1 ACESSIBILIDADE UNIVERSAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS Idilia Fernandes Humberto Conceição Lippo Pinheiro * ** Resumo: O conceito de acessibilidade universal remete a uma nova forma de pensar a arquitetura das cidades, a construção de formas alternativas de comunicação nas diversas áreas da deficiência, mas especialmente na construção de uma nova cultura. Não se restringindo às pessoas com deficiência, mas a todas as pessoas, pois, contemplas as diferenças humanas. Construir um mundo acessível para todos requer desconstituir velhos conceitos de homogeneidade e perceber a imensa riqueza presente na diversidade. Pensar políticas públicas deve contemplar este novo conceito afim de que possamos ter uma sociabilidade concretamente desenvolvida no sentido pleno das possibilidades de participação da diversidade da condição humana nos processos sociais. Palavras chave: Acessibilidade Universal, Políticas Públicas, Pessoas com Deficiência 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Existem inúmeras barreiras arquitetônicas e do preconceito nas instâncias da sociedade que se constituem como interdição social tornando difícil o acesso das diferenças singulares aos bens sociais. Trabalhamos com o conceito de reconhecimento político das diferenças como um fundamento para dar base a todas as políticas que trabalhem na área da deficiência e para a construção de uma política de acessibilidade universal. Este conceito encontra eco na Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (ONU, 2006), que hoje balizam internacionalmente às políticas na área. Nas relações sociais são produzidas as interdições que inviabilizam a participação dos sujeitos com suas diferenças em seu contexto. Neste sentido, se faz necessário, que se configurem políticas públicas na perspectiva da acessibilidade universal. Cada pessoa possui a sua diferença e, sua marca pessoal deveria ser respeitada e reconhecida no social, por este fato ser parte da condição de ser humano. No artigo aqui apresentado a deficiência será caracterizada como condição e característica de algumas pessoas e, portanto, como qualquer outra condição humana, requer seu direito de pertencimento e participação às instâncias da sociedade. Na contemporaneidade garantir direitos nos remete a construção de um novo e necessário conceito - acessibilidade universal – que é transversal às políticas públicas e, que contempla uma nova forma de sociabilidade. A relação entre o * Assistente Social mestre e doutora em serviço social pela PUCRS e Professora Pesquisadora da PUCRS 2 conceito de acessibilidade universal e políticas públicas é o objeto de estudo e reflexão que se apresenta nos item que seguem. 2. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS Saber qual é a população real, para a qual as políticas públicas são dirigidas, suscita a permanente discussão entre identidade e diversidade, este pressuposto vem ao encontro do que hoje se debate em termos de construção de um modelo político e econômico que possa contemplar as complexidades existentes em todas as áreas da vida humana e que demandam ações e políticas públicas específicas. O desafio de todos os atores sociais comprometidos com a construção de um país desenvolvido é não perder de vista a finalidade de construir uma sociedade pautada em relações verdadeiramente humanas com justiça social e, consolidar efetivamente os mecanismos para a reversão do quadro de exclusão social e práticas autoritárias que predominam nas sociedades em nível mundial. A luta que travam as pessoas com deficiência contra a segregação social tem os mesmos preceitos da luta pelo desmonte de valores éticos que sustentam e legitimam a sociedade capitalista caracterizada pela desigualdade social, na qual um ser humano encontra-se contra o outro, privilegiando-se uma capacidade produtiva massificada, num jeito cartesiano de pensar modelos economicamente produtivos que exterminam a singularidade e a subjetividade. Em uma sociedade de massas as políticas públicas para atenderem ao maior número possível de situações necessitam assumir a condição de “políticas generalistas”. Acontece que essa condição as faz não atenderem, ou atenderem com muita precariedade àqueles que, por possuírem diferenças em relação ao padrão/norma, requerem procedimentos e adequações específicas. As transformações sociais, a mudança cultural, necessárias neste caso, não são meramente ações a serem feitas, não é um fenômeno espontaneísta. Necessita de políticas públicas consequentes, intersetoriais e articuladas, que contemplem as diversas dimensões da vida humana. Não é uma questão de assistência social, apesar de incluí-la, é uma questão de educação, saúde, cultura, trabalho, acessibilidade, etc., enfim é uma questão de cidadania e de direitos humanos. ** Sociólogo, professor e coordenador do Programa Permanente de Acessibilidade da ULBRA. 