o seu olhar - Tranquilidade

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Outono / Inverno 2011 | N.º 25
o seu
olhar
+ soluções
para a miopia
Bronquiolites
Como prevenir,
tratar
e recuperar
Nutrição
coma melhor
e poupe mais de
100 € por mês
Boas Ideias
aprenda a
Combater
a humidade
editorial
VIVER MELHOR A
CADA ESTAÇÃO...
Passa o Verão, chegam as estações frias e o nosso organismo
reage às alterações do clima. Por isso devemos tomar certos
cuidados com o nosso corpo e com a nossa casa.
Começamos esta edição com um artigo sobre a miopia,
uma doença oftalmológica, que não constitui um problema
se detectada logo no início. Nos nossos dias, as soluções
vão desde o uso de óculos à cirurgia e dependem de alguns
factores, como a idade e o grau da doença da pessoa. Passamos
para outro tema, a bronquiolite, que preocupa quase todos os
pais de crianças pequenas. Este artigo vai ajudá-lo a agir logo
que a patologia se manifeste, porque algum conhecimento
sobre a mesma pode evitar não só a evolução da doença, como
muitas horas de desconforto. As Fichas Médicas abordam
estes dois temas. Guarde-as sempre à mão e faça o nosso Quizz
sobre a Miopia e teste os seus conhecimentos oftalmológicos.
Na secção Boas Ideias damos-lhe muitas dicas sobre a
humidade, este inimigo da saúde que encontramos em quase
todas as casas. Às vezes vale a pena chamar um profissional,
pois nem uma boa limpeza é capaz de a eliminar. No entanto,
as receitas caseiras também podem resolver o problema.
Por fim, trazemos-lhe um desafio: levar almoço de casa para
o trabalho. Além de poupar, vai passar a comer muito melhor.
O artigo Nutrição diz-lhe como é a ‘marmita ideal’ e as nossas
receitas são ideias para começar.
As nossas dicas e informação, validadas por especialistas,
foram produzidas a pensar no seu bem-estar e na sua
tranquilidade. Esperamos que esta revista ajude a viver melhor
todos os dias das próximas estações.
O frio está
de volta
prepare-se para
o inverno
Ficha Técnica
SANOS
Outono/invernO 2011
Periodicidade
Semestral
Propriedade
Tranquilidade Seguros
PRODUÇÃO
Direcção de Qualidade
e Organização (AdvanceCare)
Concepção, DESIGN,
PAGINAÇÃO e Produção
Plot - Content Agency
Fotografias
Thinkstock
SUMÁRIO
Nesta edição...
06 Saúde
MIOPIA
Uma doença com várias causas e soluções
para cada caso e idade.
12 Em foco
BRONQUIOLITES
Identifique os primeiros sinais e dê mais
alívio a quem sofre desta doença.
22 Boas ideias
HUMIDADE
Identifique, elimine e passe a viver
sem este inimigo da saúde
de toda a família.
29 Nutrição
ALMOÇO NO TRABALHO
Ao levar almoço de casa poupa dinheiro
e ganha na qualidade da sua alimentação.
Como sempre...
04
BREVES
As novidades mais recentes em saúde.
17
FICHAS DE SAÚDE
Miopia e bronqueolites são as patologias
desta edição.
19
QUIZZ
Sabe tudo sobre miopia? Faça o nosso
quizz e veja melhor esta questão.
33
RECEITAS
Almoços com muito sabor para levar
para o trabalho.
Caminhe e viva melhor Em todas as idades e com qualquer tempo, caminhar é um exercício que faz bem ao organismo. Meia hora por dia deve ser o objectivo de quem quer viver melhor todos os dias do ano. Conquiste este hábito. Comece e persista. $R¿PGHGXDVDWUrVVHPDQDV
já lhe terá tomado o gosto! Caminhar ao ar livre, mesmo com o tempo frio, tem inúmeros benefícios para o organismo. Fortalece os ossos, os músculos, o sistema imunitário e ainda descontrai a mente, o que evita estados depressivos. Não deixe que RIULRVHMDGHVFXOSDHGrMi
hoje, o primeiro passo pela sua saúde. INFO
Sempre que quiser saber
mais sobre os temas que
abordamos, consulte os
sites e blogues que indicamos ao longo da revista
OUTONO / INVERNO 2011 3
BREVES
NOVO SITE
DE DOENÇAS
RESPIRATÓRIAS
APDP LANÇA
A DIABETES
NA SUA MÃO
A Diabetes na Sua Mão – agora que descobriu que tem diabetes
tipo 2, é um livro que a Associação Protectora dos Diabéticos de
Portugal lançou e que pretende ajudar as pessoas que acabam
de saber que têm diabetes a tomarem a seu cargo o seu próprio
tratamento, ou seja, ajudar as pessoas a tornarem a diabetes
uma situação que não as impeça de viver.
DOS PORTUGUESES SÓ CONSULTAM
UM PROFISSIONAL DE SAÚDE ORAL
QUANDO TÊM DORES
DE DENTES
A escovagem dos dentes é um hábito que faz parte da rotina diária de mais de 90% da população portuguesa abrangida; 51% dos inquiridos escovam os dentes duas vezes ao dia. &RQWUDULDPHQWHjUHFRPHQGDomRGRVSUR¿VVLRQDLVGH
saúde oral, que aconselham a trocar de escova (ou a cabeça GHHVFRYDGHWUrVHPWUrVPHVHVGRVHQWUHYLVWDGRV
apenas fazem a substituição quando consideram que a escova já não limpa de forma adequada. Além disso, mais de um terço da população apenas faz YLVLWDVDRGHQWLVWDKLJLHQLVWDRUDOHPVLWXDomRGHXUJrQFLD
Estas são algumas conclusões de um estudo promovido em parceria com a Associação Portuguesa de Higienistas Orais. 4 OUTONO / INVERNO 2011
Foi lançado em Setembro o site www.respirasaude.com, um veículo de informação e consulta para todos os que querem saber mais sobre patologias respiratórias, na população em geral e nos grupos de risco, e seguir alguns conselhos das entidades que, desde logo, se associaram a esta iniciativa: Sociedade Portuguesa de Imunologia e Alergologia Clínica, Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-­Facial, Associação Portuguesa de Asmáticos, Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar e Respira – Associação de Doentes com DPOC e outras patologias crónicas, com o apoio OM Pharma. Informar a população sobre as doenças respiratórias mais prevalentes, meios de prevenção, formas de contágio, comportamentos a ter, etc… o www.respirasaude.com também terá disponíveis os principais dados do estudo que traça o retrato do conhecimento dos portugueses acerca das doenças do Inverno.
