1 ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE DESEMPENHO OPERACIONAL E GERAÇÃO DE RIQUEZA ATRAVÉS DA DVA Antônio Marcos Vieira Amaral1 Ricardo Lúcio dos Santos Silva2 RESUMO O presente artigo busca através da análise de dados estatísticos verificar a existência de uma possível correlação entre os resultados apresentados pelos indicadores de rentabilidade e a geração de riqueza apresentada pelas entidades, ou seja, busca explicitar se a riqueza gerada pelas entidades sofre influência pelos resultados apresentados pelos indicadores de rentabilidade analisados. Para a execução e análise do estudo foi realizado primeiramente um estudo bibliográfico onde buscou-se embasamento teórico para se explicitar a importância da demonstração do valor adicionado e dos indicadores de rentabilidade. Serviram como base de pesquisa autores como Ariovaldo dos Santos, Alexandre Assaf Neto, José Roberto Kassai, dentre outros. Posteriormente foram coletados dados dos demonstrativos contábeis das empresas que compõem o índice Bovespa e utilizada a regressão linear múltipla para efetuar a análise de possível correlação entre o resultado apresentado pelos indicadores de rentabilidade e a riqueza gerada pelas entidades. O estudo realizado busca contribuir com a literatura já existente demonstrando através da análise da regressão linear múltipla quais indicadores de rentabilidade podem impactar diretamente na geração de riqueza das entidades apresentada através da DVA. Palavras-chave: Demonstração do Valor Adicionado. Indicadores de Rentabilidade. Geração de Riqueza. 1 INTRODUÇÃO As transformações econômicas e sociais impostas pela Revolução Industrial e pelo Capitalismo foram extremamente significantes para o homem. Várias crises ocorreram para que adaptação à nova realidade fosse alcançada e nesse momento passou a ser discutido o verdadeiro papel das entidades na construção da sociedade. As entidades em todo o mundo buscam maneiras de obter lucro e rentabilidade, pois em um mercado competitivo todas as empresas precisam encontrar formas de se tornar sustentáveis. Essa busca desenfreada pelo lucro fazia com que as empresas se esquecessem do papel que exercem no local onde estão instaladas e da importância de seus colaboradores. As organizações até então eram consideradas como um aglomerado de recursos materiais e humanos, que produziam bens, criavam serviços e os disponibilizavam ao mercado consumidor. Délano (1980) destaca que as entidades são muito mais que isso, elas representam uma força social, econômica e financeira com sua potencialidade de emprego, de expansão e de influência na melhor ou pior qualidade de vida da localidade onde está instalada. 1 Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Pará de Minas – FAPAM. Mestre em Finanças pela Faculdade de Pedro Leopoldo. Especialista em Administração Financeira pela UNA/MG. Especialista em Administração Pública Municipal pela Faculdade de Pedro Leopoldo. Graduado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Newton Paiva. 2 2 A partir dos anos 50 as entidades, principalmente as multinacionais, se veem obrigadas a de alguma maneira mudar esse quadro, devido à insatisfação da classe operária que se considerava pouco valorizada e clamava por maiores explicações das empresas quanto às suas ações no ambiente em que estavam inseridas. Segundo Danziger (1983) ocorreu uma mutação no sistema de valores na Europa e nos Estados Unidos onde os cidadãos, os assalariados na empresa, adotam uma posição prioritária, onde a repartição do bem estar social torna-se mais importante que a segregação de riqueza. Danziger (1983) cita que o progresso econômico e o crescimento das grandes empresas são originados de uma restauração no que se refere à atividade humana. A crescente desumanização e certas estruturas organizacionais provocaram insatisfação, que consequentemente conduziu à contestação, às vezes violenta contra certos grandes grupos multinacionais. Neste momento surge a necessidade da criação de uma nova demonstração contábil que pudesse apresentar para a sociedade em geral as atividades desenvolvidas pela entidade e sua influência e participação na economia local, regional e nacional. Até o momento as demonstrações contábeis existentes traziam informações que eram de grande valia para seus sócios e acionistas, pois eram informações que apresentavam principalmente como o lucro da entidade era formado e sua rentabilidade. As demonstrações não apresentavam para a sociedade como o lucro realizado pela empresa era distribuído nem as ações realizadas pela mesma em busca de melhorias para o meio onde estava inserida. Diante desta situação, a contabilidade, que tem como função transmitir informações de forma tempestiva e segura para os seus usuários e busca evoluir cada vez mais neste sentido, cria então em meados dos anos 70, na Europa, o Balanço Social, que