UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ WILLIAN RODRIGO FÉLIX Monografia PAPEL DO MARKETING NO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE SABONETE EM BARRA PARA O MERCADO CHILENO ITAJAÍ 2009 WILLIAN RODRIGO FÉLIX Monografia PAPEL DO MARKETING NO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE SABONETE EM BARRA PARA O MERCADO CHILENO Monografia desenvolvida para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: Profª Marianna Corrêa ITAJAÍ 2009 Agradeço a Deus por sua misericórdia e compaixão para comigo. A minha amada esposa, por ser incentivadora, companheira e guerreira das horas difíceis. Aos amigos que proporcionaram momentos memoráveis na pesquisa de campo. A família de fé que me carregou em orações e palavras de apoio. A família Félix que sempre esteve ao meu lado. A família Affini que sempre de maneira única incentivou a realização deste trabalho. EQUIPE TÉCNICA a) Nome do estagiário Willian Rodrigo Félix b) Área de estágio Marketing c) Orientador de conteúdo Profª. Marianna Corrêa d) Responsável pelo Estágio Profª. Natalí Nascimento RESUMO Tendo em vista o grande fluxo comercial internacional de mercadorias nos dias de hoje, a presente monografia propõe-se à apresentação de processos básicos para a internacionalização. Para tanto visa demonstrar a importância de estudos mercadológicos, com ênfase à pesquisa mercadológica, para empresas interessadas em ultrapassar fronteiras nacionais. Esta monografia teve como objeto de estudo o sabonete em barra e sua possível internacionalização para o mercado chileno. Sabe-se que o mercado chileno é um grande consumidor de produtos importados, o que motiva empresários a buscarem cada vez mais espaço neste mercado, tendo em vista essa propensão dos chilenos à importação. Este mercado também é exigente no que diz respeito à qualidade de produtos, aumentando assim o desafio do estudo. Teve como objetivo geral identificar o papel do marketing no processo de internacionalização de sabonete em barra para o mercado chileno, sendo que para atingi-lo foi necessário verificar o papel do marketing na internacionalização de empresas e produtos; verificar o posicionamento do sabonete em barra no mercado chileno; realizar uma pesquisa de campo; e identificar como ocorre o processo de internacionalização. A metodologia desta monografia foi predominantemente qualitativa, sendo que no que se refere aos meios de investigação foi de caráter bibliográfico e pesquisa de campo e aos fins, exploratória e descritiva. Os resultados da monografia foram considerados satisfatórios, visto que possibilitaram identificar as características do mercado chileno para o produto específico, (sabonete em barra) e direcionar a estratégia de internacionalização mais adequada. Concluindo, como resultado desta monografia percebe-se a tendência do mercado chileno à utilização do sabonete líquido, que limita muito o potencial de exportação do sabonete em barra para esse mercado. Desta forma, a maneira mais indicada de internacionalização deste produto seria uma distribuição indireta, por meio de um atravessador que tenha conhecimento do mercado considerado. Palavras-chave: Marketing. Sabonete em barra. Internacionalização. 5 LISTAS DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 – Tarifação sobre o sabonete em barra................................................. 29 Figura 1 – Evolução Populacional do Chile........................................................... 33 Tabela 1 - PIB Chileno........................................................................................... 34 Figura 2 – Exportação, Importação e Comércio Total – Chile para o Brasil no período de 1991-2005............................................................................................ 35 Figura 3 – Fachada da Farmácia Salcobrand........................................................ 36 Figura 4 – Fachada da Farmácia Ahumada........................................................... 37 Figura 5 – Fachada da Farmácia Cruz Verde........................................................ 37 Figura 6 – Fachada do Supermercado Jumbo....................................................... 38 Figura 7 – Fachada do Supermercado Líder......................................................... 39 Figura 8 – Fachada do Supermercado Santa Izabel............................................. 39 Quadro 2 – Sabonetes localizados no mercado chileno........................................ 40 Figura 9 – Posicionamento do sabonete em barra nas gôndolas.......................... 40 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................7 1.1 Objetivo geral ...................................................................................................8 1.2 Objetivos específicos........................................................................................8 1.3 Justificativa .......................................................................................................8 1.4 Abordagem geral do problema .........................................................................9 1.5 Questões específicas .......................................................................................9 1.6 Pressupostos..................................................................................................10 2 METODOLOGIA ................................................................................................11 2.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................11 2.2 Área de abrangência ......................................................................................12 2.3 Coleta e tratamento dos dados.......................................................................12 2.4 Apresentação e análise dos dados.................................................................13 3 MARKETING......................................................................................................14 3.1 Composto Mercadológico ...............................................................................16 3.1.1 Produto .......................................................................................................17 3.1.2 Preço...........................................................................................................17 3.1.3 Promoção....................................................................................................18 3.1.4 Praça...........................................................................................................19 3.2 Mercado..........................................................................................................20 3.2.1 Segmentação de Mercado ..........................................................................20 3.2.2 Público-Alvo ................................................................................................21 3.3 Concorrência ..................................................................................................22 3.4 Pesquisa Mercadológica.................................................................................23 4 INTERNACIONALIZAÇÃO.................................................................................25 4.1 Motivos para a internacionalização das empresas .........................................25 4.2 Obstáculos......................................................................................................26 4.2.1 Internos às empresas..................................................................................27 4.2.2 Externos às empresas ................................................................................28 4.3 Incentivos governamentais .............................................................................28 4.4 Formas de internacionalização.......................................................................30 5 SABONETE EM BARRA NO MERCADO CHILENO .........................................30 5.1 Características do mercado chileno ...............................................................32 5.2 Hábitos de compra..........................................................................................35 5.3 Posicionamento do sabonete em barra no mercado ......................................36 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................42 