BREVES
CANDIDATURA DA DIETA
MEDITERRÂNICA ALERTA
PARA UMA
ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL
CERCA DE UM MILHÃO
DE PORTUGUESES
SOFRE DE
ENXAQUECA
Os especialistas referem que cerca de um milhão de portugueses sofre de enxaqueca. Cada pessoa diagnosticada com enxaqueca falta, em média, cinco dias por ano ao trabalho ou à escola devido aos sintomas desta condição clínica. “Mesmo os que optam por desempenhar as suas funções com uma FULVHDSUHVHQWDPGL¿FXOGDGHVFRJQL-­
tivas, além da dor, que os impedem de realizar as tarefas a 100%”, enfatiza a Dr.ª Raquel Gil-­Gouveia, neurologista no Hospital da Luz, em Lisboa. Apesar GHVWDUHDOLGDGHDSHQDVGDVSHV
soas que sofrem de enxaqueca recorrem aos cuidados médicos com vista ao tratamento, segundo dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Uma das explicações é que a maioria das pessoas recorre à automedicação que, além de nem sempre resolver o problema, pode acarretar riscos para a saúde, sobretudo se tomada em excesso. Um ano depois do Movimento
Mulheres de Vermelho ter lançado a
petição de apoio a uma candidatura
portuguesa da Dieta Mediterrânica
a Património Imaterial da UNESCO,
volta a chamar atenção para a
importância da adopção de estilos
de vida saudáveis. O objectivo é
sensibilizar a população para a
alimentação mediterrânica, que é
considerada uma das mais saudáveis
do Mundo, sendo testemunhado pelo
facto dos habitantes da Europa do
Sul, entre os quais Portugal, terem a
mais baixa taxa de mortalidade por
doenças cardíacas da Europa.
O último relatório da Organização
Mundial de Saúde revela que a
principal causa de morte no nosso
país continuam a ser as doenças
cardiovasculares. Segundo os dados
da OMS de 2008, as doenças
cardiovasculares foram responsáveis
por 37% das mortes em Portugal.
SAÚDE
OLHE
PELA SUA
MIOPIA
É UM PROBLEMA FREQUENTE
QUE COMEÇA MUITAS VEZES
EM IDADE ESCOLAR. TANTO
NAS CRIANÇAS COMO NOS
ADULTOS, A MIOPIA NÃO
DEIXA VER BEM AO LONGE
APESAR DE NÃO AFECTAR A
VISÃO AO PERTO
Escrito por CL ÁUDIA PINTO
Ent revista e revisão cient íf ica DR . FLORINDO ESPER ANCINHA ,
MÉDICO OF TALMOLOGISTA
E PRESIDENTE DO COLÉGIO
DE OF TALMOLOGIA
SAÚDE
A miopia é um vício de refracção em que o doente YrPDODRORQJHHKDELWXDO-­
PHQWHYrEHPDRSHUWR “A imagem que se forma no sistema óptico do olho vai fazer com que a imagem se foque à frente da retina e os médicos oftalmologis-­
WDVWrPGHFRORFDUOHQWHV
negativas para levar a ima-­
gem para a retina”, explica o Dr. Florindo Esperanci-­
nha, médico oftalmologista e Presidente do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos.
A miopia aparece mais frequentemente na idade escolar e “relaciona-­se com o desenvolvimento do com-­
primento do olho. Os olhos míopes são normalmente maiores do que deveriam ser. Um milímetro a mais do aquilo que o olho deveria ter corresponde a 3 diop-­
trias”, explica o oftalmolo-­
gista. A miopia pode dever-­
-­se a factores genéticos mas existem outros motivos que levam ao aparecimento de uma percentagem maior da doença. SINAIS DE ALARME
Nas crianças, o principal sinal é o facto de se aproxi-­
marem da televisão porque YrHPPDO(VHDLQGDDVVLP
não conseguem ver a ima-­
gem, aproximam-­se mais ¿FDQGRSUDWLFDPHQWHFROD-­
das ao ecrã. Este é o princi-­
SDOVLQDOTXHMXVWL¿FDXPD
consulta no oftalmologista. Se a criança começar a sen-­
WLUGL¿FXOGDGHHPYHURTXH
está escrito no quadro da escola ou os sinais informa-­
tivos na estrada enquanto os pais conduzem, não se deve NAS CRIANÇAS, O PRINCIPAL SINAL
É O FACTO DE SE APROXIMAREM
DA TELEVISÃO PORQUE VÊEM MAL
Distância
aconselhada...
