0 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ RAFAEL ANDRÉ SILVA REGISTRO DE MARCAS: Um estudo entre os associados da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC) Balneário Camboriú 2009 1 RAFAEL ANDRÉ SILVA REGISTRO DE MARCAS: Um estudo entre os associados da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC) Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó Balneário Camboriú 2009 2 RAFAEL ANDRÉ SILVA REGISTRO DE MARCAS: Um estudo entre os associados da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC). Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Administração Marketing Balneário Camboriú, 22 de Junho de 2009. _________________________________ Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó Orientador ___________________________________ Prof. Marcio Daniel Kiesel Avaliador ___________________________________ Prof. Roberto Hering Avaliador 3 EQUIPE TÉCNICA Estagiário (a): Rafael André Silva. Área de Estágio: Administração Marketing Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Carine Silva Professor (a) orientador (a): Carlos Marcelo Ardigó, MSc. 4 DADOS DA EMPRESA Razão Social: Empório Mix Ltda. Endereço: Rua 904, Nº. 272, Centro, Balneário Camboriú. Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administração Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Carine Silva (sócio-proprietária) Carimbo do CNPJ da Empresa: 09.395.959/0001-48 5 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 22 de Junho de 2009. A Empresa Empório Mix Ltda, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Rafael André Silva. Carine Silva Responsável pela Empresa 6 “Que Deus nos dê forças para mudar as coisas que podem ser mudadas; serenidade para aceitar as coisas que não podem mudar; sabedoria para perceber a diferença. Mas Deus nos dê, sobretudo, coragem para não desistir daquilo que pensamos estar certo ...” (CHESTER W. NIMITZ) 7 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela força que me deu, para que eu possa chegar até aqui. Agradeço a minha família, por me apoiarem e me incentivaram em todo este percurso. Agradeço aos colegas que se tornaram amigos durante o curso, pela parceria e apoio. Agradeço ao pessoal da ACIBALC, em especial à Giovana Rossa e ao presidente Sr. Álvaro Zambon dos Santos, pela autorização e apoio para a aplicação desta pesquisa entre os associados desta importante instituição. Agradeço em especial ao meu orientador Marcelo Ardigó pela dedicação que teve nestes dois semestres de orientação, pelo seu rápido direcionamento e correção do trabalho. Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, estavam ao meu lado no decorrer de meus estudos. 8 RESUMO O presente trabalho teve como propósito avaliar o cenário do índice de empresas com registro de marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) entre os associados da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC). Para sua concretização, foram traçados os seguintes objetivos específicos: mensurar o número, os setores de atuação e as marcas registradas provenientes de empresas afiliadas a ACIBALC; detectar os pontos fortes e fracos referente ao registro de marcas, com base na opinião dos empresários e gestores dessas empresas; e elaborar uma cartilha com indicações sobre a necessidade do registro de marca com foco nas empresas de Balneário Camboriú. A Metodologia utilizada teve caráter quantitativo, através do método descritivo com o tipo de pesquisa survey. Os dados foram coletados através de um questionário, aplicados a uma amostra que compreendeu 190 associados de um total de 208. Essa amostra probabilística resultou em um erro amostral de 1,5%. Verificou-se através do estudo que entre os associados da ACIBALC, 48% já obtiveram o registro de suas marcas junto ao INPI. Se comparado a outro estudo nacional, que apresenta dados relativos a apenas 14% de empresas brasileiras com marcas registradas, os membros da ACIBALC demonstram-se mais preocupados com essa importante decisão. PALAVRAS-CHAVES: Administração. Marketing. Registro de Marcas. 9 ABSTRACT This work had as purpose to evaluate the scenario of the index of companies with registration of trademarks at the National Institute of Industrial Property (INPI) among members of Balneário Camboriu and Camboriu Business Association (ACIBALC). For their achievement, were outlined the following specific objectives: measure the number, the sectors of activity and trademarks from affiliates to ACIBALC; detect the strengths and weaknesses relating to the registration of marks, based on opinions of entrepreneurs and managers these companies, and produce a booklet with information on the need to record a brand with a focus on business in Balneario Camboriu. The methodology used was quantitative character, through the descriptive method with type research survey. The data were collected through a questionnaire, applied to a sample which comprised 190 members from a total of 208. This random sample showed a sampling error of 1.5%. It was through the study that among the members of ACIBALC, 48% had obtained the registration of brands with the INPI. If compared to another national study, which presents data for only 14% of Brazilian companies with trademarks, the members of ACIBALC shown to be more concerned about this important decision. KEY WORDS: Administration. Marketing. Registration of Trademarks. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Sistema dos 4 A`s......................................................................... 26 Figura 2: Os 4 P`s do Mix de Marketing........................................................... s30 4 Figura 3: Integração da comunicação de marketing com a construção do Brand equity................................................................................... 37 Figura 4: Melhores marcas globais.............................................................. 38 Figura 5: As marcas brasileiras mais valiosas............................................. 39 Figura 6: As marcas mais valiosas do Brasil................................................ 40 Figura 7: Natureza das marcas.................................................................... 51 Figura 8: Formas de apresentação.............................................................. 51 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Valores (taxas) cobrados pelo INPI para consulta prévia de registro............................................................................................................ 53 Tabela 2: Número de Colaboradores da Empresa...................................... 63 Tabela 3: Setores x Registro de marca........................................................ 65 Tabela 4: Número de colaboradores x Registro junto ao INPI..................... 66 Tabela 5: Tempo de registro das marcas Individuais................................... 70 12 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Sede da Empresa......................................................................... 61 Gráfico 2: Setor de Atividade....................................................................................... 61 Gráfico 3: Tempo de atuação no Mercado.................................................... 62 Gráfico 4: Empresas com Registro de marca Junto ao INPI........................ 64 Gráfico 5: Número de colaboradores x Índice de registro de marcas........... 68 Gráfico 6: Tempo de Registro de marca junto ao INPI................................. 68 Gráfico 7: Empresas que possuem produtos com marcas individuais......... 69 Gráfico 8: Empresas com marcas individuais registradas no INPI............... 70 Gráfico 9: Nível de importância do registro da marca junto ao INPI............. 71 Gráfico 10: Nível de Importância quanto ao registro de marcas específicas de produto.................................................................................... 71 Gráfico 11: Local onde fez o registro da marca.............................................. 72 Gráfico 12: Nível de importância que os clientes atribuem à marca da Empresa........................................................................................ 73 Gráfico 13: Nível de lembrança que os empresários acreditam que seus clientes possuem sobre suas marcas........................................... 73 Gráfico 14: Alerta sobre a necessidade do registro da marca junto ao INPI ao registrar a empresa.................................................................. 74 Gráfico 15: Pretensão das empresas que não possuem o registro da marca Gráfico16: junto ao INPI................................................................................. 75 Tempo em que pretende registrar a marca.................................. 75 Gráfico 17: Vantagens em relação ao registro de marca................................ 76 Gráfico 18: Dificuldades em relação ao registro de marca............................. 77 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÀO ........................................................................................ 15 1.1 Tema de Pesquisa.................................................................................... 16 1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 17 1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 18 1.3.1 Objetivo geral............................................................................................ 18 1.3.2 Objetivos específicos................................................................................ 18 1.4 Justificativa de pesquisa........................................................................... 19 1.5 Organização do trabalho........................................................................... 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................ 21 2.1 Administração de Marketing...................................................................... 21 2.1.1 Origem e evolução do marketing.............................................................. 22 2.1.2 Tarefas e funções do marketing................................................................ 24 2.1.3 O composto de marketing......................................................................... 28 2.2 Gestão de marca...................................................................................... 31 2.2.1 Marcas – Conceitos e origem................................................................... 