Anais da XV Semana de Estudos em Ciências Biológicas, VI Colóquio de Incentivo à Pesquisa em Ciências Biológicas. DIORAMA AMBIENTAL DO MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS DE GUARAPUAVA: UMA INOVAÇÃO NO PROCESSO ENSINOAPRENDIZAGEM E NA FORMAÇÃO DE UMA SOCIEDADE CONSCIENTE. Jeniffer Pamela Ferreira (Faculdade Guairacá), Rafael Nadin Babes (Faculdade Guairacá), Angelina Martins Prestes (UNICENTRO), Ana C. Sékula (Faculdade Guairacá), Bruno Moraes (UNICENTRO), Rodrigo Antonio Martins de Souza (Orientador), e-mail: [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste/Museu de Ciências Naturais. Guarapuava, PR. Palavras-chave: consciência ambiental, exposições, meio ambiente. Resumo Os museus de Ciências Naturais devem ser aliados na construção da consciência social quanto aos problemas ambientais, utilizando seus acervos próprios através de exposições interativas e/ou itinerantes que incentivem ao público uma maior comunicação e reflexão. Sendo a degradação ambiental uma questão de grande destaque, o Museu de Ciências Naturais de Guarapuava propõe através da revitalização do diorama ambiental uma aproximação dos visitantes ao Meio Ambiente e também uma opção para as instituições de ensino na busca de uma formação consciente para os seus alunos. Introdução A caracterização de museus como ambientes velhos e lugares de coisas antigas é ainda uma concepção existente na sociedade (CURY, 2005). O que diferencia os museus de Ciências Naturais dos museus de artes e outras culturas é exatamente esta concepção. A visão direcionada aos ambientes relacionados com a Ciência e a Tecnologia correspondem às relações promovidas com o público visitante (VALENTE et al., 2005). Durante a visitação, a motivação deve ser alcançada pela própria exposição do material evidenciando expectativas prévias que devem ser superadas. Para o público o passeio torna-se uma união de conhecimento e lazer (ALMEIDA, 2005). Principalmente os Museus de Ciências Naturais possuem um importante papel educacional a serviço da instrução pública (LOPES; MURRIELLO, 2005). Reconhecendo o caráter educativo dos museus, a Ciência torna-se acessível. As exposições podem receber diretamente a participação do público, o que torna a prática uma condução eficaz na construção do conhecimento. Em Guarapuava, Paraná, o Museu de Ciências Naturais é um ambiente que recebe inúmeros visitantes anualmente, dentre estes a 24 a 26 de outubro de 2011, UNICENTRO, Guarapuava –PR. Anais da XV Semana de Estudos em Ciências Biológicas, VI Colóquio de Incentivo à Pesquisa em Ciências Biológicas. população da cidade, dos municípios vizinhos e visitas internacionais que prestigiam as coleções do acervo: A variedade do material nos acervos é muito admirada pelos visitantes... O Museu de Ciências Naturais de Guarapuava é um ambiente visto pela população como um local de passeio, e para os estudantes um ambiente de pesquisas (FERREIRA et al., 2011). A coleção do museu também tem caráter dinâmico, algumas peças do acervo são levadas até exposições itinerantes promovidas por projetos realizados pelas universidades da cidade. Isso garante o acesso da comunidade ao conhecimento, atingindo segmentos sociais onde a dificuldade do alcance à informação e ao conhecimento ainda é uma realidade (BARBOZA; CZIULIK; HIERT, 2011). As mudanças causadas no ambiente, exploração desordenada de recursos e necessidade de espaço, conseqüente do crescimento populacional acarreta inúmeros problemas para todas as espécies. A extinção e/ou a diminuição das espécies podem promover futuramente aos museus, a possibilidade de serem os únicos locais a representarem a vida selvagem (BARBOZA; CZIULIK; HIERT, 2011), através de animais taxidermizados dispostos em um diorama ambiental como o apresentado no museu de Guarapuava. Um dos objetivos do Museu de Ciências Naturais é a conservação do Meio Ambiente através de uma nova consciência ao que diz respeito aos seres vivos, em destaque as florestas e os animais ameaçados de extinção. As exposições podem ser importantes ferramentas nesse tipo de conscientização se forem bem trabalhadas e elaboradas, por essas e outras razões a importância da revitalização do diorama ambiental do museu de Guarapuava para uma melhor exploração do acervo e maior interesse partindo dos visitantes. Materiais e métodos O diorama ambiental do museu de Ciências Naturais de Guarapuava é composto por 55 espécies de animais da Região Centro-Oeste e Sul do Brasil. Visando uma interação ainda maior com o público e propondo uma atividade mais didática aos estudantes que visitam o museu, foi realizada uma revitalização do ambiente, numeração dos animais e exposição também, das suas respectivas características. O diorama foi dividido em biomas, os ambientes receberam vegetação artificial característica recebendo muito verde para a aproximação da realidade de um ambiente preservado, e os animais foram dispostos de maneira mais abrangente, pois muitos ficavam escondidos atrás da vitrine sombreados por animais maiores ou “camuflados” nos galhos e folhas das árvores antigas. Além de toda a limpeza dos animais que estavam empoeirados devido ao grande período de tempo que o acervo não recebia nenhuma manutenção. 