3 Essa constatação por si justifica a necessidade de adequação das políticas públicas no sentido de dotá-las de condição de atenderem às demandas da população real, quer seja, pessoas com ou sem deficiência. O Censo de 2010, conforme dados do IBGE, apontam para 23,9% da população brasileira com algum tipo de deficiência. Este percentual não é nada insignificante, nenhum país, poderá se desenvolver socialmente, se deixar à margem um contingente populacional desta magnitude. Estamos diante de uma expressão concreta da questão social que precisa receber atenção das políticas publicas e estar na pauta da governança de todas as esferas governamentais. As pessoas com deficiência estiveram situadas em um contexto social segregador, estigatizador, foram consideradas incapacitadas e inválidas. Entretanto, desde o ano de 2006 temos na “Convenção da ONU Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”, uma nova definição e outro significado social para as pessoas com deficiência: Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. (CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, Artigo 1, 2008, p.27) O conceito da Convenção demonstra que existe um consenso mundial que está em sintonia com a análise das interdições contextuais, como um fator importante a ser considerado na organização social. As barreiras físicas, culturais, sociais, passam a ser pensadas como impedimentos, e, portanto, precisam ser eliminadas em um processo que possibilidade aos sujeitos uma maior acessibilidade à vida em sociedade. Sintetizando, as deficiências estão nas estruturas do social que padroniza e segrega, com as pessoas estão às diferenças. Planejar políticas públicas para todos e todas equivale dotar essas políticas de características mais gerais possíveis, de forma a abranger toda a diversidade social. Todavia o tratamento generalizante ou globalizante, ou a preocupação com a abrangência das políticas, não deve impedir que sejam feitas adequações necessárias às especificidades e diferenças da população. É precisamente na tensão que se estabelece entre o geral e o específico o ponto crucial do ajuste e do sucesso de qualquer política pública. Há duas características importantes e 4 estruturais de qualquer política pública que são a Universalização e a Democratização. Universal é a condição da política pública para atender e dar acesso a toda a diversidade humana: homens e mulheres, jovens e velhos, brancos e negros, heteros, bi e homossexuais, gordos e magros, habitantes do campo e da cidade, ricos e pobres, etc., incluindo-se as pessoas com deficiência de qualquer área e tipologia Como exemplo de política pública universal poderíamos referir o sistema legal constitucional, o arcabouço jurídico. A Lei, ao menos em tese, é igual para todos. Todos os cidadãos brasileiros, independentemente de suas condições ou características, estão submetidos aos primados de uma mesma constituição e suas leis mais gerais dela decorrentes. Somente a partir destas regulamentações gerais que a todos submete é que, no intuito de regular a vida cotidiana bem como garantir a equiparação de oportunidades a todos é que se estabelece toda uma rede de direitos específicos a setores diversos da população, entretanto todos esses sem exceção estão sujeitos as leis mais gerais e universais. A universalidade é sem dúvida o conceito mais difícil de ser aplicado dado que convivemos hoje com uma realidade na qual alternamos constantemente os papéis representados, onde nossos projetos e aspirações pessoais nos impelem a ser simultaneamente iguais e diferentes. Almejamos uma cidadania universal, em escala planetária que respeite as diferentes culturas e etnias, mas ao mesmo tempo em que rejeitamos um falso universalismo que destrói todas as diferenças, vivemos uma realidade opressora que impõe a cultura branca, masculina, heterossexual e ocidental como o padrão universal. Democrática deveria ser a política pública na qual todos os setores da população, já incluídos pelo princípio da universalidade, tivessem a possibilidade de controlar essas políticas de forma direta e transparente. Isso implica na adoção de mecanismos de participação popular através dos quais toda a população