filo mollusca - Universidade Castelo Branco

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
FILO MOLLUSCA
PROF. MARCELO SOARES
Aluno: Fernando Perotta Raposo Portilho Lima
Matrícula: 2007040362
Turma: REEADCB0311081
FILO MOLLUSCA
O nome Mollusca é derivado da palavra em latim MOLLUSCUS, que significa mole. Uma das
características mais distintas é o corpo interno mole que contrasta com uma concha exterior dura. São
protostomados, de uma simetria bilateral e celomados (com celoma reduzido).
Entre os Mollusca estão incluídos os animais conhecidos por caramujos, caracóis, lesmas mexilhões,
ostras, vieiras, lulas e polvos.
Dentre todos os filos reconhecidos até agora, este é o primeiro a apresentar CELOMA, ou seja uma
cavidade no corpo originada a partir do 3º folheto embrionário, a MESODERME. No caso dos moluscos essa
cavidade tem origem a partir de fendas de um agregado de células mesenquimais que constituem faixas
mesodérmicas sólidas, recebendo esse processo a denominação de ESQUISOCELIA (Ruppert & Barnes,
1996) .
Os Mollusca constituem um grupo monofilético e as sinapomorfias indicadas por Ruppert et. al (2005)
com base em estudos de vários autores são: presença de manto com espículas calcárias; rádula; pé com
músculos retratores pedais pares; brânquias bipectinadas; e sistema nervoso tetraneuro. O MANTO é uma
área ampla de epitélio dorsal com cutícula engrossada, que produz espículas ou uma ou mais conchas
calcáreas: usualmente expande-se em dobras periféricas que protegem as áreas laterais do corpo, algumas
vezes cobrindo-o completamente. A RÁDULA localiza-se na cavidade bucal e é formada por uma faixa de
dentes quitinosos curvos tendo como principais funções a raspagem e coleta de alimentos.
O filo dos moluscos é o segundo maior filo animal com mais de 100000 espécies vivas,e, é um
importante filo na linha evolutiva dos invertebrados protostómios. Os moluscos têm larga distribuição espacial
e temporal, apresentando um registro fóssil contínuo desde o período Cambriano, com numerosas espécies
abundantes como indivíduos e de grande importância ecológica.
O filo Mollusca compõe-se de sete classes: APLACOPHORA, POLYPLACOPHORA (QUÍTONS),
MONOPLACOPHORA, SCAPHOPODA (DENTÁLIOS), BIVÁLVIA (MEXILHÕES, OSTRAS E VIEIRAS),
GASTROPODA (CARACÓIS E LESMAS) E CEPHALOPODA (LULAS E POLVOS) (Ruppert & Barnes; Brusca
& Brusca, 2003)
Apesar da maioria ser marinha, caracóis e lesmas invadiram os meios de água doce e terrestre.
Juntamente com os artrópodes, os moluscos apresentam a maior variedade de adaptações ao meio de todos
os invertebrados. A maioria dos moluscos é de vida livre, movendo-se lentamente e em relação íntima com o
substrato.
Lula
Apesar da enorme variedade de formas, os moluscos possuem um conjunto de
características básicas comuns:
Simetria bilateral – em alguns casos a simetria é alterada durante o desenvolvimento embrionário,
por fenômenos de torção;
Corpo mole – geralmente coberto por uma concha calcária, produzida pelo manto. O corpo pode ser
dividido nas seguintes partes:
Rádula vista ao M.E.
A Cabeça contém gânglios nervosos associados a órgãos dos sentidos por vezes complexos. A boca
apresenta uma rádula membrana sobre a qual se dispõem filas de dentes córneos virados para trás, que
funciona como um raspador para retirar alimentos.
Massa visceral – concentra a maioria dos sistemas (digestivo, excretor, reprodutor, etc.):
Pé – órgão musculoso utilizado na locomoção, captura de presas, natação, etc., pelo que pode ser
extremamente modificado;
Manto – prega de tecido da parede dorsal do corpo que recobre a massa visceral e contém glândulas
que segregam a concha. O manto delimita uma cavidade, do manto, onde se localizam os órgãos
respiratórios;
Sistema digestivo é completo, com boca e ânus, e com órgãos diferenciados (faringe, esôfago,
estômago, intestino e glândulas digestivas anexas); – exceto nos cefalópodes, o sistema circulatório é aberto,
ou seja, parte do trajeto do sangue é feita fora de vasos sanguíneos, em espaços designados lagunas, o que
para animais de movimento lento será suficiente. O coração localiza-se dorsalmente;
A grande maioria dos moluscos apresenta os sexos separados, com fecundação externa nos animais
aquáticos. Algumas espécies, no entanto, apresentam fecundação interna ou metamorfoses.
