Controle de Plantas Daninhas Manejo das Plantas Daninhas Aula 17 e 18: 14 e 20/05/2014 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas g) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Os herbicidas derivados das sulfoniluréias, comercializados pela primeira vez em 1982, apresentam alto nível de atividade em doses muito pequenas. Atualmente, há vários herbicidas deste grupo no mercado. Com pequenas modificações em suas estrutura química, a seletividade pode ser alterada de uma cultura para outra. Exemplos de culturas tolerantes a um ou mais herbicidas desse grupo químico são trigo, arroz, soja, milho, feijão, batata, beterraba, algodão, coníferas, cana-deaçúcar, etc. As sulfoniluréias inibem a síntese dos chamados aminoácidos ramificados (leucina, isoleucina e valina). Com a inibição da enzima acetolactado sintase (ALS). Essa inibição interrompe a síntese proteica, que, por sua vez, interfere na síntese do DNA e no crescimento celular. As plantas sensíveis tornam-se cloróticas, definham e morrem no prazo de 7 a 14 dias após o tratamento. Essa enzima é inibida, também, pelos herbicidas dos grupos químicos imidazolionas, triazolopirimidinas e pirimidiniloxibenzóico (BRIDGES, 2003; THILL, 2003; HRAC, 2005). Apesar de pouco tempo de uso, a literatura já registra muitas espécies de plantas daninhas que desenvolveram resistência aos inibidores de ALS. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas g) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Os herbicidas inibidores da enzima ALS são sistêmicos, com translocação pelo xilema e floema, podem ser aplicados em pré ou pós-emergência com vias de absorção radicular e foliar. Esses produtos acumulam-se nos meristemas onde causam os primeiros sintomas de fitotoxicidade. Principais características das sulfoniluréias: alguns são ativos em doses extremamente baixas, como o metsulfuron-methyl (Ally), que apresenta atividade na dose de 2 g/há; a maioria apresenta bom controle de muitas espécies de folhas largas (dicotiledôneas); outras possuem ótima atividade contra gramíneas; a toxicidade aguda de chlorsulfuron para mamíferos é muito baixa. A de outros análogos, é mais baixa ainda; são ativa tanto em aplicações foliares quanto em aplicações no solo. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas g) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Apesar de quimicamente diferentes, as imidazolinonas têm o mesmo mecanismo de ação das sulfoniluréias, ou seja, inibem a enzima AHAS ou ALS. As principais desse grupo são: Principais características das imidazolinonas : São recomendadas para controle em pré-emergência e em pós-emergência de muitas folhas largas e gramíneas em cultivo de cereais e soja e em áreas nãoagrícolas; são potentes inibidores do crescimento vegetal. Plantas tratadas param de crescer quase que imediatamente após a sua aplicação. Dois a quatro dias após a aplicação, o ponto de crescimento (meristema apical) das plantas tratadas torna-se clorótico e, depois, necrótico e morre. A morte completa da planta ocorre sete a dez dias após o tratamento. Plantas de maior porte podem levar mais tempo para morrer, mas a paralisação do crescimento é imediata; são sistêmicos, ou seja, translocam pelo floema. Uma vez dentro do floema, por causa do pH alcalino, estes herbicidas, que são ácidos fracos, se dissociam e os ânions têm dificuldade para deixar o floema; 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas g) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Principais características das imidazolinonas : Apresentam persistência de moderada a longa no solo. Maior sorção e, consequentemente, maior persistência ocorrem quando decrescem os teores de matéria orgânica, óxidos de ferro e de alumínio no solo aumentam; dissipam-se no solo, via de regra, por meio da degradação microbiana. Em solo mais seco, mais herbicida é preso nos colóides do solo e menos produto é disponível para biodegradação ou absorção pelas plantas, o que implica maior persistência; lixiviam-se em campo, apesar de os estudos de laboratório indicarem mobilidade moderada no solo; apresentam muito baixa ou nenhuma toxicidade para mamíferos, o que pode ser explicado pela enzima-alvo, que não ocorre em