quanto maior for o
monitor maior deverá ser
a distância, sendo que por
exemplo com um monitor
de 40 polegadas deve-se
guardar a distância mínima
de cerca de 2,5 m, enquanto
com um de 42 esta deve ser
de cerca de 2,7 m
8 OUTONO / INVERNO 2011
olhe pela sua miopia
descurar a procura de ajuda médica. “As crianças devem ir a uma primeira consulta de oftal-­
PRORJLDSRUYROWDGRVWUrV
anos, embora possamos se-­
guir crianças mais novas se tiverem alguma patologia. É frequente avaliarmos tam-­
bém as crianças prematu-­
ras”, avança Florindo Espe-­
rancinha. Na idade da escolar, a evolu-­
ção tende a ser progressiva. Há crianças que estabilizam mais cedo e outras mais tar-­
de. Após a ida ao oftalmolo-­
gista e o início do tratamento adequado a cada caso, “se os SDLVYHUL¿FDUHPTXHPHVPR
com óculos, passado um ano a criança está a ver mal ao longe, é necessário fazer uma UHFWL¿FDomRGDVOHQWHV´
SOLUÇÕES PARA A MIOPIA
Existem várias alternativas para corrigir uma mio-­
pia. “Em primeiro lugar os óculos habituais e, pos-­
teriormente, as lentes de contacto”, salienta Florindo Esperancinha. Mais recen-­
WHPHQWHWrPVXUJLGRQRYDV
formas de correcção de mio-­
pia. “O LASIK (cirurgia a la-­
ser) pode ser utilizado até às seis dioptrias mas é preciso que o doente tenha uma es-­
SÓ SE DEVE OPERAR UMA MIOPIA
COM LASER QUANDO A MESMA ESTÁ
ESTABILIZADA, OU SEJA, DEPOIS DE
DOIS A TRÊS ANOS SEM QUALQUER
EVOLUÇÃO
pessura de córnea adequada. Vamos fazer uma ablação da córnea com o laser conso-­
ante a miopia que queremos corrigir. Mas há um valor abaixo do qual não podemos deixar a espessura da córnea para não termos problemas complicados, porque se uma FyUQHD¿FDUPXLWR¿QDQR
¿QDOGDFLUXUJLDSRGHID]HU
como que um pequeno balão e desfocar completamente a imagem”, explica o médico oftalmologista. Há que ter sempre em atenção que se pode corrigir até determina-­
do número de dioptrias em função da espessura da cór-­
nea que a pessoa tiver. “Se a miopia não puder ser cor-­
rigida com laser (através do LASIK), temos a colocação de lentes intra-­oculares para as miopias mais altas. Essas lentes poderão ser colocadas em frente à íris (lentes de câmara anterior), em cima do cristalino (lentes de câ-­
mara posterior) ou mesmo fazendo uma extracção do cristalino (tirar o cristalino e substitui-­lo por uma lente que é o que fazemos nor-­
malmente nas cataratas)”, acrescenta Florindo Espe-­
rancinha. Em termos de acompanha-­
mento da miopia, as com-­
plicações podem sempre surgir, quer seja corrigida cirurgicamente ou não. “Vemos descolamentos da retina todos os dias em doentes míopes devido ao facto de a sua ser retina habitualmente mais frágil”, conclui o presidente do Co-­
légio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos.
OUTONO / INVERNO 2011 9
SAÚDE
AS CRIANÇAS DEVEM
IR A UMA PRIMEIRA
CONSULTA DE OFTALMOLOGIA
POR VOLTA DOS TRÊS ANOS
olhe pela sua miopia
CONSELHOS ÚTEIS
SOBRE A MIOPIA
1
Se os pais ou os professores
se aperceberem que a
criança está a ver mal, esta
deve consultar um médico.
Há sinais básicos: a criança
esfrega os olhos; pede para
se sentar nas primeiras
carteiras da sala de aula;
senta-se frente à televisão…
Atenção que pode estar a
aparecer uma miopia.
Só se deve operar uma miopia
com laser quando a mesma
está estabilizada, ou seja,
depois de dois a três anos
sem qualquer evolução,
porque se for operada antes
desse tempo poderá voltar
a ter miopia. Nas cirurgias
dos adultos há que ter a
noção de que podem surgir
complicações, ainda que
sejam muito raras.
3
Se não gosta de usar óculos
tem outras alternativas à
disposição, dependendo do
seu grau de miopia, mas deve
ser sempre avaliado pelo seu
médico oftalmologista.
Se a miopia já estiver
estabilizada nos adultos,
um a dois anos é o tempo
aceitável para uma
consulta no oftalmologista.
Se houver alguma queixa
ou a evolução da doença
for mais rápida do que o
suposto, pode marcar uma
consulta antes do previsto
para ajustamento médico.
5
Caso tenha miopia,
lembre-se que deve
consultar o médico
periodicamente mesmo
que não sinta alterações.
Há patologias que
se desenvolvem sem
apresentarem sintomas.
OUTONO / INVERNO 2011 11
EM FOCO
A BRONQUIOLITE
É UMA INFECÇÃO
DAS VIAS RESPIRATÓRIAS
BAIXAS QUE ATINGE
SOBRETUDO CRIANÇAS
ATÉ AOS DOIS ANOS.
É CAUSADA PELO VÍRUS
SINCICIAL RESPIRATÓRIO
(VSR) QUE CIRCULA
DURANTE TODO
O ANO MAS É MAIS
FREQUENTE NO INVERNO.
