Universidade Paulista – UNIP

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – ICH
NEUROFISIOLOGIA
AMANDA CARDOSO DA CRUZ- RA: A20398-2
ANA CLARA FRITZEN OLIVA – RA: 591095-1
JANAYNÃ EULÁLIA – RA: A12FEI-3
LUCILENE M. B. DE OLIVEIRA – RA: A10JEH-0
RAFAEL T. TIMO – RA: A091AH-7
SAMARA DO AMARAL XAVIER – RA: A1071I-2
SHYSLANNE MIRELLA – RA: A09646-9
SISTEMA LÍMBICO
Prof.ª Micheline
Brasília
2010
RESUMO SISTEMA LÍMBICO
Para estudar e emoção é preciso diferenciar o componente subjetivo, que se trata das
emoções propriamente ditas, o que sentimos, do componente periférico ou comportamento emocional
que é a maneira como expressamos essas emoções, raiva, tristeza, felicidade. É importante estudar
essa distinção bem como as áreas do cérebro relacionadas com os processos emocionais. Hoje já se
sabe que tais processos não ocorrem em toda a área cerebral, mas em partes específicas, descobertas
por Hess, destacando-se o hipotálamo, a área pré-frontal e o sistema límbico.
A descoberta de Hess revelou que o hipotálamo está intimamente ligado com o
comportamento emocional, principalmente comportamentos de raiva quando lesionadas certas áreas
do hipotálamo. No caso de estimulações são percebidas sensações de prazer no homem, mostrando sua
extrema importância no controle do comportamento emocional. A importância da área pré-frontal
também foi descoberta através de pesquisas com lesões em certas áreas, que revelou a sua relação com
a memória para fatos recentes, bem como a escolha de comportamentos adequados ao social do
indivíduo, manutenção da atenção e o controle do comportamento emocional.
O medico Paul Pierre Broca (1824- 1880) em suas pesquisas, descobriu a existência de um
lobo independente composto pelo giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo e o caracterizou
como grande lobo límbico. Um outro pesquisador James Papez (1883-1958), para explicar o
mecanismo das emoções, desenvolveu uma teoria em 1937, em que o lobo límbico, o hipotálamo e o
tálamo estariam unidos por um circuito, o circuito de Papez. O sistema límbico, portanto, trata-se de
um sistema ou circuito responsável pela regulação dos processos emocionais.
Os componentes que fazem parte desse sistema são divididos em componentes corticais e
subcorticais. Como dito anteriormente, o giro do cíngulo, o giro para-hipocampal e o hipocampo
fazem parte dos componentes corticais, enquanto que o corpo amigdalóide, a área septal, os núcleos
mamilares, os núcleos anteriores do tálamo e os núcleos habenulares fazem parte dos componentes
subcorticais.
Tais componentes possuem conexões entre eles, dentre as intrínsecas a mais conhecida é o
circuito de Papez, que une hipocampo, fórnix, corpo mamilar, fascículo mamilo-talâmico, núcleos
anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e novamente o
hipocampo, completando o circuito. O corpo amigdalóide e a área septal se unem a esse circuito em
vários pontos do sistema límbico. As conexões extrínsecas por outro lado, possuem uma conexão com
as diversas partes do sistema nervoso central, como por exemplo as conexões viscerais ligadas ao
sistema nervoso simpático e parassimpático.
O sistema límbico possui inúmeras funções, intimamente relacionadas com os processos
emocionais, dentre elas pode-se destacar a regulação de tais processos. Um estudo feito por H. Kluver
e P. Bucy comprovou a teoria de que partes importantes do sistema límbico possuem tal função de
regular as emoções. Outras funções importantes são: a sua participação nos mecanismos de memória,
tanto na memória recente, quanto na memória permanente; regulação do sistema nervoso autônomo e
dos processos motivacionais relacionados à sobrevivência do indivíduo(fome, sede, sexo).
