manipulação de drenos mediastinais ou pleurais

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44ª JORNADA MARANHENSE DE ENFERMAGEM E 74ª SEMANA
BRASILEIRA DE ENFERMAGEM SEÇÃO MARANHÃO
15 a 16 de Maio, 2013 – auditório do Hospital Universitário
Presidente Dutra e dia 17 auditório do Instituto Florence de
Ensino Superior
FORMULÁRIO DE SUBMISSÃO DE RESUMO
ESCOLHA SUA OPÇÃO DE APRESENTAÇÃO:
Título:
MANIPULAÇÃO DE DRENOS MEDIASTINAIS OU PLEURAIS: EVIDÊNCIA
CIENTÍFICA OU PRÁTICA ROTINEIRA?
Relator:
Larissa Lira Brito1
Autores:
Larissa Lira Brito1; Maria de Lourdes Carvalho2; Arlene de Jesus Mendes Caldas3; Líscia Divana
Carvalho Siva4.
Instituição:
Universidade Federal do Maranhão- UFMA.
Resumo:
INTRODUÇÃO: A cirurgia cardíaca é um procedimento complexo que tem importantes repercussões
orgânicas, alterando de diversas formas os mecanismos fisiológicos dos doentes. As cirurgias cardíacas são
realizadas em sua maioria por via esternotomia mediana, sendo realizada a instalação de drenos mediastinais e
pleurais com objetivo de reduzir sangue e líquido acumulados, evitando-se complicações pós-operatórias como
o tamponamento cardíaco, derrame pericárdico e derrame pleural.(SANTANA et al., 2008; SOARES et al.,
2011). Alguns métodos de manipulação utilizados para manter o sistema de drenagem permeável são a ordenha
manual ou milking, a ordenha com pinça ou stripping, dobraduras ou fanfolding e percussão ou batidas ou
tapping (WALLEN et al, 2009). As técnicas de ordenha tem o propósito de desalojar a formação de coágulos
por causarem um aumento temporário de sucção dentro da tubulação. Curiosamente parece haver uma falta de
concenso entre os enfermeiros sobre os grandes princípios de gestão de drenos torácicos, dos quais está incluído
a ordenha de drenos. Muitas decisões tendem a ser baseadas em fatores pessoais ao invés de evidências clínicas.
A incorreta manipulação dos drenos, como a ordenha, pode acarretar uma série de complicações que podem
resultar em um aumento da morbidade, prolongamento da hospitalização e, em alguns casos, a morte. A partir
dessa perspectiva, é muito importante que o cuidado ao paciente com drenos seja embasado em evidência
científica a fim de prevenir potenciais complicações e promover a segurança do paciente OBJETIVO: Realizar
uma revisão sistemática sobre ordenha de drenos pleurais e mediastinais. METODOLOGIA: A busca foi
realizada nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS/BIREME); Scientific Eletronic Library online (SciELO); Medical Literature Analysis and Retrieval
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System Online (MEDLINE), com publicação a partir de 2001. Os critérios de inclusão foram: trabalhos obtidos
na íntegra em português, inglês e espanholque continham informações sobre gerenciamento, cuidados e práticas
comdrenos pleurais e mediastinais que de alguma forma citaram sobre a ordenha de drenos.Os descritores
utilizados foram dreno/tubo tórax (chest drain/tube), dreno/tubo pleural (pleural drain/tube), dreno/tubo torácico
(thoracic drain/tube), dreno/tubo com selo d’água (underwater drain/tube), pós-operatório (postoperative),
mortalidade
(mortality),
cirugia
cardíaca
(heart
surgery),
enfermagem
(nursing),
ordenha
(milking/stripping).Foram encontrados 30 artigos, sendo selecionado 6 artigos. O periódicos inicialmente foram
selecionados pela leitura do resumo e na ausência deste pelo título. Posteriormente, foram analisados da
seguinte forma: leitura crítica, enquadramento nos critérios de inclusão, fichamento com seleção dos dados mais
relevantes e interpretação dos dados. Esta pesquisa foi realizada de acordo com a Lei dos Direitos Autorais
(BRASIL, 1998). RESULTADOS: A ordenha manual, com pinça e métodos de dobraduras aumentam a
pressão negativa do sistema e acredita-se que melhora a capacidade de remoção das drenagens e de coágulos,
entretanto, pode aumentar a pressão negativa sendo prejudicial.Vários estudos relataram não haver diferença
significativa na produção de drenagem mediastinal quando os drenos foram rotineiramente ordenhados,
despojados, ou não tinham nenhuma manipulação, os drenos mantiveram-se permeáveis. Não houve diferença
significativa entreordenha manual ecom pinçarelacionados aovolume de drenagem, incidênciade arritmias ou
oclusão do tubo, mostrando que os tubosnão manipuladosparecem não terconseqüências adversasclínicas, o que
implica queos drenos,deixadoslivrede manipulação,foram aceitáveis emtermos de eliminação decoágulona
maioria dospacientes.O uso indiscriminado da braçadeira é muito sério entre os erros de manejos com drenos
torácicos. No entanto, por vício de uso ou por falta de informação, muitos serviços continuam a usar
rotineiramente este dispositivo, para mobilização de transportes, deambulação ou saída do leito. O seu uso pode
ter consequências agudas catastróficas, como pneumatórax hipertensivo, parada cardíaca e hematórax retido.
Manipulação de drenos de tórax não mostra qualquer benefício evidente para aumentar a permeabilidade.
Portanto, parece que a milking ou a stripping de drenos torácicos como rotina básica devem ser evitados,
poisnão foi encontrada uma forte evidência para a necessidade de manipular rotineiramente drenos para auxiliar
na drenagem mediastinal ou pleural após cirurgia cardíaca. As evidências disponíveis apontam que as rotinas de
ordenhas na tubulação não são recomendadas e confirmam a falta de provas para apoiar essa prática. A ordenha
de drenos pode aumentar significativamente as pressões negativas, causando danos, como o sangramento
excessivo, disfunção ventricular esquerda e trauma nos tecidos pulmonares. Dado o risco de danos e da escassez
de evidências quanto ao seu benefício, essas manobras não devem ser executadas. Entretanto, se após cuidadosa
avaliação alguma manipulação for necessária para manter a permeabilidade do dreno, esta deve ser realizada
apenas quando um coágulo tornar-se visível ou quando estiver obstruindo a drenagem. CONCLUSÃO:
Observou-se que a maior parte da literatura disponível sobre gestão de drenos, especificamente no que diz
respeito a manipulação, são baseadas em opiniões de especialistas e revisões de literatura, necessitando assim,
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de estudos experimentais para apoiar estas práticas. Não foi encontrada nenhuma evidência que apoie a conduta
de manipulaçãoou oclusão de drenos, ao contrário, as manipulações agressivas,como por exemplo, a ordenha
com auxílio de pinças (stripping), podem ser prejudiciais. A ordenha de drenos não deve ser recomendada como
prática rotineira ou com objetivo de auxiliar na drenagem dos fluídos no pós-operatório de cirurgica cardíaca.
Palavras-chave:
Cirurgia Cardíaca. Dreno. Cuidados de Enfermgem.
Identificação profissional:
1
E-mail do relator:
Enfermeira. Especialista em Cardiologia na Modalidade de Residência.
Enfermeira.Diretora de Enfermagem do Hospital Universitário da UFMA.
3,4
Enfermeiras. Docentes da Universidade Federal do Maranhão- UFMA.
[email protected]
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