compreende um conjunto de informações quantificadas por meio das quais as empresas tem a possibilidade de acompanhar o desenvolvimento de suas atividades no campo dos recursos humanos, bem como medir seu desempenho na implementação de programas de cunho social. Tinoco (1984) cita que “o Balanço Social é um importante instrumento de gestão e informação que visa fornecer informações de caráter econômico e social aos mais diferenciados tipos de usuários”. O Balanço social busca evidenciar da forma mais transparente possível informações contábeis, econômicas, ambientais e sociais do desempenho da entidade na busca do desenvolvimento sustentável. O mesmo é composto por cinco vértices quais sejam: O Balanço Social em sentido restrito (balanço de pessoas); a demonstração do valor adicionado (DVA); a inserção ambiental; a responsabilidade social e as atividades que as entidades exercem. Um dos vértices do Balanço Social, a Demonstração do Valor Adicionado tem por objetivo principal demonstrar o valor da riqueza gerada pelas atividades realizadas pela empresa e sua distribuição entre todos os elementos que contribuíram para a sua geração. Existem muitas vantagens em se apresentar a Demonstração do Valor Adicionado de uma empresa no local onde a mesma se hospeda. Através deste demonstrativo a empresa tem a oportunidade de apresentar sua contribuição à determinada região ou mesmo um país, no caso de multinacionais. A empresa pode se utilizar deste para estabelecer o interesse da comunidade e seus legisladores em suas atividades, gerar goodwill, expandir seu mercado, reduzir conflitos com o governo local e grupos societários e evitar desgastes políticos. Para Santos (1999) a DVA é um componente fundamental do Balanço Social e deve ser entendida como forma mais competente criada pela Contabilidade para auxiliar na medição e demonstração da capacidade de geração e distribuição de riqueza da entidade. Apesar da criação do balanço Social e sua incontestável importância na prestação de informações para todos os stakeholders das entidades e da sociedade de uma forma geral, as empresas não deixaram de dar atenção especial para o lucro e rentabilidade gerados pelas 3 mesmas, afinal, nenhuma empresa será autossustentável se a mesma não apresentar um retorno sobre o investimento realizado satisfatório. A preocupação das empresas em demonstrar de forma consistente para todos os interessados as suas atividades de caráter social e ambiental e também a distribuição do lucro gerado pelas mesmas tornou-se evidente, mas, ao mesmo tempo, as estratégias para que o retorno sobre o investimento e consequentemente a rentabilidade continuassem crescendo recebiam também sua devida importância. Como descrito que as empresas preocupam-se com o retorno sobre o investimento, podemos definir rentabilidade como o benefício econômico resultante de uma atividade comercial que envolve a oferta de bens e serviços. É o valor final que se espera receber por um investimento, uma relação entre os recursos necessários e seus benefícios econômicos derivados. Empresas que não apresentam um retorno superior ao investimento realizado tendem a não perpetuar em suas atividades. Portanto, o retorno sobre o investimento de um negócio e sua consequente rentabilidade podem ser analisados com o emprego de diversos indicadores que são muito utilizados no dia-a-dia pelas entidades. Dentre esses indicadores podemos citar o Retorno sobre o Ativo (ROA), o qual revela o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos. Possuímos também o Retorno sobre o Investimento (ROI), que equivale aos recursos levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. É o capital que deve ser remunerado. E por fim possuímos o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), o qual mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários. Estes indicadores são medidas quantificadoras do resultado gerado pelas atividades operacionais de uma empresa e apresentam os reflexos das decisões tomadas pela administração na estrutura patrimonial, liquidez e rentabilidade. Diante do exposto acima, da importância do Balanço Social e especificamente da DVA que é um de seus vértices e da constante busca por parte das entidades de retorno e rentabilidade superiores aos investimentos realizados em suas atividades tem-se a seguinte questão a ser respondida: Existe correlação entre a geração de riqueza apresentada na DVA e o retorno operacional dos investimentos? A fim de responder a questão acima, o objetivo deste estudo consiste em analisar se empresas que compõem o Índice Bovespa (IBOV) apresentaram algum tipo de correlação entre os resultados apresentados pelos seus indicadores de rentabilidade e sua geração de riqueza. A realização do estudo visa agregar informações à literatura buscando através da análise da regressão linear múltipla identificar quais indicadores de rentabilidade podem apresentar correlação com a geração de riqueza das entidades apresentada pela DVA. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Balanço Social e DVA Com o intuito de se apresentar de forma clara e consistente informações relativas às atividades de caráter social e preservação ambiental desenvolvida pelas entidades, bem como seus investimentos na área de recursos humanos e busca pela sustentabilidade foi criado o Balanço Social. Kroetz (2000) cita que o Balanço Social é uma ferramenta gerencial que reúne dados quantitativos e qualitativos sobre as políticas administrativas e as relações da entidade com o meio onde está inserida, sendo uma demonstração destinada à sociedade. Nos países onde o capitalismo encontra-se mais desenvolvido muitas empresas já utilizam o Balanço Social como instrumento de gestão e informação, apresentando à 4 comunidade informações de caráter econômico, social e ambiental e dessa forma apresentam uma relação menos conflituosa entre seus dirigentes e assalariados. Ribeiro e Lisboa (1999) descrevem o Balanço Social como um instrumento de informação da empresa para a sociedade e, portanto, o mesmo precisa conter dados consistentes que permitam à população avaliar as ações positivas e negativas da organização, avaliando a parcela de agregação de valor com que essa entidade contribuiu para a vida da comunidade. Para Torres (2003) a principal função do Balanço Social é tornar pública a responsabilidade social da empresa apresentando com transparência para os atentos consumidores, para os acionistas e investidores e para o público em geral o que a empresa está fazendo na área social. Com a crescente evolução econômica e social na Europa e Estados Unidos na década de 50, as empresas se viram diante da necessidade de demonstrar de maneira mais clara sua geração e distribuição de riqueza devido aos interesses cada vez maiores de informações mais detalhadas por parte de todos aqueles que contribuíram para a geração desta riqueza e da sociedade em geral. (BRAGA et al., 2008). Um dos cinco vértices do Balanço Social, a DVA é um demonstrativo de extrema importância, pois apresenta para a sociedade qual a riqueza gerada pela entidade e de que maneira a mesma é distribuída. Esta demonstração contábil explicita de maneira clara qual a contribuição da entidade na sociedade em que a mesma está inserida através da maneira como a riqueza gerada é distribuída. Marion (2002) cita a capacidade da DVA de evidenciar o quanto de riqueza uma empresa produziu, ou seja, o quanto ela adicionou de valor a seus fatores de produção, a maneira como a riqueza foi distribuída e quanto desta riqueza ficou retido na empresa. A DVA possui particularidades quando feita uma comparação com outras demonstrações contábeis, pois a mesma possui objetivos que podem ser contábeis ou sociais. A Nota Explicativa à Instrução CVM nº 469, de dois de maio de 2008 ressalta que a DVA foi inserida no conjunto de demonstrações financeiras que as companhias abertas devem apresentar ao final de cada exercício social juntamente com as demais demonstrações financeiras. Vale ressaltar que a DVA não possui o objetivo de substituir a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), haja vista que esta tem como objetivo principal informar como ocorreu a formação do Resultado Líquido de determinado Exercício, apresentando despesas operacionais e não operacionais e com foco nos acionistas e aquela tem por finalidade fornecer informações a diversos grupos participantes sobre a geração da riqueza da entidade e sua posterior distribuição, ou seja, mais voltada para a responsabilidade social. No Brasil, a aplicação da DVA aconteceu de forma tardia se comparada com a Europa. A lei 11.638/07, sancionada pelo então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva em 27/12/2007, alterou consideravelmente a lei 6.404/76, a chamada Lei das S/A, e introduziu a obrigatoriedade da elaboração e divulgação da DVA no Brasil. Esta lei diz que as empresas de capital aberto devem obrigatoriamente apresentar a Demonstração do Valor Adicionado e que nela devem constar o valor da riqueza gerada pela companhia e sua respectiva distribuição a todos os elementos que contribuíram para que a mesma fosse gerada. A lei 11.638/07 também estendeu a obrigatoriedade da elaboração e divulgação da Demonstração do Valor Adicionado para as companhias de capital fechado que alcançarem um faturamento anual superior à R$ 2.000.000.000,00(dois bilhões de reais). Antes de sua obrigatoriedade, a DVA tinha a sua elaboração e divulgação incentivadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). De acordo com o CPC 09, a Demonstração do Valor Adicionado deve apresentar a distribuição da riqueza gerada, minimamente, da seguinte forma: Pessoal e encargos, impostos, juros e aluguéis, juros sobre o capital próprio e