUTORIZAÇÕES DE INTRODUÇÃO NO MERCADO E DA APRESENTAÇÃO E DIMENSÃO DAS EMBALAGENS NOS ESTADOS-MEMBROS ANEXO II Estado-Membr Titular da Autorização de o Introdução no Mercado Denominações: Áustria SOLVAY PHARMA Ges.m.b.H. Donaustraße 106 A-3400 Klosterneuburg ÁUSTRIA FLOXYFRAL SOLVAY PHARMA & Cie., S.N.C.-V.O.F Bd. Em. Bockstaellaan 122 1020 BRUXELLES BÉLGICA FLOXYFRAL 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 20, 30 e 60 Embalagem hospitalar de 100 doses unitárias SOLVAY PHARMA & Cie., S.N.C.-V.O.F Bd. Em. Bockstaellaan 122 1020 BRUXELLES BÉLGICA DUMIROX 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 30 e 60 Embalagem hospitalar de 100 doses unitárias SOLVAY PHARMA & Cie., S.N.C.-V.O.F Bd. Em. Bockstaellaan 122 1020 BRUXELLES BÉLGICA MALEATO DE 100 mg FLUVOXAMIN A 100 mg SOLVAY PHARMA Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 30 e 60 Embalagem hospitalar de 100 doses unitárias Solvay Pharmaceuticals B.V. C.J. van Houtenlaan 36 1381 CP Weesp Países Baixos FEVARIN Comprimidos Via oral Blisters (PVC/PVDC) 30, 60 e 90 Bélgica Dinamarca Dosagem 50 mg 100 mg 50 mg 100 mg Forma farmacêutica Comprimidos com ranhura revestidos por película Via de administração Embalagem Dimensão das embalagens Via oral Blisters (PVC/PVDC) 50 mg - 5, 30 e 60 100 mg - 15 e 30 Finlândia França Alemanha Grécia Irlanda Solvay Pharmaceuticals B.V. C.J. van Houtenlaan 36 1381 CP Weesp Países Baixos SOLVAY PHARMA 42, rue Rouget de Lisle BP 22 92151 SURESNES FRANÇA FEVARIN 50 mg 100 mg Comprimidos revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 30, 60 e 90 FLOXYFRAL 50 mg 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 20, 30 e 50 Embalagem hospitalar de 100 Solvay Arzneimittel GmbH Hans-Boeckler-Allee 20 30173 Hannover Alemanha FEVARIN 50 mg 100 mg Comprimidos revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) Solvay Arzneimittel GmbH Hans-Boeckler-Allee 20 30173 Hannover Alemanha FEVARIN TABS 50 mg 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) Solvay Pharma M.E.P.E. Ag. Dimitriou 63, 17456 Alimos Grécia DUMYROX 50 mg 100 mg Blisters (PVC/PVDC) Famar A.B.E. P. Marinopoulou 7, 17456 Alimos, Grécia LUVOX 50 mg 100 mg Via oral Comprimidos revestidos por película e comprimidos com revestimento entérico Comprimidos Via oral com revestimento entérico 20, 50 e 100 Embalagem hospitalar contendo 250 comprimidos (5 x 50) 20, 50 e 100 Embalagem hospitalar contendo 250 comprimidos (5 x 50) 30 Blisters (PVC/PVDC) 30 Solvay Healthcare Limited Mansbridge Road, West End Southampton, SO18 3JD Reino Unido FAVERIN TABLETS 50 mg e FAVERIN 50 mg 100 mg Comprimidos revestidos Blister 50 mg - 60 100 mg -30 Via oral TABLETS 100 mg Solvay Pharmaceuticals B.V. C.J. van Houtenlaan 36 1381 CP Weesp Países Baixos FEVARIN 50 mg 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters de PVC/PVDC 15 e 30 opaco/alumínio Solvay Pharma SpA Via della Libertà 30 10095 Grugliasco (TO) Itália Farmades SpA Via di Tor Cervara 282 00155 Roma Itália DUMIROX 50 mg 100 mg Via oral Blisters de PVC/PVDC 30 opaco/alumínio MAVERAL 50 mg 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters de PVC/PVDC 30 opaco/alumínio SOLVAY PHARMA & Cie., S.N.C.-V.O.F Bd. Em. Bockstaellaan 122 1020 BRUXELLES BÉLGICA SOLVAY PHARMA & Cie., S.N.C.