pudesse de fato participar da construção da política em todas as suas instâncias: planejamento, decisão, execução, fiscalização e avaliação, notadamente naquelas políticas dirigidas para setores específicos da população, situação na qual a participação direta dos “beneficiários” é fundamental. No que se refere às pessoas com deficiência se pode constatar um caso de dupla exclusão, que aqui é entendida como restrição ou impossibilidade de acesso aos bens sociais, incluindo-se aqueles relacionados com uma vida independente e 5 auto-sustentada. A primeira e principal exclusão advém dos próprios mecanismos constitutivos da sociedade capitalista, em especial nos países periféricos e subdesenvolvidos, a de relegar extensos, senão majoritários, contingentes populacionais a uma condição de miséria absoluta ou, no máximo, de subsistência. A segunda exclusão é devida a condição de apresentar uma “diferença restritiva” nas áreas física ou sensorial ou cognitiva ou ainda comportamental, que se situam em desacordo com os padrões estabelecidos como produtivos, eficientes, funcionais ou mesmo de beleza. Essa questão da inconformidade com os padrões, obviamente, não é específica para as pessoas com deficiência, da mesma forma e com as especificidades de cada caso, ela também atinge outros setores excluídos socialmente: negros, mulheres, homossexuais entre tantos outros. Porém, diferentemente dos demais setores excluídos, para os quais há um nível de discussão e de denúncia das opressões, bem como um movimento social organizado e articulado em diversos níveis que, se ainda não são suficientes para a superação das respectivas exclusões, já constituem um patamar de visibilidade social mínimo, com as pessoas com deficiência isso ainda não ocorre nesta proporção, acarretando, portanto entraves adicionais para a eliminação da exclusão. De fato, advindas das próprias limitações das suas “diferenças restritivas” somadas a inadaptação do meio social (espaço construído, meios de transporte, acesso à educação, etc.) e agravadas, sobretudo por uma visão e uma prática social assistencialista e paternalista com as quais suas questões são tradicionalmente entendidas e tratadas, as pessoas com deficiência têm sido historicamente objetos da ação e da piedade social. A condição de “não-sujeito” da sua vontade começa pouco a pouco a ser superada através das lutas de seus diversos movimentos sociais organizados e dirigidos pelas pessoas com deficiência, que no Brasil remontam a menos de quatro décadas e que, apesar de terem obtido significativos avanços recentes, ainda não são suficientes para obstaculizar um senso comum arraigado há séculos, senão milênios. Esse setor, como nenhum outro “setor excluído” tem ainda hoje um enorme processo de emancipação a realizar. Os negros conquistaram sua liberdade formal há pouco mais de um século, todavia ainda nos dias de hoje, lutam contra o preconceito racial arraigado na sociedade brasileira. Da mesma forma as mulheres “conquistaram” sua cidadania através do simbólico direito de votar e a inserção no 6 mercado de trabalho a menos tempo ainda e, mesmo transcorrido várias décadas, têm que lutar cotidianamente contra o machismo estrutural de nossa sociedade. Todavia negros, mulheres, homossexuais e inúmeros outros setores, malgrado a exclusão e o preconceito, se encaminham para algo fundamental e inalienável – o de ser sujeito de suas vontades. É impensável nos dias de hoje discutir políticas para as mulheres em que apenas homens participem ou definir as políticas para os negros em que somente brancos discutam, e assim por diante. Contudo, para atestar o grau máximo de exclusão no qual as pessoas com deficiência estão submetidas, ainda são raras as políticas para esse setor que conta com a participação ativa e propositiva dos interessados. A sua história é a história construída por seus porta-vozes, seus “legítimos” representantes que se apropriaram de um discurso e um de espaço mínimo de poder, encastelaram-se nele e tem sistematicamente se oposto à participação protagonista daqueles que, em última análise, são a razão de existir das políticas. Aqui queremos explicitar que falamos de pais, técnicos, professores, enfim todos aqueles que, sem dúvida nenhuma fizeram no passado um trabalho pioneiro e amiúde heróico. Aqueles de tiveram a força e a tenacidade de resistir aos momentos mais difíceis, que quebraram resistências e dificuldades de entendimento dos administradores públicos. Entretanto é chegado o momento histórico de abrir espaço para que as próprias pessoas com deficiência desempenhem o papel de protagonista nesse processo. Necessário se faz romper definitivamente com a tutela e o paternalismo. 