FOMOS SABER MAIS
ACERCA DESTA DOENÇA
E CONHECER OS MELHORES
CONSELHOS PARA OS PAIS
CONHECER,
PREVENIR E TRATAR A
BRONQUIOLITE
Escrito por CL ÁUDIA PINTO
Ent revista e revisão cient íf ica DR.ª MARIA JOÃO BRITO,
INFECCIOLOGISTA PEDIÁTRICA,
MEMBRO DA DIRECÇÃO DA SOCIEDADE
PORTUGUESA DE PEDIATRIA
EM FOCO
Digamos que é um vírus que gosta do tempo frio e húmido. Pode surgir no Outono mas é mais pre-­
valente no Inverno. “Even-­
tualmente, pode circular juntamente com o vírus da gripe, que atinge mais as crianças em idade escolar, enquanto que o o VSR, que causa a bronquite, atinge os mais pequenos”, esclarece a Dr.ª Maria João Brito, in-­
fecciologista pediátrica. A doença manifesta-­se ha-­
bitualmente no domicílio, no infantário ou na ama, podendo a criança pequena ser contagiada pelos adul-­
tos, pelos amiguinhos da escola ou pelos irmãos mais velhos. “O quadro clínico começa com uma obstrução nasal. O bebé começa depois a tos-­
sir e posteriormente pode WHUGL¿FXOGDGHHPUHVSLUDU
e, consequentemente, em se alimentar convenientemen-­
te, em dormir bem”, explica Maria João Brito. Por vezes a criança tem 38o C, 38, 5o C de febre. Com a febre e o nariz obstruído, é importante que os pais façam uma boa higiene na-­
VDOEDL[HPDIHEUHHGrHP
líquidos ao bébé. “Podem também utilizar o aerossol 14 OUTONO / INVERNO 2011
ENQUANTO O BEBÉ TEM FEBRE E O
NARIZ OBSTRUÍDO, É IMPORTANTE
QUE OS PAIS FAÇAM UMA BOA
HIGIENE NASAL, TENTEM BAIXAR
A FEBRE E LHE DÊEM LÍQUIDOS
FRPVRUR¿VLROyJLFRH atmosfera húmida para ajudar a criança a desem-­
baraçar-­se melhor das secreções. São sinais de GL¿FXOGDGHHPUHVSLUDUD
criança começar a respi-­
rar muito rapidamente ou cansar-­se enquanto come”, acrescenta a infecciologista pediátrica. Nesse caso, deve ser sempre avaliada pelo médico porque pode ter os níveis de oxigénio baixos e necessitar de um tratamen-­
to especial. “Os pediatras estão muito habituados a li-­
dar e tratar a bronquiolite”, explica Maria João Brito. A QUE MÉDICO RECORRER?
Ao primeiro sinal de falta de DURXGL¿FXOGDGHVHPUHVSL-­
rar, os pais devem recorrer ao seu médico assistente RXDRSHGLDWUDGRVHX¿OKR
Se não for possível, podem dirigir-­se ao serviço de aten-­
dimento permanente no cen-­
tro de saúde ou no hospital. Existe ainda a linha de Saúde TXHSRGH
orientar os pais numa pri-­
meira instância. O tratamento depende muito GRJUDXGHGL¿FXOGDGHUHV-­
piratória da criança. Maria João Brito diz-­nos que “por vezes pode ter de se recor-­
rer a medicações inaladas para libertar os brônquios ou ser necessário realizar uma drenagem postural em que se liberta a criança das se-­
creções”. Em situações muito graves mas não muito co-­
muns, “quando há um gran-­
de nível de hipoxemia (níveis de oxigénio muito baixos), as crianças podem neces-­
sitar de ser ligadas a um ventilador. Mas felizmente a maioria de crianças é trata-­
da no domicílio, ainda que possam surgir casos em que o internamento é imperati-­
vo”, acrescenta a pediatra da Sociedade Portuguesa de Pe-­
diatria. O tempo de duração da doença depende da idade bronquiolite
Lavar as mãos
é uma das medidas mais
eficazes para prevenir a
doença. Quem o diz é a
médica Maria João Brito
QUANDO A CRIANÇA SENTE
DIFICULDADES EM RESPIRAR,
A SITUAÇÃO É URGENTE
E REQUER AVALIAÇÃO MÉDICA
da criança e da carga viral com que foi infectada. Pode LUGHGLDVDVHPDQDVRX
prolongar-­se em casos mais graves.
MEDIDAS EFICAZES
Este vírus transmite-­se pelas PmRV³$PHGLGDPDLVH¿FD]
para prevenir a doença é a lavagem das mãos por parte dos adultos para não trans-­
mitir o vírus às crianças. Quando tivemos a pande-­
mia da gripe A, os casos de bronquiolite por VSR qua-­
se não existiram pois as pessoas estavam comple-­
tamente consciencializa-­
das de que tinham de lavar as mãos regularmente e usar os anti-­sépticos, o que acabou por ser positivo também para a prevenção desta infecção”, salienta Maria João Brito.
TESTEMUNHO
de Sandra Leal, mãe de Vasco
“... COMEÇOU COM 'FARFALHEIRA'...”
O Vasco começou com uma
respiração mais rápida,
"farfalheira" e engasgava-se
muito. Ao fim de dois dias
decidi ir às urgências pois a
pediatra estava fora do país.
Fizeram-lhe um aerossol, aspiraram as secreções e disseram para voltar ao fim de três
dias. Voltei e ele estava pior.
Ficou internado de imediato.
Permaneceu no hospital
durante cinco dias. Foi assustador. Só pensava o que tinha
feito de mal para ele estar
naquela situação. A equipa
que acompanhou o Vasco foi
impecável. Aprendi algumas
estratégias e, nas infecções
seguintes, ao primeiro sinal,
já sabia como reagir e o que
fazer. O Vasco teve mais
quatro bronquiolites, menos
graves, talvez porque aprendi
a atenuar rapidamente os
primeiros sintomas.
Como conselhos a outros
pais, considero que, por mais
amigos que tenham, evitem
estar com eles se estiverem
constipados. Se consideram
que alguma coisa não está
bem, se há alguma dúvida
com a saúde do vosso filho,
contactem o pediatra, a linha
de Saúde 24 e só então as
urgências.
OUTONO / INVERNO 2011 15
EM FOCO
Ainda não há uma va-­
cina disponível mas existe uma forma de prevenção apenas indicada para as chamadas crianças de risco, nas quais se incluem gran-­
des prematuros e crianças com doenças crónicas (car-­
diopatias congénitas ou do-­
enças pulmonares crónicas graves). Nestes casos, “é administrada a Imunoglo-­
bulina, no início do Outo-­
no, antes do aparecimento do vírus. Esta prevenção é extremamente dispendiosa HVyVHMXVWL¿FDSDUDRVJUX-­
pos de risco. Habitualmente, é efectuada nos hospitais”, salienta a infecciologista pe-­
diátrica.
3
GRANDES
CONSELHOS
1
As pessoas constipadas
devem lavar bem as mãos
antes de pegarem nas crianças para evitar contagiá-las.
