Outono / Inverno 2011 | N.º 25 o seu olhar + soluções para a miopia Bronquiolites Como prevenir, tratar e recuperar Nutrição coma melhor e poupe mais de 100 € por mês Boas Ideias aprenda a Combater a humidade editorial VIVER MELHOR A CADA ESTAÇÃO... Passa o Verão, chegam as estações frias e o nosso organismo reage às alterações do clima. Por isso devemos tomar certos cuidados com o nosso corpo e com a nossa casa. Começamos esta edição com um artigo sobre a miopia, uma doença oftalmológica, que não constitui um problema se detectada logo no início. Nos nossos dias, as soluções vão desde o uso de óculos à cirurgia e dependem de alguns factores, como a idade e o grau da doença da pessoa. Passamos para outro tema, a bronquiolite, que preocupa quase todos os pais de crianças pequenas. Este artigo vai ajudá-lo a agir logo que a patologia se manifeste, porque algum conhecimento sobre a mesma pode evitar não só a evolução da doença, como muitas horas de desconforto. As Fichas Médicas abordam estes dois temas. Guarde-as sempre à mão e faça o nosso Quizz sobre a Miopia e teste os seus conhecimentos oftalmológicos. Na secção Boas Ideias damos-lhe muitas dicas sobre a humidade, este inimigo da saúde que encontramos em quase todas as casas. Às vezes vale a pena chamar um profissional, pois nem uma boa limpeza é capaz de a eliminar. No entanto, as receitas caseiras também podem resolver o problema. Por fim, trazemos-lhe um desafio: levar almoço de casa para o trabalho. Além de poupar, vai passar a comer muito melhor. O artigo Nutrição diz-lhe como é a ‘marmita ideal’ e as nossas receitas são ideias para começar. As nossas dicas e informação, validadas por especialistas, foram produzidas a pensar no seu bem-estar e na sua tranquilidade. Esperamos que esta revista ajude a viver melhor todos os dias das próximas estações. O frio está de volta prepare-se para o inverno Ficha Técnica SANOS Outono/invernO 2011 Periodicidade Semestral Propriedade Tranquilidade Seguros PRODUÇÃO Direcção de Qualidade e Organização (AdvanceCare) Concepção, DESIGN, PAGINAÇÃO e Produção Plot - Content Agency Fotografias Thinkstock SUMÁRIO Nesta edição... 06 Saúde MIOPIA Uma doença com várias causas e soluções para cada caso e idade. 12 Em foco BRONQUIOLITES Identifique os primeiros sinais e dê mais alívio a quem sofre desta doença. 22 Boas ideias HUMIDADE Identifique, elimine e passe a viver sem este inimigo da saúde de toda a família. 29 Nutrição ALMOÇO NO TRABALHO Ao levar almoço de casa poupa dinheiro e ganha na qualidade da sua alimentação. Como sempre... 04 BREVES As novidades mais recentes em saúde. 17 FICHAS DE SAÚDE Miopia e bronqueolites são as patologias desta edição. 19 QUIZZ Sabe tudo sobre miopia? Faça o nosso quizz e veja melhor esta questão. 33 RECEITAS Almoços com muito sabor para levar para o trabalho. Caminhe e viva melhor Em todas as idades e com qualquer tempo, caminhar é um exercício que faz bem ao organismo. Meia hora por dia deve ser o objectivo de quem quer viver melhor todos os dias do ano. Conquiste este hábito. Comece e persista. $R¿PGHGXDVDWUrVVHPDQDV já lhe terá tomado o gosto! Caminhar ao ar livre, mesmo com o tempo frio, tem inúmeros benefícios para o organismo. Fortalece os ossos, os músculos, o sistema imunitário e ainda descontrai a mente, o que evita estados depressivos. Não deixe que RIULRVHMDGHVFXOSDHGrMi hoje, o primeiro passo pela sua saúde. INFO Sempre que quiser saber mais sobre os temas que abordamos, consulte os sites e blogues que indicamos ao longo da revista OUTONO / INVERNO 2011 3 BREVES NOVO SITE DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS APDP LANÇA A DIABETES NA SUA MÃO A Diabetes na Sua Mão – agora que descobriu que tem diabetes tipo 2, é um livro que a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal lançou e que pretende ajudar as pessoas que acabam de saber que têm diabetes a tomarem a seu cargo o seu próprio tratamento, ou seja, ajudar as pessoas a tornarem a diabetes uma situação que não as impeça de viver. DOS PORTUGUESES SÓ CONSULTAM UM PROFISSIONAL DE SAÚDE ORAL QUANDO TÊM DORES DE DENTES A escovagem dos dentes é um hábito que faz parte da rotina diária de mais de 90% da população portuguesa abrangida; 51% dos inquiridos escovam os dentes duas vezes ao dia. &RQWUDULDPHQWHjUHFRPHQGDomRGRVSUR¿VVLRQDLVGH saúde oral, que aconselham a trocar de escova (ou a cabeça GHHVFRYDGHWUrVHPWUrVPHVHVGRVHQWUHYLVWDGRV apenas fazem a substituição quando consideram que a escova já não limpa de forma adequada. Além disso, mais de um terço da população apenas faz YLVLWDVDRGHQWLVWDKLJLHQLVWDRUDOHPVLWXDomRGHXUJrQFLD Estas são algumas conclusões de um estudo promovido em parceria com a Associação Portuguesa de Higienistas Orais. 