ISSN 0103-4235 ISSN 2179-4448 on line Alim. Nutr., Araraquara v. 23, n. 4, p. 577-581, out./dez. 2012 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENRIQUECIMENTO DE FARINHA DE TRIGO COM ÁCIDO FÓLICO EM FARINHAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE SANTA MARIA - RS Floriano Soeiro de SOUZA NETO* Claudia Severo da ROSA** Leandro Cantorski da ROSA*** RESUMO: As políticas governamentais em saúde estão direcionadas para as medidas preventivas. Desde o ano de 2004 as farinhas de trigo e milho devem ser enriquecidas com ferro e ácido fólico no Brasil. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o processo de enriquecimento de farinha de trigo com ácido fólico. Foram pesquisados através de questionários vinte e três dentre os maiores moinhos de trigo do Rio Grande do Sul, com devolução de oito. Foram testadas 10 marcas de farinha de trigo e três lotes de cada marca, adquiridas em supermercados na cidade de Santa Maria – RS, sendo feita a dosagem de ácido fólico no laboratório LARP da Universidade Federal de Santa Maria. A variação de métodos de produção adotados e controle do processo inadequado foram marcantes. Apenas 18,3% das amostras pesquisadas apresentam medidas dentro das normativas. Dessa forma, observou-se que o processo, apesar da sua importância, apresentou baixo padrão de conformidade. PALAVRAS CHAVE: Ácido fólico; enriquecimento de farinhas; farinha de trigo. INTRODUÇÃO O programa nacional de Prevenção aos Defeitos do Tubo Neural é um projeto institucional, idealizado por neurocirurgiões através da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia para coordenar ações de prevenção, tratamento e reabilitação referente às malformações do sistema nervoso. Os defeitos do fechamento do tubo neural representam o maior contingente de malformações do sistema nervoso, que incluem: Anencefalia; Espinabífida; Mielomeningoceles e Hidrocefalia. 2 O consumo de ácido fólico protege expressivamente contra as malformações do tubo neural. Estudos demonstram uma significativa redução do número de casos em vários países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Irlanda. O ácido fólico pode ser encontrado normalmente em vegetais de folhas verdes como o espinafre, também está presente no suco de laranja e em grãos enriquecidos. O centro americano para controle e prevenção de doenças CDC (Center for Disease Control and Prevention) recomenda que todas as mulheres em idade fértil e, especialmente aquelas que estão planejando engravidar, consumam cerca de 400 microgramas de ácido fólico diariamente. 4 Diante do elevado número de casos registrados e das numerosas pesquisas mostrando a eficiência do uso de ácido fólico por mulheres em idade gestacional, o Ministério da Saúde com o apoio de instituições médicas, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), adotou a Resolução RDC 344, de 13 de dezembro de 2002,3 estabelecendo a obrigatoriedade para os fabricantes de farinha de trigo e milho enriquecer seus produtos com o ácido fólico, devendo cada 100g de farinha fornecer no mínimo 150 μg de ácido fólico, ou seja, 1,5g de ácido fólico por tonelada de farinha. A inclusão de aditivos na farinha de trigo ocorre ao final de sua produção. Os aditivos visam melhorar sua qualidade a fim de atender às exigências dos clientes ou então às exigências legais de nutrição. O enriquecimento da farinha de trigo é feito adicionando-se um mix de ferro e ácido fólico com auxílio de um dosador O enriquecimento da farinha de trigo requer métodos de adição confiáveis em nível de fabricação a fim de se garantir o atendimento das especificações. Além de ser capaz de atender especificações, o processo de enriquecimento deve apresentar estabilidade e seu monitoramento pode ser feito com apoio do controle estatístico de processos, que disponibiliza uma série de ferramentas úteis na verificação da sua estabilidade e melhoria de seu desempenho. 9, 11 Este trabalho teve como objetivo avaliar o processo de enriquecimento de farinha de trigo com ácido fólico. MATERIAL E MÉTODOS Foram enviados para 23 moinhos de grande porte associados ao SINDITRIGO – RS um questionário com 10 questões abertas relacionadas à etapa de enriquecimento no processo de produção da farinha de trigo. * Médico – Centro Obstétrico do Hospital – Universitário de Santa Maria – UFSM – 99105-900 – Santa Maria – RS – Brasil. ** Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos – UFSM – 97105-900 – Santa Maria – RS – Brasil. E-mail: [email protected]. *** Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas – UFSM – 97105-900 – Santa Maria – RS – Brasil. 