REFERÊNCIAS.........................................................................................................43 APÊNDICES..............................................................................................................46 Apêndice A – relatório de campo: CHILE..................................................................47 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................49 7 1 INTRODUÇÃO Visando o grande fluxo comercial internacional de mercadorias nos dias de hoje, a presente monografia se propôs à apresentação de processos básicos para a internacionalização, demonstrando a importância de estudos mercadológicos para aquelas empresas interessadas em ultrapassar fronteiras. Os motivos da busca pelo mercado externo derivam de inúmeras vertentes, podendo ser pela busca por novas tecnologias, como também pelo desejo de expor seus produtos em outro mercado, a obtenção de matérias-primas, ou a venda da mesma. Enfim, cada caso é uma situação específica. O estudo do marketing no processo de internacionalização é importante, tendo em vista que é um processo eficaz para a prospecção de mercado. A partir da obtenção de dados para adequação de produtos, análise de perfil de consumidores e aquisição de informações que poderão ser usadas como subsídio para toda e qualquer ação de uma empresa que planeja inserir seu produto em outro mercado. O produto escolhido para servir de ponto de partida para este trabalho foi o sabonete em barra, classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, como sabonete em barras para higiene pessoal. A escolha por esse produto deve-se ao fato de ser um produto de fácil acesso a qualquer público e de valor monetário reduzido, ou seja, de fácil aquisição. Por se tratar de um trabalho que tem como ênfase o mercado externo, foi determinado o mercado chileno como objeto de estudo para a internacionalização do sabonete em barra. O Chile fica localizado na costa oeste do continente sul americano, tendo no leste a Argentina e Bolívia, ao sul a Antártida, ao norte o Peru e a oeste o Oceano Pacifico. Esta monografia apresentou uma análise do mercado chileno para sabonetes de noventa gramas, no que tange as características do mesmo, qual o posicionamento do produto nesse mercado e quais possíveis intervenções seriam necessárias para que uma exportação fosse executada. 8 1.1 Objetivo geral O objetivo geral desta monografia foi identificar o papel do marketing no processo de internacionalização de sabonete em barra para o mercado chileno. 1.2 Objetivos específicos Para que fosse possível atingir o objetivo geral proposto por essa monografia, foi necessária a execução dos seguintes objetivos específicos: Verificar o papel do marketing na internacionalização de empresas e produtos. Identificar as formas de internacionalização de empresas. Verificar o posicionamento do sabonete em barra no mercado chileno. 1.3 Justificativa A presente monografia apresenta uma série de informações que complementaram os conhecimentos práticos do acadêmico a respeito de fluxo de mercadorias e do comércio internacional propriamente dito. Por se tratar de um estudo realizado na área de marketing, a experiência adquirida pelo acadêmico será de suma importância. A pesquisa proporcionou uma coleta de dados bibliográficos, trazendo consigo uma carga de experiência teórica para o acadêmico, preparando e dando subsídios para uma pesquisa mercadológica no campo de trabalho. Como se trata de um país, onde cultura, hábitos de compra, preferência do consumidor são diferentes do mercado brasileiro, esta monografia se revela como um banco de dados de pesquisa para empresários, para a Universidade e para futuros trabalhos na área de pesquisa mercadológica. 9 Sua relevância consiste em servir de material para empresas de diversos setores, pois mostrou um ponto básico no comércio internacional que é o de conhecer o mercado-alvo, mostrando como o marketing é uma ferramenta imprescindível neste processo. 1.4 Abordagem geral do problema Sabe-se que o mercado chileno é um grande consumidor de produtos produzidos fora de suas fronteiras. Isto motiva empresários a buscarem cada vez mais espaço neste mercado, tendo em vista essa propensão dos chilenos à importação. Este mercado também é exigente no que diz respeito à qualidade de produtos, aumentando assim o desafio do estudo. Sabe-se também, que as ferramentas de marketing, quando bem utilizadas, são de suma importância no processo de internacionalização, pois proporcionam aos empresários o conhecimento detalhado do mercado-alvo pretendido. Assim, este trabalho tencionou verificar como as ferramentas de marketing podem auxiliar os interessados à internacionalização de produtos, mais especificamente o sabonete em barra, para o mercado chileno. 1.5 Questões específicas Qual o papel de marketing no processo de internacionalização das empresas. Como ocorre o processo de internacionalização das empresas? Qual o posicionamento do sabonete em barras no mercado chileno? 10 1.6 Pressupostos O marketing tem papel fundamental na internacionalização de empresas e produtos. Suas ferramentas e análises proporcionam informações de mercado para o processo de tomada de decisão. Desta forma o marketing age para minimizar os riscos que as empresas possam vir a correr no processo de internacionalização. A escolha da forma como a empresa ou o produto será inserido no comércio internacional é decisão chave para o sucesso do processo de internacionalização. No caso do sabonete em barra, deve-se levar em conta não somente o produto em questão, mas o mercado-alvo. De forma genérica, a internacionalização pode ser feita das seguintes formas: exportação direta, exportação indireta, licenciamento, joint-venture, e investimento direto. Sabe-se que o sabonete em barra é um produto pouco produzido no mercado chileno, sendo que sua grande maioria vem por meio de importação. Também é sabido que o sabonete em barra é um produto pouco utilizado pelo consumidor chileno. 2 METODOLOGIA Roesch (2007) ensina que o capítulo da metodologia descreve como o projeto será realizado. Complementa afirmando que a metodologia deve estar em consonância com os objetivos propostos pela pesquisa. Assim, nesta seção é descrita como foi conduzida a execução desta monografia. 2.1 Tipo de pesquisa De acordo com o objetivo geral desta monografia, o método utilizado foi predominantemente qualitativo. Segundo Richardson (1999, p. 80), o método qualitativo "[...] tem como objeto situações complexas ou estritamente particulares." O mesmo autor complementa ainda afirmando que "[...] há vários tipos de estudos que apresentam abordagem de controle qualitativo, e entre eles podemos citar a pesquisa para a elaboração de material didático e a pesquisa documentária." (RICHARDSON, 1999, p. 83). Para Roesch (2007, p. 154) “[...] a pesquisa qualitativa e seus métodos de coleta e análise de dados são apropriados para uma fase exploratória da pesquisa [...]". No que se refere ao tipo de pesquisa quanto aos meios de investigação, esta monografia foi uma pesquisa bibliográfica. Gil (2007, p. 65) argumenta que "[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Lakatos e Marconi (1999) complementam afirmando que esse tipo de pesquisa abrange toda a bibliografia tornada pública em relação ao tema de estudo. Ainda quanto aos meios de investigação, esta monografia se utilizou da pesquisa de campo que segundo Richardson (2007) é genericamente um meio de observação qualitativo de investigação. Quanto aos fins, essa pesquisa foi descritiva. Quanto às pesquisas descritivas, Gil (2007) afirma que tais pesquisas objetivam descrever características de uma população, fenômeno ou a relação entre as variáveis estudadas. 2.2 Área de abrangência Esta monografia se situa na área de Comércio Exterior, mais especificamente no que se refere à área do marketing, estudando o papel do marketing no processo de internacionalização de sabonete em barras para o mercado chileno. 