-V.O.F Bd. Em. Bockstaellaan 122 1020 BRUXELLES BÉLGICA FLOXYFRAL 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 20, 30 e 60 Embalagem hospitalar de 100 doses unitárias DUMIROX 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 30 e 60 Embalagem hospitalar de 100 doses unitárias Países Baixos Solvay Pharmaceuticals B.V. C.J. van Houtenlaan 36 1381 CP Weesp Países Baixos FEVARIN 50 mg 100 mg Comprimidos revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 50 mg -30, 50 e 60 100 mg -30 e 50 Noruega Solvay Pharmaceuticals B.V. C.J. van Houtenlaan 36 1381 CP Weesp Países Baixos FEVARIN 50 mg 100 mg Comprimidos revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDC) 30 e 90 Itália Luxemburgo 50 mg 100 mg Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters 50 mg -20 e 60 (PVC/PVDC/alumínio) 100 mg -30 SOLVAY PHARMA S.A. Av. Diagonal 507 08029 BARCELONE ESPANHA DUMIROX 50 50 mg e 100 mg DUMIROX 100 Comprimidos com ranhura revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDCalumínio) 30 Solvay Pharmaceuticals B.V. C.J. van Houtenlaan 36 1381 CP Weesp Países Baixos Solvay Healthcare Limited Mansbridge Road, West End Southampton, SO18 3JD Reino Unido FEVARIN 50 mg 100 mg Comprimidos revestidos por película Via oral Blisters (PVC/PVDCalumínio) 30, 60 e 90 50 mg FAVERIN TABLETS 50 100 mg mg e FAVERIN TABLETS 100 mg Comprimidos revestidos Via oral Blister 50 mg -60 100 mg -30 Portugal DUMYROX SOLVAYFARMA, LDA. Av. Marechal Gomes da Costa, 33 - 1800 255 Lisboa Portugal Espanha Suécia Reino Unido ANEXO III RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Floxyfral e nomes associados (ver Anexo II) 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Substância activa: maleato de fluvoxamina Cada comprimido contém 50 ou 100 mg de maleato de fluvoxamina. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Ver Anexo II. 4. 4.1 · · 4.2 INFORMAÇÕES CLÍNICAS Indicações terapêuticas Episódio depressivo major. Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC). Posologia e modo de administração Depressão: A dose inicial recomendada é de 50 ou 100 mg, administrada numa toma única à noite. Recomenda-se o aumento gradual da dose até atingir a dose eficaz. A dose eficaz habitual é de 100 mg por dia e deve ser ajustada à resposta individual do doente. Têm sido administradas doses diárias até 300 mg. As dosagens superiores a 150 mg devem ser administradas em doses divididas. De acordo com a declaração de consenso da OMS, uma medicação antidepressiva deve ser continuada por, pelo menos, 6 meses após recuperação de um episódio depressivo. Uma dose diária de 100 mg pode ser suficiente para este uso. Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC): A dose inicial recomendada é de 50 mg por dia durante 3-4 dias. A dosagem eficaz situa-se habitualmente entre 100 e 300 mg por dia. A dosagem deve ser aumentada gradualmente até atingir a dosagem eficaz, não excedendo o máximo de 300 mg por dia para adultos. Podem administrar-se em toma única doses até 150 mg, de preferência à noite. Aconselha-se que uma dose superior a 150 mg seja administrada em 2 ou 3 tomas separadas. Tendo obtido uma boa resposta terapêutica, pode continuar-se o tratamento com uma dosagem de fluvoxamina ajustada individualmente. Não se observando melhoria no prazo de 10 semanas, deverá reavaliar-se o tratamento com fluvoxamina. Enquanto não existirem estudos sistemáticos para responder à pergunta sobre a duração da continuação do tratamento com fluvoxamina, a POC é uma doença crónica e é razoável considerar a continuação do tratamento para além das 10 semanas em doentes reagindo positivamente. Os ajustamentos da dosagem devem ser efectuados cuidadosamente numa base individual, mantendo o doente com a dose mínima eficaz. A necessidade de tratamento deve ser reavaliada periodicamente. Alguns médicos propõem a psicoterapia comportamental concomitante para doentes com boa resposta à farmacoterapia. Em crianças a partir dos 8 anos e em adolescentes existem dados limitados sobre uma dose até 100 mg, duas vezes por dia, durante 10 semanas. A dose inicial é de 25 mg por dia. Aumenta 25 mg todos os 3-4 dias até atingir uma dose efectiva. A dose máxima em crianças não deve exceder 200 mg/dia (para mais pormenores ver 5.1.). Doentes sofrendo de insuficiência hepática ou renal devem iniciar o tratamento com uma dose reduzida e devem ser cuidadosamente monitorizados. Os comprimidos de fluvoxamina devem ser deglutidos com água e sem mastigar. 