4 OUTONO / INVERNO 2011 Foi lançado em Setembro o site www.respirasaude.com, um veículo de informação e consulta para todos os que querem saber mais sobre patologias respiratórias, na população em geral e nos grupos de risco, e seguir alguns conselhos das entidades que, desde logo, se associaram a esta iniciativa: Sociedade Portuguesa de Imunologia e Alergologia Clínica, Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-­Facial, Associação Portuguesa de Asmáticos, Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar e Respira – Associação de Doentes com DPOC e outras patologias crónicas, com o apoio OM Pharma. Informar a população sobre as doenças respiratórias mais prevalentes, meios de prevenção, formas de contágio, comportamentos a ter, etc… o www.respirasaude.com também terá disponíveis os principais dados do estudo que traça o retrato do conhecimento dos portugueses acerca das doenças do Inverno. BREVES CANDIDATURA DA DIETA MEDITERRÂNICA ALERTA PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL CERCA DE UM MILHÃO DE PORTUGUESES SOFRE DE ENXAQUECA Os especialistas referem que cerca de um milhão de portugueses sofre de enxaqueca. Cada pessoa diagnosticada com enxaqueca falta, em média, cinco dias por ano ao trabalho ou à escola devido aos sintomas desta condição clínica. “Mesmo os que optam por desempenhar as suas funções com uma FULVHDSUHVHQWDPGL¿FXOGDGHVFRJQL-­ tivas, além da dor, que os impedem de realizar as tarefas a 100%”, enfatiza a Dr.ª Raquel Gil-­Gouveia, neurologista no Hospital da Luz, em Lisboa. Apesar GHVWDUHDOLGDGHDSHQDVGDVSHV soas que sofrem de enxaqueca recorrem aos cuidados médicos com vista ao tratamento, segundo dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Uma das explicações é que a maioria das pessoas recorre à automedicação que, além de nem sempre resolver o problema, pode acarretar riscos para a saúde, sobretudo se tomada em excesso. Um ano depois do Movimento Mulheres de Vermelho ter lançado a petição de apoio a uma candidatura portuguesa da Dieta Mediterrânica a Património Imaterial da UNESCO, volta a chamar atenção para a importância da adopção de estilos de vida saudáveis. O objectivo é sensibilizar a população para a alimentação mediterrânica, que é considerada uma das mais saudáveis do Mundo, sendo testemunhado pelo facto dos habitantes da Europa do Sul, entre os quais Portugal, terem a mais baixa taxa de mortalidade por doenças cardíacas da Europa. O último relatório da Organização Mundial de Saúde revela que a principal causa de morte no nosso país continuam a ser as doenças cardiovasculares. Segundo os dados da OMS de 2008, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 37% das mortes em Portugal. SAÚDE OLHE PELA SUA MIOPIA É UM PROBLEMA FREQUENTE QUE COMEÇA MUITAS VEZES EM IDADE ESCOLAR. TANTO NAS CRIANÇAS COMO NOS ADULTOS, A MIOPIA NÃO DEIXA VER BEM AO LONGE APESAR DE NÃO AFECTAR A VISÃO AO PERTO Escrito por CL ÁUDIA PINTO Ent revista e revisão cient íf ica DR . FLORINDO ESPER ANCINHA , MÉDICO OF TALMOLOGISTA E PRESIDENTE DO COLÉGIO DE OF TALMOLOGIA SAÚDE A miopia é um vício de refracção em que o doente YrPDODRORQJHHKDELWXDO-­ PHQWHYrEHPDRSHUWR “A imagem que se forma no sistema óptico do olho vai fazer com que a imagem se foque à frente da retina e os médicos oftalmologis-­ WDVWrPGHFRORFDUOHQWHV negativas para levar a ima-­ gem para a retina”, explica o Dr. Florindo Esperanci-­ nha, médico oftalmologista e Presidente do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos. A miopia aparece mais frequentemente na idade escolar e “relaciona-­se com o desenvolvimento do com-­ primento do olho. Os olhos míopes são normalmente maiores do que deveriam ser. Um milímetro a mais do aquilo que o olho deveria ter corresponde a 3 diop-­ trias”, explica o oftalmolo-­ gista. A miopia pode dever-­ -­se a factores genéticos mas existem outros motivos que levam ao aparecimento de uma percentagem maior da doença. SINAIS DE ALARME Nas crianças, o principal sinal é o facto de se aproxi-­ marem da televisão porque YrHPPDO(VHDLQGDDVVLP não conseguem ver a ima-­ gem, aproximam-­se mais ¿FDQGRSUDWLFDPHQWHFROD-­ das ao ecrã. Este é o princi-­ SDOVLQDOTXHMXVWL¿FDXPD consulta no oftalmologista. Se a criança começar a sen-­ WLUGL¿FXOGDGHHPYHURTXH está escrito no quadro da escola ou os sinais informa-­ tivos na estrada enquanto os pais conduzem, não se deve NAS CRIANÇAS, O PRINCIPAL SINAL É O FACTO DE SE APROXIMAREM DA TELEVISÃO PORQUE VÊEM MAL Distância aconselhada... quanto maior for o monitor maior deverá ser a distância, sendo que por exemplo com um monitor de 40 polegadas deve-se guardar a distância mínima de cerca de 2,5 m, enquanto com um de 42 esta deve ser de cerca de 2,7 m 8 OUTONO / INVERNO 2011 olhe pela sua miopia descurar a procura de ajuda médica. “As crianças devem ir a uma primeira consulta de oftal-­ PRORJLDSRUYROWDGRVWUrV anos, embora possamos se-­ guir crianças mais novas se tiverem alguma patologia. É frequente avaliarmos tam-­ bém