CLASSE APLACOPHORA
São moluscos marinhos, vermiformes que não possuem concha, cabeça, manto ou pé. Possuem apenas uma
cutícula recoberta com espinhos calcáreos
CLASSE POLYPLACOPHORA
São moluscos simétricos, bilalerais, possuem 8 placas calcáreas. O Poliplacophora são animais
conhecidos como quítons. São considerados como um dos ramos mais basais na linha evolutiva dos
moluscos, com placas calcárias dos aplacóforos. O nome do grupo está relaciona à presença de placas, que
são dorsais e em número de oito; já foram registrados indivíduos anômalos com cinco a sete ou nove placas,
mas são raros. Existem cerca de 800 espécies viventes, cerca da metade em águas rasas, sendo muito
comuns na zona entremarés onde vivem fixadas às rochas.
CLASSE CEPHALOPODA
Entre os cefalópodes encontram-se os maiores, mais rápidos e mais inteligentes de todos os
invertebrados. Podem apresentar tamanho relativamente reduzido, cerca de 2 a 3 cm de comprimento, ou
atingir os 16 metros (dos quais 10 correspondem aos tentáculos) ou mesmo mais, das lulas gigantes.
Os cefalópodes primitivos apresentavam concha externa, mas atualmente apenas um gênero a
conserva. Os restantes apresentam apenas um vestígio interno, ou perderam-na totalmente.
Aparentemente são um grupo em declínio do ponto de vista evolutivo, consistindo apenas em 660
espécies atuais.
Os cefalópodes apresentam o pé transformado em tentáculos, oito ou dez, providos de ventosas e
que rodeiam a boca. Nos chocos, além dos oito tentáculos vulgares, como nos polvos, existem dois com que
capturam as presas, que podem ser projetados com grande rapidez. Nas lulas também existem dois
tentáculos especializados na captura de presas, mas estes não são retráteis
A cabeça destes animais é distinta e apresenta olhos muito eficientes, semelhantes aos dos
vertebrados, bem como órgãos dos sentidos químicos e tácteis muito desenvolvidos.
O sistema nervoso é desenvolvido, com maior tendência para a cefalização que os restantes grupos
do filo Molusca. Experiências têm revelado um elevado grau de inteligência nestes animais, considerados os
mais evoluídos nesse aspecto nos invertebrados. Os cefalópodes já revelaram ser capazes de resolver
problemas e são, inclusive, capazes de brincar, um comportamento geralmente associado aos mamíferos.
Todos são predadores eficientes, possuindo fortes mandíbulas córneas em forma de bico de
papagaio e rádula.
Na cavidade do manto ou no sulco palial, área formada pela invaginação do manto, localiza-se as
brânquias, bem como as aberturas dos sistemas digestivas, excretor e reprodutor.
Muitos, como o polvo, não apresentam concha, enquanto outros apresentam concha interna, pouco
desenvolvida e achatada (chocos e lulas).
Nautilus
Os únicos cefalópodes atuais que apresentam concha externa pertencem ao gênero Nautilus. Neste
gênero, a concha é enrolada em espiral e formada por câmaras contíguas, vivendo o animal apenas na última,
que é a maior.
Órgãos internos de uma lula
O sistema circulatório é fechado, ocorrendo toda a circulação sanguínea no interior de vasos. Além
do habitual coração dorsal, estes animais apresentam um segundo conjunto de pequenos corações junto das
brânquias, o que aumenta grandemente a velocidade de circulação sanguínea nos órgãos respiratórios e,
conseqüentemente, a taxa metabólica.
Os cefalópodes, ao contrário dos restantes moluscos, deslocam-se velozmente, devido a um sistema
de propulsão a jacto, usando o seu sifão, fato que não pode ser dissociado do seu eficiente sistema
circulatório fechado. Esta situação permite explicar a perda de concha, dado que era necessário libertar o
manto desse material rígido para que este pudesse funcionar como bomba de água.
