é um espectáculo - Companhia de Teatro de Almada

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ÍNDICE
8
Festival Internacional de Teatro: a arte e a cultura numa dimensão universal
por Maria Emília Neto de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Almada
9 Uma obra colectiva
por Joaquim Benite, director do Festival de Almada
10 Homenagem 2007: Carmen Dolores
ESPECTÁCULOS
La estupidez | Rafael Spregelburd
Living Costa Brava | Criação colectiva | Marcel Tomàs
Uma peça de teatro | Erland Josephson | Solveig Nordlund
Concerto de Rabih Abou-Khalil | Letras de Jacinto Lucas Pires
História de amor (últimos capítulos) | Jean-Luc Lagarce | José Maria Vieira Mendes
Sizwe Banzi est mort | Athol Fugard, John Kani e Winston Ntshona | Peter Brook
Nada, ou o silêncio de Becket | João Paulo Seara Cardoso
Anathema | José Luis Peixoto | Encenação colectiva
Cabaret Molotov | João Paulo Seara Cardoso
Recital Fernando Lopes-Graça | Vários autores
Les paradis aveugles | Duong Thu Huong | Gilles Dao
Burgher King Lear |A partir de Shakespeare | João Garcia Miguel
Sete contra Tebas | Ésquilo | Diogo Dória
Maestra palabra | Nicolás Buenaventura Vidal
Gulliver | Segundo Jonathan Swift | Jaime Lorca
Romeu and Juliet | Mauro Bigonzetti e Fabrizio Plessi | Mauro Bigonzetti
O cerejal | Anton Tchecov | Rogério de Carvalho
Ifigeneia | Finn Iunker | Fredrik Hannestad
Los cuentos del espíritu | Nicolás Buenaventura Vidal
Romeu and Juliet | William Shakespeare | Oskaras Koršunovas
Marionetas de água do Vietname | Vuong Duy Bien | Ung Duy Thinh
A charrua e as estrelas | Sean O’Casey | Bernard Sobel
Cavaterra | André Braga e Cláudia Figueiredo | André Braga
ACTOS COMPLEMENTARES
Exposições de Artes Plásticas
Exposições Documentais
Encontros da Cerca
Colóquios | Debates | Leituras
Workshop
Cinema
Música na Esplanada
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24º festival de almada
Festival Internacional de Teatro:
A Arte e a Cultura numa Dimensão Universal
O
Festival Internacional de Teatro de Almada integra, há quase um quarto de século e ininterruptamente, o calendário das grandes iniciativas artísticas e culturais que se realizam
no nosso País, assumindo lugar cimeiro no âmbito das mais importantes realizações da Arte
milenar de representar a vida, os sentimentos e os anseios mais profundos dos homens.
É para nós, Almadenses, um privilégio e uma honra poder contribuir todos os anos, para
uma sempre renovada oportunidade de viver o Teatro numa dimensão verdadeiramente universal, reunindo nos palcos de Almada – mas também de outros lugares – um amplo leque de
experiências, vivências e formas de expressão oriundas dos cinco continentes da Terra, assim
procurando contribuir também para unir os Homens em laços de Amizade e Solidariedade.
O Festival Internacional de Teatro de Almada contribui com mestria, nesta sua vocação
universalista, para a concretização de um dos principais objectivos que prosseguimos desde há
três décadas em Almada: a construção de uma sociedade assente no conhecimento, na cultura, no saber, aberto e acessível a todos os cidadãos, assumindo-se no presente enquanto pilar
fundamental na prossecução do Desenvolvimento Sustentável e Solidário que os Almadenses
elegeram como objectivo estratégico, na primeira década do novo milénio.
A presença entre nós de mulheres e homens do Teatro com origens geográficas e culturais
tão distintas como a Argentina, Bélgica, Chile, Colômbia, Espanha, França, Itália, Lituânia, Noruega, Vietname e, naturalmente, Portugal - representando a mais alta qualidade do Teatro feito
nestas nações e por estes povos, e reflectindo diferentes sensibilidades artísticas, culturais e
estéticas através dos seus actores, autores e técnicos - é garantia de que esta nova edição do
Festival representará um novo êxito para o seu público fiel, e para todos quantos irão participar,
assistindo às 21 representações integradas no Programa.
A 24ª Edição do Festival Internacional de Teatro de Almada presta este ano homenagem
a uma grande e ilustre Senhora da Arte de Representar em Portugal, não apenas no Teatro mas
igualmente no Cinema e na Rádio, onde se deu a conhecer ao público português com apenas
12 anos de idade: Carmen Dolores. Uma justíssima homenagem a toda uma vida dedicada à
arte de representar, um dos nomes que a tornam grande e a enriquecem. A devida homenagem, e o profundo reconhecimento, à vida e carreira desta grande actriz portuguesa, acontece
na nossa terra, o que muito honra Almada e os almadenses.
A todos quantos dão corpo a esta grande Festa do Teatro, especialmente à Companhia de
Teatro de Almada, e em particular ao Joaquim Benite, seu director de sempre, pelo permanente
trabalho de promoção, divulgação e valorização cultural e artística que muito tem prestigiado o
nosso Município; aos actores, encenadores, coreógrafos e técnicos; às Companhias de Teatro
portuguesas e estrangeiras; e ao público deste Festival, a todos dirijo as mais calorosas saudações pelo contributo que sabem e querem dar à promoção da cultura e do teatro.
O mais vivo aplauso e agradecimento do nosso Município pelo que nos têm dado, ajudando a construir e fortalecer o projecto autárquico de Almada “Cidade Educadora, da Cultura e
do Conhecimento”.
Bem hajam. Viva o Teatro.
A Presidente da Câmara Municipal de Almada
Maria Emília Neto de Sousa
24º festival de almada uma obra colectiva
N
a sua 24ª edição, apesar das dificuldades dos contextos em que lhe tem sido possível
sobreviver (e da própria marca genética particular, o que também, e muito, conta) o
Festival de Almada apresenta uma programação que pode considerar-se de qualidade
excepcional.
O conjunto de espectáculos que em 2007 se oferece ao público, na diversidade das
respectivas propostas, traduz uma visão a um tempo alargada e profunda do estado actual
do teatro e das diferentes formas de questionamento do Mundo em que ele se situa e com
o qual se confronta. Mas é o resultado, também, por outro lado, de uma rara confluência de
valores estéticos, sem os quais a intervenção artística não pode atingir verdadeiramente a
desejada funcionalidade social.
Muitas das realizações deste ano abordam o problema da relação entre o indivíduo
e o colectivo. Uma sociedade feliz não pode existir sem indivíduos felizes. Mas pode um
indivíduo ser feliz no seio da infelicidade geral? Esta é a questão. Em termos de tragédia ou
de comédia, a partir da seiva inesgotável de Ésquilo, Eurípides, Shakespeare ou Tchecov, das
sibilinas e impiedosas reflexões de Swift, ou com o recurso a novas linguagens, inovadoras
das estruturas narrativas, e até ao texto que a técnica do clown escreve sem palavras, o
que, no teatro que este ano vamos ver, todos os artistas procuram é ajudar-nos a reflectir
sobre esta questão central. O indivíduo, como a personagem de Sizwe Banzi est mort que, no
contexto do apartheid e das townships, pergunta “O que é que se passa com este mundo de
merda? O que é que querem de mim? O que é que eu tenho de mal?”, está, numa sociedade
ironicamente construída com o pretexto dos seus direitos legítimos, isolado e confuso.
O teatro, bem entendido, não nos dá as respostas de que precisaríamos. Mas faz-­nos reflectir. A liberdade, que é a própria natureza do teatro, convoca-nos à celebração do
pensamento e à inquietude.
Durante quinze dias, correndo de espectáculo para espectáculo, participando em
colóquios, convivendo com diversas expressões artísticas que consubstanciam o desejo do
homem de se elevar acima de um destino linear e banal, partilharemos a experiência, que
todos os anos se renova, da festa da reflexão, do inultrapassável prazer do encontro com os
outros no quadro da vivência artística.
Creio que tem sido visível o esforço desenvolvido em cada ano (já estamos quase a
alcançar o quarto de século) para atingir sucessivos objectivos, como um comboio que tendo
percorrido quilómetros de vias tivesse sempre mais uma estação a que chegar. Este esforço
foi sendo partilhado, ao longo desta aventura, por um número cada vez maior de pessoas.
O Festival de Almada, pode dizer-se, é, hoje, uma obra colectiva. Os parceiros com quem
temos vindo a trabalhar, os artistas, as companhias, os estudiosos, o público que fielmente
acompanha o Festival, todos os que, em Portugal e no Estrangeiro (onde conquistámos
muitos Amigos), reflectem connosco, nos aconselham e nos ajudam, fazem parte do Festival,
participam na sua organização. Almada tornou-se, em Portugal e lá fora, uma marca: de
diálogo, de cooperação, de tolerância e respeito pelos outros — de fraternidade, em suma.
Esta é uma das mais belas consequências destes quase 25 anos.
Joaquim Benite
Director do Festival de Almada
24º festival de almada
A
primeira peça que representou chamava-se A mensageira dos deuses, o primeiro filme
que interpretou foi Amor de Perdição, ambos em 1943, e dirigidos por dois irmãos que
marcaram o teatro e o cinema portugueses do século passado: Francisco Ribeiro e António
Lopes Ribeiro. Há sessenta e quatro anos que Carmen Dolores é uma das personalidades
destacadas da vida artística portuguesa, e esse facto justifica que seja a personalidade
homenageada na edição deste ano do Festival de Almada.
Carmen Dolores, que nasceu em Lisboa em 1924, atravessa a vida teatral portuguesa
na segunda metade do século XX ligando o seu nome a alguns dos momentos mais
marcantes da história do teatro e do cinema portugueses. A sua peça de estreia, da autoria
de Jean Giraudoux, aconteceu na companhia Comediantes de Lisboa, pela mão de mestre
Francisco Ribeiro (Ribeirinho); depois, esteve oito temporadas no Teatro Nacional D. Maria II
(companhia Rey Colaço-Robles Monteiro), seguindo-se o Teatro Estúdio do Salitre, dirigido por
Gino Saviotti, e o Teatro Nacional Popular, onde voltou a trabalhar com Ribeirinho.
No início dos anos sessenta, Carmen Dolores, com outros seus companheiros de
profissão (de que é justo destacar Armando Cortez, Rogério Paulo e Fernando Gusmão),
fundou o Teatro Moderno de Lisboa – um dos projectos teatrais mais estimulantes da história
do teatro português, e que pode ser considerado como precursor, dez anos antes, dos grupos
de teatro independentes.
Este projecto durou cinco anos, e extinguiu-se face às dificuldades e entraves continua
e insistentemente erguidos pela Censura. Até à queda da ditadura em 1974, Carmen Dolores
trabalhou, sobretudo, na Casa da Comédia.
Depois do 25 de Abril, Carmen Dolores participou na peça de inauguração do Teatro
Aberto (O círculo de giz, de Brecht), em produções do Teatro Experimental de Cascais e do
Teatro Nacional D. Maria II, e no novo Teatro Aberto onde, em 2005, fez o que é, até agora, o
seu último trabalho como actriz – Copenhaga. Na última representação desta peça, Carmen
Dolores foi condecorada, em cena, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com
o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
São inúmeros os autores que representou, os encenadores e realizadores com quem
trabalhou, as criações teatrais, e produções cinematográficas e televisivas a que ligou o seu
nome de intérprete de qualidade excepcional. Representou Giraudoux, Marcel Achard, Tolstoi,
Shakespeare, D. João da Câmara, Anouilh, Romeu Correia, Gil Vicente, Alejandro Casona, Luís
Francisco Rebello, Molière, José Cardoso Pires, Adamov, Lorca, Tennessee Williams, Ibsen,
Tchekov, Garrett, Pirandello, António Patrício, Strindberg, Brecht, Weingarten, Durenmatt,
Alves Redol. Foi dirigida por encenadores como Ribeirinho, Amélia Rey Colaço, Robles
Monteiro, Pedro Lemos, Maria Matos, Palmira Bastos, Fernando Gusmão, António Pedro,
Paulo Renato, Rogério Paulo, Jorge Listopad, Carlos Avillez, Mário Viegas, João Lourenço e
Diogo Infante, e por realizadores como António Lopes Ribeiro, Jorge Brum do Canto, Arthur
Duarte, António Macedo e José Fonseca e Costa.
Esta trajectória artística é suficientemente rica e diversificada para que Carmen Dolores
seja uma das personalidades marcantes da vida teatral portuguesa dos últimos sessenta
anos, e justifica amplamente a homenagem que o Festival de Almada lhe decidiu prestar
neste ano de 2007. Mas Carmen Dolores deve também ser celebrada porque foi uma das
impulsionadoras de uma obra ímpar na vida nacional – a Casa do Artista. De facto, a nossa
homenageada deste ano juntou o seu nome, e o seu esforço, dedicação e empenhamento,
àqueles que – como Raul Solnado e Armando Cortez – transformaram em espaço físico
concreto uma ideia de solidariedade empenhada.
24º festival de almada 10
Carmen Dolores em Virginia, de Edna O’Brien, enc. de Carlos Avilez,
1985, Teatro Experimental de Cascais (foto de Pedro Soares).
Homenagem 2007:
Carmen dolores
ESPECTÁCULOS
teatro
la estupidez
A estupidez
Texto e encenação de RAFAEL SPREGELBURD
El Patrón Vázquez
Buenos Aires
(argentina)
Co-apresentação: Teatro Nacional D. Maria II / Festival de Almada
A
estupidez sonda os limites do conceito de argumento: a cadeia causal
das cenas é tão complexa que estas se
tornam inexplicáveis. Nas estradas poeirentas de Las Vegas, deparamo-nos com
um cientista que descobriu a fórmula do
Apocalipse e se recusa a revelá-la; dois
peritos em Arte que assassinam uma
deficiente com um candeeiro; um casal
de polícias que vive um dilema amoroso,
que passa pela compra de uns ténis Nike
e o roubo de meio milhão de dólares; um
empresário japonês que persegue um
quadro que pertencia à sua família; etc.
Sobre Rafael Spregelburd, o diário La
Prensa salientou que “escreve obras que
são ‘monumentos’, ou que poderiam definir-se como ‘objectos de colecção’”.
A
companhia El patrón Vázquez foi
fundada em Buenos Aires em 1994,
pelo duo de actores, dramaturgos e
encenadores Andrea Garrote e Rafael
Spregelburd, com o objectivo de reflectir
sobre linguagens dramáticas, inovar as
estruturas narrativas dramáticas, e procurar uma encenação que privilegiasse
o actor como ponto de partida para entender o teatro contemporâneo.