dividendos, lucros/prejuízos do 5 exercício. A forma como as empresas distribuem a riqueza gerada pode influenciar diretamente na economia de uma cidade ou região. Através da Demonstração do Valor Adicionado podemos saber como a riqueza gerada pelas empresas é distribuída e em que áreas isso ocorre em maior e menor percentual, o que a torna uma demonstração de grande importância. Consenza (2003, p. 23) cita que “os beneficiários da riqueza distribuída pelas entidades são os funcionários, o governo, os credores financeiros e os proprietários e/ou acionistas”. Segundo De Luca (1992, p. 56), “o valor adicionado de uma empresa representa o quanto de valor é agregado aos insumos adquiridos em um determinado período, podendo ser adquirido pela diferença entre as vendas e o total de insumos adquiridos de terceiros”. 2.2 Rentabilidade e indicadores A rentabilidade é o resultado final do desempenho da empresa sobre o capital investido. Para que a entidade seja sustentável e perpetue durante os anos em sua atividade a mesma deve apresentar um retorno superior ao investimento realizado. Através de diversos índices as empresas podem avaliar se um investimento será rentável e se a mesma deverá ou não dar prosseguimento no mesmo. Uma análise de investimento mal feita pode resultar em grandes perdas para a empresa e consequentemente destruição de valor. Os índices utilizados para a análise de rentabilidade permitem ampla decomposição dos elementos que influem na determinação da taxa da mesma, explicando quais os principais fatores que levaram ao aumento ou à queda da rentabilidade. Segundo Gitman (2010), os índices relacionados à rentabilidade são capazes de medir e avaliar o lucro em relação ao volume de vendas, ativos ou investimentos, identificando a situação financeira e econômica da empresa. Para Assaf Neto e Lima (2014), o estudo do desempenho econômico-financeiro através dos índices serve para diagnosticar a posição atual da empresa e produzir resultados que venham a servir de base para a previsão de tendências futuras. O retorno sobre o investimento (ROI) é uma medida que busca mensurar a atratividade econômica do empreendimento através do resultado operacional produzido pela empresa. A expressão utilizada para se medir o retorno do investimento, em sua forma mais simples, é dada pela divisão do lucro operacional pelo investimento realizado pela empresa. Segundo Kassai et al. (2014, p. 179) “o ROI serve de parâmetro para avaliação do desempenho da empresa em relação a períodos anteriores, em relação ao mercado concorrente e também como sinalizador em relação ao custo de capitais de terceiros”. Kassai et al. (2014) aponta que o ROI deve se apresentar superior ao custo de capital da empresa pois, se o mesmo for inferior ao custo de capital a empresa apresentará um spread desfavorável e o retorno de seus proprietários será diretamente sacrificado. O retorno sobre o ativo (ROA) é também uma medida quantificadora de resultado, porém difere-se do ROI por considerar o investimento total, expresso pelo ativo, compreendendo todos os bens e direitos da entidade, sejam eles oriundos de recursos provenientes de capital próprio ou de terceiros. È obtido dividindo-se o lucro operacional pelo ativo total da empresa. Kassai et al. (2014, p. 181) cita o ROA como “uma medida que quantifica o resultado operacional produzido pela empresa em suas atividades operacionais, ou seja, antes das receitas e despesas financeiras”. Empresas que apresentam um ROA superior ao custo de capital de terceiros possuem alavancagem financeira positiva, ou seja, seus negócios apresentam rentabilidade superior à remuneração do capital de terceiros. (KASSAI et al., 2014). 6 Quando uma entidade for tomar alguma decisão relativa a novos financiamentos, a mesma deve evitar a tomada de empréstimos com taxas superiores ao ROA, pois assim a alavancagem será desfavorável. (KASSAI et al., 2014). Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) demonstra a decisão dos acionistas de investir o seu capital na própria empresa, deixando assim de aplicá-lo em uma alternativa de mesmo risco. É encontrado dividindo-se o valor do lucro líquido gerado pela empresa pelo patrimônio líquido da mesma. Kassai et al. (2014) cita que ao se investir em uma empresa o empreendedor o faz diante da possibilidade de maximizar o seu capital, caso contrário investiria em outra alternativa. O ROE mede justamente essa decisão, é uma medida direta de comparação com outras alternativas. De acordo com Kassai et al. (2014, p. 184) “o ROI e o ROA medem o desempenho da empresa de maneira global considerando todos os recursos aplicados no patrimônio da mesma enquanto o ROE mede a rentabilidade dos recursos líquidos da empresa”. 