/ BRENDA DE JESUS PEREIRA FÁBIO GOMES DOS SANTOS LEANDRO DOS SANTOS VANESSA TAÍS TRINDADE RIBEIRO PROTÓTIPO DE UMA MÁQUINA DE SOLDA PONTEADEIRA SANTO AMARO - BA 2016 BRENDA DE JESUS PEREIRA FÁBIO GOMES DOS SANTOS LEANDRO DOS SANTOS VANESSA TAÍS TRINDADE RIBEIRO PROTÓTIPO DE UMA MÁQUINA DE SOLDA PONTEADEIRA Relatório de Projeto Eletromecânico Integrador apresentado no Curso Técnico em Eletromecânica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, campus Santo Amaro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Técnico em Eletromecânica. Professor Orientador: Prof. MSC. Elvio Prado da Silva Professor Co-Orientador: Pascoal Ramos SANTO AMARO - BA Prof. Marcus Vinicius AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus inicialmente pelo dom da vida, O único digno toda honra e glória, pois sem o seu amor e misericórdia não teríamos realizado tal feito. Somos gratos a todos que contribuíram de forma direta e indiretamente para construção da máquina de solda por pontos, ao IFBA Campus Santo Amaro- BA , professores e técnicos, em especial aos professores Irênio Junior, Marcos Vinícius, Ariomar Luz, Edson Diniz e ao nosso orientador Élvio Prado por dividir seu conhecimento, por toda paciência e disponibilidade; técnicos Danilo e Wagner por estar sempre nos apoiando e ajudando. Aos nossos familiares por todo apoio, carinho, amor, dedicação, toda paciência, compreensão e torcida; é injusto não citar todos, mas cada um desse aqui citados possa representar nossa gratidão a toda parentela: Jaqueline, Dona Purificação, Senhor Evânio, Dona Vera, Eliomar, Davi, Juliane, Everton e Jose. O apoio e incentivo dos colegas da turma do 4º módulo, que todo momento demonstrou preocupação com realização do projeto. Agradecemos a todos os nossos amigos pelos incentivos, doações, ideias e pela atenção, em especial Joedson, Caique e Eudes Bouças. Resumo: Este projeto tem por objetivo construir um protótipo de uma Máquina de Solda a Ponto por Resistência, com a função de unir permanentemente peças metálicas de pequenas espessuras, neste caso de até 0,87mm, e que sejam compostas de aço carbono e suas ligas. Durante o processo de confecção empregou-se uma visão sustentável, tendo em vista que maior parte dos componentes que compuseram a estrutura do protótipo é e-lixo, ou seja, lixos eletroeletrônicos. O funcionamento da máquina foi baseado com funções similares as encontradas nas indústrias, no intuito de ser utilizada como material didático nas aulas práticas; visto que o IFBA campus Santo Amaro-BA não possui material semelhante, este se torna um equipamento útil para a instituição, contribuindo assim para uma formação de excelência de novos técnicos. A máquina funciona ao ser submetido a uma força mecânica através do pressionamento de um botão, e o processo de soldagem inicia-se ao unir às faces dos eletrodos e simultaneamente acionar o botão, liberando uma corrente de curto-circuito de aproximadamente 520A (medida durante testes), e é um equipamento considerado portátil, pois pesa aproximadamente 11,0kg. Após a confecção da máquina de solda, fez-se necessário fazer alguns testes para verificar os limites do protótipo, contudo foram feitos teste de curto-circuito onde pôde perceber que a máquina só poderia ser submetida ao curto no máximo durante 20 segundos sem danificar os enrolamentos da mesma, e durante este teste pôde observar que a corrente aumenta de acordo com o tempo necessário para soldar a peça, chegando a valores superiores a 500A.Ainda durante os testes, percebeu-se que após o processo os eletrodos aquecem a uma temperatura que pode ocasionar queimaduras, nos primeiros 10 segundos a mesma chega a medir 65ºC, visando evitar este tipo de acidente foi confeccionado uma proteção removível. Em fim durante a realização dos testes obteve-se resultados satisfatórios como: uma solda de boa qualidade e dentro dos padrões encontrados nas indústrias. Palavra- Chave: Soldagem, Sustentabilidade, Máquina Ponteadeira, Soldagem por resistência e didático. ABREVIATURAS E SIGLAS A - Ampères; cm - centímetro; CC – Corrente Contínua; = Frequência; Hz - hertz ; IFBA – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia; I’ - Corrente corrigida em função da temperatura; Ib – Corrente do circuito; s – segundos; mm – milímetros; MSP- Máquina de Solda Ponteadeira; NA – Normal Aberto; NF – Normal Fechado; NR – Norma Regulamentadora; PVC - Policloreto de polivinila; V – volt; Vcc – Tensão Contínua; TIG – Tungsten Inert Gas; = Tensão do primário; U – tensão de alimentação; RSW - Soldagem de Pontos por Resistência Elétrica LISTA DE FIGURAS Figura 1: Etapas da transformação metalúrgica ............................................... 19 Figura 2: Transformador ................................................................................... 21 Figura 3: Tipos de eletrodos ............................................................................. 24 Figura 4: Representação da operação realizada pelos eletrodos e as resistências elétricas ........................................................................................ 25 Figura 5: Tipos de máquina de soldagem por resistência ................................ 26 Figura 6: Transformador da MSP ..................................................................... 33 Figura 7: Bobina do trafo .................................................................................. 35 Figura 8- Transformador com bobina secundária adaptada para MSP ............ 38 Figura9: Teste de continuidade. ....................................................................... 39 Figura 10: Ventoinha ........................................................................................ 40 Figura 11: Circuito de comando presente no projeto........................................ 46 Figura 12: Contator110V, 9A ............................................................................ 47 Figura 13: Catálogo do Fabricante do dispositivo usado no projeto ................. 49 Figura 14: Botão de comando sem retenção.................................................... 50 Figura 15: Parafusos adaptados como eletrodos ............................................. 52 Figura 16: Mola Helicoidal de tração ................................................................ 53 Figura 17: Esboço do braço de manobra. ........................................................ 54 Figura 18: Movimentos que o braço móvel pode realizar. ................................ 55 Figura 20: Desalinhamento nos eletrodos e recurso utilizado. ......................... 56 Figura 21: Circuito elétrico do projeto............................................................... 57 Figura 22: Fixação do transformador. .............................................................. 57 Figura 23: Posicionamento do sistema de refrigeração. .................................. 58 Figura 24: Contator posicionado na estrutura da máquina. .............................. 58 Figura 25: Condutores de saída ligados em paralelo ....................................... 59 Figura 26: abertura do furo e pasagem do condutor no gabinete..................... 60 Figura 27: Inserção do botão de comando no braço de manobra. ................... 60 Figura 28: Eletrodos. ........................................................................................ 61 Figura 29: Isolação do parafuso. ...................................................................... 62 Figura 30: Cabo de alimentação. ..................................................................... 62 Figura 31: Cabo do aterramento com garra na Extremidade ........................... 63 Figura 32: Gráfico de opinião dos discentes .................................................... 65 Figura 33: Suficiência dos equipamentos ......................................................... 66 Figura 34: Avaliação da Qualidade .................................................................. 67 Figura 35: Qualidade do Ambiente ................................................................... 68 Figura 36: Importância de uma MSP ................................................................ 69 Figura 37: Proteção da hélice do ventilador ..................................................... 71 Figura 38: EPIs exigidos na área de solda ....................................................... 73 Figura 39: Sequência dos transformadores inutilizados, antes de chegar ao sexto. ................................................................................................................ 79 Figura 40: Teste de tensão em vazio ............................................................... 80 Figura 41- Chapas utilizadas nos testes .......................................................... 81 Figura 42- Teste de soldagem da chapa .......................................................... 81 Figura 43- Temperatura dos eletrodos após tentativa de soldagem. ............... 82 Figura 44: Chapas soldadas............................................................................. 83 Figura 45- Ensaio de soldagem de chapas de aço carbono galvanizado ........ 84 Figura 46- Posição da ventoinha em relação ao transformador ....................... 85 Figura 47-Circuito Equivalente de Transformador Monofásico ........................ 86 Figura 48: Esquema do ensaio em vazio ......................................................... 88 Figura 49: Ensaio em curto-circuito com o lado e baixa em curto .................... 91 Figura 50: MSP Pronta ................................................................................... 102 Figura 51: MSP Aberta ................................................................................... 102 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Propriedades físicas do latão ........................................................... 24 Tabela 2: Condutividade de alguns materiais................................................... 25 Tabela 3: Contato normalmente aberto (NA).................................................... 27 Tabela 4: Dados dos regimes AC-3 eAC-4. ..................................................... 28 Tabela 5 Fatores de correção para temperatura diferente de 30° para linhas não subterrâneas ............................................................................................. 42 Tabela 6: Capacidade de condução de corrente, de acordo com a bitola do condutor, em amperes. .................................................................................... 43 Tabela 8: Capacidade de condução de corrente para cabos de cobre com isolação em EPR e XLPE (90°C) ..................................................................... 44 Tabela 7: Seção mínima dos condutores ¹) ...................................................... 44 Tabela 9: Composição de uma tonelada de sucata eletrônica mista ............... 76 Tabela 10: Componentes e seus efeitos na saúde humana ............................ 77 Tabela 11 – Materiais reaproveitados para a construção da MSP ................... 77 Tabela 12- Teste de soldagem das chapas ..................................................... 82 Tabela 13- Comportamento da MSP na soldagem das chapas ....................... 84 Tabela 14- Comportamento do trafo da MSP nos ensaios em curto circuito e em vazio. .......................................................................................................... 86 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................... 15 1.1 1.2 1.3 1.4 1.4.1 1.4.2 1.4.3 1.4.4 1.4.5 1.4.6 1.4.7 1.4.8 1.4.9 1.4.10 APRESENTAÇÃO ............................................................................... 15 JUSTIFICATIVA................................................................................... 16 OBJETIVOS ........................................................................................ 16 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 17 Processo de soldagem por Resistência .......................................... 17 Fonte de Corrente alternada (Transformador)da MSP. .................. 20 Eletrodos não consumíveis .............................................................. 23 Resistência Elétrica ........................................................................... 25 Máquinas de soldagem de pontos por resistência ......................... 26 Comandos e acionamento do circuito elétrico ............................... 27 Contator .............................................................................................. 27 Cálculo da bitola do condutor .......................................................... 28 Materiais ............................................................................................. 29 Procedimentos metodológicos ........................................................ 