TÍTULO: AS DIFICULDADES E AS COMPLEXIDADES ENCONTRADAS NA ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DENTRO DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E O RELACIONAMENTO COM O DESENVOLVIMENTO INFANTIL AUTORES: CASTRO, M. S.; SANTANA N. F. O.; BILMAIA R. A. RESUMO Esse projeto visa mostrar as possíveis causas e as dificuldades de aprendizagem que crianças apresentam no processo de alfabetização em relação à leitura e escrita, a pesquisa será realizada em crianças do 5º ano de ensino fundamental. Vários fatores contribuem com o desenvolvimento de dificuldades no aprendizado, através desse projeto foi possível compreender que as dificuldades e fracassos nas séries iniciais na aprendizagem da leitura e escrita são um grave problema que deve ser solucionado. Palavras chave: Alfabetizar, ensinar, conhecer. ABSTRACT This project aims to show the possible causes and learning difficulties that children have the literacy process in relation to reading and writing, the search is performed in children in the 5th year of elementary school. Several factors contribute to the development of learning difficulties, through this project was possible to understand the difficulties and failures in the early grades in reading and writing are a serious problem that must be solved. Keywords: Literacy, teach, learn. INTRODUÇÃO O presente estudo trata-se de uma abordagem aos elementos à alfabetização, mais precisamente vislumbrar uma menção às problemáticas e as dificuldades que afetam o bom desenvolvimento do aprendizado. Cumpre destacar, já de início que os problemas e as dificuldades na alfabetização podem advir das mais diversas formas, principalmente quando há certas deficiências, sendo que os conteúdos são abordados neste estudo. O objetivo dessa pesquisa é identificar as principais dificuldades que os alunos apresentam no desenvolvimento da leitura e escrita. A pesquisa será realizada em uma Escola Municipal na cidade de Apucarana-PR. A Escola possui aproximadamente 196 alunos matriculados. Até o momento utilizou-se o método de pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa utilizando informações da Biblioteca da Faculdade Apucarana, além de artigos disponíveis na Internet. Para pesquisa de campo será utilizado o método de avaliação quantitativa, onde serão aplicados questionários em crianças do 5º ano do ensino fundamental visando identificar as principais dificuldades de aprendizado apresentadas pelos alunos. REFERENCIAIS TEÓRICO - METODOLÓGICOS Esse projeto foi realizado através de pesquisas com base nas teorias e estudos da psicolinguista Emília Ferreiro: Para Ferreiro (1996) a aprendizagem é um processo natural e espontâneo de todo ser humano, desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo assim a sua sobrevivência. Com três anos as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar sobre a existência, sendo assim a aprendizagem escolar também é um processo natural, que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender. Ferreiro & Teberosky (1990) relatam que para compreender a aprendizagem humana e suas dificuldades é necessário levar em consideração as realidades internas e externas dos indivíduos, utilizando-se de vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. Procurando compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares, sociais e pedagógicos que determinam a condição do sujeito e interferem no processo de aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira prazerosa. A aprendizagem normal para Ferreiro (1997) acontece de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer “dissociações de campo” e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o “mundo”. Os alunos considerados difíceis que apresentavam dificuldades de aprendizagem são através dos estudos feitos por Ferreiro (1997) que pode-se perceber que muitas das vezes não tinha origens em quadro neurológicos, numa linguagem psicanalítica não se estruturam uma psicose ou neurose grave, que não podiam ser considerados portadores de deficiência mental, oscilavam na conduta e no humor e até dificuldades nos processos simbólicos, que dificultam a organização do pensamento, que consequentemente interferem na alfabetização e no aprendizado dos processos lógico-matemáticos, demonstram potencial cognitivo, podendo ser resgatados na sua aprendizagem. A psicolinguística Emília Ferreiro (1996) considera que o fracasso do aluno também pode ser entendido como um fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. É preciso que o professor atente para as diferentes formas de ensinar, pois há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e positivos. No livro A psicogênese da língua escrita publicado por Ferreiro & Teberosky (1990) o aluno ao perceber que apresenta dificuldades em sua aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse, desatenção, irresponsabilidade, agressividade