A estupidez, escrita a pedido do Teatro Nacional de Hamburgo, já teve uma
versão alemã na Schaubühne de Berlim e
uma inglesa no National Theatre de Londres. Esta produção realizou uma larga digressão na Europa e na América Latina e
recebeu mais de uma vintena de prémios,
entre os quais o Prémio Tirso de Molina,
em Espanha, o Prémio Maria Guerrero
para melhor dramaturgia, e o Prémio Trinidad Guevara para melhor actor.
24º festival de almada 12
Intépretes
Cenografia
Figurinos
Luz
Música
Fotografia
Assistência de
encenação
Língua
Duração
Escola D. António
da Costa
Hector Díaz
Andrea Garrote
Mónica Raiola
Rafael Spregelburd
Alberto Suárez
Óscar Carballo
Julieta Alvarez
Diego Angeleri
Nicolás Varchausky
Patricia Di Pietro
Juan Pablo Gómez
espanhol, legendado
em português
3h00, com intervalo
Palco Grande
(Almada)
21h30Qua
4
teatro
living costa brava
Criação colectiva de cascai teatre
Encenação de marcel tomàs
Cascai Teatre
girona
(espanha)
L
iving Costa Brava é um espectáculo
de humor que foge ao cliché turístico e se inspira naquelas personagens
da Costa Brava que ao longo dos anos
foram submetidas a algumas rotinas e
costumes que as levaram a desenvolver um universo muito particular. Estas
personagens são o motor do espectáculo, que assenta no trabalho gestual do
clown contemporâneo, que já não usa o
nariz vermelho e que perdeu as roupas
coloridas. Esta personagem foi humanizada e integrada na nossa sociedade:
qualquer um dos protagonistas desta
comédia poderia ser o nosso vizinho
do lado, um conhecido, ou um parente
afastado. Estamos perante personagens obsessivas e primárias, mas que
nos são próximas.
Living Costa Brava, o quinto espectáculo da companhia catalã Cascai Teatre, estreou-se em 2005 em Girona, e
desde aí tem realizado uma digressão
em Espanha e França que obteve um
enorme êxito junto do público e da crítica: “Em resumo: humor sem vulgaridade, humor inteligente. Um espectáculo
que merece ser visto e aplaudido” (in
Notícias Teatrales de Madrid); “Marcel
Tomàs é um excelente actor, com uma
expressão verbal e (sobretudo) gestual excepcionais. O espectáculo tem
momentos geniais, com uma composição cénica original, atractiva e ágil” (in
Diari de Mallorca); “Rimo-nos de tudo:
tanto das situações como dos efeitos
especiais. É um verdadeiro momento
de descompressão, tão benéfico como
uma cura de rejuvenescimento” (in
L’Indenpendant).
Intérpretes
Figurinos
Som
Carles Amalrich
Marcel Tomàs
David Estany
Susanna Lloret
Jean Pierre Belmondo
Albert Mosoll
Duração
1h20
Escola D. António
da Costa
Palco Grande
(Almada)
22h00Qui
5
13 24º festival de almada
teatro
uma peça de teatro
de erland josephson
Encenação de Solveig Nordlund
criação no festival
Companhia de Teatro de Almada
e âmbar Filmes
almada (portugal)
Com o apoio da Embaixada da Suécia
U
ma peça de teatro passa-se no camarim de Leo, um velho actor que
vê a sua carreira aproximar-se do fim.
Vânia, a directora do teatro, oferece-lhe o
papel de Rosencrantz em Hamlet, oferta
que ele considera humilhante, mas que
acaba por aceitar. Só que Leo virá a ser
substituído por um actor mais jovem.
Esta é uma peça sobre o teatro e a
profissão de actor, cheia de reflexões sobre a arte de representar. Uma peça cheia
de ironia e sarcasmo, onde paira a tragédia do envelhecimento, do esquecimento,
do sair definitivo de cena, a aproximação
da morte. Tudo impregnado de um amor
profundo ao teatro e à vida.
Solveig Nordlund
Erland Josephson
E
rland Josephson nasceu em Estocolmo em 1923 e em 1956 entrou
para o Royal Drama Theater de Estocolmo, do qual foi director artístico. Sob a
sua direcção, esta companhia realizou
várias digressões por toda a Europa. Enquanto actor Josephson participou em
espectáculos de Peter Brook, e em filmes de Ingmar Bergman (de quem tem
sido colaborador e amigo nos últimos
cinquenta anos), Istvan Szabo, Andrej
Tarkovskij, Liliana Cavani e Theo Angelopoulos. Para além da sua actividade
como actor, Josephson é também poeta, dramaturgo e realizador de cinema.
Durante vários períodos de tempo foi
Presidente do Drama Institute, da Swedish Theater Association e da Swedish
Actor’s Association.
24º festival de almada 14
Intérpretes
Tradução
Cenografia e figurinos
Luz
Língua
Duração
Teatro Municipal
de Almada
Rogério Vieira
Teresa Gafeira
Nuno Nunes
Solveig Nordlund
Joana Frazão
Ana Paula Rocha
Acácio de Almeida
português
1h00
Sala Experimental
(Almada)
19h00Qui 5
19h00Sex 6
17h00Sáb 7
16h00 Dom 8
19h00Ter 10
19h00Qua 11
19h00Qui 12
19h00Sex 13
17h00Sáb 14
16h00 Dom 15
19h00Seg 16
música
concerto de
rabih abou-khalil
criação no festival
Letras de jacinto lucas pires
Teatro Nacional de S. João
porto
(portugal)
Co-apresentação: São Luiz – Teatro Municipal / Festival de Almada
D
as sessões de trabalho entre Rabih Abou-Khalil, músicos da sua
banda e os fadistas Ricardo Ribeiro e
Tânia Oleiro, resultou um número de
songs, com as letras que Jacinto Lucas
Pires escrevera para um espectáculo de
cruzamento com o Fado. A sofisticação
do canto destes nossos artistas conduziu o músico libanês a um território que
se autonomiza a olhos vistos e que passa a excluir a presença convencional do
Fado.
Rabih Abou-Khalil
Não teria sido necessário que a
guerra civil tivesse obrigado Rabih Abou-Khalil a trocar o Líbano pela Alemanha,
em 1978, para que ele se tornasse num
compositor e intérprete musicalmente poliglota e multicultural. Beirute era já uma
cidade cosmopolita, onde se ouvia jazz,
rock e um pouco de tudo o que, no resto
do Mundo, ia surgindo. Foi no entanto em
Munique que Rabih se entregou ao estudo da flauta transversal e da composição
clássica europeia/ocidental.
Na sua vasta discografia existe um
traço comum: a elasticidade formal que
convida os solistas à improvisação, e à
partilha de identidades musicais. Glenn
Moore, Charlie Mariano, Jakob Wertheim, Michael Riessler ou a World Music
Orchestra foram alguns desses “partners
in crime” que Rabih escolheu para continuar hoje aquilo que fazia em jovem no
Líbano quando, entre duas aulas de oud,
se emocionava com a música de Thelonious Monk ou dos Rolling Stones.
Intérpretes
Músicos
Língua
Duração
São Luiz Teatro Municipal
Ricardo Ribeiro
Tânia Oleiro
Rabih Abou-Khalil
Jarrod Cagwin
Michel Godard
Luciano Biondini
português
1h30
Sala Principal
(Lisboa)
21h00Qui
21h00Sex
5
6
15 24º festival de almada
teatro
história de amor
(últimos capítulos)
criação no festival
de Jean-Luc Lagarce
Encenação de José Maria vieira mendes
Artistas Unidos
lisboa
(portugal)
Co-apresentação: Instituto Franco-Português / Festival de Almada
U
m homem escreveu uma peça.
Um outro homem e uma mulher aparecem e vão ler o texto. Talvez venham a
representar o texto, são actores. Ou apenas o descobrem como se descobre o texto de um amigo. Aquilo que conta a peça
escrita pelo primeiro homem é a recordação, pedaços da vida que foi a deles,
quando eram mais novos. Aquilo que conta a peça que eles descobrem é a versão
do primeiro homem do que foi a história
de amor que viveram e de como ela se
desfez. É a ficção que ele construiu.
O segundo homem e a mulher trazem os seus comentários – ou as suas
recordações. História de amor é o ensaio, a recordação e a construção de
uma história.
Jean-Luc Lagarce
Jean-Luc Lagarce
J
ean-Luc Lagarce nasceu em Héricourt, França, em 1956. No final dos
anos 70 cria o Théâtre de la Roulotte,
onde apresenta os seus primeiros textos.
No final dos anos 80 o seu teatro começa a interessar Paris, e na década de 90
as suas peças são dirigidas por encenadores como Joël Jouanneau, Jean-Pierre
Vincent, Alain Fromager, François Berreur, Philippe Delaigue, Philippe Sireuil
e Stanislas Nordey. A apresentação da
sua peça Estava em casa e esperava
que a chuva viesse, em 1998, no Teatro
do Noroeste, em Viana do Castelo, numa
encenação de José Martins, marca a sua
estreia em Portugal. Jean-Luc Lagarce
morreu em 1995, apenas com 39 anos.
24º festival de almada 16
Intérpretes
Tradução
Cenografia
e Figurinos
Som
Língua
Duração
Instituto
Franco-Português
Paulo Pinto
Pedro Lacerda
Sylvie Rocha
Alexandra Moreira da Silva
Rita Lopes Alves
André Pires
português
1h20
Auditório
(Lisboa)
21h00Qui
21h00Sex
19h00Sáb
21h00Seg
19h00Ter
19h00Qua
21h00Qui
21h00Sex
21h00Seg
19h00Ter
5
6
7
9
10
11
12
13
16
17
teatro
sizwe banzi est mort
Sizwe Banzi Morreu
de athol fugard, john kani e winston ntshona
Encenação de peter brook
Centre International de Créations Théâtrales
Théâtre des Bouffes du Nord
Paris (França)
F
oi em New Brighton, uma township perto de Port Elisabeth (África do Sul), que
nasceu Sizwe Banzi morreu. Athol Fugard já tinha montado várias peças com
a sua companhia de actores negros, quando se lhes juntaram mais dois actores:
John Kani e Winston Ntshona, com quem Fugard criou esta peça em conjunto.
Nessa altura Athol Fugard escreveu o seguinte: “O campo mais estimulante
e mais rico para o desenvolvimento do nosso teatro situa-se nas townships das
nossas cidades, onde florescem talentos e onde existem uma autenticidade e uma
vitalidade verdadeiramente excepcionais, nunca vistas até hoje”. Esta declaração
foi recebida, como pode imaginar-se, com bastante cepticismo. Mas o passar do
tempo acabou por demonstrar até que ponto Fugard tinha razão. “Será que um homem negro pode nunca vir a ter problemas?”, pergunta Sizwe ao seu amigo Buntu,
acabando por concluir: “Impossível! O nosso problema é a nossa pele!”.
O teatro das townships
U
m verdadeiro momento de teatro só pode ocorrer nesse exacto momento
– não ontem nem amanhã. O público está sempre presente. Este aspecto
funcional distingue o teatro das outras formas de arte. O teatro das townships da
África do Sul é um exemplo precioso daquilo que o imediato pode trazer ao teatro.
Este teatro nasceu da vida nas ruas, nas cidades que não são como as outras, nas
townships, esses guetos do apartheid. Este teatro tem uma natureza bem específica: aquilo que nos vem do passado toca-nos ainda hoje em dia, dada a exactidão
da sua irrisão magnífica, e bastante premonitória.
Peter Brook
uma peça premonitória
O
teatro de Fugard encontra-se historicamente ligado ao período do apartheid
na África do Sul. Trata-se de um teatro da necessidade, escrito e representado
de forma a permitir ao espectador reapropriar-se da sua própria vida; um teatro do
ridículo e do riso, um riso cruel, que lute contra a crueldade da vida corrente, fora
dos muros do teatro. Através da procura que Sizwe Banzi, a personagem principal,
leva a cabo para ficar com “os papéis em ordem”, os autores descrevem a violência
do sistema inumano do apartheid, tornando-o ridículo e fútil, e anunciando de forma premonitória a sua queda. “O que é que se passa com este Mundo de merda?
O que é que querem de mim? O que é que eu tenho de mal?”: quantos Sizwe Banzi
não se põem hoje em dia estas perguntas?
Jean-François Perrier
17 24º festival de almada
Peter Brook
P
eter Brook, um dos maiores encenadores do Mundo, tem-se distinguido em diferentes áreas artísticas, tais como o teatro,
a ópera, o cinema e a escrita.
Encenou textos de Shakespeare para a
Royal Shakespeare Company, e posteriormente fundou em Paris o Centre International de
Créations Théâtrales. As suas criações têm
obtido uma grande repercussão internacional. Entre os seus espectáculos mais célebres
contam-se: Marat/Sade, Timon d’Athènes, Ubu
aux Bouffes, La conférence des oiseaux, La
cerisaie, Le Mahabharata, La tempête, Je suis
un phénomène (apresentado no XV Festival de
Almada), La tragédie d’Hamlet, L’homme qui
prenait sa femme pour un chapeaux, etc. Tem
dirigido várias óperas, nomeadamente no Convent Garden de Londres, no Métropolitan de
Nova Iorque, no Théâtre des Bouffes du Nord,
e no festival de Aix-en-Provence.
Os seus livros mais significativos são L’espace vide, Point de suspension, Le diable c’est
l’ennui, Avec Shakespeare e, recentemente,
Oublier le temps. No cinema, realizou os filmes :
Sa Majesté des mouches, Marat Sade, Le Roi
Lear, Moderato cantabile, Le Mahabharata e
Rencontres avec des hommes remarquables.
Athol Fugard
N
asceu em 1932 na África do Sul. Depois
dos estudos secundários entrou na Universidade de Cape Town, acabando por abandonar
o curso e lançar-se em várias viagens à volta do
Mundo, a trabalhar em navios cargueiros.
De regresso a Joanesburgo emprega-se
como funcionário de um tribunal, onde contacta
com as injustiças do apartheid e com as dificuldades das populações negras sob este regime.
A partir desta altura funda uma companhia
de actores negros (entre os quais John Kani
24º festival de almada 18
e Winston Ntshona) e monta várias peças de
cariz político, que lhe custaram várias represálias por parte do Governo, como a confiscação
do passaporte. As primeiras peças de Fugard
eram apresentadas nas áreas em que viviam
as populações negras, normalmente num pequeno adro de igreja ou um centro social, e
o público era constituído por trabalhadores
migrantes pobres e pelas pessoas que viviam
nas townships.