30 2 DISTINÇÃO, ESPECIFICAÇÃO E ANALISE TÉCNICA DOS COMPONENTES ELÉTRICOS E MECÂNICOS. ............... 33 2.1 2.1.1 2.1.2 2.2 2.3 2.4 2.5 2.5.1 2.5.2 2.6 2.7 2.8 TRANSFORMADOR UTILIZADO NO PROTÓTIPO ............................ 33 Primeiro método: contagem das espiras ........................................ 35 Segundo método de obtenção do número de espiras ................... 36 CONFECÇÃO DA BOBINA SECUNDARIA ....................................................... 38 SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO .......................................................... 39 CONDUTORES ELÉTRICOS .............................................................. 40 CIRCUITO DE COMANDO .................................................................. 45 Contator .............................................................................................. 46 Botão de Comando sem retenção .................................................... 49 ESTRUTURA DO PROTÓTIPO ........................................................... 50 ELETRODOS ...................................................................................... 50 ELEMENTO ELASTICO (MOLA) ......................................................... 52 3 MONTAGEM DO PROTÓTIPO .......................................... 54 3.1 3.2 3.3 3.3.1 3.3.2 ESTRUTURA DA MÁQUINA ............................................................... 54 CIRCUITO ELÉTRICO......................................................................... 56 INSTALAÇÃO DOS ELETRODOS....................................................... 61 Cabo de alimentação (tomada) ......................................................... 62 Aterramento ....................................................................................... 63 4 ANÁLISE SOCIAL, NORMAS REGULAMENTADORAS E QUESTÕES SUSTENTÁVEIS ENVOLVIDAS NA CONSTRUÇÃO DA MSP. .................................................. 64 4.1 4.2 PESQUISAS DE CAMPO .................................................................... 64 NRS EMPREGADAS NA CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DO PROTÓTIPO ....................................................................................... 70 4.2.1 Importância do aterramento. ............................................................ 70 4.2.2 Proteção de elementos girantes....................................................... 71 4.2.3 Ergonomia durante o manuseio do equipamento .......................... 72 4.2.4 Segurança no ambiente de trabalho .................................................... 72 4.2.5 Ambiente para processo de soldagem ................................................ 74 4.2.4 NR 10 .................................................................................................. 75 4.3 O EMPREGO DE RESÍDUO PARA A CONSTRUÇÃO DA MSP ................ 75 5 6 FALHAS DURANTE O PROCESSO DE MONTAGEM ...... 79 ENSAIOS E TESTES DE FUNCIONAMENTO DA MSP .... 81 6.1 CÁLCULOS PARA A OBTENÇÃO DO CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR .................................................................................. 86 6.1.1 6.1.2 Ensaio em Vazio do transformador usado na MSP ........................ 87 Ensaio em curto-circuito do transformador da MSP ...................... 91 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................... 88 8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTURO ................... 90 REFERÊNCIAS ............................................................................. 92 APÊNDICE A ................................................................................ 94 APENDICE B ................................................................................ 96 APENDICE C ................................................................................ 97 APENDICE D ................................................................................ 99 APENDICE E .............................................................................. 100 APÊNDICE F ............................................................................... 101 ANEXOS ..................................................................................... 102 15 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO Soldagem é o processo de união permanente de peças metálicas por meio de fusão ou pressão, assegurando na junta da solda a continuidade de propriedades físicas, químicas e metalúrgicas,que vem sendo desenvolvido pelo homem durante anos e atualmente é o fundamental processo de união permanente de peças metálicas (MARQUES, et al 2007). Os processos de soldagem podem ser caracterizados em processo de soldagem por fusão ou processo de soldagem por pressão ou deformação. A Máquina de Solda Ponteadeira (MSP) tem função de soldagem por pressão. A soldagem por resistência a ponto, por ser um processo destinado a chapas de espessura fina, e não alterar o peso da peça, pois não leva metal de adição no momento do processo, o qual se dá o nome de soldagem autógena, técnica essa que acontece quando as peças sobrepostas são pressionadas uma contra a outra através de um eletrodo, movimentado por uma força mecânica, hidráulica, pneumática ou a mistura das três, e no exato momento passa uma corrente elétrica unindo permanentemente as peças.Atualmente, o número de robôs soldadores vem crescendo nas indústrias, principalmente na automobilística, onde o processo de soldagem mais utilizado é a resistência tipo ponto.Uma das principais aplicações da solda ponto é na fabricação de carrocerias automotivas de aço, que contêm em média 4.500 pontos de solda.(BRANCO,2004) Este relatório técnico aborda a construção da MSP (Máquina de Solda Ponteadeira), e realização de teste de soldagens de chapas com a finalidade de ser utilizada para manuseio didático e dar ênfase na importância do uso da mesma. Ter conhecimento sobre o processo de soldagem é de grande importância para uma formação de excelência do técnico em eletromecânica, pois,além de ser um processo de tratamento relevante para a metalurgia, envolve conhecimento de diferentes áreas tais como: eletrotécnica, eletrônica, 16 mecânica e resistência dos materiais. (BRAGHETTO, 2009), áreas que devem ser de domínio de conhecimento do profissional. Dentre os equipamentos de solda presentes no IFBA Campus Santo Amaro, não há uma máquina de solda do tipo ponteadeira por resistência, portanto o protótipo tornar-se-á um projeto inovador e de grande contribuição para formação técnica. 1.2 JUSTIFICATIVA A construção da MSP é de grande relevância para o processo de ensino aprendizagem, pois os alunos poderão ter a oportunidade de unir teoriae prática, manuseando a máquina e podendo observar de fato, um dos processos de soldagem por resistência. A utilização do protótipo desenvolvido neste projeto possibilitará um enriquecimento de material didático dando ao docente mais uma ferramenta para demonstrar o processo de soldagem por resistência, (um dos vários tipos de processo de solda existentes) e ao discente uma forma mais eficaz de aprender. Sabe-se que a práticaé um complemento dateoria, a fim decontribuir com a experiência prática pra os discentes surgiu à ideia da MSP. 1.3 OBJETIVOS - Objetivo Geral Construir um protótipo de uma Máquina de Solda Ponteadeira, como um instrumento facilitador da aprendizagem em aulas práticas do curso Técnico de Eletromecânica do IFBA campus Santo Amaro. -Objetivos Específicos ● Aplicar na construção do protótipo habilidades e conhecimentos adquiridos durante o curso. 17 ● Ter recursos nas aulas prática de soldagem, para enriquecimento prático da disciplina. ● Ter uma máquina de solda a ponto por resistência, com capacidade de soldar chapas de aço carbono e suas ligas de pequenas espessuras. 1.4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para a construção do protótipo da MSP foi utilizado como base cientifica os estudos desenvolvidos no campo da mecânica e elétrica, estes forneceram informações importantes tais como: o que é uma soldagem por resistência a ponto, discussões sobre o processo, e materiais base, o princípio de funcionamento de um transformador, como se comportam os eletrodos e os comandos elétricos necessários para o acionamento do protótipo. Com o objetivo de apresentar o suporte teórico da montagem da MSP, nessa seção constam os conhecimentos teóricos que foram utilizados visando o bom funcionamento da máquina. Assim, estão dispostas as principais definições e conceitos de acordo com as bibliografias pesquisada, em destaque os trabalhos desenvolvidos por Vicenti Chiaverini (1986), Sergio Duarte Brandi (1992), Geraldo C. Nascimento Junior (2010), e Claiton Moro Franchi (2008). 1.4.1 Processo de soldagem por Resistência A Soldagem de Pontos por Resistência Elétrica (RSW) se dá pelo processo da geração de calor ocasionada pela passagem da corrente elétrica e da força (pressão) exercida pelos eletrodos sobre as peças sobrepostas (Penteado,2011). Nessa mesma linha, Wainer et al, (1992) afirma que: 18 ...Durante o processo, as peças aquecem-se e ocorre a fusão localizada no ponto de contato na superfície de separação entre ambas...A geração de calor ocorre devido à resistência do conjunto à passagem de corrente. Neste processo de soldagem, essa resistência é composta de resistência de contato peça/eletrodo e peça/peça. (WAINER et al, 1992). A quantidade de calor sobre as peças sobrepostas na área de contato do eletrodo é determinada pela lei de Joule (CHIAVERINI, 1986), pela equação 1: Q= I2. R. t (1) Onde, Q – calor gerado (joules); I – intensidade da corrente (Ampères); R – resistência elétrica (Ohms); t – tempo de passagem da corrente (segundos) Esse calculo esta no final do capitolo 6 (ensaios e testes de funcionamento da MSP) A pressão e o calor simultaneamente aplicados sobre as placas metálicas sobrepostas realizam a soldagem, pois a alta densidade da corrente elétrica é maior que a resistência da superfície de contato das placas, resultando numa temperatura abaixo1 do ponto de fusão dos metais envolvidos. A soldagem em máquinas profissionais se dá basicamente em duas etapas: Pressão sobre as peças metálicas (90 a 1.450 Kgf.) Corrente elétrica é ligada, utilizando-se a tensão de 1 a 10 volts e corrente de 1.000 a 50.000 ampères. Diferente de Chiaverini (1986), Branco (2004) considera que a soldagem é feita nas seguintes etapas distintas: 1 Segundo CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia mecânica. 2. ed. São Paulo: Mcgraw-hill, 1986. p.176 19 Etapa 1: Os eletrodos iniciam o processo de descida para que as chapas sejam pressionadas; Etapa 2: As chapas devem ser pressionadas de modo a garantir um bom assentamento do metal base evitando problemas como a expulsão do metal fundido da zona de solda; Etapa 3: O material é mantido sobre pressão e a corrente de soldagem é liberada através do eletrodo, iniciando a formação do ponto de solda; Etapa 4: Quando o processo de formação é concluído a corrente cessa, mas os eletrodos mantém a pressão nas chapas até que o ponto se solidifique; Etapa 5 e 6: A força aplicada é interrompida e os eletrodos se abrem (BRANCO,2004). As etapas estão demonstradas na figura 1, em que cada região representa um tipo de transformação metalúrgica. Figura 1: Etapas da transformação metalúrgica Força do eletrodo Corrente de soldagem Fe-Força do eletrodo (Kf) Iw- Corrente de soldagem (kA) T- Tempo (ms) TEMPO ELETROD0 SUPERIOR FACE DO ELETROD0 FUSÃO ELETROD0 INFERIOR PONTO DE SOLDADO Fonte: Adaptado de Teknicae, 2016 Para o cálculo do diâmetro do eletrodo tem-se que as faces2dos eletrodos em contato com a peça devem ser aproximadamente 1,6mm maior que o ponto de solda, conforme a equação 2.(WAINER etal, 1992) 2 Conforme apresentado na figura 1, a face do eletrodo é a área que fica em contato direto com o material que será soldado. 20 = √ = , + (2) Onde, d= diâmetro do ponto (mm) S= espessura da chapa (mm) Esse calculo esta representado na seção 2.7 desse relatório. Wainer et al,(1992) considera que as máquinas de solda por resistência são compostas por três componentes basicamente: sistema mecânico, circuito primário e o sistema de controle. Para a elaboração do protótipo MSP, utilizouse desse conhecimento, cuja conceituação afirma: Sistema Mecânico é aquele no qual a peça é fixada e a força do eletrodo aplicada; Circuito Primário consiste de um transformador, cuja função é fornecer a corrente de soldagem; Sistema de Controle pode atuar somente sobre o tempo de soldagem ou também sobre a ação mecânica da aplicação da força do eletrodo. (WAINER et al,1992). Para Olson apud Penteado(2006), a solda por ponto pode ser realizada por equipamentos muito simples e de baixo custo.O projeto MSP, é considerado de baixo custo, pois é composto com partes de materiais sucateados que seriam descartados na naturezade forma irregular, visto que no município de Santo Amaro-BA não há local adequado para o descarte deelixos3. 