INTRODU~ Na bibliografia portugues, Iingulstica sobre a descri9ao do ha trabalhos, alguns mais antigos mais recentes nos moldes da gramatica mo Fonseca (1973), Centola (1976), Nicolacopulos outros dos casos tais co- (1972), Barros (1981), Arrais e (1976), (1981) e Votre Carvalho (1984 a,b). Nenhum dos trabalhos citados examina especificamente 0 verbo apanha~l. Dal, vem, portanto, 9ao inicial deste trabalho que tem algumas das caracterlsticas a motiv~ por objetivo estudar semanticas e sintaticas des- te verbo. 1 • SEMANTICA Na teoria dos casos, existem diferentes como os de Fillmore fe (1970), 0 de Anderson (1968), (1971),0 (1971) e os de Cook 1973). Todos estes mode10s semantica distinta e uma tes. Os substantivos varios modelos apresentam de Cha- (1970, 1972, uma representa9Ao lista de varios casos diferen- nas senten9as em (1) no model0 de Anderson sAo atribuidos ao caso ergativo ao passe que os mesmos substantivos em (1) no mode10 de Fillmore ficari- am no caso agentivo ou agenteJ• ca 0 iniciador da a9ao que e 0 caso ergativo especif! associado com caso corresponde ao caso agentivo, Nico~ 0 verbo; este (1981:46). o livre do (b) Maria «na es~ao) (can 0 carro)) urn passaro «00 cartpJ)(na arapuca) urnpe1xe «00 rio) (canuma tarrafa») [ (a)] (c) (d) No modelo de Fillmore so (a) respectivamente em (Ib), um passaro tos, caso objetivo (1) sac elementos (elm) (1971) Joao em (la-d), 0 e 0 agente, c~ livro em (Ia), Maria em (Ic) e um pei~e em (Id) sac obje(0). As locu~oes entre parenteses facultativos. Do chao em (Ia), na esta (Ib), a arapuca em (Ic) e uma tarrafa em (Id) sac so instrumental (I). Em (Ia), todavia, urn dos instrumentos as maos, perficie4• no ca possiveis caso (I) nao esta presente As senten~as em na su- em (1) tem a seguinte represent~ ~ao semantica como se ve em (2): (2)~ A, 0, Um dicionario Nilsen e Nilsen - apresentam urn agrupamento 6 (!II a nosso alcance5considera jogo ou competi~ao esportiva". 104-105) (L), manticas de verbos , agrupamento apanhar (1975: de oito categorias se esse pertinente para es grupo geral de verbos de contato 'to hit', etc. reunem que caracteriza tados acima. [+ contatg ten~as de movimento 0 verba apanhar Que verbo apanhar 0 , pede ser verificado e segundo 0 os verbos tra90 de [+ contato] nos usos tem 0 (~) - (~~~) c! tra90 na compara~io semantico das sen- em (3) com as em (4): * * * * (a) (b) (c) (d) una codoma <nn una arapuca. alguns siris <nn una rede (a) una codoma an urnestilingue (b) una raposa an una faca una ~ an um revolver um tigre <nn una espingarda (c) (d) As senten~as ticamente devido nao referem em (4) nao sac bem formadas ao fato de que os instrumentos a urn tipo de contato to esse que ocorre Diferente senta~ao una ~ an una axmadilha urnbagre an urnanzol jap:mes com os instrumentos das senten~as em (2), as senten~as ~ao semantica tudo envolvente, na teoria semanem (4) conta em (3). em (1) que tem a repreem (5) tern uma represent~ dos casos como se ve em (6): umresfriado (de Jorge) una gripe forte ] (una) sa:ma (do caeoono) (6) ~ ___________ E, 0, CF!J Em (Sa-d) Joao e experienciador, caso (E), rBB- friado vma gripe forte, Barna sac respectivamente