Além de excelentes predadores, são igualmente eficientes na fuga e na camuflagem, devido á sua
capacidade de mudar a cor e a textura do seu revestimento, bem como devido à bolsa do ferrado, que produz
uma tinta negra que perturba um possível atacante.
Polvo de anéis azuis, com apenas 10 cm de comprimento, pode matar um homem em 15 minutos
com a sua picada venenosa.
A mudança de cor e mesmo de textura do corpo pode ser extremamente rápida e está intimamente
associada ao sistema nervoso dos cefalópodes. A inervação seletiva de células especiais da pele cromatóforos - origina um padrão de manchas, que ao olho humano resulta em alterações bruscas de
pigmentação.
Pele de lula, mostrando cromatóforos com diversos tipos de pigmentos e o modo como a cor do
animal varia com a contração de cromatóforos específicos.
Geralmente a pele do cefalópode é translúcida e apresenta uma camada profunda de células
brancas refletoras, designadas leucóforos. Os cromatóforos localizam-se acima dessa camada e contêm
pigmentos amarelos, vermelhos e negros. Outras tonalidades, como o verde e o azul iridescente devem-se a
outro tipo de célula, os iridóforos.
Cada cromatóforo é controlado por células musculares, por sua vez controlado por nervos ligados
diretamente ao cérebro. Assim, contraindo ou relaxando essas células musculares, o cefalópode pode variar o
tamanho do cromatóforo e a intensidade da cor que este revela à vista desarmada. Cada tipo de cromatóforo
é controlado por diferentes nervos, pelo que o animal pode controlar cada pigmento separadamente.
Polvos saindo do ovo
Os cefalópodes têm os sexos separados, a fecundação é interna e formam ovos ricos em vitelo, dos
quais emergem jovens por desenvolvimento direto.
O acasalamento é procedido de rituais complexos, geralmente envolvendo brilhantes demonstrações
de cor e luz (algumas espécies são bioluminescentes).
Os machos apresentam um braço especializado - hectocótilo - na transferência de um saco de
esperma - espermatóforo - para o corpo da fêmea. O hectocótilo é facilmente identificado, pois não tem
ventosas na extremidade. Após a transferência de esperma o casal separa-se e a fêmea irá, então, fecundar
os seus óvulos quando mais lhe convier. Em polvos a fêmea pode armazenar o espermatóforo no interior da
cavidade paleal durante dois meses, até encontrar um local adequado para depositar os ovos.
Geralmente existe algum grau de cuidados parentais, especialmente entre os polvos. As fêmeas
colocam os ovos numa pequena cova, que guardam durante desde algumas semanas até 8 meses,
dependendo da temperatura da água. Não se alimentam durante esse período, morrendo pouco depois que
os jovens nascem.
Em lulas é igualmente frequente os progenitores morrerem imediatamente após o acasalamento,
deixando os ovos envoltos em finas membranas ancorados no fundo arenosos do oceano.
CLASSE GASTROPODA
Os gastrópodes (gr. Gaster = ventre + podos = pé) são o grupo de moluscos mais numeroso e
diversificado, representando mais de 4/5 das espécies do filo. São gastrópodes, além dos caracóis, as
lesmas, lebres do mar (também conhecidas por tintureiras), lapas e búzios.
Caracol marinho planctónico
Apesar de algumas espécies serem terrestres, a maioria é aquática, principalmente marinha. O seu
tamanho é muito variado, desde minúsculos caracóis aquáticos com 1 mm a uma espécie australiana com 70
cm de comprimento.
Este grupo de moluscos são os que mais se assemelham ao molusco generalizado, descrito
anteriormente, exceto no fato de apresentarem geralmente uma concha espiralada, que os torna assimétricos.
Caracol terrestre
A maioria dos gastrópodes apresenta uma concha univalve, achatada ou espiralada, no interior da
qual se aloja a massa visceral. Algumas espécies têm um opérculo, que tapa a entrada da concha quando o
animal se recolhe. No entanto, existem muitas exceções, como as lesmas marinhas ou nudibrânquios, que
não apresentam concha, dependendo de elaboradas defesas químicas para a defesa.
