PROE - Radiação As duas áreas principais de aplicação das antenas são: Links de comunicação Radares Consideremos um link de comunicações emissor receptor Antena 1 Antena 2 P1 – Potência emitida pela antena 1 Qual é a parte da potência emitida P1 que a antena 2 consegue receber? A potência total incidente na antena de recepção obtém-se integrando a “densidade de potência” (Vector de Poynting) na “área efectiva” da antena de recepção. A forma como a antena de recepção converte a potência que sobre ela incide em potência disponível aos terminais da antena, depende do tipo de antena, da sua orientação e polarização. PL SAeM PL - potência média no tempo disponível aos terminais da antena 2, supondo que a antena 2 (recepção) não tem perdas, está alinhada com a antena 1 de modo a receber a potência máxima radiada pela antena 1 (isto é, tem o seu máximo do feixe na direcção da onda incidente e a sua polarização está alinhada com a da onda incidente). S - valor médio no tempo da densidade da “densidade de potência” da onda incidente. área / PL SAeM 2 m W W .m2 AeM - área efectiva máxima. Mede a capacidade da antena em interceptar a onda incidente. É uma medida da capacidade que a antena de recepção tem em converter a potência incidente em potência disponível aos terminais da antena de recepção. I2 V 02 I2 V 02 Z az Z L PL 1 2 I 2 RL z ZL ~ Z az Fig.1 – Circuito equivalente da antena de recepção Z a 2 Ra 2 jX a 2 - impedância da antena de recepção AeM - Supõe transferência máxima de potência da onda incidente para os terminais da antena 2, isto é : Z L Ra 2 jX a 2 I2 V 02 V 02 V 02 Z az Z L 2 Raz 2 Rr Desprezamos perdas na antena 2: P 1 V 02 Ra 2 R p Rr Rr r PL Paz 2 4 Rr 2 2 1 V 02 PL 2 4 Rr 2 P 1 V 02 AeM L S 2 4 Rr S e Exemplo DEH Vamos calcular a abertura efectiva máxima do DEH, que traduz a capacidade máxima que o DEH tem de intersectar a potência de uma onda incidente e entregá-la a uma carga. +l L = zl << λ -l O DEH está orientado paralelamente ao DEH emissor e tem aos seus terminais uma carga Z L Z a*2 Tensão em vazio aos terminais do DEH2: V 02 E 01 hefM E 01 L Potência da onda incidente: S he DEH L sin 2 1 Eoi 2 Z0 2 L Resistência de radiação: RrDEH Z0 3 z 2 2 L2 V02 Eoi 2 Z0 PL 3 2 AeM 2 S 8 Rr S 8 2 L 2 Eoi 8 Z0 3 Área máxima efectiva: AeM DEH 0.119 2 A área efectiva máxima do dipolo eléctrico de Hertz é independente do comprimento do DEH. Relação entre AeM e D ( directividade ) DDEH DDEH 3 4 3 2 2 2 8 4 2 AeM A relação anterior entre a directividade e a área (ou abertura) efectiva é uma relação universal válida para qualquer antena. Link de comunicação Antena de emissão isotrópica: U r S S S Ur 2 2 Pr 4 r 2 P1 - potência média no tempo radiada pela antena emissora Antena não isotrópica com o máximo de radiação segundo a antena de recepção: S UM D r2 4 2 D Pr 4 r 2 AeM Como se tem: PL S AeM D Pr 4 r 2 AeM Supõe-se que a antena de recepção está apontada e tem uma polarização que conduzem a uma recepção máxima. AeM - abertura efectiva máxima da antena de recepção. AeM 2 D2 42 Como D P 2 2 PL 1 1 D2 P1 D1D2 4 r 4 4r 2 A fórmula anterior dá-nos o valor da potência recebida PL em termos da potência transmitida P1 e das directividades das antenas de emissão D1 e de recepção D2 . Como D1 4 2 Ae M 1 tem-se: PL P1 AeM 1 AeM 2 r 2 2 Fórmulas de transmissão de Friis (antenas sem perdas) Perdas nas antenas Na prática as antenas têm perdas e a potência radiada pela antena de emissão é reduzida de . Na recepção acontece o mesmo e a potência é também reduzida de um factor . Por isso utiliza-se o ganho G D em vez da directividade 4 G 2 AeM Ae G 4 2 Fórmulas de transmissão de Friis (antenas com perdas) Ae PL P1 G1 G 2 2 4r 2 As fórmulas anteriores pressupõem que não há desadaptação de impedância nos terminais das antenas emissora e receptora e que as antenas de emissão e recepção têm polarizações idênticas e estão orientadas de modo a haver adaptação de polarizações e ganho máximo. Se as condições anteriores de máxima recepção não forem satisfeitas as fórmulas de Friis têm que ser corrigidas de modo a incluir os efeitos de: 1. desadaptação de polarizações 2. desadaptação aos terminais das antenas 3. desalinhamento entre antenas As desadaptações vão reduzir a potência que é trasmitida à carga na recepção, o que se traduz numa redução da abertura efectiva. Desadaptação de impedâncias A'e Cq Ae Z Z az Cq 1 k 2 1 L Z L Z az k – módulo do factor de reflexão na carga Z a 2 - impedância de entrada da antena 2 2 Cq :0;1 k 0 Cq 1 k 1 Cq 0 Desadaptação de polarizações '' A C p Ae e C p - Factor de desadaptação de polarizações ou eficiência de polarização C p = 1 quando a onda incidente e a antena de recepção têm a mesma polarização. C p = 0 quando as polarizações são ortogonais Por ex: polarizações horizontal e vertical Circular direita e circular esquerda Para determinar C p usamos o conceito de altura efectiva da antena h definida como ; __ __ ~ ~ V 02 h* Ei V02 - tensão em vazio aos terminais da antena 2 de comprimento efectivo h quando incide na antena um campo Ei . O comprimento efectivo h contém informação sobre o campo de radiação da antena e em particular sobre a sua polarização e pode ser ou não um vector complexo. No caso, por exemplo, de h e E serem ambos vectores lineares e paralelos, a tensão aos terminais da antena de recepção é máxima. Exemplo: DEH à emissão __ ^ Z e jkr Ei j 0 I L sin e 2 r ~ ~ Z e jkr j 0 I he 2 r ~ ^ he L sin e ~ ~ O comprimento efectivo de DEH é a projecção do comprimento físico “visto” segundo cada ângulo . he he θ he θ θ Antena de recepção A potência recebida é proporcional a: V 02 2 2 * h ~ e2 .E ~ i O coeficiente C p ( 0 C p 1 ) traduz o facto de uma fracção da potência ser perdida devido à desadaptação de polarizações entre a onda incidente e a antena de recepção. 2 h* E ~ e2 ~ i 2 Cp he 2 Ei 2 h* ~ e2 he 2 __ Ei ~ 2 Ei Ei representa o estado de polarização da onda incidente que coincide com a Ei polarização da antena de emissão no caso do meio não alterar esta polarização. hˆe 2 - vectores complexos unitários do comprimento efectivo da antena de recepção e da eˆ1 ^ onda incidente. Cp h ^2 e ~ e2 ~ Aplicação ^ ^ ^ ~ ~ cos 45 o x j sin 45 o y h ~ e2 Antena de recepção com polarização circular esquerda : ^ 1 ^ x j y 2 ~ ~ __ E ~i Ei ^ ^ ~ ~ e y Antena emissora com polarização vertical: 2 Cp ^ * ^ 1 ^ 1 x j y y 2 2 ~ ~ ~ Metade da potência é perdida devido a desadaptação de polarizações. Numa emissão com polarização linear e recepção com polarização circular, ou vice versa, perde-se sempre metade da potência. Esta situação é comum na comunicação com satélites por causa da ionosfera que altera a polarização (Efeito de Faraday) durante o trajecto de propagação. Assim garante-se que há sempre sinal na recepção embora com metade da potência. Cálculo da perda de potência devido aos dois tipos de desadaptações: PL ( dBm ) P1( dBm ) 10 log C p 10 log Cq RADARES Consideremos que o alvo é um avião. As antenas de emissão e recepção estão orientadas de modo a que a sua direção de máxima radiação está apontada em cada instante para o alvo. S1 Pa1 PA G1 12 e21 2 4 r r A potência intersectada pelo alvo (avião) é proporcional à densidade de potência incidente S1 . PAlvo S1 A constante de proporcionalidade tem as dimensões de uma área e designa-se por secção eficaz do radar. é uma área equivalente do alvo (avião) como se este radiasse a potência de forma isotrópica. Na realidade, a potência incidente não é re-radiada pelo alvo de forma isotrópica. A forma como a potência incidente é espalhada (“scattered”) pelo alvo não é importante porque a recepção recebe apenas potência segundo uma direcção e estamos só preocupados com o que acontece nessa direcção. Assim a densidade da potência espalhada S scat surge como P S scat alvo 4 r 2 No receptor a potência disponível será : PL Ae2 S scat Combinando as equações anteriores obtém-se: PL Ae 2 PL Pa1 G 4 2 PL Pa1 Como: S1 A A Pa1G1 e1 4e 2 2 2 4 r 4 r Ae1 Ae 2 4 r 4 2 Ae 2G1 G2 4 3 r 4 Normalmente nos radares as antenas 1 e 2 são iguais, são iguais pelo que: G1 = G2 =G Cálculo da secção eficaz do radar PAlvo S1 S scat Palvo 4 r 2 4 r 2 Scat S1 Isto é, a secção eficaz do radar é 4 vezes o cociente entre a densidade de radiação que 2 resulta de (potência espalhada) r Sscat na direcção do receptor e a densidade de potência incidente proveniente da antena de transmissão, segundo a sua direcção de máximo de radiação. Alcance máximo do radar Como a potência recebida cai com r 4 os sinais na detecção têm valores baixos da relação S/N, o que exige o uso de receptores de elevada sensibilidade. Sendo a potência mínima que o receptor pode detectar Pmin , o alcance máximo do radar será: P G 22 Rmax 1 3 ( 4 ) Pmin 1/ 4 Com o processamento moderno é possível reduzir muito o valor de Pmin . Por exemplo é usual integrar vários impulsos. Dado que o ruído tem média nula este procedimento conduz a um factor de melhoria N (sendo N – nº de impulsos). Na prática há vários factores que diminuem o desempenho do radar: Efeitos de propagação; Interferências externas; Natureza estatística do processo de detecção.