Cap.10 Energia Do professor para o aluno ajudando na avaliação de compreensão do capítulo. É fundamental que o aluno tenha lido o capítulo. Produto Escalar Define-se o produto escalar entre dois vetores como sendo o produto entre os seus módulos e o cosseno do ângulo formado pelos vetores. r r A · B = A B cos(q ) . O símbolo, , denota a operação produto escalar. O resultado desta operação é um valor escalar. rr rr O produto escalar é comutativo: A · B = B · A Exemplo: Alguns exemplos de produto escalar. (a) Entre os vetores unitários: iˆ.iˆ = ˆj. ˆj = kˆ.kˆ = 1; iˆ. ˆj = kˆ. ˆj = iˆ.kˆ = 0 (b) Projeção de um vetor sobre o eixo ( ou sobre o eixo y): r Ax = A · iˆ = ( A)(1) cos(q ) = A cos(q ) (c) Se A é perpendicular a B, q=90o, então A . B = 0. Essa igualdade também se mantém no caso trivial, onde A ou B é zero. (d) Se A for paralelo a B e os dois apontarem para mesma direção, q=0o, então A . B = AB. (e) Se o vetor A for paralelo a B e os dois apontarem para direções opostas, q=180o, então A.B = -AB. (f) Operação geral entre os vetores A e B: r r A = Axiˆ + Ay ˆj + Ak kˆ; B = Bxiˆ + By ˆj + Bk kˆ Utilizando as operações fornecidas no item (a), resulta em r r A · B = Ax Bx + Ay By + Ak Bk (g) No caso especial em que A = B, rr A · A = A2 = Ax 2 + Ay 2 + Ak 2 Este é o módulo do vetor A. 10.1 Trabalho, Energia Cinética ► As definições de posição, velocidade e aceleração e as leis de Newton permitem resover uma variedade de problemas. No entanto, o estudo de interação entre os corpos é muito difícil de se resolver somente utilizando as leis de Newton, por isso uma outra abordagem foi utilizada: as definições de momento linear e impulso e a lei de conservação do momento linear. ►Continuaremos nessa nova abordagem, definindo novas quantidades, conhecidas ou não, mas de significados mais específicos na Física, tais como, o trabalho, a energia cinética e a energia potencial. ► Na nossa análise de conservação de momento linear, concentramos a nossa atenção em um sistema onde incluímos todas as partículas ou uma parte delas. ►Trataremos, com mais atenção, a noção de sistema. ► Sistemas e ambientes ►Sistema: pequena porção do espaço de interesse e ignorando os detalhes fora do sistema. ►Não importa qual seja o sistema específico em um determinado problema, identificamos uma fronteira do sistema- uma superfície imaginária que divide o espaço dentro so sistema- e o ambiente no entorno dele. ►Exemplo: O sistema pode ser definido como a combinação da parede, da mola e do bloco. A influência do ambiente inclui a força gravitacional no bloco, a força normal e de atrito no bloco. As forças exercidas pela mola no bloco e na parede são internas ao sistema e, portanto, não são incluídas como uma influência do ambiente. ► Há vários mecanismos pelos quais um sistema pode ser influenciado por seu ambiente. O primeiro que devemos investigar é o trabalho. ► Trabalho ► Considere uma força aplicada, constante ou não, a um corpo, que identificamos como o sistema, e o corpo desliza sobre uma superfície horizontal. ► Qual é a eficácia da força ao mover o corpo? ► Faremos o procedimento semelhante como foi realizado na formulação de conceitos de momento linear e impulso. Consideramos que a força resultante Fres sobre uma partícula envolvida na expressão da segunda lei de Newton ser dependente de posição: rr rrrrr dvrrr dv dr Fres (r ) = m Þ Fres (r ) · dr = mdr · = m · dv dt dt dt O produto escalar foi realizado entre o vetor dr e os membros da esquerda e da direita na expressão acima. O dt foi deslocado para baixo de dr e utiliza-se a definição v = dr/dt. A integração é realizada, fazendo a mudança de variáveis e usando a regra de cadeia no integrando: ò rf