Entre as principais peças de Fugard
encontram-se Blood knot, The island, Statments after an arrest under the Immorality
act, Boesman and Lena e My children! My
Africa!. Em 2006 o filme Tsotoi, baseado no
seu romance com este nome, venceu o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro.
Intérpretes
Adaptação Francesa
Elementos Cénicos
Luz
Produção
Agradecimentos
Língua
Duração
Teatro Municipal
de Almada
Habib Dembélé
Pitcho Womba Konga
Marie-Hélène Estienne
Abdou Ouologuem
Philippe Vialatte
Marko Rankov
Peter Sacks
francês (legendado
em português)
1h10
Sala Principal
(Almada)
21h30Sex
21h30Sáb
19h30 Dom
21h30Seg
6
7
8
9
teatro
nada, ou o silêncio de beckett
Texto e encenação de joão paulo seara cardoso
Teatro de Marionetas do Porto
porto
(portugal)
espectáculo de honra 2007
C
riado a partir do universo beckettiano, Nada ou o silêncio de Beckett é como um sonho difuso em que
vagueiam personagens como Winnies,
Didis e Gogos, bem como toda uma galeria de homens e mulheres impregnados
de um silêncio vazio. Têm em comum
um objectivo: fazer-nos sentir, através
da poesia, que um mundo mais luminoso é possível.
Nada, ou o silêncio de Beckett é o
Espectáculo de Honra desta edição do
Festival, uma vez que A mata, pelos Artistas Unidos, que foi em 2006 o espectáculo mais votado pelo público, não
pode realizar-se este ano.
João Paulo Seara Cardoso
J
oão Paulo Seara Cardoso tem formação nos domínios da animação
sócio-cultural, do teatro e do teatro de
marionetas, tendo frequentado os cursos do Institut International de la Marionnette, em França. Trabalhou com João
Coimbra, Marcel Violette, Jim Henson e
Lopez Barrantes.
Em 1982 iniciou o estudo e divulgação do Teatro Dom Roberto – fantoches tradicionais portugueses, que já
efectuou cerca de 1.500 representações. É fundador e director artístico do
Teatro de Marionetas do Porto, tendo
já dirigido várias encenações com esta
companhia.
Intérpretes
Cenografia
Marionetas e figurinos
Música
Luz
Produção
Pintura de marionetas
Op. de luz e som
Ass. de produção
Sec. de produção
Dir. de montagem
Const. do cenário
Confecção de figurinos
Colaboração
Fotografia de cena
Ilustração
Língua
Duração
Escola D. António
da Costa
Edgard Fernandes
Sara Henriques
Sérgio Rolo
João Paulo
Seara Cardoso
Júlio Vanzeler
Roberto Neulichedl
António Real
Mário Moutinho
Emília Sousa
Rui Pedro Rodrigues
Paula Anabela Silva
Sofia Carvalho
Igor Gandra
Abílio Silva
Filipe Garcia
Vítor Silva
Branca Elíseo
Patrícia Falcão
Isabel Leite da Silva
Henrique Delgado
Júlio Vanzeler
português
1h00
Palco Grande
(Almada)
22h00Sáb
7
19 24º festival de almada
teatro
anathema
Anátema
de José Luís Peixoto
Encenação de Jolente de Keersmaeker
Tiago Rodrigues e Thomas Walgrave
tg STAN
antuérpia
(bélgica)
Co-apresentação: Culturgest / Festival de Almada
J
osé Luís Peixoto publicou o seu
primeiro romance, Nenhum olhar,
em 2002, e no ano seguinte ganhou o
prémio José Saramago. É considerado
um dos mais importantes jovens autores europeus. O grupo STAN convidou
este autor a escrever Anátema, o seu
primeiro texto dramático, para Jolente
De Keersmaeker e Tiago Rodrigues, que
tem colaborado frequentemente com
esta companhia. Para este texto, ao contrário de Nenhum olhar, não foi às narrativas da infância que o autor foi buscar o
tema. O objecto da peça é a questão do
terrorismo, do medo e da violência. Até
onde se pode ir em defesa de um ideal?
Que meios podem ser postos ao serviço
de uma causa? Como responder à violência que é exercida sobre nós? São
perguntas como estas que motivam os
criadores deste espectáculo.
tg STAN
A
companhia belga tg STAN foi fundada por Jolente De Keersmaeker,
Damiaan De Schrijver, Waas Gramser e
Frank Vercruyssen. “tg” quer dizer “toneelspelersgezelschap” (companhia de
actores) e “STAN” “Stop Thinking About
Names”. Com mais de dez anos de existência, a companhia tem como princípio
fundamental a respon­sabilidade do actor num contexto de criação colectiva.
No Festival de Almada os STAN apresentaram O inimigo público, de Ibsen,
em 1997, e Tudo está calmo, mestre, de
Thomas Bernhard, em 2003.
24º festival de almada 20
Co-produção Théâtre de la Bastille, Festival
de Outono de Paris.
Intérpretes
Tradução francesa
Cenografia
Figurinos
Luz e Imagem
Assistente para
a versão francesa
Agradecimentos
Língua
Duração
Culturgest
Jolente De Keersmaeker
Tiago Rodrigues
Carlos Batista
Jolente De Keersmaeker
Tiago Rodrigues
Thomas Walgrave
An D’Huys
Thomas Walgrave
Laurence d’Hondt
Martine Bom
Sien Van den Hoof
francês (legendado
em português)
1h15
Grande Auditório
(Lisboa)
21h30Sáb
21h30 Dom
21h30Ter
21h30Qua
7
8
10
11
teatro
cabaret molotov
Texto e encenação de joão paulo seara cardoso
Teatro de Marionetas do Porto
porto
(portugal)
E
streado a 7 de Dezembro do ano
passado no Convento de S. Bento
da Vitória, no Porto, Cabaret Molotov revelou-se imediatamente um êxito junto
do público e da crítica. Jorge Louraço
Figueira, crítico do Público, considerou
este espectáculo “ideal para encerrar
mais um ano de teatro no Porto, fazendo
uma revista sublime de todos os encantamentos teatrais da cidade” e Marta
Neves, do Jornal de Notícias, sublinhou
o “excelente trabalho de actores”.
Intérpretes
C
abaret Molotov é um espectáculo
que resulta de um trabalho de experimentação em que tentamos levar
o nosso modo de fazer teatro ao encontro de uma certa poética associada
ao circo. Também está presente nesta
criação uma aproximação ao teatro musical com marionetas, que teve grande
expressão na Europa nos meados do
século passado. Trata-se pois de um
cabaret melancólico que se inspira nas
nossas memórias, mas iluminado pela
nossa visão contemporânea do teatro e
do mundo.
Em Cabaret Molotov deambulam
coristas apaixonadas, trapezistas, clowns absurdos, músicos de sete instrumentos, homens-coelho, homens-bala,
ursos ciclistas, caniches cantores, dançarinos e bailarinas que dançam ao som
de valsas, tangos, polkas, tarantelas e
velhas canções de Kurt Weil. Terá o Cabaret Molotov existido, ou tudo não passará de um lugar inventado por Vladimir,
o Russo, para cenário do seu amor à trapezista Matrioska?
Teatro de Marionetas do Porto
Texto da corista
Cenografia
Marionetas
Figurinos
Coord. coreográfica
Luz
Produção
Op. de luz e som
Ass. de encenação
Ass. de produção
Montagem de Luz
Design gráfico
Fotografia de cena
Apoio
Língua
Duração
Escola D. António
da Costa
Edgard Fernandes
Sara Henriques
Sérgio Rolo
Shirley Resende
(instrumentista)
Pablo Neruda
João Paulo Seara Cardoso
Erika Takeda
Pedro Ribeiro
Isabel Barros
António Real
Rui Pedro Rodrigues
Sofia Carvalho
Rui Pedro Rodrigues
Pedro Ribeiro
Pedro Miguel Castro
Rui Maia
Daniel Marques
Paulo Barata
Orquestra Nacional
do Porto
português
1h15
Palco Grande
(Almada)
22h30 Dom
8
21 24º festival de almada
música
recital fernando lopes-graça
(canções Heróicas)
Música de fernando lopes-graça
lisboa
(portugal)
E
streado a 30 de Outubro do ano passado no Teatro Nacional de S. Carlos,
este Recital é composto pelas Canções
heróicas de Fernando Lopes-Graça, escritas a partir de poemas de José Terra, Arquimedes Silva Santos, José Gomes Ferreira, Afonso Duarte, Mário Cesariny de
Vasconcelos, Guerra Junqueiro, Sophia
de Mello Breyner Andresen, Miguel Torga, Louis Aragon, Enrique Amorín, Fiama
Hasse Pais Brandão, Armindo Rodrigues,
Joaquim Namorado, João José Cochofel,
e de poesia tradicional. Do Recital faz
também parte a leitura de poemas dos
mesmos poetas, e de Carlos de Oliveira,
Miguel Torga, Manuel da Fonseca, Álvaro
Feijó, Ruy Belo e Ramos Rosa.
J
untamente com João José Cochofel,
e “nas vésperas do grande frémito
nacional desencadeado pelo Movimento
de Unidade Democrática”, Fernando Lopes-Graça tinha tido a ideia de solicitar a
um grupo de poetas, associados ao movimento neo-realista do Novo Cancioneiro, pequenos versos de sabor e métrica
Vozes Luis Miguel Cintra
populares mas de óbvia intenção social e
Luísa Cruz
política. A música que os acompanharia
Duarte Guimarães
tentaria ser igualmente acessível e adeMário Redondo
quada ao seu carácter. Assim nasceram
Piano João Paulo Santos
estas Canções heróicas, não com o intuito
de constituírem obras para concerto mas
Língua português
Duração 1h00
sim “fornecer um esquema poético-musical, que se desenvolverá ou completará
consoante as necessidades ou os meios Fórum Romeu Correia Auditório Fernando
Lopes-Graça
de quem das canções se servir”. E esta
(Almada)
sua intenção não escapou aos dirigentes
da ditadura: o volume foi apreendido pela
polícia política por ordem da censura.
17h30 Dom 8
João Paulo Santos
24º festival de almada 22
teatro
les paradis aveugles
Os paraísos cegos
de duong thu huong
Encenação de Gilles Dao
Compagnie M-G Pessoa
paris
(França)
N
os anos oitenta uma mulher, Hàng,
vai de uma pequena cidade da Rússia a Moscovo, de comboio, para visitar
o seu tio Chinh, gravemente doente. Desta travessia nascerá uma outra, uma
viagem à sua infância, ao seu Vietname
natal, com os seus cheiros, as suas imagens, e a recordação constante do rosto
da sua mãe.
Surgem então as figuras que povoam
a história familiar da pequena Hàng: a
tia Tâm, o tio Chinh, o pai ausente, e
Quê, a sua mãe.
Gilles Dao e Duong Thu Huong
G
illes Dao formou-se com Didier
George Gabili, Ariane Mnouchkine,
Christian Benedetti e Maguy Marin. Em
1996 fundou a Compagnie M-G Pessoa,
cujos espectáculos tem dirigido. Esta
companhia dedica-se à divulgação de
autores contemporâneos, tais como Bernard-Marie Koltès, os brasileiros Nélson
Rodrigues e Plínio Marcos, Dear Loher,
Ingrid Mitterecker e Emmanuel Darley.
D
uong Thu Huong nasceu no Vietname em 1947 e desde cedo começou por levar uma vida junto do perigo:
aos quinze anos alistou-se para a frente de guerra contra os EUA. Autora de
uma quarentena de romances, obtém o
reconhecimento da crítica e do público
em 1985 com Au-delà des illusions. Os
romances seguintes, Vies égarées e Les
paradis aveugles consagraram-na como
uma das principais autoras vietnamitas
contemporâneas.
Intérpretes
Tradução francesa
Adaptação cénica
Cenografia
Figurinos
Criação de vídeo
Música
Língua
Duração
Fórum Romeu Correia
Marysa Commandeur
Juliette Croizat
Flor Lurienne
Nicolas Pirson
Aurélia Puchault
Phan Huy Duong
Philippe Malone
Gilles Dao
Christophe Ouvrard
Fabienne Desflèches
Rémy Rychter
Stéphane Oertli, em
colaboração com Jean-Christophe Potvin
francês (legendado em
português)
1h20
Auditório Fernando
Lopes-Graça
(Almada)
19h00Seg
9
23 24º festival de almada
teatro
Burgher King Lear
de joão garcia miguel, a partir de shakespeare
Encenação de joão garcia miguel
João Garcia Miguel
lisboa
(portugal)
T
raduzi e esquartejei o texto de
Shakespeare, criando uma versão
bilingue para dois actores: um australiano e um português. Trabalhei ao mínimo o que me pareceu substancial: a
história do pai e das suas três filhas! A
história de um homem que por um acaso dos homens é rei; a história de um
rei que se sente velho e quer voltar a ser
homem! A história de um homem que
pede às suas filhas que lhe digam qual
delas o ama mais! Em troca da sua confissão dar-lhes-á um terço do seu reino.
João Garcia Miguel
Co-produção e acolhimento Casa d’os Dias
da Água
Intérpretes
João Garcia Miguel
J
oão Garcia Miguel foi fundador do
grupo Canibalismo Cósmico, da Galeria Zé dos Bois, do grupo OLHO, e organiza o Festival X (evento multi-disciplinar).
Como actor destacou-se em À espera de
Godot, de Beckett, encenação de João
Fiadeiro, e A fuga, de Gao Xingjiang, encenação de Carlos Pimenta. Escreveu,
criou e encenou Especial nada (2003),
Ruínas (2005), A entrega (2006), a
partir de Strindberg, e A história de um
mentiroso (2006), a partir do Peer Gynt
de Ibsen. No ano passado participou no
Festival Fringe de Edimburgo com o espectáculo Especial nada.