Dentre as estruturas mais importantes do sistema límbico pode-se destacar:
-o corpo amigdalóide: relacionado com o comportamento alimentar, comportamento
agressivo ou de natureza sexual. Mantém amplas conexões com hipotálamo. Tem a função global da
amígdala responsável pela percepção semiconsciente; parece padronizar as respostas comportamentais
apropriadas para cada ocasião.
-área septal: lesões causam a chamada “raiva septal” caracterizada por hiperatividade
emocional, ferocidade e raiva, enquanto que estímulos em tal área mostram sua relação com as
atividades viscerais.
-giro do cíngulo: relacionado com comportamentos de raiva, depressão e ansiedade.
-hipocampo: também relacionado com a agressividade, tendo importante participação nos
mecanismos de memória, como dito anteriormente.
DISCUSSÃO DOS ARTIGOS CIÊNTIFICOS
1. Artigo- Neurobiologia das emoções
O artigo retrata uma discussão atualizada acerca da neurobiologia dos processos relativos às
emoções, demarcando suas conexões com o controle neurovegetativo.
Apresenta as principais estruturas neurais relativas às emoções, suas vias e circuitos de maior
relevância, os neurotransmissores implicados, seguindo-se uma discussão sobre as principais emoções.
Resumo da Discussão
Antecedentes históricos: o SL das emoções
O Renascimento foi marcado por uma revolução na anatomia humana, vários estudos
morfológicos foram feitos e a partir daí foi possível uma descrição detalhada de estruturas orgânicas
(SNC e SNP). Esses estudos ganharam maior destaque no séc. XVIII e XIX apos os trabalhos de Gall,
Broca e Papez.
Gall descreveu a morfologia do cérebro e as principais estruturas cerebrais, que facilitou no
avanço na diferenciação das áreas cerebrais, caracterizando-as e dando suas funções. O primeiro
mapeamento foi proposto por Broca, a partir de observações em pacientes com danos cerebrais.
O verdadeiro impulso para se estudar essas estruturas foi o estudo do caso de Phines Gage.
Após uma explosão no seu local de trabalho Gage foi atingido por uma barra de ferro, no qual atingiu
seu lobo pré-frontal. Gage não perdeu a consciência, mais teve uma mudança drástica no seu
comportamento (tornou-se indeciso, demonstrando indiferença, falsidade, deslealdade e desleixo)
Outros investigadores pioneiros foram Sigmund Exer (fisiologista e psicólogo vienense),
Sigmund Freud ( psicanalista ) e pelo Israel Waynbaum (medico Frances), que buscaram a
composição dos circuitos emocionais.
Na transição entre o séc. XIX e XX foram investigadas e propostas as primeiras teorias
neuropsicológicas da emoção, segundo a concepção de Willian James e Carl Lange – experiências
emocionais subjetivas seria conseqüente de manifestações fisiológicas e comportamentais (por
exemplo: se fica alegre, porque se sorri) – assim como a teoria de Walter Cannon e Phillip Bard – que
formularam que as experiências subjetivas e fisiológicas e comportamentais eram causadas pelo
sistema nervoso central.
Um grande avanço para o entendimento dos fenômenos biológicos relacionados a emoção
foi feito por Joseph Papez anatomista estadunidense), que adotou a perspectiva de concepção de
sistema, em vez de centros emocionais.
De inicio realmente acreditava-se que o lobo límbico estudado e descrito por Broco estaria
relacionado ao olfato, mas Papez demonstrou que as diferentes porções estavam unidas e coordenadas
entre si, formando um circuito (córtex, hipocampo, hipotálamo e núcleos anteriores do tálamo.
A partir de estudos experimentais anteriores foi possível revisar-se as estruturas que
pertenciam ao circuito proposto por Papez, surgindo assim um conceito para Sistema Límbico (SL).