ri r rrrr m vf Fres (r ) · dr = ò mv · dv = ò d v 2 2 vi ( ) Note-se que foi utilizado o procedimento (g) apresentado no produto escalar. ► Resulta em ò rf ri r rr mv f 2 mvi 2 Fres (r ) · dr = 2 2 onde vi é a velocidade escalar (rapidez) da partícula em ri e vf é sua velocidade escalar (rapidez) em rf. ► Define-se trabalho a expressão apresentada no membro à esquerda da equação acima: Wext = ò rf ri r rr Fres (r ) · dr ► O trabalho W realizado sobre um sistema por um agente externo que exerce uma força F(r) sobre ele é a integral do produto escalar entre a força F e o deslocamento dr do ponto de aplicação da força. ► Se a força for aplicada a uma partícula ou um corpo rígido, também considerado como partícula, o deslocamento dr é o mesmo que o da partícula. ►Para um sistema deformável, como o balão, ao pressionar esse corpo com ambas as mãos, o ponto aplicação, dr, se move, ou seja, as superfícies do balão se movem, mas o centro desse corpo não se move e os deslocamentos não são iguais. ► O significado físico do trabalho é a transferência de energia. Se Wext é o trabalho realizado sobre um sistema, e Wext é positivo, a energia é transferida para o sistema; se Wext é negativo, a energia é transferida do sistema. Uma vez que um sistema interage com seu ambiente, a transferência de energia ocorre através da fronteira do sistema. O resultado é uma mudança na energia armazenada no sistema. A mudança pode ser positiva ou negativa, como apresentado anteriormente. ► Unidade de trabalho: Joule- [J] ►Expressando o trabalho conforme a direção da força Fres com o deslocamento dr: rf r rf rrr Wext = ò Fres (r ) · dr = ò Fres (r ) cos(q )dr ri ri (a ) Wext > 0; q < p / 2; (b) Wext = 0; q = p / 2; (c) Wext < 0; p / 2 < q £ p ; ► Pergunta: A força gravitacional exercida pelo Sol sobre a Terra a mantém em órbita em torno do Sol. Considerando que a órbita é perfeitamente circular, o trabalho realizado por essa força gravitacional durante um curto intervalo de tempo no qual a Terra se desloca em sua trajetória orbital é (a) zero; (b) positivo; (c) negativo; (d) impossível de determinar. ►Importante: Calculamos o trabalho realizado por uma força sobre um corpo, mas a força não é necessariamente a causa do seu deslocamento. Por exemplo, se levantar um corpo, um trabalho negativo é realizado sobre ele pela força gravitacional, embora a gravidade não seja a causa do movimento dele para cima. Trabalho realizado por uma força constante r r ► W = F · Dr ext res Exemplo: Uma partícula que se move no plano XY sofre um deslocamento dado por Dr = (2,0i + 3,0j)m, enquanto uma força F = (5,0i + 2,0j)N age sobre a partícula. Calcule o trabalho realizado por F sobre a partícula. Sugestão: No produto escalar F.Dr envolve as operações i.i = j.j = 1 e i.j = j.i = 0. Resp. 16J Trabalho realizado por uma força variável ► No caso unidimensional, direção X, a expressão integral se torna Wext = ò xf xi Fx dx onde substituímos dr cosq por dx. ► Problema: Uma bala de 100 g é disparada de um rifle com um cano de 0,600 m de comprimento. A força exercida pelo gás expandindo sobre a bala é 15.000 +10.000 x – 25.000 x2, onde x está dado em metros. (a) Faça o gráfico de força versus comprimento do cano. (b) Determine o trabalho realizado pelo gás sobre a bala quando ela percorre o comprimento do cano. Solução: (a) Gráfico: Força O gráfico mostra que a força de expansão 20 000 do gás não se anula em x=0,600m, mas em x=1,00m. Significa que o cano do rifle 15 000 pode ser mais longo, no máximo, até 1,00m par aproveitar a força expansiva do gás 10 000 sobre a bala. 5000 0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 (b) O trabalho realizado pela força sobre a bala é