Trad. e adaptação
Cenografia e Figurinos
Luz e Dir. Técnica
Caracterização
Produção executiva
Op. de luz e montagem
Ass. de produção
Vídeo
Música
Design gráfico
Web site
Agenciamento
internacional
Residência artística
Língua
Duração
Escola D. António
da Costa
Anton Skrzypiciel
Miguel Borges
João Garcia Miguel
Ana Luena
Mário Bessa
Jorge Bragada
Marta Vieira
Daniel Verdades
Ana Lamim
Jaime Gonçalves
Rui Lima
Sérgio Martins
Paulo Pires
Mantos
CAMPAI vzw Bruno
Heynderickx
Convento da Saudação,
Montemor-o-Novo
português
1h53
Palco grande
(Almada)
22h00Ter
24º festival de almada 24
10
teatro
SETE CONTRA TEBAS
de ÉSQUILO
Encenação de DIOGO DÓRIA
criação no festival
LISBOA
(portugal)
Co-apresentação: Culturgest / Festival de Almada
S
ete contra Tebas (467 a.C.) é a
única tragédia conhecida de uma
tetralogia de Ésquilo que incluía ainda
Laio, Édipo e o drama satírico A esfinge. Nesta peça do mais antigo dos
três tragediógrafos, a figura do herói
Etéocles ergue-se graças à força grave
e superior da sua conduta viril, sobre
um fundo de terror e medo. A tragédia
grega, mais do que uma acção, é aqui
a expressão de um sofrimento. Num
texto onde o confronto entre o herói e
os deuses é estruturalmente de uma
enorme clareza, Etéocles afirma a sua
liberdade, apesar da maldição que pesa
sobre a raça dos Labdácidas.
Para além da poesia do texto, o que
nos fica hoje de uma tragédia assim?
Diogo Dória
Intérpretes
Diogo Dória
D
iogo Dória estreou-se como actor
em 1975, tendo desde então trabalhado com encenadores como Osório
Mateus, Luis Miguel Cintra, Filipe La
Féria, José Luis Gómez, Solveig Nordlund, Carlos Fernando, Dominique Ducos, Miguel Guilherme e Bruno Bravo.
No cinema participou em filmes de João
Botelho, João Canijo, Jorge Silva Melo,
Raoul Ruiz, Wim Wenders e Manoel de
Oliveira. Dirigiu vários espectáculos,
nomeada­mente com textos de Samuel
Beckett, Nathalie Sarraute, Robert
Pinget e Almeida Faria.
Versão
Cenografia
Língua
Duração
Culturgest
Andreia Estrada
Beatriz Martins
Diogo Dória
Pedro Ribeiro
Raquel Matos
Sabina Delgado
Susana Madeira
Tânia Diniz
Manuel Resende
Elsa Bruxelas
português
1h30
Pequeno Auditório
(Lisboa)
21h30Ter 10
21h30Qua 11
21h30Qui 12
21h30Sex 13
21h30Sáb 14
17h00 Dom 15
25 24º festival de almada
teatro
maestra palabra
Palavra mestra
de nicolás buenaventura vidal
CAli
(colômbia)
Co-apresentação: Casa da América Latina / Festival de Almada
P
alavra mestra consiste numa antologia de contos sem uma estrutura
fixa. A selecção e a ordem dos relatos
não se anunciam previamente, e os
contos vão surgindo segundo os seus
desejos mais secretos. Chegam, apresentam-se e dizem: aqui estou eu, lembras-te de mim? Conta-me esta noite. O
contador converte-se no instrumento do
conto, no meio através do qual ambos
decidem tomar essa forma efémera e
compartilhada com outros prazeres exclusivamente humanos.
Nicolás Buenaventura Vidal
Nicolás Buenaventura Vidal
L
icenciado em Arte Dramática pela
Universidad del Valle, Colômbia, Nicolás Buenaventura Vidal provém de
uma família de artistas de várias gerações, sendo filho do escritor e encenador Enrique Buenaventura.
Realizador de cinema, guionista e
contador de histórias, Nicolás tem visto,
desde 1989, a sua obra ser distinguida
com vários prémios na Colômbia e na Europa. É autor dos livros Cuando el hombre
es su palabra (1996), Mitos de creación
op. 7 sonata en catorce movimientos
(1998), Amaranta porqué (1998), A contracuento (1999) e Cuando el hombre es
su palabra e otros cuentos (2002).
Nicolás Buenaventura Vidal já contou histórias nos cinco continentes, perante audiências de todas as idades.
Este ano participou no primeiro Encontro
Internacional de Narração Oral, organizado no TMA
24º festival de almada 26
Intéprete
Nicolás Buenaventura
Vidal
Língua
Duração
espanhol
1h00
Casa da América
Latina
(Lisboa)
22h00Qua
11
teatro
gulliver
de jaime lorca, segundo jonathan swift
Encenação de jaime lorca
Companhia Jaime Lorca
Santiago do chile
(Chile)
D
epois de dezoito anos de trabalho na
companhia chilena La Troppa (que no
Festival de Almada apresentou Viagem ao
Centro da Terra – Espectáculo de Honra em
1996 –, Pinóquio e Gémeos), Jaime Lorca
lança-se agora numa aventura cénica com
a sua própria companhia. Trabalhando a
partir da criação colectiva, reuniu o poeta
Pablo Jerez, a actriz Teresita Iacobelli e a
equipa criativa das duas últimas peças
dos La Troppa: Gémeos e Jesus Betz.
O engenhoso colectivo chileno inspirado por Jaime Lorca continua, com a
história de Gulliver, a pesquisa de uma
linguagem desenvolvida em torno da
poesia da imagem e da arte da prestidigitação cénica. Este é um teatro da
esfera do maravilhoso.
E
scolhi esta maravilhosa história de
Gulliver, o viajante, para criar, a partir dela, o labirinto imaginário percorrido
pelo nosso herói. Quais são as suas etapas? Quantas são? Quantas vezes será
preciso seguir os seus passos?
A viagem humana, o seu estudo e a
sua fiel representação são a minha bússola. E tendo Jonathan Swift como guia,
sinto-me optimista e seguro, assim como
Dante, creio, descendo às profundezas
do inferno acompanhado pelo sábio Virgílio – na devida proporção, claro. Swift
acrescenta algo de muito importante à
viagem humana: acentua o aspecto ético
e político de cada acto individual. O ser
humano nunca está só, mesmo quando
se isola. Somos um elo de uma cadeia,
numa espiral infinita. E cada acto individual condiciona o colectivo.
Jaime Lorca
Co-produção com Scène Nationale et du Bassin de Thau, Office Départemental d’Action
Culturelle du Calvados, La Rive Gauche Scène
Conventionnée de Saint Etienne du Rouvray,
Maison de la Culture de Nevers et de la Nièvre,
Le Carreau – Scène Nationale de Forbach,
Théâtre 71, Scène Nationale de Malakoff,
Théâtre de la Manufacture – Centre Dramatique National Nancy Lorraine
Com o apoio de ONDA (Office National de
Diffusion Artistique), Departamento Hérault
do Ministério Chileno dos Negócios Estrangeiros, e Centro Cultural Matucana 100 – Santiago do Chile
Intérpretes
Marionetistas
Texto
Cenografia
Figurinos
Luz
Música
Som
Marionetas
Ass. de encenação
Língua
Duração
Escola D. António
da Costa
Teresita Iacobelli
Jaime Lorca
Enrique Gómez
Alicia Quesnel
Pablo Jerez
David Coydan
Carlos Rivera
Maya Mora
Juana Cid
Tito Velásquez
Daniel Tijero
Robert Díaz
Zapallo de Troya
(Rivera-Coydán-GómezFernández)
Matías González
Teresita Iacobelli
espanhol
1h20
Palco Grande
(Almada)
22h00Qui
12
27 24º festival de almada
dança
romeo and juliet
Romeu e Julieta
Uma ideia de Mauro Bigonzetti e Fabrizio Plessi
Coreografia de Mauro Bigonzetti
Cenografia e figurinos de Fabrizio Plessi
Montagem musical a partir de Sergei Prokofiev
Fondazione Nazionale della Danza
Compagnia Aterballetto
reggio emilia (Itália)
Co-apresentação: Instituto Italiano de Cultura, São Luiz – Teatro Municipal e Festival de Almada
N
ão existe outra história que tenha
sido tão narrada e difundida como
a de Romeu e Julieta.
Hoje em dia este mito atravessa todas as possíveis categorias sociais do
Homem ocidental. Mais do que as personagens e o contexto, são os próprios
sentimentos que determinam a estrutura
principal desta tragédia, e que nos tocam
profundamente nas nossas sensibilidades
ocidentais.
Co-produção com Reggio Emilia Danza / Reggio Parma Festival, Theather im Pfalzbau Ludwigshafen e Marella Gruppo Max Mara. Com
o apoio de Kuopio Dance Festival (Finlândia)
e Lucent Danstheater / Holland Dance Events
(Holanda)
Intérpretes
Mauro Bigonzetti e fabrizio plessi
M
auro Bigonzetti diplomou-se na
Scuola del Teatro dell’Opera de
Roma. Coreografou o seu primeiro espectáculo no Aterballetto (Sei in movimento) em 1990. Seguem-se colaborações
com várias companhias internacionais:
English National Ballet, Deutsche Oper,
Ballet Teatro Argentino, Ballet da Cidade
de S. Paulo, Ballet Gulbenkian, New York
City Ballet, State Ballet de Ankara, etc. É
desde 1997 director artístico e principal
coreógrafo da Compagnia Aterballetto.
F
abrizio Plessi diplomou-se na Accademia delle Belle Arti de Veneza. Em
1972 a sua apresentação na Bienal de
Veneza inicia-o numa carreira que o levará aos principais museus do Mundo: o
Museo Español de Arte Contemporáneo, o
Museu Ludwi, o Palau Solleric, a Fundaciò
Joan Miro, o Louisiana Museum, etc. Em
1998 o Guggenheim de Nova Iorque organizou uma ampla retrospectiva das suas
vídeo-instalações mais significativas.
24º festival de almada 28
Luz
Consultoria musical
Technical gear
Broadcasted by
Duração
São Luiz Teatro Municipal
Alice Bellagamba
Adrien Boissonnet
Caterina Bonasia
Ina Broeckx
Vincenzo Capezzuto
Thibaut Cherradi
Macha Daudel
Dario Dinuzzi
Stefania Figliossi
Valerio Longo
Marco Magrino
Francesco Mariottini
Lisa Martini
Walter Matteini
Dejalmir Melo
Beatrice Mille
Kihako Narisawa
Bryna Pascoe
Francesca Peniguel
Giuseppe Spota
Carlo Cerri
Bruno Moretti
Dainese
3SAT/ZDF
1h30
Sala Principal
(Lisboa)
21h00Sex 13
21h00Sáb 14
teatro
o cerejal
de anton tchecov
Encenação de rogério de carvalho
Ensemble - Sociedade de Actores
porto
(portugal)
O
cerejal foi a última criação de Anton Tchecov estreada no Teatro de
Arte de Moscovo, pouco antes de o autor morrer. No fim do século XIX vivia-se
intensamente o progresso industrial e
assistia-se a mudanças económicas e
sociais profundas. Esta peça reflecte a
realidade dessa época e conta a história de uma família da aristocracia confrontada com uma crise financeira que
a faz perder a sua propriedade, onde
se encontrava um cerejal muito valioso.
Neste texto assistimos à passagem inexorável do Tempo, à máquina do Mundo
que não pára, e à nova ordem das coisas, à qual é preciso dar resposta.
Ensemble
Intérpretes
Ensemble – Sociedade de Actores
O
Ensemble é uma unidade de
produção e investigação teatral do
Porto. Lançado em 1996 por um grupo
de actores portuenses e professores das
escolas superiores de teatro, o projecto
obteve de imediato o reconhecimento
do Estado e das instituições culturais.
Para além das produções próprias,
o grupo trabalhou desde o início em
parceria com os Teatros Nacionais D.
Maria II e São João, o Rivoli – Teatro
Municipal e outras estruturas do Porto,
Lisboa e Viseu. Entre os espectáculos
mais marcantes deste grupo contam-se
Hamlet, dirigido por Ricardo Pais (em
co-produção com os teatros nacionais e
o CAEV) e A Tragédia de Coriolano, de
Shakespeare, dirigido por Jorge Silva
Melo, co­-produção com a Culturporto.
Tradução
Cenografia
Figurinos
Luz
Sonoplastia
Ass. de produção
Língua
Duração
Escola D. António
da Costa
Emília Silvestre
Jorge Pinto
Ivo Alexandre
Laura Barbeiro
Laurinda Chiungue
Bernardo de Almeida
Jorge Vasques
Miguel Sopas
Clara Nogueira
Isabel Queirós
Miguel Eloy
Alexandre Falcão
António Pescada
João Mendes Ribeiro
Bernardo Monteiro
Jorge Ribeiro
Francisco Leal
Liliana Caetano
português
2h30 com intervalo
Palco grande
(Almada)
22h00Sáb
14
29 24º festival de almada
teatro
ifigeneia
Ifigénia
de Finn Iunker
Encenação de fredrik hannestad
Verk Produksjoner
Oslo
(noruega)
Com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega
I
figénia é uma farsa política escrita a
partir de Ifigénia em Aulida, de Eurípides, uma peça na qual Agamemnon
sacrifica a filha em troca de vento, para
que os gregos possam navegar até Tróia.
O aspecto mais importante desta produção é a crítica da irracionalidade da
guerra, e a sua completa falta de sentido. Misturando o vaudeville com a representação épica, um grupo de clowns
trágicos reconstrói os acontecimentos
em Aulis, usando uma atmosfera trash
e satírica, com conotações políticas.
Co-produção Black Box Teater
Finn Iunker e Verk Produksjoner
F
inn Iunker é norueguês e vive em Bergen. Escreve para teatro desde 1994
e tem visto as suas peças serem produzidas por várias companhias europeias,
como a companhia belga STAN. Em 2004
a sua peça Alter Nativa foi apresentada
no Centro Cultural de Belém, numa produção dirigida por António Simão.
O
Intérpretes
Cenografia
Luz
Música
Dramaturgia
Assistência de vídeo
Fotos
Verk Produksjoner, criado em Oslo
em 1998, é um colectivo de actores
oriundos dos países nórdicos. A estética
deste grupo consiste na mistura do texto dramático com a dança e a música,
Língua
apoiando-se numa forte interacção com
Duração
a audiência. As suas produções pretendem questionar o teatro e o Mundo.
Este é um dos aspectos que marcam Fórum Romeu Correia
Ifigénia. Nesta produção evidenciou-se
especialmente a ridicularização que
Iunker faz de alguns dos grandes heróis
da literatura ocidental.