2.3 Coleta e tratamento dos dados Para a realização da pesquisa proposta, foi necessária a coleta de dados primários e secundários. “Dados primários são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisados e que são coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento.” (MATTAR, 1999, p. 134). Constituem os dados primários, as informações que foram coletadas in loco no mercado chileno, por meio da observação sistemática. A observação sistemática é muito utilizada para descrever precisamente algum fenômeno, podendo ocorrer em situações de campo ou testes de laboratório (GIL, 2007). Ainda no que se refere à observação sistemática Marconi e Lakatos (1999) definem com sendo um procedimento sistematizado por meio dos quais novos conhecimentos são coletados, de fontes primárias ou de primeira mão. A coleta dos dados primários no mercado chileno foi efetuada através de pesquisa em diversos pontos da cidade de Santiago, capital federal do Chile. Foram eleitas três redes de farmácias, bem como também três redes de supermercados da cidade para a pesquisa de preços e posicionamento dos sabonetes em barra nas gôndolas. Também foi realizada uma entrevista com uma empresa importadora para que se obtivessem dados quanto à importação deste produto para o mercado proposto. Esta pesquisa foi realizada dos dias 07 de julho de 2007 até 16 de julho do mesmo ano, cujo relato consta como Apêndice dessa monografia. Quanto aos dados secundários, estes foram coletados em livros, periódicos, sites de entidades públicas e privadas, bem como também de projetos antecedentes a este. 2.4 Apresentação e análise dos dados Os dados foram apresentados em forma de textos, figuras, quadros e tabelas para facilitar a compreensão do leitor. 14 3 MARKETING É importante a introdução ao marketing como objeto de estudo, para o embasamento teórico e para a melhor compreensão e identificação dos pontos a serem estudados. Atualmente encontram-se várias definições de marketing, sendo esta uma área de estudo bastante abrangente, desenvolvendo técnicas e ferramentas para aplicação em bens, serviços ou pessoas em nível de mercado local, regional e internacional. Para iniciar os estudos a respeito dessa área, convém apresentar o conceito de um dos principais autores de Marketing, Phillip Kotler, que define o marketing como sendo “[...] um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros [...]”. (KOTLER, 1998, p.27). Nessa perspectiva de Kotler, o objetivo do marketing é encontrar soluções para os clientes de determinada empresa. Para tanto, deve-se encontrar um caminho no qual a empresa possa se consolidar junto a seus clientes. O estudo do marketing proporciona análises de variáveis das mais diversificadas frentes numa empresa, seja ela de bens ou serviços. A definição de marketing de Las Casas (2006) é que marketing significa decidir sobre as variáveis do composto de marketing, de forma que se possa coordenadar eficientemente o processo de troca. Interessante observar que uma definição complementa a outra: enquanto Kotler (1998) se preocupa com o processo gerencial, Las Casas foca na coordenação do processo de troca. A evolução do mundo empresarial nos força a incluir nas definições todo o processo de concepção do produto, sua precificação, distribuição e promoção, ou seja, o seu composto mercadológico. Assim, tem-se a definição de Dias (2006) que apresenta o marketing como sendo uma função empresarial que, por meio da gestão de composto mercadológico, cria valor para o cliente e vantagem competitiva para a empresa. Quando se consegue interagir todas as atividades de marketing de uma empresa, atingindo plenamente e de uma forma diferenciada as necessidades dos seus clientes, de modo a atraí-lo e mantê-los fiéis, a empresa torna-se mais eficaz 15 que seus concorrentes. Além disso, os benefícios são mútuos, já que a contrapartida de atender a uma necessidade de seu público-alvo é o aumento das receitas da empresa. Uma das formas de interagir as atividades de marketing de uma empresa é por meio da administração de marketing. A administração de marketing pode ser conceituada como sendo “[...] o processo de planejamento, execução e controle de suas estratégias e táticas de marketing, visando otimizar os resultados para os clientes da empresa [...]”. (Dias, 2006, p. 10). Neste contexto, a administração de marketing pode ser estudada em duas áreas de atuação: a estratégica e a operacional. A estratégica abrange todas as decisões que dizem respeito às estratégias da empresa na área de marketing e analisa pontos como: a) segmentação de mercado; b) decisão de que produtos oferecer aos clientes; c) o preço a ser oferecido; d) por quais tipos de canais serão conduzidos os produtos até o consumidor final; e) que meios de comunicação serão utilizados para alcançar os objetivos da empresa naquele mercado, bem como também que tipo de promoções e estratégias de comunicação com o consumidor. Já a responsabilidade operacional diz respeito às ações efetivas de marketing que deverão ser executadas para que seja efetivada toda ação estratégica planejada. Outra área de atuação do marketing operacional é a elaboração de como deverá ser a execução das vendas, bem como também a elaboração dos materiais de apoio para comunicação, a captação, o desenvolvimento e o controle dos canais de vendas. Tanto na responsabilidade estratégica como na operacional, é necessário que se faça um planejamento de marketing. O planejamento de marketing é a etapa inicial de todo processo de administração de marketing, quando são definidos os objetivos de mercado e tomada às decisões estratégicas, incluindo a analise de mercado, analise da concorrência, definição de cenários, avaliação de riscos e oportunidades, seleção do mercado-alvo, decisão das estratégias do composto de marketing, dos investimentos e orçamentos e dos meios de avaliação dos resultados das ações planejadas. (DIAS, 2006, p.18). O planejamento de marketing proporciona à empresa a formação de um banco de dados onde ela poderá tomar decisões e estabelecer objetivos com base 16 em fatos concretos, atitudes de consumidor, características do mercado, posicionamento, entre outras variantes. No mercado internacional, visto a peculiaridade de cada mercado, é importante a consciência do empresário exportador de que para cada país que o mesmo se interesse por iniciar suas atividades, deve ser feito um estudo crítico de cada caso, a fim de diminuir os riscos e possibilitar que os objetivos sejam traçados da maneira mais eficiente possível. 3.1 Composto Mercadológico O composto mercadológico pode ser identificado como o mix de marketing, definido como um conjunto de ferramentas que são usadas por empresas para alcançar os objetivos traçados na fase de planejamento (KOTLER; KELLER, 2006). Assim, entende-se por composto mercadológico uma série de componentes abrangendo desde os processos de classificação do produto, escolha de mercado, formação de preço e eventuais promoções oferecidas para inserção ou estimulo ao consumo do produto oferecido. Kotler e Keller (2006) citam McCarthy, que identifica o composto mercadológico como os 4P’s do marketing, sendo eles: produto, preço, praça ou ponto de venda e promoção. O composto de marketing corresponde às variáveis controláveis da organização, isto é, as variáveis que a empresa tem plena gestão e por meio das quais a empresa poderá atender as necessidades de seus clientes e alcançar seus objetivos. Conforme asseveram Hisrich e Peters (2004, p.245), o composto mercadológico é a “[...] combinação de produto, preço, promoção e distribuição e outras atividades de marketing necessárias para atingir os objetivos mercadológicos [...]”. A seguir será apresentado cada um dos 4 P’s do marketing, suas características, áreas de estudo e planejamento. 17 3.1.1 Produto Segundo Kotler (1998, p.28) produto [...] “é algo que pode ser oferecido para satisfazer a uma necessidade ou desejo.” [...] O produto pode ser oferecido de três formas, determinadas por Kotler como componentes físicos, serviços e idéias. Nosso trabalho se aterá ao bem físico, identificado pelo sabonete em barra. Dentro de Produto, é analisado: variedade de produtos, a qualidade do produto, desde sua matéria prima até o produto final, o design estilo e características mais marcantes, o nome de marca, a embalagem, sua apresentação também em tamanho, e os serviços e garantias. Las Casas (2006) diz além, que a sua função principal é a de proporcionar benefícios. É dentro do estudo do produto que identificar-se-á o produto a ser oferecido no mercado externo está de acordo com as exigências do mercado. O produto constitui a parte mais importante do composto mercadológico, pois se refere ao que será ofertado ao cliente e que poderá ocasionar na sua comercialização, ou seja, na troca. Sem esse elemento, os outros componentes do composto mercadológico não existiriam. 