Caderno de Estudos em Música 8º Ano - 2012 Apresentações CAMINHOS Durante o ano de 2012, o 8º ano do Colégio São Vicente de Paulo percorreu os caminhos da música popular brasileira. Foi um estudo que se dedicou às características rítmicas de vários gêneros e movimentos musicais dentre eles o maxixe, o choro, o samba, o baião, o xote, a bossa nova, o tropicalismo, a jovem guarda, e o rock. Esse percurso foi feito ouvindo um pouco das histórias desses gêneros/movimentos, investigando e fazendo muita música, sendo fiel à ideia de que aprendemos música, fazendo música. As investigações se tornaram artigos e alguns deles estão aqui no CADERNO DE ESTUDOS EM MÚSICA, que é uma espécie de livro didático ”invertido”, pois não foi entregue no início do ano e nem foi fonte prévia de transmissão de conhecimento, mas foi construído pelos estudantes nem exercício de busca pelo conhecimento através de pesquisas a diversas fontes a fim de concretizar o caminho percorrido. Fica aqui então, este registro para os estudantes do 8º ano como exemplo da capacidade de expressão e crescimento de cada um. Com carinho, Ilana Assbú Linhales Rangel Professora de Música IMAGEM E SOM “Chamo de ‘olhar interior’ à experiência de sentir a alma secreta das coisas com o olhar desarmado, através do microscópio ou do telescópio. Esse olhar atravessa a dura casca, a ‘forma exterior’, para chegar ao interior das coisas e nos permite captar, com nossos sentidos, o ‘palpitar interior’ das mesmas” (W. Kandinsky). Em Artes Visuais, nos aproximamos da linguagem musical quando estudamos a Arte Abstrata. A Arte Abstrata se estabelece através dos movimentos de vanguarda do sec. XX e tem desdobramentos até os dias atuais. É aquela não figurativa, que se distancia do mundo real visível. Sua força está na autonomia e expressão dos elementos visuais como cores, formas, linhas, espaços, etc. em suas composições. Estudamos abstrações geométricas e informais ou líricas, hora com um caráter mais lógico e racional, hora mais emotivo e intuitivo. Wassily Kandinsky (1866-1944), considerado pai da Arte Abstrata, estabeleceu uma relação íntima na percepção sensorial entre elementos sonoros e musicais, sons e cores, música e pintura, quando formulou seus pensamentos a respeito da abstração. As mandalas, que ilustram a capa deste caderno, foram concebidas a partir das influências das matrizes culturais brasileiras: indígena, africana e européia. Os estudantes observaram manifestações visuais e escutaram músicas, ritmos e expressões sonoras oriundas dessas culturas e procuraram traduzilos em imagem abstrata. A criação foi em grupo o que favoreceu uma diversidade exuberante de formas e cores. Será que você consegue imaginar o som que elas fazem? Cacau Marçal Professora de Artes Visuais Maxixe O maxixe foi a primeira dança urbana criada no Brasil. Surgiu nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, Rio de Janeiro RJ, por volta de 1875. Esteve na moda entre o sim do século XIX e o início do século XX. Era conhecida como a “dança proibida”. O gênero musical maxixe foi criado pelos negros. É também um fruto muito consumido no Nordeste. Como a planta que lhe dá origem é rasteira, a palavra “maxixe” passou a ser associada a tudo que fosse pouco refinado, de classes mais baixas. O maxixe nasceu primeiro como dança. Só mais tarde, nasceu a música maxixe ou o ritmo maxixe e as composições passaram a trazer o nome de Maxixe como gênero. É considerado um subgênero de choro que contou com compositores como Ernesto Nazareth, Patápio Silva, Irineu de Almeida, Sebastião Cirino, Chiquinha Gonzaga Duque, Sinhô, Romeu Silva, Pixinguinha, Paulinho Sacramento, Freire Junior, mas sem dúvida, a que mereceu maior destaque de todos foi Chiquinha Gonzaga. Como todas as criações desse nosso povo de muitas misturas, o maxixe se formou na música e na dança pela junção e adaptação de vários elementos originados em várias partes, como a polca europeia, a habanera cubana e a música popular afro-brasileira como o lundu, o batuque e o jeitinho brasileiro de dançar e tocar. Essa dança foi precursora do samba. Ana Luisa Araújo, Beatriz Barcelos, Camila Ricci, Diogo Amorim, Gabriel Sabatini e Isabela Furtado – Turma: 801 Choro O choro, que é conhecido por chorinho, é um gênero musical brasileiro, que surgiu no Rio de Janeiro, no fim do século XIX (dezenove), e recebeu o nome “choro” por causa do aspecto choroso que as músicas produziam. O gênero musical foi influenciado por estilos europeus, africanos, portugueses. As rodas de choro são (eram) formadas por músicos que se juntavam e tocavam diversos instrumentos. Uns dos músicos chorões mais famosos, é assim que são chamados os que tocam chorinho, são Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha (criador do choro famoso “Carinhoso”), Waldir Azevedo e Ernesto Nazareth. Alguns dos choros mais conhecidos seriam “Brasileirinho”, “Carinhoso”, “Odeon”, “Lamento” e “Tico-Tico no Fubá”. Originalmente, o