Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) Resumidamente, o modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a todos os distúrbios psicológicos. A avaliação realista e a modificação no pensamento produzem uma melhora no humor e no comportamento. A melhora duradoura resulta da modificação das crenças disfuncionais básicas dos pacientes. O tratamento baseia-se tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico como em sua aplicação à conceituação ou entendimento do paciente individual. O terapeuta busca, de uma variedade de formas, produzir a mudança cognitiva – mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente – visando promover mudança emocional e comportamental duradoura. O caráter de uma intervenção de terapia cognitiva típica. Um problema importante para a paciente é especificado, uma ideia disfuncional é identificada e avaliada, um plano razoável é delineado e a efetividade da intervenção é avaliada. Conceituação Cognitiva Uma conceituação cognitiva fornece a estrutura para o entendimento de um paciente pelo terapeuta. Ele faz a si mesmo as seguintes perguntas para iniciar o processo de formulação de um caso: Qual é o diagnóstico do paciente? Quais são seus problemas atuais, como esses problemas se desenvolveram e como eles são mantidos? Que pensamentos e crenças disfuncionais estão associados aos problemas; quais reações (emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão associadas ao seu pensamento? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------Então, o terapeuta levanta hipóteses sobre como o paciente desenvolveu essa desordem psicológica particular: Que aprendizagens e experiências antigas (e talvez predisposições genéticas) contribuem para seus problemas hoje? Quais são suas crenças subjacentes (incluindo atitudes, expectativas e regras) e pensamentos? Como ele enfrentou suas crenças disfuncionais? Que mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais, positivos e negativos, ele desenvolveu para enfrentar suas crenças disfuncionais? Como ele via (e vê) ele mesmo, os outros, seu mundo pessoal, seu futuro? Que estressores contribuíram para seus problemas psicológicos ou interferiram em sua habilidade para resolver esses problemas? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------O terapeuta começa a construir uma conceituação cognitiva durante seu primeiro contato com um paciente e continua a refinar sua conceituação até a última sessão. Essa formulação orgânica em evolução o ajuda a planejar uma terapia eficiente e efetiva. O Modelo Cognitivo A terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo, que levanta a hipótese de que as emoções e comportamentos das pessoas são influenciados por sua perceção dos eventos. Não é uma situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas, antes, o modo como elas interpretam uma situação. Então, o modo como as pessoas se sentem está associado ao modo como elas interpretam e pensam sobre uma situação. A situação em si não determina diretamente como eles sentem; sua resposta emocional é intermediada por sua perceção da situação. O terapeuta cognitivo está particularmente interessado no nível de pensamento que opera simultaneamente com o nível mais óbvio e superficial de pensamento. Pensamentos automáticos – pensamentos avaliativos rápidos e não são decorrentes de deliberação ou raciocínio, parecem surgir automaticamente de repente; eles são, com frequência, bastante rápidos e breves. Você pode estar um pouco ciente desses pensamentos; você tende muito mais a estar ciente da emoção que se segue. Crenças Centrais – são entendimentos que são tão fundamentais e profundos que as pessoas frequentemente não os articulam, sequer para si mesmas. Essas ideias são consideradas pela pessoa como verdades absolutas, exatamente o modo como as coisas “são”. As crenças centrais são o nível mais fundamental de crença; elas são globais, rígidas e supergeneralizadas. Pressupostos, Suposições ou Crenças Intermediárias - consiste em atitudes, regras e suposições (frequentemente não articuladas). Resumo Conceituar um paciente em termos cognitivos é crucial para determinar a trajetória mais eficiente e efetiva de tratamento. Isso também auxilia a desenvolver a empatia, um ingrediente essencial para estabelecer um bom relacionamento de trabalho com o paciente. De modo geral, as perguntas a fazer, ao conceituar um paciente, são: Como o paciente desenvolveu esse transtorno? Quais foram os eventos de vida, experiências e interações significativos? Quais são suas crenças mais básicas sobre si mesmo, seu mundo e os outros? Quais são suas suposições, expectativas, regras e atitudes (crenças intermediárias)? Que estratégias o paciente utilizou ao longo da vida para lidar com essas crenças negativas? Que pensamentos automáticos, imagens e comportamentos ajudam a manter o transtorno? Como suas crenças em desenvolvimento interagem com situações de vida para tornar o paciente vulnerável ao transtorno? Novamente, a conceituação inicia no primeiro contato e é um processo continuado, sempre sujeito a modificações à medida que novos dados são revelados e hipóteses anteriores são confirmadas ou rejeitadas. O terapeuta fundamenta suas hipóteses sobre os dados que ele coletou, utilizando a explicação mais parcimoniosa e refreando-se de interpretações e inferências não claramente embasadas em dados reais. O terapeuta verifica a conceituação com o paciente em pontos estratégicos para assegurar-se de que ela é precisa, bem como para ajudar o paciente a entender a si próprio e suas dificuldades. É útil para o terapeuta ver a terapia como uma jornada e a conceituação como um mapa rodoviário. O paciente e ele discutem as metas da terapia, o destino final. Relação Terapêutica A relação terapêutica é o veículo por meio do qual se processam os tratamentos psicoterápicos. É uma relação Terapeuta (Pessoa especializada) – Paciente (Pessoa que procura ajuda). O destino de cada psicoterapia resulta das características pessoais do paciente e do terapeuta, das reedições de vivências passadas que ambos trazem para a situação presente e da interacção desses elementos com a relação actual, única e particular, que eles estabelecem entre si. Dessa forma, pode-se compreender a complexidade que envolve uma relação composta de tantos factores que se superpõem, sucedem, complementam ou antagonizam. Como em todas as escolas terapêuticas o objectivo primeiro é estabelecer uma fundação sólida para a relação terapêutica, e isso depende de uma série de factores tais como empatia, interesse, confiança, genuinidade aceitação desprovida de julgamentos, autenticidade, autoconfiança. Alguns comportamentos relevantes para relação terapêutica são assentimento com a cabeça, contacto visual. Outros estudos feitos destacam um conjunto de comportamentos considerados importantes como: Componentes da Relação Terapêutica Aliança terapêutica – designa a capacidade do paciente de estabelecer uma relação de trabalho com o terapeuta; Relação sustentada pela simpatia, empatia e confiança. Transferências – transferir sentimentos e atitudes; Paciente –Terapeuta. Responder a novas relações de acordo com padrões do passado. Contratransferência – Terapeuta - Paciente Contexto da Relação Setting Terapêutico; Fronteiras terapêuticas; Nova Ordem (Regras, números de sessões, horários, duração); Papel do terapeuta e do paciente O terapeuta tem um papel activo e directivo no tratamento, da mesma forma que o paciente, que se envolve de forma proactiva no processo de solução de problemas. Ambos buscam empiricamente, por meio de experimentos, as evidências necessárias para confirmar ou refutar as hipóteses levantadas colaborativamente. Terapeuta Solicitação de informação; Fornecimento de informação; Empatia, concordância e compreensão; Envolvido; Flexibilidade; Aprovação; Orientação; Interpretação; Confrontação; Paciente Expressão de sentimentos; Disposição para compreender e mudar; Tolerar e exprimir sentimentos dolorosos; Atitude activa; Importância da relação para o processo Permite construir experimentos visando a modificação interpessoal, pois é um excelente veículo de mudanças diminui a chances de ocorrência de resistência a terapia. É um dos maiores preditores de sucesso da terapia, visto que uma relação terapêutica assertiva influencia o paciente a não abandonar a terapia prematuramente e também leva o paciente a cumprir com os objectivos iniciais. A relação terapêutica esta intimamente ligada a efectividade do tratamento.