3.1.2 Preço “Em sentido restrito, o preço é o volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço. Em sentido mais amplo, preço é a soma de valores que os consumidores trocam pelo benefício de possuírem ou usarem um produto ou serviço.” (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 235). No que diz respeito ao preço, algumas características devem ser observadas como: preço de lista, descontos, imagem de qualidade, quantidade, concessões, prazo de pagamento rápido e condições de financiamentos. É dentro do item preço, que se formará o valor financeiro do produto para o mercado em que se pretende atingir, ou seja, se forma o preço do produto de acordo com a realidade do consumidor local. 18 Assim, alguns fatores incontroláveis para a empresa, também influenciam nas decisões de apreçamento dos produtos. Las Casas (1997) cita: Concorrência: sua influência varia de acordo com a estrutura de mercado na qual atua ou do estágio de ciclo de vida do produto; Fatores culturais e sociais: sociedade procura produtos relacionados com as tendências vigentes; Aspectos políticos, legais e econômicos: inflação, recessão, fiscalização do governo. 3.1.3 Promoção Refere-se à promoção, toda a ação que pretende chamar a atenção do cliente, para os atributos de seu produto. É nesta variável do composto mercadológico que se estuda a promoção de vendas, que tipo de propaganda deverá ser executada para atingir o público, estruturar a força de vendas ou equipe de vendas, identificar que tipo de relações públicas a empresa deverá utilizar no seu relacionamento com o mercado. Como outra variável controlável do composto mercadológico, temos a promoção, com significado de comunicação. Neste caso, o administrador de marketing deve preocupar-se com as várias formas, que sejam eficientes, para informar aos consumidores a respeito dos seus produtos, serviços ou formação da própria imagem da empresa. (LAS CASAS, 1997, p. 244). Quando se considera a variável comunicação em âmbito mundial, Kotler (1998) sugere que a promoção esteja ligada a um processo chamado de adaptação da comunicação. Nesse processo, o gestor deve se fundamentar em quatro níveis diferentes: a) usar uma mensagem única em todos os lugares onde atua; b) usar o mesmo tema globalmente adaptando as peças publicitárias; c) elaborar um grupo de anúncios onde cada país seleciona a que considerar mais apropriado; e d) deixar que cada equipe crie sua campanha dentro de seu país. 19 3.1.4 Praça A distribuição é o elemento do marketing mix (correspondente ao “P” de place/praça). Segundo Las Casas (1997, p. 215) “[...] um bom produto e um preço adequado não são suficientes para assegurar vendas. É necessária também, a existência de uma forma eficiente de conduzir os produtos até os compradores finais.” As empresas interessam-se pouco com a forma como os seus produtos são distribuídos. Tal descaso pode vir a ter conseqüências desastrosas já que, sem uma distribuição adequada, os produtos não chegarão até os consumidores e a compra não será efetivada. Os autores Hisrich e Peters (2004) colocam que os focos de estudos a serem realizados nesta parte do mix de marketing são: o tipo de canal, de quanto será o número de intermediários e onde será a localização dos canais. Estudam também os canais cobertura, as variedades dos locais, de quanto será o estoque ideal e que tipo de transporte deverá ser utilizado para alcançar os objetivos planejados. Outro fator a ser analisado na praça é de que forma será feita a distribuição dos produtos. Las Casas (2006) coloca que a distribuição é uma transferência de posse do produto ou serviço do fornecedor para o consumidor, e que neste ínterim entre eles podem ou não haver outros agentes no processo. Dias (2006) coloca que quando existir somente consumidor e produtor no processo de transferência de posse denomina-se de distribuição direta, exigindo que a empresa seja a responsável por levar o produto até seu consumidor. Entretanto, quando existir outros agentes (intermediários) no processo, segundo Dias (2006) chama-se de distribuição indireta, fazendo com que o produto chegue às mãos dos clientes por meio de outras pessoas ou empresas. 20 3.2 Mercado Para Kotler (1998, p.31) “[...] mercado consiste de todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. [...]”. Sendo assim, é necessário um conhecimento profundo do mercado escolhido para que as necessidades e desejos do consumidor daquele mercado sejam respeitados e aproveitados de maneira efeciente e eficaz. Mercado é um ambiente econômico onde ocorrem as transações comerciais, ou seja, as trocas de necessidades, bens de consumo, serviços ou moedas. Para tanto, o estudo do marketing precisa ser detalhado e apurado para que sejam feitas análises de perfil consumidor, características principais, entre outras. Uma idéia que Kotler (1998) coloca é de que o marketing trabalha com os mercados para que sejam realizadas trocas em potencial com o objetivo de satisfazer as vontades e desejos dos consumidores. O mercado auxilia a direcionar o processo de tomada de decisão empresarial, pois é lá que se encontram os consumidores, um dos principais focos das empresas. Porém, a análise de todo o mercado diminui a eficácia da ação empresarial. É necessário que se segmente este mercado, tópico que será visto a seguir. 3.2.1 Segmentação de Mercado Para que a atividade de marketing seja desempenhada eficientemente, uma das primeiras ações a serem tomadas é determinar qual o segmento de mercado que a empresa objetiva atender. A determinação deste mercado potencial o qual pode fazer uso dos produtos oferecidos pela empresa é denominada de segmentação de mercado (LAS CASAS, 1997). A segmentação do mercado é definida por Hisrich e Peters (2004) como sendo um processo de divisão de um mercado em grupos, a fim de poder estruturar 21 as estratégias e focar o esforço de toda a equipe em um único e determinado mercado. A segmentação de mercado, se bem realizada, pode constituir-se em uma ferramenta estratégia para a empresa. Sua idéia principal, parte do princípio de que determinado produto não poderá satisfazer as necessidades de todos os consumidores, pois esses possuem hábitos peculiares e, assim, heterogêneos. A esse respeito, Kotler e Armstrong (1999) apresentam diversas variáveis para embasar o processo de segmentação, sendo as principais: geográfica (região, densidade, clima), demográfica (idade, sexo, renda), psicográfica (classe social, estilo de vida) e comportamental (ocasião de compra, índice de uso, grau de lealdade). Assim, a segmentação de mercado é uma estratégia de marketing que identifica potenciais clientes de acordo com características em comum, com o objetivo de elaborar programas de marketing direcionados exclusivamente para esse grupo. Johnston e Clark (2002) também colocam que toda e qualquer decisão sobre a segmentação do mercado, auxiliará para outra decisão que é a de estipular o público-alvo dentro deste mercado, auxiliando nas orientações da equipe e priorizando a orientação das decisões-chave da empresa. Isto também possibilitará que o trabalho de inserção de sabonetes em barras no mercado chileno seja mais eficaz, sendo agente facilitador de decisões, e identificando o que será mais viável e menos oneroso para o exportador. 3.2.2 Público-Alvo O público-alvo da empresa que também pode ser designado como mercado alvo, segundo Hisrich e Peters (2004, p.246) é um “[...] grupo específico de possíveis clientes aos quais o empreendimento direciona seu plano de marketing [...]”. Dessa forma, entende-se por público-alvo o grupo específico que se deseja atingir com determinada ação, ou ainda, quem a empresa deseja ter como clientes, e o que fazer para que este grupo usufrua dos seus produtos. 22 O gestor deve responder todas essas perguntas quando da elaboração das estratégias de marketing, para que a ação seja focada e objetiva para determinado público que se deseja atingir. A identificação do público-alvo maximiza os esforços em determinado grupo, e deixa claro quem se quer atingir e até mesmo como se deve agir com esse grupo. Isto implica em conhecer bem o produto e também saber identificar quem necessita do mesmo. 