Broca definiu o lobo límbico como o que envolveria estruturas relacionadas a emoção, então “ o SL
passou a ser denominado como o circuito neuronal relacionado as respostas emocionais e os impulsos
motivacionais já tendo sido incluídas em seu bojo estruturas como hipotálamo, amígdala, núcleos da
base, área pre-frontal, cerebelo e septo (o hipocampo,inicialmente inserido, não parece ter participação
decisiva nos mecanismos neurais das emoções na consolidação da memória, incluída aquela de
conteúdo emocional, dai estar relacionado – ainda que não seja pertencente – ao SL)”.
De modo bem semelhante os núcleos anteriores do tálamo não esta confirmado como
elemento importante na constituição da neurobiologia das emoções. Ainda que denominação “sistema
límbico” seja usada para denominar componentes envolvidos nos circuitos cerebrais das emoções, tal
designação vem sofrendo criticas. Como exemplo, o artigo cita a inclusão de varias estruturas
anatômico em sua formação, sem que haja concordância entre os vários autores; a maioria dos
investigadores inclui, no SL, o giro do cíngulo, o giro para-hipocampal, a amígdala, o hipotálamo e a
área de septo. Algumas estruturas como cerebelo, tálamo, área pré-frontal e hipocampo nem sempre
são tidas como pertencentes ao SL, ainda que esses elementos tenham relações diretas com os
processos emocionais e as respostas autonômicas. Isso indica que não há um critério especifico e
aceito pra se decidir sobre uma verdadeira constituição do SL. Ou seja, o artigo apresentado discute
sobre o SL e suas estruturas reconhecidas pelos diferentes autores, assim como aqueles que o
relacionam diretamente com as emoções.
Assim, a idéia do SL, deve-se propor a concepção dos sistemas das emoções, os quais
abrigam os diferentes circuitos e as redes neuronais correlacionáveis aos estados tipificados como
emoção.
Estruturas relacionadas às emoções
Os “sistemas das emoções” parecem estar organizados em rede; nelas não existem
componentes morfofuncionalmente regulatórios mais pronunciados, ou seja, todos os elementos
possuem papeis regulatórios semelhantes entre si. Então os sistemas dependem dessa integração de
forma complexa, não hierárquica.
Figura 1. Estruturas do sistema límbico. Imagem neuroanatômica preparada pelos autores.
Estruturas que compõem o circuito de Papez
Giro do cíngulo: Está relacionado à depressão, à ansiedade e à agressividade, observando-se,
em humanos, lentidão mental em casos de lesão dessa estrutura. Auxilia na determinação dos
conteúdos da memória, observando-se significativo aumento de sua atividade quando as pessoas
recorrem à mentira.
Giro para-hipocampal: Apresenta-se intimamente relacionado ao armazenamento da
memória; de fato, processos lesivos aí localizados produzem amnésia retrógrada isolada, com
preservação da capacidade de armazenar novas memórias explícitas.
Hipotálamo: Segundo Papez, essa estrutura constituiria o segmento central do SL,
relacionando-se às diversas áreas límbicas e encefálicas. Tanto a estimulação quanto a inibição
hipotalâmicas têm, freqüentemente, efeitos profundos sobre o comportamento e as emoções de
animais, incluindo o Homo sapiens sapiens. A estimulação do hipotálamo lateral induz a sede, fome e
aumenta o nível geral de atividade do animal, algumas vezes levando-o à fúria e/ou à luta. Já a
estimulação do núcleo ventromedial provoca situação contrária, ou seja, sensação de saciedade,
redução da ingestão alimentar e tranqüilidade21. A estimulação dos núcleos periventriculares costuma
acarretar medo e reações de punição. O impulso sexual pode ser estimulado principalmente nas
porções mais anteriores e posteriores do hipotálamo. As lesões hipotalâmicas geralmente causam
efeitos opostos aos causados pelos estímulos.
Tálamo: As funções mais conhecidas relacionam-se com sensibilidade, motricidade,
comportamento emocional e ativação do córtex cerebral.
Hipocampo: Exerce importantes funções relacionadas ao comportamento e à memória22.
