introdução à “filosofia pré-socrática”

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introdução à “filosofia pré-socrática”
Coleção cátedra
coordenada por gabriele cornelli
• Platão: A construção do conhecimento
José Gabriel Trindade Santos
• Introdução à “filosofia pré-socrática”
André Laks
andré laks
Introdução
à “filosofia pré-socrática”
Título original: Introduction à la philosophie présocratique
© Presses Universitaires de France, 2006
ISBN 978 2130556633
Tradução: Miriam Campolina Diniz Peixoto
Revisão Técnico-científica: Gabriele Cornelli
Direção editorial: Claudiano Avelino dos Santos
Assistente editorial: Jacqueline Mendes Fontes
Diagramação: Ana Lúcia Perfoncio
Revisão:Iranildo Bezerra Lopes
Thiago Augusto Dias de Oliveira
Capa: Marcelo Campanhã
Impressão e acabamento: PAULUS
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Laks, André
Introdução à “filosofia pré-socrática” / André Laks; [tradução Miriam Campolina Diniz Peixoto].
– São Paulo, Paulus, 2013. – (Coleção cátedra / coordenada por Gabriele Cornelli)
Bibliografia.
ISBN 978-85-349-3580-7
1. Filosofia - História 2. Filosofia antiga 3. Pré-socráticos I. Cornelli, Gabriele. II. Título. III. Série.
12-13212CDD-182
Índices para catálogo sistemático:
1. Pré-socráticos: Filosofia antiga 182
Coleção com apoio:
1ª edição, 2013
©PAULUS – 2013
Rua Francisco Cruz, 229 • 04117-091 • São Paulo (Brasil)
Fax (11) 5579-3627 • Tel. (11) 5087-3700
www.paulus.com.br • [email protected]
ISBN 978-85-349-3580-7
sumário
Apresentação da coleção.................................................... 7
Apresentação............................................................................. 11
Pré-Socráticos: os antecedentes antigos............................................ 15
Pré-Socráticos: a constelação moderna............................................. 39
Filosofia.............................................................................................. 59
Racionalidade..................................................................................... 83
Origens...............................................................................................103
Questões ...........................................................................................117
Referências bibliográficas..................................................141
Índice das passagens antigas..............................................153
Índice de autores, escolas
e personagens antigos..........................................................157
Índice dos autores modernos...........................................159
Introdução à “filosofia pré-socrática”
APRESENTAÇÃO da coleção
A
Coleção Cátedra deriva seu nome da Cátedra UNESCO
Archai: as origens do pensamento ocidental, que quis emprestar a esta coleção sua filosofia de trabalho e sua sensibilidade
para os estudos das origens do pensamento ocidental.
A UNESCO, patrocinando o Grupo Archai como sua Cátedra, e tornando-a membro da rede UNITWIN da UNESCO
Chairs, reconheceu o impacto científico de suas diversas atividades. De fato, Archai atua há mais de uma década como centro
de consolidação de pesquisas, organização de cursos e seminários, e publicação de livros e revistas, com forte atuação em nível
nacional e internacional, procurando construir uma abordagem
interdisciplinar que permita fazer compreender a filosofia antiga
em seu contexto político, econômico, religioso, literário.
Em parceria com a Paulus, editora renomada e de grande
alcance no mercado editorial brasileiro, a coleção visa disponibilizar, para um público brasileiro de especialistas e interessados, cada dia mais amplo e exigente, monografias, comentários,
traduções, compêndios e obras temáticas que explorem o vasto
campo do pensamento ocidental em suas origens greco-romanas.
Gabriele Cornelli
Diretor da Coleção Cátedra
Coordenador da Cátedra UNESCO Archai
www.archai.unb.br
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A Nuria
que não o fez menos nascer.
Introdução à “filosofia pré-socrática”
Apresentação
E
sta introdução à “filosofia pré-socrática” não tem por objetivo apresentar os diferentes pensadores que nos acostumamos a reunir sob a denominação de filósofos pré-socráticos
– para não citar senão os mais conhecidos, Anaximandro, Parmênides, Heráclito, Anaxágoras, Empédocles, Demócrito ou Protágoras. Não que eles não venham a ser mencionados. Como falar
dos Pré-Socráticos, ou mesmo dos “Pré-Socráticos”, sem falar de
Pré-Socráticos? Mas eles são aqui considerados coletivamente.
Esta abordagem me pareceu como uma prévia da interpretação.
