FILO MOLLUSCA E SEUS PRINCIPAIS REPRESENTANTES CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – EAD DISCIPLINA: ARTROPODOLOGIA E MALACOLOGIA 3° PERÍODO ALUNA: VANESSA FIUZA DE MELLO MATRÍCULA: 2007010112 Introdução A designação deste filo revela o aspecto mais distintivo destes animais (l. mollis = mole). Apesar da maioria ser marinha, caracóis e lesmas invadiram os meios de água doce e terrestre. Juntamente com os artrópodes, os moluscos apresentam a maior variedade de adaptações ao meio de todos os invertebrados. A maioria dos moluscos é de vida livre, movendo-se lentamente e em relação íntima com o substrato. Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole, não segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição anterior, onde abre-se a boca, entrada do tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores químicos também estão presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais, quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido. Características Simetria bilateral – em alguns casos a simetria é alterada durante o desenvolvimento embrionário, por fenómenos de torção Corpo mole – geralmente coberto por uma concha calcária, produzida pelo manto. O corpo pode ser dividido nas seguintes partes: Cabeça – contêm gânglios nervosos associados a órgãos dos sentidos por vezes complexos. A boca apresenta uma rádula, membrana sobre a qual se dispõem filas de dentes córneos virados para trás, que funciona como um raspador para retirar alimentos; Massa visceral – concentra a maioria dos sistemas (digestivo, excretor, reprodutor, etc.); Pé – órgão musculoso utilizado na locomoção, captura de presas, natação, etc., pelo que pode ser extremamente modificado; Manto – prega de tecido da parede dorsal do corpo que recobre a massa visceral e contém glândulas que segregam a concha. O manto delimita uma cavidade, do manto ou paleal, onde se localizam os órgãos respiratórios; Sistema digestivo – completo, com boca e ânus, e com órgãos diferenciados (faringe, esôfago, estômago, intestino e glândulas digestivas anexas); Sistema circulatório – exceto nos cefalópodes, o sistema circulatório é aberto, ou seja, parte do trajeto do sangue é feito fora de vasos sanguíneos, em espaços designados lagunas, o que para animais de movimento lento será suficiente. O coração localiza-se dorsalmente. Reprodução – a grande maioria dos moluscos apresenta os sexos separados, com fecundação externa nos animais aquáticos. Algumas espécies, no entanto, apresentam fecundação interna ou metamorfoses. Classificação Classe Polyplacophora ("muitas placas") A superfície dorsal desses moluscos apresenta uma armadura calcária composta por placas parcialmente sobrepostas. Um representante é o quíton. São todos marinhos. Classe Scaphopoda ("pé em forma de canoa") Pequenos animais dotados de uma concha cônica e alongada. São marinhos, e vivem parcialmente enterrados na areia. Conhecidos, em geral, por dentálios. Classe Gastropoda (gaster = ventre + podos = pé) Corresponde ao maior grupo de moluscos, marinhos, de água doce e de ambientes terrestres. O seu tamanho varia desde minúsculos caracóis aquáticos com 1 mm a uma espécie australiana com 70 cm de comprimento. Tem como exemplos os conhecidos caramujos, os caracóis e as lesmas. Caracterização da classe: A maioria dos gastrópodes apresenta uma concha univalve, achatada ou espiralada, no interior da qual existe a massa visceral. Algumas espécies têm um opérculo, que tapa a entrada da concha quando o animal se recolhe. Com exceções, como as lesmas marinhas ou nudibrânquios, que não apresentam concha, dependendo de defesas químicas. Durante o desenvolvimento embrionário a massa visceral sofre uma torção de 180º no sentido anti-horário, por onde a abertura da cavidade paleal e o ânus se localizam sobre a cabeça no animal adulto, um dos poucos aspectos comuns a estes animais tão diversificados. O pé ventral é largo e em forma de palmilha, coberto por numerosas glândulas mucosas. Todos os gastrópodes, herbívoros ou predadores, apresentam rádula. Os gastrópodes marinhos respiram por brânquias localizadas na cavidade paleal, enquanto os terrestres não as apresentam. Neste caso, as trocas gasosas são realizadas pelo manto, que se encontra muito vascularizado na cavidade paleal, que funciona como um pulmão. A maioria dos gastrópodes apresenta os sexos separados, mas existem formas hermafroditas (caracóis, por exemplo) e, em outros casos, os animais podem mudar de sexo ao longo da vida. Classe Bivalvia (duas metades de concha) O seu tamanho é muito variável, desde 1 cm até