3 METODOLOGIA Esta pesquisa caracteriza-se como documental, uma vez que é feita uma revisão bibliográfica a respeito do Balanço Social e também da rentabilidade e retorno operacional e faz uso de dados contidos nas demonstrações financeiras de empresas listadas na BM&F Bovespa. Para a realização do objetivo proposto no estudo foi utilizada a regressão linear múltipla que consiste em uma tentativa de estabelecimento de uma relação linear entre uma variável dependente e duas ou mais variáveis independentes. Foram considerados como variáveis independentes os indicadores financeiros ROA, ROI, ROE e também o Ativo Total, Lucro Operacional, Passivo Oneroso e Patrimônio Líquido das empresas e como variável dependente o índice geração de riqueza das entidades. O índice de riqueza das entidades foi calculado através da geração de riqueza extraída da DVA dividido pelo valor dos investimentos das empresas no período. Foram coletados e avaliados os dados relativos às demonstrações financeiras das empresas de capital aberto constantes na bolsa de valores, referentes aos anos de 2013,2014 e 2015. Serviram como base de pesquisa as empresas que compõem a carteira teórica do índice Bovespa (IBOV) no ano de 2016, pelo fato de serem consideradas as maiores empresas listadas na BM&F Bovespa. Desta carteira foram excluídas as instituições financeiras e as corretoras de seguros. O intuito da análise através da regressão linear múltipla é buscar explicitar se existe algum tipo de correlação entre a geração de riqueza produzida pelas entidades e o retorno operacional apresentado pelas mesmas, ou seja, se os índices apresentados pelos indicadores de rentabilidade exercem influência na geração de riqueza das mesmas. Para a execução da análise foi utilizada a fórmula abaixo: Descrição da fórmula: Em que: 7 : É a geração de riqueza extraída da DVA do ano anterior, dividida pelo valor dos investimentos da empresa i, no período t; : é o indicador ROI da empresa i no período t; : é o indicador ROE da empresa i no período t; : é o indicador ROA da empresa i no período t; : é o indicador ATIVO TOTAL da empresa i no período t; : é o indicador LUCRO OPERACIONAL da empresa i no período t; é o indicador PASSIVO ONEROSO da empresa i no período t; : é o indicador PL da empresa i no período t; 4 COLETA DE DADOS E ANÁLISE Os dados que serviram de base para a pesquisa e para a utilização na regressão linear múltipla foram coletados das demonstrações financeiras das empresas listadas na BM&F Bovespa. Serviram como base de pesquisa as empresas que compõem a carteira teórica do índice Bovespa (IBOV) no ano de 2016, pelo fato de serem consideradas as maiores empresas listadas na BM&F Bovespa. Desta carteira foram excluídas as instituições financeiras e as corretoras de seguros totalizando uma amostra de 41 empresas. Foram coletados os dados referentes à geração de riqueza apresentada pelas empresas em suas DVA’s nos anos de 2013 e 2014 e também o Ativo Total, Lucro Operacional Líquido, Passivo Oneroso, Lucro Líquido e Patrimônio Líquido, relativos aos anos de 2014 e 2015. Todos estes dados foram necessários para se encontrar os valores referentes às variáveis independentes utilizadas na regressão linear múltipla. O índice de geração de riqueza utilizado como variável dependente na regressão linear múltipla foi calculado através do valor da riqueza gerada pelas empresas apresentado em suas DVA’s dividido pelos investimentos realizados pelas mesmas. 8 TABELA 1 Resultados 2014 Estatística de regressão R múltiplo 0,722924637 R-Quadrado 0,522620031 R-quadrado ajustado 0,438376507 Erro padrão 0,15009303 Observações 41 ANOVA GL SQ Regressão MQ 6 0,838536223 0,139756037 Resíduo 34 0,765949204 0,022527918 Total 40 1,604485427 Coeficientes -0,016655178 0,062176387 -0,267869835 0,790417948 -0,143012798 0,109702441 -0,143012798 ROI 1,216766754 1,50853096 0,806590508 0,425508748 -1,84893699 4,282470497 -1,84893699 4,282470497 ROE 2,224184681 2,143934069 1,037431474 0,306857013 -2,132813534 6,581182896 -2,132813534 6,581182896 ROA 0,11540202 0,216275297 0,533588538 0,597097603 -0,324122263 0,554926303 -0,324122263 0,554926303 2,27585E-09 1,65532E-09 1,374873368 0,178164198 -1,08816E-09 5,63986E-09 -1,08816E-09 5,63986E-09 LUCRO OP -1,31947E-08 1,0784E-08 -1,223543247 0,229536781 -3,51106E-08 8,72107E-09 -3,51106E-08 8,72107E-09 PL -4,72201E-09 4,24366E-09 -1,112719902 0,273634388 -1,33462E-08 3,90215E-09 -1,33462E-08 3,90215E-09 ATIVO TOTAL Stat t 6,203681964 Valor-P F de significação 0,000179457 Superior 95,0% 0,109702441 Interseção Erro padrão F 95% inferiores 95% superiores Inferior 95,0% Fonte: Elaborado pelo autor com o software Microsoft Excel, 2016. GL = Graus de Liberdade; SQ = Soma dos Quadrados; MQ = Média Quadrática; F = Estatística de Teste F; F de significação = Nível de significância 9 Antes de iniciar-se a análise dos itens mais relevantes apresentados nos resultados da regressão linear múltipla é importante destacarmos alguns elementos que compõem as tabelas. Conforme