calculado. Wext = ò 0,600 0 (15.000 + 10.000 x - 25.000 x 2 )dx 0,600 æ 10.000 x 2 25.000 x3 ö = ç15.000 x + ÷ 2 3 è ø0 Wext = 9, 00kJ Energia Cinética ► Estudamos o trabalho e o identificamos como um mecanismo para transferir energia para um sistema. Afirmamos que o trabalho é uma influência do ambiente sobre um sistema, mas ainda não discutimos o resultado da influência sobre o sistema. Temos obtido que Wext = mv f 2 mvi 2 2 2 Um resultado possível de realizar trabalho sobre um sistema é que muda sua velocidade escalar (rapidez). Essa energia é definida como energia cinética, mv 2 Kº 2 ► A energia cinética representa a energia associada com o movimento da partícula; é uma quantidade escalar. x ► Escrevemos Wext = K f - Ki = DK ► O trabalho realizado sobre uma partícula por uma força resultante F que age sobre ela é igual à variação na energia cinética da partícula. A expressão acima é um resultado importante denominado como teorema do trabalho-energia cinética: Quando o trabalho é realizado sobre um sistema e a única mudança nele acontece em sua velocidade escalar (rapidez), o trabalho resultante sobre o sistema é igual a variação da energia cinética do sistema. ► Obs. O teorema do trabalho-energia cinética é importante, mas limitado em sua aplicação. O princípio mais geral que envolve a energia é a conservação de energia que será estudado posteriormente. ►Obs. O teorema do trabalho-energia cinética relaciona trabalho a uma mudança na velocidade escalar de um sistema, não uma mudança em sua velocidade vetorial. Por exemplo, um corpo em movimento circular uniforme, sua velocidade escalar( rapidez) é constante. Embora sua velocidade (vetor velocidade) esteja mudando, nenhum trabalho é realizado sobre o corpo pela força que causa o movimento circular. O mesmo se aplicar em qualquer movimento circular, ou seja, a rapidez constante ou não. ►Energia cinética e momento linear Podemos expressar a energia cinética de uma partícula em termos de seu momento linear e da massa. Escrevemos a velocidade como p = mv Þ v = p m Substituindo na energia cinética, obtemos mv 2 p2 K= ÞK= 2 2m Comparação entre o momento linear e a energia cinética Veremos a diferença fundamental entre o momento linear e energia cinética de uma partícula. O teorema do impulso-momento linear J = pf - pi afirma que as variações do momento linear de uma partícula são produzidas pelo impulso, que depende do tempo durante o qual a força resultante atua. Por outro lado, o teorema do trabalho-energia cinética Wext = K f - K i afirma que quando um trabalho é realizado sobre uma partícula ocorre uma variação da sua energia cinética; o trabalho total depende da distância ao longo da qual a força resultante atuou. Por exemplo, considere uma partícula que parte do repouso no instante ti de modo que vi = 0. Seu momento linear inicial é pi =0, e sua energia cinética inicial é Ki = 0. Suponha que uma força resultante constante F atue sobre a partícula no intervalo entre os instantes ti e tf . Durante o intervalo tempo, Dt= tf - ti , a partícula se desloca de uma distância Ds na direção da força. O momento linear da partícula no instante tf é p f = J = F Dt , onde J é o impulso que atua sobre a partícula. Logo, o momento linear de uma partícula é igual ao impulso que a acelera do repouso à sua velocidade atual; o impulso, por sua vez, é igual ao módulo da força resultante que acelerou a partícula multiplicado pelo tempo necessário para essa aceleração. Compare com a energia cinética da partícula que no instante tf é dada por K f = Wext = F Ds , ou seja, é igual ao trabalho total realizado sobre a partícula para acelerá-la a partir do repouso. O trabalho total realizado é igual ao módulo