3.3 Concorrência Segundo Kotler (2006, p. 340) "[...] concorrentes são empresas que atendem as mesmas necessidades dos clientes [...]". Não se pode analisar um mercado vislumbrando somente suas oportunidades, o que se pode ganhar ou explorar. Hoje existe uma disputa de mercado em diversas vertentes como a de preços ou qualidade dos produtos, que fazem com que o estudo e a análise da concorrência também sejam de suma importância, visto que o concorrente faz parte inclusive da própria empresa. A análise do mercado para aqueles que querem exportar vai além de somente verificar os concorrentes nacionais, é também verificar a quantidade de concorrentes que irá encontrar no mercado externo. O setor de higiene pessoal por exemplo, segundo o Brasil (2007) possui hoje 80 registros de exportadores de produtos de toucador no Brasil, demonstrando somente a concorrência nacional de empresas que exportam o mesmo tipo de produto. A concorrência é uma das forças que deverá ser estudada para se elaborar um plano de ação, não se esquecendo de definir o setor de atuação da empresa, que segundo Kotler (2006 p. 339) [...] são classificados de acordo com a quantidade de empresas vendedoras; os níveis de diferenciação do produto; a presença ou não de barreiras à entrada, à mobilidade e à saída; as estruturas de custo; o grau de integração vertical e o grau de globalização. 23 A concorrência tem forte poder sobre as metas e objetivos a serem traçados para uma ação. É interessante observar como Oliveira (2007, p. 95) coloca que “[...] a prática tem demonstrado que, na análise dos concorrentes, é válido que e empresa elabore o plano estratégico de cada um dos seus principais concorrentes, da forma mais detalhada possível [...]”. Os concorrentes no mercado externo podem ser do próprio país de origem do produtor, do país onde se pretende exportar, e até mesmo de um terceiro país. Por isso, a importância de se estudar bem o mercado, os produtos e principalmente as concorrências. Muitas das atitudes da empresa exportadora deverão ser de acordo com aquilo que foi encontrado em pesquisa, para minimizar custos, atingir efetivamente seu público-alvo, e diminuir os riscos provenientes de atitudes mal planejadas. Surge daí a importância de se elaborar uma criteriosa pesquisa mercadológica, que forneça o maior número possível de informações que facilitem o processo de tomada de decisão do gestor. 3.4 Pesquisa Mercadológica A complexidade dos mercados globais, e diversidade cultural, política, social e religiosa são fatores que deverão ser levados em consideração quando da tentativa de expor produtos em outro país. Para minimizar riscos e maximizar os resultados temos como ferramenta de marketing a pesquisa mercadológica. Em termos gerais, a pesquisa de marketing pode ter vários sinônimos. Entre eles, a pesquisa de mercado e a pesquisa mercadológica. Pesquisa de marketing é a identificação, coleta, análise e disseminação de informações de forma sistemática e objetiva e seu uso visando a melhorar a tomada de decisões relacionadas à identificação e solução de problemas (e oportunidades) em marketing. (MALHOTRA, 2006, p. 36). A pesquisa de marketing pode ser entendida como um instrumento de ligação entre os clientes e a empresa, através de informações colhidas que serão utilizadas para analisar o mercado. 24 Jeannet e Hennessey (1998) acreditam que a pesquisa mercadológica é a fonte adequada de informação e análises efetivas para decisões dentro do mercado global. Complementando o posicionamento desses autores, Kotler (2006) também coloca que a pesquisa mercadológica deve começar com um processo de coleta e conversão de dados, onde faz parte deste processo cinco etapas por ele determinadas como: 1. Identificação do problema de pesquisa: onde se identifica o que motiva a pesquisa, e o que o gestor pretende com ela. Esta parte do processo é onde será identificado o que se pretende com determinado mercado. 2. Desenvolvimento de um plano de pesquisa: onde se tem o valor do esforço da pesquisa, tanto no quesito financeiro para realização da pesquisa, quanto para o valor de quantidade e qualidade de informação. 3. Coleta dos dados: etapa onde será definido que tipo de dados serão coletados, podendo ser primários, isto é, coletados por meio de pesquisa original sobre determinado problema; ou secundários coletados em bibliotecas públicas ou privadas, banco de dados em entidades governamentais, ou até mesmo arquivos pessoais. 4. Análise dos dados: direcionada pelos objetivos determinados no começo dos processos. 5. Apresentação dos dados obtidos: poderá ser feita em forma de relatórios ou planilhas e deve ser útil para os propósitos da empresa. Deverá atingir os objetivos propostos no início do processo de pesquisa, e servirá de base de dados para o planejamento gerencial da empresa. Neste contexto, a pesquisa de marketing, segundo Dias (2006), fornece um grande número de informações, visando à redução dos riscos nos processos de tomada de decisão. As informações sobre seus clientes, provenientes da pesquisa, são integradas aos bancos de dados das empresas para auxiliar a guiar os esforços para a resolução de problemas. Independentemente da situação na qual a empresa se encontra, sem informações a respeito dos problemas que surgem, não haverá uma tomada de decisão confiável, principalmente quando se pensa em atuar no comércio internacional. 25 4 INTERNACIONALIZAÇÃO O mercado global está cada vez mais aberto a novas oportunidades de negociação. Essa globalização força empresas interessadas nesse fluxo, a se internacionalizar para usufruir dos benefícios deste fenômeno. A internacionalização, segundo Goulart (1996, p.15), é “[...] o envolvimento de uma determinada empresa, nas operações com outros países fora de sua base de origem, através de um processo crescente e continuado [...]”. Conceituada desta forma, a internacionalização é um processo que se inicia dentro de uma empresa com o propósito de expandir seus horizontes, ou seja, levar seu portifólio de produtos até outro mercado consumidor, buscando uma continuidade destas relações. Segundo Keegan e Green (2003, p. 9) “[...] muitas empresas reconhecem a importância de exercer suas atividades fora do país de origem.[...]”. É justamente este reconhecimento que gera em empresários o impulso para internacionalização do seu negócio. Os mesmos autores complementam afirmando que as empresas buscam a internacionalização por dois motivos: as oportunidades de crescimento e expansão de sua empresa, e sobrevivência do negócio no cenário atual global. Kotler e Armstrong (2007, p. 489) colocam que “[...] a empresa global é aquela que, por operar em mais de um país, obtém vantagens[...]”. Essas vantagens podem se apresentar em esferas variadas, como: financeira, operacional de produção, entre outras. A empresa que se internacionaliza vê o mundo como mercado único, respeitando as características regionais, e obtendo de cada local o máximo de benefícios possíveis. 4.1 Motivos para a internacionalização das empresas Uma empresa que opta por se internacionalizar pode ter como justificativa muitos argumentos. Aumentar faturamento, expor seus produtos para outros 26 consumidores, expandir seus negócios, aumentar sua escala produtiva a fim de diluir seus custos, dentre outros. Um motivo interessante explicado por Keedi (2007, p. 17) é “[...] recursos naturais de um país podem ser uma das maiores fontes de realização do comércio [...]”. Assim, recursos naturais abundantes de um país é mola propulsora para internacionalizar a empresa e exportar este produto. Hoje em dia já não existe mais o fantasma de que as exportações não são benéficas para o mercado interno, como se pensava na década de 50. Entretanto, [...] por incrível que pareça, ainda sobrevivem as antigas teses ultranacionalistas da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina), da década de 50, segundo as quais as exportações favorecem exclusivamente as multinacionais estrangeiras e são realizadas para pagamento de dívida externa dos países da região. (OLIVEIRA 1990, p.68). Hoje as empresas já têm outra visão sobre a internacionalização e a tem buscado de forma intensa. Muitas vezes, essa intenção surge quando um pedido de seus produtos vem de fora de seu mercado consumidor, influência direta do processo de globalização ao qual toda a empresa está sujeita. O fácil acesso as informações, contempla que um consumidor compre com poucos cliques em seu computador um produto de outro país, por exemplo. O que também faz com que várias empresas tentem o mercado externo como alternativa de expansão. A busca por esta internacionalização pode resultar em um crescimento considerável para a empresa, se esta se dedicar a estudar e analisar bem o mercado desejado. Este estudo leva a verificar alguns obstáculos que são apresentados a seguir. 