choro era formado por um trio de instrumentos, a flauta, o violão e o cavaquinho, porém agora outros instrumentos como pandeiro, trombone, saxofone, bandolim, piano, e violão de sete cordas integram o grupo de instrumentos tocados no choro. O choro faz sucesso em muitos lugares além do próprio território brasileiro, em países como França, Estados Unidos da América, Japão e Itália. O dia 23 (vinte e três) de Abril foi escolhido para ser o dia de celebrar o choro. O Dia Nacional do Pixinguinha Choro foi uma homenagem ao aniversário de Pixinguinha, um chorão conhecido. A estrutura do gênero é simples, é composta por três seções: A, B e C. No fim, o choro ficaria AABBCCA. Nos dias de hoje, vários choros são formados por apenas duas seções. Muitos discutem se os choros deviam ou não conter letras. Atualmente, grande parte deles possui, mas originalmente o choro era apenas instrumental. João Pedro Melo, Juliana Pyrrho e Pedro Ferreira – Turma: 802 Samba O samba é um gênero musical, que deriva de um tipo de dança, de raízes africanas. No Brasil, é considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Entre as suas características originais, está uma forma onde a dança é acompanhada por pequenas frases melódicas e refrães de criação anônima. O samba de roda baiano foi uma das bases para o samba carioca. Apesar de existir em várias partes do país – especialmente nos Estados da Bahia, do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo – sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originam do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde esse formato de samba nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Foi no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, que a dança praticada pelos escravos libertos entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote, entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular. Desta forma, ainda que existissem diversas formas regionais de samba Cartola em outras partes do país, o samba carioca urbano saiu da categoria local para ser alçado à condição de símbolo da identidade nacional brasileira durante a década de 1930. O samba é tocado basicamente por instrumentos de percussão e acompanhado por instrumentos de corda. Em vertentes como o samba-exaltação e o samba de gafieira, foram acrescentados instrumentos de sopro. Esses instrumentos são: cavaquinho, violão, pandeiro, surdo, tamborim, tantã e bandolim. Arthur Magalhães, Bernardo Willecke, Bruno Lima e Enzo Filippo – Turma: 803 Xote e Baião O baião e o xote são ritmos que predominam no forró. O xote é mais lento, para se dançar. Veio da Alemanha, mas se desenvolveu mais no nordeste. Para dançar, as mulheres normalmente vestiam saias ou vestidos. Já os homens usam calças tradicionais ou jeans e camisas de manga, bem coloridas e estampadas. As músicas são tocadas em violas, junto com o pandeiro e o triângulo, e vocalizadas por uma banda. Hoje em dia, o xote é um dos ritmos mais tocados no Brasil. Pode ser encontrado nas tradicionais festas juninas, pois é possível de se encontrar várias Luiz Gonzaga maneiras de dançar esse ritmo musical. A dança é originária daquela que os alemãs conhecem como “schottich”. O baião é tocado com a sanfona, a viola caipira, a flauta doce, o triângulo, entre outros instrumentos. Originado de um tipo de lundu, um gênero musical e dança tradicionais brasileiros que continham o batuque dos escravos e os ritmos portugueses. Chamavam-se baiano e evoluiu para o baião. Localiza-se apenas no nordeste do país. O baião foi o gênero de dança e música bastante comum no século XIX. Além de tocar em festas populares no interior, ganhou gosto nas cidades. Luiz Gonzaga é conhecido como rei do baião enquanto Humberto Teixeira é o doutor do baião, devido aos seus clássicos. Amanda Soares, Clara Ramos e Giovanna Paradela – Turma: 804 Bossa Nova A bossa nova foi um movimento da música popular brasileira do final dos anos 50. Foi lançada por João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e outros jovens da classe média da zona sul do Rio de Janeiro. Foi derivada do samba e sofreu forte influência do jazz. No início, a bossa nova era conhecida apenas como um novo modo de tocar e cantar samba naquela época. Depois, tornou-se um dos movimentos mais influentes da música popular brasileira, conhecido em todo mundo. A bossa nova iniciou-se para muitos críticos quando foi lançado, em agosto de 1958, um compacto simples do violonista baiano João Gilberto, que é considerado o papa do movimento. Esse compacto continha as canções “Chega de Saudade” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e “BimBom”, do próprio João Gilberto. Além de João, parte do clássico repertório do movimento deve-se as parecerias de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Além de “Chega de Saudade”, os dois compuseram “Garota de Ipanema”, composta em 1962, que se tornou a canção João Gilberto brasileira mais conhecida do mundo