Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados Pronuncio

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Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados
Pronuncio-me nesta tarde rendendo homenagens à
oftalmologia brasileira, que no dia de ontem, 07 de maio,
comemorou o Dia do Oftalmologista, uma comemoração recente
considerando que a história do tratamento dos olhos se perde no
tempo.
A OFTALMOLOGIA é a especialidade médica à qual cabem
o estudo, o diagnóstico e o tratamento das doenças e lesões do
olho e seus órgãos anexos. Quer dizer literalmente ciência do
olho.
Foi um dos primeiros ramos da medicina a ser tratado
como especialidade independente.
Não é de estranhar que detectar, entender e tratar
doenças nos olhos sejam atividades bem antigas.
Os registros remontam há 1.600 anos antes de Cristo, no
Antigo Egito, 600 A.C. na Índia, e ao cirurgião Sushruta, que teria
sido o primeiro médico a fazer uma cirurgia de catarata. Também
na Grécia Clássica, passando por Alexandria e depois por Roma, o
tratamento dos olhos sempre foi tarefa importante.
Oftalmologista é, portanto, o médico que cuida dos olhos.
Precisamos valorizar a importância desse profissional da saúde
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que se dedica não só aos aspectos patológicos da visão, mas
também à análise de sua fisiologia.
É uma boa lembrança de que exames periódicos podem
evitar até 70% dos casos de cegueira e que a correção de
pequenas perdas visuais pode evitar muitos e graves problemas
no futuro.
Quero aqui Sr. Presidente, destacar alguns números de
extrema importância e dados de alta relevância:
- o total estimado de cegos no Brasil em 2011 foi de 1.158.000
pessoas; a estimativa de cegueira cresce exponencialmente em
função da idade, chegando a ser de 15 a 30 vezes maior em
pessoas com mais de 80 anos do que na população com até 40
anos de idade.
- existem cerca de 5,3 milhões de brasileiros com perda visual
severa (sem que aí estejam contabilizados erros de refração e
presbiopia); aproximadamente 15 milhões de crianças em idade
escolar possuem problemas de refração que podem interferir em
seu desempenho diário (problemas de aprendizado, autoestima
e de inserção social);
- o Brasil, com 190 milhões de habitantes, tem população de
míopes estimada entre 21 e 68 milhões de indivíduos e entre 2 e
7 milhões de pessoas com miopia degenerativa;
- a prevalência da miopia na população geral varia de 11 a 36%,
sendo menor em negros e maiores nos asiáticos;
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- a hipermetropia apresenta prevalência de 34% da população o
que equivale a 65 milhões de pessoas;
- a prevalência atual é de aproximadamente 350.000 cegos por
catarata.
- O número de novos casos de catarata a cada ano é estimado
em 20% do observado de prevalência;
- a Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, ligada à OMS,
estima que, no Brasil, 33 mil crianças são cegas por doenças
oculares que poderiam ter sido evitadas ou tratadas
precocemente e que pelo menos 100 mil tem alguma deficiência
visual;
Vejam, Senhores Deputados, a gravidade desses números
aqui apresentados.
Precisamos OLHAR a saúde ocular do povo brasileiro!
Prescindimos de aumentar a qualidade de vida da população
e reduzir o número de intercorrências visuais como cegueira,
glaucoma, catarata, entre outras doenças que atingem milhares
de brasileiros.
É indispensável a valorização desse profissional da saúde.
Quero homenagear, nesta oportunidade, o Conselho
Brasileiro de Oftalmologia-CBO, entidade científica sem fins
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lucrativos, fundada em 1941, na pessoa de seu presidente atual,
Dr. Marco Antônio Rey de Faria e ainda o Prof. Dr. Marcos Ávila,
presidente do Conselho de Diretrizes e Gestão do CBO, um dos
profissionais de maior competência e dedicação que conheço na
atividade médica, referência internacional na oftalmologia, que
faz a diferença!
Quero aplaudir o CBO, que tem por objetivo promover a
saúde ocular da população, a assistência oftalmológica, além de
congregar e representar a Oftalmologia Brasileira, contribuindo
para a elevação do nível técnico, científico e ético do exercício
profissional dos oftalmologistas. E vem fazendo isso ao longo de
sua existência, com muita competência.
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Recentemente realizou aqui no Congresso Nacional, o IV
Fórum Nacional da Saúde Ocular, onde acolheu mais de 700
convidados, entre parlamentares e representantes das
secretarias de saúde estaduais e municipais, onde foram
debatidos as principais causas de cegueira e os avanços ocorridos
no Brasil, nos últimos 10 anos.
Assistimos sim, avanços nesses últimos dez anos, como a
criação de um programa nacional de saúde ocular, que trouxe
benefícios em algumas áreas como a catarata, glaucoma e, em
menor grau, na retinopatia diabética.
Por outro lado assistimos também, estagnações inexplicáveis do
Ministério da Saúde, como na abordagem da DMRI
(Degeneração Macular Relacionada à Idade), da tabela de
honorários do SUS e do Programa Olhar Brasil, que até agora
teve resultados pífios.
É preciso um novo redirecionamento de recursos para a saúde
ocular.
Existe demanda reprimida crescente que precisa ser encarada
com seriedade, já que a saúde ocular afeta de modo dramático a
qualidade de vida das pessoas.
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Contribuirá também para que cada médico oftalmologista, das
diferentes regiões do País, possa perceber a dimensão exata dos
desafios que precisam ser vencidos e, também, da força que a
especialidade detém e do respeito que acumulou junto aos
diferentes setores sociais graças à sua atuação permanente ao
longo dos anos.
Por isso convido a cada colega que venha participar da
construção deste momento histórico para a oftalmologia.
Ao comemorarmos o Dia do Oftalmologista, estamos
reconhecendo o trabalho desses profissionais valorosos.
Salve a Oftalmologia Brasileira!
Que Deus abençoe o Brasil e abençoe aos mais de 16.000
oftalmologistas brasileiros.
Deputado Roberto de Lucena (PV-SP)
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