ID: 48181208 12-06-2013 Pág: 26 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 26,56 x 32,76 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3 A NOVA EQUIPA QUE VAI GERIR A CAIXA Paula Nunes CGD já tem gestão completa num elenco com pouca experiência na banca Tiragem: 16997 Estão escolhidos os 14 administradores do banco, um conjunto heterogéneo e com vários académicos. Maria Ana Barroso [email protected] Com o número de administradores nomeados, os não-executivos poderão, em teoria, cumprir melhor o papel fiscalizador que o modelo anglo-saxónico lhes atribui. pecial sensibilidade para a diplomacia económica, e trabalharia já actualmente com o Governo nesta área. Notório nas escolhas do Governo parece estar a quase ausência de elementos com ligações políticas claras, excepção feita para nomes como Nuno Fernandes Thomaz, Pedro Reis ou Vieira Branco. Este elenco é o resultado de um longo processo de definição da nova equipa da CGD, que terá sido finalizado apenas nos últimos dias e que, pelo caminho, deixou cair alguns nomes que terão recusado integrar o banco público. O reforço do número de administradores não executivos deverá, pelo menos em teoria, resolver um dos problemas. A CGD, com o seu modelo de governo anglo-saxónico, passa a ter a estrutura necessária para que finalmente possa funcionar de forma eficiente. A muito curta dimensão da administração que entrou em 2011, com apenas três elementos, foi um dos elementos alvo de críticas durante este mandato que agora termina antecipadamente. A nova equipa para o triénio 2013-2015 cumpre um dos objectivos do Governo, o de ter um equilíbrio entre o número de executivos e não executivos, podendo estes últimos cumprir agora plenamente o papel de fiscalizadores da gestão que é suposto assumirem. Outra questão que marcou a actual gestão foi a pressão do Governo para que a CGD conceda mais crédito e preste maior apoio às empresas. Foi para isso, de resto, que as Finanças fizeram chegar uma ‘carta missão’ ao banco do Estado com objectivos claros de incremento do financiamento concedido. O Diário Económico contactou o Ministério das Finanças no sentido de perceber quando está prevista a nomeação oficial da nova equipa, mas, até ao fecho da edição não obteve resposta. ■ com Rui Pedro Baptista Álvaro Nascimento Chairman Era administrador não executivo e sobe agora a chairman. É visto como um académico muito capacitado, tendo dedicado os últimos anos à liderança do MBA Atlântico, com as Universidades Católicas de Porto, Luanda e São Paulo. Paula Nunes Dos catorze elementos que irão compor a nova equipa da Caixa Geral de Depósitos (CGD), entre executivos e não executivos, apenas quatro têm currículo na gestão bancária. O banco do Estado, que é também o maior do mercado português em activos, vai reunir académicos - grosso da composição do novo ‘board’ -, um embaixador de carreira, dois elementos provenientes do Banco de Portugal, uma gestora vinda da SIBS e o presidente da AICEP. É este o perfil da equipa escolhida pelo Governo, a quem é pedido que intensifique o apoio ao financiamento das empresas e que participe na construção do “momento da recuperação” económica do País, como referia há dias o ministro das Finanças na ‘carta missão’ que fez chegar à CGD. Os últimos nomes foram ontem conhecidos. Pedro Reis e José Crespo de Carvalho vão integrar o conselho de administração, juntamente com Hélder Reis, Pedro Pimentel e José Vieira Branco, que eram já conhecidos. O ‘board’ passa assim a ter sete elementos, com a subida de Álvaro Nascimento a ‘chairman’ e com Eduardo Paz Ferreira que era já administrador neste mandato. Aos sete não executivos somar-se-ão sete administradores executivos. A liderar a gestão continuará José de Matos, como CEO, responsável com percurso feito sobretudo no Banco de Portugal e cujo trabalho tem sido positivamente avaliado pelo Governo. Nuno Fernandes Thomaz, João Nuno Palma e José Cabral dos Santos mantêm-se na comissão executiva. Juntam-se Maria João Carioca, vinda da SIBS e que foi, na consultora Mckinsey, especialista em banca; Ana Cristina Leal, do Banco de Portugal; e João Coutinho, que passou pelo Barclays, BPI e já esteve na própria Caixa. Ainda que apenas quatro tenham o seu percurso feito, em maior ou menor grau na banca, José de Matos e Ana Cristina Leal, por exemplo, têm profundo conhecimento do sector, lembram várias fontes contactadas. A escolha de nomes como Pedro Reis ou José Vieira Branco reflecte a preocupação do actual Governo com o maior enfoque do banco público no apoio às empresas, especialmente ao sector exportador. O primeiro é presidente da AICEP, entidade especializada no apoio ao processo de internacionalização das empresas portuguesas, e vai acumular os cargos. José Vieira Branco é embaixador de carreira, com es- José de Matos Presidente da comissão executiva Figura destacada do Banco de Portugal, mantém-se como presidente executivo do banco público. É aposta pessoal de Vítor Gaspar e resistiu à revolução na administração operada pelo Ministério das Finanças. ID: 48181208 12-06-2013 Tiragem: 16997 Pág: 27 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 16,14 x 33,54 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 GERAL DE DEPÓSITOS Eduardo Paz Ferreira Pedro Reis José Crespo de Carvalho Administrador não-executivo Administrador não-executivo Administrador não-executivo Mantém-se como administrador não executivo, tendo já pertencido ao Conselho Fiscal da CGD, entre os anos de 2007 e 2011. É o actual presidente da AICEP, cargo que irá acumular com o de administrador da CGD. Foi sócio-fundador da Imago. É licenciado em engenharia civil, doutor em gestão de empresas e será um dos novos administradores da CGD. Hélder Reis José Vieira Branco Pedro Pimentel Administrador não-executivo Administrador não-executivo Administrador não-executivo Formado pela Universidade Lusíada e com mestrado feito no ISEG vai integrar o conselho de administração da CGD. Embaixador de carreira, tem especial sensibilidade para a área da diplomacia económica, onde já cooperava com o Governo. Doutor em Economia, é professor Universitário de Economia, Finanças, Controlo e Contabilidade. O seu percurso tem sido dividido entre o ensino e a consultoria. Nuno Fernandes Thomaz José Cabral dos Santos João Nuno Palma Administrador executivo Administrador executivo Administrador executivo Ligado ao CDS, é outro sobrevivente na gestão e pode assumir a vice-presidência. Tem vasta experiência bancária, nomeadamente na área de investimentos. Subiu à administração executiva no ano passado e aí irá continuar. Tem grande experiência na banca de empresas. É o actual CFO da Caixa e manter-se-á na equipa executiva do banco. No currículo conta-se a passagem por diversas empresas e bancos. Maria João Carioca Ana Cristina Leal João Coutinho Administradora executiva Administradora executiva Administrador executivo Foi consultora da Mckinsey como especialista em banca. De 2004 a 2008 esteve na Unicre e desde então na SIBS, também com Vítor Bento. Quadro do Banco de Portugal, passa de directora do Departamento de Estudos Económicos do BdP para administradora executiva da Caixa. É, dos novos reforços, o que tem carreira feita no sector bancário, nomeadamente no BPI, Barclays e CGD, ainda que por pouco tempo. ID: 48181208 12-06-2013 Tiragem: 16997 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 7,21 x 7,30 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 3 BANCA Saiba que gestores completam a nova equipa de gestão da CGD O presidente da AICEP, Pedro Reis (na foto), é um dos últimos nomes a juntar-se à nova administração do banco estatal. ➥ P26