4.2 Obstáculos Dentro do processo de internacionalização existem entraves, dos quais todas as empresas dispostas a interagir no mercado externo, estão sujeitas. Obstáculos 27 estes, que podem servir de motivação para a continuidade do processo de internacionalização, bem como também desestímulo para tal engajamento. Segundo Dias (2006, p. 496) “[...] é preciso compreender certos eventos externos e internos, ou seja, é preciso avaliar a atividade mercadológica como uma maneira de alcançar os objetivos estratégicos e evitar gastos desnecessários [...]”. Abaixo estão algumas das barreiras que possivelmente possam ser encontradas por uma empresa quando da realização deste processo. Estes entraves podem ser da própria empresa, como também fatores externos. 4.2.1 Internos às empresas Obstáculos internos podem ser de ordens diversas, porém, Dias (2006 p. 496) coloca que “[...] Internamente, as empresas precisam desenvolver parâmetros que permitam aferir o seu grau de competitividade e sua eficiência operacional, para vencer as mais diversas turbulências ambientais [...]”. Isso deixa claro que as empresas dispostas a se lançar no mercado externo, precisam estar em sintonia com o que acontece no mercado global. De maneira igualmente importante, com o que acontece dentro de sua própria estrutura, para que em uma eventual oscilação do mercado externo, ela possa superar este obstáculo com menores prejuízos. Em sua argumentação no diz respeito aos obstáculos que uma empresa pode sofrer ao querer se internacionalizar, Ludovico (2002) coloca que a insuficiência de recursos e dúvidas relacionadas à aplicação de investimentos, pode impedir que as empresas de alcançarem o objetivo de se internacionalizar. 28 4.2.2 Externos às empresas Seguindo a linha de pensamento de Dias (2006, p.496), “[...] externamente, é necessário entender de que maneira a economia afeta os negócios da empresa e influencia o comportamento do consumidor [...]”. Isso mostra que além dos entraves internos, irão existir os que serão de ordem econômica, política, mercadológica entre outras, que, por serem externos às empresas, são incontroláveis aos seus gestores e ao qual a empresa deve se adaptar e reagir o mais rapidamente possível para que não comprometa a sua competitividade. Um obstáculo observado na pesquisa do capítulo 4 deste trabalho foi justamente a barreira cultural do consumidor chileno, visivelmente disposto ao consumo de sabonete líquido. Esse fato demonstra que o sabonete em barras não é o principal produto de preferência deste mercado. A empresa não tem como agir numa situação dessas, porém pode sim, ir para este mercado consciente de que os resultados não serão obrigatoriamente excepcionais. 4.3 Incentivos governamentais Pode-se entender como incentivo governamental toda e qualquer quebra de barreira seja ela, fiscal, sanitária, de tarifação, ou qualquer outra que venha a ser imposta por governos ou empresas, proveniente do governo do país sede da empresa, como também do país para onde se pretende negociar, seja ela de ordem política ou econômica. O tratamento tarifário, ou tributações, segundo Barral (2002, p.19) “[...] incidem sobre a liberação aduaneira dos produtos importados, normalmente sob a forma de tributo ad valorem [...]”. Isto significa que o produto recebe uma carga tributária em seu preço, além de todos os custos de produção, transporte e margem de lucro, para a entrada no país de destino. 29 O tratamento não tarifário sugere Barral (2002) que são os interesses dos países envolvidos em proteger seu mercado de alguma maneira, impondo medidas que de alguma forma defenda os interesses do governo, população, ou empresariados do país. Keegan e Green (2003, p. 227) colocam que barreiras não tarifárias são “[...] qualquer medida que não a tarifa, destinada a impedir ou dificultar a venda de produtos em um mercado estrangeiro [...]”. Conforme pode ser observado no Quadro 1, a legislação vigente do Chile para a importação do sabonete em barras sofre algumas tributações. Descricão: Sabões, produtos e preparações orgânicos tensoativos, em barras, pães, pedaços ou figuras moldados, e papel, pastas (ouates), feltros e falsos tecidos, impregnados, revestidos ou recobertos de sabão ou de detergentes. País: Chile Livre importação: Sim Tratamento tarifário: - MERCOSUL e demais países da América do Sul, China, Coréia do Sul, Costa Rica, EFTA, El Salvador, Japão, NAFTA, Panamá, P-4 (Brunei, Cingapura e Nova Zelândia) e União Européia: 0%. - Outros países: 6,00%. Tratamento não tarifário: - 19% IVA, "Impuesto al Valor Agregado", sobre CIF acrescido da taxa alfandegária. - Este imposto é recuperado pelo importador no momento da venda do produto, sendo pago, em definitivo, pelo consumidor final da mercadoria. Base de - CIF. imposição: Quadro 1: Tarifação sobre o sabonete em barra Fonte: www.braziltradenet.gov.br. Acesso em 18 de junho de 2009. A partir do Quadro 1, verifica-se que apesar de ser livre sua importação no Chile, o sabonete em barras não sofre tributação para os países do MERCOSUL, porém por força governamental, sofre um acréscimo de 19% de IVA, que é o Impuesto AL Valor Agregado, quando entra no Chile, onde o importador pode recuperar no momento da venda do produto. No site do governo federal brasileiro www.braziltradenet.gov.br informa que o sabonete em barras não sofre tarifação quando destinados à exportação. 30 4.4 Formas de internacionalização As formas de internacionalização de uma empresa podem ocorrer, segundo Kotler e Keller (2006), de cinco maneiras, conforme será apresentado a seguir: Exportação direta é a modalidade na qual o exportador é o próprio produtor. Segundo Kotler e Keller (2006), a exportação direta pode ser ocasional, ou seja, com um nível de envolvimento passivo no qual a empresa exporta esporadicamente; ou ativa, quando a empresa se compromete com o mercado externo. Nos dois casos, a empresa opta ou não por internacionalizar seus produtos ao mercado externo. Kotler e Armstrong (2007, p. 498) colocam que “[...] o risco desta estratégia é ligeiramente maior, mas o retorno potencial também é maior [...]”. Exportação indireta é a que envolve menos risco, pois o produtor conta com agentes intermediários para exportação dos seus produtos. É uma maneira menos onerosa para a empresa começar a exportar, pois quem irá intermediar a negociação tem a responsabilidade sobre o produto fora do país de origem. Kotler e Armstrong (2007, p. 498) afirmam que a exportação indireta “[...] envolve menos investimento, porque a empresa não precisa de uma força de vendas nem de uma carteira de contratos no exterior [...]” Licenciamento é, segundo Kotler e Keller (2006), a maneira mais simples de se entrar no mercado externo, pois a empresa produtora concede uma licença para uma empresa localizada no país de destino, para que esta segunda detenha marca, processo de fabricação, imagem do produto, mediante um pagamento de taxa ou de royalties. Segundo Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 95) “[...] licenciamento é o processo legal pelo qual um licenciador permite que outra empresa use seu processo de fabricação, marcas, patentes, segredos comerciais ou conhecimento de sua propriedade [...]”. 31 Joint- Venture é quando investidores estrangeiros se unem a empresa produtora para que possa dividir o controle do produto. Essa modalidade pode ser necessária segundo Kotler e Keller (2006, p.679) “[...] por razões econômicas ou políticas. [...]”. A empresa pode precisar se unir a outra, no país importador, para quebra de barreiras dos consumidores locais. É um processo que segundo Aaker (2007, p.212) pode trazer desvantagens quando da discordância entre os sócios quanto ao futuro da empresa, e “[...] a saída de um ou mais sócios do empreendimento pode perder algumas oportunidades [...]”