Anders Mossling
Saila Hyttinen
Hakon Mathias Vassvik
Thea Danielsen FjØrtoft
Solveig Laland Mohn
Per Platou
Signe Becker e Verk
Nora Hagen
Per Platou
Anders Paulin
Joachim Hamou
Solveig Laland Mohn
norueguês, legendado
em português
1h20
Auditório Fernando
Lopes-Graça
(Almada)
19h00Sáb
24º festival de almada 30
14
teatro
los cuentos del espíritu
Os contos do espírito
de nicolás buenaventura vidal
cali
(colômbia)
O
ponto de partida para um espectáculo é difícil de definir. Talvez
não haja um ponto de partida, mas
sim vários pontos de partida e um de
chegada. Trabalhamos a partir dos nossos medos, das nossas obsessões, do
Mundo em que vivemos, do país que
nos magoa… Se me perguntam quando
é que comecei a escrever Os contos do
espírito, teria de responder que desde
que comecei a fazer uso da razão, e que
os escrevi com toda a minha vida. Se
me perguntarem porquê, direi que não
tinha outra alternativa: alguém teria de
contar estes contos, e agora tocou-me
a mim.
Uma vez o meu pai, Enrique Buenaventura, dramaturgo e encenador, viu
este espectáculo e o seu comentário
foi: “É uma forma teatral cujo segredo
reside em resistir à tentação de representar”.
Creio que estas palavras definem a
busca estética em que se inscreve este
espectáculo.
Nicolás Buenaventura Vidal
Intérprete
Cenografia
Luz
Língua
Duração
Fórum Romeu Correia
Nicolás Buenaventura
Vidal
Meyby Ríos
María del Pilar López
espanhol
1h00
Auditório Fernando
Lopes-Graça
(Almada)
16h00 Dom 15
31 24º festival de almada
teatro
romeo and juliet Romeu e Julieta
de william shakespeare
Encenação de oskaras Koršunovas
Oskaras Koršunovas Theatre
Vilnius City Theatre
vilnius (lituânia)
Co-apresentação: Teatro Nacional D. Maria II / Festival de Almada
A
peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, é normalmente entendida
como uma celebração do amor romântico. Mas na realidade trata-se de um
drama social. O que me interessa nesta
tragédia é a forma como o amor pode
surgir e afirmar-se numa atmosfera de
ódio ou guerra, como em Verona. Nesta
produção, quis analisar a forma como o
ódio estabelece diferenças e se transforma num território comum.
O amor nega a diferença. Apenas o
amor pode mostrar que no fundo não existe um conflito entre os dois clãs. O amor
cria liberdade, e em liberdade não existem
oposições. Romeu e Julieta só encontram
a sua liberdade na morte. Ambos eram
filhos únicos. Quando morrem, as suas famílias morrem com eles. O sacrifício da liberdade arruína não só a liberdade criada
por estas crianças, mas também a tradição que os seus pais procuram proteger.
Oskaras Koršunovas
Oskaras Koršunovas
V
encedor do Prémio Europeu de Teatro
- Novas Tendências no ano passado,
Oskaras Koršunovas formou-se na Academia Musical de Vilnius e iniciou a sua
carreira no Teatro Nacional da Lituânia.
Em 1999 fundou o Oskaras Koršunovas
Theater, uma companhia independente
que se tornou no grupo mais importante
da Lituânia, apresentando várias criações
de grande qualidade, algumas das quais
co-produzidas com instituições como o
Festival de Avignon e o Goethe Institut.
24º festival de almada 32
Co-produção com Festival d’Avignon (França),
Hebbel Theatre (Alemanha), Arts and Ideas
(EUA), Theorem, Fundação Lituana para o
Apoio à Cultura e ao Desporto, Ministério da
Cultura da Lituânia
Intérpretes
Tradução para lituano
Cenografia
Luz
Figurinos
Movimento
Dramaturgia
Língua
Duração
Teatro Nacional
D. Maria II
Giedrius Savickas
Rasa Samuolyte
(ou Rasa Marazaite)
Dainius Kazlauskas
Tomas Zaibus
Dainius Gavenonis
Vaidotas Martinaitis
Dalia Micheleviciute
Egle Mikulionyte
Vesta Grabstaite
Remigijus Vilkaitis
Darius Gumauskas
Arunas Sakalauskas
Aleksys Churginas
Jurate Paulekaite
Eugenijus Sabaliauskas
Jolanta Rimkute
Vesta Grabstaite
Leonidas Donskis
lituano, legendado
em português
3h00, com intervalo
Sala Garrett
(Lisboa)
21h30Seg 16
21h30Ter 17
teatro
marionetas de água do vietname
Direcção de vuong duy bien
Coreografia de ung duy thinh
Teatro Nacional de Marionetas do Vietname
Hanói
(vietname)
Co-apresentação: Centro Cultural de Belém / Festival de Almada
O
teatro de marionetas é uma arte
performativa que se desenvolveu
junto dos grupos étnicos vietnamitas e
surgiu na altura em que a dinastia Hung
fundou o país. Um marco da dinastia
Ly, datado de 1121, tem inscrito que o
primeiro espectáculo de marionetas foi
dado em honra da longevidade do rei.
Graças às condições naturais do
país e à actividade agrícola, o povo vietnamita tem vivido perto da água, o que
levou a que os camponeses desenvolvessem especialmente a arte das marionetas de água. No passado estes espectáculos ocorriam geralmente quando terminava o trabalho nos campos,
na Primavera, ou em festas de aldeia.
Os franceses chamavam a estas festas
“a alma dos campos de arroz”, e consideravam que “as marionetas de água
podem rivalizar, em criatividade e inovação, com as formas mais importantes
de teatro de marionetas”.
Guião
Cenografia
Música
Poema de
Marionetistas
O
Teatro Nacional de Marionetas do
Vietname, fundado em 1956 e considerado um dos principais teatros de
marionetas do país, reúne um conjunto
de artistas experientes e talentosos em
diferentes áreas, tais como a encenação, a escrita, as belas artes, as artes
plásticas, a luz e os efeitos sonoros. Este
Teatro desenvolve ainda um importante
trabalhado de formação junto de outras
companhias vietnamitas. Desde 1979 o
Teatro Nacional de Marionetas do Vietname já realizou mais de 40 digressões
no estrangeiro, que atravessaram 27
países, sendo calorosamente recebido
pelos mais diversos públicos.
Duração
Centro Cultural
de Belém
Vuong Duy Bien
Vuong Duy Bien
Quoc Trung
Phan Huyen Thu
Bich Mao Le
Hong Phong Nguyen
Quoc Hung Nguyen
Thi Chanh Nguyen
Thi Hang Duong
Thu Dung Dang
Thuy Trang Nguyen
Tien Dung Nguyen
Trung Thanh Dam
Van Tien Nguyen
00h55
Praça do Museu
(Lisboa)
22h00 Dom 15
22h00Seg 16
22h00Ter 17
33 24º festival de almada
teatro
a charrua e as estrelas criação no festival
de sean o’casey
Encenação de bernard sobel
com a colaboração de Francis Seleck
e assistência de Sophie Vignaux
Companhia de Teatro de Almada
e Teatro dos Aloés
almada (portugal)
A
charrua e as estrelas relata o Levantamento da Páscoa de 1916, liderado
por Pádraic Pearse (Comandante dos Irish Volunteers) e James Connolly (Comandante do Irish Citizen Army), e que redundou numa revolta falhada. No total,
não participaram no Levantamento contra a ocupação britânica mais de 2.000
homens. Esta tomada de posição, heróica mas insensata, marcada pela indecisão,
falta de comunicações, falta de poder de fogo e falta de apoio geral, foi facilmente
esmagada pelas forças britânicas no espaço de uma semana. Pearse, Connolly e
treze outros líderes foram sumariamente executados. Estas execuções marcaram
a alteração do clima político na Irlanda e precipitaram a guerra de guerrilha pela
independência, que conduziu à assinatura do Tratado entre a Bretanha e a Irlanda,
em 1921, e ao estabelecimento de um Estado livre no Sul.
Christopher Murray
Olá, artistas
S
e é verdade que com A charrua e as estrelas O’Casey faz um ajuste de contas
com uma página da História do seu país e da sua cidade, a “Páscoa sangrenta de
1916”, em Dublin, hoje em dia esta peça fala-nos de outra coisa: a história de seres
humanos que, num momento de desordem, são arrancados às suas vidas normais
e cujos fundamentos das suas existências ficam transtornados. Seres humanos que
tentam, de uma forma dolorosa, escapar a qualquer preço às consequências desta
desordem. Fazem-no construindo papéis para si próprios, pondo máscaras, alucinando ideias, como se fossem artistas. Resistem, antes que se desencadeie a violência que pesa sobre eles a cada instante, na sua miséria e na sua pobreza. Resistem
através da presença quotidiana da morte, que lhes serve de quadro de vida.
Funâmbulos de uma arte de viver que consiste em segregar fantasmas, são
cegos relativamente à miséria da sua condição. Se a violência vier a rebentar, essas construções desmoronam-se, sem que tenham no entanto consciência disso.
Desnorteados, atiram-se sobre tudo o que lhes vier à mão, durante uma pilhagem
generalizada. Os despojos fazem-nos esquecer por um instante a perda do heroísmo dos papéis que tinham construído para si próprios. Sonho e avidez, teatro
e embriaguez: entre estes dois extremos perde-se o instinto vital de aproveitar a
possibilidade, que qualquer desordem oferece, de agarrar o seu destino.
Bernard Sobel
24º festival de almada 34
Bernard Sobel F
ormado no Berliner Ensemble, de Brecht, Bernard Sobel, uma das figuras mais
destacadas do teatro francês, fundou em
1963 o Théâtre de Gennevilliers (um Teatro
Nacional de uma cidade nos arredores de
Paris), que dirigiu até ao ano passado. Durante este período montou mais de oitenta
peças, divulgando em França o repertório
russo e alemão, sempre com critérios de excelência. Encenou textos de, entre outros, Vichnevski, Koplov, Volokhov, Erdman, Heiner
Müller, Kleist, Schiller, Lessing, Lenz, Heinrich Mann, Grabbe e, naturalmente, Brecht.
Especialista em Molière, de quem encenou
várias peças, dirigiu também textos de muitos outros autores clássicos e modernos, tais
como Eurípides, Marlowe ou Sarah Kane.
Bernard Sobel já dirigiu óperas no Festival d’Avignon, no Théâtre du Chatelet, na
Ópera Cómica de Paris, e na Ópera do Reno.
A companhia de Bernard Sobel apresentou
no Festival de Almada, em 2002, O refém, de
Paul Claudel, e no ano passado Dom, mecenas e adoradores, de Ostrovski.
Sean O’Casey
S
ean O’Casey, um dos mais importantes escritores irlandeses, nasceu em 1880, nos
subúrbios de Dublin. A sua saúde debilitada não
o impediu de estudar afincadamente os clássicos e a Bíblia. O idealismo e um forte sentido
de justiça marcaram desde sempre a sua obra,
tendo sido influenciado pelos ideais socialistas
de Jim Larkin, que defendia os interesses da
classe operária irlandesa.
Aos quarenta anos de idade, ainda a
trabalhar como operário, escreveu três peças
acerca dos subúrbios de Dublin: The shadow
of a gunman, Juno and the paycock, e A charrua e as estrelas, representadas no Abbey
Theatre entre 1923 e 1926. Estas peças cau-
saram escândalo junto do público, uma vez
que O’Casey se recusava a glorificar a violência do movimento nacionalista. A estas peças
realistas seguiram-se outras, mais simbólicas e
expressionistas, que foram rejeitadas por Yeats,
então director do Abbey Theatre. Esta recusa fez
com que O’Casey se mudasse para Inglaterra,
onde morreu em 1964, nunca tendo regressado à Irlanda.
Intérpretes
Tradução
Cenografia
Figurinos
Som
Luz
Alberto Quaresma
Bruno Martins
Catarina Ascensão
Catarina Guimarães
Cecília Laranjeira
Elsa Valentim
Francisco Costa
Jorge Silva
Luís Ramos
Maria Frade
Mário Jacques
Miguel Martins
Pedro Walter
Teresa Mónica
Tiago Barbosa
Helena Barbas
Jacqueline Bosson
Mina Lee
Bernard Vallery
Vincent Millet
Língua
Duração
português
3h00 (aprox.)
Teatro Municipal
de Almada
Sala Principal
(Almada)
21h00Ter 17
19h00Qua 18
35 24º festival de almada
teatro
cavaterra
de André Braga e Cláudia Figueiredo
Direcção de André Braga
Circolando
porto
(portugal)
E
spectáculo transdisciplinar (teatro físico, dança, circo, marionetas,
vídeo), Cavaterra é a primeira criação
da Circolando pensada especificamente
para salas de espectáculos. Tratando-se de um teatro dançado e de imagens,
Cavaterra conta, sem palavras, histórias
das profundezas da terra.
Longe das abordagens realistas e
politizadas do universo das minas, Cavaterra faz o elogio poético de matérias,
cores e sensações. A terra, a pedra, o
carvão. O preto, o castanho e o ocre. A
noite e a luz. A solidão, a exaustão e a deformação de um corpo de trabalho. Cavaterra inventa o sonho de homens-toupeiras. Traz a beleza e o espanto ao mundo
do medo, do cansaço e da exploração.
Circolando
D
esenvolvendo a sua actividade
desde 1999, a companhia Circolando tem vindo a afirmar-se com a criação
dos espectáculos Caixa Insólita, Giroflé,
Charanga, Cavaterra e Quarto Interior.
O teatro resultante destas produções é
um teatro de pesquisa, de experimentação e de work in progress: um teatro
que submete continuamente os seus
projectos a novos questionamentos.
As estreias, em vez de constituírem o
tradicional encerramento do processo
criativo, indicam sempre o seu relançamento. Fora de Portugal a companhia
tem-se apresentado regularmente em
Espanha, França, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Eslovénia,
Coreia do Sul e China.
24º festival de almada 36
Co-produção Teatro Viriato e Teatro Aveirense
Apoios Fundação Calouste Gulbenkian, IEFP/
/Cace Cultural do Porto e Théâtre National de
Toulouse
Intérpretes
Dramaturgia
Vídeo
Const. de marionetas
Luz
Som
Coord. técnica
Direcção de cena
Maquinaria
Operação de luz
Operação de som
Palco e montagem
Const. do cenário
e adereços
Dir. de produção
Ass. de produção
Fotografia
Duração
Escola D. António
da Costa
Alberto Carvalhal
André Braga
João Vladimiro
Patrick Murys
Cláudia Figueiredo
João Vladimiro
com extractos de
São Pedro da Cova
(Rui Simões) e de Lousal
nos anos 50 (Mateus
Júnior)
João Calixto (1ª fase) e
Duarte Costa (2ª fase)
Anatol Waschke
Cristóvão Cunha
Pedro Feitais
Cristóvão Cunha
Ana Carvalhosa
António Quaresma
Cristóvão Cunha
Harald Kuhlmann
Duarte Costa
Hugo Almeida
Circolando e Tudo Faço/
Américo Castanheira
Ana Carvalhosa
Rita Guimarães
Edward Stachini
Pedro David
Sara Nogueira
1h20
Palco Grande
(Almada)
22h30Qua
18
ACTOSCOMPLEMENTARES
3 24º festival de almada
exposições
artes plásticas
costa pinheiro – Aspectos de uma retrospectiva.
