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Êxodo urbano: por que as cidades de médio porte
estão atraindo os moradores das metrópoles?
Morar nos grandes centros tem suas vantagens, como mais
opções de trabalho, educação e lazer. Mas também tem seu lado
negativo. O alto custo de vida, falta de moradia, trânsito, violência
e poluição estão no topo da lista de reclamações de quem acredita
testemunhar um esgotamento das grandes metrópoles.
Se ao longo do século XX a mobilidade populacional era
direcionada às capitais, aos poucos, grandes parcelas da população
estão voltando-se para o interior, em especial cidades de médio porte que
apresentam um crescimento rápido e estável. Em busca de mais
qualidade de vida, essas pessoas estão também ajudando a formar novas
centralidades que vão configurar um novo mapa econômico do Brasil.
De acordo com a pesquisa Reflexões sobre os Deslocamentos Populacionais no Brasil, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), são as cidades de porte médio que mais
cresceram em densidade populacional na última década. Essas cidades
localizadas ao longo de rodovias ganharam mais habitantes do que as
capitais de nove regiões metropolitanas, que anteriormente puxavam o
avanço populacional.
Segundo a análise – baseada nas informações do Censo
Demográfico 2000 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) realizada em 2004 e 2009 - as cidades com menos de 500 mil
habitantes são as que mais crescem no país, o que demonstra a influência
da migração, muito embora as grandes cidades continuem concentrando
parcela expressiva da população (aproximadamente 30%). Esses municípios de médio porte cresceram em função de “atividades econômicas
complexas, que articulam atividades agrícola e industrial diversificadas”.
ÊXODO URBANO
Êxodo urbano: por que as cidades de médio porte
estão atraindo os moradores das metrópoles?
Fonte: New York Times
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MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS NA HISTÓRIA
Os deslocamentos de população no Brasil foram intensos
nas décadas de 1960 a 1980, quando grandes volumes de
migrantes se deslocaram do campo para a cidade, delineando um processo de intensificação da urbanização e caracterizando áreas de expulsão ou emigração: Região Nordeste
e os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul; e áreas de atração ou forte imigração
populacional - núcleo industrial, formadas pelos estados de
São Paulo e do Rio de Janeiro.
Fonte: IBGE
A mudança nos fluxos migratórios é uma tendência
inicialmente detectada pelo Censo Demográfico de 1991. Na época, os pesquisadores do IBGE apontaram “algumas transformações
no comportamento dos fluxos que antes predominavam no Brasil,
como o arrefecimento das migrações do Nordeste para o Sudeste e
algumas reversões nos saldos migratórios das Unidades da
Federação”.
De acordo com a cartografia do IBGE, Rio de Janeiro e São Paulo
deixaram de ser “importadores” e passaram a “exportadores” de moradores ao longo da última década, enquanto o Espírito Santo despontou
como foco de atração de novos habitantes. O Nordeste continua a perder
moradores, mas em intensidade bem menor. Porto Alegre é a capital com
menor crescimento populacional entre as nove regiões metropolitanas
pesquisadas. O desempenho foi de 0,4%, enquanto Rio de Janeiro e São
Paulo, por exemplo, tiveram variações próximas a 0,8%.
O IBGE identificou os principais eixos de crescimento populacional
no Brasil. Um deles localiza-se em São Paulo, e engloba aglomerações
no entorno de Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Santos e São José dos Campos, em um raio de 150 quilômetros em torno da capital paulista. Há
ainda aglomerações urbanas que orbitam capitais e cidades grandes e
médias ao longo da BR-101 do Espírito Santo ao Maranhão, como Camaçari (BA), Barra dos Coqueiros (SE), Ilha de Itamaracá (PE), Cabedelo
(PB), Parnamirim (RN), na zona de influência de capitais tradicionais como
Vitória, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e
São Luís.
Essas cidades têm a chance de preparar-se para o crescimento
e planejar o desenvolvimento urbano, para que, no futuro, não venham
a perder essa nova população pelos mesmos problemas que os fizeram
fugir dos grandes centros.
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ÊXODO URBANO
Êxodo urbano: por que as cidades de médio porte
estão atraindo os moradores das metrópoles?
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ÊXODO URBANO
Êxodo urbano: por que as cidades de médio porte
estão atraindo os moradores das metrópoles?
Fonte: Folha de S. Paulo
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