16 OUTONO / INVERNO 2011
A bronquiolite é das infec-­
TESTEMUNHO
ções respiratórias que mais de Mónica Nunes, mãe de
frequentemente causam in-­
Afonso
ternamentos em pediatria. “... TOSSE E MUITA Há que ter em atenção que EXPECTORAÇÃO...”
as constipações nos adultos são muitas vezes graves para O Afonso teve a primeira
as crianças pequeninas. “Daí bronquiolite com cerca de
que se peça frequentemente quatro meses. Começou com
aos adultos para não anda-­
“farfalheira” e muita expectoração. Tinha uma pontinha de
rem com as crianças ao colo febre e começou a ter tosse.
nem darem beijinhos aos Depois de fazermos vapores
bebés quando estão consti-­
e aerossol, frequentámos
pados. No fundo, o vírus que sessões de ginástica respiraé inofensivo para os adultos tória que não foram suficienTXHWrPXPVLVWHPDLPXQR-­
tes para a sua recuperação.
lógico preparado, pode ter Aconselhámo-nos com a
FRQVHTXrQFLDVJUDYHVQRV
pediatra, fomos ao hospital
e foi diagnosticada a bronbebés e nas crianças peque-­
quiolite. Num mês o Afonso
nas com menores defesas”, acrescenta Maria João Brito. voltou duas vezes ao hospital
mas nunca ficou internado.
Senti-me muito acompanhada, mesmo quando achava
que estava a fazer perguntas
pouco inteligentes. Hoje
penso que as crianças com
bronquiolite ou com susA higiene como a lavagem
ceptibilidade de virem a ter
das mãos ou a utilização
alergias ou doenças respirade anti-sépticos é a melhor
tórias não devem frequentar
forma de prevenção.
centros comerciais; devem
estar afastadas do tabaco e
não é aconselhável ter tapetes e bonecos com muitos
pêlos em casa. São também
crianças que não podem
estar em contacto com ar
Uma criança que esteja
condicionado ou frequentar
em dificuldade respiratória
locais fechados com grande
deve ser avaliada por um
médico com urgência.
concentração de pessoas.
3
FICHA
Miopia
09
O QUE É
A miopia é um vício de refracção
que causa perda de visão ao longe
mas não afecta a visão ao perto.
SINTOMAS
Dificuldade em ver ao longe.
Nota-se, por exemplo, ao tentar
ler letreiros na rua ou no caso dos
estudantes, ao tentarem ler o que
o professor escreve no quadro.
Não conseguir ler as legendas da
televisão ou do cinema também são
sinais frequentes de miopia.
TRATAMENTO
Para tratar a miopia a única solução
é a cirurgia LASIK, que pode ser
realizada até às seis dioptrias desde
que o doente tenha uma espessura
de córnea adequada.
recorte e coleccione
OUTRAS SOLUÇÕES
A utilização de óculos ou lentes
de contacto corrige a refracção da
luz, fazendo com que a imagem
se forme na retina e a pessoa veja
nitidamente.
FACTORES DE RISCO
A causa principal da miopia é a
hereditariedade. No entanto, acre-
dita-se que ler em condições que
forcem a vista de forma sistemática
pode desencadear a doença.
CUIDADOS A ADOPTAR
É conveniente procurar as melhores condições de iluminação para
estudar, ler e escrever. Assim que
notar dificuldades em ver ao longe,
procure o médico oftalmologista.
Se os seus filhos se queixarem,
leve-os também a fazer um exame.
Quando uma criança se aproxima
muito do televisor, isso pode ser sinal
de que está a ver mal.
PARA SABER MAIS
Sociedade Portuguesa
de Oftalmologia
Telefone: 21 782 04 43
www.spoftalmologia.pt
FICHA
Bronquiolite
10
O QUE É?
A bronquiolite é uma infecção
das vias respiratórias baixas causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR).
SINTOMAS
Nariz entupido
Tosse
Dificuldade em respirar
Febre (38º C – 38,5º C)
Com a evolução da doença, a
criança pode não conseguir
alimentar-se ou dormir convenientemente.
TRATAMENTO
O tratamento depende muito do
estado da criança e pode incluir:
> medicação inalada para libertar
os brônquios;
> drenagem postural para libertar
a criança das secreções;
> em casos extremos as crianças
podem necessitar de ser ligadas
a um ventilador.
QUANTO TEMPO
DURA A DOENÇA
O tempo de duração da doença
depende da idade da criança e da
carga viral com que foi infectada.
Pode ir de 10 dias a 2 semanas
ou prolongar-se em casos mais
graves.
18 OUTONO / INVERNO 2011
FACTORES DE RISCO
A maior causa de contaminação com
o vírus que causa a bronquiolite são
os adultos constipados, que têm um
sistema imunológico preparado mas
pode ter consequências graves para os
bebés e as crianças pequenas.
EM CASO DE URGÊNCIA
A primeira medida é falar com o pediatra dos seus filhos. Se agir logo aos
primeiros sintomas, medidas simples
como manter uma boa higiene nasal,
baixar a febre e dar líquidos ao bebé
podem travar a evolução da doença.
Se a criança respirar muito rapidamente ou ficar cansada quando come,
é um sinal de dificuldade respiratória
e, nesse caso, tem de ser vista pelo
médico.
PARA SABER MAIS
Sociedade Portuguesa
de Pneumologia
Telefone: 21 796 20 74
http://www.sppneumologia.pt/
Portal “Médicos de Portugal”
medicosdeportugal.saude.sapo.pt
recorte e coleccione
GRUPOS DE RISCO
Crianças até os dois anos.
TESTE OS SEUS CONHECIMENTOS
VEJA BEM...
NEM SEMPRE AS DOENÇAS DOS OLHOS SÃO
FÁCEIS DE IDENTIFICAR E AS SOLUÇÕES PODEM
SER DIFERENTES DO QUE SE PENSA. FAÇA O NOSSO
QUIZZ E VEJA SE ESTÁ BEM INFORMADO
OUTONO / INVERNO 2011 19
quizz
1
Na miopia o doente vê bem ao longe
e mal ao perto.