. Segundo Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 98) “[...] é quando uma empresa estrangeira compra parte de uma empresa estrangeira ou se associa a ela para criar uma nova empresa [...]”. Investimento direto é o processo no qual todos os esforços aplicados serão da empresa exportadora. Ela assume todo processo de fabricação, vendas, distribuição e marketing, contraindo para si toda responsabilidade. Segundo Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 99) investimento direto é “[...] propriedade direta de uma empresa estrangeira ou de instalação de fabricação ou de distribuição em outros países. [...]”. Esse processo pode trazer vantagens e desvantagens para a empresa. As vantagens residem no fato da empresa garantir economia de custos, fortalecer a imagem no país de destino, desenvolver relacionamentos com seus stakholders e mantém controle sobre seus investimentos. Em contrapartida, a principal desvantagem é que a empresa expõe um grande investimento a riscos incontroláveis, podendo ser estes de ordem política ou econômica (KOTLER; KELLER, 2006). 32 5 SABONETE EM BARRA NO MERCADO CHILENO Conforme descrito no capítulo 3, o planejamento de marketing contempla vários aspectos que devem ser estudados, incluindo o mercado almejado. Tendo em vista que essa monografia teve um objeto de estudo bem específico, o sabonete em barra, tornou-se necessária a realização de uma visita in loco no mercado chileno, conforme descrito no capítulo 2. Dessa forma, esse capítulo teve como fonte principal, o material coletado a partir da observação direta do produto, o sabonete em barra, no mercado específico, nesse caso o Chile, constando um relato detalhado da visita no Apêndice. 5.1 Características do mercado chileno O Chile é um país de território longo e estreito. No site do Instituto Nacional de Estadísticas de Chile - INE coloca-se uma extensão da ordem de 4.200 quilômetros entre Arica e Punta Arenas; no sentido leste-oeste varia, de um mínimo de 90 km a um máximo de 175 km de largura. Integram o seu território o arquipélago de Juan Fernández e as Ilhas San Félix, San Ambrosio e Salas y Gómez. Com uma superfície de 756.626 km2, o território chileno corresponde a aproximadamente 4,2 % do continente sul-americano e faz fronteira ao norte com o Peru; a leste com Argentina e Bolívia; ao Sul, com Antártida; a oeste com o Oceano Pacífico. Suas principais cidades são: Santiago, capital nacional, Concepción, Viña del Mar, Temuco, Valparaíso, Talcahuano, Antofagasta, Arica, Talca, Iquique e La Serena. Ainda segundo o INE a população chilena, segundo dados do Censo 2002, é de 15.116.435 habitantes e sua densidade demográfica é 19,9 habitantes/km². Desse total de habitantes, 40.13% residem na capital Santiago. A Figura 1 demonstra o crescimento populacional do Chile no período de 1907 a 2002. 33 Figura 1: Evolução populacional do Chile Fonte: Instituto Nacional de Estadisticas.(2009) Pela análise da Figura 1, observa-se um crescimento gradativo e contínuo na população chilena. Ainda segundo dados do INE (2009), sabe-se que a maioria dessa população é do sexo feminino. Segundo a Fundação Cultural Palmares, a língua oficial do Chile é o espanhol, adotado em todo território nacional. Em regiões mais afastadas da capital encontram-se comunidades com dialetos próprios dos índios nativos do Chile. No que diz respeito à política econômica, sabe-se que: A política econômica implantada pelo Governo chileno desde 1973 tem procurado favorecer a livre iniciativa e limitar a atividade estatal a algumas áreas consideradas estratégicas ou que, por sua natureza monopolística, acredita-se não deva estar a cargo do setor privado. Nesse sentido, é exercida a tutela estatal, por intermédio da Corporación de Fomento de la Producción (CORFO) e de alguns Ministérios sobre entidades. (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2007) Observa-se que o governo chileno prioriza a livre iniciativa de seu empresariado, mantendo em suas mãos alguns mecanismos para proteção estratégica do país. O Brasil (2007) coloca que no final da década de 70, início da década de 80, o governo chileno adotou uma política cambial fixada em U$39.00 por peso chileno. Essa ação fez com que muitas empresas e até mesmo bancos criassem dívidas em dólar, acreditando na taxa fixa. Entretanto, em 1982 a taxa cambial não pôde mais ser mantida, o que levou à falência de muitas empresas, já que suas dívidas eram, a partir daquele momento, flutuantes junto com o dólar. Esse fato obrigou o governo chileno a comprar essas dívidas para pagamento em longo prazo, ocasionando em 34 sérias conseqüências. A economia nacional foi diretamente afetada levando a um comprometimento em dívidas na ordem de 40% do PIB anual. Para a retomada do crescimento, após essa crise, o governo chileno autorizou uma forte desvalorização da moeda nacional, para reduzir o déficit do Banco Central chileno, e também tornou o Banco Central independente do governo, no intuito de gerar estabilidade e fortificar a moeda chilena frente aos países industrializados. Atualmente, são praticadas no Chile três diferentes taxas de câmbio: “dólar de referência” ou “dólar acuerdo”: valor fixado pelas autoridades do Banco Central; “dólar observado” ou “dólar de mercado”: corresponde ao valor médio das operações de compra e venda de dólares realizados pelos diversos bancos comerciais da praça, sendo válido para todas as operações com acesso ao mercado formal de divisas, isto é, importações, exportações, liquidação de divisas ou remessa de lucros associados a investimentos estrangeiros etc. “dólar paralelo” ou “dólar informal”: o valor do dólar paralelo se situou muito próximo e apenas ligeiramente superior ao “dólar observado”. (BRASIL, 2007). Como mostra a Tabela 1, o PIB chileno registra um saldo positivo de crescimento, variando de 4,5 % em 2000, a 6,3 % em 2005, excetuando o ano de 2002 onde registrou um declínio de 1,0%. Tabela 1 – PIB a preços correntes 2000 - 2005 Produto interno Bruto a preços correntes (2000 – 2005) Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 PIB (US$ bilhões) 74,9 68,4 66,9 72,0 94,1 115,0 Crescimento real (%) 4,5 3,4 -2,2 3,3 6,1 6,3 Fonte: Ministério das Relações Exteriores (2007) Analisando a Tabela 1, constata-se que o PIB chileno se mantém positivo, porém com fortes oscilações de um ano para o outro. Convém registrar que mesmo não fazendo parte do Mercado Comum do Sul, o MERCOSUL, o Chile, segundo o Brasil (2007), mantém acordos bilaterais com o Brasil na ordem de 14,6% dos seus investimentos externos, o que totaliza um montante de US$ 4,6 bilhões. 35 5.2 Hábitos de compra O Chile é um país importador de produtos brasileiros, e a Figura 2 mostra claramente este déficit em relação às exportações e importações chilenas para o Brasil. Figura 2: Exportações, Importações e Comércio Total - Chile para o Brasil no período de 19912005. Fonte: Banco Central do Chile (2007). Analisando a Figura 2 observa-se que as importações chilenas superam muito as exportações para o Brasil, confirmando a afirmação de que o Chile é um país importador. Essa característica de importar produtos brasileiros pode ser usada de maneira positiva pelo exportador brasileiro, que pode se beneficiar da abertura que o próprio Chile demonstra frente aos seus produtos. 