Pessoas submetidas à remoção bilateral dos hipocampos conseguem acessar a memória aprendida, mas
não conseguem aprender qualquer informação nova. Essa área também está integrada à tomada de
decisões, pois quando o hipocampo interpreta um sinal neuronal como importante provavelmente essa
informação será armazenada na memória21. Recentemente demonstrou-se a relação do hipocampo
com o sistema imunológico, identificando que sua integridade é fundamental para a normalidade da
resposta imune, bem como a interação da memória com os níveis de interleucina 1 alfa (IL-1) e de IL2 O hipocampo não é, atualmente, considerada parte crucial dos sistemas neurobiológicos das
emoções.
Estruturas relacionadas às emoções não pertencentes, originariamente, ao circuito de Papez
são:
Amígdala: É ativada em situações com marcante significado emocional, como encontros
agressivos ou de natureza sexual; está também relacionada aos aprendizados emocionais e ao
armazenamento de memórias afetivas. Ademais, a amígdala é responsável pela formação da
associação entre estímulos e recompensas.
Septo: O septo relaciona-se à raiva, ao prazer e ao controle neurovegetativo. Demonstrou-se, em
animais, que o comprometimento bilateral da área septal provoca “raiva septal”, caracterizada por
hiperatividade emocional, ferocidade e ira diante de situações que geralmente não alteram o
comportamento animal. Pode-se observar alteração na pressão arterial e do ritmo respiratório quando a
área septal é estimulada10. Experiências de auto-estimulação realizadas em ratos permitiram a
localização de “áreas de prazer” no cérebro; dentre as áreas estimuladas com mais freqüência
destacam-se a área septal e as regiões percorridas pelo feixe prosencefálico medial.
Essa hipótese foi, em parte, confirmada em experiências com pacientes humanos.
Área pré-frontal: A área pré-frontal vem sendo considerada a “sede” da personalidade12.
Ainda há muitas especulações em torno dessa região, mas, por meio da interpretação de dados
experimentais e clínicos, nota-se que essa estrutura participa na social; ademais, parece estar
relacionada à capacidade de seguir seqüências ordenadas de pensamentos e a modalidades de controle
do comportamento emocional.
Cerebelo: Atualmente, tem-se reconhecido que este órgão tem funções mais amplas do que
as puramente motoras, atuando em diversos processos cognitivos. O dano cerebelar está associado a
disfunções em tarefas executivas, de aprendizagem, memória processual e declarativa, processamento
de linguagem e funções visuais e espaciais, além de disfunções na personalidade, no afeto e na
cognição. A hipótese que deriva do modelo anatômico é de que o rompimento do circuito neural que
conecta o cerebelo com as áreas associativas e paralímbicas impede a modulação cerebelar das
funções cognitivas relacionadas, provocando alterações nos subsistemas e produzindo déficits de
conduta. Foi proposto um esquema dos diferentes tipos de atividade não-motora, que poderiam
modular-se por distintas regiões cerebelares. No caso da cognição e da emoção, descrevem-se as
regiões cerebelares mais antigas, como o lóbulo flóculo-nodular, o verme, o núcleo fastigial e o núcleo
globoso, os quais podem ser considerados equivalentes a um cerebelo límbico, sendo responsáveis
pelos mecanismos primitivos de preservação, como manifestações de luta, emoção, sexualidade e,
possivelmente, de memória emocional25. Os hemisférios laterais cerebelares e os núcleos denteados e
emboliformes parecem ser responsáveis pela modulação do pensamento, planificação, formulação de
estratégias, aprendizagem, memória e linguagem, características só identificadas nos mamíferos.
Desse modo, o cerebelo vem sendo considerado um poderoso coordenador, capaz de contribuir tanto
para as habilidades motoras, quanto sensoriais e cognitivas, graças às conexões que estabelece com
regiões encefálicas responsáveis pela execução dessas funções.
Para alguns pesquisadores as sensações de prazer podem ser observadas por expressões
faciais e atitudes do animal hedônico. E essas expressões eram mantidas mesmos em animais
anencefálicos, o que sugere que o centro de recompensas liga-se ao tronco cerebral.