animais tropicais com 1,5 m de diâmetro e 250 Kg de peso. Também são encontrados em água doce ou salgada. Os exemplos mais familiares são as ostras, os mexilhões e os mariscos. Caracterização da classe O corpo encontra-se comprimido lateralmente, em uma concha bivalve, sem apresentar cabeça distinta. O pé tem forma de machado, sendo usado para cavar no lodo e na areia. As valvas da concha articulam-se e são fechadas por ação de fortes músculos associados a ela. O manto reveste internamente a concha, delimitando a cavidade paleal, que comunica com o exterior por dois sifões, um de entrada – inalante - e outro de saída de água - exalante. Este fato permite que o animal mantenha o contato com a coluna de água, mesmo quando enterrado na areia ou no lodo. Estes animais alimentam-se por filtração, não possuindo rádula. Apresentam as brânquias recobertas por uma camada de muco; ao passar pelas brânquias, partículas alimentares ficam aderidas ao muco e são levadas para a boca. Classe Cephalopoda (kephale = cabeça + podos = pé) Entre os cefalópodes encontram-se os maiores, mais rápidos e mais inteligentes de todos os invertebrados. Podem apresentar tamanho relativamente reduzido, cerca de 2 a 3 cm de comprimento, ou atingir os 16 metros (dos quais 10 correspondem aos tentáculos) ou mesmo mais, das lulas gigantes. Não possuem concha externa, e apresentam uma estrutura interna e uma morfologia bastante diferentes dos demais. São o polvo, a lula, o náutilo e o calamar, animais exclusivamente marinhos. O pé dos cefalópodes é dividido em tentáculos. Em oito ou dez, providos de ventosas e que rodeiam a boca. A cabeça destes animais é distinta e apresenta olhos muito eficientes, semelhantes aos dos vertebrados, bem como órgãos dos sentidos químicos e de contato muito desenvolvidos. O sistema nervoso é desenvolvido, com maior tendência para a cefalização que os restantes grupos do filo Mollusca. Experiências têm revelado um elevado grau de inteligência nestes animais, considerados os mais evoluídos nesse aspecto nos invertebrados. Os cefalópodes já revelaram ser capazes de resolver problemas e são, inclusive, capazes de brincar, um comportamento geralmente associado aos mamíferos. Todos são predadores eficientes, possuindo fortes mandíbulas córneas em forma de bico de papagaio e rádula. O manto delimita a cavidade paleal, onde se localizam as brânquias. O sistema circulatório é fechado, ocorrendo toda a circulação sanguínea no interior de vasos. Além do habitual coração dorsal, estes animais apresentam um segundo conjunto de pequenos corações junto das brânquias, o que aumenta grandemente a velocidade de circulação sanguínea nos órgãos respiratórios e, consequentemente, a taxa metabólica. Os cefalópodes, ao contrário dos restantes moluscos, deslocam-se velozmente, devido a um sistema de propulsão a jato, usando o seu sifão, fato que não pode ser dissociado do seu eficiente sistema circulatório fechado. Esta situação permite explicar a perda de concha, dado que era necessário libertar o manto desse material rígido para que este pudesse funcionar como bomba de água. Além de excelentes predadores, são igualmente eficientes na fuga e na camuflagem, devido á sua capacidade de mudar a cor e a textura do seu revestimento, bem como devido à bolsa do ferrado, que produz uma tinta negra que perturba um possível atacante. A mudança de cor e mesmo de textura do corpo pode ser extremamente rápida e está intimamente associada ao sistema nervoso dos cefalópodes. Os cromatóforos geram um padrão de manchas, que nos resulta em alterações bruscas de pigmentação. Os cefalópodes têm os sexos separados, a fecundação é interna e formam ovos ricos em vitelo. O acasalamento é procedido de rituais complexos, geralmente envolvendo brilhantes demonstrações de cor e luz. Os machos apresentam um braço especializado - hectocótilo - na transferência de um saco de esperma - espermatóforo - para o corpo da fêmea. O hectocótilo é facilmente identificado pois não tem ventosas na extremidade. Após a transferência de esperma o casal separa-se e a fêmea irá, então, fecundar os seus óvulos quando mais lhe convier. Em polvos a fêmea pode armazenar o espermatóforo no interior da cavidade paleal durante dois meses, até encontrar um local adequado para depositar os ovos. Geralmente existe algum grau de cuidados parentais, especialmente entre os polvos. As fêmeas colocam os ovos numa pequena cova, que guardam durante desde algumas semanas até 8 meses, dependendo da temperatura da água. Não se alimentam durante esse período, morrendo pouco depois que os jovens nascem.