31 2.2.2 Valor de marca (brand equity) ................................................................. 34 2.2.3 Desenvolvendo marcas de valor.............................................................. 40 2.3 Estratégias de marcas.............................................................................. 44 2.3.1 Elementos de marca................................................................................. 45 2.3.2 Hierarquia de marcas............................................................................... 46 2.3.3 Seleção do posicionamento das marcas.................................................. 47 2.3.4 Desenvolvimento de um plano de marketing que crie valor p/ a marca... 48 2.3.5 Registro Legal de marcas......................................................................... 49 2.4 Marca registrada - práticas e regras segundo o INPI e outros autores.... 49 3 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................. 56 3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 56 3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 57 3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 58 3.4 Análise e apresentação ........................................................................... 58 3.5 Limitações da pesquisa............................................................................. 59 14 4 RESULTADOS DA PESQUISA................................................................ 60 4.1 Perfil dos respondentes da pesquisa........................................................ 60 4.2 Levantamento do número e dos setores de atuação das empresas Afiliadas a ACIBALC possuidoras de marcas registradas junto ao INPI.. 4.3 Descrição dos pontos fortes e fracos referente ao registro de marcas Com base na opinião dos empresários e gestores dessas empresas..... 4.4 5 63 76 Apresentação da cartilha com indicações sobre a necessidade do Registro de marca com foco nas empresas de Balneário Camboriú....... 77 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 79 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 83 APÊNDICE A – INSTRUMENTOS DE PESQUISA................................. 88 APÊNDICE B – MODELO DA CARTILHA.............................................. 89 ANEXO A – TABELA DE RETRIBUIÇÕES PELO SERVIÇO DO INPI.. 94 ANEXO B – FORMULÁRIOS DE PEDIDOS E PETIÇÕES EM PAPEL.. 101 ANEXO C – MARCA REGISTRADA – CRIMES E PENAS CONFORME A LEI............................................................................. 110 15 1 INTRODUÇÃO Cada vez mais as pessoas assumem papéis diversos na sociedade. Sendo assim, adquirem e desenvolvem interesses, gostos e preferências diversas. Necessidades como diferenciação e unicidade são componentes significativos da personalidade dos indivíduos. Por contrapartida, tais necessidades de “ser diferente” são acompanhadas por necessidades de pertencimento, igualdade e associação. Tal conceito é valioso, especialmente, em meio à moderna e voraz sociedade de consumo na qual se vive. Embora tenham tanto seus aspectos positivos quanto negativos, o que não se pode ignorar é o importante papel que a idéia de “marca” assume em nossa sociedade, e que vem de encontro com o reforço da personalidade humana. A marca é um dos maiores patrimônios das empresas. É através dela que seus clientes irão identificá-lo e os consumidores irão escolher seus produtos ou serviços que irão fortalecer suas próprias concepções. De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI (2008) a marca é um dos ativos de maior importância para as empresas dentro do universo da globalização. A compreensão da marca inicia-se, portanto, no momento da sua criação, quando o designer desenvolve o projeto de identidade visual, este, representante dos sentidos a serem comunicados ao público sobre o produto, o serviço e/ou a corporação. A proteção torna-se, após a criação, ato imprescindível para que a empresa evite problemas com a sua marca. Analisar o sistema de proteção das marcas é de essencial importância para consolidar padrões de apropriação do signo que possam sustentar seu uso exclusivo no mercado competitivo e globalizado. As etapas de criação e proteção da marca nada mais são do que parte da gestão desse intangível. Porém essa importância do registro de marcas no ambiente brasileiro não parece estar evidenciada para a maioria dos empresários. Segundo o INPI, em 2007 foram requeridos 107.446 novos pedidos de marcas no Brasil, o que parece ser 16 significativo. Contudo, quando comparado com o número de constituições de novas empresas, no mesmo período, que atingiu 529.419, segundo dados estatísticos do Departamento Nacional de Registros Comerciais – DNRC, essa diferença torna-se expressiva (apud MONTAÑES, 2008). Quando um empreendedor se compromete verdadeiramente com sua empresa, quando quer vê-la crescer, não pode se dar ao luxo de cometer erros que podem levá-la a prejuízos, como não resguardar esse montante patrimônio, denominado marca. Em meio a um mercado tão avançado e competitivo, aqueles que se aventurarem a ter uma empresa sem registro e proteção de sua marca correm um grande risco de insucesso. 