as crianças prematu-­ ras”, avança Florindo Espe-­ rancinha. Na idade da escolar, a evolu-­ ção tende a ser progressiva. Há crianças que estabilizam mais cedo e outras mais tar-­ de. Após a ida ao oftalmolo-­ gista e o início do tratamento adequado a cada caso, “se os SDLVYHUL¿FDUHPTXHPHVPR com óculos, passado um ano a criança está a ver mal ao longe, é necessário fazer uma UHFWL¿FDomRGDVOHQWHV´ SOLUÇÕES PARA A MIOPIA Existem várias alternativas para corrigir uma mio-­ pia. “Em primeiro lugar os óculos habituais e, pos-­ teriormente, as lentes de contacto”, salienta Florindo Esperancinha. Mais recen-­ WHPHQWHWrPVXUJLGRQRYDV formas de correcção de mio-­ pia. “O LASIK (cirurgia a la-­ ser) pode ser utilizado até às seis dioptrias mas é preciso que o doente tenha uma es-­ SÓ SE DEVE OPERAR UMA MIOPIA COM LASER QUANDO A MESMA ESTÁ ESTABILIZADA, OU SEJA, DEPOIS DE DOIS A TRÊS ANOS SEM QUALQUER EVOLUÇÃO pessura de córnea adequada. Vamos fazer uma ablação da córnea com o laser conso-­ ante a miopia que queremos corrigir. Mas há um valor abaixo do qual não podemos deixar a espessura da córnea para não termos problemas complicados, porque se uma FyUQHD¿FDUPXLWR¿QDQR ¿QDOGDFLUXUJLDSRGHID]HU como que um pequeno balão e desfocar completamente a imagem”, explica o médico oftalmologista. Há que ter sempre em atenção que se pode corrigir até determina-­ do número de dioptrias em função da espessura da cór-­ nea que a pessoa tiver. “Se a miopia não puder ser cor-­ rigida com laser (através do LASIK), temos a colocação de lentes intra-­oculares para as miopias mais altas. Essas lentes poderão ser colocadas em frente à íris (lentes de câmara anterior), em cima do cristalino (lentes de câ-­ mara posterior) ou mesmo fazendo uma extracção do cristalino (tirar o cristalino e substitui-­lo por uma lente que é o que fazemos nor-­ malmente nas cataratas)”, acrescenta Florindo Espe-­ rancinha. Em termos de acompanha-­ mento da miopia, as com-­ plicações podem sempre surgir, quer seja corrigida cirurgicamente ou não. “Vemos descolamentos da retina todos os dias em doentes míopes devido ao facto de a sua ser retina habitualmente mais frágil”, conclui o presidente do Co-­ légio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos. OUTONO / INVERNO 2011 9 SAÚDE AS CRIANÇAS DEVEM IR A UMA PRIMEIRA CONSULTA DE OFTALMOLOGIA POR VOLTA DOS TRÊS ANOS olhe pela sua miopia CONSELHOS ÚTEIS SOBRE A MIOPIA 1 Se os pais ou os professores se aperceberem que a criança está a ver mal, esta deve consultar um médico. Há sinais básicos: a criança esfrega os olhos; pede para se sentar nas primeiras carteiras da sala de aula; senta-se frente à televisão… Atenção que pode estar a aparecer uma miopia. Só se deve operar uma miopia com laser quando a mesma está estabilizada, ou seja, depois de dois a três anos sem qualquer evolução, porque se for operada antes desse tempo poderá voltar a ter miopia. Nas cirurgias dos adultos há que ter a noção de que podem surgir complicações, ainda que sejam muito raras. 3 Se não gosta de usar óculos tem outras alternativas à disposição, dependendo do seu grau de miopia, mas deve ser sempre avaliado pelo seu médico oftalmologista. Se a miopia já estiver estabilizada nos adultos, um a dois anos é o tempo aceitável para uma consulta no oftalmologista. Se houver alguma queixa ou a evolução da doença for mais rápida do que o suposto, pode marcar uma consulta antes do previsto para ajustamento médico. 5 Caso tenha miopia, lembre-se que deve consultar o médico periodicamente mesmo que não sinta alterações. Há patologias que se desenvolvem sem apresentarem sintomas. OUTONO / INVERNO 2011 11 EM FOCO A BRONQUIOLITE É UMA INFECÇÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS BAIXAS QUE ATINGE SOBRETUDO CRIANÇAS ATÉ AOS DOIS ANOS. É CAUSADA PELO VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (VSR) QUE CIRCULA DURANTE TODO O ANO MAS É MAIS FREQUENTE NO INVERNO. FOMOS SABER MAIS ACERCA DESTA DOENÇA E CONHECER OS MELHORES CONSELHOS PARA OS PAIS CONHECER, PREVENIR E TRATAR A BRONQUIOLITE Escrito por CL ÁUDIA PINTO Ent revista e revisão cient íf ica DR.ª MARIA JOÃO BRITO, INFECCIOLOGISTA PEDIÁTRICA, MEMBRO DA DIRECÇÃO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE PEDIATRIA EM FOCO Digamos que é um vírus que gosta do tempo frio e húmido. Pode surgir no Outono mas é mais pre-­ valente no Inverno. “Even-­ tualmente, pode circular juntamente com o vírus da gripe, que atinge mais as crianças em idade escolar, enquanto que o o VSR, que causa a bronquite, atinge os mais pequenos”, esclarece a Dr.