24 a 26 de outubro de 2011, UNICENTRO, Guarapuava –PR. Anais da XV Semana de Estudos em Ciências Biológicas, VI Colóquio de Incentivo à Pesquisa em Ciências Biológicas. Figura 1 – Visão parcial do Diorama Ambiental antes da revitalização (Fonte: Prefeitura Municipal de Guarapuava) Figura 2 – Diorama Ambiental restaurado e numeração dos animais para identificação. Foram confeccionadas placas numeradas de 1 a 55, posteriormente fixadas próximas às espécies correspondentes. As informações dos animais foram dispostas em placas maiores, também numeradas, que trazem informações como nome popular e científico, alimentação, habitat e risco de extinção. Aproveitando uma parede vazia fora da vitrine da exposição do diorama, ali foram colocadas as placas com as informações dos animais. Figura 3 – Placas com a numeração e informação das espécies do acervo. Resultados e Discussão A revitalização do diorama tornou a apresentação dos animais mais ampla e a divisão em biomas evidencia ainda mais o endemismo das espécies brasileiras. A vegetação artificial destacou os animais, além de embelezar a exposição que ficou muito mais atraente ao olhar do público. Algumas espécies, principalmente as da região Centro-Oeste são desconhecidas de alguns visitantes, a numeração e a nomenclatura dos animais do diorama resolveram esta problemática trazendo todas as informações das espécies presentes no acervo, desde as borboletas até os 24 a 26 de outubro de 2011, UNICENTRO, Guarapuava –PR. Anais da XV Semana de Estudos em Ciências Biológicas, VI Colóquio de Incentivo à Pesquisa em Ciências Biológicas. grandes animais como a anta (Tapirus terrestris). Além disso, tornou a exposição muito mais didática e interativa para os estagiários do museu que atendem às escolas e universidades. As placas estimulam os estudantes a reconhecer as espécies através de suas características. As informações que agora também são expostas demonstram aos visitantes uma riqueza que deve ser conservada. A preocupação com a degradação ambiental se manifesta no público que demonstra maior consciência na questão do desaparecimento de ambientes como as florestas e de animais tão bonitos e interessantes da natureza. Conclusões A proposta do museu aos visitantes é a sua inclusão nas atividades, passando de um ouvinte passivo a um participante instigado a refletir sobre o meio ambiente e os problemas observados atualmente. A revitalização do diorama refletiu na opinião dos visitantes a respeito da sua própria consciência, além de aumentar o interesse dos estudantes nas questões ecológicas. Os museus podem ser relevantes contribuições na ampliação da comunicação ao que se diz respeito da conservação do Meio Ambiente, sendo um aliado das instituições de ensino nas práticas educativas (LOPES; MURRIELLO, 2005). Referências Almeida, A. M. O contexto do visitante na experiência museaul: semelhanças e diferenças entre museus de ciência e arte. História, Ciências, Saúde. Vol. 12. 2005. Barboza, M. R.; Cziulik, M.; Hiert, C. Os museus como espaços de aprendizagem: fonte de riqueza e interatividade. In: O despertar para o conhecimento científico extencionista. Ed. Unicentro. Paraná. 2011. Cury, M. X. Comunicação e pesquisa de recepção: uma perspectiva teóricometodológica para os museus. História, Ciências, Saúde. Vol. 12. 2005. Ferreira. J. P.; Moraes, B. Calixto, G. R.; Souza, R. M. de. Museu de Ciências Naturais de Guarapuava: uma contribuição e um incentivo aos estudantes à extensão e à pesquisa em biologia marinha. In Anais da 3ª Semana de Biologia da Faculdade Guairacá, Guarapuava, 2011. Lopes, M. M.; Murriello, S. E. Ciências e educação em museus no final do século XIX. História, Ciências, Saúde. Vol. 12. 2005. Valente, M. E.; Cazelli, S.; Alves, F. Museus, ciência e educação: novos desafios. História, Ciências, Saúde. Vol. 12. 2005. 24 a 26 de outubro de 2011, UNICENTRO, Guarapuava –PR.