4.3 Contra-indicações · Marca registada, comprimidos estão contra-indicados em combinação com inibidores da monoamino-oxidase (IMAO). tratamento com fluvoxamina pode ter início: duas semanas após a interrupção dum IMAO irreversível, ou no dia seguinte à interrupção dum IMAO reversível (p.ex. moclobemida). Deve decorrer pelo menos uma semana entre a interrupção do tratamento com fluvoxamina e o início de uma terapêutica posterior com qualquer IMAO. · 4.4 Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. Advertências e precauções especiais de utilização A possibilidade de tentativa de suicídio está inerente a doentes sofrendo de episódios depressivos e pode persistir até que ocorra uma remissão significativa. Os doentes devem ser cuidadosamente monitorizados. Doentes sofrendo de insuficiência hepática ou renal devem iniciar o tratamento com uma dose reduzida e devem ser cuidadosamente monitorizados. O tratamento com fluvoxamina tem sido raramente associado a um aumento dos enzimas hepáticos, geralmente acompanhado de sintomas clínicos. Em tais casos, o tratamento deve ser interrompido. O controlo glicémico pode estar perturbado, especialmente nos estadios iniciais do tratamento. Pode ser necessário ajustar a dosagem dos antidiabéticos orais. Apesar de em estudos com animais, a fluvoxamina não demonstrar propriedades pró-convulsivas, recomenda-se precaução na administração do fármaco a doentes com história de perturbações convulsivas. A fluvoxamina deve ser evitada em doentes com epilepsia instável e doentes com epilepsia controlada devem ser cuidadosamente monitorizados. O tratamento com fluvoxamina deve ser suspenso se ocorrerem convulsões ou se a frequência de convulsões aumentar. Em casos raros foi notificada a ocorrência de um síndrome serotonínico ou de reacções semelhantes ao sindroma maligno dos neurolépticos em associação com o tratamento com fluvoxamina, particularmente quando administrada em combinação com outros medicamentos serotoninérgicos e/ou neurolepticos. Como esses sindromas podem resultar em situações clínicas potencialmente fatais, deve-se descontinuar o tratamento com fluvoxamina caso ocorram tais eventos (caracterizados por conjuntos de sintomas tais como hipertermia, rigidez, mioclonia, instabilidade autonómica com possíveis flutuações rápidas dos sinais vitais, alterações do estado mental incluindo confusão, irritabilidade, agitação extrema progredindo para delirio e coma) e iniciar uma terapêutica sintomática de suporte. Tal como com outros ISRS, tem sido raramente reportada hiponatremia, e parece ser reversível com descontinuação da fluvoxamina. Alguns casos foram possivelmente devidos ao síndrome de secreção inadequada de hormona antidiurética. A maioria dos casos reportados foi associada a doentes idosos. Têm sido descritos casos de hemorragias cutâneas, tais como equimoses e púrpura, com inibidores específicos de reabsorção da serotonina (IERSs). Recomenda-se precaução em doentes submetidos a IERSs, em particular no uso concomitante com fármacos conhecidos por afectarem a função plaquetária (por ex.: antipsicóticos atípicos e fenotiazinas, a maioria dos ATCs, ácido acetilsalicílico, AINEs) assim como em doentes com anamnese de perturbações hemorrágicas ou da coagulação. A fluvoxamina deve ser utilizada com precaução em doentes com história de mania/hipomania. A fluvoxamina deve ser descontinuada em doentes entrando em fase maníaca. Quando combinadas com fluvoxamina, podem estar aumentadas as concentrações plasmáticas de terfenadina, astemizole ou cisaprida resultando num risco acrescido de prolongamento do intervalo