Obra gráfica 1953-2007
Em colaboração com: Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea
A
exposição Costa Pinheiro – Aspectos de uma Retrospectiva. Obra Gráfica
1953-2007, realizada no âmbito do Festival de Almada e organizada pela Casa
da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, apresenta alguns aspectos particulares
da obra deste artista. No conjunto, encontram-se patentes 60 obras, entre linóleos,
gravuras, serigrafias, posters e cartazes, abrangendo um período de trabalho do
autor, de 1953 aos nossos dias.
Bernardo Pinto de Almeida
Costa Pinheiro
N
ascido em Moura a 6 de Janeiro de 1932, Costa Pinheiro inicia os estudos
artísticos na Escola de Artes Decorativas António Arroio.
Expõe individualmente pela primeira vez em Lisboa em 1956, na Galeria Pórtico. Em 1957, faz a sua primeira viagem a Munique, com René Bertholo, Lourdes
Castro e Gonçalo Duarte, participando com eles em duas exposições colectivas, na
Galeria 17 e na Internationales Haus, Munique.
Bolseiro do Ministério da Cultura da Baviera, estuda na Academia de Belas Artes de Munique. Entre 1960/62 está em Paris, como bolseiro da Fundação
Calouste Gulbenkian. Membro fundador do Grupo KWY – com René Bertholo, Lourdes Castro, Jan Voss, João Vieira, Christo, José Escada e Gonçalo Duarte –, e importante agente de renovação das artes plásticas em Portugal na década de 60,
Costa Pinheiro desligar-se-ia do meio parisiense e acabaria por dividir a sua vida
profissional entre Munique e o Algarve.
A sua obra (com criação relevante no domínio da ilustração) encontra-se
representada em várias colecções públicas e privadas, tanto em Portugal como no
estrangeiro. Mantendo sempre uma linguagem crítica e lúdica de atenção à tradição
e história nacionais, que representa de modo irónico, Costa Pinheiro foi várias
vezes premiado. Entre os vários Prémios com que foi distinguido, destacam‑se o
Prémio Burda de Pintura, na Haus der Kunst (Munique, 1966) e o Grande Prémio
Amadeo de Souza-Cardoso (2001).
___________________________________________
De 22 de Junho a 2 de Setembro
De Terça a Sexta das 10h00 às 18h00, e Sábados e Domingos das 13h00
às 18h00 (encerra às segundas e feriados)
Galeria do Pátio da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea
24º festival de almada 38
exposições
artes plásticas
Homenagem a Mestre Lagoa Henriques
P
rofessor e mentor de várias gerações de artistas, Mestre Lagoa Henriques é
um dos mais destacados escultores portugueses e um dos grandes artistas
plásticos do nosso tempo. A exposição de três dos seus mais conhecidos trabalhos
— o célebre Fernando Pessoa, que se tornou um ex-libris de Lisboa, a estátua de
Camões, que fez para Constância, e a Ilha dos Amores, uma belíssima alusão aos
Lusíadas, constituem três momentos de uma obra que ocupa um lugar cimeiro na
Arte Portuguesa do século XX.
A exposição na Escola D. António da Costa destes três monumentos de Lagoa
Henriques tem implícita a ideia da consagração das duas maiores referências
da literatura portuguesa, e da poesia, que é a expressão mais alta da identidade
de uma nação. Mas, ao mesmo tempo, ela constitui uma homenagem ao labor
criativo de Lagoa Henriques e um pretexto para a reflexão sobre o papel do teatro
como lugar de encontro, de cruzamento, e de exaltação das diferentes expressões
artísticas.
___________________________________________
De 4 a 18 de Julho
Das 15h00 às 24h00
Escola D. António da Costa (Almada)
vera castro
Pintura
U
m olhar, muitos olhares…
Quem vê? Quem é visto?
Poder-se-ia contar uma história, muitas histórias, quantas as que se quiser
imaginar.
Assim, para começar…
Sentada na plateia “x” foca um pequeno quadrado de pano que não é
exactamente o que ainda agora focou, ou não parece, ou qualquer coisa de
imperceptível mudou. Aguarda, e há alguma expectativa para que chegue o
momento de a luz se apagar e do ruído de fundo também. Enfim, a memória de um
ritual que sabe reconhecer desde há muito.
Do outro lado do quadrado que ainda agora focou, “y” pode espreitar sem ser
vista por um pequeno buraco, os olhares que não tarda muito se irão cravar sobre
si, e isso cria-lhe uma certa tensão. Se calhar, aquele ali vai morrer de tédio, mas
talvez aquele outro até a vá desejar e o do lado esboce um certo sorriso. Ah, se
39 24º festival de almada
exposições
artes plásticas
pudesse ver como a vão olhar… mas ainda bem que não, pois seria um desastre.
Lá fora, o cheiro intenso de um jasmim e o espectáculo de um céu que se
transfigura a cada instante, imenso e avassalador.
Vera Castro
Vera Castro
P
intora, cenógrafa, e professora da Escola Superior de Teatro e Cinema, Vera
Castro participou em várias exposições e está representada na colecção do
Ministério da Cultura e em colecções particulares. Como cenógrafa e figurinista
trabalhou em espectáculos de Teatro e Ópera com encenadores como Ricardo Pais,
José Wallenstein, João Lourenço, Ana Tamen, Jorge Listopad, Rogério de Carvalho,
Mário Feliciano, Gastão Cruz, Nuno Carinhas, João Canijo, Filipe La Féria, A. Gutkin,
Rui Mendes, Miguel Guilherme, Alberto Lopes, Paulo Ferreira de Castro, Diogo
Infante, Ana Luísa Guimarães e Paulo Filipe. Criou ainda figurinos para obras de
Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Né Barros e Rui Lopes-Graça. Obteve em 1993 o Prémio
da Crítica de Cenografia (por Estrelas da Manhã) e o prémio Sete de Ouro para os
melhores figurinos, em 1992 (por Estrelas da Manhã e A Gaivota).
___________________________________________
De 2 de Junho a 31 de Julho e de 1 a 30 de Setembro
Das 14h30 às 20h00 (em dias de espectáculo entre as 20h30 e as 23h00)
Galeria do Teatro Municipal de Almada
24º festival de almada 40
exposições
documentais
carmen dolores
Comissário: Fernando Filipe
C
armen Dolores, a figura homenageada este ano pelo Festival de Almada, é uma
das actrizes mais destacadas do teatro português contemporâneo.
A exposição apresentada nesta edição do Festival, comissariada por Fernando Filipe, consiste numa retrospectiva dos 62 anos da sua carreira teatral: um
percurso repleto de êxitos e reconhecimento por parte da crítica e das instituições
públicas. Entre outros prémios, Carmen Dolores recebeu o Prémio da Crítica para
Melhor Actriz em 1959 (na peça Seis personagens em busca de um autor, de Pirandello) e em 1985 (na peça Virgínia, de Edna O’Brien); o Prémio de Teatro Casa
da Imprensa em 1998 (na peça Jardim zoológico de Cristal, de Tenessee Williams);
e o Globo de Ouro para Melhor Actriz de Teatro em 2003 (na peça Copenhaga, de
Michael Frayn). Foi agraciada com a Condecoração da Ordem de Santiago de Espada (1959) e a Condecoração de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique
(2005), atribuída por Jorge Sampaio, então Presidente da República. Foi ainda condecorada com as Medalhas de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura,
do Município de Oeiras e do Município de Cascais.
Carmen Dolores
C
armen Dolores Cohen Sarmento nasceu em Lisboa em 1924 e deu-se a conhecer ao público através da rádio, onde se iniciou aos 12 anos. Aos 19 anos
estreia-se no cinema, como protagonista de Amor de perdição, adaptação de António Lopes Ribeiro do romance de Camilo Castelo Branco. Seguir-se-ão Um homem
às direitas (1945), de Jorge Brum do Canto, A vizinha do lado (1945), de Lopes
Ribeiro, e Camões (1946), de Jorge Leitão de Barros.
Estreia-se no teatro em 1945, integrada nos Comediantes de Lisboa, e em
1951 passa para o palco do Teatro Nacional de D. Maria II, sob a direcção de
Amélia Rey Colaço, onde obtém diversos sucessos entre os quais se salienta Frei
Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Criou, com outros actores, o Teatro Moderno de
Lisboa, no palco do Império, onde desenvolveu um projecto que levou à cena novas
encenações de peças de autores consagrados, como Dostoievski, Shakespeare,
Strindberg e José Cardoso Pires. Após este período viveu sete anos em Paris.
Na década de 80 trabalhou no cinema com José Fonseca e Costa, em A mulher
do próximo (1988) e Balada da praia dos cães (1987). Em 1998 foi dirigida por Diogo
Infante em Jardim Zoológico de Cristal, de Tennessee Williams, no Teatro Nacional.
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De 4 a 18 Julho
Das 15h00 às 24h00
Escola D. António da Costa
41 24º festival de almada
exposições
documentais
teatro moderno de lisboa [1961/65]
sociedade de actores
Organizada em colaboração com o Museu do Teatro
O despertar de uma geração
“A
jovem ‘sociedade de actores’ que no fim de 1961 se constituiu, adoptando o nome de Teatro Moderno de Lisboa – TML é um dos casos mais
sérios de companhias portuguesas, tanto pelos intuitos que se propõe, como
pelos elementos de que dispõe”, podia ler-se na revista Vértice de Fevereiro de
1962.
Esta “sociedade de actores”, coisa nova na nossa vida teatral de então, propunha, com efeito, uma séria renovação do teatro português, desde a forma (autónoma) de se constituírem como companhia, até à concepção total do espectáculo,
com uma marcante intervenção de criadores de outras artes, e da escolha dos
reportórios.
Constituída por um excepcional grupo de jovens actores (Carmen Dolores,
Rui de Carvalho, Rogério Paulo, Costa Ferreira, Armando Cortez, Fernando Gusmão, Morais e Castro, Armando Caldas, entre outros), quase todos vindos do
Teatro Nacional Popular de Francisco Ribeiro, esta companhia assumiu-se claramente, desde o seu início, como um agrupamento verdadeiramente independente, sendo por todos considerada como a fundadora dessa forma de teatro em
Portugal. A este propósito, lia-se ainda naquele número da revista Vértice que “os
anseios do Autor, Actor e Encenador, formam”, nos espectáculos do TML, “um
verdadeiro ‘triângulo de juventude’ que é interessante fixar para que se desenhe
com verdade um característico aspecto de renovação do teatro em Portugal”. Nas
sábias palavras de Carmen Dolores, o que de facto se passou nas idas e (infelizmente) curtas temporadas de 1961/62, 1962/63 e 1964/65 foi o “despertar
de uma geração”.
Procurando reunir-se tudo o que restou do TML (fotografias, programas, cartazes, maquetas de cenário, documentos, objectos, recortes de imprensa e a
memória de quem o viu em cena ou nele trabalhou), esta exposição documental
nasceu através de uma série de reuniões e (proveitosas) conversas entre mim,
Carmen Dolores, Morais e Castro, Armando Caldas, às vezes Tito Lívio, e com o
imprescindível apoio de Fernando Filipe (aposentado do Museu do Teatro desde Setembro de 2006, mas com um contributo voluntário e fundamental para
a realização desta iniciativa), de Vasco Guerra (na montagem) e de Frederico
Corado (em tudo o que foi produção multimédia). A exposição Teatro Moderno
de Lisboa (1961/65) – Sociedade de Actores tem pois, como objectivo, evocar
24º festival de almada 42
exposições
documentais
e dar a conhecer (ou relembrar) a importância e o significado “desta campanha
de dignificação do espectáculo teatral” (Luiz Francisco Rebello) e deste momento
ímpar na História do Teatro Português.
José Carlos Alvarez
___________________________________________
De 4 a 18 de Julho
Das 15h00 às 24h00
Sala Polivalente - Escola D. António da Costa
pablo nedura
Organizada em colaboração com a Casa da América Latina
O
Festival de Almada organiza, uma exposição documental sobre a vida e a
obra de Pablo Neruda, de quem, há três anos, se comemorou o centenário
do nascimento.
Nesta exposição constam também documentos alusivos à produção de
O carteiro de Neruda, de Antonio Skarmeta, com adaptação dramatúrgica de Carlos Porto e encenação de Joaquim Benite, que a Companhia de Teatro de Almada
estreou em 1997 e que ainda mantém disponível para digressão.
No dia da inauguração da exposição o actor André Gomes fará um recital de
poemas de Pablo Neruda.
Pablo Neruda
F
ilho de José Morales, ferroviário, e de Rosa Opazo, professora primária, Pablo Neruda (nascido Neftalí Ricardo Reyes Basoalto) nasceu em 1904 em
Santiago do Chile. Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia na
Universidade do Chile. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por
escritores como Alone, Raul Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte surgem
os Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, de influência modernista.
Em 1927 inicia a sua longa carreira diplomática, sendo nomeado cônsul na Birmânia. Em 1935 é nomeado director da revista Cavalo verde para a poesia, na
qual é companheiro dos poetas da geração de 27. Em 1945 é eleito senador e
obtém o Prémio Nacional de Literatura. Em 1950 publica Canto geral, onde adopta uma intenção social, ética e política. Seguem-se Os versos do capitão (1952),
As uvas e o vento e Odes elementares (1954).
Em Outubro de 1971 recebe o Prémio Nobel de Literatura. Durante as eleições
presidenciais, nos anos 70, renunciou à sua candidatura em favor de Salvador
43 24º festival de almada
exposições
documentais
Allende, também ele marxista. Allende viria, no entanto, a ser assassinado durante
o golpe de Estado militar liderado por Augusto Pinochet.
Pablo Neruda morreu em Santiago do Chile a 23 de Setembro de 1973. O seu funeral foi uma das primeiras e emotivas manifestações públicas contra o golpe de Pinochet. Postumamente foram publicadas suas memórias, com o título Confesso que vivi.