1.4.2 Fonte de Corrente alternada (Transformador)da MSP. O transformador é a parte fundamental para o funcionamento do projeto, pois o mesmo é responsável pela elevação da corrente elétrica e redução da tensão. 3 Resto ou sobras de aparelhos elétricos e eletrônicos 21 Segundo Nascimento Junior (2010), o transformador é um equipamento com função de aumento ou diminuição de tensão e corrente elétrica. A partir dos estudos de Faraday e Lenz em que, “ao movimentar o campo magnético diante de um condutor, surge uma corrente induzida”. A figura 2 demonstra o transformador e o caminho do fluxo magnético causador da transformação. Figura 2: Transformador Fonte: Ebah, 2016. O número de espiras presentes no enrolamento primário e secundário são muito importantes para determinar a tensão de saída. Assim a relação entre o número de espiras e a corrente que circula no enrolamento é inversamente proporcional, segundo a equação 3. (NASCIMENTO JUNIOR, 2010). = Onde, = Corrente do primário = Corrente do secundário =Número de espiras do primário =Número de espiras do secundário (3) 22 Nascimento Junior (2010), afirma que é possível calcular a relação de transformação a partir da tensão induzida, pois esta é sempre proporcional ao número de espiras da bobina de acordo com a tensão magnética que a provocou, conforme a equação 4. (4) = Onde, = Tensão do primário = Tensão do secundário =Número de espiras do primário =Número de espiras do secundário Para calcular o número de espiras do secundário, foi utilizada a equação 5, segundo (NASCIMENTO JUNIOR, 2010). = × , × (5) × Onde; = Tensão do primário =Número de espiras do primário = Frequência = Seção líquida do núcleo = Densidade magnética do núcleo (Gauss) 100000000 Constante 4,44 Constante × 23 Nascimento Junior (2010), informa as seguintes porcentagens de silício e a equivalência em Gauss: 3% equivalem a 10000 Gauss; 2% equivalem a 8000 Gauss; 1% equivale a 6000 Gauss. De acordo com Nascimento Junior (2010), a seção liquida SL, é encontrada através da equação 6: = (6) Onde; Pp = Raiz quadrada da potência do primário, onde a unidade de medida é dada em cm². Estes cálculos serão realizados nas seções a seguir. 1.4.3 Eletrodos não consumíveis Os eletrodos compõem parte importante na MSP (Máquina de Solda Ponteadeira), são responsáveis pela condução da corrente elétrica de soldagem,já que suas faces estarão em contato com a peça, estes também exercem pressão necessária para a união dasmesmas, por isso os eletrodos devem apresentar resistência ao calor e dureza suficiente para suportar a deformação causada pela pressão.(WAINERet al,1992; BRANCO, 2012). Na figura 3, estão representados alguns eletrodos com diferentes faces. 24 Figura 3: Tipos de eletrodos Fonte: Intermachinery (2016). Em geral, o cobre é o metal que compõe o eletrodo por apresentar boa condutividade4 tanto térmica como elétrica, essas são características importantes, pois possibilitarão a passagem de corrente elétrica na soldagem. A liga de latão é formada por 70% de Cobre e 30% de Zinco. O Zinco adicionado ao Cobre torna as peças com maior resistência mecânica que o Cobre puro. Assim, o latão é mais duro (menos dúctil) que o Cobre. As propriedades físicas do latão e condutividade (LG STEEL, 2016), podem ser verificadas conforme as tabelas 1 e 2. Tabela 1: Propriedades físicas do latão PROPRIEDADES FÍSICAS DO LATÂO Densidade a 20ºC 8,53 g/cm3 Condutibilidade Térmica a 20ºC 0,290 cal/cm2/cm/s/ºC Calor específico a 20ºC 0,090 cal/g/ºC Condutibilidade elétrica 28,0% IACS Resistividade elétrica a 20ºC 6,16 g/m2 Ponto de Fusão 955ºC Módulo de Elasticidade 11200 Kg/mm2 Módulo de Rigidez 4200 Kg/mm2 Fonte: LGSTEEL, 2016. 4 Condutividade é a capacidade de condução de corrente elétrica que um dado material tem. 25 Tabela 2: Condutividade de alguns materiais. Material Resistividade- 2 .mm /m Condutividade- 2 S.m/mm Coeficiente de Temperatura- C-1 o Cobre puro 0,0162 61,7 0,00382 Latão 0,067 14,9 0,002 Fonte :Adaptado de Mec ,2016; Labspot UFSC, 2016. Assim, no processo de soldagem por resistência a ponto, os eletrodos ficam em contato direto com as peça que se deseje soldar, conduzindo a corrente elétrica de soldagem, exercem a força no local do ponto a ser soldado e dissipam parte do calor gerado durante a soldagem. (WAINER et al, (1992), BRANCO, 2012).Na Figura 4 está disposta à posição dos eletrodos e sua operação. Figura 4: Representação da operação realizada pelos eletrodos e as resistências elétricas Fontes: STOCCO, (2003). 1.4.4 Resistência Elétrica Conforme a figura 4, a resistência elétrica R5 (peça/peça) é a região de maior calor gerado pelo efeito Joule a implicação é a fusão dos materiais, 26 formação de grãos equiaxiais e a formação da lentilha da solda. A resistência elétrica de contato na interface das peças metálicas é de suma importância para o aquecimento pelo efeito Joule nos metais de alta condutibilidade elétrica, devido seu efeito direto na geração de calor. Nas resistências R3 e R4 (eletrodo/peça), por não contribuírem para a geração de calor, precisam ter o valor de resistência menor possível para não induzirem perda de energia por efeito Joule, durante o processo de soldagem. (STOCCO, 2003); (BRANDI,1992). 1.4.5 Máquinas de soldagem de pontos por resistência As máquinas de solda por resistência do tipo ponteadeira podem ser estacionárias ou suspensas, a escolha do tipo de máquina vai depender do tipo de aplicação: projeto da junta, materiais que serão soldados, solicitação de qualidade, normas de produção e considerações econômicas (VARGAS, 2006); (BRANCO, 2004), a figura 5 mostra exemplos de diferentes tipos de MSP existentes no mercado. Figura 5: Tipos de máquina de soldagem por resistência SUSPENSA ESTACIONÁRIA Fonte: Adaptado de Branco, 2004; Pinheiro, 2011. 27 A máquina MSP pode ser considerada de tipo estacionária, por suas pinças serem fixas e não suspensas, porém o protótipo desenvolvido, é de tipo portátil devido altura de 829mm e peso de 11,860Kg. 1.4.6 Comandos e acionamento do circuito elétrico Os comandos do circuito elétrico são responsáveis pelo acionamento das máquinas elétricas. A chave auxiliar (botoeira) é comandado manualmente com a funcionalidade de interromper ou estabelecer no instante, por pulso, para um circuito de comando podendo: interromper, iniciar ou comandar. (FRANCHI, 2008) Dispositivos de comando: elemento de comutação que permitem ou não a passagem da corrente elétrica entre um ou mais pontos do circuito. (FRANCHI, 2008) O contato normalmente aberto (NA) é o contato que fica aberto, não permitindo a passagem da corrente elétrica, permanecendo aberto até que seja aplicada uma força externa. (FRANCHI, 2008) Na MSP, foi utilizada uma botoeira de contato NA, como demonstrado na Tabela 3. Tabela 3: Contato normalmente aberto (NA) CONDIÇÕES LÓGICAS DO BOTÃO CHAVE DE IMPULSO DESLIGADO ACIONADO NA Fonte:FRANCHI, 2008. 1.4.7 Contator Segundo Franchi (2008), o Contator é o elemento principal de comandos eletromecânicos, pois permite o controle de elevadas correntes por meio de circuito de baixa corrente, este possui uma chave de operação não manual, eletromagnética, em única posição de repouso com a capacidade de conduzir, estabelecer e interromper correntes normais no circuito. O mesmo, 28 possui uma bobina(representa a entrada de controle do contator que, quando ligada a uma fonte de tensão, circula na mesma uma corrente elétrica que cria uma campo magnético que envolve o núcleo de ferro). No regime AC-3 (ver tabela 4), o contator escolhido suporta corrente de partida de cinco a sete vezes a corrente nominal. Para a soldagem por ponto, acontece o fechamento de curto-circuito e formação de centelha, o contator escolhido para este protótipo, em regime AC-3 suporta cargas de até 9 ampères em cada contato de potência. O manual do fabricante do Contator escolhido não forneceu informações de capacidade de cargas em regime AC-4, que seria mais adequado para este projeto que trabalha em curto-circuito, podendo ser considerado como carga pesada.Conforme será relatado nos próximos capítulos, a corrente nominal do primário deste protótipo alcançou correntes de até 20A, logo, como a MSP é monofásica e o Contator escolhido é trifásico, foram utilizados os três contatos de potência deste Contator em paralelo, conseguindo uma capacidade de 27A, o que foi suficiente para a MSP, este atuou corretamente como chave de operação não manual; resguardando a vida do operador. Tabela 4: Dados dos regimes AC-3 eAC-4. Especificação dos Regimes Categoria Aplicação AC-3 Motores de indução gaiola de esquilo, com interrupção com o motor em regime; serviço normal de manobras em motores e transformadores. AC-4 Manobras pesadas, como partir motor em plena carga, comando intermitente, reversão a plena carga, paradas por contra-corrente (ponte rolante). Fonte: Frachi, 2008. 1.4.8 Cálculo da bitola do condutor Para o dimensionamento dos condutores utilizou-se a equação 7, retirado da NBR5410, para dimensionamento pelo critério da corrente . 29 = (7) . Onde: Ib - é a corrente do circuito. P – Potência U – tensão de alimentação Cos – Fator de potência. Os cálculos serão realizados nas seções seguintes. 1.4.9 Materiais Para a construção da máquina, foram utilizados materiais adquiridos de sucatas e doações de eletroeletrônicos. A metodologia baseou-se na coleta de dados, tais quais: vídeos semelhantes ao protótipo, materiais impressos e digitais. Além disso, para se obter um melhor desempenho do produto, uma pesquisa de campo foi realizada no campus IFBA Santo Amaro com discentes e docentes da área de eletromecânica. A seguir o quadro 1 lista os materiais necessários para a construção do projeto, contendo as descrições e quantidade utilizadas. Quadro 1: Materiais Lista De Materiais Materiais Especificações Quantidade Transformador5 de forno 18 Litros/ 1500W 1 10 mm2 – construção da bobina 15 m micro ondas Condutor secundária do transformador e ligações aos eletrodos Condutor 2,5mm2 – entrada de alimentação 3m Ventoinha 110V, 60 Hz 1 5 *Para a confecção da MSP, durante a construção do protótipo houve falhas, portanto fez-se necessário o uso e 7 transformadores, obtendo êxito no último. 30 Tubos de seção retangular 30,5 x 20,7 mm 2m Gabinete de computador Gabinete de aço, com 430 x 445 mm de 1 dimensões e 200 mm de altura. Porcas Aço inox tipo sextavada13mm 11 Parafusos Cabeça sextava inoxidáveis M8 x 70 mm 7 Eletrodos Parafuso cabeça sextavada de latão M8 x 2 50 mm Tubo de PVC 3 4″de diâmento 10cm Garra para aterramento Garra Alicate tipo jacaré – 100A 1 Arruela Chanfrada M8 9 Fita crepe -- 1 Contator 110V, modelo CS (T) 9 10 1 Botão de comando sem Com duas condições lógica NA/ NF, de 1 retenção diâmetro e 8cm de comprimento Plug Tomada 220V, 10A. 1 Mangueira de silicone 8mm de diâmetro 30cm Mola Helicoidal de Tração, 5cm 2 Abraçadeira de nylon 200 x4mm 10 Fita isolante -- 2 Conector do tipo terminal de Latão 2 pressão Fonte: Os autores, 2016. 1.4.10 Procedimentos metodológicos Para melhor organização e compreensão a metodologia utilizada noprojeto foi divida em quatro etapas, relatadas a seguir: - Primeira etapa, por meio de reuniões em busca de um projeto que fosse capaz de contribuir academicamente, avaliou-se a possibilidade de tornar as aulas de soldagem mais práticas. Para isso é necessário adaptar além dos 31 recursos já utilizados: questionários, slides e aulas expositivas; inserir aulas práticas. No entanto no campus Santo Amaro BA há uma deficiência em aulas práticas de soldagem devido à falta de espaço e máquinas com defeito. Desta maneira, optou-se pela construção de uma máquina de solda por resistência a ponto para uso didático. - Segunda etapa, através de pesquisas de campo foi coletada opiniões dos educando não envolvidos no projeto, acerca da construção da MSP, da importância e da agregação de conteúdos da mesma em aulas. Deu-se segmento com os levantamentos bibliográficos que são relevantes para a elaboração da proposta. Durante o levantamento bibliográfico deparou-se com uma dificuldade ampla, por ser um assunto que é abordado apenas o seu funcionamento e não a construção com princípios técnicos, principalmente com materiais reaproveitados e por encontrar poucos livros na biblioteca do IFBAcampus Santo Amaro- BA. Contudo, o levantamento bibliográfico deu-se através de artigos, catálogos de fabricantes, dissertações, teses emonografias de outras instituições, máquinas em funcionamento nas indústrias, e livros, a fim de obter informações complementares para a execução do mesmo. -A terceira etapa foi uma das mais importantes, pois as informações adquiridas foram aplicadas, após ter os conhecimentos necessários sobre o projeto partiu-se para a aquisição dos materiais, dos quais alguns foram doados, outros sucateados e alguns adquiridos pelos autores. Para o emprego certo dos materiais foi preciso fazer alguns cálculos e baseado nos mesmos consultar tabelas. Em seguida deu início a montagem, o que é fundamental para a obtenção de resultados e a realização de testes. -A quarta etapa resumiu-se em testes para ter conhecimento se a máquina estava em condições de uso, em seguida testes para saber a corrente e a tensão de saída, a potência fornecida, o calor dissipado pela máquina em funcionamento e a quantidade de pontos que a mesma produz. E para fundamentar esse relatório foi elaborada uma gravação audiovisual para 32 demonstrar a máquina em pleno funcionamento, demonstrar alguns princípios de segurança e a qualidade da solda obtida. 