1.1 Tema de pesquisa A marca, portanto, é um elemento extremamente valioso para as organizações, fazendo com que sua gestão tenha importância estratégica. Ries (2006) esclarece que no mundo dos negócios, uma marca de sucesso é aquela que domina uma marca emergente e após se torna cada vez mais bem sucedida, à medida que a marca em si se desenvolve para impedir que o brilho chegue às marcas próximas. O gerenciamento da marca é uma das principais funções da administração do marketing. Nesse sentido, Kotler (1996, p. 25) conceitua marketing como “um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação oferta e troca de produtos de valor com outros”. Ainda segundo Kotler (2000, p. 426) “a criação e gestão de marca é o problema principal na estratégia de produto” e, portanto, para criar produtos de valor para o mercado, gerir o valor de marca é imprescindível. Porém, no entendimento de Kapferer (2003) a marca não é o produto, ela define seu significado, define sua identidade no tempo e no espaço. Com isso a empresa descobre que esse capital da marca deve ser administrado, sustentado e controlado. O marketing coloca novas questões aos gerentes como, a quantidade de marcas 17 necessárias, como administrar a carteira de marcas e que extensão atribuir a ela, ou seja, que produtos ou serviços ela pode e deve abrigar. Como visto, são inúmeras as tarefas da gestão de marca. Mas para que se possa ter segurança da propriedade desse capital valioso, seu registro é fundamental. O registro de marca sob o ponto de vista do marketing é sem dúvida algo extremamente importante. Conforme o INPI (2008, s.p.), o registro de uma marca é de grande importância, pois desde que ela esteja registrada, nenhuma outra empresa, destinada ao mesmo ramo de atividade, poderá usá-la sem sua permissão. Para o instituto a marca é o “sinal utilizado para identificar e distinguir um produto ou um serviço”. O direito sobre a marca no Brasil adquire-se através do registro no órgão competente. O uso da marca não registrada coloca o usuário em risco, como a perda do direito ao uso, caso alguém a registre antes. Com isso se perde o direito de reivindicação. Diante da importância da marca e do registro da mesma, esse estudo tem como área de conhecimento o marketing, observando o tema de gestão de marca evidenciado no cenário do registro de marcas entre as empresas pertencentes a Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC). 1.2 Problema de pesquisa O ambiente globalizado é uma arena altamente competitiva. O concorrente pode ser um competidor direto ou indireto e ainda, o que é pior, atuando de forma ilegal. Todos estão disputando o poder de compra do mercado. Em presença de tanta concorrência, a empresa precisa investir em marketing, construir uma identidade e conseqüentemente o valor de sua marca. Porém muitos empresários não se dão conta da necessidade de protegerem o patrimônio que é a sua marca e correm um risco desnecessário de um terceiro copiar e registrar sua marca antes. Segundo Montañes (2008) o índice de empresas 18 que possuem marcas registradas no Brasil é de aproximadamente apenas 14% do total de empresas existentes no Brasil. Observado a importância do registro da marca e a representatividade dos números expostos acima para o Brasil, é de suma importância analisar se esse número na cidade de Balneário Camboriú também é uma realidade. Diante disto, define-se para este estudo a seguinte questão problema: Qual o cenário de registro de marcas entre as empresas participantes da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC) no ano de 2009? 1.3 Objetivo de pesquisa Para atender ao problema de pesquisa deste estudo, a seguir são apresentados o objetivo geral e os específicos que serviram de base para este trabalho. 1.3.1 Objetivo Geral Avaliar a realidade do registro de marcas entre as empresas participantes da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC) no ano de 2009. 1.3.2 Objetivos específicos Mensurar o número, os setores de atuação e as marcas registradas provenientes de empresas afiliadas a ACIBALC; 19 Detectar os pontos fortes e fracos referente ao registro de marcas, com base na opinião dos empresários e gestores dessas empresas; Elaborar uma cartilha com indicações sobre a necessidade do registro de marca com foco nas empresas de Balneário Camboriú. 1.4 Justificativa de pesquisa A marca é mais que um simples nome. O significado de uma marca resulta dos esforços de pesquisa, inovação, comunicação e outros que, ao longo do tempo, vão sendo agregados ao processo de sua construção. Diante desta perspectiva, como empresário, ao deparar-se as voltas de um processo de registro, surgiu o interesse em aprofundar o estudo sobre a realidade das empresas frente a essa demanda. Hoje em dia é indispensável o registro da marca, pois a concorrência impõe a tomar esta atitude, que trará segurança, caso apareça um concorrente com o mesmo ramo de atividade e marca igual ou semelhante. Para evitar complicações futuras, basta o empresário procurar uma empresa especializada em registro, fazer a pesquisa pra saber se é viável, e encaminhar os papéis para a mesma entrar em processo de registro. Esta iniciativa pode livrar o gestor de problemas dispendiosos e desnecessários. Observando a presente pesquisa diante da importância, tanto acadêmica, quanto da comunidade empresarial, avaliar a realidade da cultura de registro de marcas poderá contribuir para que tal assunto possa ser desmistificado e seja avaliado como parte importante da gestão das empresas, independentemente do porte ou área de atuação. 