Em algumas investigações com ratos, estímulos na área septal(controlados pelo animal)
ocasionava uma situação de deflagramento, causado pelo estimulo, indicando uma relação com o
desencadeamento de prazer. ( conclusão não é tão simples).
A dopamina é fundamental na mediação dos efeitos de recompensa. “Neurônios
dopaminérgicos projetam- se da área tegmentar ventral do mesencéfalo para muitas áreas do encéfalo
através do feixe prosencefalico medial.” Drogas que causa dependência química também aumentam a
eficácia da dopamina (demonstrando o papel desse neurotransmissor nos mecanismos de recompensa
e/ou prazer).
Alegria
Ao induzir alegria (identificação de respostas faciais de felicidade, imagens agradáveis,
indução de recordações agradáveis, prazer sexual e estimulação competitiva bem sucedida), os núcleos
basais foram ativados incluindo o estriado ventral e o putamen. E os núcleos basais recebem inervação
de neurônios dopaminérgicos. A dopamina age independente ( utilizando receptores e GABAergicos
no estriado ventral, na amígdala e no córtex orbito frontal),algo relacionado a estados de afeto ( prazer
sensorial), enquanto os outros neuropeptídios estão envolvidos na sensação de satisfação por meio de
mecanismos homeostáticos. Os gânglios basais também estão relacionados ao desgosto (sensação
comum nos enfermos com esquizofrenia e depressão). Pela suas funções motoras, os gânglios basais
também estão envolvidos na coordenação de respostas apropriadas ao estimulo original, tentando fazer
com que o organismo alcance o seu objetivo (adoção de comportamento de aproximação ou de
retraimento).
Medo
A amígdala e o hipotálamos estão intimamente relacionadas a raiva e o medo. A amígdala é
responsável pela detecção, geração e manutenção das emoções relacionadas ao medo ( reconhecimento
de expressões faciais de medo e coordenação de respostas ao perigo). A lesão da amígdala em
humanos causa redução da emocionalidade e da capacidade de reconhecer o medo. Mas se houver a
estimulação da amígdala pode levar a um estado de vigilância ou atenção aumentada, ansiedade e
medo.
A amígdala exerce uma ligação essencial entre as áreas do córtex cerebral, recebendo
informações de todos os sistemas sensoriais. Por sua vez estas se projetam aos núcleos amígdalianos,
permitindo a integração da informação vindas das varias áreas cerebrais, através de conexões
inibidoras e excitadoras (vias corticais e subcorticais).
“Os núcleos basolaterais são as principais portas de entrada da amígdala, recebendo
informações sensoriais e auditivas; já a via amigdalofugal ventral e a estria terminal estabelecem
conexão com o hipotálamo, permitindo o desencadeamento do medo. A estria terminal esta
relacionada a liberação dos hormônios de estresse das glândulas hipófise e supra-renal durante o
condicionamento.”
A amígdala no processo de desencadeamento do medo pode ser bem estudada por Pavlov
(décadas de 70 e 80), pela técnica do condicionamento. Era oferecido um estimulo neutro (som) e
fazia-se a associação com o estimulo aversivo ( choque). Depois da aplicação ser repetida muitas
vezes, notou0se que o estimulo condicionado foi capaz de provocar respostas como comportamento de
defesa ( fuga e luta), ativação do SNA ( freqüência cardíaca e aumento no fluxo sanguíneo), respostas
neuroendócrinas (liberação de hormônios hipofisarios e supra-renais),
Com esta descoberta, associaram-se comportamentos a amígdala, a ocorrência de lesões
nesta estrutura alteraria aquisição do medo condicionado.
Atravez de tomografiaas concluiu-se que a estrutura é ativada mesmo que o sujeito não
esteja submetido a uma situação de medo. Observou-se que a amigdala não é ativada apenas em
situações que envolvem medo, mas tambem em situações positivas (expressões faciais de alegria).
