O LSD, as Anfetaminas, os Inalantes

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Agrupamento de Escolas de Mértola
Escola EB2,3/ES de São Sebastião de Mértola
Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial
– 2ºano 11ºB
Ano letivo 2012/2013
Disciplina: Psicopatologia Geral
Professora Céu Kemp
Neste trabalho vamos falar sobre o conceito de drogas,
a noção de comportamento aditivo e vamos falar de
três tipos de drogas: O LSD, os Inalantes e as
Anfetaminas e os seus devidos efeitos, entre outras
coisas.
Droga, segundo a definição da Organização Mundial
da Saúde, é qualquer substância não produzida pelo
organismo que tem a propriedade de atuar sobre um
ou mais dos seus sistemas, produzindo alterações no
seu funcionamento.
Qualquer
atividade,
substância,
objecto
ou
comportamento que se tornou o foco principal da vida de
uma pessoa e que a exclui de outras atividades ou que a
prejudica física, mental ou socialmente é considerado um
comportamento aditivo.
A definição de toxicodependência basicamente
assenta na procura e uso compulsivo de uma
substância susceptível de criar dependência,
independentemente das consequências negativas no
âmbito social, psicológico e físico.
Existe uma situação de dependência quando se verifica um
padrão de uso de determinada substância, que conduz a
sofrimento clinicamente significativo e se manifesta em três
(ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer
momento no mesmo período de 12 meses:
1. Tolerância, definida por:
a) uma necessidade de quantidades progressivamente maiores
da substância para adquirir o efeito desejado;
b) acentuada redução do efeito com o uso continuado da
mesma quantidade de substância.
2. Abstinência, manifestada por :
a) síndrome de abstinência característica para cada substância;
b) a mesma substância (ou uma substância relacionada) é consumida
para aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
3. A substância é frequentemente consumida em maiores
quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido;
4. Existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no
sentido de reduzir ou controlar o uso da substância;
5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a
obtenção da substância (por ex., consultas a múltiplos
médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização
da substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação
dos efeitos.
6. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou
recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso
da substância.
7. O uso da substância continua, apesar da consciência de
ter um problema físico ou psicológico persistente que tende
a ser causado ou exacerbado pela substância. É a chamada
compulsão.
Um dos produtos químicos conhecidos mais potentes que afetam o cérebro
humano, o LSD, nome químico da dietilamida do ácido lisérgico, é inoro,
branco, cristalino, solúvel na água e no álcool. O LSD foi pela primeira vez
sintetizada em 1938 pelo químico, Albert Hofmann, quando tentava criar uma
droga estmulante. É o 25ºcomposto referido, derivado da ergonovina, que foi
isolada do Claviceps purpure, um fungo do centeio.
O LSD é um dos mais potentes químicos
conhecidos que afetam o cérebro humano.
Em Portugal, o relatório nacional do fenómeno
da droga – 1996 publicou o resultado de dois
estudos epidemiológicos em meio escolar,
realizados à escala nacional, com exceção das
regiões insulares e dirigidos a níveis de
escolaridade diferentes.
O LSD era originalmente considerado uma droga maravilhosa
parapsicológia, quase instantânea e mística. É um adjuvante,
atualmente, para a terapia de várias doenças psiquiátricas, como por
exemplo a ansiedade, a depressão, o alcoolismo e o transtorno
obsessivo compulsivo. É considerada uma droga segura, por ter
pequenos riscos por reações adversas.
Os efeitos do LSD são diretos e caraterizados primeiramente por
mudanças na perceção, no pensamento, na emoção e na excitação.
Embora os efeitos simpaticomiméticos, incluindo midríase pupilar
(dilatação das pupilas), taquicardia, ansiedade e distúrbios
gástricos, ocorram num intervalo de tempo de 5 a 10 minutos , os
efeitos mentais da droga manifestam-se em 30 a 60 minutos . A
tolerância desenvolve-se após 3 a 4 dias de uso continuado.
A intoxicação pelo LSD é gradual, dura 10 a 12 horas com períodos
de percepção normal alternado com picos de estado de intoxicação.
O LSD não desenvolve sintomas de privação e o diagnostic and
statistical manual of mental disorders
não o listou com o sintoma da
dependência.