e etc. A dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria. Durante muitos anos os alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e críticas, mas hoje não podemos nos limitar a acreditar que as dificuldades de aprendizagem seja uma questão de vontade do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde vários fatores podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de relacionamento professoraluno, as questões de metodologia de ensino e os conteúdos escolares. A dificuldade de aprendizagem descrito nas ideias de Ferreiro (1997) é um tema que deve ser estudado levando-se em conta todas as esferas em que o individuo participa (família, escola, Sociedade, etc...). Sabe-se que nunca há uma causa única para o fracasso escolar e que também um aluno com dificuldade de aprendizagem não é um aluno que tem deficiência mental ou distúrbios relativos, na verdade, existem aspectos fundamentais que precisam ser trabalhados para obter-se um melhor rendimento em todos os níveis de aprendizagem e conhecimento. Para ela quando fala-se de aprendizagem e conhecimento não esta se referindo apenas a conteúdos disciplinares, mas também a conhecimento e desenvolvimento vital que são tão importantes quanto. Com certeza será a qualidade do ensino ministrado que fará a diferença. A paciência, o apoio e o encorajamento prestado pelo professor serão os impulsionadores do sucesso escolar do aluno. Abrindo-lhe novas perspectivas para o futuro. Acredita Ferreiro (2001) que existem vários fatores que podem prejudicar e aumentar as dificuldades de aprendizagem, são eles: famílias desestruturadas, dificuldades econômicas, problemas cognitivos ou intelectuais, nível sociocultural baixo e problemas orgânicos (ordem física e\ou neurológica). Quanto à prática pedagógica, muitas das vezes o professor trabalha com atividades tediosas e sem graça. Esse é um dado que deve ser levado em consideração. Uma grande parte dos professores não estão preparados para lidar com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, e ao invés de ajudá-los procurando cursos de aperfeiçoamento, buscam desculpas como: aluno desinteressado, indisciplina, desatenção, entre outras. Percebeu Ferreiro (2001) também que alguns professores comprometidos com a educação também enfrentam dificuldades de algumas crianças em apreenderem o que é ensinado apesar dos esforços e recursos aplicados para promover a aprendizagem. É natural encontrarmos docentes que ficam angustiados diante da impossibilidade de fazer com que seus alunos obtenham sucesso escolar. Ensinar crianças com dificuldades de aprendizado segundo Ferreiro (2001) não é uma tarefa fácil, requer do professor uma investigação minuciosa de como cada criança aprende. O professor deve estar ciente das habilidades e fraquezas de cada criança em todos os aspectos, como: leitura, escrita, percepção, audição, visão e memória. Uma vez entendido como cada criança aprende, todos os tipos de atividades podem ser desenvolvidos de forma a ajudar a criança que possuí dificuldades de aprendizagem. Normalmente quando falamos de uma criança com problemas de aprendizagem, referimo-nos a uma criança com inteligência mediana, sem problemas emocionais ou motores sérios e que podem ver e ouvir dentro dos parâmetros normais, porém que ainda assim apresenta alguma dificuldade nas atividades habituais. CONCLUSÃO Esclarecemos que essa análise não teve por objetivo apresentar uma leitura determinista ou reducionista dos resultados obtidos, uma vez que reconhecemos a complexidade dos fenômenos e relações de ordem pessoal e estrutural, que permeiam as práticas pedagógicas que acontecem nas salas de aula. As dificuldades de aprendizagem podem ser consideradas como algo que absorve uma diversidade de problemas educacionais. Desta forma, frequentemente este termo é mal interpretado, em parte devido às várias definições que lhe foram atribuídas. O estudo em questão representa um campo bastante amplo e complexo, que abrange muitos fatores. Conforme estudo e analise de todos os materiais utilizados nessa pesquisa, chega-se a conclusão de que estamos vivendo atualmente em um mundo complexo, é constatado que não existem verdades absolutas, a dúvida é o alimento, a cultura se funde com o poder, onde o exato também pode abrir portas para a indefinição, não tem como definir, prever, conhecer e reconhecer um método que seja perfeito e que solucione todos os problemas e as dificuldades apresentadas pelos; o que é possível será compreender os caminhos que devem ser percorridos. REFERÊNCIAS FERREIRO, Emília &TEBEROSKY, Ana. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990. FERREIRO, Emília. Com todas as letras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. FERREIRO, Emília. Cultura escrita e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre Alfabetização. 24.ed. São Paulo: Cortez, 1996.