O papel do lobo temporal na neurobiologia do medo é de extrema importância. Lesões nesta
área produzem alterações no comportamento emocional e social dos animais ( postura dócil, perda do
medo, curiosidade extrema e impulso sexual intenso). Os distúrbios são raros nos seres humanos, as
pessoas afetadas reagem de maneira similar aos símios ( apatia, letargia e insensibilidade emocional).
Raiva
Na década de 1920, o hipotálamo foi uma das primeiras estruturas associadas à raiva. Com a
remoção total do telencefalo iniciaram-se manifestações de raiva em situações não condizentes, porem
quando a lesão se estendia até a metade posterior do hipotálamo o mesmo comportamento não era
observado, ou seja, o hipotálamo posterior estaria envolvido com a expressão de raiva e agressividade,
enquanto o telencefalo mediaria efeitos inibidores sobre esses comportamentos.
Existem dois comportamentos estudados em animais: a agressão predatória, que tem objetivo
de obter alimentos, e a agressão afetiva, com o propósito é a exibição para animais ou fêmeas. Durante
a década de 60, John Flynn identificou que comportamento agressivo era provocado por estimulações
em áreas especificas do hipotálamo (localizadas no hipotálamo lateral e medial, respectivamente).
Não são apenas componentes estruturais que movem estudos envolvendo a participação de
neurotransmissores na modulação da raiva e agressão. A serotonina é um dos neurotransmissores
implicados nessa regulação.
“A raiva parece ser modulada principalmente pelo núcleo acumbens e por intermédio dos
sistemas dopaminérgico e glutamatérgico, uma vez que antidepressivos dopaminérgicos e
psicoestimulantes são potencializadores da raiva e os antipsicóticos e estabilizadores do humor podem
exercer efeitos depressores sobre a raiva.”’
Reação de luta e fuga
Entre hipotálamo e o sistema nervoso autônomo (SNA) o a conexão direta que se dá,
mediante projeções hipotalâmicas para regiões do tronco encefálico, destacando-se o núcleo do trato
solitário. Além dessas vias eferentes, o nervo vago (NC X), um dos principais elementos do SNA
(porção parassimpática), representa ainda um importante componente aferente, ativando áreas
cerebrais superiores.
Dessa forma, o nervo vago destaca-se na participação da resposta integrada (cogniçãoemoção), porque estimula áreas encefálicas, produz reações orgânicas fisiológicas diretas (as
aferências vagais determinarão respostas específicas, inibitórias ou excitatórias em vários tecidos e
sistemas corporais) e também indiretas, por meio da estimulação paralela de outros nervos que se
originem próximo ao centro vagal no sistema nervoso central. Estão relacionadas a um mecanismo de
neurocepção (caracteriza-se pela capacidade de o indivíduo de agir conforme sua percepção de
segurança ou ameaça a respeito do meio onde ele se encontra). Essa percepção pode ser, por exemplo,
pelo tom da voz ou pelos movimentos e expressões faciais da pessoa.
Tristeza
A tristeza é considerada fisiológica e a depressão patológica, ambas vistas como pólos de um
mesmo processo, estando relacionadas em termos neurofisiológicos.
É freqüente a descrição e a definição da correlação entre disfunções emocionais e prejuízos
das funções neurocognitivas. A depressão se associa a déficits em áreas estratégicas do cérebro,
incluindo regiões límbicas. Há vários determinantes biológicos implicados no desenvolvimento, além
dos fatores emocionais (alterações no sistema imunológico).
“Estudos contemporâneos demonstraram que a realização de atividades que evocam esse
sentimento relacionam-se à ativação de áreas centrais, como os giros occipitais inferior e medial, giro
fusiforme, giro lingual, giros temporais póstero-medial e superior e amígdala dorsal, ressaltando-se,
também, a participação do córtex pré-frontal dorsomedial46. Ademais, em indivíduos normais
observou-se, por meio de exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET), que a indução da
tristeza relaciona-se: 1) à ativação de regiões límbicas – porção subgenual do giro do cíngulo e ínsula
anterior –; 2) desativação cortical – córtex pré-frontal direito e parietal inferior –; e 3) diminuição do
metabolismo da glicose no córtex pré-frontal47. Do mesmo modo, no estudo realizado por Phan et al.,
identificou-se importante ativação do córtex cingulado subcaloso (especialmente na região cingulada
anterior subgenual/ventral) após a indução de tristeza nos indivíduos estudados; já nos pacientes com
depressão clínica notou-se hipometabolismo ou hipoperfusão no córtex cingulado subcaloso”.