20 1.5 Organização do trabalho Este trabalho está organizado em cinco capítulos, seguido pelas referências, anexos e apêndices. A primeira parte apresenta a introdução, onde estão descritos o tema, o problema de pesquisa, bem como a identificação dos objetivos a serem cumpridos e a justificativa, foco deste estudo. O segundo capítulo apresenta o embasamento teórico de administração de marketing, fundamentada com os autores Las Casas (1997), Sandhusen (2000), Kotler e Keller (2006) e AMA (2008), posteriormente sendo explanado sobre Gestão de marcas com Kapferer (2004), Correa (2003), Limeira (2006), Urdan e Urdan (2006), em seguida segue uma abordagem geral sobre estratégias de marcas com os autores Costa (2003) e Aaker e Joachimsthaler (2002), e finalizando com marca registrada foco deste estudo com os autores Keegan (2005), Churchill e Peter (2000), Tavares (1998) e INPI (2008,2009), temas estes que direcionaram o trabalho para sua realização. O terceiro capítulo destaca a metodologia utilizada para a coleta, descrevendo a tipologia, o sujeito de estudo, os instrumentos e o método de análise. No quarto capítulo são apresentados os resultados da pesquisa coletados pelo acadêmico através da aplicação de questionários realizado junto aos associados da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC), como também a análise dos dados. O quinto capítulo apresenta as considerações finais do acadêmico acerca do estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram alcançados durante o decorrer do trabalho. Posteriormente são apresentadas as referências bibliográficas dos autores citados no trabalho e o apêndice, onde consta o modelo do questionário que foi aplicado com os associados da ACIBALC. Finalmente é apresentada em anexo a tabela de retribuições pelo serviço do INPI. 21 2 FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA Este capítulo tem como foco apresentar a fundamentação teórica relativa à gestão de Marcas. Para isso destaca pontos da gestão de marketing, gestão de valor de marca, estratégias de marcas e registro de marca. A base teórica foi desenvolvida utilizando-se de conceitos de autores como Kotler e Keller, Richers, Kapferer, Churchill e Peter, Aaker, Urdan e Urdan, Limeira, Baker, Keegan, Las Casas, Malhotra, Marconi e Lakatos, Mattar, McCarthy e Perreault, Mello, Murphy, Ries e Sandhusen. 2.1 Administração de marketing Para o American Marketing Association – AMA (s.a) apud Sandhusen (2000, p.8) o marketing é definido como “um processo de planejar a concepção, o preço, a promoção e a distribuição de bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais”. Esta definição da entidade inclui o composto mercadológico, ou seja, os 4 P”s, e segunda a mesma, o marketing consiste no planejamento e criação das quatro variáveis do mix para gerar satisfações múltiplas. A definição do AMA, quanto à satisfação de objetivos individuais e organizacionais vem de encontro à de Kotler (1980, p.33), que citava marketing como “trabalhar com mercados, os quais, por sua vez, significam a tentativa de realizar as trocas em potencial com o objetivo de satisfazer ás necessidades e os desejos humanos”. Para Las Casas (1997) o marketing é uma área de conhecimento que envolve todas as atividades referentes às relações de troca, norteadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, tendo em vista objetivos de empresas ou indivíduos e sempre considerando o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem estar da sociedade. 22 Sandhusen (2000) menciona que o marketing esta na vida das pessoas, ou seja, um indivíduo responde ao marketing toda vez que adquire um produto. O fato de esse produto atender suas necessidades, ser promovido de forma eficaz e estar disponível em local e hora convenientes demonstram a eficácia do sistema de marketing. Para as empresas, conforme o autor, o marketing é um importante sistema produtor de receitas, além de gerar renda que é administrada pelo pessoal de finanças. Ao expandir as vendas e conseqüentemente suas receitas, o marketing ajuda a cobrir os custos fixos da empresa, aumentando dessa forma seus lucros. Para a sociedade o marketing ajuda a aumentar os níveis de atividades de negócios, as oportunidades para investimento e o nível de emprego. Mesmo em economias altamente planejadas, as atividades de marketing assumem um papel importante, como pode ser visto no crescimento intenso da propaganda, na venda pessoal, na distribuição e nas outras atividades de marketing. Além disto, Kotler e Keller (2006, p.2) mencionam que o marketing é “a arte e a ciência onde há uma tensão constante entre seu lado formal e seu lado criativo”. O lado formal, principalmente vinculado a processos de gestão e, o lado criativo, relacionado diretamente a paixão com que muitas empresas e profissionais vem esta área. Enfim, de acordo com a última definição apresentada pelo AMA (2008), tradução nossa) o marketing é definido como uma função da organização e um conjunto de processos para criação, comunicação e entrega de ofertas para gerar valor para os clientes, parceiros e sociedade em geral. A seguir são apresentados elementos que discutem a origem, a evolução e funções do marketing. 