animais, e também pelo fato de sua excreção ser muito rápida, como demonstrado em animais-teste. Além das sulfoniluréias e das imidazolinonas, outros grupos químicos de herbicidas também inibem a enzima ALS ou AHAS, e com isso paralisam o crescimento das plantas, como as triazolopirimidinas e os piridinil-oxibenzoatos 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas g) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Os sintomas de fitotoxicidade de herbicidas inibidores da enzima ALS foram resumidos conforme descrição de vários autores (Leite et al., 1998; Rodrigues e Almeida, 1998; Trezzi e Vidal, 2001; Roman et al., 2007). O sintoma típico de herbicidas que inibem a síntese de aminoácidos é o amarelecimento das partes mais jovens da planta. Inicialmente as folhas jovens tornam-se cloróticas, após murcham, necrosam e morrem; sendo estes efeitos espalhados para o restante da planta numa etapa seguinte, podendo aparecer pigmentos vermelhos ou roxos (antocianina), principalmente nas nervuras da face abaxial das folhas. Também é relatada inibição da divisão celular e elongação das células de raízes e de folhas jovens logo após a aplicação do herbicida. Folhas enrugadas e plantas com estatura reduzida são sintomas freqüentes. Além disso, em soja ocorre a necrose (cor amarronzada) do nó que liga o pecíolo foliar ao caule, seguido do surgimento de cor marrom na medula. Os sintomas mais fortes incluem a morte das gemas apicais, com brotações das gemas laterais e a inibição do crescimento radicular. Plantas sensíveis aos herbicidas inibidores da enzima ALS tem seu crescimento retardado ou inibido rapidamente (poucas horas), porém os sintomas físicos podem levar alguns dias para aparecer e a morte das plantas levar algumas semanas (± três). Mecanismo de ação Mecanismo de ação Herbicida Grupos da Acetolactato Sintase Imidazolinonas Sulfoniluréias imazapyr (Arsenal) Chlorimuron (Classic) imazaquin (Scepter) Nicosulfuron (Sanson) imazethapyr (Pivot) Chlorsulfuron (Oust) imazamox (Raptor) Metsulfuron (Ally) Pirazosulfuron (Sirius) Oxasulfuron (Chart) Flazasulfuron (Katana) Triazolopirimidinas Piridinil-oxibenzoatos flumetsulam (Scorpion) Pyrithiobac (Staple) Diclosulam (Spider) Bispyribac (Nominee) Cloransulam (Pacto) 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): metsulfuron-methyl (Ally) No Brasil, os produtos formulados com o ingrediente ativo metsulfuron-methyl que possuem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) são os seguintes: Ally, Nufuron, Talent, Tarzan e Wolf, sendo que todas essas marcas comerciais contém 60% de ingrediente ativo. O registro desses produtos é para uso em pré-semeadura (dessecação) no plantio direto de trigo, na dose de 4 g/ha, e em pós-emergência da cultura e das plantas daninhas, nas culturas de arroz, trigo, triticale, aveia, cevada, nas doses de 3,3 a 6,6 g/ha; em pastagens, nas doses de 6,6 a 13,3 g/ha; e em cana-de-açúcar, na dose de 30 g/há. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): metsulfuron-methyl (Ally) O metsulfuron-methyl possui baixa adsorção na argila e alta adsorção na matéria orgânica do solo (Vencil, 2002). É um produto cuja perda por volatilização, degradação por luz (fotodegradação) e degradação por microorganismos, é insignificante em nível de campo. A degradação química reduz conforme aumenta o pH do solo, ou seja, é alta e rápida a pH baixo e baixa a pH alto. A meia-vida do herbicida depende principalmente do pH do solo, mas a taxa de degradação pode ser acelerada com altas temperaturas e alto teor de umidade do solo. A mobilidade no perfil do solo (lixiviação) é baixa em pH menor do que 6. Considerando o processo de degradação no solo, o metsulfuron-methyl possui moderado residual com uma meia-vida típica de quatro semanas, mas podendo variar de uma a seis semanas. Sintomas de metsulfuron-methyl em soja, 12 dias depois da aplicação em pós-emergência das plantas. Ressalta-se que o metsulfuron-methyl não tem registro para uso na cultura da soja, portanto existe probabilidade de ocorrer dano a cultura em função do seu uso antes da semeadura (dessecação no plantio direto) ou após a semeadura da soja. 1) Metsulfuron-methyl aplicado ao solo logo antes da semeadura da