33 2 DISTINÇÃO, ESPECIFICAÇÃO E ANALISE TÉCNICA DOS COMPONENTES ELÉTRICOS E MECÂNICOS. Para elaboração do protótipo foram utilizados diferentes componentes citados no Quadro 1. Os materiais empregadospara a montagem do protótipo foram escolhidos, adaptados e modificados segundo conceitos, conhecimentos e cálculos técnicos, com o intuito de ter uma máquina de solda ponteadeira capaz de realizar efetivamentea união permanente em chapas de aço carbono e suas ligase proporcionar autenticidade ao projeto. A seguir,estão relatadas todas as etapas e métodos utilizados para a confecção da MSP e no anexo podem ser visualizadas algumas imagens para facilitar o entendimento da montagem. 2.1 TRANSFORMADOR UTILIZADO NO PROTÓTIPO O transformador usado neste projeto foi retirado de um forno demicroondas adquirido em sucata, e através do teste de tensão em vazio e o teste de continuidade das espiras constatou-se que o mesmo estava funcionando, não apresentando curto circuito entre as espiras e apresentando uma boa isolação externa, conforme ilustrado na figura 6. Figura 6: Transformador da MSP Fonte: Os autores, 2016. 34 É importante salientar que não é qualquer transformador que pode ser utilizado para este projeto, pois deve ser verificado se o equipamento é realmente um transformador real e não um autotransformador. Os transformadores utilizados em residência que convertem 220V em 127V e vice versa, não são transformadores reais, são autotransformadores e não podem ser modificados para um protótipo com este, pois nos autotransformadores a bobina do primário e secundário são compartilhadas, e no transformador real, as bobinas são separadas e isoladas entre si. Nesse sentido, os transformadores ideais para serem modificados e utilizados em projetos como este, são os transformadores de fornos micro-ondas. Sendo a peça principal do projeto, este transformador de fornos microondas é elevador de tensão, e este modelo escolhido dispõem de 1500W de potência, e é alimentado por uma tensão de 127V. No entanto a exigência do protótipo é um transformador abaixador de tensão, portanto o mesmo precisou sofrer alteração nos enrolamentos, o objetivo era mudar a relação de transformação para cerca de 4V na saída do transformador. Para a montagem do novo transformador fez-se necessário saber quantas espiras tem a bobina que irá ser utilizada para dimensionar um novo enrolamento secundário para que venha atender o objetivo proposto. Utilizaram-se dois métodos para determinar quantas espiras existiam na bobina secundária do transformador original; pelo fato da mesma ter menos espiras possibilitando uma contagem mais rápida, para em seguida saber a quantidade de espiras da bobina primária do mesmo. Por isso se faz imprescindível saber o número de espiras existente nas bobinas para a confecção da nova bobina. Essas informações serão de grande relevância porque, permitem fazer uma estimativa dos dados como: tensão, corrente e potência. A bobina primária do transformador original permanece com a mesma função, e foi necessário construir uma nova bobina para o secundário,com o propósito de converter o transformador elevador em abaixador de tensão. 35 2.1.1 Primeiro método: contagem das espiras Consiste em um modo nada técnico, pois não obedece nem adota normas nem processos matemáticos, entretanto com o mesmo obtêm-se o resultado real e não uma estimativa. Esse método resumiu-se em retirar a bobina de baixa tensão ou primária de um transformador idêntico ao do projeto, e a conferência ocorreu manualmente, ao fim da contagem obteve-se o resultado de 111 espiras, como mostrado na figura 7. Figura 7: Bobina do trafo Fonte: Os autores, 2016. Com base no dado adquirido e da equação de relação de transformação,chegou-se a conclusão de que para o enrolamento secundário do transformador construído, o número de espiras do secundário pode ser calculado através da equação 4. = (4) 36 127 111 = 4 = 3,49 3,5 Sendo: = Tensão do primário = Tensão do secundário =Número de espiras do primário =Número de espiras do secundário Neste sentido,a equação 4, indica a utilização de 3,5 espiras no secundário do transformador. 2.1.2 Segundo método de obtenção do número de espiras Segundo Nascimento Junior (2010), caso não se tenha o número de espiras do enrolamento primário pode-se estimar o número de espiras do mesmo com a equação 5. = . , (5) . . . Sendo: = Tensão do primário = Frequência = Seção líquida do núcleo = densidade magnética (em Gauss) 100000000 Constante 4,44 Constante O acervo bibliográfico não disponibiliza cálculos nem experimentos para saber a densidade magnética (B) das chapas de silício do transformador. 37 Para efetivação do cálculo, considerou-se 3% de silício presente nas chapas, ou seja, 10000 Gauss. Segundo Nascimento Junior (2010), a seção liquida SL, é encontrada através da equação 6: (6) = √1500= 38,7cm² Onde: SL: Seção Líquida em cm2 Pp:Potência do Primário Neste sentido, a equação 9 indica que a seção líquida é de 38,7 cm². Através dos dados coletados, pode-se obter a equação 5: = × , × (5) × , × Np= 123 Espiras Utilizando a Np calculado na equação 5, para determinação do número de espiras que deverá possuir a bobina secundária,pode-se analisar que a margem de erro foi pequena, conforme equação 4. = = , (4) Logo, podemos verificar que o número de espiras adquiridos via contagem manual (3,5) foi próximo ao calculado (4). 38 2.2 CONFECÇÃO DA BOBINA SECUNDARIA De posse dessas informações partiu-se para a montagem da bobina secundaria. O procedimento foi extrair o enrolamento secundário original do transformador através de uma serra e pulsões, retirou-se também o enrolamento auxiliar e os calços que ficam no seu interior, e enrolou-se 3 voltas e meia de um condutor de 16mm2 flexível (condutor utilizado em instalações elétricas residenciais),a figura 8 mostra o resultado do processo. Figura 8- Transformador com bobina secundária adaptada para MSP Fonte: Os autores, 2016 Posteriormente foi verificado que este condutor de 16mm2 estava esquentando muito e foi trocado por 2 condutores de 10mm2 em paralelo com a finalidade de aumentar a bitola do secundário. O ideal seria que este enrolamento fosse realizado com condutores de 25mm2, devido a alta corrente elétrica no momento da solda, porém o transformador de forno micro-ondas não oferece espaço físico para enrolamento de condutores com esta bitola. Para certificar-se que o transformador não apresentava nenhum problema foi feito o teste de tensão em vazio, o qual proporcionou as tensões desejadas tanto na entrada com na saída, além de uma temperatura relevante, conforme mostrado na figura 9. 39 Figura9: Teste de continuidade. Fonte: Os autores, 2016. O teste ilustrado na figura 9 mostra uma tensão de entrada de 126,8V e a saída fornece 3,41V, além de medir as tensões mediu-se a temperatura do núcleo a qual chegou a 51°C em vazio, confirmando a existência de perdas por temperatura (efeito Joule) no núcleo. 2.3 SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO Ao trabalhar com altas correntes elétricas, ocorrem perdas por efeito Joule (temperatura) sabendo que a MSP trabalha com o transformador em curto-circuito, faz-se necessário um sistema de refrigeração. Para este projeto adotou-se o sistema de ventilação forçada onde uma ventoinha de 127v faz o ar circular no interior da máquina, diminuindo a temperatura da mesma, conforme mostrado na figura 10. 40 Figura 10: Ventoinha Fonte: Os autores, 2016. O ventilador da figura10, foi aproveitado do mesmo forno micro-ondas que foi retirado o transformador, e possui uma frequência de trabalho de 60HZ, tensão 127V. 2.4 CONDUTORES ELÉTRICOS Dois condutores de cobre isolados de 16mm2em paralelo, foram utilizados para levar a corrente e tensão da saída do trafo até os eletrodos e para a confecção do bobinado secundário. Para o núcleo, inicialmente foi utilizado condutor de 16mm2 para as 3 voltas e meia de enrolamento do secundário, mas o isolamento do mesmo não suportou a temperatura e fundiu-se ao longo dos testes. Logo foi substituído por dois condutores de 10mm2 em paralelo, que se comportaram bem durante os testes. Para o circuito de comando foram utilizados condutores de 2,5mm² , Para a escolha do condutor da tomada de entrada de energia, foi necessário fazer o dimensionamento do mesmo, contudo é necessário saber a correntedo circuito, a qual foi encontrada conforme a equação 7, seguida da 8. 41 = (7) . = = , . , Onde: Ib - é a corrente do circuito. P – Potência U – tensão de alimentação Cos – Fator de potência 0,76. Após saber a corrente do circuito, é preciso saber a corrente do condutor quando atinge a temperatura de trabalho, conforme a equação 8. (8) ′= = , , = , Onde: I’ - Corrente corrigida em função da temperatura Ib – Corrente do circuito F1 – fator de temperatura Para definir o fator de temperatura, estimou que a temperatura de trabalho chegasse até 65°C, e para achar o valor que corresponde a F1, basta analisar na tabela 5, o valor da isolação referente à temperatura. 42 Tabela 5 Fatores de correção para temperatura diferente de 30° para linhas não subterrâneas TEMPERATURA ISOLAÇÃO ºC PVC EPR ou XLPE Ambiente 10 1,22 1,15 15 1,17 1,12 20 1,12 1,08 25 1,06 1,04 35 0,94 0,96 40 0,87 0,91 45 0,79 0,87 50 0,71 0,82 55 0,61 0,76 60 0,50 0,71 65 - 0,65 70 - 0,58 75 - 0,50 80 - 0,41 Fonte: NBR 5410, 2004. A partir do valor obtido com o cálculo acima analisou-se a tabela 6, pois a mesma mostra a corrente máxima de alguns condutores de acordo com a bitola do mesmo. 43 Tabela 6: Capacidade de condução de corrente, de acordo com a bitola do condutor, em amperes. Fonte: NBR 5410, 2004 – B1. Segundo esses dados o condutor escolhido seria o de 1mm², mas ao comparar com a tabela mínima dos condutores conforme a NBR-5410 obtivemos o seguinte resultado, segue a tabela 7. 44 Tabela 7: Seção mínima dos condutores ¹) Fonte: NBR 5410, 2004 A bitola do condutor da tomada de entrada de energia foi de 2,5mm², com capacidade de suportar uma corrente até 24A, sem aquecimento do condutor. A tabela 8 é referente ao critério de escolha do condutor empregado para a confecção da bobina secundária. Tabela 8: Capacidade de condução de corrente para cabos de cobre com isolação em EPR e XLPE (90°C) SEÇÃO NOMINAL DO B1 CONDUTOR (MM²) 0,5 2 3 Condutores carregados Condutores carregados 12 10 45 0,75 15 13 1 18 16 1,5 23 20 2,5 31 28 4 42 37 6 54 48 10 75 66 16 100 88 25 133 117 35 164 144 50 198 175 70 253 222 Fonte:NBR 5410:2004. Baseado na tabela 6 foi optado pela utilização do condutor de 16 mm², devido às limitações físicas do núcleo do transformador. Um condutor maior do que o escolhido permitiria uma melhor eficiência, porém o núcleo do transformador não admite os números de voltas necessários, de acordo com os cálculos. Ao longo dos ensaios, foi necessário a troca deste condutor de 16mm2 por dois condutores de 10mm2 em paralelo, pois o condutor de 16mm2fundiu seu isolamento para testes acima de 20 segundos de operação. O ideal seria conseguir um transformador de forno micro-ondas maior, que possibilitasse a confecção da bobina do secundário com condutores de maior seção. 