Emoção e Razão
Para serem processadas as informações percorrem determinado caminho, após chegarem ao
cérebro. Logo após, direcionam-se paras as estruturas límbicas e paralímbicas, pelo circuito de Papez,
ou por outras vias, adiquirindo assim significado emocional, encaminhando-se para determinadas
áreas do córtex cerebral, possibilitando assim tomadas de decisões e desencadeadas ações – processos
relacionados à autonomia (figura 2).
2. Artigo - Sistema Límbico e as emoções – uma visão anatômica
Resumo da discussão
Este artigo traz como objetivo a compreensão algumas das possíveis relações entre as
emoções, o sistema límbico e suas conexões; com um processo de referencias com artigos e livros sua
discussão foi dividida em três partes, por assim dizer, são elas: As emoções, Anatomia do Sistema
Límbico (SL) e As bases neurais das emoções.
Nas Emoções destaca-se o movimento de dentro pra fora, de exteriorização, com isso
foram feitos vários estudos. Estes estudos apontam que através de neurotransmissores, importantes
para a homeostasia, são envolvidas áreas cerebrais no controle motivacional, na cognição e na
memória. Relacionadas a circuitos cerebrais distintos, ou seja, de vários sistemas do cérebro e do
corpo este artigo tem um posicionamento a favor da questão de que a ciência será capaz de explicar os
aspectos biológicos relacionados à emoção.
Em Anatomia do SL mostra-se que o circuito giro do cíngulo, giro parahipocampal,
hipocampo, fórnix, corpo mamilar, núcleo anterior do tálamo constitui o circuito básico das emoções;
hipótese esta ampliada por MacLean (1949) e em seguida corroborando Lockard (1977), estes não
reconheceram as contribuições de Broca mas acabaram contribuindo para a conceituação do SL.
Acredita-se que os giros corticais, os núcleos de substância cinzenta e tratos de substância branca
dispostos nas superfícies mediais de ambos os hemisférios e em torno do terceiro ventrículo sejam as
principais estruturas do SL.
A amígdala localizada no interior da metade anterior do unco do giro parahipocampal
é composta pelas suas diferentes partes basolateral, olfatória e centromedial e é importante ressaltar
que a sua parte centromedial faz ligação com o hipotálamo e tronco encefálico. Com essa aferências a
amígdala exerce influencia sobre experiências emocionais, sendo elas denominadas como pirâmide de
Maslow e ressalta-se que áreas corticais pré-frontais, exercendo atividade modulatória sobre a
amígdala em relação a reações emocionais.
Terminologia Anatômica Internacional, editada em 1998 introduziu o lobo límbico
como um dos lobos cerebrais.
Em As bases neurais das emoções não foi definido precisamente os circuitos
envolvidos no complexo ”sistema das emoções”, somente de uma forma didática como: Prazer e
recompensa, Alegria, Medo, Raiva, Reações de luta-fuga, Tristeza e, Emoção e razão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, J.E.F. & SILVA, L.P. e. Sistema límbico e as emoções: uma revisão anatômica.
Rev Neurocienc 2010. Fortaleza: Faculdade Christus, 2009, 8p.
ESPERDIÃO-ANTONIO, V. et al. Neurobiologia das emoções. In: ESPERIDIÃOANTONIO, V. et al. Rev. Psiq. Clínica. Teresópolis: Unifesco. 2008. Rev. Psiq. Clín 35 (2);
55-65.
MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 2004, 2ª ed., cap. 27-28.
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