soja, cultivar Fundacep 53RR. Safra 2009/10. Fotos: Mario A. Bianchi A) Planta normal (esquerda) e planta com o crescimento suprimido (esquerda) devido a aplicação metsulfuron-methyl a 2,4 g/ha B) Variações nos sintomas de fitotoxicidade de metsulfuron-methyl sobre a emergência da soja (comparar com a planta normal na ilustração A). Trabalho conduzido na Fundacep com 15 cultivares de soja não transgênica, indicou diferenças entre cultivares quanto a redução de produtividade, decorrente da aplicação de metsulfuronmethyl (4,8g/ha) sobre plantas de soja com três folhas trifolioladas (Figura 1). As perdas em onze cultivares foram superiores a 6% e em seis cultivares superaram o patamar de 20%. Figura 1. Redução de produtividade de grãos em 15 cultivares de soja em decorrência da aplicação de metsulfuron-methyl (4,8 g/ha) sobre plantas com três folhas trifolioladas. Fundacep, Cruz Alta-RS. Safra 1995/96. (Fonte: M.A .Bianchi, dados não publicados). 2) Metsulfuron-methyl aplicado sobre plantas de soja. Safra 2007/08. (Fotos: Mario A. Bianchi) Amarelecimento entre as nervuras (A), enrrugamento dos folíolos (B), arroxeamento de nervuras e pedúnculos dos folíolos (C,D). Com o aumento rápido da área em que a buva (Conyza bonariensis) é problema, tanto devido a dificuldade de controle em função do tamanho da planta como devido a resistência de biótipos ao glifosato, o metsulfuron-methyl se constitui em alternativa eficaz no controle desta espécie. Contudo, dependendo do intervalo entre a aplicação e a semeadura de culturas, poderão ocorrer danos a culturas sensíveis como a soja. Os danos a cultura são variáveis em função do tipo de solo (arenoso/argiloso), teor de matéria orgânica, pH do solo, quantidade de chuvas e do cultivar utilizado. A interação desses fatores irá influenciar, ampliando ou reduzindo, o intervalo entre a aplicação do metsulfuron-methyl e a semeadura da soja. Mesmo que esse produto fosse registrado no MAPA para uso em soja, o grande número de fatores que interferem na sua seletividade à cultura dificultaria uma recomendação segura. Portanto, em função da alta probabilidade de ocorrer danos a soja e por não possuir registro para uso nessa cultura, recomenda-se cautela no uso do metsulfuron-methyl em lavouras cultivadas com trigo e pastagens durante a estação fria, procurando-se seguir as indicações técnicas quanto à dose e momento de aplicação. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): imazapyr (Arsenal) Herbicida de uso não-agrícola de ação pré e pós emergente, usado para controle total de ervas em áreas industriais, municipais, oleodutos, aceiros, pátios, ferrovias, margem de rodovias, linhas de transmissão e terminais. Uso em seringueira, eucalipto e outros cultivos florestais. Nome Comum: Carrapicho-de-carneiro Nome Científico: Acanthospermun hispidum Doses (L do ingrediente ativol/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Caruru Nome Científico: Amaranthus viridis Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Picão-preto Nome Científico: Bidens pilosa Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Erva-quente Nome Científico: Spermacoce alata Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Capim-fino Nome Científico: Brachiaria mutica Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Capim-carrapicho Nome Científico: Cenchrus echinatus Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Grama-seda Nome Científico: Cynodon dactylon Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Tiririca Nome Científico: Cyperus rotundus Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Capim-amargoso Nome Científico: Digitaria insularis Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Falsa-serralha Nome Científico: Emilia sonchifolia Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Buva Nome Científico: Conyza bonariensis Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Erva-de-santa-luzia Nome Científico: Chamaesyce hirta Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Amendoim-bravo Nome Científico: Euphorbia heterophylla Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum : Picão-branco Nome Científico: Galinsoga parviflora Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Capim-jaraguá