Órgãos internos de um caracol
Durante o desenvolvimento embrionário a massa visceral sofre uma torção de 180º no sentido oposto
ao dos ponteiros do relógio, pelo que a abertura da cavidade paleal e o ânus se localizam sobre a cabeça (ou
apontando para o lado direito, em algumas espécies) no animal adulto, um dos poucos aspectos comuns a
estes animais tão diversificados.
O pé ventral é largo e em forma de palmilha, coberto por numerosas glândulas mucosas. Todos os
gastrópodes, herbívoros ou predadores, apresentam rádula.
Os gastrópodes marinhos respiram por brânquias localizadas na cavidade paleal, enquanto os
terrestres não as apresentam. Neste caso, as trocas gasosas são realizadas pelo manto, que se encontra
muito vascularizado na cavidade paleal, que funciona como um pulmão.
A maioria dos gastrópodes apresenta os sexos separados, mas existem formas hermafroditas
(caracóis, por exemplo) e, em outros casos, os animais podem mudar de sexo ao longo da vida.
CÉLULAS NERVOSAS
Sua visualização já possível logo que removida e dissecada da superfície do gânglio. Elas são ovais
ou redondas nos cortes e variadas em seu tamanho, variando de 7 a 200 um. A presença de neurônios
enormes nos moluscos pulmonados contrasta com todos os outros grupos de animais. Todos, com exceção
dos menores neurônios são poliplóides, e existem evidências de que diferentes replicações de DNA. Muito
provavelmente, isso está ligado com o tamanho e a proporção de DNA que o neurônio possui, o que reflete na
área total da célula. Quanto maior a área, mais proteínas são necessárias.
Os neurônios no Sistema Nervoso Central são, geralmente, monopolares. Uma característica
importante das células nervosas dos moluscos é que eles podem mandar múltiplos estímulos no mesmo
nervo, conectivo ou periférico. Uma explicação para este fato, e a que mais é aceita, é que este arranjo
poderia aumentar a eficiência da liberação das moléculas mensageiras do neurônio para a fenda nervosa, e
daí para a circulação sangüínea.
As sinapses entre os neurônios ocorrem com uma ultraestrutura semelhante às sinapses do sistema
nervoso central dos vertebrados, exceto pela escassez de uma alta densidade pós-sináptica.
CLASSE MONOPLACOPHORA
São moslucos providos de concha única, marinhos e que vivem em grandes profundidades. Possuem
órgãos repetidos em série. Sua cavidade palial se situa em torno do pé, formando um sulco lateral onde estão
os ctenídeos. A cabeça e reduzida e sem olhos, há tentáculos em torno da boca que é provida de rádula.
CLASSE SCAPHOPODA
Esses organismos apresentam uma única concha cônica, com duas aberturas, semelhantes a um
dente. Possuem estrutura semelhante a uma quilha próxima ao pé. Seu manto é dobrado e a massa visceral
fundida. Suas trocas gasosas ocorrem através do manto, sem a presença de ctenídeos. Há tentáculos em
torno do pé que servem para a captura de alimento (captáculos) que também tem função sensorial. Possuem
rádula.
CLASSE BIVÁLVIA
As conchas biválvias são caracterizadas pela presença de duas valvas, geralmente convexas e
articuladas entre si. Apresentam-se com diferentes formas, tamanhos, cores e ornamentações o que atraem
tanto amadores quanto pesquisadores. Como os bivalves possuem ampla radiação adaptativa, há grande
variação na morfologia externa de suas conchas, sendo que muitas das características apresentadas são
importantes na taxonomia do grupo, inclusive indicando tipos de habitat e hábitos desses animais. É possível
que as ornamentações, como carenas e costelas, que acarretam certo engrossamento da concha atuem
como adaptações contra a ação de predadores.
A coloração da concha resultante na deposição de pigmentos em suas camadas, é muito variável,
desde tons claros, com ou sem manchas, à tons escuros fortemente brilhante, normalmente responsáveis por
afugentar predadores. Podem possuir também como estratégia de defesa, cores e tons capazes de camuflar o
animal no ambiente em que se encontra.
BIBLIOGRAFIA:
INVERTEBRADO – MANUAL DE AULAS PRÁTICAS
HOLOS, EDITORA LTDA-ME
ARTROPODOLOGIA E MALACOLOGIA
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
Internet:
http//www.neptunea.org/aplacophora.jpg
http//www.iped.com.br/sie/uploads/9904.jpg
http//www.iedbig.com.br
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