2.5 CIRCUITO DE COMANDO Este projeto contém um simples circuito de comando, o mesmo é composto por um botão sem retenção e sem contato de selo, e um contator, os quais controlam e acionam o transformador principal do circuito. O circuito de 46 acionamento e comando segue ilustrado na figura 11 para melhor compreensão da ligação. Figura 11: Circuito de comando presente no projeto. Fonte: Os autores, 2016. Na figura 12, F e N significam:Fase e o Neutro, a sigla S1 representa a ligação do botão no estado lógico NA, A1 é a entrada e A2 a saída da bobina do contator K1, 1L1 e 2T1 são os contatos de potência de K1 que alimentam Tr1 que é o transformador principal da MSP. 2.5.1 Contator O contator foi o dispositivo eletromecânico empregado no circuito de comando da MSP, com a finalidade de realizaro acionamento Transformador. A figura 12 mostra o contator utilizado na MSP. do 47 Figura 12: Contator110V, 9A Fonte: Os autores, 2016. Este dispositivo dispõe de três contatos de potência 1L1/ 2T1, 3L2/ 4T2 e 5L3/ 6T2, com a condição lógica NA e um contato auxiliar 13 NO (Normally Open), também NA. Existem diversas categorias de emprego dos contatores, para o protótipo MSP deveria ser utilizado os contatos principais em regime AC4,devido ao transformador operar em curto-circuito, caracterizando carga pesada, porém o manual do fabricante do contator escolhido não oferece dados de operação em regime AC-4, somente regime AC-3. Logo, como o acionamento desejado é monofásico e o contator é trifáscio, foram utilizadas os 3 contatos de potência de 9A em paralelo com a finalidade de ampliar a capacidade de comando para 27A, garantindo o acionamento e aliviando os contatos de potência do contator. Para o projeto foi utilizado um contator com bobina de acionamento em 127V e 9A (em cada contato de potência) e conforme será relatado, este projeto alcançou em ensaios e testes, correntes no secundário do transformador de aproximadamente 520A. Logo, o dimensionamento da 48 corrente nos contatos do Contator, que aciona o primário do transformador, segue segundo a equação 9. (9) = , = = , Onde, Up= Tensão do primário Us= tensão do secundário Ip= Corrente do primário Is= Corrente do secundário Logo, os três contatos de potência de 9A em paralelo oferecem capacidade de corrente de até 27A, atendendo com folga a corrente máxima de 14,33A, no primário do transformador. As características do contator seguem ilustrada na figura 13, a qual foi retirada do catálogo do fabricante. 49 Figura 13: Catálogo do Fabricante do dispositivo usado no projeto Fonte:Soprano, 2016 2.5.2 Botão de Comando sem retenção Esse dispositivo, também conhecido como botoeira, contém duas condições lógicas que são respectivamente NA normal aberto e a NF normal fechado. Porém o circuito exige o uso da condição NA, pois se almeja a passagem de corrente apenas quando o mesmo for acionado, ou seja, ao ter seus contatos fechados permite a passagem de corrente. Neste projeto, o botão de comando aciona o contator que chaveia o acionamento do transformador, a figura 14 mostra este componente e indica a condição lógica usada. 50 Figura 14: Botão de comando sem retenção COMANDO NA, 23- 24 Fonte : Os autores, 2016. 2.6 ESTRUTURA DO PROTÓTIPO Para a caixa do projeto foi utilizado um gabinete de computador para a proteção dos componentes e de os todos circuitos, além de servir como base de sustentação do braço. O braço de manobra foi adaptado com tubo metálico de seção retangular de 30,5mm x 20,7mm. A altura do braço de manobra deu-se devido a análise da norma regulamentadora voltada para segurança ergonômica. ANR 17.3.2.c diz que: Devem ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. (NR17, 2014) Durante as hipóteses de colocação do braço de manobra pôde-se analisar que seria necessário ter uma restrição na angulação de descida, pois abaixo de 90° os eletrodos não ficam paralelos, o que não possibilita a corrente de curto-circuito, impedindo assim a soldagem. Portanto o braço só se movimenta fazendo no mínimo um ângulo de 90°na sua descida. 2.7 ELETRODOS Os eletrodos ou pinças são pontas responsáveis por conduzir uma corrente elétrica para a peça a ser soldada. Para a escolha desse material há 51 critérios a serem julgados, os quais para este projeto levou em consideração características como: possuir uma boa condutividade, apresentar um alto ponto de fusão. Como já relatado em seção anterior, os melhores materiais são cobre ou latão. Primeiramente dimensionamos os eletrodos segundo a equação 2, tivemos como base uma chapa de 0,87 mm, então o calculo ficou assim: = √ = , (2) + = √ , = , ² Logo o diâmetro do eletrodo deve ser 1,6 maior do que o diâmetro do furo ou seja, 2,57mm². Houve uma dificuldade de encontrar na região os eletrodos originais então tivemos que adaptar por materiais que apresentem as mesmas características. Nesse sentido, foi sugerido a usinagem e adaptação de uma haste de aterramento com a finalidade da construção dos eletrodos, supondo a mesma ser composta por cobre e latão. Ao fazer o teste de magnetização com um imã constatou que a mesma era composta de material com características ferromagnéticas, anulando a possibilidade de uso deste material. Devido a dificuldade de encontrar materiais para a construção dos eletrodos, na MSP foi utilizado como eletrodo com face tipo C um parafuso prisioneiro de latão cabeça sextavada M8x50mm, de material não ferromagnético, confirmado com teste de magnetização com o auxílio de um imã permanente, por suas características serem pertinentes as necessidades. A figura 15 exibe os parafusos utilizados como eletrodos. 52 Figura 15: Parafusos adaptados como eletrodos Fonte: Os autores, 2016. Os parafusos de latão utilizados foram adaptados como eletrodos por ter na sua composição elemento que apresenta boa condutibilidade, e por motivo de não ter encontrado na região eletrodos apropriados para solda a ponto, porém seria ideal a utilização das pinças apropriadas. 2.8 ELEMENTO ELASTICO (MOLA) As molas são elementos elásticos que tem a função de: Armazenamento de energia, amortecimento de choques, distribuição de cargas, limitação de vazão e preservação de junções ou contatos. (BRAGHETTO,2009) Para o protótipo foi utilizado uma mola do tipo helicoidal de tração, como mostra a figura 16 para proporcionar o afastamento dos braços de manobra que comportam os eletrodos, além de fazer com que os braços voltem para sua posição inicial após o manejo. 53 Figura 16: Mola Helicoidal de tração Fonte: Os autores, 2016. 54 3 MONTAGEM DO PROTÓTIPO 3.1 ESTRUTURA DA MÁQUINA Como já foi citado, a estrutura da MSP (Máquina de Solda Ponteadeira) é basicamente um gabinete de computador (corpo da máquina) e de tubos de secção retangular (braços de manobra da máquina). Para saber qual seria a melhor posição dos braços em relação ao corpo da máquina foi feito um esboço que pode ser visto na figura 17. Figura 17: Esboço do braço de manobra. Fonte: Os autores, 2016. Para possibilitar o movimento dos braços da máquina, surgiu a ideia de fixar com parafuso e duas porcas, sendo que uma limita o movimento do mesmo e a outra serve de contra-porca6. A figura 18 exemplifica os movimentos que os braços de manobra podem realizar. 6 Porca atarraxada em seguida a outra, para evitar que esta desaperte. 55 Figura 18: Movimentos que o braço móvel pode realizar. Fonte: Os autores, 2016. Para ficar de fácil entendimento nomearam-se as ações de: A; B e C, nos braços. Feito isso, centralizou e fixou os braços no gabinete, por meio de parafusos sextavados M8 x 70 mm, com suas respectivas porcas e arruelas, para obter uma melhor isolação dos componentes adicionou um pedaço de borracha tipo moeda entre o braço de manobra e a chapa do gabinete, como mostrado na figura 19. . 19: fixação dos braços de manobra Fonte: Os autores, 2016. 56 Após a confecção dos braços do equipamento, pôde ser observado um desalinhamento entre os eletrodos, portanto para promover o alinhamento necessário colocou-se um tubo metálico paralelo ao braço como mostrado na figura 20. Figura 20: Desalinhamento nos eletrodos e recurso utilizado. Fonte: Os autores, 2016. 3.2 CIRCUITO ELÉTRICO Com a estrutura da MSP pronta e o transformador sem nenhuma avaria, partiu-se para a confecção do diagrama do circuito elétrico, para se ter como guia durante a montagem na prática, o qual segue anexado na figura 21, onde S é o contato de potência do contator. 57 Figura 21: Circuito elétrico do projeto Fonte: Os autores, 2016. Dando seguimento, deu-se início a montagem dos componentes elétricos no corpo da máquina, primeiramente fixou-se o transformador no centro do gabinete, com parafusos como ilustra a figura 22. Figura 22: Fixação do transformador. Fonte: Os autores, 2016. 58 Posteriormente posicionou a ventoinha paralela ao transformador para uma melhor refrigeração, utilizou-se um parafuso Philips e uma chave estrela de5mm para a fixação do componente, como ilustra a figura 23. Figura 23: Posicionamento do sistema de refrigeração. Fonte: Os autores, 2016. O sistema de ventilação funciona no momento em que a máquina recebe a tensão de alimentação, portanto independe se está ou não ocorrendo o processo de soldagem. Em seguida foi posicionado em uma das extremidades do gabinete o contator, o qual foi preso com uma fita nylon, de acordo com a figura 24 Figura 24: Contator posicionado na estrutura da máquina. Fonte: Os autores, 2016. 59 Na interligação entre os eletrodos e o secundário do transformador, foi necessário fazer uma ligação com dois condutores de 16mm2 em paralelo, para diminuir as perdas por Efeito Joule (temperatura) podendo assim danificar a isolação do condutor, conforme a figura 25. Figura 25: Condutores de saída ligados em paralelo Fonte: Os autores, 2016. Para passagem dos condutores foi necessário fazer um furo na lateral do gabinete. Notando que o furo não atingiu a espessura desejada para passagem dos mesmos, foi realizado um alargamento do furo descrito anteriormente, o que deixou uma aparência indesejada, surgindo a idéia de passar fita isolante na lateral para fazer o isolamento deste, vejamos este processo figura 26. 60 Figura 26: abertura do furo e pasagem do condutor no gabinete Fonte: Os autores, 2016. Para proporcionar maior conforto durante o manuseio do equipamento o botão de comando foi inserido no topo de um tubo de PVC de ¾’’, o tubo foi fixado no braço B por meio de rebites, a figura 27 ilustra a rebitagem do botão de comando. Figura 27: Inserção do botão de comando no braço de manobra. Fonte: Os autores, 2016. 61 3.3 INSTALAÇÃO DOS ELETRODOS Os eletrodos foram instalados nas extremidades dos braços A e B, de modo que ao posicionar B a um angulo de 90° haja o encontro entre as faces dos eletrodos, para evitar que o braço de manobra ficasse vulnerável, optou-se por acrescentar duas molas helicoidais de tração, após o uso das molas mesmo que manuseado a uma posição acima dos 90° as molas farão com que os mesmos retornem a sua posição inicial, evitando contatos desnecessários. Para que haja uma conexão dos eletrodos com os condutores de saída do trafo, foi preciso utilizar um conector do tipo terminal de pressão, conforme mostra a figura 28. Figura 28: Eletrodos. Fonte: Os autores, 2016. Após alguns testes na máquina, constatou-se que toda a estrutura da máquina estava dando continuidade com os eletrodos, esse problema acarreta em fuga de corrente, logo a MSP não enviará corrente suficiente para os eletrodos, uma vez em que a mesma esta em fuga para a carcaça. A solução foi isolar os parafusos que prendem os eletrodos com uma mangueira de silicone atóxica, resistente ao calor gerado pela utilização da MSP. Para boa 62 adaptaçãoa mangueira de silicone possuía mesma bitola do parafuso que une os eletrodos ao braço do projeto, a figura 29 mostra o processo de isolação dos parafusos. Figura 29: Isolação do parafuso. Fonte: Os autores, 2016. 3.3.1 Cabo de alimentação (tomada) Foi utilizado um plug tomada, a figura 30 ilustra o mesmo. Figura 30: Cabo de alimentação. Fonte: Os Autores, 2016. 63 3.3.2 Aterramento O aterramento foi elaborado para fins de segurança, o contato com a carcaça do equipamento foi feito fixando uma extremidade do condutor no parafuso que fecha o gabinete, pois essa área não há presença de tinta, na outra extremidade fixou-se uma garra alicate do tipo jacaré, a qual facilita o contato com a haste de aterramento, conforme a figura 31 mostra. Figura 31: Cabo do aterramento com garra na Extremidade Fonte: Os Autores, 2016. Já que o protótipo foi criado com o intuito de ser compacto e possibilitar locomoção, o aterramento fica separado, permitindo assim a troca do aumento do condutor, caso seja necessário. 64 4 ANÁLISE SOCIAL, NORMAS REGULAMENTADORAS E QUESTÕES SUSTENTÁVEIS ENVOLVIDAS NA CONSTRUÇÃO DA MSP. Para a confecção deste equipamento didático foi necessário à coleta de opiniões dos discentes do mesmo turno e de turnos opostos para concluir a importância e a necessidade da construção do mesmo. Durante e após a montagem, pode-se observar a necessidade de utilizar e impor algumas condições de segurança, todavia para oferecer mais autenticidade fundamentaram-se alguns princípios de procedimentos obrigatórios voltados para a segurança e medicina no trabalho, sendo que os relatados neste projeto da uma ênfase maior na segurança a vida do operador usando os EPIs correto, ao ambiente anulando chances de incêndios decorrido de curto circuito, e ao equipamento induzindo o manuseamento correto. 4.1 PESQUISAS DE CAMPO A opinião dos internos foi de grande relevância, pois completaria a visão dos autores sobre a importância no domínio da soldagem, e sobre o ambiente e os equipamentos que se tem a disposição na instituição. O gráfico 1 ilustrado na figura 32 descreve a importância das aulas práticas de soldagem para o curso de eletromecânica, na concepção de alguns alunos. È de suma importância à opinião do público alvo, pois a mesma foi um dos passos motivadores para a execução do projeto. 