ª Maria João Brito, in-­ fecciologista pediátrica. A doença manifesta-­se ha-­ bitualmente no domicílio, no infantário ou na ama, podendo a criança pequena ser contagiada pelos adul-­ tos, pelos amiguinhos da escola ou pelos irmãos mais velhos. “O quadro clínico começa com uma obstrução nasal. O bebé começa depois a tos-­ sir e posteriormente pode WHUGL¿FXOGDGHHPUHVSLUDU e, consequentemente, em se alimentar convenientemen-­ te, em dormir bem”, explica Maria João Brito. Por vezes a criança tem 38o C, 38, 5o C de febre. Com a febre e o nariz obstruído, é importante que os pais façam uma boa higiene na-­ VDOEDL[HPDIHEUHHGrHP líquidos ao bébé. “Podem também utilizar o aerossol 14 OUTONO / INVERNO 2011 ENQUANTO O BEBÉ TEM FEBRE E O NARIZ OBSTRUÍDO, É IMPORTANTE QUE OS PAIS FAÇAM UMA BOA HIGIENE NASAL, TENTEM BAIXAR A FEBRE E LHE DÊEM LÍQUIDOS FRPVRUR¿VLROyJLFRH atmosfera húmida para ajudar a criança a desem-­ baraçar-­se melhor das secreções. São sinais de GL¿FXOGDGHHPUHVSLUDUD criança começar a respi-­ rar muito rapidamente ou cansar-­se enquanto come”, acrescenta a infecciologista pediátrica. Nesse caso, deve ser sempre avaliada pelo médico porque pode ter os níveis de oxigénio baixos e necessitar de um tratamen-­ to especial. “Os pediatras estão muito habituados a li-­ dar e tratar a bronquiolite”, explica Maria João Brito. A QUE MÉDICO RECORRER? Ao primeiro sinal de falta de DURXGL¿FXOGDGHVHPUHVSL-­ rar, os pais devem recorrer ao seu médico assistente RXDRSHGLDWUDGRVHX¿OKR Se não for possível, podem dirigir-­se ao serviço de aten-­ dimento permanente no cen-­ tro de saúde ou no hospital. Existe ainda a linha de Saúde TXHSRGH orientar os pais numa pri-­ meira instância. O tratamento depende muito GRJUDXGHGL¿FXOGDGHUHV-­ piratória da criança. Maria João Brito diz-­nos que “por vezes pode ter de se recor-­ rer a medicações inaladas para libertar os brônquios ou ser necessário realizar uma drenagem postural em que se liberta a criança das se-­ creções”. Em situações muito graves mas não muito co-­ muns, “quando há um gran-­ de nível de hipoxemia (níveis de oxigénio muito baixos), as crianças podem neces-­ sitar de ser ligadas a um ventilador. Mas felizmente a maioria de crianças é trata-­ da no domicílio, ainda que possam surgir casos em que o internamento é imperati-­ vo”, acrescenta a pediatra da Sociedade Portuguesa de Pe-­ diatria. O tempo de duração da doença depende da idade bronquiolite Lavar as mãos é uma das medidas mais eficazes para prevenir a doença. Quem o diz é a médica Maria João Brito QUANDO A CRIANÇA SENTE DIFICULDADES EM RESPIRAR, A SITUAÇÃO É URGENTE E REQUER AVALIAÇÃO MÉDICA da criança e da carga viral com que foi infectada. Pode LUGHGLDVDVHPDQDVRX prolongar-­se em casos mais graves. MEDIDAS EFICAZES Este vírus transmite-­se pelas PmRV³$PHGLGDPDLVH¿FD] para prevenir a doença é a lavagem das mãos por parte dos adultos para não trans-­ mitir o vírus às crianças. Quando tivemos a pande-­ mia da gripe A, os casos de bronquiolite por VSR qua-­ se não existiram pois as pessoas estavam comple-­ tamente consciencializa-­ das de que tinham de lavar as mãos regularmente e usar os anti-­sépticos, o que acabou por ser positivo também para a prevenção desta infecção”, salienta Maria João Brito. TESTEMUNHO de Sandra Leal, mãe de Vasco “... COMEÇOU COM 'FARFALHEIRA'...” O Vasco começou com uma respiração mais rápida, "farfalheira" e engasgava-se muito. Ao fim de dois dias decidi ir às urgências pois a pediatra estava fora do país. Fizeram-lhe um aerossol, aspiraram as secreções e disseram para voltar ao fim de três dias. Voltei e ele estava pior. Ficou internado de imediato. Permaneceu no hospital durante cinco dias. Foi assustador. Só pensava o que tinha feito de mal para ele estar naquela situação. A equipa que acompanhou o Vasco foi impecável. Aprendi algumas estratégias e, nas infecções seguintes, ao primeiro sinal, já sabia como reagir e o que fazer. O Vasco teve mais quatro bronquiolites, menos graves, talvez porque aprendi a atenuar rapidamente os primeiros sintomas. Como conselhos a outros pais, considero que, por mais amigos que tenham, evitem estar com eles se estiverem constipados. Se consideram que alguma coisa não está bem, se há alguma dúvida com a saúde do vosso filho, contactem o pediatra, a linha de Saúde 24 e só então as urgências. OUTONO / INVERNO 2011 15 EM FOCO Ainda não há uma va-­ cina disponível mas existe uma forma de prevenção apenas indicada para as chamadas crianças de risco, nas quais se incluem gran-­ des prematuros e crianças com doenças crónicas (car-­ diopatias congénitas ou do-­ enças pulmonares crónicas graves). Nestes casos, “é administrada a Imunoglo-­ bulina, no início do Outo-­ no, antes do aparecimento do vírus. Esta prevenção é extremamente dispendiosa HVyVHMXVWL¿FDSDUDRVJUX-­ pos de risco. Habitualmente, é efectuada nos hospitais”, salienta a infecciologista pe-­ diátrica. 