Verdadeiro Falso Quais os sinais básicos numa criança
que está a ver mal?
a) A criança esfrega os olhos
b) A criança pede para se sentar nas
primeiras carteiras da sala de aula
c) A criança senta-se frente à televisão
d) Todos os mencionados
Esta patologia surge habitualmente
em pessoas de meia idade.
Verdadeiro Falso 3
Após a cirurgia não é necessário
consultar o médico regularmente.
Verdadeiro Falso 20 OUTONO / INVERNO 2011
5
O LASIK (cirurgia a laser) pode ser
utilizado até às :
a) 5 dioptrias
b) 6 dioptrias
c) 9 dioptrias
d) 11 dioptrias
6
Em dioptrias mais altas a miopia não
pode ser corrigida pois não se pode
usar o laser.
Verdadeiro Falso Soluções
1
Falso. A miopia é um vício de refracção
em que o doente vê mal ao longe e
habitualmente vê bem ao perto.
2
Falso. A miopia aparece mais
frequentemente na idade escolar e
relaciona-se com o desenvolvimento do
comprimento do olho. Os olhos míopes
são normalmente maiores do que
deveriam ser.
3
Falso. É necessário realizar exames
oftalmológicos de rotina após um LASIK.
Mesmo que a visão não apresente
alterações, torna-se necessário um
seguimento médico para despiste
de problemas a nível da visão.
4
Todos os mencionados. Se a criança
começar a sentir dificuldade em ver o
que está escrito no quadro da escola, os
sinais informativos na estrada enquanto
os pais conduzem ou se senta colada ao
ecrã da televisão, são sinais que os pais
não devem descurar mas sim procurar a
ajuda médica.
5
(b) O LASIK pode ser utilizado até
às seis dioptrias mas é preciso que o
doente tenha uma espessura de córnea
adequada. É feita uma ablação da córnea
com o laser consoante a miopia que se
pretende corrigir. Mas há um limite para
reduzir a espessura da córnea, abaixo do
qual podem surgir problemas.
6
Falso. Se a miopia não puder ser corrigida
com laser (através do LASIK), podem
colocar-se lentes intra-oculares para
as miopias mais altas. Estas lentes são
colocadas em frente à íris (lentes de
câmara anterior), em cima do cristalino
(lentes de câmara posterior) ou mesmo
fazendo uma extracção do cristalino
(tirando o cristalino e substituindo-o por
uma lente).
OUTONO / INVERNO 2011 21
BOAS IDEIAS
22 OUTONO / INVERNO 2010
BO AS ID EI AS
A humidade está muitas
vezes escondida mas
descobrir a sua origem
ajuda a eliminá-la de
uma vez por todas
LIVRE-SE DA
HUMIDADE!
COM A CHEGADA DO FRIO E DA CHUVA A HUMIDADE PODE
TORNAR-SE UM VERDADEIRO PROBLEMA DENTRO DE CASA. FUNGOS
E BOLORES AFECTAM PAREDES, MÓVEIS E SOBRETUDO A SUA SAÚDE.
DIZEMOS-LHE COMO AREJAR A QUESTÃO EM TODAS AS FRENTES
OUTONO / INVERNO 2010 23
BOAS IDEIAS
DE QUE SE TRATA,
AFINAL?
Bolor e mofo são fungos microscópicos que, ao contrário das plantas, não precisam de clorofila para viver. Gostam de ambientes húmidos e alimentam-­se de substâncias orgânicas tão variadas como alimentos, madeira, papel, tecido ou tinta. Quando encontram um lugar propício, os milhões de esporos microscópicos que andam no ar instalam-­ -­se e multiplicam-­se enquanto o diabo (ou o incauto habitante) esfrega um olho.
AREJAR
O MAIS POSSÍVEL
Apesar de haver menos humidade no ar no Outono e no Inverno, a diminuição da temperatura facilita a condensação do vapor de água, o que induz a acumulação de humidade e o aparecimento de bolores e fungos dentro de casa. Isto acontece mesmo em habitações bem isoladas, basta que não exista arejamento suficiente. Os locais mais afectados são as paredes viradas a norte e nordeste, as casas de banho e as cozinhas. Os roupeiros e as costas dos móveis encostados à parede são também fortes candidatos à formação de bolor.
24 OUTONO / INVERNO 2011
livre-se da humidade
OS BOLORES
GOSTAM
DE AMBIENTES
HÚMIDOS,
COMO CASAS DE
BANHO E CAVES,
E REPRODUZEM-SE ATRAVÉS DE
ESPOROS
EM APENAS 24
HORAS!
Uma taça
de sal no interior
do roupeiro ajuda
a absorver
a humidade
e o cheiro
a mofo
10 LITROS
É A QUANTIDADE
APROXIMADA DE VAPOR
DE ÁGUA PRODUZIDO
DIARIAMENTE POR UMA
FAMÍLIA DE QUATRO
PESSOAS
OUTONO / INVERNO 2011 25
BOAS IDEIAS
PREVENIR É O MELHOR REMÉDIO
A melhor forma de evitar a formação de bolores é impedir a acumulação excessiva de humidade no ambiente. Elimine primeiro as possíveis causas estruturais que estejam a provocar a humidade: caleiras estragadas, chaminés sem protecção ou infiltração nos caixilhos de portas e janelas. Descartadas es-­
tas possibilidades, o mais provável é tratar-­se de vapor por condensação. Neste caso há que aumentar a ventilação e controlar as fontes de humidade.
Instale exaustores na cozinha e na casa de banho para controlar a humidade nas divi-­
sões mais húmidas da casa.
26 OUTONO / INVERNO 2011
Evite secar roupa dentro de casa. Se tiver GHID]rORYHQWLOHEHPDGLYLVmRRXXVHXP
desumidificador.
Coloque absorventes de humidade (pequenas caixas com cristais de cloreto de cálcio) em zonas de maior condensação como armários da casa de banho e do lava-­loiça ou roupeiros.