577 SOUZA NETO, F. S.; ROSA, C. S.; ROSA, L. C. Enriquecimento de farinha de trigo. Alim. Nutr., Araraquara, v. 23, n. 4, p. 577-581, out./dez. 2012. Determinação de ácido fólico Foram adquiridos 30 pacotes de 1kg de farinha de trigo de 10 marcas diferentes, sendo 3 lotes distintos de cada marca, em supermercados de Santa Maria – RS em junho de 2011. O objetivo foi avaliar o teor de ácido fólico nas marcas e a uniformidade da dosagem de ácido fólico entre os diferentes lotes destas marcas. As análises para verificação do teor de ácido fólico foram realizadas no Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas – LARP – departamento de Química da Universidade Federal de Santa Maria. As marcas testadas foram produzidas por 8 dos moinhos, sendo que dois moinhos produziram duas marcas de farinhas. A determinação foi baseada no método descrito por Alaburda et al.,1 com modificações. Cada pacote de farinha de trigo foi inicialmente homogeneizado e a seguir foi coletado três alíquotas de 5g de cada pacote. O ácido fólico foi removido da farinha com 50 mL de tampão tetraborato de sódio 0,04 mol/L, pH 8,5 ajustado com ácido tricloroacético. A mistura foi agitada por 30 minutos e centrifugada a 3500 rpm pelo tempo de 5 minutos. O sobrenadante foi purificado por técnica de extração em fase sólida SPE (Solid Phase Extraction) com cartucho de troca aniônica forte SAX (Strong Anionic Exchange). O cartucho foi condicionado com 5 mL de metanol, seguido de 5 mL de água purificada. Uma alíquota de 2,5 mL do extrato sobrenadante foi percolada através do cartucho SPE. O cartucho foi lavado com 5 mL de água purificada e o ácido fólico foi eluído do cartucho com 5 mL de solução tampão de acetato de sódio 0,1 mol/L, pH 4,5 ajustado com ácido acético, contendo 5% de fosfato de potássio bibásico. O eluato foi filtrado em membrana de nylon 0,22μm (mícron) e injetado no sistema cromatográfico para análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção por Arranjo de Diodos (HPLC-DAD). A detecção foi efetuada em comprimento de onda de 290 nm. O método mostrou-se eficiente com valores de recuperação entre 96 e 99%, RSD (Desvio padrão relativo) de 1,3 a 3,8% e LOD (Limite de Detecção) de 0,28 e LOQ (Limite de Quantificação) de 0,94 mg kg-1, sendo o resultado a média de três repetições. Análise Estatística Inicialmente o processamento dos dados numéricos foi feito com auxílio do software Microsoft Office Excel. 15 A análise estatística dos dados obtidos nas análises foi realizada por meio da análise de variância (ANOVA), e diferenças significativas entre as médias foram determinadas pelo teste de Tukey, com nível de significância de 5%, com auxílio do software SPSS Statistical versão 17.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 23 questionários enviados, 8 foram respondidos, obtendo-se uma taxa de retorno de 34,8%. Esta taxa de retorno é consistente com estudos deste tipo. 7 578 Os questionários devolvidos foram revisados, sendo resumidas as questões relacionadas ao monitoramento do subprocesso enriquecimento da farinha de trigo, visando facilitar a análise. Monitoramento do Processo de Enriquecimento Os resultados obtidos através dos questionários devolvidos apontaram que o tempo de atividade das empresas respondentes varia de um a oitenta e seis anos. A maioria das respostas não revelou sua produção média anual. Quanto ao mix usado para enriquecimento da farinha de trigo foram informadas as marcas Granofaf®, Vitamax®, Romanus® e N&B Ingredients®. Em relação ao sistema de transporte da farinha de trigo na etapa onde ocorre o enriquecimento, constataram-se diferenças no método usado, conforme ilustra a Figura 1. T ransp. pneumático e helicoidal pneumático 12,5% 25,0% T ransp. T ransportador helicoidal 62,5% FIGURA 1 – Sistemas adotados para transporte da farinha de trigo no processo de produção junto à etapa onde ocorre o enriquecimento. Alguns autores apresentam as vantagens do transporte pneumático, que consiste no deslocamento de um produto em pó ou granulado suspenso em uma corrente de ar em uma tubulação vedada, destacando a uniformidade no produto pronto. 