3 GRANDES CONSELHOS 1 As pessoas constipadas devem lavar bem as mãos antes de pegarem nas crianças para evitar contagiá-las. 16 OUTONO / INVERNO 2011 A bronquiolite é das infec-­ TESTEMUNHO ções respiratórias que mais de Mónica Nunes, mãe de frequentemente causam in-­ Afonso ternamentos em pediatria. “... TOSSE E MUITA Há que ter em atenção que EXPECTORAÇÃO...” as constipações nos adultos são muitas vezes graves para O Afonso teve a primeira as crianças pequeninas. “Daí bronquiolite com cerca de que se peça frequentemente quatro meses. Começou com aos adultos para não anda-­ “farfalheira” e muita expectoração. Tinha uma pontinha de rem com as crianças ao colo febre e começou a ter tosse. nem darem beijinhos aos Depois de fazermos vapores bebés quando estão consti-­ e aerossol, frequentámos pados. No fundo, o vírus que sessões de ginástica respiraé inofensivo para os adultos tória que não foram suficienTXHWrPXPVLVWHPDLPXQR-­ tes para a sua recuperação. lógico preparado, pode ter Aconselhámo-nos com a FRQVHTXrQFLDVJUDYHVQRV pediatra, fomos ao hospital e foi diagnosticada a bronbebés e nas crianças peque-­ quiolite. Num mês o Afonso nas com menores defesas”, acrescenta Maria João Brito. voltou duas vezes ao hospital mas nunca ficou internado. Senti-me muito acompanhada, mesmo quando achava que estava a fazer perguntas pouco inteligentes. Hoje penso que as crianças com bronquiolite ou com susA higiene como a lavagem ceptibilidade de virem a ter das mãos ou a utilização alergias ou doenças respirade anti-sépticos é a melhor tórias não devem frequentar forma de prevenção. centros comerciais; devem estar afastadas do tabaco e não é aconselhável ter tapetes e bonecos com muitos pêlos em casa. São também crianças que não podem estar em contacto com ar Uma criança que esteja condicionado ou frequentar em dificuldade respiratória locais fechados com grande deve ser avaliada por um médico com urgência. concentração de pessoas. 3 FICHA Miopia 09 O QUE É A miopia é um vício de refracção que causa perda de visão ao longe mas não afecta a visão ao perto. SINTOMAS Dificuldade em ver ao longe. Nota-se, por exemplo, ao tentar ler letreiros na rua ou no caso dos estudantes, ao tentarem ler o que o professor escreve no quadro. Não conseguir ler as legendas da televisão ou do cinema também são sinais frequentes de miopia. TRATAMENTO Para tratar a miopia a única solução é a cirurgia LASIK, que pode ser realizada até às seis dioptrias desde que o doente tenha uma espessura de córnea adequada. recorte e coleccione OUTRAS SOLUÇÕES A utilização de óculos ou lentes de contacto corrige a refracção da luz, fazendo com que a imagem se forme na retina e a pessoa veja nitidamente. FACTORES DE RISCO A causa principal da miopia é a hereditariedade. No entanto, acre- dita-se que ler em condições que forcem a vista de forma sistemática pode desencadear a doença. CUIDADOS A ADOPTAR É conveniente procurar as melhores condições de iluminação para estudar, ler e escrever. Assim que notar dificuldades em ver ao longe, procure o médico oftalmologista. Se os seus filhos se queixarem, leve-os também a fazer um exame. Quando uma criança se aproxima muito do televisor, isso pode ser sinal de que está a ver mal. PARA SABER MAIS Sociedade Portuguesa de Oftalmologia Telefone: 21 782 04 43 www.spoftalmologia.pt FICHA Bronquiolite 10 O QUE É? A bronquiolite é uma infecção das vias respiratórias baixas causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR). SINTOMAS Nariz entupido Tosse Dificuldade em respirar Febre (38º C – 38,5º C) Com a evolução da doença, a criança pode não conseguir alimentar-se ou dormir convenientemente. TRATAMENTO O tratamento depende muito do estado da criança e pode incluir: > medicação inalada para libertar os brônquios; > drenagem postural para libertar a criança das secreções; > em casos extremos as crianças podem necessitar de ser ligadas a um ventilador. QUANTO TEMPO DURA A DOENÇA O tempo de duração da doença depende da idade da criança e da carga viral com que foi infectada. Pode ir de 10 dias a 2 semanas ou prolongar-se em casos mais graves. 18 OUTONO / INVERNO 2011 FACTORES DE RISCO A maior causa de contaminação com o vírus que causa a bronquiolite são os adultos constipados, que têm um sistema imunológico preparado mas pode ter consequências graves para os bebés e as crianças pequenas. EM CASO DE URGÊNCIA A primeira medida é falar com o pediatra dos seus filhos. Se agir logo aos primeiros sintomas, medidas simples como manter uma boa higiene nasal, baixar a febre e dar líquidos ao bebé podem travar a evolução da doença. Se a criança respirar muito rapidamente ou ficar cansada quando come, é um sinal de dificuldade respiratória e, nesse caso, tem de ser vista pelo médico. PARA SABER MAIS Sociedade Portuguesa de Pneumologia Telefone: 21 796 20 74 http://www.sppneumologia.pt/ Portal “Médicos de Portugal” medicosdeportugal.saude.sapo.pt recorte e coleccione GRUPOS DE RISCO Crianças até os dois anos. TESTE OS SEUS CONHECIMENTOS VEJA BEM... NEM SEMPRE AS DOENÇAS DOS OLHOS SÃO FÁCEIS DE IDENTIFICAR E AS SOLUÇÕES PODEM