36 5.3 Posicionamento do sabonete em barra no mercado Por meio das ferramentas de marketing, mais especificamente a pesquisa mercadológica, que já foi apresentada no capítulo 3, é possível verificar o posicionamento de determinado produto em um mercado alvo. No caso do objeto de estudo dessa monografia, o sabonete em barra, para poder verificar o seu posicionamento no mercado chileno foi realizada uma pesquisa mercadológica in loco na cidade de Santiago no mês de julho de 2007, conforme descrito no apêndice 1. Os estabelecimentos visitados para a pesquisa foram três redes de farmácias e três redes de supermercados, conforme Figuras 3, 4, 5, 6, 7 e 8. As farmácias escolhidas foram Salcobrand, Cruz verde e Ahumada. A Salcobrand é uma rede de farmácias que segundo o site da própria empresa conta com 20 lojas na cidade de Santiago. Ainda segundo a empresa, é uma compania gerenciada pelo grupo Juan Yarur S.A.C., donos também do Banco BCI. Fundada em 2000 com a junção da rede Salco, e a rede Brand, chegou a ser um Holding que posteriormente foi vendida para o grupo Juan Yarur S.A.C. Figura 3: Fachada da Farmácia Salcobrand Fonte: arquivo pessoal do acadêmico 37 A rede Ahumada, segundo o site da empresa, foi a primeira rede de farmácias do Chile, possui 17 lojas na cidade de Santiago, geralmente localizadas de frente, ou num perímetro muito próximo a Cruz verde. Figura 4: Fachada da Farmácia Ahumada Fonte: arquivo pessoal do acadêmico A rede Cruz Verde, segundo o site da empresa, foi fundada em 1984 na região de Valparaiso e detém o maior número de lojas no Chile totalizando 511 em junho de 2008, sendo 34 só na cidade de Santiago. Notou-se também que é um ponto de venda mais popular, com uma variedade de produtos para público de menor poder aquisitivo. Figura 5: Fachada da Farmácia Cruz Verde Fonte: arquivo pessoal do acadêmico 38 Já os supermercados visitados foram: Jumbo, Líder e Santa Isabel. A rede de supermercados Jumbo é de poucos estabelecimentos, segundo o site da empresa, possui 9 estabelecimentos espalhados na cidade de Santiago. Iniciou suas atividades em 1960 no sul do Chile e nessa trajetória criou e adquiriu outras marcas, dentre elas a rede de supermercados Santa Isabel que também será apresentada. Figura 6: Fachada do Supermercado Jumbo Fonte: arquivo pessoal do acadêmico A rede Líder possui um maior número de lojas, totalizando um número de 59 estabelecimentos na cidade de Santiago, segundo o site da empresa. Pequenas e focadas exclusivamente em produtos de consumo doméstico, esta rede de lojas possui um setor de higiene pessoal de maior expressão, sendo de todos os pontos visitados o único que possuía três corredores exclusivamente para estes tipos de produtos. Nesta rede foi possível perceber a forte tendência de compra por sabonete líquido, pois nas gôndolas foram encontrados somente as três marcas de sabonetes em barras que foram escolhidas para pesquisa, sendo todo o restante de produtos de sabonete líquido. 39 Figura 7: Fachada do Supermercado Líder Fonte: arquivo pessoal do acadêmico A rede Santa Isabel, segundo o site da empresa possui 4 estabelecimentos em Santiago. Fundada em 1976, teve sua venda para o grupo Cencosud, em 2003. Foi a única rede onde se encontrou um sabonete em barra fabricado no Chile. Figura 8: Fachada do Supermercado Santa Izabel Fonte: arquivo pessoal do acadêmico Na observação realizada, constatou-se que os sabonetes em barras encontrados nas redes visitadas são de procedência brasileira e argentina, conforme apresenta o Quadro 2. 40 Marca País de Peso Fragrância Procedência Dove Brasil 90g. Creme Nívea Argentina 100g. Aceite de Almendras Lê Saney Argentina 200g. Águas Termales Quadro 2: Sabonetes localizados no mercado chileno Fonte: Elaborado pelo acadêmico A Figura 9 mostra um dos pontos de vendas visitados, com as marcas citadas acima. Figura 9: Posicionamento do sabonete em barras nas gôndolas Fonte: arquivo pessoal do acadêmico Pôde-se verificar que os sabonetes em barras ficam na parte inferior dos expositores desta loja, da mesma forma que foi encontrado nos demais estabelecimentos visitados. A única marca de sabonete em barra encontrada de fabricação nacional chilena foi desprezada, pois o gerente do estabelecimento que possuía esta marca informou durante a visita que deixariam de trabalhar com aquele produto, pois suas vendas não eram significativas, passando a trabalhar somente com produtos importados. Foi observado na pesquisa in loco que o consumidor chileno busca pelo sabonete líquido, tendo este maior lugar de destaque em gôndolas. Nessa pesquisa notou-se que a maior parte do espaço físico destinado à exposição de sabonete em 41 barras era para a disposição de sabonetes líquidos, sendo visível a preferência do consumidor por este tipo de produto. Em todos os pontos citados foram encontrados as mesmas características de uma preferência do consumidor por sabonete líquido. 42 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta monografia visou além da obrigatoriedade do estágio supervisionado para a conclusão do curso de graduação em Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão, da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, o desenvolvimento de atividades práticas que possibilitaram a transposição dos conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula pelo acadêmico. O tema foi escolhido pelo interesse do acadêmico em conhecer de forma mais intensa o processo de internacionalização de empresas, bem como também os processos do marketing internacional. Foi importante saber, com o desenrolar da monografia, quais os caminhos devem ser tomados antes de se iniciar as atividades em outro país e quais informações podem ser extraídas de uma pesquisa de mercado bem elaborada. Os dados coletados na pesquisa de campo, e a alteração do rumo do trabalho, mostraram bem ao acadêmico como o processo de pesquisa é dinâmico, não seguindo uma receita pronta. A pesquisa in loco apresentou dificuldade, visto que a cidade de Santiago é muito grande, tendo um extenso mercado para se pesquisar e vários pontos de venda do produto escolhido. As pesquisas realizadas, os estudos concluídos e os dados obtidos se demonstraram de fundamental importância para qualquer empresa que almeja exportar seus produtos, pois como pôde ser observado, nem sempre o que se espera encontrar é de fato aquilo que se encontra. Concluindo, o caso do sabonete em barras é um caso dentre muitos outros. Neste caso específico, esta monografia mostrou que a empresa que optar por exportar este produto para o mercado chileno, deverá fazê-lo de maneira indireta, sem expectativas de grandes volumes de vendas, tendo em vista que, conforme resultados da pesquisa mercadológica realizada, existe na cultura chilena à propensão ao uso do sabonete líquido. 43 REFERÊNCIAS DIAS, S. R (Coord). Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. COBRA, M. H. N. Avaliação do Desempenho Estratégico do Marketing in DIAS, S. R. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. LIMEIRA, T. M. V. Fundamentos do Marketing in DIAS, S. R. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. BARRAL, W. O. O Brasil e o Protecionismo. São Paulo: Aduaneiras, 2002. Colégio São Francisco. Portal São Francisco. 2009. Disponível em: <http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/chile/geografia-do-chile. php>. Acesso em: 17 de junho de 2009. GIL, A. C., Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2007. 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Observou-se o posicionamento nas gôndolas, bem como também a forte incidência de sabonete líquido juntos dos sabonetes em barras. Dia 14 de julho: O trabalho de pesquisa foi iniciado com a observção de outros pontos de vendas, as redes de farmácias Ahumada, Cruz Verde, e Salco Brand. Buscou-se pelas mesmas marcas, para se fazer o comparativo de preços. Como nas redes de supermecados, foi observado o posicionamento das gôndolas. O acadêmico teve a oportunidade de nas redes de farmácias conversarem com os compradores das lojas, o que possibilitou a confirmação do que já tinha sido observado, que era a forte tendência do consumidor chileno em comprar sabonete líquido, e em menor número o sabonete em barras. Dia 15 de julho: A pesquisa deste dia se propôs a procurar por produtos produzidos no Chile. O que o acadêmico encontrou foi apenas em um estabelecimento um produto nacional. Questionado sobre o porquê de não ter mais produtos nacionais, o vendedor da loja nos informou a baixa qualidade e a pouca procura pelo produto. Neste dia o acadêmico também efetuou uma pesquisa de observação em três pontos de vendas (três farmácias), para verificar a rotatividade do produto. Em todos os pontos observou-se por 45 minutos e em nenhum deles verificou-se a venda de sabonete em barras. Observações interessantes feitas durante a pesquisa: Muitos pontos de vendas; Valores equiparados; Maioria de produtos importados; 48 Produto de tamanho e peso maior que o produto brasileiro O retorno do acadêmico se deu no dia 17 de julho de 2007. 49 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Nome do estagiário Willian Rodrigo Félix Orientadora de conteúdo Profª Marianna Corrêa Responsável pelo Estágio Profª. Natalí Nascimento