8, 13 Isto pode ajustar-se aos resultados obtidos nos testes das marcas 4 e 6 mostrados na Tabela 1. Quanto ao método usado para monitorar os resultados na etapa de enriquecimento (Figura 2), em 50% das empresas restringe-se à regulagem prévia do dosador de mix e a verificação periódica do seu funcionamento. Uma das empresas informou que realiza pesagem da quantidade de mix usado para determinada quantidade de farinha de trigo enriquecida. Das empresas respondentes, 25% informaram fazer periodicamente, além da pesagem mencionada anteriormente, uma análise em laboratório externo, sem, no entanto, fornecer qualquer detalhe sobre onde são realizadas suas análises nem a frequência com que são realizadas. Vale destacar que a análise padrão de determinação de ácido fólico é de difícil implantação e realização nas próprias indústrias. Assim, é recomendável que a análise seja realizada em algum laboratório capacitado, porém SOUZA NETO, F. S.; ROSA, C. S.; ROSA, L. C. Enriquecimento de farinha de trigo. Alim. Nutr., Araraquara, v. 23, n. 4, p. 577-581, out./dez. 2012. constatou-se que o custo dessa análise praticado pelos laboratórios é relativamente alto. Na Tabela 1 encontram-se os resultados do teor de ácido fólico nas farinhas analisadas. Observando a Tabela 1, verifica-se que as marcas 4 e 6 não diferem entre si, mas diferem estatisticamente (P< 0,05) das demais marcas com um valor superior em ácido fólico. Segundo a legislação vigente, as farinhas de trigo comercializadas no Brasil devem conter no mínimo 1500 μg.kg-1 de ácido fólico.3 Nas marcas 4 e 6, produzidas por um mesmo moinho, foram encontrados 2212,20 μg.kg-1 e 2549,00 μg.kg-1 respectivamente, valores estes superiores ao mínimo exigido pela legislação. As amostras 3 e 7 também foram produzidas por um mesmo moinho e não diferem estatisticamente entre si, porém apresentam valor de ácido fólico inferior ao mínimo estabelecido por lei. Analisando a Tabela 2, percebe-se, no entanto, diferenças entre os diferentes lotes das marcas citadas anteriormente, indicando que o processo não possui confiabilidade. Alaburda et al.,1 ao analisarem o teor de ácido fólico em 10 marcas de farinhas enriquecidas, usando 3 métodos diferentes, verificaram ao analisar através do método HPLC, que os valores variaram de 180 a 3590 μg.kg-1 nas 10 marcas avaliadas, demonstrando grande variabilidade nos teores de ácido fólico. Resultados semelhantes podem ser vistos neste experimento com grande variação entre as marcas pesquisadas (Tabela 1). Por outro lado, Pawlosky & Flanagan, 10 ao quantificarem ácido fólico em cereais matinais enriquecidos, encontraram valores superiores aos estabelecidos pela legislação e com variação menor entre os resultados. Na Tabela 2, pode-se perceber uma grande variabilidade no teor de ácido fólico entre os diferentes lotes analisados de cada marca. Apenas as marcas 1 e 9 não apresentam diferenças estatísticas entre os lotes testados. Nas demais marcas, todos os lotes diferem estatisticamente entre si (P<0,05). Isso serve para reforçar a concepção de ineficiência do processo de fortificação na fabricação da farinha de trigo. Diante da grande variabilidade entre os diferentes lotes, pode-se inferir que o sistema de homogeneização do mix na farinha está sendo falho. Um bom processo de produção deve apresentar menor variabilidade possível em seus indicadores e, somente desta forma, atinge os níveis exigidos de qualidade nos resultados da produção. 6, 9, 12, 14 A partir dos dados obtidos, pode-se perceber que isso não está ocorrendo nas empresas fabricantes das marcas testadas, uma vez que o terceiro lote das marcas 3, 5 e 10, as- Avaliação da quant. de mix usado 12,5% Regulagem do dosador 50,0% Pesagem e análise em laboratório externo 25,0% Não respondeu 12,5% FIGURA 2 – Método usado para monitorar a adição de mix para enriquecimento da farinha de trigo nas empresas pesquisadas. Tabela 1 – Teor de ácido fólico contido em diferentes marcas de farinha de trigo comercializadas em Santa Maria - RS (comparação entre marcas pesquisadas) Marca 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ácido fólico (μg kg-1) (média ± desvio padrão) 487,19bc ± 72,48 376,06c ± 61,00 711,48bc ± 180,44 2212,20a ± 671,38 865,53bc ± 257,23 2549,00a ± 588,27 947,40bc ± 219,23 645,61bc ± 303,25 1074,58b ± 102,56 918,76bc ± 327,35 Médias na mesma coluna não acompanhadas da mesma letra são significativamente diferentes pelo teste de Tukey em nível de significância de 5%. abc 579 SOUZA NETO, F. S.; ROSA, C. S.; ROSA, L. C. Enriquecimento de farinha de trigo. Alim. Nutr., Araraquara, v. 23, n. 4, p. 577-581, out./dez. 2012. Tabela 2 – Teor de ácido fólico contido em diferentes marcas de farinha de trigo comercializadas em Santa Maria - RS (comparação entre diferentes lotes das marcas pesquisadas). Marca 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 lote 1 412,80a ± 26,72 