SER DIFERENTES DO QUE SE PENSA. FAÇA O NOSSO QUIZZ E VEJA SE ESTÁ BEM INFORMADO OUTONO / INVERNO 2011 19 quizz 1 Na miopia o doente vê bem ao longe e mal ao perto. Verdadeiro Falso Quais os sinais básicos numa criança que está a ver mal? a) A criança esfrega os olhos b) A criança pede para se sentar nas primeiras carteiras da sala de aula c) A criança senta-se frente à televisão d) Todos os mencionados Esta patologia surge habitualmente em pessoas de meia idade. Verdadeiro Falso 3 Após a cirurgia não é necessário consultar o médico regularmente. Verdadeiro Falso 20 OUTONO / INVERNO 2011 5 O LASIK (cirurgia a laser) pode ser utilizado até às : a) 5 dioptrias b) 6 dioptrias c) 9 dioptrias d) 11 dioptrias 6 Em dioptrias mais altas a miopia não pode ser corrigida pois não se pode usar o laser. Verdadeiro Falso Soluções 1 Falso. A miopia é um vício de refracção em que o doente vê mal ao longe e habitualmente vê bem ao perto. 2 Falso. A miopia aparece mais frequentemente na idade escolar e relaciona-se com o desenvolvimento do comprimento do olho. Os olhos míopes são normalmente maiores do que deveriam ser. 3 Falso. É necessário realizar exames oftalmológicos de rotina após um LASIK. Mesmo que a visão não apresente alterações, torna-se necessário um seguimento médico para despiste de problemas a nível da visão. 4 Todos os mencionados. Se a criança começar a sentir dificuldade em ver o que está escrito no quadro da escola, os sinais informativos na estrada enquanto os pais conduzem ou se senta colada ao ecrã da televisão, são sinais que os pais não devem descurar mas sim procurar a ajuda médica. 5 (b) O LASIK pode ser utilizado até às seis dioptrias mas é preciso que o doente tenha uma espessura de córnea adequada. É feita uma ablação da córnea com o laser consoante a miopia que se pretende corrigir. Mas há um limite para reduzir a espessura da córnea, abaixo do qual podem surgir problemas. 6 Falso. Se a miopia não puder ser corrigida com laser (através do LASIK), podem colocar-se lentes intra-oculares para as miopias mais altas. Estas lentes são colocadas em frente à íris (lentes de câmara anterior), em cima do cristalino (lentes de câmara posterior) ou mesmo fazendo uma extracção do cristalino (tirando o cristalino e substituindo-o por uma lente). OUTONO / INVERNO 2011 21 BOAS IDEIAS 22 OUTONO / INVERNO 2010 BO AS ID EI AS A humidade está muitas vezes escondida mas descobrir a sua origem ajuda a eliminá-la de uma vez por todas LIVRE-SE DA HUMIDADE! COM A CHEGADA DO FRIO E DA CHUVA A HUMIDADE PODE TORNAR-SE UM VERDADEIRO PROBLEMA DENTRO DE CASA. FUNGOS E BOLORES AFECTAM PAREDES, MÓVEIS E SOBRETUDO A SUA SAÚDE. DIZEMOS-LHE COMO AREJAR A QUESTÃO EM TODAS AS FRENTES OUTONO / INVERNO 2010 23 BOAS IDEIAS DE QUE SE TRATA, AFINAL? Bolor e mofo são fungos microscópicos que, ao contrário das plantas, não precisam de clorofila para viver. Gostam de ambientes húmidos e alimentam-­se de substâncias orgânicas tão variadas como alimentos, madeira, papel, tecido ou tinta. Quando encontram um lugar propício, os milhões de esporos microscópicos que andam no ar instalam-­ -­se e multiplicam-­se enquanto o diabo (ou o incauto habitante) esfrega um olho. AREJAR O MAIS POSSÍVEL Apesar de haver menos humidade no ar no Outono e no Inverno, a diminuição da temperatura facilita a condensação do vapor de água, o que induz a acumulação de humidade e o aparecimento de bolores e fungos dentro de casa. Isto acontece mesmo em habitações bem isoladas, basta que não exista arejamento suficiente. Os locais mais afectados são as paredes viradas a norte e nordeste, as casas de banho e as cozinhas. Os roupeiros e as costas dos móveis encostados à parede são também fortes candidatos à formação de bolor. 24 OUTONO / INVERNO 2011 livre-se da humidade OS BOLORES GOSTAM DE AMBIENTES HÚMIDOS, COMO CASAS DE BANHO E CAVES, E REPRODUZEM-SE ATRAVÉS DE ESPOROS EM APENAS 24 HORAS! Uma taça de sal no interior do roupeiro ajuda a absorver a humidade e o cheiro a mofo 10 LITROS É A QUANTIDADE APROXIMADA DE VAPOR DE ÁGUA PRODUZIDO DIARIAMENTE POR UMA FAMÍLIA DE QUATRO PESSOAS OUTONO / INVERNO 2011 25 BOAS IDEIAS PREVENIR É O MELHOR REMÉDIO A melhor forma de evitar a formação de bolores é impedir a acumulação excessiva de humidade no ambiente. Elimine primeiro as possíveis causas estruturais que estejam a provocar a humidade: caleiras estragadas, chaminés sem protecção ou infiltração nos caixilhos de portas e janelas. Descartadas es-­ tas possibilidades, o mais provável é tratar-­se de vapor por condensação. Neste caso há que aumentar a ventilação e controlar as fontes de humidade. Instale exaustores na cozinha e na casa de banho para controlar a humidade nas divi-­ sões mais húmidas da casa. 26 OUTONO / INVERNO 2011 Evite secar roupa dentro de casa. Se tiver GHID]rORYHQWLOHEHPDGLYLVmRRXXVHXP desumidificador. Coloque