3. ACESSIBILIDADE UNIVERSAL E SEU SIGNIFICADO SOCIAL O “Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência” da ONU já reconhecia em 1982 a responsabilidade da estrutura social na questão das diferenças e sinalizava a importância de outro padrão de vida social, para evitar os acontecimentos que causam as deficiências. Os requisitos apontados, como significativos, para alcançar os objetivos do programa são: “[...] o desenvolvimento econômico e social, redistribuição da renda e dos recursos econômicos e a melhoria dos níveis de vida da população” (ONU, 1982, p.5). Esse “programa de ação mundial para as pessoas com deficiência”, é orientado pelos princípios da “igualdade” e “equiparação de oportunidades” (ONU, 7 1982). O principio de “equiparação de oportunidades” pressupõe um ajuste do meio ambiente ao sujeito, uma vez que requer dos diversos setores da sociedade uma maior disponibilidade para todos. De acordo com a Carta para o Terceiro Milênio 1: "No terceiro milênio, a meta de todas as nações precisa ser a de evoluírem para sociedades que projetam os direitos das pessoas com deficiência mediante o apoio ao pleno empoderamento e inclusão delas em todos os aspectos da vida" (1999, p.1). Conforme demonstrado ao longo deste artigo há um movimento internacional que requer, para as PcD, o direito a fazer parte do mundo. O que se precisa é de uma política que garanta cidadania para superar a marca assistencialista existente nas instituições que trabalham com a questão das deficiências. No horizonte de uma nova política o norte indicado é a igualdade de direitos para todas as pessoas, o que demanda investimento em acessibilidade para incluir as diversas questões das diferenças. A acessibilidade pode se traduzir pela inclusão da escrita em Braille, da Língua de Sinais e na remoção das barreiras arquitetônicas. Inicia-se, assim, a implicação das diversas instâncias sociais no processo de propiciar a qualidade de vida e a possibilidade de expansão das potencialidades dos sujeitos até então eram considerados “incapazes”, "desajustados”. A partir desses movimentos da própria sociedade surge a exigência de uma nova lógica de organização dos setores e serviços comuns da rede social. Este entendimento remete à responsabilidade das políticas públicas em reordenar tais configurações, imprimindo um novo modelo de estrutura à sociedade. Os governantes não podem mais se manterem indiferentes a essa realidade e precisam assumir o compromisso com um planejamento humanizado que inclua as diferenças e considere a realidade dos seres humanos. O movimento organizado das pessoas com deficiência tem um significativo papel nessa transformação. Já conseguiu muitos avanços e sua luta deverá engrossar a fileira da resistência contra a segregação. A sociedade civil em geral, também, tem o importante papel de aprender a lidar com as diferenças e validar a heterogeneidade e a pluralidade da existência humana. Acessibilidade que precisa ser universal, ou seja, para todas as pessoas e não um “lugar especial” designado para pessoas com deficiência, como uma marca para determinados sujeitos que precisam deste espaço. Propõe-se aqui, neste 1 Esta Carta foi aprovada no dia 09 de setembro de 1999, em Londres, Grã-Bretanha, pela Assembléia Governativa da REHABILITATION INTERNACIONAL. 8 conceito de Acessibilidade Universal, que não seja o sujeito unicamente, pela sua diferença, que precisa de um lugar especial marcado no social. É a sociedade que precisa, através, de suas diferentes instituições e instâncias adequar-se às diferenças singulares dos sujeitos que a compõem. Uma sociedade só poderá se desenvolver democraticamente e propiciar o espaço de humanidade para seus cidadãos quando estiver capacitada a atender as diferentes necessidades e peculiaridades dos seres sociais que vivem suas vidas cotidianamente em seu contexto. Se for possível admitir que a diversidade configure uma característica marcante da condição humana, que dos sete bilhões de pessoas existentes hoje no planeta terra, nenhuma jamais se repete a outra, que não há um só indivíduo igual ao outro. Entendemos que a vida humana é única e indivisível, embora a experiência seja social e a produção da vida humana coletiva. “[...] Embora o homem seja um indivíduo único - e é justamente esta particularidade que o torna um indivíduo, um ser comunal realmente individual - ele é igualmente