306,80b ±37,47 816,05a ± 23,97 2165,90b ± 95,31 1013,55a ± 48,15 2336,0b ± 306,88 1225,65a ± 51,26 524,05b ± 23,26 1195,65a ± 8,83 1225,65a ± 51,26 Ácido fólico (μg⋅kg-1) (média ± desvio padrão) lote 2 492,65a ± 68,94 385,05ab ± 12,51 835,75a ± 57,20 2981,10a ± 36,62 1040,55a ± 110,94 3260,05a ± 164,26 827,40b ± 8,34 385,30c ± 12,16 1030,05a ± 51,12 1010,50a ± 98,99 lote 3 556,35a ± 11,10 436,35a ± 4,31 482,50b ± 35,49 1489,30c ± 102,67 542,95b ± 49,35 2050,95b ± 105,71 789,15b ± 62,43 1027,50a ± 48,64 998,05a ± 70,07 520,15b ± 17,74 Médias na mesma linha não acompanhadas da mesma letra são significativamente diferentes pelo teste de Tukey em nível de significância de 5%. abc sim como o segundo lote da marca 8, possui praticamente a metade de ácido fólico dos demais lotes das respectivas marcas, diferindo estatisticamente dos demais. Para Germani et al.,5 a adição do mix através do método de despejo direto no fluxo de farinha é difícil, porque o local de instalação do dosador é crítico. Segundo os autores, o dosador deve ser instalado em posição que facilite suas constantes recargas e, também, deve estar localizado em uma posição que permita a total homogeneização do mix à farinha. Se localizado muito próximo à descarga no silo de produto final, possivelmente não haverá tempo suficiente para garantir a completa dispersão do mix na farinha. Em 70% dos moinhos pesquisados verificou-se que a adição do mix de ácido fólico é por despejo direto, tornando crítico o processo de adição. Além disso, observou-se que o transporte da farinha é outro ponto delicado. Nos 8 moinhos pesquisados o transporte da farinha se dá por rosca sem fim, pneumático ou transportador helicoidal (Figura 1) dificultando o processo e causando grande variabilidade no teor de ácido fólico entre as marcas (Tabela 1) e entre os lotes (Tabela 2). Como os resultados obtidos em diferentes lotes apresentam variação significativa (marcas 3 e 7, e 4 e 6), fica evidenciado que tanto o método de adição do mix à farinha quanto o método de transporte da farinha após o enriquecimento contribuem com a falta de conformidade aos padrões exigidos. Vários fatores influenciam na dosagem de ácido fólico e, dentre eles, pode-se citar a forma de transporte da farinha e o método de despejo do ácido fólico na farinha durante o processo. SOUZA NETO, F. S.; ROSA, C. S.; ROSA, L. C. Evaluation of the enrichment wheat flour process with folic acid in flour sold in Santa Maria – RS. Alim. Nutr., Araraquara, v. 23, n. 4, p. 577-581, out./dez. 2012. ABSTRACT: Government policies in health are directed to preventive measures. Since 2004 the wheat and corn flour should be enriched with iron and folic acid in Brazil. The aim of this research was to investigate the wheat flour enrichment process with folic acid. Were searched through twenty-three questionnaires among the largest Rio Grande do Sul flour mills, with the return of eight questionnaires. Were tested ten wheat flour brands and three lots of each brand, acquired in Santa Maria - RS supermarkets, which were performed folic acid dosage in the LARP laboratory in Santa Maria Federal University. The variation in production methods and inadequate process control were salient. Only 18.3% of the samples studied were within the present regulatory measures. Thus, it was observed that the process, despite its importance, has low compliance. Keywords: folic acid; enrichment flour; wheat flour. CONCLUSÃO Os resultados obtidos nesta pesquisa, nas condições em que foi conduzida, permitem as conclusões a seguir. Os resultados demonstraram que apenas 18,3% das amostras estão dentro dos padrões requeridos, indicando que o processo de enriquecimento de farinhas de trigo com ácido fólico não está em conformidade com o indicado pelo Governo Federal através da ANVISA na maior parte das empresas pesquisadas. 580 REFERÊNCIAS 1. ALABURDA, J. et al. Determination of folic acid in fortified wheat flours. J. Food Comp. An., v. 21, n. 4, p. 336–342, 2008. 2. AUSIELLO, D.; GOLDMAN, L. Cecil Loeb: tratado de medicina interna. São Paulo: Elsevier, 2009. v. 1, 1766 p. SOUZA NETO, F. S.; ROSA, C. S.; ROSA, L. C. Enriquecimento de farinha de trigo. Alim. Nutr., Araraquara, v. 23, n. 4, p. 577-581, out./dez. 2012. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 344. Brasília, DF, 2002. 4. DE WALS, P. et al. Redution in neural-tube defects after folic acid fortification in Canada. New Eng. J. Med., v. 357, n. 2, p. 135-142, 2007. 5. GERMANI, R. et al. 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