da força resultante que acelerou a partícula multiplicado pela distância necessária para essa aceleração. Exemplo: Agarrar qual entre a bola de m1 = 0,50kg que se desloca a 4,0 m/s ou uma bola de m2=0,10kg que se desloca a 20 m/s? Solução: Os momentos lineares das bolas são iguais: p1 =0,50x4,0 = 2,0 kg m/s e p2 = 0,10x20 = 2,0 kg m/s. A energia cinética da bola mais leve é maior do que a outra mais pesada: K1 = 4,0 J e K2 = 20 J. Como os momentos são iguais, logo ambas necessitam do mesmo impulso para fazê-las entrarem em repouso: J1=J2 = 2,0 N s No entanto, K2 = 5K1, implica que o trabalho realizado por sua mão ao fazer a bola mais leve parar é 5 vezes maior do que realizado para fazer a bola mais pesada parar. Para uma dada força média exercida pela sua mão, leva o mesmo tempo para fazer as bolas pararem, porém o deslocamento da sua mão e do seu braço é 5 vezes maior para agarrar a bola mais leve do que a bola mais pesada. Portanto é preferível escolher a agarrar a bola mais pesada para minimizar a deformação do seu braço. Problema: Uma bola de beisebol lançada com grande velocidade possui uma energia cinética aproximadamente igual à energia cinética de uma bala de calibre 22 disparada por um rifle, e a bala possui um momento linear menor do que o da bola de beisebol. Entretanto, você escolheria agarrar a bola de beisebol em vez da bala do rifle. Por quê? Problema: Dois barcos de vela construídos para deslizar no gelo está em repouso sobre uma superfície horizontal sem atrito e eles apostam uma corrida. O barco A possui massa m e outro B, massa 2m. As velas de ambos os barcos são idênticas, de modo que o vento exerce a mesma força constante F sobre cada barco. Os dois barcos partem do repouso e a distância entre a partida e a linha de chegada é igual a d. (a) O barco A chegará ao final da linha com a energia cinética maior, menor ou igual a do barco B? (b) Na linha de chegada, qual deve ser a razão vA/vB entre as velocidade dos dois barcos? (c) O barco A leva igual, menos ou mais tempo do que o barco B para chegar ao final da linha? (d) Na linha final, qual deve ser a razão tA/tB entre os tempos dos dois barcos? Resp. (a) igual; (b) vA/vB = 2 ; (c) tB > tA; (d) tA/tB =1/ 2 . 10.2 Energia Potencial Gravitacional ► Objetivo desta seção é apresentar o conceito da energia potencial gravitacional e para isso, definimos um sistema bloco+Terra, figura, onde as forças gravitacionais são forças internas ao sistema. A Terra tem muita massa que pode ser considerada parada durante a aplicação de uma força externa, Fap. ► Sistema bloco+Terra A força externa Fap é aplicada no bloco e realiza trabalha sobre o sistema ao levantar o bloco muito lentamente partir do repouso por um deslocamento vertical Dy = yf – yi. O trabalho é uma transferência de energia, portanto, este trabalho realizado sobre o sistema deve aparecer como um aumento ( ou diminuição) da energia do sistema. Interpreta-se a transferência de energia pelo trabalho realizado sobre o sistema como sendo a mudança na configuração do sistema de seu Estado inicial ao Estado final, conforme apresentada nas figuras ao lado. O bloco parte do repouso e fica em repouso após o trabalho realizado, logo, DK = 0 do sistema: Wext = Fap Dy DK = mv f 2 mvi 2 =0 2 2 A partir da posição mais alta, yf, pode-se soltar o bloco e deixá-lo cair em direção à posição yi. Observa-se que o bloco durante a queda possui energia cinética. A origem desta energia está no trabalho realizado pela força Fap sobre o sistema ao levantar o bloco. Enquanto o bloco estava na posição mais alta, dizemos que o sistema tinha o potencial de possuir energia cinética, que surge quando o bloco é solto. ► Denominamos a energia