demonstrado na TAB. 1 acima, pode-se verificar que o número de observações correspondem a 41 empresas analisadas. Segundo Triola (2013) o R-Quadrado representa o coeficiente de determinação múltipla e serve como medida de em que proporção a regressão linear múltipla se ajusta aos dados amostrais. Um ajuste com o valor próximo de 1 é considerado muito bom e um ajuste com o valor igual a 1 é considerado perfeito. Observando o R Quadrado da tabela o mesmo apresenta-se baixo. Isto pode ter ocorrido em função das variáveis analisadas ou da população da amostra. O R Quadrado apresenta a característica de que à medida que se incluem mais variáveis na regressão múltipla seu valor proporcional cresce, ou seja, quanto mais variáveis forem inclusas na equação da regressão maior será o valor do R-Quadrado. Novamente referenciando Triola (2013), para a correção dessa falha é aconselhável a utilização do coeficiente de determinação ajustado ou R-Quadrado Ajustado, que modifica o R-Quadrado para se levar em conta o número de variáveis e o tamanho da amostra. O valor-P indica a significância global da equação de regressão múltipla. Quanto menor o seu valor, maior significância a equação irá apresentar. Os coeficientes apresentados indicam se a relação das variáveis independentes com a variável dependente da equação de regressão linear múltipla é positiva ou negativa. Valores de coeficientes positivos indicam uma relação diretamente proporcional e valores negativos indicam uma relação inversamente proporcional. Analisando os dados apresentados na TAB. 1 verifica-se que todos os dados foram rodados a um nível de significância de 95%, ou seja, pode se dizer que se espera um acerto de 95%. Apesar desse percentual estabelecido consideraremos índices com 90% de significância como relevantes. O R-Quadrado Ajustado demonstra qual o percentual de estimativa em que se pode confiar nos resultados e em qual percentual de estimativa o aumento da riqueza pode ser explicado pelas variáveis independentes. Encontramos um percentual de aproximadamente 44%, que é um percentual baixo. Esse baixo percentual pode estar relacionado ao número de amostras, que é de apenas 41. Um maior número de amostras possibilitaria o aumento do RQuadrado Ajustado. Os índices apresentados na coluna Valor-P referentes às variáveis independentes não possuem significância, pois apresentam percentuais inferiores aos considerados significantes e com isso podemos descartar a análise dos índices dos coeficientes, pois de acordo com os valores apresentados na coluna Valor-P a equação não apresenta significância. Pelos resultados apresentados na tabela do ano de 2014 pode-se concluir que os índices apresentados não demonstraram correlação com a riqueza gerada pelas entidades. 10 TABELA 2 Resultados 2015 Estatística de regressão R múltiplo R-Quadrado 0,722374107 0,52182435 R-quadrado ajustado 0,420393152 Erro padrão 0,166227504 Observações 41 ANOVA GL Regressão SQ MQ 7 0,995076782 0,142153826 Resíduo 33 0,911842245 0,027631583 Total 40 1,906919028 Coeficientes Erro padrão F 5,144613866 Stat t Valor-P F de significação 0,000495567 95% inferiores 95% superiores Inferior 95,0% Superior 95,0% Interseção 0,208991878 0,046995244 4,447085719 9,31031E-05 0,113379336 0,304604421 0,113379336 0,304604421 ROI 2,707864596 0,625839686 4,32677035 0,00013192 1,434584188 3,981145003 1,434584188 3,981145003 ROE 1,881641837 0,147403865 2,85405E-09 1,083102777 -1,737269884 0,091666158 -4,085230995 0,321947321 -4,085230995 0,321947321 0,093217786 -1,581284754 0,123351437 -0,337056876 0,042249147 -0,337056876 0,042249147 4,28099E-09 0,666679977 0,509611263 -5,85569E-09 1,15638E-08 -5,85569E-09 1,15638E-08 -1,68714E09 -3,48379E09 -3,59227E09 6,33218E-09 -0,266439711 0,791558407 -1,45701E-08 1,11958E-08 -1,45701E-08 1,11958E-08 4,47167E-09 -0,779081116 0,441483335 -1,25815E-08 5,61388E-09 -1,25815E-08 5,61388E-09 6,793E-09 -0,528818708 0,600470326 -1,74127E-08 1,02282E-08 -1,74127E-08 1,02282E-08 ROA ATIVO TOTAL LUCRO OP PASSIV ONER PL Fonte: Elaborado pelo autor com o software Microsoft Excel, 2016. 11 Na análise da tabela de resultados de 2015 encontramos um percentual do R-Quadrado Ajustado de 42%, o que é um percentual baixo em relação ao percentual de acerto proposto. Na coluna Valor-P encontramos valores significantes relativos às variáveis ROI e ROE. Multiplicando-se o valor do ROI encontrado por 100 vemos que o seu percentual ficou abaixo dos 5%, o que indica que existem praticamente 99% de chance que a variável ROI interfira na geração de riqueza das empresas. O coeficiente positivo do ROI mostra que esse indicador possui uma relação positiva com a variável geração de riqueza. Pode-se dizer que um aumento no indicador ROI irá gerar um aumento na geração de riqueza das entidades. Pelos dados estatísticos analisados comprova-se que empresas que tiveram um aumento