___________________________________________
De 3 a 18 de Julho, de segunda a sexta
Das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00
Casa da América Latina (Av. 24 de Julho, 118-B Lisboa)
os meus colóquios
Fotografias de Xico Braga
C
ada fotografia é um particular momento que a emulsão fotográfica fixa. Olhar
a imagem de acontecimentos que vivemos é trazer à memória uma variedade
de sentimentos e emoções que nos enriquecem.
As imagens desta exposição, homenagem do fotógrafo ao Festival, são a
manifestação do seu regozijo pela existência dos Colóquios – partilha das histórias
dos espectáculos e dos seus criadores com o Público, e da Esplanada – lugar de
encontro e de discussão dos amigos que são o Público do Festival.
Aqui, nestas fotos soltas, se recordam amigos e conhecidos, que a todos nos
representam, e pequenas vivências desse modo de ser Festival, e ser no Festival:
público frequentador dos Colóquios e da Esplanada.
O fotógrafo não pretendeu documentar, para que a posteridade tenha os seus
registos. Ao fotografar, a partir do seu lugar de assistente convicto dos Colóquios, quis
saudar os outros que, como ele, gostam de ouvir falar “quem sabe”, do que sabe.
Xico Braga
Xico Braga
N
asceu em 1950 e é professor do Ensino Secundário. Dificilmente chegará a
titular. Tem desenvolvido actividades de divulgação da fotografia nas escolas
onde tem trabalhado. É autor do livro de fotografia Seixal – Memórias com futuro,
em parceria com a fotógrafa Rosa Reis. Publicou alguns livros de poesia e um livro
de histórias para crianças.
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De 4 a 18 de Julho
Das 15h00 às 24h00
Pátio da Escola D. António da Costa
24º festival de almada 44
exposições
documentais
Erland Josephson
Organizada em colaboração com a Sfi e Dramaten,
e com o apoio da Embaixada da Suécia em Portugal
H
á anos na Suécia, realizei para a rádio uma adaptação de Os autonautas
da cosmopista, de Júlio Cortázar. E trabalhei com Erland Josephson. Os dias
de gravação foram de puro prazer. O texto de Cortázar já é cheio de achados e
subtilezas, mas interpretado por Erland Josephson tornava-se simultaneamente
hilariante e profundamente belo. E ele, actor com grande carreira no teatro e no
cinema, era de uma generosidade impressionante. Não parava de experimentar
novas maneiras de dizer, procurar novas entoações, para me surpreender. E era
uma fonte inesgotável de histórias acerca de teatro, da arte e da vida. As suas
palavras cheias de espiritualidade e sabedoria fixaram-se na minha memória como
conselhos a seguir na carreira artística.
Quando li Uma peça de teatro foi como ouvir a sua voz de novo. Ri alto ao ler o
texto no computador e não descansei até conseguir traduzir e encená-lo. Infelizmente,
Erland Josephson não poderá estar presente na estreia em Almada, conforme
estava previsto. A sua doença, a de Parkinson, piorou e já não pode deslocar-se ao
estrangeiro. Ficam as suas palavras cheias de humanidade e humor.
Solveig Nordlund
Erland Josephson
E
rland Josephson nasceu em 1923 em Estocolmo e começou a trabalhar como
actor no Teatro Municipal de Helsingborg, onde Ingmar Bergman era director.
Manteve-se no Teatro Municipal de Gothenburgo e em 1956 entrou para o Teatro
Nacional, o Dramaten, onde interpretou mais de sessenta papéis.
Participou também num grande número de filmes, realizados por Ingmar Bergman,
Mai Zetterling, Andrej Tarkovskij, Istvan Szabo, Theodor Anglopoulos e Liv Ullman.
Publicou um grande número de romances e livros autobiográficos, duas colectâneas
de poesia e escreveu cerca de quarenta peças para o palco, rádio e televisão, sendo
as suas últimas peças Uma peça de teatro, de 2004, e Os apanhadores de flores, de
2006.
Entre 1966-75 foi Director do Dramaten e em 1988 interpretou Gajev numa
encenação de Peter Brook na Brooklyn Academy of Music, em Nova Iorque,
vencendo um Orbie para Melhor Actor.
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De 5 a 29 de Julho (após o período do Festival a exposição encerra às segundas)
Das 14h30 às 22h00
Foyer do Teatro Municipal de Almada
45 24º festival de almada
exposições
documentais
Irlanda, lugar de jornada
(de “Eyre”-land, do francês antigo “erre”,
do latim “iter”: “jornada, caminho, viagem”)
Organizada em colaboração com a Embaixada da Irlanda
e a Irish Association
M
ostrar uma ilha surpreendente é o objectivo desta exposição sobre a
Irlanda e os Irlandeses, a sua história, cultura e modos de vida. Pretende-se
mostrar a diversidade e riqueza de um país e de um povo que foram, no século XX,
protagonistas da História contemporânea, em diversas das suas vertentes.
Sob as estrelas da Irlanda desenrolaram-se alguns dos acontecimentos mais
marcantes do século passado: a luta pela independência contra a Inglaterra, a
emigração em massa para os Estados Unidos, a guerra civil no Ulster, a oposição
entre católicos e protestantes, entre republicanos e monárquicos, entre partidários
da independência e lealistas fiéis ao Reino Unido.
Ilha fortemente marcada pela emigração, nomeadamente no século XIX,
há mais descendentes de irlandeses em todo o Mundo do que Irlandeses na
própria Irlanda. São três milhões e meio na República da Irlanda, um milhão e
meio na Irlanda do Norte, os primeiros maioritariamente católicos, os segundos
maioritariamente protestantes.
Hoje, a Irlanda são duas realidades politicamente distintas: a norte, seis
condados integram a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido; a maior parte
da ilha integra a República da Irlanda, independente desde 1921, após um longo e
por vezes sangrento processo de independência. Dublin, Corke e Waterford são as
principais cidades da República; Belfast e Londonderry são os centros urbanos mais
importantes do Norte, até há bem pouco tempo palcos de violência que parece ter
sido ultrapassada após um difícil processo de paz protagonizado pelo IRA.
Mas a Irlanda é mais do que isso; é a ilha onde nasceram dramaturgos e
escritores da envergadura de Wilde e Shaw, de Beckett e Joyce, de Synge e Yeats.
É a ilha onde nasceu Sean O’Casey, a ilha onde decorre a acção das suas peças.
Três destes autores (Shaw, Beckett e Yeats) e ainda Seamus Heaney ganharam o
Prémio Nobel da Literatura.
Mas é também a ilha onde cresceu e se desenvolveu uma forte cultura musical
urbana e suburbana que conquistou o Mundo, e cujos protagonistas se chamam
Bono e os U2, Bob Geldolf e os Boomtown Rats, os Corrs, os Cramberries, Sinnead
O’Connor.
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De 5 a 18 Julho
Das 14h30 e as 22h00
Livraria do Teatro Municipal de Almada
24º festival de almada 46
exposições
documentais
Lagarce visto por Jorge Gonçalves
Organização: Artistas Unidos, em colaboração
com o Instituto Franco-Português
A
propósito da apresentação, no Instituto Franco-Português, da peça História
de amor (últimos capítulos), de Jean-Luc Lagarce, Jorge Gonçalves apresenta
um conjunto de trinta e três fotografias das peças do dramaturgo francês que os
Artistas Unidos produziram desde 2004: Tão só o fim do Mundo, As regras da arte de
bem viver na sociedade moderna, Music-hall e História de amor (últimos capítulos).
Cumplicidade e proximidade.
jorge gonçalves
J
orge Gonçalves nasceu em 1967. Em 1992 fez o curso de Fotografia Geral na
E.T.I.C., sob orientação de José Fabião e Daniel Blaufuks. Mais tarde frequenta os
Workshops I e II dos MauMaus, com orientação de Álvaro Rosendo, Daniel Blaufuks
e Adriana Freire. Em Maio de 1994, conjuntamente com Rui Palma, cria o Projecto
Amnésia Dança, que continua sozinho a partir de 1996. Fotografa os espectáculos
dos Artistas Unidos desde 1998.
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De 5 a 17 de Julho
Segunda a Sexta das 9h00 às 21h00 e Sábados das 9h00 às 13h00 (em dias de
espectáculo a exposição fica aberta até ao final da sessão).
Instituto Franco-Português (Lisboa)
47 24º festival de almada
encontros da cerca
seminário internacional de críticos de teatro
Organizado em colaboração com a Associação Portuguesa de Críticos
de Teatro
N
o contexto do 24º Festival de Almada, a Associação Portuguesa de Críticos de
Teatro, em colaboração com o Festival, organiza um Seminário de Críticos no
quadro da iniciativa “Pontes culturais” – promovida pela Associação Internacional
de Críticos de Teatro (AICT/IATC) – com a participação de críticos de vários países
membros desta Associação.
O tema central deste encontro é Ficções dramatúrgicas e cénicas:
Convergências / Confrontações, e é em torno desta questão que decorrerão as
sessões de trabalho agendadas para os dias 5, 6 e 7 de Julho.
No sábado, dia 7 de Julho, haverá uma sessão aberta a todos os participantes
do Festival, artistas, críticos e público em geral, na qual, para além de se dar conta
das questões abordadas nos dias anteriores, Aleks Sierz (autor do célebre livro In-Yer-Face Theatre) fará uma conferência sobre a mais recente dramaturgia britânica:
A nova escrita na Grã-Bretanha: como se define o contemporâneo?
Para além dos críticos portugueses, estarão em Almada Aleks Sierz (Reino
Unido, Secretário do Associação de Críticos britânica), Don Rubin (Canada, CoPresidente da Associação de Críticos Canadiana), Hervé Guay (do Quebeque), Ian
Herbert (Reino Unido, Presidente da AICT/IATC), Juan Antonio Hormigón (Espanha,
Secretário-Geral da ADE/Asociación de Directores de Escena de España), Yun Cheol
Kim (Coreia do Sul, Presidente da Associação Coreana e Reitor da Universidade
das Artes da Coreia), Steve Capra (crítico norte-americano de Nova Iorque), Ludmila
Patlanjoglu (Roménia, Presidente da Associação de Críticos da Roménia) e Jean-Pierre Han (França, Presidente da Associação de Críticos Francesa).
Programa do Seminário
5 de Julho (quinta-feira)
10h00 Abertura dos trabalhos.
10h15 Conferência de Maria Helena Serôdio e Rui Pina Coelho: O Festival de Almada: um
percurso em imagens.
11h00 Apresentações dos participantes no seminário e debate.
6 de Julho (sexta-feira)
10h00 Conferência de Manuel Graça Dias e Egas José Vieira: Sobre o Teatro Municipal de
Almada e outras ‘ficções cénicas’.
11h00 Apresentações dos participantes no seminário e debate.
24º festival de almada 48
encontros da cerca
7 de Julho (sábado)
10h00 Sessão Pública: conferência de Aleks Sierz: A nova escrita na Grã-Bretanha: como se
define o contemporâneo?, seguida de debate.
11h30 Resumo das questões debatidas nos dois dias anteriores e debate.
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Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea
Uma nova leitura histórica: Portugal, Espanha e Marrocos
Com José Monleón e um grupo de escritores e estudiosos de Marrocos,
Portugal e Espanha
Em colaboração com o Instituto Internacional de Teatro do Mediterrâneo
J
á no ano passado recordámos em Almada os movimentos islâmicos que,
longe de seguir as tentações do integrismo, afirmavam a necessidade de
uma nova leitura do Corão e da sharia, como textos submetidos à interpretação
que corresponde a cada época, contrariamente à ideia da sua congelação nas
interpretações do passado.
Estaríamos, então, como homens de teatro e democratas, no dever de
construir novas interpretações como expressão de um respeito recíproco, de
uma nova visão planetária. Frente à ideia das verdades superiores, levantadas
contra qualquer divergência, frente às convicções assumidas como imutáveis —
quando, na realidade, são fruto das circunstâncias históricas de cada tempo e
lugar — impõe-se a elaboração colectiva de uma nova cultura. Uma cultura onde
a arte desempenhe um papel fundamental como caminho para a construção de
um novo imaginário.
Porque, afinal de contas, a guerra e a injustiça não têm só os seus paladinos,
tem também os seus poemas e os seus heróis. O inferno foi inventado para
assustar os rebeldes; o papel da arte é precisamente encerrar o inferno.
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Sábado, 14 de Julho, às 10h30.
Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea (Almada).
José Monleón
49 24º festival de almada
colóquios/debates/leituras
Introdução à literatura contemporânea do Vietname
Por Jean-Pierre Han e Kim Lefèvre
Leitura de textos de Nguyên Huy Thiêp, Phan Huyen Thu e Vu Bao
pelos actores André Gomes, Joana Brandão e José Martins
I
ntegrada no ciclo que o Festival organiza este ano sobre o teatro do Vietname
— e que inclui os espectáculos Les paradis aveugles, de Duong Thu Huong e
a apresentação do Teatro Nacional de Marionetas do Vietname — realiza-se uma
sessão na qual Jean-Pierre Han e Kim Lefèvre fazem uma conferência de introdução
à literatura contemporânea daquele país asiático. Seguem-se leituras de textos de
escritores contemporâneos vietnamitas.
Jean-Pierre Han é jornalista, crítico de teatro, romancista, editor e professor,
nascido em França, com ascendência vietnamita. Como crítico de teatro colaborou
no jornal Monde de l’éducation, no La Croix e na revista Nouvelles littéraires, tendo
também escrito para várias revistas de cultura, como a Avant-scène théâtre, a
Théâtre/public, a Ubu, etc. Foi redactor-chefe da revista Lettres françaises e na
Nouvel Afrique-Asie é responsável por todas as questões culturais relacionadas
com o Vietname. Foi responsável pela publicação de vários números da revista
Europe sobre teatro e é fundador e director da revista frictions/théâtres-écritures.
É professor no Institut d’Études Théâtrales da Sorbonne e é responsável pelo
Mestrado em jornalismo da Universidade Paris/Nanterre. É desde 2003 Presidente
do Sindicato dos críticos de teatro, música e dança de França.
Kim Lefèvre é a tradutora em França de Nguyên Huy Thiêp e de Duong Thu
Huong. Romancista e actriz, deixou o Vietname aos 20 anos de idade, tendo dado
conta dos anos passados nesse país com o romance Métisse blanche.
Nguyên Huy Thiêp, nascido em 1950 e autor de O coração do tigre é considerado
o mais importante escritor vietnamita, tendo a sua reputação ultrapassado
largamente as fronteiras do seu país. Para além de escritor, é também pintor e
escultor.