Recorra a um desumidificador em zonas de grande condensação. Se a casa de banho não tiver janela, use o desumidificador durante o banho e deixe-­o ligado mais 10 minutos.
O ar fresco é um dos maiores inimigos do bolor. Areje a casa todos os dias, abrindo as janelas para deixar entrar ar mais seco.
livre-se da humidade
SIGA AS PISTAS!
Manchas de humidade e de bolor no tecto e SDUHGHVVmRDVHYLGrQFLDVPDLVyEYLDV(VWH
bolor pode assumir várias cores, dependendo do tipo de fungo: preto, verde e azulado são as mais comuns. O característico cheiro a mofo e bafio é outro indicador. Convém descobrir a origem rapidamente pois alastra depressa e causa estragos materiais e problemas de saúde. Superfícies de madeira também podem criar fios esbranquiçados e ficar amolecidas. Mas mesmo sem provas tão aparentes é possível detectar a presença de condensação: observe se os vidros ficam regularmente embaciados por muito tempo. Cole um pouco de papel de alumínio na parede. Se passado algum tempo ficar húmido, ela está no ar! Veja o nível
O ambiente deve rondar os 40% a 60%
de humidade. Se estiver menos húmido o
ar fica demasiado seco, mais do que isso
fica húmido de mais. Se tiver dúvidas
pode comprar um higrómetro para medir
o nível em casa
OUTONO / INVERNO 2011 27
BOAS IDEIAS
IB
SA
A
AM
IS
OPERAÇÃO LIMPEZA Use luvas, óculos
protectores e uma garrafa
pulverizadora. A capacidade
absorvente dos panos de
microfibra impede que os
esporos se espalhem no ar
quando está a limpar.
DIGA-LHE ADEUS,
PELA SUA SAÚDE
Os esporos do bolor libertam-­se no ar e podem provocar e agravar asmas e alergias, irritações cutâneas, e, nos casos mais graves, até provocar infecções. Grávidas, bebés e idosos estão entre os mais susceptíveis de sofrer com este problema devido ao seu sistema imunitário mais sensível. Um estudo publicado no Journal Pediatrics revelou uma associação clara entre os problemas de humidade na cozinha e os ácaros nas salas e quartos das crianças. Alguns bolores podem ser especialmente tóxicos, pelo que a sua presença em casa nunca deve ser negligenciada. Areje-se
Os espaços fechados têm 20 vezes mais
acumulação de partículas no ar do que
os espaços abertos, sendo que passamos
a maioria do nosso tempo em edifícios.
Procure o ar livre para os momentos de lazer,
seja uma caminhada num jardim ao
fim do dia ou um passeio à beira mar
no fim-de-semana. Os seus pulmões vão
agradecer
28 OUTONO / INVERNO 2011
NUTRIÇÃO
MARMITAS
COMIDA CASEIRA
NO LOCAL DE TRABALHO
O ALMOÇO É UMA REFEIÇÃO
INDISPENSÁVEL QUE MERECE
TODA A NOSSA ATENÇÃO.
DE SEGUNDA A SEXTA RARAMENTE
CONSEGUIMOS ALMOÇAR EM CASA.
NOS RESTAURANTES, GASTAMOS
DINHEIRO E DIFICILMENTE PODEMOS
CONTROLAR A QUALIDADE DO QUE
COMEMOS. A SOLUÇÃO?
LEVAR ALMOÇO DE CASA
NUTRIÇÃO
Com os orçamentos fami-­
liares sujeitos a uma gestão cada vez mais apertada, a melhor forma de eliminar JDVWRVVXSpUÀXRVSDVVDSRU
exemplo, pelas refeições caseiras transportadas para o local de trabalho.
As vantagens são eviden-­
tes: controla a qualidade e a quantidade do que come e ainda faz uma economia bastante apetitosa. É que, considerando que cada almoço num restaurante dos menos dispendiosos custa FHUFDGHHXURVHPGLDV
~WHLVSRXSDHXURV0DV
há mais razões para se habi-­
tuar a levar o almoço todos os dias.
Patrícia Almeida Nunes, dietista e coordenadora do Serviço de Dietética e Nutri-­
ção do Hospital Santa Maria, em Lisboa, não hesita em concordar que, em tempo de crise, levar o almoço para o trabalho “é uma opção mais económica e a ter em conta”.
Dito isto, qual seria a “mar-­
mita ideal”? “Num almoço ideal não deve faltar sopa ou salada, um prato equilibrado com carne ou peixe (sem fritos), um pouco de arroz, massa ou batata e muitos legumes ou vegetais, com pouca gordura. E, claro, terminar com fruta fresca e sem refrigerantes”, recomen-­
da Patrícia Almeida Nunes. A dietista garante que não se DICAS
D Quando levar o almoço de casa inclua sempre sopa, um prato rico e variado além de barato.
D Se não tiver acesso a um microondas opte por um termo, que permite levar as refeições à temperatura desejada.
D Quando tiver de almoçar à pressa, opte por 30 OUTONO / INVERNO 2011
uma sopa, uma sanduíche e uma peça de fruta. O pão deve ser escuro, com ingredientes variados: queijo fresco, bife de frango ou de peru grelhado, atum, ovo cozido, delícias do mar, milho, alface, pepino, tomate, cenoura, couve-­ -­roxa, repolho e nozes, entre muitos outros. Também pode levar saladas e massas frias.
D “Afaste o trabalho do prato” e coma com calma, longe do computador e do telefone. A ideia é não ter distracções, mastigar lentamente e reconhecer os sinais de saciedade enquanto saboreia a sua refeição.
marmitas
perdem propriedades nutri-­
cionais ao aquecer a comida desde que sejam respeita-­
das as regras de segurança alimentar. E se não houver microondas na empresa? Nesse caso, segundo Patrícia Almeida Nunes, a melhor solução é “uma salada ou uma san-­
duíche com iogurte e fruta”. Na sanduíche, cujo pão deve ser integral, deve colocar-­se pouca manteiga e uma fonte GHSURWHtQDFRPR¿DPEUH
ovo mexido, queijo magro e não esquecer os vegetais. Alface e tomate são os mais comuns, mas espinafres crus ou cozidos, cenoura ralada ou rodelas de beterraba cozida são boas opções para Sopa
Um elemento
essencial numa
refeição equilibrada.