QT/Torsade de Pointes. Por conseguinte, a fluvoxamina não deve ser co-administrada com essas drogas. Devido à ausência de experiência clínica recomenda-se especial atenção na situação de pós-enfarte do miocárdio. Existe uma experiência clínica limitada na administração concomitante da fluvoxamina e ECT (electroconvulsivoterapia), portanto recomenda-se precaução. Os dados em idosos não indicam diferenças clinicamente significativas nas doses diárias normais em comparação com indivíduos mais jovens. Contudo, o aumento gradual da dose deve ser efectuado mais lentamente nos idosos e o acerto da dose deve ser sempre efectuado com precaução. Devido à ausência de experiência clínica, o uso de fluvoxamina para o tratamento da depressão não é recomendado em crianças. Não existem dados de segurança a longo termo em crianças e adolescentes, especialmente relacionados com o crescimento, função sexual, desenvolvimento cognitivo e comportamental. Recomenda-se portanto monitorização cuidadosa nesta população de doentes. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção A fluvoxamina não deve ser usada em combinação com inibidores da MAO (ver também ContraIndicações). A fluvoxamina é um potente inibidor do CYP1A2, e em menor extensão de CYP2C e CYP3A4. Fármacos amplamente metabolizados por essas isoenzimas são eliminados mais lentamente e poderão ter níveis plasmáticos mais elevados quando co-administrados com fluvoxamina. Isto é particularmente relevante para fármacos com uma estreita margem terapêutica. Os doentes devem ser cuidadosamente monitorizados e, se necessário, recomenda-se o ajustamento da dose desses fármacos. A fluvoxamina tem efeitos inibidores marginais sobre CYP2D6 e parece não afectar o metabolismo não-oxidativo ou a excreção renal. CYP1A2 Tem-se referido um aumento dos níveis plasmáticos previamente estáveis dos antidepressivos tricíclicos (e.g.: clomipramina, imipramina e amitriptilina) e neurolépticos (e.g.: clozapina e olanzepina) amplamente metabolizados através do citocromo P450 1 A 2, quando usados em conjunto com a fluvoxamina. A combinação destes fármacos não é recomendada. Uma redução da dose desses fármacos deve ser considerada se se iniciar tratamento com fluvoxamina. Doentes a quem se co-administra fluvoxamina e drogas com margem terapêutica estreita metabolizadas pelo CYP1A2 (tais como tacrina, teofilina, metadona e mexiletina) devem ser cuidadosamente monitorizados e, se necessário, recomendase o ajustamento da dose dessas drogas. Quando administrada com fluvoxamina, as concentrações plasmáticas de varfarina foram significativamente aumentadas e os tempos de protrombina prolongados. Foram relatados casos isolados de toxicidade cardíaca quando a fluvoxamina foi usada em combinação com tioridazina. Uma vez que estão aumentadas as concentrações plasmáticas de propranolol administrado concomitantemente com fluvoxamina, pode ser necessário reduzir a dose de propranolol. Os níveis plasmáticos de cafeína poderão estar aumentados durante a co-administração com fluvoxamina. Assim, doentes que consomem elevadas quantidades de bebidas contendo cafeína deverão reduzir a sua ingestão quando em tratamento com fluvoxamina e se observam efeitos adversos à cafeína (tremor, palpitações, náusea, intranquilidade, insónia). Como as concentrações plasmáticas de ropirinol podem estar aumentadas em combinação com fluvoxamina, aumentando assim o risco de sobredosagem, pode ser requerida vigilância e redução da posologia de ropirinol durante o tratamento com fluvoxamina e após a sua retirada. CYP 2C Doentes recebendo co-administração de fluvoxamina e drogas com estreita margem terapêutica metabolizadas pelo CYP2C (tal como a fenitoina) devem ser cuidadosamente monitorizados e, se necessário, recomenda-se ajustamento da dose