absorventes de humidade (pequenas caixas com cristais de cloreto de cálcio) em zonas de maior condensação como armários da casa de banho e do lava-­loiça ou roupeiros. Recorra a um desumidificador em zonas de grande condensação. Se a casa de banho não tiver janela, use o desumidificador durante o banho e deixe-­o ligado mais 10 minutos. O ar fresco é um dos maiores inimigos do bolor. Areje a casa todos os dias, abrindo as janelas para deixar entrar ar mais seco. livre-se da humidade SIGA AS PISTAS! Manchas de humidade e de bolor no tecto e SDUHGHVVmRDVHYLGrQFLDVPDLVyEYLDV(VWH bolor pode assumir várias cores, dependendo do tipo de fungo: preto, verde e azulado são as mais comuns. O característico cheiro a mofo e bafio é outro indicador. Convém descobrir a origem rapidamente pois alastra depressa e causa estragos materiais e problemas de saúde. Superfícies de madeira também podem criar fios esbranquiçados e ficar amolecidas. Mas mesmo sem provas tão aparentes é possível detectar a presença de condensação: observe se os vidros ficam regularmente embaciados por muito tempo. Cole um pouco de papel de alumínio na parede. Se passado algum tempo ficar húmido, ela está no ar! Veja o nível O ambiente deve rondar os 40% a 60% de humidade. Se estiver menos húmido o ar fica demasiado seco, mais do que isso fica húmido de mais. Se tiver dúvidas pode comprar um higrómetro para medir o nível em casa OUTONO / INVERNO 2011 27 BOAS IDEIAS IB SA A AM IS OPERAÇÃO LIMPEZA Use luvas, óculos protectores e uma garrafa pulverizadora. A capacidade absorvente dos panos de microfibra impede que os esporos se espalhem no ar quando está a limpar. DIGA-LHE ADEUS, PELA SUA SAÚDE Os esporos do bolor libertam-­se no ar e podem provocar e agravar asmas e alergias, irritações cutâneas, e, nos casos mais graves, até provocar infecções. Grávidas, bebés e idosos estão entre os mais susceptíveis de sofrer com este problema devido ao seu sistema imunitário mais sensível. Um estudo publicado no Journal Pediatrics revelou uma associação clara entre os problemas de humidade na cozinha e os ácaros nas salas e quartos das crianças. Alguns bolores podem ser especialmente tóxicos, pelo que a sua presença em casa nunca deve ser negligenciada. Areje-se Os espaços fechados têm 20 vezes mais acumulação de partículas no ar do que os espaços abertos, sendo que passamos a maioria do nosso tempo em edifícios. Procure o ar livre para os momentos de lazer, seja uma caminhada num jardim ao fim do dia ou um passeio à beira mar no fim-de-semana. Os seus pulmões vão agradecer 28 OUTONO / INVERNO 2011 NUTRIÇÃO MARMITAS COMIDA CASEIRA NO LOCAL DE TRABALHO O ALMOÇO É UMA REFEIÇÃO INDISPENSÁVEL QUE MERECE TODA A NOSSA ATENÇÃO. DE SEGUNDA A SEXTA RARAMENTE CONSEGUIMOS ALMOÇAR EM CASA. NOS RESTAURANTES, GASTAMOS DINHEIRO E DIFICILMENTE PODEMOS CONTROLAR A QUALIDADE DO QUE COMEMOS. A SOLUÇÃO? LEVAR ALMOÇO DE CASA NUTRIÇÃO Com os orçamentos fami-­ liares sujeitos a uma gestão cada vez mais apertada, a melhor forma de eliminar JDVWRVVXSpUÀXRVSDVVDSRU exemplo, pelas refeições caseiras transportadas para o local de trabalho. As vantagens são eviden-­ tes: controla a qualidade e a quantidade do que come e ainda faz uma economia bastante apetitosa. É que, considerando que cada almoço num restaurante dos menos dispendiosos custa FHUFDGHHXURVHPGLDV ~WHLVSRXSDHXURV0DV há mais razões para se habi-­ tuar a levar o almoço todos os dias. Patrícia Almeida Nunes, dietista e coordenadora do Serviço de Dietética e Nutri-­ ção do Hospital Santa Maria, em Lisboa, não hesita em concordar que, em tempo de crise, levar o almoço para o trabalho “é uma opção mais económica e a ter em conta”. Dito isto, qual seria a “mar-­ mita ideal”? “Num almoço ideal não deve faltar sopa ou salada, um prato equilibrado com carne ou peixe (sem fritos), um pouco de arroz, massa ou batata e muitos legumes ou vegetais, com pouca gordura. E, claro, terminar com fruta fresca e sem refrigerantes”, recomen-­ da Patrícia Almeida Nunes. A dietista garante que não se DICAS D Quando levar o almoço de casa inclua sempre sopa, um prato rico e variado além de barato. D Se não tiver acesso a um microondas opte por um termo, que permite levar as refeições à temperatura desejada. D Quando tiver de almoçar à pressa, opte por 30 OUTONO / INVERNO 2011 uma sopa, uma sanduíche e uma peça de fruta. O pão deve ser escuro, com ingredientes variados: queijo fresco, bife de frango ou de peru grelhado, atum, ovo cozido, delícias do mar, milho, alface, pepino, tomate, cenoura, couve-­ -­roxa, repolho e nozes, entre muitos outros. Também pode levar saladas e massas frias. D “Afaste o trabalho do prato” e coma com calma, longe do computador e do telefone. A ideia é não ter distracções, mastigar lentamente e reconhecer os sinais de saciedade enquanto saboreia a sua refeição. marmitas perdem propriedades