Pode variar todos
os dias
Prato carne ou peixe
Inclua hidratos de carbono
e muitos vegetais
Peça de fruta
Se preferir pode
deixar para comer
a meio da tarde
variar. Existem garrafas térmicas pequenas onde se pode levar uma dose de sopa, um elemento que enriquece qualquer refeição e a torna mais aconchegante, princi-­
palmente nos dias frios. Se RSWDUSHODVDODGDGrDVDVj
imaginação: use todos os vegetais de que gosta e uma fonte de proteína que pode ir NUM ALMOÇO
IDEAL NÃO DEVE
FALTAR SOPA
OU SALADA,
UM PRATO
EQUILIBRADO COM
CARNE OU PEIXE
(SEM FRITOS), UM
POUCO DE ARROZ,
MASSA OU BATATA,
MUITOS LEGUMES
OU VEGETAIS A
ACOMPANHAR,
COM POUCA
GORDURA.
TERMINAR
COM FRUTA
FRESCA E SEM
REFRIGERANTES
OUTONO / INVERNO 2011 31
AO COZINHAR EM MAIORES
QUANTIDADES, AOS FINS-DE-SEMANA
POR EXEMPLO, E CONGELAR EM DOSES
INDIVIDUAIS, POUPA NAS FACTURAS
DO GÁS, ÁGUA E ELECTRICIDADE
GRTXHLMRPDJURDR¿DPEUH
ovo cozido, atum em lata ou peixe cozido. Inclua sempre uma fonte de hidratos de carbono como massa, arroz, batatas ou tostas. Evite os tão difundidos croutons, que normalmente são IULWRVHSRULVVRWrPPXLWDV
calorias.
Para terminar, deixamos um lembrete muito importante: Maçã
Contém vitaminas
B1, B2, Niacina e sais
minerais
para se criar um hábito, por mais saudável e vantajoso que seja, é preciso um pouco de esforço e disciplina nos primeiros dias. Mas depois, quando sentir que além de comer bem até pode ema-­
grecer e ainda ganha tempo para passear e uma boa soma em dinheiro... apos-­
tamos que não vai querer outra coisa!
Pêra
Muito rica em
minerais e com
efeito diurético
Laranja
O betacaroteno
dá-lhe protecção
antioxidante
32 OUTONO / INVERNO 2011
ALGUMAS
VANTAGENS DE
LEVAR O ALMOÇO
PARA O EMPREGO 5 Tem total
controlo em relação
à quantidade
e à qualidade dos
ingredientes.
5 Pode seguir
o regime alimentar
que mais gosta.
5 Pode incluir sopa,
uma opção muito
saudável e barata.
5 Facilmente troca
o (calórico) doce
da sobremesa pela
(saudável) peça
de fruta.
5 Ganha tempo para
fazer uma caminhada
ou pôr os e-mails
pessoais em dia.
5 Ao cozinhar em
maiores quantidades,
aos fins-de-semana por
exemplo, e congelar
em doses individuais,
poupa também
nas facturas do gás,
água e electricidade.
RECEITA
Sopa de legumes e massa Esta sopa, por ser à base de um caldo leve, é óptima quando tem pouco
tempo pois, juntamente com uma sanduíche e uma peça de fruta,
constitui um almoço bastante nutritivo
1
Corte as cenouras
longitudinalmente,
em quartos, e depois
em pedaços com cerca
de 2 cm de comprimento
e pique as cebolas.
2
Refogue as cebolas
na manteiga, junte as
ervilhas e deixe cozinhar
cinco minutos mexendo
para não pegar. Junte
o caldo e deixe ferver.
3
30’
1 LITRO DE CALDO DE LEGUMES
500 G DE ERVILHAS COZIDAS
2 CEBOLAS
3 CENOURAS GRANDES
DUAS CHÁVENAS DE MASSA
DE LACINHOS COZIDA
1 COLHER DE MANTEIGA
SAL E PIMENTA
Deite as cenouras
e deixe cozer. Tempere
e junte a massa.
4
Apure durante dois
ou três minutos, apague
o lume e deite um copo
de água fria para impedir
que a massa coza
demasiado.
Tempere com sal e pimenta.
RECEITA
Salada de atum especial O sabor intenso do atum de conserva e a suavidade da batata cozida
despertam o paladar para a frescura da alface e do feijão-verde
1
2
Escorra o atum.
Corte a alface, depois
de lavada, em juliana
e o tomate às rodelas
(ao meio se preferir
da qualidade “cereja”).
3
30’
1 lata de atum em posta
4 batatas cozidas e cortadas às rodelas
Alface a gosto
1 tomate (da sua qualidade preferida)
200 g de feijão-verde cozido
1 colher de chá de estragão seco
Azeite para temperar
sal e pimenta
Coloque a alface
e os legumes numa tigela
e junte as batatas. Tempere
com azeite, sal, pimenta
e o estragão. Misture
cuidadosamente.
4
Por fim, junte o atum e
mexa o menos possível
para não se desmanchar.
Rectifique os temperos
e guarde no frigorífico.
RECEITA
Sanduíche rica de carnes frias Rica em proteína magra e em hidratos de carbono, esta sanduíche
faz as vezes de um prato completo.
1
2
Abra e barre o pão
com mostarda.
Coloque os ingredientes
por camadas,
começando e acabando
com alface.
3
Acompanhe com sopa
e uma peça de fruta.
30’
1 PÃO INTEGRAL À ESCOLHA
3 FOLHAS DE ALFACE
4 RODELAS DE TOMATE
4 RODELAS DE PEPINO
FATIAS DE PEITO DE FRANGO DEFUMADO
OU OUTRA CARNE FRIA À ESCOLHA
MOSTARDA
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