armazenada de energia potencial. ► A energia potencial de um sistema só pode ser associada a tipos específicos de forças agindo entre os membros de um sistema. Citando algumas: força gravitacional, força elástica e força elétrica. ►Voltando ao exemplo do sistema bloco – Terra, na figura acima Fap + m g =0 , pois, a rapidez é muito lenta e se considera constante: Fap ˆj - mg ˆj = 0 Þ Fap = mg A força aplicada possui a mesma intensidade da força gravitacional. O trabalho realizado pela Fap sobre o sistema é Wext = Fap Dy = mg ( y f - yi ) Wext = mgy f - mgyi É o trabalho realizado sobre o sistema, pois a força aplicada, Fap, é a única do ambiente sobre o sistema. Este trabalho é uma diferença entre os valores inicial e final de uma quantidade mgy definida como a energia potencial gravitacional: U g º mgy Obs. Expressão é válida para corpos próximos da superfície terrestre. Não se diz energia potencial do corpo, mas energia potencial do sistema (bloco (m) + Terra (g) ) ► Escrevemos Wext = DU g onde DU g é a mudança na energia potencial do sistema (com nenhuma mudança na energia cinética ou interna) ► O trabalho realizado pela força gravitacional (interna), mg, sobre um corpo (componente) do sistema movendo-se entre dois pontos já descritos e ilustrados do sistema bloco+ Terra é Wg = - mgjˆ · ( y f - yi ) ˆj = -(mgy f - mgyi ) Wg = -DU g O trabalho realizado por essa força interna ao sistema causa uma redução ( sinal negativo) na energia potencial do sistema. ► A partir do teorema trabalho-energia cinética, o trabalho realizado sobre o bloco é igual à variação da energia cinética do bloco Wbloco = DKbloco = K f - Ki ► Como o bloco é a única parte do sistema em movimento, então DK bloco = DK , onde K é a energia cinética do sistema. ►Por sua vez o trabalho realizado sobre o bloco é igual a Wbloco = -DU g = -(U gf - U gi ) onde Ug é a energia potencial gravitacional do sistema. ► Igualando as duas equações acima, escrevemos DK + D U g = 0 ou K f + U gf = Ki + U gi ► Dizemos que a soma K+Ug da energia cinética com a energia potencial gravitacional, permanece invariável durante o movimento de componente do sistema. ► O lado esquerdo da expressão DK + DU g = 0 representa a soma das variações da energia armazenada no sistema. O lado direito é nulo, porque não há transferência de energia através do limite do sistema, ou seja, o sistema bloco+Terra é isolado do meio. ► Exemplo: Refaça o Exemplo 10.1 do livro texto, página 271, sem utilizar as equações cinemáticas. ► Pergunta: Uma pedra de massa m é jogada ao chão de uma altura h. Uma segunda pedra, de massa 2m, é jogada da mesma altura. Quando a segunda pedra atinge o chão, qual é sua energia cinética em relação à primeira pedra? (a) o dobro, (b) quatro vezes, (c) a mesma, (d) metade, (e) impossível determinar. ► Pergunta: Três bolas idênticas são jogadas do topo de um edifício, todas com a mesma velocidade inicial. A primeira é jogada horizontalmente, a segunda a um ângulo acima da linha horizontal e a terceira a um ângulo abaixo da linha horizontal. Desprezando a resistência do ar, classifique os módulos das velocidades das bolas no instante em que cada uma atinge o chão. ► Responda a questão Pare E Pense 10.1 ► O zero da energia potencial ► Escolher uma configuração de referência para a qual a energia potencial gravitacional do sistema é nula. A escolha da configuração referencial é arbitrária, pois DU g é uma diferença e independe da escolha da configuração referencial. ► Pergunta: A energia potencial gravitacional de um sistema (a) é sempre positiva, (b) é sempre negativa, (c) pode ser positiva ou negativa? ► 10.3 Uma olhada de perto na energia potencial gravitacional ► Responda