Phan Huyen Thu, autora de A peste e nascida em 1972, é poeta, contista,
cenógrafa, e vive em Hanoi. Foi precisamente este conto, escrito aos 22 anos de
idade, que a tornou célebre no seu país.
Vu Bao vive no Vietname. O seu conto O herói que mijava nas calças foi
publicado no seu país nos anos 90.
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Quinta-feira, 5 de Julho às 18h00.
Fórum Romeu Correia (Almada).
24º festival de almada 50
colóquios/debates/leituras
Encontro sobre Lagarce
Com Alexandra Moreira da Silva, François Berreur, Jean-Pierre Han e Jean-Pierre Thibaudat
Organização: Artistas Unidos, em colaboração com o Instituto Franco-Português
J
ean-Luc Lagarce (1956-1995) é um dos mais importantes dramaturgos franceses
contemporâneos e as suas peças têm sido montadas por encenadores como
Joël Jouanneau, Jean-Pierre Vincent, Alain Fromager, François Berreur, Philippe
Delaigue, Philippe Sireuil e Stanislas Nordey. No 22º Festival de Almada os Artistas
Unidos apresentaram Music hall, deste autor, com encenação de François Berreur.
A propósito da estreia de História de amor (últimos capítulos), os Artistas Unidos
organizam, em colaboração com o Instituto Franco-Português um colóquio sobre
este dramaturgo francês.
Alexandra Moreira da Silva é investigadora de Estudos Teatrais e Estudos
de Tradução. De Lagarce traduziu para português, para além da peça agora
apresentada, Estava em casa e esperava que a chuva viesse, As regras de bem
viver na sociedade moderna e Somente o fim do Mundo.
François Berreur, encenador e editor, fundou, juntamente com Lagarce,
o Théâtre de la Roulotte e posteriormente, em 1992, a editora Les Solitaires
Intempestifs, tornando-se no colaborador artístico mais próximo deste autor.
Estreou-se na encenação com Le voyage a la Haye, de Lagarce.
Jean-Pierre Thibaudat é ensaísta, crítico de teatro e autor da biografia Le
roman de Jean-Luc Lagarce. Durante mais de dez anos colaborou igualmente no
jornal Libération.
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Sexta-feira, 6 de Julho às 18h30.
Instituto Franco-Português (Lisboa).
Encontro com Rafael Spregelburd
R
afael Spregelburd, autor de La estupidez (ver pág. 12), é também actor
e encenador. Na sua formação participou em seminários orientados por
José Sanchis Sinisterra e numa residência artística no Royal Court Theatre de
Londres. Em 1994 fundou a companhia argentina El Patrón Vázquez, com quem
tem desenvolvido um trabalho que já lhe rendeu vários prémios, tais como o
Prémio Nacional de Dramaturgia da cidade de Buenos Aires, o Prémio Nacional
51 24º festival de almada
colóquios/debates/leituras
de Dramaturgia, o Prémio Argentores para as Novas Dramaturgias e o Prémio do
Fundo Nacional das Artes. As suas obras têm sido produzidas em países como
Espanha, França, Itália, Holanda, República Checa, Alemanha e Suécia.
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Sexta-feira, 6 de Julho, às 19h00.
Escola D. António da Costa (Almada).
Encontro com Harriet Andersson
H
arriet Andersson, uma das mais célebres actrizes suecas de teatro e cinema,
que por diversas vezes filmou com Ingmar Bergman, estará em Almada para
assistir à estreia da peça Uma peça de teatro, do dramaturgo e seu colega actor
Erland Josephson (ver pág. 14). Harriet Andersson participará num colóquio no
TMA sobre Erland Josephson.
Harriet Andersson
Harriet Andersson nasceu em Estocolmo em 1932 e conheceu Ingmar
Bergamn em 1950, que escreveu para ela o filme Mónica e o desejo, que a tornou
célebre. Da colaboração com este realizador resultaram filmes como Sorrisos de
uma noite de Verão (1955), Through a glass darkly (1961), Lágrimas e suspiros
(1972) e Fanny e Alexandre (1982). Ao longo da sua carreira Harriet Andersson tem
recebido vários prémios e distinções, entre os quais o Prémio Guldbagge (Suécia),
o Prémio Amanda (Noruega) o Prémio do Festival de Veneza (1964) para melhor
actriz, e o Prémio do Festival Internacional de Cinema de Moscovo (1975). O último
filme que rodou foi Dogville, em 2003, com realização de Lars von Trier.
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Sábado, 7 de Julho, às 18h30.
Cafetaria do Teatro Municipal de Almada.
Encontro com João Garcia Miguel
O
encenador de Burgher King Lear conversa com o público sobre o seu trabalho
(ver biografia na pág. 24).
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Quarta-feira, 11 de Julho, às 19h00.
Esplanada da Escola D. António da Costa (Almada).
24º festival de almada 52
colóquios/debates/leituras
Encontro com Jaime Lorca
J
aime Lorca, fundador da extinta companhia chilena La Troppa (que no Festival de
Almada apresentou Viagem ao centro da Terra, Pinóquio e Gémeos) apresenta­-se agora com a sua própria companhia no Festival com Gulliver, segundo Jonathan
Swift (ver pág. 27).
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Sexta-feira, 13 de Julho às 19h00.
Escola D. António da Costa (Almada).
Encontro com Finn Iunker e Fredrik Hannestad
F
inn Iunker (ver biografia na pág. 30) e Fredrik Hannestad são, respectivamente,
o autor e o encenador de Ifigeneia. Fredrik Hannestad, fundador do grupo
norueguês Verk Produksjoner, estudou no Istituto di Arte Scenica, em Itália, sob a
orientação de Ingmar Lindh, e na Nordic Theatre School de Aarhus. A estética deste
grupo caracteriza-se pela mistura do texto dramático com a música e a dança.
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Domingo, 15 de Julho às 17h30.
Fórum Romeu Correia (Almada).
53 24º festival de almada
workshop
corpo pensante
workshop de movimento para actores e bailarinos
coordenado por Jean Paul Bucchieri
O lugar do corpo no teatro contemporâneo O
trabalho a desenvolver no workshop baseia-se essencialmente na possibilidade
do corpo do actor e do bailarino poderem trabalhar no mesmo plano para uma
construção cénica. O seu objectivo é investigar as possibilidades metamorfósicas
do corpo do actor e do bailarino, dentro de uma mesma confrontação. Questionar
a percepção da consciência do intérprete em cena a partir da compreensão do
próprio movimento. Reflectir sobre a responsabilidade do intérprete e sobre as suas
escolhas a partir do corpo. Corpo entendido aqui como meio de contextualização e
como território dramatúrgico. O corpo como escrita cénica. Como habitar o corpo
em cena e que perspectiva dar-lhe.
Jean Paul Bucchieri
Jean Paul Bucchieri
C
oreógrafo, encenador, pedagogo e investigador, nasceu em Itália em 1967
e reside em Portugal desde 1993, tendo-se formado com Frederich Jahn na
ópera de Paris. No Balletto di Toscana (sob a direcção artística de Cristina Bozzolini)
interpretou coreografias de Mauro Bigonzetti, Virgilio Sieni, Fabrizio Monteverdi,
Hans van Manen e Vasco Wallenkamp, tendo ainda participado no filme La luna
incantata, premiado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes 1993.
Em Portugal colaborou com a Companhia de Dança de Lisboa, com a coreógrafa
Olga Roriz, com a pianista Maria João Pires, e com os encenadores Jorge Listopad,
Joaquim Benite, Vladislav Pazi, Ana Luísa Guimarães e Cláudio Hochman. Colaborou
ainda com Bob Wilson, como coreógrafo e intérprete, em Death, Destruction and
Detroit e Corvo Branco.
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Dias 11, 12, 13, 14 e 15 de Julho
Informações e inscrições 212739360
Sala de Ensaios do Teatro Municipal de Almada
24º festival de almada 54
cinema
Os filmes de Carmen Dolores
Em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, a MGN, José
Fonseca e Costa e Animatógrafo.
D
esde Amor de perdição, que foi o seu primeiro filme, em 1943, a carreira de
Carmen Dolores desenvolveu-se paralelamente no teatro e no cinema. No ciclo
Os filmes de Carmen Dolores apresentam-se cinco exemplos da sua filmografia,
com trabalhos dirigidos por António Lopes Ribeiro, Leitão de Barros e Fonseca e
Costa. As sessões, todas no Fórum Romeu Correia, constituem uma oportunidade
para rever na tela a grande actriz que o Festival este ano homenageia.
Amor de Perdição, de António Lopes Ribeiro (1943)
Qua 11 às 21h30 (duração 2h20)
A vizinha do lado, de António Lopes Ribeiro (1945)
Qui 12 às 19h00 (duração 1h50)
Camões, de Jorge Leitão de Barros (1946)
Dom 15 às 18h00 (duração 1h55)
Balada da praia dos cães, de José Fonseca e Costa (1986)
Dom 15 às 21h30 (duração 1h30)
A mulher do próximo, de José Fonseca e Costa (1988)
Seg 16 às 21h30 (duração 1h25)
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Fórum Romeu Correia (Almada)
55 24º festival de almada
música na esplanada
A
ntecedendo os espectáculos apresentados no Palco Grande da Escola D.
António da Costa, o Festival de Almada apresenta um conjunto de concertos
de vários estilos musicais, com entrada livre, no palco da Esplanada.
Quarteto João Falcato | 21h00 Qua 4
João Falcato, pianista especializado em música latino-americana, está de volta a
Portugal após um período de 12 anos a viver na Holanda. A sonoridade do seu quarteto
engloba vários estilos musicais, tais como a rumba, o samba e o cha-cha-cha.
Line | 21h00 Qui 5
O Line é um projecto musical acústico de covers, que tem como referência os
estilos soul, jazz e pop. Este trio é composto por Kátia Moreira (voz), Guilherme
Marinho e Nuno Peleira (guitarras).
Chauffeur Navarrus | 21h00 Sáb 7
O repertório dos Chauffeur Navarrus assenta no pop-blues cantado em português,
dadas as diferentes características dos seus músicos. Este grupo musical é o ponto para
onde convergiram os distintos percursos profissionais dos músicos que o compõem.
Trio Paulo Bandeira | 21h30 Dom 8
O trio Paulo Bandeira procura encontrar uma conciliação entre o estilo clássico e a
modernidade, na definição do seu percurso estético. A sua actuação divide-se entre
a interpretação de temas clássicos do jazz e originais dos membros da banda.
Quarteto Roger Freitas | 21h00 Ter 10
As músicas deste quarteto, com autoria de Roger Freitas, assentam essencialmente
na bossa nova, no fusion e no jazz. O Maestro Emílio Robalo, o baixista Niky Neves
e o baterista Carlitos Moçambique são os restantes elementos deste grupo.
Quarteto Raspa de Tacho | 21h00 Qui 12
Este grupo, formado em 2002, tem como objectivo apresentar aquilo que a música
popular instrumental brasileira tem de melhor e mais genuíno, isto é, aquilo que lhe
confere o seu valor universal, desde o choro à valsa, passando pela bossa nova.
3 o’clock | 21h00 Sáb 14
Os 3 O’Clock são um grupo formado há 5 anos por jovem músicos originários de
Fátima. Com um repertório assente em covers de temas da música portuguesa, a
banda tem actuado em vários circuitos de bares com música ao vivo.
World Beat | 21h30 Qua 18
A World Beat nasceu em 2005. Nos concertos deste agrupamento são interpretados
temas de jazz, música brasileira e afrobeat, sob a influência de compositores tão
distintos como Sun Ra ou Toninho Horta.
24º festival de almada 56
Director
Administração
Director técnico
Director de produção
Adjunto de produção
Cartaz
imagem e comunicação
Colaboração editorial
Público e assinaturas
Acolhimento
equipa técnica central
Assistentes de produção
traduções
responsáveis técnicos
Centro Cultural de Belém
Culturgest
Fórum municipal romeu Correia
Palco Grande da escola
D. António da Costa
teatro municipal de Almada
são luiz - teatro municipal
teatro nacional D. maria ii
JoAquim Benite
maria laita
José Carlos nascimento
Paulo mendes
Filipe Brandão
Costa Pinheiro
rodrigo Francisco, Ana rita Fernandes
e sónia Benite
José martins
susana Fernandes, Diana queiroz,
Joana Fernandes e miguel martins
rui Pires, Carla D’ávila, rui Gaspar
susana Pires e sandra ramos
Carlos Galvão (chefe técnico), António
Cipriano, Guilherme Frazão, marco
Jardim e Paulo Horta (técnicos)
João noronha e nuno Góis
David Pais, eduardo Brandão
e lucy Delbreil
Paulo Graça
eugénio sena
manuel mendonça
José Carlos nascimento
Carlos Galvão
Hernâni saúde
José Carlos nascimento
sov
informações úteis
Assinatura para todos os espectáculos ADULTO | 65€
Assinatura para todos os espectáculos JOVEM | 35 €
Assinatura para todos os espectáculos SÉNIOR | 35€
O título de assinatura garante a entrada nos espectáculos realizados no Palco Grande, na Sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Centro Cultural de Belém,
na Culturgest, no Teatro Nacional D. Maria II e no São Luiz – Teatro Municipal. Nos
restantes espaços a entrada é condicionada pela existência de lugares disponíveis.
Para os espectáculos realizados nestes espaços, os bilhetes devem ser levantados
pelos assinantes na véspera ou no próprio dia do espectáculo. A distribuição de
bilhetes pelos assinantes termina meia hora antes do início das sessões.
Local
Bilhete normal
Palco Grande
13€
Teatro Municipal de Almada
13€
Fórum Romeu Correia
10€
CCB (Praça do Museu)
12€
Teatro Nacional D. Maria II
12,5€ a 15€
Culturgest 12€
São Luiz – Teatro Municipal
12€ a 25€
Instituto Franco-Português
10€
Casa da América LatinaEntrada livre
Bilhete
com desconto
1
7€
1
7€
1
5€
2
25%
1
30%
1
3
5€ 30%
4
50%
1
5€
Informações
Teatro Municipal de Almada
Av. Professor Egas Moniz
Telf. 212739360
[email protected]
www.ctalmada.pt
_____________________________
1
Jovens até 25 anos e adultos com mais de 65 anos.
2
Jovens até 30 anos.
3
Adultos com mais de 65 anos e Profissionais do espectáculo.
4
Estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CML e Empresas Municipais.
www.ctalmada.pt
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