todo, depois de “Aquarela do Brasil”, com mais de 169 gravações. É de Tom Jobim também, junto com Newton Mendonça, as canções “Desafinado” e “Samba de Uma Nota Só”, dois dos primeiros clássicos do novo gênero musical brasileiro a serem gravados no mercado norte-americano a partir de 1960. Em 1965, Vinícius de Moraes compôs com Edu Lobo, “Arrastão”. A canção seria defendida por Elis Regina no I Festival de Música Popular Brasileira. Era o fim da Bossa Nova e o início do que se rotularia MPB, gênero difuso que englobaria diversas tendências da música brasileira até o início da década de 1980. Houve vários artistas do movimento, como Baden Powell, Maysa, Nara Leão, Roberto Menescal, Sylvia Telles, Toquinho, Wilson Simonal, entre outros. Luisa Wanderley – Turma: 801 Jovem Guarda Jovem guarda foi um movimento musical ocorrido no Brasil, na segunda metade da década de 1960. O movimento surgiu a partir de um programa de televisão de mesmo nome apresentado por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, e Wanderleia, que era exibido pelo canal TV Record, com sua estreia em agosto de 1965. O rock and roll foi uma grande influência para a jovem guarda, com as bandas de rock fazendo grande sucesso no exterior, como Beatles, Rolling Stones e Elvis Presley, Ronnie Von, Os Vips, Golden Boys, Sérgio Reis, Eduardo Araújo, Os Incríveis e muitos outros são exemplos de artistas e bandas que se destacaram durante o movimento. A música da jovem guarda também é conhecida como iê-iê-iê, em homenagem a música dos Beatles. Tendo mais de 5 milhões de espectadores no Brasil o movimento levou a criação e lançamento de roupas, discos e acessórios. Os jovens e adultos viam os apresentadores e o programa como referência para suas Roberto Carlos vestimentas e modo de falar. O programa acabou com a saída de Roberto Carlos, o principal apresentador, então o movimento foi apresentado cada vez um menor impacto. Outra década começou e a maioria dos artistas seguiu seu próprio rumo, uns continuaram no rock, outros foram para a música sertaneja, porém grande maioria começou a tocar música romântica (como Roberto Carlos, Reginaldo Rossi, outros). Mesmo tendo acabado, a jovem guarda serviu de influência para a música brasileira, sendo responsável pela introdução de órgão eletrônico e guitarra elétrica no Brasil. João Pedro Melo e Juliana Pyrrho – Turma:802 Tropicalismo O tropicalismo foi um movimento musical, de artes plásticas, cinema, poesia, etc. surgido no Brasil no final da década de 1960. O tropicalismo foi inovador ao combinar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações. O tropicalismo inovou também por possuir vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, etc. As letras das músicas possuíam uma tonalidade poética, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa. Caetano Veloso O movimento não possuiu como objetivo utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que se aglomerava no Brasil. Os tropicalistas acreditavam que a inovação musical já era uma revolução. A maior crítica recebida foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop rock americana e que prejudicava a música brasileira, demonstrando uma influência estrangeira negativa. João Pedro Athayde – Turma: 803 BRock Rock Brasileiro dos Anos 80 Nas escolas, na década de 70, o movimento estudantil não tinha mais força, estavam acontecendo manifestações culturais censuradas. A televisão deixava todos muito burros. Havia um cerceamento de liberdade. O rock brasileiro foi um movimento que surgiu da década de 80 e era considerado por muitos como pop rock. Ganhou o apelido de BRock, que foi dado por Nelson Motta. É caracterizado por influência do New Wave, Punk, Pop, Reggae, Soul Musik e alguns Renato Russo outros. Falam sobre amores perdidos ou bem sucedidos, mas nunca deixando a música tornar-se um peso emocional ou político exagerados. Falavam sobre quase tudo com um tom de ironia que marcou bastante o movimento. Eles tinham seu visual próprio, as mulheres usavam cabelos armados e curtos e os homens usavam gel e roupas coloridas. O sucesso de algumas bandas fez com que acontecessem lançamentos de produto infantis como revistas em quadrinhos e álbuns de figurinhas. O auge da banda Blitz, banda liderada por Evandro Mesquita, aconteceu no Rock in Rio. A banda tinha marcantes performances teatrais no palco que eram grandes brincadeiras responsáveis pela animação. O sucesso da Blitz serviu como incentivo para bandas que ensaiavam escondiam em suas garagens. O Circo Voador no Rio de Janeiro lançou várias bandas que estouraram como Os Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Barão Vermelho e muitas outras. Muitas dessas fazem sucesso até hoje. A televisão tinha acabado de entrar na era dos videoclipes e as bandas de sucesso tocavam na Rádio Fluminense e faziam apresentação em programas como o Cassino do Chacrinha. Beatriz Rodrigues, Daniela Monteiro, Giovanna Mello e Eric Mendes – Turma: 804