nutri-­ cionais ao aquecer a comida desde que sejam respeita-­ das as regras de segurança alimentar. E se não houver microondas na empresa? Nesse caso, segundo Patrícia Almeida Nunes, a melhor solução é “uma salada ou uma san-­ duíche com iogurte e fruta”. Na sanduíche, cujo pão deve ser integral, deve colocar-­se pouca manteiga e uma fonte GHSURWHtQDFRPR¿DPEUH ovo mexido, queijo magro e não esquecer os vegetais. Alface e tomate são os mais comuns, mas espinafres crus ou cozidos, cenoura ralada ou rodelas de beterraba cozida são boas opções para Sopa Um elemento essencial numa refeição equilibrada. Pode variar todos os dias Prato carne ou peixe Inclua hidratos de carbono e muitos vegetais Peça de fruta Se preferir pode deixar para comer a meio da tarde variar. Existem garrafas térmicas pequenas onde se pode levar uma dose de sopa, um elemento que enriquece qualquer refeição e a torna mais aconchegante, princi-­ palmente nos dias frios. Se RSWDUSHODVDODGDGrDVDVj imaginação: use todos os vegetais de que gosta e uma fonte de proteína que pode ir NUM ALMOÇO IDEAL NÃO DEVE FALTAR SOPA OU SALADA, UM PRATO EQUILIBRADO COM CARNE OU PEIXE (SEM FRITOS), UM POUCO DE ARROZ, MASSA OU BATATA, MUITOS LEGUMES OU VEGETAIS A ACOMPANHAR, COM POUCA GORDURA. TERMINAR COM FRUTA FRESCA E SEM REFRIGERANTES OUTONO / INVERNO 2011 31 AO COZINHAR EM MAIORES QUANTIDADES, AOS FINS-DE-SEMANA POR EXEMPLO, E CONGELAR EM DOSES INDIVIDUAIS, POUPA NAS FACTURAS DO GÁS, ÁGUA E ELECTRICIDADE GRTXHLMRPDJURDR¿DPEUH ovo cozido, atum em lata ou peixe cozido. Inclua sempre uma fonte de hidratos de carbono como massa, arroz, batatas ou tostas. Evite os tão difundidos croutons, que normalmente são IULWRVHSRULVVRWrPPXLWDV calorias. Para terminar, deixamos um lembrete muito importante: Maçã Contém vitaminas B1, B2, Niacina e sais minerais para se criar um hábito, por mais saudável e vantajoso que seja, é preciso um pouco de esforço e disciplina nos primeiros dias. Mas depois, quando sentir que além de comer bem até pode ema-­ grecer e ainda ganha tempo para passear e uma boa soma em dinheiro... apos-­ tamos que não vai querer outra coisa! Pêra Muito rica em minerais e com efeito diurético Laranja O betacaroteno dá-lhe protecção antioxidante 32 OUTONO / INVERNO 2011 ALGUMAS VANTAGENS DE LEVAR O ALMOÇO PARA O EMPREGO 5 Tem total controlo em relação à quantidade e à qualidade dos ingredientes. 5 Pode seguir o regime alimentar que mais gosta. 5 Pode incluir sopa, uma opção muito saudável e barata. 5 Facilmente troca o (calórico) doce da sobremesa pela (saudável) peça de fruta. 5 Ganha tempo para fazer uma caminhada ou pôr os e-mails pessoais em dia. 5 Ao cozinhar em maiores quantidades, aos fins-de-semana por exemplo, e congelar em doses individuais, poupa também nas facturas do gás, água e electricidade. RECEITA Sopa de legumes e massa Esta sopa, por ser à base de um caldo leve, é óptima quando tem pouco tempo pois, juntamente com uma sanduíche e uma peça de fruta, constitui um almoço bastante nutritivo 1 Corte as cenouras longitudinalmente, em quartos, e depois em pedaços com cerca de 2 cm de comprimento e pique as cebolas. 2 Refogue as cebolas na manteiga, junte as ervilhas e deixe cozinhar cinco minutos mexendo para não pegar. Junte o caldo e deixe ferver. 3 30’ 1 LITRO DE CALDO DE LEGUMES 500 G DE ERVILHAS COZIDAS 2 CEBOLAS 3 CENOURAS GRANDES DUAS CHÁVENAS DE MASSA DE LACINHOS COZIDA 1 COLHER DE MANTEIGA SAL E PIMENTA Deite as cenouras e deixe cozer. Tempere e junte a massa. 4 Apure durante dois ou três minutos, apague o lume e deite um copo de água fria para impedir que a massa coza demasiado. Tempere com sal e pimenta. RECEITA Salada de atum especial O sabor intenso do atum de conserva e a suavidade da batata cozida despertam o paladar para a frescura da alface e do feijão-verde 1 2 Escorra o atum. Corte a alface, depois de lavada, em juliana e o tomate às rodelas (ao meio se preferir da qualidade “cereja”). 3 30’ 1 lata de atum em posta 4 batatas cozidas e cortadas às rodelas Alface a gosto 1 tomate (da sua qualidade preferida) 200 g de feijão-verde cozido 1 colher de chá de estragão seco Azeite para temperar sal e pimenta Coloque a alface e os legumes numa tigela e junte as batatas. Tempere com azeite, sal, pimenta e o estragão. Misture cuidadosamente. 4 Por fim, junte o atum e mexa o menos possível para não se desmanchar. Rectifique os temperos e guarde no frigorífico. RECEITA Sanduíche rica de carnes frias Rica em proteína magra e em hidratos de carbono, esta sanduíche faz as vezes de um prato completo. 1 2 Abra e barre o pão com mostarda. Coloque os ingredientes por camadas, começando e acabando com alface. 3 Acompanhe com sopa e uma peça de fruta. 30’ 1 PÃO INTEGRAL À ESCOLHA 3 FOLHAS DE ALFACE 4 RODELAS DE TOMATE 4 RODELAS DE PEPINO FATIAS DE PEITO DE FRANGO DEFUMADO OU OUTRA CARNE FRIA À ESCOLHA MOSTARDA