Quando a dose do LSD é inferior a
50mg é geralmente impossível
afirmar que um individuo está ou
não sob a influência do LSD.
O doente deve ser levado para um lugar
tranquilo onde a estimulação seja
diminuída, e devidamente acompanhado
para ajudar no controlo da ansiedade,
proporcionando um estado de bem estar
A determinação dos efeitos de LSD no feto
e no recém-nascido é nublada pela
incidência do abuso de várias drogas em
simultâneo pela mãe e que refere o uso do
LSD. Regra geral, as crianças nascidas de
mulheres que usem o LSD ou anfetaminas
durante a gravidez têm os mesmos
problemas das crianças cujas mães abusam
de cocaína e outras drogas, onde se inclui o
«abruptio
placentae»,
ou
seja,
deslocamento prematuro da placenta,
prematuridade
e
decréscimo
dos
parâmetros, tal como o baixo peso ao
nascer.
http://www.youtube.com/watch?featu
re=player_embedded&v=ygEuDESUJh4
A anfetamina surgiu no século XIX,
tendo sido sintetizada pela primeira
vez na Alemanha, em 1887. Cerca de
40 anos depois, a droga começou a
ser usada pelos médicos para aliviar
fadiga, alargar as passagens nasais e
bronquiais e estimular o sistema
nervoso
central.
São
drogas
estimulantes.
As anfetaminas produzem efeitos semelhantes à adrenalina:
estimulação dos centros respiratórios e constrição dos vasos
sanguíneos.
Embora não se produza uma típica síndrome de abstinência
quando a administração da droga é suspensa, ocorrem
desajustes orgânicos, e o uso prolongado leva a uma grande
dependência de origem psíquica.
Os consumidores são maioritariamente do sexo
masculino, o consumo de anfetaminas vem
associado, com alguma frequência, ao consumo de
cafeína.
Em Portugal, no Relatório Nacional do Fenómeno da
Droga – 1996 foi publicado o resultado dos dois
estudos epidemiológicos, e conclui-se que a
prevalência entre os alunos com idade igual ou
superior a 16 anos de idade, a frequentar o 10º, 11º
e 12º anos de escolaridade do ensino oficial, é para
as anfetaminas de 1,97%.
Em situação aguda o tratamento consiste o tratamento nas medidas
gerais de suporte, de diminuição da temperatura corporal, com
arrefecimentos ou paracetamol, não devendo ser usados como aspirinas,
por exemplo. Para aumentar a eliminação do tóxico, deverá acidificarse a urina. O aumento de motivação para o tratamento é um elemento
muito importante no mesmo. Vários investigadores têm sugerido que
deve ser implementado um esquema para melhorar o sucesso educativo,
a promoção do lazer ambiental, a disposição e o bem-estar pessoal,
promovendo o mesmo treino manual para redução da ansiedade e
integração na sociedade. A duração do tratamento devem ser
cuidadosamente avaliada.
Há muito pouca informação acerca dos
efeitos das anfetaminas no feto e no recémnascido. Não são descritas anormalidades
quando são usadas baixas doses de
anfetaminas. Em 1970 foram referidos casos
de recém-nascidos, que foram expostos no
útero às anfetaminas, como sendo agitados,
com olhos em midríase ou pupilas dilatadas e
indiferentes. Estão descritas situações de
diminuição do perímetro craniano, menor
comprimento e baixo peso ao nascer em
bebés expostos às anfetaminas no útero.
http://www.youtube.com/watch?v=UF1EY
A2eC3c&feature=relmfu
A inalação de substâncias é uma prática que vem da
antiguidade e que era bastante comum em rituais sociais ou
cerimónias religiosas. A cannabis, o ópio e o tabaco e alguns
alucinogénios foram as drogas mais consumidas por inalação.
O óxido nitroso ( utilizado em forma de gás, nas anestesias,
por exemplo no Dentista) surge nos fins do século XIX e devido
aos seus efeitos eufóricos, ganha popularidade como
substância recreativa. De seguida surge o éter como tóxico, ao
qual se segue a gasolina (as primeiras referências à sua
inalação datam de 1934), o clorofórmio (liquido incolor e
volátil que produz efeitos anestésicos) (1945) e colas (1957).