a questão Pare E Pense 10.2 ► (a) Refaça o Exemplo 10.4. Acrescentar as perguntas: (b) Calcule a diferença de energias cinéticas após e antes. (c) A energia que falta foi transferida para o ambiente de que forma? ► Conservação da energia mecânica Foi concluído que DK + D U g = 0 Definimos as energias cinética e potencial de um sistema como sua energia mecânica: Emec = K + U DEmec = 0 ► Aqui U representa a energia total de todos os tipos de energia potencial, que será abordado posteriormente. Como o sistema sob consideração é isolado, as equações acima nos dizem que a energia mecânica é conservada; a soma das energias cinética e potencial permanece constante ►Veremos, posteriormente, que existe uma classe de força que define a energia potencial do sistema, e consequentemente, em que condições a energia mecânica é conservada. ► Responda a questão Pare E Pense 10.3 ► 10.4 Forças restauradoras e lei de Hooke ► O modelo físico, no qual a força varia com a posição, é um sistema composto de um bloco sobre uma superfície horizontal sem atrito e conectado a uma mola, sem massa, cuja outra extremidade está fixa a uma parede. Ver a figura. O sistema bloco+mola+parede se assemelha ao sistema bloco +Terra, pois tanto a parede como a Terra estão parados. A interação entre o bloco e a parede é através da mola. A mola esticada, x>0, ou comprimida, x<0, a uma pequena distância de sua posição de equilíbrio, x=0, exercerá sobre o bloco uma força a retornar o sistema ao seu estado de equilíbrio. Esta força é chamada de força restauradora. ► Força elástica na forma vetorial: r Fel = -kxiˆ onde x é a posição do bloco em relação à sua posição de equilíbrio (x = 0), e k é uma constante positiva chamada de constante de força ou constante elástica da mola ► Lei de Hooke: A força necessária para esticar ou comprimir uma mola é proporcional à quantidade de distensão ou compressão x. ► O valor de k é a medida da rigidez da mola: molas rígidas, k grandes, e flexíveis, k pequenos. ► Responda a questão Pare E Pense 10.4 ► Pergunta: Ao cortar a mola de constante elástica k pela metade, qual é a nova constante elástica? Resp.: 2 k ► Trabalho realizado por uma mola ► Se o bloco sofrer um deslocamento de x = xi a x = xf, o trabalho realizado pela força elástica sobre o bloco será xf xf xi xi Wel = ò (- kxiˆ) · (dxiˆ) = ò xf kx 2 ù (- kx) dx = ú 2 ûx i 2 kxi 2 kx f Wel = 2 2 ► O trabalho realizado pela mola, numericamente, é área do triângulo que tem base x e altura kx, mostrada na figura acima. ► 10.5 Energia potencial elástica Agora descreveremos o trabalho realizado sobre o bloco por um agente externo, quando ele aplica uma força Fap sobre o bloco movendo-o muito lentamente de x=xi a x = xf. Na condição de movimento muito lento pode-se considerar que o bloco está em equilíbrio dinâmico, Fap + Fel = 0, então, Fap = kx i. O trabalho realizado por essa força aplicada (agente externo) sobre o sistema de bloco+mola+parede é xf xf xi xi Wext = ò (kxiˆ) · (dxiˆ) = ò xf kx 2 ù (kx)dx = ú 2 ûx i Wext kx f 2 kxi 2 = 2 2 ► Como no caso gravitacional, vemos que o trabalho realizado sobre o sistema por uma força externa é igual a diferença entre os valores inicial e final de uma expressão relacionada à configuração do sistema. ►Este trabalho é igual ao negativo daquele realizado pela força elástica: Wext = -Wel ► A energia potencial elástica do sistema é definida por kx 2 U el º 2 Associa a energia armazenada na mola deformada (configuração do sistema, que é mola comprimida ou distendida) e é zero sempre que a mola não está deformada ( x = 0). ►Escrevemos Wext = DU el = U elf - U eli ► Aplicando o teorema de trabalho-energia cinética, como foi realizado no caso gravitacional, obtemos