em seu ROI tiveram também aumento em sua geração de riqueza. O aumento constante do ROI tende a aumentar a geração de riqueza em anos posteriores, mas vale salientar que está se avaliando apenas a geração de riqueza e não a sua distribuição. A distribuição ficará a cargo dos gestores das empresas, pois de nada adianta gerar mais riqueza e não saber distribuir a mesma. Pode-se também analisar os resultados apresentados pela ótica do EVA (Economic Value Added), ou valor econômico agregado, que é uma medida de criação de valor muito utilizada e eficaz. Segundo Assaf Neto e Lima (2014) o EVA é uma medida de criação de valor identificada no desempenho operacional da empresa que indica se a mesma está sendo capaz de cobrir seus custos e despesas, inclusive o custo de capital próprio e assim gerando riqueza aos sócios e acionistas. Analisando-se o resultado pela ótica do EVA podemos dizer que quanto melhor o desempenho operacional da empresa maior será a geração de riqueza. Vale salientar que o estudo em questão refere-se à geração de riqueza analisada através da DVA e não do EVA, portanto não cabem comparações quanto à eficácia de cada um dos métodos. Uma análise da relação entre desempenho operacional e geração de riqueza através do EVA pode ser objeto de um estudo futuro. Em relação aos índices apresentados pela variável ROE, multiplicando-se o resultado encontrado na coluna Valor-P por 100 obtemos um percentual inferior a 10%. Considerando o nível de 90% de significância como relevante pode-se dizer que o indicador ROE interfere na geração de riqueza das entidades. O coeficiente negativo do ROE demonstra que esse indicador possui uma relação negativa com a variável geração de riqueza, nos possibilitando analisar a situação sob dois pontos de vista. Se pensarmos que quanto maior o ROE menor será a geração de riqueza queremos dizer que as empresas estão distribuindo recursos para seus sócios/acionistas. Comparando lucro líquido com patrimônio líquido veremos que a distribuição de dividendos irá interferir no resultado das empresas. Analisando por outro ângulo podemos imaginar que os sócios/acionistas ao terem conhecimento do resultado das empresas e observando que seu resultado operacional é superior ao capital investido, decidam não receber o valor que tem direito em dividendos e sim aplicar esse valor na própria empresa, proporcionando assim um desempenho operacional ainda melhor e uma criação de riqueza maior no futuro. 5 CONCLUSÃO O estudo pôde demonstrar a relevância da Demonstração do Valor Adicionado para as entidades, pois a mesma possibilita o conhecimento de como a riqueza das mesmas foi gerada e posteriormente distribuída. 12 A divulgação e apresentação das informações contidas na DVA são de grande importância, porque quanto mais transparentes forem as informações repassadas ao público, maior será o número de usuários que passarão a confiar na organização, investindo na mesma e garantindo a sua perpetuidade. Pôde também demonstrar a importância dos indicadores de rentabilidade, pois através deles as empresas podem verificar se os investimentos realizados estão apresentando um retorno satisfatório. Através dos resultados apresentados pelos indicadores de rentabilidade as empresas podem avaliar se suas atividades devem sofrer modificações para a apresentação de um maior lucro, podem traçar metas para o futuro. Diante da importância da DVA como demonstrativo contábil pela vasta gama de informações que a mesma apresenta e da importância dos indicadores de rentabilidade para a análise de resultados das empresas e também para a tomada de decisões o presente estudo teve como objetivo avaliar se existe algum tipo de relação entre o retorno apresentado pelas entidades e sua geração de riqueza. Analisando-se os dados obtidos pela regressão linear múltipla observou-se que dentre as variáveis apresentadas o retorno sobre o investimento e o retorno sobre o patrimônio líquido apresentaram relação com a geração de riqueza apresentada pelas entidades, uma vez que o retorno sobre o investimento do exercício de 2015 apresentou correlação diretamente proporcional com o índice de riqueza apresentado pelas entidades e o retorno sobre o patrimônio líquido apresentou correlação inversamente proporcional. O retorno sobre o investimento apresentou uma relação diretamente proporcional à geração de riqueza possibilitando concluir-se que quanto melhor o desempenho operacional da entidade, maior a probabilidade de geração de riqueza. O retorno sobre o patrimônio líquido apresentou uma relação inversamente proporcional à geração de riqueza, o que nos permite avaliar o resultado sob duas óticas diferentes. Entendendo-se que o retorno sobre o patrimônio líquido será distribuído sob a forma de dividendos e que o valor não será reinvestido na entidade, pode-se concluir que o investimento será menor, afetando o