Nome Cientfíico: Hyparrhenia rufa Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Anileira Nome Científico: Indigofera hirsuta Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Sapé Nome Científico: Imperata brasiliensis Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Corda-de-viola Nome Científico: Ipomoea cairica Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Mentruz Nome Científico: Coronopus didymus Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Mentruz Nome Científico: Lepidium virginicum Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Capim-gordura Nome Científico: Melinis minutiflora Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Capim-kikuio Nome Científico: Pennisetum clandestinum Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Quebra-pedra Nome Científico: Phyllanthus niruri Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Nome Comum: Nabiça Nome Científico: Raphanus raphanistrum Doses (L do ingrediente ativo/ha): 4,0 - 10,0 Indicação: Herbicida indicado para uso em jardinagem amadora. É um herbicida seletivo sistêmico de ação pós-emergência para controle de plantas daninhas como as Cyperaceas (tiririca). Forma de Aplicação: Pulverizar a calda, com pulverizador manual ou motorizado, diretamente sobre a planta daninha. Evitar ao máximo a pulverização no gramado. IMPORTANTE!!! O produto precisa no mínimo de 2 horas sem chuvas ou irrigação, após a aplicação. Aplicar nas horas mais frescas do dia, de preferência no final da tarde. Nos períodos de estiagem, manter a irrigação por no mínimo dois dias antes de aplicar o produto. Aplicar o produto quando as 4 folhas da erva daninha já estiverem formadas. 1 Litro do produto diluído é suficiente para pulverizar 30 m². Os sintomas de ação do produto serão visíveis a partir de 15 dias após a aplicação. Não reaplicar o produto antes de 60 dias. Forma de Diluição: Diluir 3 mL do produto por 1 litro de água limpa. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): flumetsulan (Scorpion) e diclosulan (Spider) Têm ação de amplo espectro sobre plantas daninhas de folhas largas em préemergência. As gramíneas, de maneira geral, são resistentes devido ao seu metabolismo mais rápido. Entre as culturas folhas largas, a soja é tolerante; possuem absorção radicular, mas a translocação é sistêmica, ou seja, translocamse tanto pelo floema quanto pelo xilema; sua sorção no solo e persistência aumentam quando o pH decresce e a matéria orgânica aumenta. A persistência no solo é mediana, não havendo casos relatados de transporte e percolação relatados na literatura; dissipam-se no solo em razão do ataque de microorganismos. Condições que favorecem a ação microbiana aceleram a dissipação destes herbicidas no solo; possuem mobilidade moderada no solo, não se antevendo problemas de contaminação de depósitos subterrâneos de água; sua toxicidade para mamíferos é muito baixa (Faixa Verde: DL 50 > 6.000 mg/Kg em ratos). 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): flumetsulan (Scorpion) e diclosulan (Spider) Diclosulam (Nome comercial: Spider) É herbicida do grupo químico sulfoanilida que age inibindo a enzima ALS, ocasionando o bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado para a cultura de soja no controle de espécies folhas largas em préplantio incorporado (PPI) ou em pré-emergência. Nas aplicações em PPI o solo deve estar preparado e livre de torrões. A incorporação deve ser feita mecanicamente a profundidade de 5 a 10 cm. No caso de aplicação com trifluralin a incorporação deve ser feita imediatamente após a aplicação desta. Em préemergência a aplicação deve ser feita imediatamente após a semeadura de soja, não devendo ultrapassar o ponto de rachadura do solo "cracking" (Rodrigues & Almeida, 1998). 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): diclosulan (Spider) O diclosulam é absorvido principalmente pelas raízes e caulículo, possui ação sistêmica e tem metabolismo rápido em espécies tolerantes como soja. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas. É recomendado nas doses de 25 a 35 g i.a. ha-1, controlando essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas. Entre as espécies sensíveis encontram-se caruru, corda-de-viola, picão-preto, desmódio, beldroega e guanxuma, entre outras. A meia-vida do diclosulam está entre 33 e 65 dias, dependendo das condições de clima e solo. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): flumetsulam (Scorpion) É herbicida que pertence ao grupo químico sulfoanilida, e age inibindo a enzima ALS, ocasionando o bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado para a cultura de soja no controle de espécies folhas largas em pré-plantio incorporado (PPI) ou em pré-emergência. Em aplicações em PPI, o solo deve estar preparado e livre de torrões e a incorporação deve ser feita mecanicamente a profundidade de 5 a 10 cm. No caso de aplicação com trifluralin a incorporação deve ser realizada imediatamente após a aplicação. Em préemergência a aplicação deve ser feita imediatamente após a semeadura de soja, não devendo ultrapassar o ponto de rachadura do solo "cracking" (Rodrigues & Almeida, 1998). É necessário adequado nível de umidade no solo ou ocorrência de chuva ou irrigação para que o herbicida se distribua na camada superficial do solo. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): flumetsulam (Scorpion) O flumetsulam é absorvido principalmente pelas raízes, pelo caulículo e pelos cotilédones. Possui ação sistêmica, acumulando-se nos meristemas, e rápido metabolismo em espécies tolerantes, como soja. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas. É recomendado nas doses de 25 a 35 g i.a. ha-1 e controla essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas. Entre as espécies sensíveis encontram-se picãopreto, fedegoso, poaia, carrapicho-rasteiro e guanxuma, entre outras. É compatível com a maioria dos produtos usados em soja. Possui degradação microbiana e a sua meia-vida é de 1 a 3 meses, dependendo das condições de clima e solo. Não se recomenda usar as culturas de algodão, colza ou beterraba para rotação em áreas tratadas com esse herbicida. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Cloransulam-metil (Pacto) É herbicida do grupo químico sulfoanilida, registrado para a cultura de soja no controle de espécies folhas largas em pós-emergência. Esse herbicida age inibindo a enzima ALS, que, em conseqüência, bloqueia a síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É absorvido principalmente pelas folhas e possui ação sistêmica. O cloransulam tem metabolismo rápido em espécies tolerantes como soja. As plantas daninhas, no momento da aplicação, devem estar com adequado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem e umidade relativa do ar inferior a 60%. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Chlorimuron-ethyl (Classic) É recomendado nas doses de 30 a 40 g i.a. ha-1, controlando essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas, sendo mais efetivo quando essas se encontram na fase inicial de crescimento (2 a 4 folhas). Entre as espécies sensíveis destacam-se corda-de-viola, picão-preto, trapoeraba e guanxuma, entre outras. Para se obter a máxima atividade desse produto é necessário adicionar adjuvante não iônico na calda herbicida. Apesar de ser um herbicida pós-emergente, também possui considerável ação de solo. A meia-vida do cloransulam está entre 10 e 28 dias, dependendo das condições de clima e solo. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Chlorimuron-ethyl (Classic) Nomes comerciais: Classic, Conquest, Chlorimuron master No Brasil, encontra-se registrado para a cultura de soja, sendo usado em pósemergência para controle de espécies de folhas largas em estádios iniciais de desenvolvimento. É absorvido principalmente pelas folhas e translocado via xilema e floema. Possui metabolismo pelas plantas através da hidrólise. As plantas daninhas, no momento da aplicação, devem estar com adequado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem e umidade relativa do ar inferior a 60%. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas. É recomendado nas doses de 15 a 20 g i.a. ha-1. Controla essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas, sendo mais efetivo quando essas se encontram na fase inicial de crescimento (até 6 folhas). 