65 Figura 32: Gráfico de opinião dos discentes Importância de aulas práticas de Soldagem 100% 90% 95% 80% 70% 60% 50% Importância de aulas práticas de Soldagem 40% 30% 20% 10% 2% 3% Não é importante Não responderam 0% Sim, eu acho importante Fonte: Os autores, 2016. Contentados com as respostas, partiu-se para outros pontos importantes a serem avaliado para a concretização do equipamento, uma vez que os próprios entrevistados serão o publico alvo. Seguindo com a entrevista foi questionado se os alunos consideravam suficientes às máquinas/equipamentos de soldagem no campus, houve diversificação nas respostas pelo fato de alguns não terem conhecimentos se haviam equipamentos, e os que sabiam da existência de alguns dos equipamentos não saberem se de fato estão propicio para um eventual uso. As respostas foram anexadas no gráfico ilustrado na figura 33 que segue anexada. 66 Figura 33: Suficiência dos equipamentos Avaliação em relação ao Número de Equipamentos no Campus 90% 85% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 8% 5% 2% 0% Não sei Sim Não Abstenção a resposta Avaliação em relação ao Número de Equipamentos no Campus Fonte: Os autores, 2016. Para fundamentar as respostas anteriormente citadas, os autores tomaram conhecimento dos equipamentos de solda existentes na instituição, pode-se observar a existência de alguns, contudo concluiu-se que o projeto iria promover diversificação em relação aos tipos de solda existentes. Com base nas buscas indagou-se ainda qual a opinião dos discentes sobre os atuais equipamentos, para melhor entendimento as respostas foram anexadas na figura 34 que segue ilustrada. 67 Figura 34: Avaliação da Qualidade Qualidade dos Equipamentos Segundo os Discentes 30% 25% 20% 15% 10% Qualidade dos Equipamentos Segundo os Discentes 5% 0% Fonte: Os Autores, 2016. Durante a pesquisa houve um questionamento das respostas negativas para melhor entender as opiniões dadas, dentre as respostas chamaram a atenção dos autores, a resposta da entrevistada, que relatou que: “Não temos acesso aos equipamentos, portanto creio que seria de fundamental relevância permitir o acesso e o contato direto com as máquinas, para que se estabeleça o tal objetivo de um curso técnico, que é formar profissionais habilitados não só teoricamente, mas praticamente também”. Já outra entrevistada, absteve-se da resposta relatando o seguinte: “Existe certo tipo de carência em relação aos equipamentos atuais do campus. Isso se torna visível quando alunos do 2° ano passam a cursar a disciplina de usinagem, pois a mesma possibilita aulas práticas, já durante as aulas de soldagem não ocorre o mesmo”. No momento em que os equipamentos foram apresentados aos autores, foi questionado ao professor da disciplina o motivo por quais os alunos não desenvolvem aulas práticas da disciplina, então a resposta que se obteve foi que as aulas práticas não ocorrem devido à instituição ainda não ter um espaço adequado, o qual se encontra em construção,além da maioria dos 68 equipamentos estarem com defeitos. Para evitar divergência na versão dada pelo professor, foi feito uma pesquisa com os usuários do laboratório, obtendo o seguinte resultado relatada na figura 35. Figura 35: Qualidade do Ambiente Avaliação da qualidade do laboratório 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 92% Avaliação da qualidade do laboratório 7% 1% De Boa Qualidade Precária De Média Qualidade Fonte: Os Autores, 2016. As opiniões negativas são proferidas sobre o laboratório de mecânica devido a frequentes aparições de animais peçonhentos no local, pondo em risco a integridade física dos frequentadores, contudo tem como qualidade equipamento voltado para a indústria como: torno mecânico, fresa entre outros, o que não isenta da necessidade de melhoras. Como o projeto possibilita locomoção, e a instituição possui áreas externas grandes o suficiente para fazer experimentos. Foi colocada em pauta a questão da contribuição de uma máquina de solda por ponto, o resultado da pesquisa segue anexado na figura 36. 69 Figura 36: Importância de uma MSP A Máquina como Contribuição Didatica 100% 90% 80% 70% 60% 50% A Máquina como Contribuição Didatica 40% 30% 20% 10% 0% Sim, um novo equipamento contribui para o aprendizado Não vejo importância Fonte: Os Autores, 2016. Partes dos entrevistados relataram que o protótipo é de fundamental importância, principalmente com a possibilidade de por em prática o que seaprende na teoria, outra parte dos entrevistados só tinham ouvido falar do processo, mas não tinham o conhecimento da máquina, que foi considerada uma novidade. 70 4.2 NRS EMPREGADAS NA CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DO PROTÓTIPO Quando se trata de eletricidade é importante seguir algumas normas para proteção de patrimônio e principalmente proteção à vida do profissional, tendo este conhecimento foi necessário associar alguns princípios técnicos de Normas Regulamentadora NRs para proporcionar maior segurança ao operador e ao patrimônio. Para todos os procedimentos desde a montagem até o manuseio do protótipo foi necessário obedecer a leis e normas modelos, para garantia da redução de risco para os autores e outros possíveis usuários. 4.2.1 Importância do aterramento. A estrutura da máquina é toda metálica, portanto baseada na norma de Condições e Meio Ambiente de trabalho na Indústria da Construção, a NR 18.11.8 profere que: Os equipamentos de soldagem elétrica devem ser aterrados (NR 18, 2014), para evitar choques elétricos nas pessoas que venham a utilizar, ou apenas se aproximar enquanto a mesma estiver em uso, foi feito o aterramento do equipamento, com a função de: descarregar as cargas estáticas que se acumularem na carcaça do equipamento, e proteger o usuário de uma possível descarga atmosférica, viabilizou-se um caminho alternativo para a terra. Baseado na Norma de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos que estabelece a seguinte orientação: 12.15Devemseraterrados,conformeas normas técnicasoficiaisvigentes,as instalações,carcaças,invólucros, blindagensoupartescondutorasdasmáquinase equipamentosque nãofaçampartedoscircuitoselétricos,masque possam ficarsobtensão. (NR 12, 2014). 71 4.2.2 Proteção de elementos girantes. O sistema de refrigeração forçada da máquina é composto apenas por uma ventoinha demonstrada na figura 37, como a estrutura da máquina possibilita a abertura da mesma foi necessário proteger o elemento girante de acordo com a Norma de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, que orienta o seguinte: 12.38 As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança interligados, que garantam proteção à saúde e à integridadefísica dos trabalhadores. (NR 12, 2014). Figura 37: Proteção da hélice do ventilador Fonte: Os autores, 2016. A figura 37 ilustra a utilização da tela de galinheiro, impedindo o contato de partes do corpo humano com as hélices, garantindo assim a integridade física do usuário. 72 4.2.3 Ergonomia durante o manuseio do equipamento Os braços e a estrutura compacta foram confeccionados visando proporcionar um conforto ao operador, e deixar a critério do mesmo a altura do suporte em que se deseje trabalhar, essas escolhas foram fundamentadas na Norma de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, que orienta o seguinte: 12.94Asmáquinase equipamentosdevemserprojetados,construídosemantidoscomobservâ nciaaososseguintes aspectos: b) respeitoàs exigênciasposturais, cognitivas,movimentos e esforçosfísicosdemandados pelosoperadores. (NR 12, 2014). Seguindo ainda o mesmo princípio, outra norma deixa explícito a necessidade de conforto no ambiente, uma tarefa desenvolvida sem comodidade pode até ocasionar um acidente de trabalho, deste modo é relevante seguir a norma destinada a Ergonomia, que profere o seguinte: 17.3.2 Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. (NR 17, 2014). 4.2.4 Segurança no ambiente de trabalho. Quaisquer que sejam as áreas de trabalho são de extrema importância que o profissional ou usuário estejam usando Equipamento de Proteção Individual- EPI. Seguindo o principio da norma EPI é considerado: 73 6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. (NR 6, 2014). Na figura 38, estão ilustrados os dispositivos de uso individual necessários para trabalhar no manuseio da solda. Figura 38: EPIs exigidos na área de solda Fonte: Site da Soldagem,2016 Os equipamentos reunidos na figura são indispensáveis no ambiente que trabalha com solda, independente do tipo de processo de soldagem a segurança deve se a mesma. 74 4.2.5 Ambiente para processo de soldagem O processo de soldagem a ponto por resistência, no momento da formação do arco há uma produção de centelhas, portanto o ambiente deverá ser propício para o processo de acordo com a norma de Condições e Meio Ambiente de trabalho na Indústria da Construçãoa NR 18.11.7relata que: È proibida à presença de substâncias inflamáveis e/ou explosivas próximo às garrafas de O2 (oxigênio), (NR 18, 2014). Cuidados com a saúde tanto do usuário como a das pessoas que estiverem no ambiente, são abordados pelas normas e devem ser estritamente obedecidas pelo operador de solda, pois durante um processo substâncias e compostos químicos são liberados e os mesmos podem ocasionar sérios riscos à saúde, portanto é exigida uma ventilação adequada de acordo com a norma deCondições e Meio Ambiente de trabalho na Indústria da Construçãoseguinte: 18.11.2 Quando forem executadas operações de soldagem e corte a quente em chumbo, zinco ou materiais revestidos de cádmio, será obrigatória a remoção por ventilação local exaustora dos fumos originados no processo de solda e corte, bem como na utilização de eletrodos revestidos. (NR 18, 2014). Mesmo tendo um ambiente apropriado e usando EPIs, durante o processo é necessário ser fazer algumas paradas, segundo a norma regulamentadora 18.11.4 que relata que: Nas operações de soldagem e corte a quente, é obrigatória à utilização de anteparo7 eficaz para a proteção dos trabalhadores circunvizinhos8. O material utilizado nesta proteção deve ser do tipo incombustível (NR 18,2014). 7 Anteparo:Ação ou efeito de anteparar ou de se anteparar. Sinônimo- Interrupção, Cuidado. 8 Circunvizinhos: Que está em volta de um determinado lugar. Sinônimo- Adjacente Limítrofe. 75 4.2.4 NR 10 Tanto na montagem quanto no manuseio da MSP foram utilizados os procedimentos previsto na NR10 (SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE). Utilizamos calçados fechados e com isolação elétrica; luvas para proteger de possíveis queimaduras e também choques elétricos; a rede na qual a maquina foi ligada estava devidamente sinalizada e aterrada; todos os circuitos elétricos foram devidamente isolados assim como a carcaça da maquina. 