Ao longo de minhas pesquisas exegéticas concernentes aos autores particulares, eu, com efeito, fui constantemente reconduzido
ao problema da unidade do pensamento pré-socrático e da classificação dos pensadores a esse relacionados. Aqueles que nós
nomeamos Pré-Socráticos não se concebiam como tais, por uma
razão ainda mais radical segundo a qual os neoplatônicos não se
consideravam tampouco como neoplatônicos: Sócrates não era
para eles uma referência, no máximo um irmão caçula, ou mesmo um contemporâneo. E não foi, além disso, senão mais tarde,
ao final do período que abarcamos sob a denominação de “filosofia pré-socrática”, que eles começaram a ser designados como
“filósofos”. Mas se os filósofos pré-socráticos não são filósofos
e pré-socráticos senão retroativamente, convém que nos interroguemos sobre a maneira pela qual eles se tornaram tais. Para
pôr em evidência a construção, certamente, mas também para
se interrogar sobre sua possível legitimidade (razão pela qual eu
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Apresentação
recuso o termo “invenção”, além do mais hoje em dia galvanizado). A importância da questão se deve evidentemente ao fato de
que, quando nós falamos dos filósofos pré-socráticos, é sobre as
origens da filosofia grega, e por conseguinte ocidental, que nós
falamos. O livro parte, pois, das questões tipológicas ligadas ao
emprego do sintagma “filosofia pré-socrática”, e do que se encontra em jogo sob essa denominação, para problematizar, em
seguida, a questão mesma das “origens” e da “racionalidade”.
Ele se conclui com a confrontação de dois modelos de historiografia filosófica, provenientes, um deles, da tradição fenomenológica (Gadamer), e o outro, da tradição racionalista (Cassirer).
Se minha preferência se volta claramente para esse último, não
sugiro aqui nenhuma abordagem que seja imune às críticas que
se podem dirigir a cada um deles. Esta breve introdução, que
tem em vista preparar o terreno, e que permanece programática, antecede uma outra, que trataria dos recursos e dos limites
da filologia nesta matéria, e desembocaria na análise de posições
individualizadas.1
As remissões aos fragmentos dos autores pré-socráticos são
aquelas da edição de referência (H. Diels e W. Kranz, Die Fragmente der Vorsokratiker, 6a ed., Berlim, 1951), cuja numeração é
reproduzida em todas as traduções disponíveis. Para suavizar a
grafia, eu não indiquei o número que o autor recebe em Diels,
1
Os diferentes capítulos deste ensaio se apoiam em grande parte em textos
anteriormente publicados, que foram todos refundidos em medidas variáveis. Trata-se
de: “Les origines de Jean-Pierre Vernant. À propos des Origines de la pensée grecque”,
Critique, 612, maio de 1998, p. 268-282; “Comment s’écrit l’histoire des débuts? À
propos des Présocratiques”, Internationale Zeitschrift für Philosophie, 2001, p. 153-172;
“ ‘Philosophes présocratiques’. Remarques sur la construction d’une catégorie de
l’historiographie philosophique”, em G. W. Most (org.), Historizierung/Historicization
(=Aporemata 5), Göttingen, Van der Hoeck und Ruprecht, 2001, p. 293-311, assim
como em A. Laks e C. Louguet (orgs.), Qu’est-ce que la philosophie présocratique?, Lille,
Presses Universitaires du Septentrion, 2002; “Gadamer et les Présocratiques”, em J.-C.
Gens, P. Konto e P. Rodrigo (orgs.), Gadamer et les Grecs, Paris, Vrin, 2004, p. 13-29;
“Remarks on the differenciation of early Greek philosophy”, em R. Sharples (org.),
Philosophy and the Sciences in Antiquity, Aldershot, Ashgate, 2005, p. 8-22.
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Introdução à “filosofia pré-socrática”
nem acrescentei a abreviação usual DK quando isso não se mostrou necessário. Assim, quando eu indico, em um contexto em
que se encontra em questão Demócrito, o testemunho A 25 ou o
fragmento B 11, as indicações extensas seriam 68 A 25 DK ou 68
B 11 DK. As referências completas das obras e estudos citados em
nota pelo simples nome do autor seguido da data da publicação
utilizada são apresentadas de modo completo na bibliografia. A
segunda data que figura por vezes entre parênteses remete à data
de publicação original. A tradução dos textos gregos citados é
minha, salvo indicação contrária.
Gérard Journée me ajudou a tornar mais preciso o manuscrito. Ainda uma vez, este não teria tomado forma sem os encorajamentos de Thierry Marchaisse e sem sua leitura, aberta e
exigente, das primeiras versões. Que ele receba aqui a expressão
de minha profunda gratidão.
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