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Chlorimuron-ethyl (Classic) Entre as espécies sensíveis encontram-se Desmodium tortuosum, Acathospermum australe, Ipomoea grandifolia, Bidens pilosa, além de outras. É comum misturá-lo com outros herbicidas como imazethapyr (Pivot), fomesafen (Flex) e lactofen (Cobra, Naja), para controle de dicotiledôneas em soja, porém não deve ser associado com graminicidas. No solo apresenta adsorção e lixiviação moderada e meia-vida de 40 dias. A persistência é maior em solos com pH elevado; em solos ácidos e com clima quente, a persistência é baixa. Manter intervalo de 60 dias entre a aplicação do chorimuron-ethyl e a semeadura de trigo, milho, feijão ou algodão. Para as outras culturas fazer antes um bioensaio. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Chlorimuron-ethyl (Classic) Entre as espécies sensíveis encontram-se Desmodium tortuosum, Acathospermum australe, Ipomoea grandifolia, Bidens pilosa, além de outras. É comum misturá-lo com outros herbicidas como imazethapyr (Pivot), fomesafen (Flex) e lactofen (Cobra, Naja), para controle de dicotiledôneas em soja, porém não deve ser associado com graminicidas. No solo apresenta adsorção e lixiviação moderada e meia-vida de 40 dias. A persistência é maior em solos com pH elevado; em solos ácidos e com clima quente, a persistência é baixa. Manter intervalo de 60 dias entre a aplicação do chorimuron-ethyl e a semeadura de trigo, milho, feijão ou algodão. Para as outras culturas fazer antes um bioensaio. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Imazaquin (Scepter) (Nomes comerciais: Scepter, Scepter 70DG ou Topgan) É herbicida que pertence ao grupo químico imidazolinona, e age inibindo a enzima ALS, resultando no bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado no Brasil para controlar plantas daninhas folhas largas na cultura de soja, sendo utilizado em pré-plantio incorporado ou em pré-emergência de plantas daninhas. Em pré-plantio incorporado o imazaquin deve ser incorporado mecanicamente a profundidade de 5 a 12 cm, sendo que a aplicação pode ser realizada até 30 dias antes da semeadura. Em pré-emergência o solo deve estar nivelado e livre de torrões. Esse tipo de aplicação pode ser feito até sete dias após a semeadura, mesmo com soja já germinada (Rodrigues & Almeida, 1998). É herbicida sistêmico, absorvido pelas folhas e raízes. Os sintomas, que se tornam evidentes em uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Imazaquin (Scepter) A dose recomendada é de 150 g i.a. ha-1, controlando essencialmente plantas daninhas dicotiledôneas, com destaque para leiteiro, guanxuma e corda-de-viola. Pode ser associado com a maioria dos herbicidas usados em soja. É muito usado associado com trifluralin. Existem formulações comerciais de imazaquin + trifluralin (Triscept) e imazaquin + pendimethalin (Squadron). É fracamente adsorvido em solo com pH elevado, todavia, esta adsorção aumenta em pH baixo. Sua persistência no solo é elevada (meia-vida de sete meses), podendo afetar culturas de inverno que seguem à de soja tratada com o produto. O milho é muito sensível a resíduos de imazaquin no solo, exigindo intervalo de segurança de 300 dias após sua aplicação, não sendo recomendável cultivá-lo na modalidade de "milho-safrinha" no mesmo ano agrícola de soja em alguns tipos de solo. Existem biótipos de Bidens pilosa e Euphorbia heterophylla resistentes aos inibidores da ALS no Brasil (Ponchio, 1997; Vargas et al., 1999).. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Imazethapyr (Pivot) É fracamente adsorvido ao solo com pH alto, mas esta adosrção aumenta em pH baixo, sendo, também, pouco lixiviado (RODRIGUES; ALMEIDA, 2005) Apresenta lenta degradação no solo (meia vida de 60 dias), podendo causar toxicidade a algumas culturas de inverno em sucessão À soja tratada com esse herbicida (SILVA et al, 1999). O milho e o sorgo são muito sensíveis ao seu resíduo ao solo. É registrado no Brasil para uso exclusivo na cultura da soja. Recomenda-se sua aplicação em pós-emergência precoce, estando as dicotiledôneas no estádio cotiledonar, com até 4 folhas e as monocotiledôneas com uma a quatro folhar, o que geralmente ocorre entre 5 e 15 dias após a semeadura da soja. Controla com eficiência diversas espécies de plantas daninhas, como Euphorbia