retorno operacional e consequentemente gerando menos riqueza. Caso aqueles que possuem direito ao recebimento dos dividendos decidam reaplicar esse valor nas entidades com perspectiva de maiores lucros futuros, conclui-se que o retorno operacional será maior, gerando assim mais riqueza. Diante dos resultados apresentados e do objetivo proposto pelo estudo chegou-se à conclusão de que o mesmo foi alcançado, pois duas das variáveis independentes analisadas apresentaram relação com a riqueza gerada pelas entidades, sendo elas o retorno sobre o investimento e o retorno sobre o patrimônio líquido. ABSTRACT The present article searches through the analysis of statistical data to verify the existence of a possible correlation between the results presented by the indicators of profitability and the generation of wealth presented by the entities, that is, it seeks to make explicit whether the wealth generated by the entities is influenced by the presented results by the profitability indicators analyzed. For the execution and analysis of the study, a bibliographical study was carried out, where a theoretical basis was sought to explain the importance of the statement of added value and profitability indicators. Research authors such as Ariovaldo dos Santos, Alexandre Assaf Neto, José Roberto Kassai, among others, served as research bases. Subsequently, data were collected from the financial statements of the companies composing 13 the Bovespa index and multiple linear regression was used to analyze the possible correlation between the result presented by the profitability indicators and the wealth generated by the entities. The present study seeks to contribute to the existing literature by demonstrating through multiple linear regression analysis which profitability indicators can directly impact on the entities' wealth generation presented through DVA. Key words: Statement of Value Added. Profitability Indicators. Wealth Generation. REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de Administração Financeira. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2014. BRAGA, Josué Pires et al. Percepção dos Profissionais de Contabilidade Acerca do Balanço Social: Evidências empíricas. Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador, v. 2, n. 2, p. 72-85, ago. 2008. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico n. 09. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_09.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2016. COSENZA, J. P. A eficácia informativa da Demonstração do Valor Adicionado. Revista Contabilidade & Finanças, São Paulo, p. 7-29, out. 2003. DANZIGER, R. Le bilan social, outil d’information et de gestion. Paris: Bordas, 1983. DÉLANO, Alfonso Silva. O Balanço Social, utopia ou realidade na empresa latinoamericana? In: GONÇALVES, E. Lima (Org.). Balanço Social da empresa na América Latina. São Paulo: Pioneira, p. 1-4, 1980. DE LUCA, Márcia Martins Mendes. Demonstração do valor adicionado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, Salvador, p. 56, 1992. GITMAN, Lawrence. Princípios da administração financeira. 12.ed. São Paulo: Pearson, 2010. GONÇALVES, Ernesto Lima. Balanço Social da empresa na América Latina. São Paulo: Pioneira, 1980. KASSAI, José Roberto et al. Retorno de investimento, abordagem matemática e contábil do lucro empresarial. São Paulo: Atlas, 2014. KROETZ, C. E. S. Balanço Social: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. LISBOA, L. P. Balanço Social: instrumento de divulgação da interação da empresa com a sociedade. In: ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 23, Foz do Iguaçu, 1999. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: Contabilidade empresarial. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 14 RIBEIRO, M. S.; LISBOA, L. P. Balanço Social: instrumento de divulgação da interação da empresa com a sociedade. In: ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓSGRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 23, Foz do Iguaçu, 1999. Disponível em: <http://www..anpad.org.br/>. Acesso em: 26 maio 2016. SANTOS, Ariovaldo dos. Demonstração contábil do valor adicionado – DVA - um instrumento para medição da geração e distribuição de riqueza das empresas. Tese (Livre docência) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. TINOCO, João E. P. Balanço social: uma abordagem socioeconômica da contabilidade. 1984. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Economia, Administração e contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1984. TORRES, Ciro. Um pouco da história do balanço social. 2003. Disponível em: <www.balancosocial.org.br/CGI/cgilua.exe/sys/start.html?nfoid=3&sid=3&tpl=printervi>. Acesso em: 29 maio 2016. TRIOLA, Mário F. Introdução à Estatística: Atualização da Tecnologia. 11.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.