jetos, caso (0) e do Jorge, do oaonorro, (F), fonte. Como no caso das sentenyas tenyas em (S) quando 0 verba apannar d. algKim,caso em (3), as tem como trayo se trata dos objetos rB8friado, os o~ [+ sen- contat~ dor de ou~ido,B~ : [ ~:~ ] urn enfarte de seu pai uma aperdicite de seu inniio * yao das sentenyas caso (e) em (8) e (9) mostra que as que tem (A) agente apassivam (E) experienciador • (8) Uma codorna (11) ~ ao passe que as que tem 0 0 caso nao apassivam: foi apanhada • (9) * Um resfriado • uma dor de estCmago de Jorge por Joao com uma arapuca foi apanhado por Joao de Jorge E, 0, (L~ * • (12) (a) Uma chuva torrencial foi apanhada por Joao * Urn sol fort~ foi apanhado por Joao (b) do de 'levar pancada' ou 'ser derrotado em jogo ou com- peti~ao esportiva' como se ve nas senten~as a sua representa~ao em (13) tern semantica em (14): (a) Maria apadhou « do Joao » no qUintal) (b) Uruguai apanhou do Brasil (em Montevideu) E---------o, (AI, (~ Como verba intransitivo apanhar siviza~ao, pois (15) nao transitivo-predicativo e nao aceita pa! gramatical: e (iii) intransitivo nao aprese~ ta urna descri~ao adequada do comportamento lingulstico dos varios usos do verbo apanhar, poisnas senten~as (16 -18): • • • (16) Joao apanhou as flores Joao apanhou urn resfriado (18) Joao apanhou dos marginais (17) Joao gramatica e sujeito nestas tres senten~as tradicional; 0 segundo a verba apanhar em (16) e (17) e Joao e 0 &gente, Joao e 0 experienciador, Pirini defini~ao e~ isto (1985:16) do sujeito caso (A) ao passo que caso (E). Em (18),todavia,Joao a se refere e a pratica de em contradi~ao (17) entre a identifica~ao dos "Tais cantradi~oes sao. em geraZ. toZeradas. e mesmo ignoradas. pOl' aqueZes que traba Zhamcoma GT rgra e. matica tradicionaZ). A razao para isso a meu VEl!". a seguinte: e:J:iste na verdade wnaduaZidade de doutrinas grarrrlticais dentro do que chamamosgramtitica tradicionaZ." e uti1 para a descri~ao de verbos tais como apanhar em portugues. 1 Barros (1976:119) nao se refere ao verbo apanhar. mas descreve urn verba de cantata reZacionado. 0 verbo pegar. Os exempZosapresentados soo: (i) Joao pegou wna barata do chfio com wnapi~a. rU) Joao pegou a barata do chfio. para a menina. comwnapi~. Segundo. Barros. estesiC-:r: Zos tem respecUvamente a representa~ao seatica como segue. A. I. L. Q] e C-----A. D. I. L. 01 e A= agente. I=instrumento. L=Zocativo. 0 = objeto e ri=aiitivo. J NicoZacopuZos (1981) apresenta wna reZa~ao dos diferentes propostos nos vQM.OS modeZos. casos 4S~ 0 maDS sao e chutar. verbo. 0 nosso conhecimento do mundononnalmente no caso (1b) cza instrumento. caso (I). Comcertos verbas tais como7cia1c 0 instrumento fetlt/pBs sao le:J:icalmenteincoporados ao 'Fernandes (1965:96) 6Nilsen e Nilsen (1975:104-105) apresentam asseguintes categorias ssmlinticas: (i) predicados de W7I Lugar. fii) verbas de movimento. (Ui) verbas de Lugar. (iv) verbos de contato. (v) verbas de ezpe riincia. (vi) verbas de 1mAdanga.(vii) predicadDs simitricos. (Vi ii) casos especiais. 