heterophylla (Amendoim bravo ou Leiteiro), Bidens pilosa (Picão Preto), Hyptis suaveolens (Cheirosa), Ipomoea grandifolia (Corda de Viola), Sida Sp. (Guaxuma), Commelina benghalensis (Trapoeraba), etc. Hyptis suaveolens (Cheirosa) Hyptis suaveolens (Cheirosa) Hyptis suaveolens (Cheirosa) Nomes populares Cheirosa, bamburral, batônica, betônia, betônia-branca, betônicabrava, celine, chá-da-frança, ervacidreira, melissa-de-pison, mentrasto-do-grande, mentrastoguaçu, pataquera, salva-limão, sãopedro-caá. Descrição Planta anual, ereta, fortemente aromática, ramificada, subarbustiva, de caule quadrangulado e pubescente, de 50-190 cm de altura. Hábitat Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal E Mata Atlântica, nas Formações Campestres. Hyptis suaveolens (Cheirosa) 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): Imazethapyr (Pivot) Entre as gramíneas destacam-se capim-marmelada (Brachiaria plantaginea), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) e capim-colchão (Digitaria sanguinalis). É incompatível com graminicidas pós-emergentes, mas pode ser associado com a maioria dos latifolicidas pós-emergentes, como chlorimuron-ethyl (Classic), lactofen (Cobra, Naja) e bentazon (Basagran). O Imazethapyr é herbicida sistêmico, absorvido pelas folhas e raízes. Os sintomas, que se tornam evidente uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas. Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis – bainha (Capim colchão) Digitaria sanguinalis - bainha (Capim colchão) Digitaria sanguinalis – bainha e caule (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis - plântula (Capim colchão) Digitaria sanguinalis - plântula (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) Digitaria sanguinalis (Capim colchão) – Controle Químico Ametrina Atrazina Atrazina + Simazina Bispiribac sodium Cletodim Clomazone Diuron Fenoxaprop-P-etil Glifosato Glufosinato de amonio Haloxifop R metil Imazetapir Glifosato + Imazetapir Paraquat + Diuron Pendimetalin Propaquizafop Quinclorac Tebuthiuron 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): nicossulfuron (Sanson) Quanto a sua persistência no Brasil, sabe-se que soja, girassol, algodão e feijão poderão ser semeados 30 dias após sua aplicação; trigo, arroz e batata, 45 dias depois; e tomate 60 dias (RODRIGUES; ALMEIDA, 2005). No Brasil, foi aplicado na cultura do milho, sendo utilizado em pós-emergência em área total. Controla gramíneas, inclusive o capim-massambará (Sorghum halepense), e diversas espécies de dicotiliedôneas. No momento da aplicação, as plantas do milho devem estar com duas a seis folhas; e as gramíneas com até dois perfilhos. A aplicação deve ser feita estando o solo úmido e as plantas daninhas em pleno vigor vegetativo. A ocorrência de chuvas uma hora após a aplicação não afeta sua eficiência. Esse herbicida misturado com atrazina no tanque do pulverizador aumenta o espectro de controle de plantas daninhas. 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas e) Inibidores da Acetolactato Sintase (ALS) Caracterização de alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase (ALS): nicossulfuron (Sanson) Há híbridos de milho de diferentes níveis de tolerância a esse herbicida no mercado brasileiro, por isso, se aplicar, deve-se consultar a lista de híbridos e variedades tolerantes. A mistura desse herbicida com inseticidas carbamatos ou fosforados pode tornálo não-seletivo ao milho (SILVA et al, 2005). capim-massambará (Sorghum halepense) capim-massambará (Sorghum halepense) capim-massambará (Sorghum halepense) capim-massambará (Sorghum halepense) capim-massambará (Sorghum halepense) capim-massambará - bainha (Sorghum halepense) capim-massambará - bainha (Sorghum halepense) capim-massambará – plântula (Sorghum halepense) capim-massambará – plântula (Sorghum halepense) Características e Sintomas Usado em baixas doses Controle de gramíneas e folhas largas Atividade no solo e nas folhas Paralisação do crescimento em poucas horas Morte pode levar até semanas Aparecimento de pigmentos vermelhos ou roxos Folhas sofrem abscisão Encurtamento dos entrenós Espessamento da base do caule Pouco desenvolvimento da raiz secundária 80 espécies de plantas daninhas resistentes