dessas drogas. CYP 3A4 Terfenadina, astemizole, cisaprida: ver também Advertências e Precauções Especiais de Utilização. Doentes com co-administração de fluvoxamina e fármacos metabolizados pelo CYP3A4 com uma margem terapêutica estreita (tais como carbamazepina e ciclosporina) devem ser cuidadosamente monitorizados e, se necessário, recomenda-se um ajuste da dose. Glucuronidação A fluvoxamina não influencia as concentrações plasmáticas de digoxina. Excreção renal A fluvoxamina não influencia as concentrações de atenolol. Interacções farmacodinâmicas Os efeitos serotoninérgicos da fluvoxamina podem ser potenciados quando usada em combinação com outros serotoninérgicos (incluindo triptans, tramadol, ISRS e preparações à base de erva de S. João ou Hipericão) (ver também Advertências e Precauções Especiais de Utilização). A fluvoxamina tem sido usada em combinação com lítio no tratamento de doentes com depressão grave resistente aos fármacos. Contudo, o lítio (e possivelmente o triptofano) potencia os efeitos serotoninérgicos da fluvoxamina. A combinação ser usada com precaução em doentes com depressão grave resistente aos fármacos. Em doentes recebendo anticoagulantes orais e fluvoxamina pode aumentar o risco de hemorragias e esses doentes devem ser cuidadosamente monitorizados. Tal como com outros fármacos psicotrópicos, os doentes devem ser advertidos para evitar a ingestão de álcool durante o tratamento com fluvoxamina. 4.6 Gravidez e aleitamento Dados sobre um número limitado de gravidezes expostas à fluvoxamina indicam a ausência de efeitos adversos da fluvoxamina na gravidez. Até esta data, não estão disponíveis outros dados epidemiológicos relevantes. Estudos de reprodução em animais com doses elevadas não evidenciaram diminuição de fertilidade, alteração da capacidade reprodutiva ou efeitos teratogénicos na descendência. Deve-se usar precaução quando se prescreve este fármaco à mulher grávida. Casos isolados de sintomas de abstinência em recém-nascidos foram descritos após o uso da fluvoxamina no fim da gravidez. A fluvoxamina é excretada em pequenas quantidades no leite materno, pelo que o medicamento não deve ser usado por mulheres que amamentam. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas A fluvoxamina, em doses até 150 mg tem uma influência nula ou desprezível sobre a capacidade de conduzir e manusear máquinas. Em voluntários saudáveis não foram evidenciados efeitos sobre a capacidade psicomotora relacionada com a condução de veículos e o manuseio de máquinas. Contudo, foi reportada sonolência durante o tratamento com fluvoxamina. Assim sendo, recomenda-se precaução até que tenha sido determinada a resposta individual ao fármaco. 4.8 Efeitos indesejáveis O sintoma associado ao tratamento com fluvoxamina mais frequentemente observado é a náusea, por vezes acompanhada de vómitos. Este efeito secundário diminui geralmente, durante as duas primeiras semanas de tratamento. Outros eventos adversos, observados em estudos clínicos com as taxas de frequência a seguir mencionadas, estão muitas vezes associados à doença e não necessariamente relacionados com o tratamento: Comuns (frequência 1-10%): Corpo: astenia, cefaleia, mal-estar Aparelho cardio-vascular: palpitações / taquicárdia Aparelho digestivo: dores abdominais, anorexia, obstipação, diarreia, secura de boca, dispepsia. Sistema nervoso: agitação, ansiedade, tonturas, insónia, nervosismo, sonolência, tremores. Pele: sudação Pouco Comuns (frequência <1%): Aparelho cardio-vascular: hipotensão (postural) Aparelho locomotor: artralgia, mialgia Sistema nervoso: ataxia, confusão, sintomas extrapiramidais e alucinações Aparelho urogenital: ejaculação anormal (retardada) Pele: reacções de hipersensibilidade cutânea (incluindo rash, prurido e angioedema). Raros (frequência <0,1%): Aparelho digestivo: alterações da função hepática Sistema nervoso: convulsões, mania Aparelho urogenital: galactorreia Pele: fotosensibilidade Outras reacções adversas observadas durante a comercialização Foi reportado ganho ou perda de peso. Raramente foi reportado síndrome serotoninico, reacções semelhantes ao síndrome maligno dos neurolépticos, hiponatrémia e síndrome da secreção inadequada da hormona antidiurética (ver também Advertências e Precauções Especiais de Utilização). É possível ocorrerem reacções de privação quando se suspende a terapêutica com fluvoxamina, embora a evidência pré-clinica e clínica não sugira que este tratamento cause dependência. Os sintomas seguintes foram reportados em associação com a suspensão deste produto: tonturas, parestesia, cefaleias, náuseas e ansiedade. A maioria destas reacções são moderadas e auto-limitadas. Antes de interromper o tratamento, pode-se considerar a possibilidade de efectuar uma redução gradual da dose. Hemorragia: ver também Advertências e Precauções Especiais de Utilização. Muito raramente, parestesia, anorgasmia e alteração do gosto foram reportados. Num estudo controlado por placebo, durante 10 semanas, em crianças e adolescentes com POC, reacções adversas reportadas com uma incidência superior ao placebo foram: insónia, astenia, agitação, hipercinésia, sonolência e dispepsia. Reacções adversas graves neste estudo incluiram: agitação e hipomania. Foram reportadas convulsões em crianças e adolescentes durante o uso fora do âmbito dos estudos clínicos. 4.9 Sobredosagem Sintomas Os sintomas incluem queixas gastro-intestinais (náuseas, vómitos e diarreia), sonolência e tonturas. Alterações cardíacas (taquicárdia, bradicárdia e hipotensão), alterações da função hepática, convulsões e coma têm também sido referidos. A fluvoxamina tem uma larga margem de segurança em caso de sobredosagem. Desde a sua introdução no mercado, têm sido extremamente raros os casos de morte por sobredosagem com fluvoxamina isolada. A dose mais elevada de fluvoxamina documentada e ingerida por um doente é de 12 gr. Este doente recuperou completamente. Ocasionalmente, foram observadas complicações mais sérias em casos de sobredosagem deliberada de fluvoxamina em combinação com outros fármacos. Tratamento Não existe antídoto específico para a fluvoxamina. Em caso de sobredosagem o estômago deve ser esvaziado o mais rapidamente possível após a ingestão dos comprimidos e administrado tratamento sintomático. Também é recomendado o uso repetido de carvão activado, se necessário acompanhado por um laxante osmótico. A diurese forçada ou diálise não parecem ser benéficas para o doente. 5. 5.1 PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Antidepressores, Inibidores selectivos da recaptação da serotonina. Código ATC: N06AB08 Admite-se que o mecanismo de acção da fluvoxamina esteja relacionado com a inibição selectiva da recaptação da serotonina nos neurónios cerebrais. A interferência com os processos noradrenérgicos é mínima. Estudos de ligação aos receptores demonstraram que a capacidade de ligação da fluvoxamina aos receptores a-adrenérgicos, b-adrenérgicos, histaminérgicos, muscaríno-colinérgicos, dopaminérgicos ou serotoninérgicos é desprezível. Num estudo controlado por placebo em 120 doentes com POC, de idades compreendidas entre 8 e 17 anos, observou-se uma melhoria estatisticamente significativa em toda a população estudada a favor da fluvoxamina ao fim de 10 semanas. Uma análise adicional do subgrupo demonstrou melhoria na escala de avaliação C-YBOCS nas crianças, enquanto não se observou nenhum efeito nos adolescentes. A dose média foi respectivamente 158 mg e 168 mg/dia. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Absorção A fluvoxamina é completamente absorvida após administração oral. A concentração plasmática máxima ocorre entre 3-8 horas a seguir à administração. A biodisponibilidade absoluta média é de 53%, devido ao efeito de primeira passagem. A farmacocinética de fluvoxamina não é influenciada pela ingestão de alimentos. Distribuição A ligação às proteínas plasmáticas in vitro é de 80%. O volume de distribuição no Homem é de 25 l/Kg. Metabolismo A fluvoxamina sofre ampla metabolização no fígado. Embora o CYP2D6 seja in vitro o principal isoenzima envolvido na metabolização da fluvoxamina, as concentrações plasmáticas em metabolizadores fracos para o CYP2D6 não são muito mais elevadas das verificadas nos metabolizadores intensos. O tempo de semi-vida plasmática médio é de aproximadamente 13-15 horas após dose única, e levemente superior (17-22 h) durante a administração repetida e os níveis plasmáticos em equilíbrio são atingidos normalmente entre 10-14 dias. A fluvoxamina sofre ampla metabolização hepática maioritariamente via desmetilação oxidativa em pelo menos nove metabolitos, os quais são excretados pelo rim. Os dois metabolitos mais importantes mostraram actividade farmacológica insignificante. Não se prevê que os outros metabolitos sejam farmacologicamente activos. A fluvoxamina é um inibidor potente do CYP1A2 e um inibidor moderado do CYP2C e CYP3A4 , com efeitos inibidores insignificantes no CYP2D6. A fluvoxamina apresenta uma farmacocinética linear com dose única. As concentrações em estado estacionário são superiores dos que as com dose única, e são desproporcionalmente mais elevadas com doses diárias elevadas. Grupos Especiais de Doentes A farmacocinética da fluvoxamina é semelhante em adultos saudáveis, doentes idosos, e doentes com insuficiência renal. O metabolismo da fluvoxamina está diminuido em doentes hepáticos. As concentrações plasmáticas em estado estacionário da fluvoxamina foram duas vezes mais elevadas nas crianças (idade 6-11 anos) do que em adolescentes (de 12-17 anos). As concentrações plasmáticas nos adolescentes são semelhantes às dos adultos. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Não há evidência de carcinogenicidade, mutagenicidade ou diminuição de fertilidade com a fluvoxamina. Os estudos de reprodução em animais, com doses elevadas, não revelaram qualquer evidência de diminuição de fertilidade, alteração da capacidade reprodutiva ou efeitos teratogénicos na descendência. O potencial para abuso, tolerância e dependência física foi estudado num modelo de primata não humano. Não se observou qualquer evidência de fenómeno de dependência. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes 6.2 Incompatibilidades Não aplicável. 6.3 Prazo de validade 6.4 Precauções especiais de conservação 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Ver Anexo II. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação <e eliminação> Não existem requisitos especiais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Ver Anexo II. 8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO ANEXO IV CONDIÇÕES DAS AUTORIZAÇÕES DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Condições das autorizações de introdução no mercado Condições impostas pelo CPMP relativamente ao follow up da população pediátrica Fornecimento de mais dados sobre segurança relacionados com o tratamento de longo prazo da neurose obsessiva-compulsiva (NOC) em crianças e adolescentes, especialmente no que se refere ao crescimento, função sexual, educação/desenvolvimento cognitivo e efeitos sobre o comportamento. O titular da autorização de introdução no mercado deverá trabalhar em conjunto com o Grupo de Trabalho “Farmacovigilância” a fim de debater os seus planos para definir a estratégia que visa cumprir esta obrigação e implementar os respectivos resultados.