Com `exportação` de plataforma, balança tem maior

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Ano 1 | Número 15 | Segunda, 15 de junho de 2015
G1
Com 'exportação' de plataforma, balança
tem maior saldo desde 2011
Na última semana, superávit comercial somou US$ 1,97 bilhão, diz governo.
Plataforma de petróleo na verdade nunca saiu do país; operação é legal
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A balança comercial brasileira teve uma "ajuda" e começou o mês de junho com um superávit (exportações
menos importações) de US$ 1,97 bilhão. Esse valor, registrado na primeira semana deste mês, é o maior
resultado positivo semanal desde dezembro de 2011, quando houve superávit de US$ 2,94 bilhões nos
últimos sete dias do mês, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC).
O forte saldo comercial positivo registrado na semana passada foi obtido somente com a "exportação" de uma
plataforma de petróleo, no valor US$ 690 milhões, confirmou o governo federal. Neste tipo de operação, que
já foi realizada em anos anteriores, a plataforma não chegou, porém, a sair do Brasil.
Ela foi comprada de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois "internalizada" no Brasil
como se estivesse sendo "alugada", mesmo sem deixar o país fisicamente. Esse expediente – que é legal e está
de acordo com as regras internacionais – permite às empresas do setor recolherem menos tributos. O processo
é chamado de "exportação ficta".
Exportações e importações em junho
De acordo com o governo, as vendas ao exterior somaram US$ 4,66 bilhões na primeira semana deste mês
(com a ajuda da plataforma de petróleo), e, com isso, tiveram uma alta de 13,9% sobre junho de 2014. Nesta
comparação, as subiram as vendas de produtos manufaturados (+50,6%) e semimanufaturados (+10,8%), ao
mesmo tempo em que as exportações de básicos recuaram 7,8%.
As importações, por sua vez, tiveram uma queda de 25,9% na primeira semana de junho frente ao mesmo
período de 2014, para US$ 2,68 bilhões. Nessa comparação, recuaram os gastos, principalmente, com
combustíveis e lubrificantes (-48,7%), farmacêuticos (-30,8%), adubos e fertilizantes (-30,6%), aparelhos
eletroeletrônicos (-19,1%) e químicos orgânicos e inorgânicos (-17,3%).
Acumulado do ano
Com o bom resultado do início de junho, o saldo da balança comercial, que estava no vermelho em US$ 2,3
bilhões até o final de maio, quase voltou ao azul. Na parcial deste ano, até 7 de junho, o saldo negativo somou
US$ 329 milhões.
Apesar de a balança ainda estar no vermelho em 2015, com mais importações do que vendas externas, houve
boa melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit das transações comerciais do Brasil
somou US$ 4,13 bilhões.
Na parcial de 2015, as exportações somaram US$ 79,36 bilhões, com média diária de US$ 755 milhões
(queda de 15,2% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 79,69
bilhões, ou US$ 759 milhões por dia útil, uma queda de 18,4% em relação ao mesmo período de 2014.
Resultado de 2014
Em 2014, a balança comercial brasileira teve déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$
3,93 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 1998, quando houve saldo negativo de US$ 6,62
bilhões. Também foi o primeiro déficit comercial desde o ano 2000, quando as compras do exterior ficaram
US$ 731 milhões acima das exportações.
De acordo com o governo, a piora do resultado comercial no ano passado aconteceu, principalmente, por
conta da queda no preço das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de
ferro, petróleo e alimentos, por exemplo); pela crise econômica na Argentina – país que é um dos principais
compradores de produtos brasileiros – e pelos gastos do Brasil com importação de combustíveis.
Estimativas do mercado e do BC para 2015
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais
de 100 instituições financeiras na semana passada, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas
dos bancos é de um superávit de US$ 3,1 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 4 bilhões para 2015, com exportações
em US$ 210 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 206 bilhões.
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