K f + U elf = K i + U eli ► Dizemos que a soma K+Uel da energia cinética com a energia potencial elástica, permanece invariável durante o movimento de componente do sistema. ► O lado esquerdo da expressão DK + DU el = 0 representa a soma das variações da energia armazenada no sistema. O lado direito é nulo, porque não há transferência de energia através do limite do sistema, ou seja, o sistema bloco+mola+parede é isolado do meio. ► A energia mecânica, Emec = K + U el é conservada para um sistema bloco+mola+parede. ► Refazer os Exemplos 10.6, 10.7 e 10.8. No Exemplo 10.7, note que duas energias potenciais são utilizadas. Exemplo 10.8 é semelhante ao problema 3 da lista 10. A resposta do item (d) deste problema se encontra no primeiro parágrafo da Resolução do Exemplo 10.8. ► Responda a questão Pare E Pense 10.5 ► 10.6 Colisões elásticas ►Numa colisão, estudamos que o momento linear do sistema se conserva: rr p f = pi O momento linear definido como p = mv e a energia cinética rrrr mv 2 mv · v mv · mv K= = = 2 2 2m onde se aplicou a definição do produto escalar e no último termo multiplicou-se e dividiu-se por m. Utilizando o vetor momento linear e a definição do produto escalar, obtemos p2 K= 2m A energia cinética é escrita como função do momento linear escalar. Numa colisão inelástica, temos Kf < Ki. Uma parte da energia mecânica do sistema é transferida para o ambiente. Se, na primeira metade de uma colisão, toda a energia cinética for transformada em energia potencial elástica e, na fase final da colisão, toda esta for convertida de volta em energia cinética, a colisão é denominada colisão elástica. ► Temos duas leis de conservação rr p f = pi K f = Ki a do momento linear e da energia cinética. A primeira expressão é vetorial e a segunda escalar. ► Deduzir: Considere duas partículas de massas diferentes movendo ao longo de uma reta como mostra a figura. As duas partículas se colidem frontalmente e depois se movem cada uma com velocidade diferente da que possuía. A colisão é elástica. Equações das conservações de momento linear e energia cinética são utilizadas m1v1i - m2 v2i = m1v1 f + m2 v2 f 2 2 mv12i mv22i mv1 f mv2 f + = + 2 2 2 2 Mostrar que as velocidades das partículas após a colisão são v1 f = m1 - m2 2m2 v1i + v2i m1 + m2 m1 + m2 v2 f = 2m1 m - m1 v1i + 2 v2i m1 + m2 m1 + m2 No caso particular em que a partícula 2 está em repouso, as velocidades após a colisão são apresentadas na Equação 10.43 do livro texto. ► Atenção: O problema 10.27 do livro-texto não se trata de uma colisão elástica. ► Resolver: Após deduzir as equações acima, resolver o problema 10.57 do livro –texto. Recomendação de sempre: não decorar as expressões deduzidas! ► 10.7 Gráficos de Energia Cinética e Potencial e Equilíbrio de um Sistema ► A energia mecânica de um sistema, onde os membros interagem por meio da força gravitacional, é a soma das energias potencial gravitacional, Ug = m g y, e cinética, K = 0,5 m v2. Emec = K + Ug. A figura abaixo mostra o diagrama de energia de um corpo de massa m= 2,0 kg lançado verticalmente para cima e atingindo a altura máxima yf = 3,0m. Usa-se g = 10 m/s2. A energia mecânica do sistema é Emec = Ug = mgyf = 60 J, pois, na altura máxima, a energia cinética é nula. Inicialmente, y = 0, a energia mecânica é somente cinética e a velocidade escalar pode ser determinada, 0,5 m vi2 = 60 J. A curva da energia cinética é determinada, em cada posição y, pela diferença entre a energia mecânica e energia potencial gravitacional, K = Emec – Ug. Na posição em que Emec = Ug, ou seja, onde K = 0, é um ponto de retorno, em que o corpo inverte o sentido de movimento ( isto já foi visto em cinemática). ► A extremidade