7Pode-se caracterizar arxznhaz' como W7I verba poZiss6mico. com yelo menos tres significados diferentes. Na preparavQode dicionarios pedagogicos para faZantes nativos ou estrangeiros. ole:J:icografo enfrenta W7I problerrr.zdifwil: fazer W7I verbete so e dar diferentes significados au apresentar tres verbetes distintos. ~ rriiodo modelo de Cook arxznhaz' seria WI! verba agentivo em (16) com a estzoutura C!: ----A. q, (L). {IlJ e (18) tam Mm seria WI! ve.rbo agentivo (verbo de a,,~ mas os casos na BUperfwie seriam ordenados diferentemente:c!:.----O. (A). rllJ No modelo de Chafe (1977) ~ em (16). (11) e (18) seriam res pectivamente verbos de a"lio. processo e ~Iio-processo. Apanha.r em (11) no modelo de Cook seria W7I verbo experienciador com a estzoutura C!: ---E. O. (LIJ ao passo que no modelo de Chafe seria W7I verba de processo. REFER£NCIAS Anderson. John M. (1971) 'J!M Gl'anmar of Case: TOlAW'ds a Localistic Theo1."l/'London: CambridgeUniversity Press. (1977) Gft Case Gl'QM'fItJr: Prolegomenato Theoz-yof G.ranmItiJa~ RsZatiorul. London: HUmantities Press. Arrais. TeLmoCorrea (1981) "Prediea"ao com Verbas Denominais em PoZ'tugues". Anais do V Encontro Naci0n4l tLJ Lingulatica. VoL. II. PUCRJ. Barros. Diana Luz Pessoa de (1976) Verbas tLJ CctrIm~ Sintatico-serriintico. Tese de DoutoramentoUSP. Estudo Carvalho. Mauricio Brito de (1981) "A Distribu~o de Locativos em Portugues: UmaGramatica de Casos LocaZista". Anais do V E'ncon tro Naci0n4~ tIs Lingui.atica. VoL II. PUCRJ (1982) A Teoria LocaLista de Casos de Anderson (1977) e ALguns Fatos do Portugues" VI Ana:ia tIs slIIItiniiriodo GEL. PUCCAMP. Centol.a, Ritta de Cassia Araujo (1972) Estudo das OCoZT6ncias Prepos~ao com . DissertayQo de Mestrado. PUCSP. Chafe, Wal.l.ace L. (1970) Meaning and the Str'Ucturs cago: University of Chicago Press. dB of Languags. Chi - Cook, Wal.ter A. S. J. (1970) Cass Gratrm:zr:Fl'OmBol.ss to Ruws. Georgetown Iniversity Papers on Language and LiT/{JUistics, No. 1 Washington, D.C. Georgetown University Press. ---(1972) A case Grammar Matri: - Georgetown University Papers on LaT/{JUagearrr:1o LiT/{JUistics. No.6. Washington, D.C. : Georgetown University Press. Fernandes, Francisco (1965) lJicimuiI.io Porto Al.egre: Editora Gl.obo. Brasitsiro Cont~. Fil.l.more, Charl.es (1971) "Some Probl.ems for Case Granrnars" - In: Georgetown University Round Table on Languages and Linguistics org. POI' Richard J. 0 'Brien, S. J. Washington, D.C.: GeorgetOlJ11 University Press, 35-36. ---(1968) "The Gramnar of Case" In: Universals in Linguistic Theory. org. pOI' ErrrnonBach e Robert T. Hams. New York: HoU, Rinehart and Winston. Fonseca, Licia Regina M. de Souza (1973) A Gramtitica dos Casos e Transitividade. Disserta~ao de Mestrado. Universidade de Bahia. Nil.sen, Don L. F. e Al.l.en Pace Nil.sen (1975) Sem:rntic Theory: LiT/{JUistic Perllpective. Rowl.ey, Mass: Newbury House. A Nicol.acopul.os, Apostol.o T. (1981) A Sem:rntic Anal.ysis of Pozotugue se Predication: An Introduction to Case Granrnar. Tese de Douto ramento. Georgetown University. Perini, Mario A. (1985) Para l.mz Nova Gramiitico. do Pozotugues. siio Paul.o: Editora Atica. Votre, Sebastiao J. (1976) '~s Rel.a~oes Casuais das Senten~as tuguesas", I Encontro Nacional. de LiT/{JUutico.. PUCRJ. POI'