O abuso de inalantes é um dos mais difundidos e um
dos menos reconhecidos, Nos Estados Unidos da
América, chega mesmo a ser o mais prevalente, só
sendo ultrapassado pelo álcool, o tabaco e a
marijuana.
A população que mais abusa de inalantes são os
jovens, existindo uma grande preocupação com o
problema.
Os efeitos dos inalantes duram cerca de 30 minutos e podem
provocar: excitação, exaltação do humor, euforia, alegria,
desorientação,
alucinações
ocasionais
e
transtornos
do
comportamento. Estes efeitos podem ser acompanhados de náuseas,
espirros, tosse, salivação abundante e rubor facial.
Numa fase seguinte, os efeitos tornam-se menos positivos.
Começa a verificar-se uma depressão do sistema nervoso, podendo
a pessoa experimentar sonolência;
-confusão;
-desorientação;
-perturbações da visão;
-diminuição do autocontrole;
-dor de cabeça e palidez;
-As alucinações visuais e auditivas poderão manter-se.
A aspiração crónica de solventes pode provocar:
apatia,
dificuldade de concentração,
défice de memória,
destruição de neurónios,
causando lesões irreversíveis no cérebro,
epilepsia do lóbulo temporal,
diminuição do nível intelectual.
Para além disso, podem ainda verificar-se:
- alterações cardiovasculares e pulmonares,
- síncope cardíaca,
- sintomas gastrointestinais,
- lesões na medula óssea, nos rins, no fígado e nos nervos periféricos
que controlam os nossos músculos, podendo chegar a lesões
musculares permanentes e à paralisia.
A depressão respiratória, arritmias cardíacas, asfixia, aspiração do
vómito ou acidente poderão provocar a morte.
A mulher exposta no emprego a solventes químicos tem mostrado
problemas menstruais, tais como sangrentos superiores a 14 dias e
cólicas menstruais , em comparação com mulheres não expostas.
E os dados sugerem um quociente maior de pré-eclampsia (
tensão arterial elevada durante a gravidez, com riscos para a
saúde do bebé) em mulheres grávidas expostas a solventes.
Quase todos os solventes voláteis podem rapidamente atravessar
a placenta e levar à exposição fetal.
Uma investigação demonstrou que as mulheres que foram
expostas a um solvente orgânico têm quatro vezes maior risco de
ter uma criança com problemas do sistema nervoso central,
comparativamente com mulheres que não estiveram expostas na
gravidez.
O abuso de inalantes é um dos mais difundidos e um dos menos
reconhecidos, Nos Estados Unidos da América, chega mesmo a ser o
mais prevalente, só sendo ultrapassado pelo álcool, o tabaco e a
marijuana.
O abuso das substâncias tende a ser não reconhecido como um sério
problema de Saúde pública, e entre as mulheres, o abuso de
inalantes pode não ser referido, porque muitas vezes não é
diagnosticado, e isso deve-se ao facto de a eliminação destas
substâncias voláteis ser rápida, resultando os testes positivos, se
houver suspeita do seu uso muito recente. Além disso, devido às
dificuldades em detectar os químicos, um resultado negativo não
pode excluir um diagnóstico de consumo.
Em Portugal foi realizado um estudo a nível regional, em 1995/1996, com uma
amostra representativa de alunos dos 7º, 8º, 9ºs, 10º e 11º anos de escolaridade,
de escolas do conselho de Matosinhos, para avaliar as dimensões associadas ao
consumo de vários tipos de drogas, entre as quais substâncias voláteis ou
inalantes.
Constatou-se que 11.0% do total dos alunos consomem substâncias voláteis, ou
seja, têm o hábito de snifar demoradamente colas, vernizes, solventes, etc,
sendo sobretudo os estudantes mais novos a evidenciar mais esse hábito, com
12.4% dos estudantes com idades inferiores a 13 ano. No consumo de substâncias
voláteis, em médica, a primeira vez ocorre aos 9 anos de idade.
Gostamos muito de realizar este trabalho, porque
aprendemos coisas que não sabíamos, e tiramos muitas
duvidas que tínhamos.
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