4.3 O EMPREGO DE RESÍDUO PARA A CONSTRUÇÃO DA MSP A produção de resíduo urbano esta diretamente relacionada com o desenvolvimento econômico do país, sabe-se que a produção industrial e o incentivo ao consumo têm gerado quantidade assustadoras de resíduo que tem posto em risco o bom desenvolvimento do planeta (Loschiavo, 2010). Com necessidade de controlar o aquecimento do planeta, a população deve estar educada para desempenhar o consumo consciente, preservar os recursos naturais e reutilizar os resíduos. ...a gestão da qualidade empresarial passa, no presente século que se inicia, pela obrigatoriedade de que sejam implantados sistemas organizacionais e de produção que valorizem os bens naturais, as fontes das matérias primas, as potencialidades do quadro humano criativo e as comunidades locais. Portanto, deve iniciar este novo ciclo, em que a cultura do descartável e do desperdício seja banida e façam parte do passado. Incentivo à diminuição do consumo, atividades de reciclagem, controle de resíduos, capacitação permanente dos quadros profissionais em inferentes níveis e escalas de conhecimento, fomento ao trabalho em equipes e às ações criativas, são desafioschave neste novo cenário, como caminho às mudanças almejadas. (Chávez e Matheus, 2004). A produção de e-lixo vem acompanhando o desenvolvimento das novas tecnologias, devido o incentivo ao consumo desenfreado e 76 consequentemente gerando grande volume de resíduos, tendo como resultados intensos impactos ambientais. O resíduo produzido pela população em geral é descartado sem nenhum tipo de seleção, sendo muito comum encontrar em meio ao lixo domiciliar aparelhos eletrônicos e elétricos, cabendo às instituições públicas locais fazer a coleta do lixo domiciliar e direcionar aos aterros sanitários, com isso os e-lixos são descartados de forma irregular e muitos dos seus componentes geram impactos ambientais, com exemplo a contaminação dos solos e águas pelos metais pesados(Rocha et al, 2010). O e-lixo, é composto desde “elementos químicos simples a hidrocarbonetos complexos”;os metais chegam a ser setenta por cento dos materiais. A tabela 9 demonstra a quantidade de sucata produzida. Tabela 9: Composição de uma tonelada de sucata eletrônica mista Quantidade de Sucatas Produzidas Material % de sucata Ferro Entre 35% e 40% Cobre 17% Chumbo Entre 2% e 3% Alumínio 7% Zinco Entre 4% e 5% Ouro Entre 200 e 300 gramas Prata Entre 300 e 1.000 gramas Platina Entre 30 e 70 gramas Fibras e Plásticos 7% Papel e Embalagens não Resíduos 5% Resíduos não Recicláveis Entre 3% e 5% Fonte: Adaptado (Favera, 2008). Ainda segundo Rodrigues (apud Rocha et al, 2010),a infra-estruturar brasileira de coleta desses resíduos é praticamente inexistente. O que se sabe é que todo e-lixo descartado de forma irregular, em algum momento trarão 77 consequências negativas para a população, na tabela 10 segue a descrição de alguns riscos a saúde. Tabela 10: Componentes e seus efeitos na saúde humana Discrição dos componentes e seus respectivos danos à saúde Componentes Chumbo Mercúrio Cádmio Efeito na Saúde Onde é usado Causa danos ao sistema Computador, nervoso e sanguíneo televisão. Causa danos cerebrais e ao Computador, monitor e fígado. TV de tela plana. Causa envenenamento, danos aos ossos, celular, Computador, monitores rins, de tubo antigos, pulmões e afeta o sistema baterias de laptops. nervoso. PVC Se queimado e inalado, pode causar Em fios, para isolar problemas corrente. respiratórios. Fonte: Adaptado (Favera, 2008). Nessa perspectiva, foi observado que o município de Santo Amaro–BA não existe uma coleta especifica de e-lixo, ou seja, o mesmo é coletado junto ao lixo doméstico. Muitos componentes eletroeletrônicos podem ser aproveitados para outros fins, e até mesmo formar um novo equipamento, assim para a montagem do protótipo MSP foi utilizados vários resíduos. Na tabela 11 estão descritos os materiais que foram reaproveitados. Tabela 11 – Materiais reaproveitados para a construção da MSP E-lixos que foram transformados Equipamentos de origem (resíduos) Materiais reaproveitados Forno Micro-ondas Transformador e Ventoinha Gabinetede computador Carcaça e parafusos Mesa Tubos Metálicos 78 (encontrado em meio à sucata) Mola Fonte: Os autores,2016 Os componentes reaproveitados foram coletados no município de Santo Amaro- BA, estes estavam já separados para descarte, porém os donos ainda não sabia como descartar corretamente. Os mesmos apoiaram a ideia de transformar sucatas em ferramenta de aprendizado, por esse motivo ocorreu à doação. Esses aparelhos eletroeletrônicos encontravam-se nos quintais e depósitos armazenados de forma irregular, gerando ambiente propício para a reprodução de insetos e animais peçonhentos. Pondo em risco a saúde humana, além de causar impacto ao meio ambiente quando estes dispostos diretamente sobre o solo. Pensando em minimizar os impactos que estes resíduos causam ao meio ambiente, a construção do protótipo se fez com estes matérias e não comprando novos equipamentos que posteriormente virão a gerar mais e-lixo. 79 5 FALHAS DURANTE O PROCESSO DE MONTAGEM Durante a montagem do projeto houve uma sucessão de testes, que como já foi citado acarretou no uso de 7 transformadores. O primeiro erro foi no momento de retirada do bobinado primário, que por um descuido retirou a bobina correta, porém de uma forma inadequada danificando-a e inutilizando a mesma. Nesse sentido, partiu-se para o segundo transformador o qual durante a abertura teve suas chapas de silício que compõe a estrutura do núcleo separadas uma das outras, anulando assim a possibilidade de uso do mesmo, pois falhas como esta acarretam em aumento das perdas por temperatura. Dando seguimento buscou-se outro transformador, que por sua vez apresentava um curto-circuito entre as espiras, a possibilidade de uso foi descarta pelo motivo dos autores não terem identificado qual bobina apresentava o curto. Posteriormente já no quarto transformador, no momento de abertura prendeu-se o mesmo em uma morsa de bancada e retirou-se a bobina secundária durante o processo, e o arco de serra utilizado danificou o bobinado primário o qual é necessário para confecção da máquina. Partiu-se então para outro transformador, e durante a fixação do mesmo na morsa de bancada, as espiras amassaram danificando as mesmas. Na figura 39 é possível visualizar o resultado das tentativas. Figura 39: Sequência dos transformadores inutilizados, antes de chegar ao sexto. Fonte:Os autores, 2016 80 Após todas essas tentativas e falhas, no sexto transformador conseguiu-seabrir o mesmo com uma serra poli-corte sem danificar as chapas, e retirou-se o bobinado sem danificar nenhuma espira. Com a peça principal já separada deu seguimento a montagem do protótipo, baseado nos cálculos houve a confecção das bobinas e para o processo de fechamento do transformador os autores optaram pelo processo de soldagem Tugsten Inert Gas (TIG), durante o processo de soldagem a peça foi submetida uma temperatura acima de 1000°C, o que danificou a isolação das bobinas. Antes de descartar a possibilidade de uso foram feitos testes de tensão em vazio e curto-circuito demonstrados na figura 40, durante esse teste o transformador apresentou um alto aquecimento que chegou a derreter o verniz da isolação. Figura 40: Teste de tensão em vazio Fonte: Os autores, 2016. Diante destas circunstâncias, obrigatoriamente foi utilizado outro transformador totalizando o sétimo, porém para evitar novos erros e a necessidade de soldagem mudou-se a estratégia, a modelagem das espiras foi feita no núcleo do transformador sem terque abrir o mesmo, para isso foi modificado o condutor. 81 6 ENSAIOS E TESTES DE FUNCIONAMENTO DA MSP Após a finalização da montagem da Máquina, foram realizadosalguns testes para comprovar sua eficiência. Para o mesmo foi necessário à utilização de chapas de aço carbono galvanizado com espessuras diferentes. A figura 41 mostra as diversas chapas utilizadas nos teste. Figura 41- Chapas utilizadas nos testes Fonte: Os autores,2016 As chapas medem: 0,47mm; 0,50mm; 0,82mm; 0,87mm; 1,20mm. Os testes foram realizados seguindo a sequência de menor espessura para a de maior espessura. A figura 42 mostra como foram realizados os testes. Figura 42- Teste de soldagem da chapa Fonte: Os autores, 2016 82 Ao final dos testes obtivemos os seguintes resultados, conforme apresentados na tabela 12: Tabela 12- Teste de soldagem das chapas DADOS OBTIDOS NOS TESTES Espessura da Tempo de resultado chapas (em mm) soldagem (em s) 0,47 4 Soldada 0,50 4 Soldada 0,82 10 Soldada 0,87 10 Soldada 1,20 20 Não soldada Fonte: Os autores,2016 Verificamos que a chapa de 1,20mmnão foi soldada mesmo passando por 20 segundos de soldagem. Após o teste verificamos também a temperatura dos eletrodos, eles apresentaram 65° C como mostra a figura 43. Figura 43- Temperatura dos eletrodos após tentativa de soldagem. Fonte: Os autores,2016 83 Isso mostra que mesmo após os testes os eletrodos resistiram bem comprovando a eficiência da MSP. A figura 44 mostra como ficaram os pontos de solda nas chapas . Figura 44: Chapas soldadas Fonte: Os autores, 2016 Além de verificar a soldagem das peças, nos testes também foram verificados o comportamento da MSP ligado em partida direta, na tabela 13 estão organizados os resultados obtidos nos teste e na figura 45 o método de verificação. 84 Tabela 13- Comportamento da MSP na soldagem das chapas TESTES DE FUNCIONAMENTO ESPESSURA CORRENTE CORRENTE TENSÃO DA CHAPA DE ENTRADA DE SAÍDA ENTRADA DE POTÊNCIA DE ENTRADA SISTEMA DESLIGADO 125,7 0,47 19 A 510ª 117,0 1,5kW 0,50 15 A 419ª 118,0 1,3kW 0,82 16 A 433ª 118,0 1,5kW 0,87 19 A 404 A 124,0 1,37kW Fonte: O autores,2016 Não realizamos os testes do equipamento MSP com a chapa de 1,20mm por essa não sofrer a soldagem. Figura 45- Ensaio de soldagem de chapas de aço carbono galvanizado Fonte:Os autores, 2016 85 Nos ensaios realizados a temperatura da MSP foi considera aceitável, pois não houve aquecimento na carcaça da máquina e os condutores externos aqueceram-se leve mente aproximadamente 40°C considerando a temperatura ambiente. Próximo ao enrolamento primário do transformador a tempera do núcleo interno chegou a 120°C e na parte externa do núcleo a temperatura ficou atingida foi 40°C, nesse sentido é preciso melhorar o sistema de refrigeração por ventilação forçada. Nos testes realizados em curto circuito com a máquina ligada aproximadamente um minuto, foi percebida a necessidade de modificar a posição da refrigeração em relação ao transformador, a ventoinha tem que ficar direcionada as bobinas do transformador e não apenas a carcaça do mesmo, como se pode observar na figura 46. Figura 46- Posição da ventoinha em relação ao transformador Fonte: Os autores, 2016 86 Com a ventoinha direcionada diretamente para as bobinas, o núcleo interno do transformador será melhor refrigerado e conseguirá trabalhar com uma temperatura de refrigeração mais interessante, ou seja próximo de 80ºC. Durante os ensaios em curto com duração de aproximadamente um minuto os condutores do secundário não suportaram a temperatura e a capa isolante fundiu-se, tendo que ser substituído. Logo, decidiu-se pela substituição do condutor de 16mm2 por 2 condutores de 10mm2 em paralelo. Não foi possível a substituição por condutores de bitolas maiores devido às limitações físicas do núcleo do transformador de forno micro-ondas. 6.1 CÁLCULOS PARA A OBTENÇÃO DO CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR O Circuito Equivalente do Transformador Monofásico é um modelo matemático onde estão presentes a resistências e reatâncias, este modelo simula o transformador em funcionamento. As resistências, reatâncias e impedâncias equivalentes, quando submetidas ao modelo matemático correspondem ao comportamento real do transformador em funcionamento. A figura 47 trás o referido circuito. Figura 47-Circuito Equivalente de Transformador Monofásico Fonte: Élvio Prado, 2016 Parâmetros; 87 R1: Resistência Equivalente do Enrolamento Primário; X1: Reatância Indutiva Equivalente do Enrolamento Primário; R2: Resistência Equivalente do Enrolamento Secundário; X2: Reatância Indutiva Equivalente do Enrolamento Secundário; Rm: Resistência Equivalente de Magnetização; Xm: Reatância Indutiva Equivalente de Magnetização; I0: Corrente em Vazio Irm: Corrente na Resistência de Magnetização; Ixm: Corrente na Reatância de Magnetização; Icc: Corrente de Curto-Circuito = Corrente Nominal 6.1.1 Ensaio em Vazio do transformador usado na MSP No ensaio em vazio o transformador é ensaiado sem carga, com os objetivos de determinar as perdas no núcleo por histerese e correntes parasitas de Foucault, a corrente em vazio Io, relação de tensões (Kensaiado) ,de placa(Kplaca) e a relação do número de espiras (Kn). Para o ensaio em vazio, a MSP foi ligada no Variac até alcançar a tensão de127V, um lado do transformador foi deixado em vazio . Abaixo a figura 48 mostra o esquema do ensaio em vazio do transformador com lado de baixa em vazio. 88 Figura 48: Esquema do ensaio em vazio Fonte: Os autores, 2016 Dados do transformador: Através de ensaios, foi medida a potência aparente de 2,4VA no primário do transformador: S= 2,4KVA (10) U1 = 127V U2= 3,5V Kn= 1 127 = 2 3,5 Kn = 36,29 = = In = 19A Onde, S= PotênciaAparente U1 = Tensão de entrada U2=Tensão de saída Kn= Pontência Nominal In = Corrente Nominal 2,4 127 89 Elevou-se a tensão no variac gradativamente até a tensão nominal de 127V e obtiveram-se os seguintes dados com o auxílio de um Wattímetro Digital: U0 = 126 V I0 = 10 A P0 = 170W S0 = 1,25KVA Q0 = 1,24KVAr Cosφ0 = 0,13 Onde, U0 = Tensão de entrada em vazio; I0 = Corrente em vazio; P0 = Potência Ativa em vazio; S0 = Potência Aparente em vazio; Q0 = Potência Reativa em vazio; Cosφ0 = Fator de Potência em vazio; O dado da placa do transformador é para 1,5KVA, porém estamos trabalhando a 2,4KVA, isso só é possível, pois o tempo de trabalho não ultrapassa 20 segundos. Como já foi citado anteriormente, o transformador trabalhando acima disso pode gerar superaquecimento e destruição dos enrolamentos. O ensaio foi realizado com um wattímetro digital modelo SKAW-01, e foram obtidos os seguintes resultados: Na equação 11, demonstra o cálculo para encontrar o ângulo de φ e o seno de φ0. Sendo o fator de potência através dos testes. Cosφ0 = 0,13 φ0 = aCos (0,13) (11) 90 φ0 = 82,53° Senφ0 = 0,99 IRm = I0 Cosφ0 IRm = 10 . 0,13 IRm= 1,3A IXm = I0 . Senφ0 IXm = 10 . 