esquerda da mola de constante elástica igual a 1,25x103 N/m é presa na parede e a outra, no bloco de massa 0,500 kg. Quando o bloco é empurrado contra a mola por um agente externo, a energia potencial elástica e a energia total do sistema aumentam. Quando a mola é comprimida em 5,00cm, posição à esquerda de x = 0, a energia potencial elástica armazenada na mola é E mec kx 2 1, 25 ´103 ´ (-5, 0 ´10-2 ) 2 = = = 1, 56 J 2 2 Na posição de compressão máxima, x= -5,00cm, a energia cinética é nula. Quando o bloco é liberado, a mola exerce uma força sobre ele e o empurra para a direita. A energia mecânica do sistema, 1,56J, é transformada em cinética do bloco, K, e potencial elástica, U. Nessa mudança de configuração do sistema, a mola retorna a seu comprimento original, isto é, na posição de equilíbrio, x=0, a energia potencial elástica armazenada é completamente transformada em energia cinética. A energia potencial mecânica é totalmente cinética. Como a mola está presa ao bloco, ela é distendida pelo movimento (inércia) do bloco e continua a troca de energia cinética do bloco em potencial elástica. A transferência é total quando a mola é esticada em x=xf = 5,00cm. Este é o ponto de retorno. Retoma o movimento para a esquerda repetindo o processo de transformação da energia. Outro ponto de retorno é em x= -5,00cm. A descrição está representada na figura. ► O movimento de um sistema pode ser entendido por meio de um gráfico de sua energia potencial pela posição de um membro do sistema. A mudança na energia potencial é dada por xf DU = -W = - ò Fx dx xi Quando DU < 0 , a Fx e dx , estão na mesma direção. Por exemplo, quando o corpo é baixado em um campo gravitacional ou quando uma mola empurra um corpo em direção ao equilíbrio. Temos DU = U f - U i Considerando Ui(xi) a configuração de referência do sistema, e medir todas as diferenças de energia potencial em relação a ela. Escrevemos xf U f ( x) = - ò Fx dx + U i xi A variação infinitesimal na energia potencial do sistema, dU, será dU = - Fx dx A força conservativa é relacionada à função energia potencial por meio da relação Fx = - dU dx Ou seja, o componente x da força, atuando sobre um membro dentro de um sistema, é igual à derivada negativa da energia potencial do sistema em relação a x. Exemplos: (a) (b) d (mgy ) dy r Fy = -mg Þ F = -mgjˆ U g = mgy Þ Fy = - kx 2 Ug = Þ Fx = -kx 2 r Þ F = - kxiˆ ► O gráfico abaixo ilustra a variação da energia potencial de uma partícula do sistema. As E1 e E2 são as energias mecânicas a uma dada configuração do sistema. Se uma partícula é solta em x1, U1 = E1, ela começa a se mover para direita. Acelera até x2 , pois Fx >0 , e desacelera até x3, pois Fx < 0. Em x3, ela para, K = 0. Esta posição é posição de equilíbrio instável. Uma pequena perturbação que a partícula sofra, ela pode se move para direita ou para esquerda. Se ela for para a esquerda, Fx < 0, retorna para x1 e se for para a direita, Fx >0, ela para em x7. Como nessa posição, Fx < 0, ela retorna para x3. A x7 como a x1 são posições de retorno para a partícula de um sistema com energia total E1. Outras posições de retorno são x4 e x6 para a partícula de um sistema com energia total E2. Na posição x2, Fx = 0, a partícula está em repouso, e qualquer perturbação que a partícula sofra, produz uma pequena oscilação em torno desta posição, por isso, esta posição é conhecida como posição de equilíbrio estável. ►Pergunta: (a) Nas posições de retorno, x1, x4 , x6 e x7 ,citadas no texto acima, a força sobre a partícula é positiva, negativa ou nula? Justificar. (b) As energias mecânicas E1 e E2 citadas no texto acima podem ser positivas ou negativas? Explicar. ► Responda a questão Pare E Pense 10.6.