o todo, o todo ideal, a existência subjetiva da sociedade como é pensada e vivenciada” (MARX, 1983, p.119). Nesta análise que percebe na diferença uma peculiaridade humana indispensável, todo o contexto e seu entorno precisa se adaptar e romper com o pensamento e os projetos de padronização de comportamentos, de sentimentos, de arquitetura, de formas únicas de produção. Karl Marx, já dizia que o “indivíduo é o ser social” e expressou esta idéia na seguinte formulação: “A vida humana individual e a vida-espécie não são coisas diferentes, conquanto o modo de existência da vida individual seja um modo necessariamente mais específico ou mais geral da vida individual” (1983 p.119). Este pensamento parece expressar uma imbricação muito profunda entre o indivíduo e seu contexto. As políticas voltadas para atender às pessoas com deficiência devem estar imbuídas da concepção de acessibilidade universal. A partir disto temos a análise crítica de uma realidade social que criou processos sociais segregatórios e da necessidade de uma readequação das políticas públicas e instituições sociais. Vejamos que aqui se inverte o problema que estava localizado no sujeito, como o “portador” de uma patologia, para perceber na sociedade uma necessidade de avançar em seus conceitos e práticas. No desenvolver dos processos sociais, na contradição de seus movimentos, estão presentes as forças que impulsionam as grandes transformações sociais, tanto 9 quanto a conservação de seus antigos padrões. A alvorada de um novo tempo se dará a partir da consciência que o tom das relações sociais será enunciado por cada um de seus autores sociais. Com nova consciência, novas práticas sociais vão sendo consolidas na construção de outra materialidade para as vidas humanas se tornarem de fato humanizada. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto, podemos concluir que a questão das pessoas com deficiência é uma expressão da questão social que não será equacionada a partir de ações setoriais ou isoladas. Ao contrário como resultado da desestrutura da organização da sociedade está diretamente vinculada à superação dos mais relevantes problemas de desenvolvimento e justiça social em nosso país. Nas relações sociais são produzidas as interdições que inviabilizam a participação dos sujeitos com suas diferenças em seu contexto. Neste sentido, se faz necessário, que se configure uma política na perspectiva da acessibilidade universal. Cada pessoa possui a sua diferença e, sua marca pessoal deveria ser respeitada e reconhecida no social, por fazer parte da condição de ser humano. As pessoas com deficiência, em seus movimentos sociais organizados, sabem que os avanços da ciência e da tecnologia atuais, em pleno desenrolar do século 21, podem apoiar seus processos de independência em uma proporção nunca antes vista. Porém, esse potencial para ser plenamente exercido, requer uma ação conjunta e dedicada de todos os setores da sociedade, - responsáveis pelas políticas públicas, organizações não-governamentais, setor privado, mídia, além é claro, das próprias pessoas com deficiência e suas entidades representativas e da comunidade envolvida. O movimento das com deficiência em direção a uma vida independente e auto-sustentada é um desafio à nossa democracia social. REFERÊNCIAS BRASIL: VIVER SEM LIMITES. Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência 2011 – 2014, Extraído de: http://www.direitoshumanos.gov.br/destaques/viver-sem-limite/view. Consultado em 31/01/2013 10 CARTA PARA O TERCEIRO MILÊNIO. Tradução Romeu Kazumi Sassaki. Rehabilitation International. Londres: Secretaria Geral, 1999. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Extraída de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm. Consultado em 30/01/2013. FERNANDES, Idilia. Interdições Sociais e a Diversidade. In: Sociologia da Acessibilidade e Reconhecimento Político das Diferenças. Org. Humberto Lippo Canoas: Editora da Ulbra, 2012 MARX, Karl. Manuscritos econômicos e filosóficos. In: FROMM, E. Conceito marxista do homem. Tradução de Octávio Alves Velho. 8. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. ____________.O capital. 2. ed. Tradução de Gabriel Deville. São Paulo: Edições Cultura, 1946. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Documentos internacionais. PROGRAMA DE AÇÃO MUNDIAL PARA AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Tradução de Thereza Christina F. Stummer. Editado por CEDIPOD-Documento disponível na Internet no site http://www.mbonline.com.br/cedipod/W6pam.htm, 1982.