Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira Aditivos alimentares em pequenas doses Existem aditivos que não oferecem riscos. Mas há substâncias que não deveriam ser adicionadas nos alimentos vendidos. Os alimentos industrializados oferecem praticidade e menor perecibilidade. Mas para dar ou preservar o sabor e textura, para conservar melhor, entre outros, a indústria utiliza diversos compostos aditivos, cada um com uma função. Muitas dessas substâncias, quando usadas dentro dos limites permitidos, são consideradas inócuas para a saúde do consumidor. Porém, algumas podem causar males, mesmo em pequenas doses. Umas podem dar reações imediatas, outras, têm até efeito cumulativo. Aqui você conhecerá as piores para a saúde. 35% dos produtos têm substâncias ruins Em nossos testes com alimentos industrializados, quase sempre encontramos problemas com aditivos. Ora com quantidades elevadas, ora com substâncias que podem e devem ser evitadas na produção de alimentos. Nos últimos dois anos, 77% dos produtos testados pela PRO TESTE apresentaram pelo menos um aditivo, sendo que 59% deles apresentaram mais de um aditivo. Mas o pior é que 35% dos produtos contêm aditivos indesejáveis, como o glutamato monossódico, BHT, BHA e o amarelo crespúsculo. Os campeões de aditivos entre os produtos já testados pela PRO TESTE nesse período foram os molhos para salada, as gelatinas e as mortadelas. Todos são afetados, mas as crianças ainda mais Outro fato alarmante é que encontramos muito aditivo principalmente em alimentos voltados para crianças. Elas estão entre os grupos de pessoas mais vulneráveis aos efeitos adversos. Primeiro, pelo fato de a quantidade ingerida ser proporcionalmente maior para a criança do que para o adulto, já que seu peso é menor. Segundo, porque as substâncias que têm ação sobre o sistema nervoso central são mais perigosas ao cérebro da criança, pois ainda está em desenvolvimento. A asma, a rinite e a urticária são reações alérgicas comuns. Os aditivos na nutrição infantil têm sido objeto de grandes preocupações. Na Europa, os produtos que contém aditivos que causam hiperatividade infantil, são obrigados a colocar em seus rótulos a frase “o consumo pode acarretar efeitos adversos na atenção e concentração da criança”. Os aditivos que causam hiperatividade são o amarelo crepúsculo, o amarelo quinoleína, a carmosina, o vermelho allura, a tartrazina, o ponceau 4R e o benzoato de sódio. Aditivos alimentares que fazem mal para a saúde ácido benzoico/ Benzoato de sódio É um conservante muito utilizado. Que mal pode fazer: Ele pode reagir com outras substâncias presentes no alimento formando novas substâncias que podem causar danos à saúde. No teste de refrigerantes, por exemplo, observamos que em algumas bebidas ele formou o benzeno, que, se ingerido por longos períodos de tempo, pode causar câncer. Além disso, diversos estudos mostram que o benzoato de sódio está relacionado à hiperatividade. Onde pode ser encontrado: Refrigerantes, cervejas, refrescos, doces e geléias, produtos de frutas, queijo, molhos, margarina e creme vegetal e produtos de confeitaria. Onde já encontramos: Refrigerante, molho para salada, petit suisse. Glutamato monossódico É um realçador de sabor. Muitas vezes, ele pode ser utilizado para mascarar a pobreza de ingredientes de boa qualidade. Que mal pode fazer: O consumo moderado não comporta riscos. No entanto, em pessoas sensíveis pode desencadear uma reação alérgica (a “síndrome do restaurante chinês”). Onde pode ser encontrado: Pode estar presente em todos os tipos de alimentos industrializados. Onde já encontramos: Sopa desidratada, mostarda, maionese, molho para salada, batata palha, lasanha congelada, pratos semiprontos, entre outros. alguns Corantes Amarelo Crepúsculo, Vermelho 40, Vermelho Bordeaux, Vermelho Ponceau 4R e tartrazina. São usados para conferir cor aos alimentos. Que mal pode fazer: Estudos apontam estas substâncias como um dos potenciais causadores da hiperatividade em crianças. Onde pode ser encontrado: Refrigerantes, cervejas, refrescos, doces e geléias, produtos de frutas, queijo, molhos, margarina e creme vegetal e produtos de confeitaria. Onde já encontramos: Refrigerante, molho para salada, petit suisse, gelatina. BHA e BHT São utilizados como antioxidantes. Que mal pode fazer: O BHA aumenta o teor de lipídeos e de colesterol no sangue e atrapalha a absorção, pelo organismo, de nutrientes como as vitaminas A e D. Além disso, ele é potencialmente cancerígeno. O BHA e o BHT podem, ainda, desencadear reações alérgicas, como urticária e, por vezes, dermatite eczematosa e hiperatividade. Onde pode ser encontrado: Óleos e gorduras. Onde já encontramos: Maionese, óleo de soja e molho para salada. Nitratos e nitritos São substâncias que funcionam como conservadores e fixadores de cor. Que mal pode fazer: Os nitratos têm a capacidade de reagir com certas substâncias presentes em alimentos e formar um composto que é considerado potencialmente cancerígeno e que pode causar problemas hepáticos (no fígado). Onde pode ser encontrado: Produtos cárneos curados (exceto charque), embutidos e queijos. Onde já encontramos: Presunto, mortadela, salsicha e linguiça. Risco é maior para alguns Algumas pessoas são mais vulneráveis aos efeitos ruins dos aditivos. São elas: • as crianças, principalmente abaixo de 3 anos, cujos sistemas digestivo e urinário não estão totalmente desenvolvidos; • as grávidas, pois a formação do feto pode ser afetada; • os idosos, cujo organismo perde progressivamente capacidade funcional; • as pessoas que consomem alimentos ricos em aditivos com muita frequência