0,99 IXm= 9,9A Rm = = , Rm = 78,7Ω Xm = = , Xm =12,7Ω ²= = ²+ ² 78,7² + 12,7² Zm = 79,7Ώ Onde, Rm: Resistência Equivalente de Magnetização do núcleo ferromagnético; Xm: Reatância Indutiva Equivalente de Magnetização do núcleo ferromagnético; I0: Corrente em Vazio; Irm: Corrente na Resistência de Magnetização; Ixm: Corrente na Reatância de Magnetização; 91 6.1.2 Ensaio em curto-circuito do transformador da MSP O ensaio em curto-circuito tem a finalidade de encontrar as perdas nos enrolamentos de cobre e também a obtenção dos parâmetros de impedância nos mesmos. No ensaio em curto-circcuito o transformador foi submetido a curto-circuito, com o lado de baixa em curto como mostra o esquema da figura 49, a tensão foi elevada gradativamente no variac até atingir acorrente nominal do transformador, assim o ensaio simulou o transformador com a carga máxima. O objetivo do ensaio foi determinaras perdas no cobre, a impedância, reatância, impedância dos enrolamentos e a queda de tensão interna. Para a realização do ensaio os eletrodos foram unidos com fios de cobre para garantir que o curto-circuito não sofresse interrupções durante o teste. Figura 49: Ensaio em curto-circuito com o lado e baixa em curto Fonte: Os autores, 2016 Dados do wattímetro SKAW-01: Ucc = 113V Icc = 19A Pcc = 1,63KW Scc = 2,3KVA Qcc = 1,52KVAr Cosφ = 0,76 In = Icc = 19A Onde, Ucc =Tensão Primária de Curto-Circuito 92 Icc =Corrente de Curto-Circuito Pcc = Potência Curto-Circuito Scc = Potência Nominal Aparente de Curto-Circuito Qcc = Potência Reativa de Curto-Circuito Cosφ = Fator de Potência em carga máxima In = Icc = Corrente Nominal= Corrente de Curto-Circuito Caso os ensaios fossem realizados com tensão e corrente reduzidas seriam necessarias as equações: . = ² = ² (12) . (13) Onde, Uccn=Tensão Nominal de curto-circuito; Ucc=Tensão de curto-circuito; In= Corrente Nominal; Icc= Corrente de curto-circuito; Pccn= Potência Nominal de curto-circuito; Pcc= Potência Nominal de curto-circuito; Como o ensaio foi feito com corrente nominal: (14) Rcc = ² = Rcc = 4,52Ώ Pcc = = Pcc = 5,95Ώ ² 93 Xcc = ² Xcc = 5,95² ² 4,52² Xcc = 3,87Ώ Rcc = R1 + R2 R1 =R2 .Kn R1 =R2 . 36,29 R1 =R2 . 36,29 Xcc = 36,29R2 + X2 Rcc = 36,29R2 + R2 Xcc = X2(36,29 + 1) Rcc = R2(36,29 + 1) 3,87 = X2 . 37,29 4,52 = R2 . 37,29 X2 = 0,11Ώ R2 = 0,12Ώ X1 = 0,11 . 36,29 R1 = 0,12 . 36,29 X1 = 3,99Ώ R1 = 4,35Ώ Z2² = R2² + X2² Z1² = R1² + X1² Z2² = 0,12 + 0,11 Z1² = 4,35 + 3,99 Z2 =0,16Ώ Z1 =5,9Ώ Xcc = X1 + X2 X1 =X2 .Kn Onde, Rcc= Resistência de curto-circuito; Pcc= Potência de curto-circuito; Xcc= Reatância de curto-circuito; Zcc=Impedância de curtp-circuito; R1 = Resistência equivalente do enrolamento primário X1 = Reatância equivalente do enrolamento primário Z1 = Impedância equivalente do enrolamento primário R2 = Resistência equivalente do enrolamento secundário 94 X2 = Reatância equivalente do enrolamento secundário Z2 = Impedância equivalente do enrolamento secundário 86 Para facilitar a visualização dos resultados dos ensaios em vazio e em curto-circuito onde verificou-se o comportamento do transformador da MSP, a tabela 14 contém os dados alcançados. Tabela 14- Comportamento do trafo da MSP nos ensaios em curto circuito e em vazio. MÉTODO CORRENTE CORRENTE POTÊNCIA FATOR DE POTÊNCIA POTÊNCIA TENSÃO DE DE DE SAÍDA ATIVA POTÊNCIA APARENTE REATIVA [V] ENSAIO ENTRADA [A] [W] em carga [A] [kVA] [kVAr] máxima COSφ EM CURTOCIRCUITO EM VAZIO 19A 520A 1,63KW 0,76 2,23kVA 1,52kVAr 120V 19A 524A 1,48KW 0,74 2,14kVA 1,4kVAr 112,7V 10A Vazio 170W 0,14 1,25kVA 1,27kVAr 126V 170W 0,14 1,23kVA 1,24kVAr 126V 10A Vazio Fonte: Os autores,2016 Após os teste foi verificado que o transformador possui elevadas perdas em vazio (no núcleo) e elevadas perdas no cobre (enrolamentos). Estas perdas podem ser reduzidas trocando o núcleo do transformador por um maior, possibilitando a troca dos condutores do secundário por bitolas maiores, reduzindo principalmente as perdas nos enrolamentos. Por fim fizemos o calculo para saber a eficiência da maquina seuindo a equação 1 citado no inicio do relatório. Q= I2. R. t Q= 5202. 0,007. 10 Q= 18928 J (1) 87 Esse valor convertido equivale a 1930,12 kgf, e mostra que a pressão sobre as peças metálicas ultrapassou o nível que é de 90 a 1.450 Kgf. 88 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O propósito deste projeto foi criar um equipamento de solda por resistência a ponto, para auxiliar o aprendizado da parte prática da área de soldagem, que possibilitam a união permanente de peças de aço carbono e suas ligas. A construção desta máquina deu-se a partir de e-lixos, com o intuito de acrescer uma visão sustentável ao projeto, mostrando ser possível a reutilização de sucatas eletroeletrônica sem causar danos ao ambiente. O protótipo é capaz de soldar por ponto, chapas de até 0,87 mm, alcançando correntes de até 520A, tendo como limitação o tempo de soldagem que não pode ultrapassar 20 segundos para que a temperatura não exceda o limite da isolação dos condutores do transformador. Outra limitação é que os intervalos de tempo entre os pontos de solda devem ser espaçados, afim de garantir que o sistema de refrigeração reduza a temperatura do transformador adequadamente, garantindo a preservação do protótipo. Esta alta temperatura excessiva no transformador se deu devido aos enrolamentos do secundário terem sido feitos de condutores com bitolas insuficientes para as correntes acima de 500A, e devido a limitações físicas do tamanho do núcleo do transformador, não foi possível a utilização de condutores com bitolas maiores. Os condutores utilizados no secundário do protótipo final foram doiscondutores de 10mm2 em paralelo, dando capacidade nominal total de 150A, e que estão trabalhando no momento da solda com correntes acima de 500A. Nesse sentido, faz-se necessário um intervalo de tempo entre as soldagens para que os condutores possam trabalhar em temperatura não superior a fusão dos isolantes dos enrolamentos. Foram adotadas a NR 6 para proteção individual, NR 12 para segurança em máquinas e equipamentos, a NR 10 para a segurança em instalações elétricas, NR 17 e NR 18 para questões de postura do operador, com o intuito de viabilizar a segurança do operador no manuseio da máquina. Conclui-se, que este projeto foi de grande importância, uma vez que se enquadra como ideia inovadora, pelo motivo de no campus não ter uma máquina 89 que realize este tipo de soldagem, além de contribuir para o aperfeiçoamento dos conhecimentos adquiridos durante o curso, servindo também como preparação para atuar na indústria, uma vez que é um tipo de soldagem voltado para o setor automobilístico. 90 8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTURO As sugestões aqui articuladas opinam sobre possíveis melhoras para manter um equipamento em funcionamento cada vez mais eficiente e auxiliar outras pessoas que queiram construir um protótipo semelhante a este. Apesar de ter alcançado o objetivo, cabe algumas mudanças consideráveis, pois o presente projeto fornece material teórico suficiente para uma nova versão do mesmo. Sugere-se como proposta de melhora a utilização de um transformador com núcleo maior, pois caberá no mesmo um condutor de maior bitola, consequentemente fornecerá uma maior corrente de saída, pois como já citado anteriormente quanto maior a bitola maior a condutividade e menor as perdas por temperatura. O interessante seria conseguir um transformador de forno microondas com potência superior a 2,5kVA, para garantir a eficiência do projeto calculado neste projeto. Pensando ainda na melhora do protótipo será bastante relevante à automatização do mesmo, além de inserir alguns tipos de sinalizaçõescomo a inserção de sensores sonoros tais quais: um efeito sonoro para identificar quando a máquina estiver em funcionamento e outro quando o operador desligar o equipamento, isso acarretará em uma maior segurança para as pessoas que desenvolvem atividades ao redor do equipamento. Ainda dentro da automatização seria conveniente sensor ótico, pois possibilitaria ao discente saber a quantidade de ponto de solda feita por ele em um espaço de tempo. Dentre as mudanças uma das mais importantes seria a troca dos eletrodos, substituir os atuais ou por ponteiras apropriadas para esse tipo de solda ou por outro parafuso com um diâmetro um pouco maior. Outro aspecto que poderia ser melhorado seria a estrutura por uma questão de segurança, pois após a conclusão da máquina verificou que a tensão embora seja baixa pode vir a circular pela estrutura, indica-se a substituição por um corpo mais robusto e de material isolante. Apesar de ter sido interessante a utilização de um gabinete de computador, o mesmo ofereceu uma estrutura frágil 91 não garantindo rigidez no suporte dos braços, contribuindo para o desalinhamento dos eletrodos, logo seria interessante a substituição do mesmo. 92 REFERÊNCIAS BRAGHETTO, Antônio Claúdio. Fundação Roberto Marinho (Org.). Telecurso: profissionalizante de mecânica: processos de fabricação. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2009. BRANCO, Hideraldo Luiz Osorio, . Avaliação de Capas de Eletrodos Utilizadas na Soldagem de Chapas Galvanizadas na Indústria Automobilística. Dissertação de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Paraná, 113p, 2004 CHIAVERINI, Vicente. 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LIXO E IMPACTOS AMBIENTAIS PERCEPTÍVEIS NO ECOSSISTEMA URBANO.Artigo publicado na: Sociedade & Natureza, Uberlândia, 20 (1): 111-124, jun. 2008 NASCIMENTO JUNIOR, Geraldo Carvalho do. Máquinas elétricas: teoria e ensaios. 3. ed. São Paulo: Érica, 2010. PENTEADO, Karin Mendes. Otimização da Solda de Pontos por Resistência Elétrica na Liga de Alumínio 5052-H32 através do Projeto e Análise de Experimentos (DOE). Itajubá – MG, 2011 PINHEIRO, Heitor Jose de Godoy.ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE A CORRENTE DE “SHUNT” E A FEOMETRIA DO PONTO DE SOLDA EM FUNÇÃO DO ESPEÇAMENTO, EM CHAPA DE AÇO DE BAIXO TEOR DE 93 CARBONO E ESPESSURA DE 0,8 MM.Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão e Tecnologia Industrial, Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec. Salvador-BA, 2011 ROCHA, Adilson Carlos da;CERETTA, Gilberto Francisco;Lixo Eletrônico: um desafio para a gestão ambiental.CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS – CESCAGE 2ª Edição vol. I Jul – Dez de 2010 SALHEB, Gleidson José Monteiro; PERES NETO, Heitor de Azevedo Picanço;OLIVEIRA, Ivanci Magno de ; AMARAL JÚNIOR Milton Ferreira do; BOETTGER Rafael José Cherfen de Souza; MONTEIRO Vitória Cherfen de Souza.POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE: REFLEXÕES PRELIMINARES. Artigo Programa de Pós-graduação em Direito Ambiental e Políticas Públicas da Universidade Federal do Amapá.2014 STOCCO, Danilo, GONÇALVES, Roque. Caracterização dos Defeitos Encontrados em Solda a Ponto Utilizando Técnica do Ultrassom, Apoiado a Exames Metalográfico. Artigo apresentado na “III Pan American Conference for Nondestructive” Test, Rio de Janeiro, RJ, 9p. 2006 VARGAS, José Enrrique. . Estudo da Formação, Geometria e Resistência do Ponto na Soldagem por Resistências. Dissertação de Mestrado em Sistemas Mecatrônicos. Universidade de Brasília, Brasília, DF, 143p. 2006. WAINER, Emilio; BRANDI, Sérgio Duarte; MELLO, Fábio Décourt Homem de. Soldagem:Processos e Metalurgia. 2. ed. 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Acesso em 14/05/2016 http://www.dicio.com.br Acesso em 12/05/216 http://hereditarios.livreforum.com/t251-instalacao-eletrica-residencialcalculo-de-bitola-de-fios .Acesso em 13.05.201 http://www.segurancadotrabalhoacz.com.br/47/ - Acesso em 13.05.2016 em 94 APÊNDICE A BRENDA PEREREIRA, FABIO GOMES LEANDRO DOS SANTOS, VANESSA TAYS TERMO DE CONSENTIMENTO Bom dia / Boa tarde / Boa noite, estamos realizando uma pesquisa para um projeto de uma máquina de solda ponteadeira cuja pretensão é utilizá-la, posteriormente, como material didático no Campus, para complemento de algumas disciplinas. A aplicação desse questionário tem fins estritamente acadêmicos, e não registrará nenhum dado pessoal do entrevistado. Posso contar com sua atenção? Se houver alguma pergunta que não queira responder sinta-se à vontade para deixar em branco. Obrigado! Data :___/___/_____ Situação do entrevistado ( ) Aluno do 3º ano integrado ( ) Aluno do 4º ano integrado ( ) Aluno do 4º modulo subseqüente ( ) professor 1. Você acha importante aulas práticas de soldagem para o curso de eletromecânica? SIM NÃO 95 2. Você considera suficiente as maquinas e equipamentos de soldagem no campus? SIM NÃO 3. O que você acha dos equipamentos de solda atuais do campus? Excelente Bom Médio Ruim Péssimo 4. Uma Máquina de solda a ponto contribuirá para as aulas praticas de solda no Campus? 5. Qual é a sua opinião sobre a importância de uma maquina de solda ponteadeira para o auxilio das aulas práticas da disciplina de soldagem? 6. O que você acha das condições do laboratório de mecânica do campus? Por quê? 101 APÊNDICE F 102 ANEXOS Figura 50: MSP Pronta Fonte: Os Autores, 2016 Figura 51: MSP Aberta Fonte: Os Autores, 2016