2.1.1 Origem e evolução do marketing A origem do marketing encontra-se nos EUA e a sua difusão pelo mundo foi relativamente lenta. Na Europa, o Marketing só começou a ser aceito após a 23 Segunda Guerra Mundial. Richers (2000) diz que em termos formais, o marketing chegou ao Brasil por volta de 1954, a partir do momento em que uma missão norteamericana passou a organizar os primeiros cursos de administração na recém-criada Fundação Getúlio Vargas. Ainda segundo o autor, na sua evolução, o Marketing passou por varias definições. Em primeiro momento, seu conceito tinha uma conotação legal referindo-se tanto à transferência de posse, quanto à compra e venda de bens. Durante muito tempo, prevaleceu à definição elaborada pela AMA, que caracterizava a área como abrangendo todas as atividades relacionadas ao fluxo de bens e serviços entre o produtor e o consumidor. Desde 1954, o Marketing foi confundido com a venda no sentido restrito do termo, limitando-se à atividade dos vendedores, à distribuição física dos produtos e à sua faturação. De acordo com esse entendimento, o marketing começava após a concepção do produto, produção e o estabelecimento do preço e terminava quando a transferência jurídica de propriedade do produtor para o comprador se tinha realizado. Richers (2000), diz que um fator que contribuiu para a ampliação do conceito de Marketing foi à inclusão da publicidade como ferramenta, que se juntou às funções iniciais do marketing, expandindo definitivamente sua atuação para além da definição de preço e transferência jurídica de propriedade do produtor para o comprador. De acordo com Lendrevie (1995, p. 23) nesse momento, as organizações passaram a perceber que precisavam desenvolver mercados e não apenas se esforçar para vender suas ofertas produzidas de forma antecipada e: Era necessário, antes mesmo de produzi-la e a conceber, assegurar que a mercadoria disporia de uma clientela. Melhor ainda, era necessário partir da análise das necessidades do mercado para decidir o que se ia produzir e o preço pelo qual se venderia. Kotler e Keller (2006, p. 14) mencionam que em comparação com antigamente o marketing tem evoluído de forma muito rápida, pois passou de uma filosofia de “fazer e vender” para uma filosofia de “sentir-e-responder” focada no cliente, ou seja, 24 primeiro é analisado o que o cliente precisa para depois fazer o produto ou serviço de acordo com a necessidade, em vez de “caçar” o marketing passa a “plantar”. Hoje em dia não se precisa mais encontrar os clientes certos para os produtos existentes e sim, os produtos certos para os clientes. Segundo a orientação do marketing, a chave para alcançar os objetivos da organização consiste na empresa ser mais dinâmica que os concorrentes na criação, na entrega e na comunicação de um valor superior a seus mercados-alvo selecionado. Conforme Baker (2005, p. 7) comenta “todas as indicações parecem apontar para o fato de que estamos em uma era de transição de uma ordem para outra”. Segundo o autor, o mercado esta se orientando a uma sociedade pós-industrial, que esta mais preocupada com qualidade e não com a quantidade. Para isso, precisam-se repensar os costumes em relação à produção, distribuição e ao consumo no qual o marketing proporciona. Atualmente as empresas estão enfrentando uma concorrência jamais vista. Se forem capazes de passar de uma orientação de vendas para uma orientação de marketing, poderão ter um desempenho melhor que o das rivais. E a essência de uma orientação de marketing bem concebida é o forte relacionamento com os clientes. Os profissionais de marketing devem conectar-se com os clientes – informá-los, engajá-los e talvez até fazer com que participem ativamente do processo (KOTLER; KELLER, 2006). É o marketing em um novo contexto. 2.1.2 Tarefas e funções do marketing O marketing operacional, dentro de toda a sua extensão funcional, vai ganhando contornos de complexidade, atraindo em torno de si várias áreas com diferentes profissionais. Os papéis desenvolvidos pelos profissionais de marketing são a: supervisão de pesquisas de mercado, desenvolvimento de novos produtos, estabelecimentos de preços, definição dos melhores canais de distribuição. É uma abordagem tipicamente sistêmica e que requer mecanismos e ferramentas que 25 suportem o que se pode chamar de um conceito integrado de marketing (MELLO, 2003). Para o entrosamento entre as áreas, entretanto, ao conceber o Marketing como um conjunto de tarefas ou funções que precisam ser coordenadas Richers (2000) apresenta à teoria dos 4 A’s do Marketing, que são definidos por: Análise: visa compreender as forças vigentes no mercado em que a empresa opera, ou pretende operar no futuro. Adaptação: visa ajustar a oferta da empresa - as suas linhas de produtos e ou serviços – às forças externas detectadas pela Analise; Ativação: é o conjunto de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja mercados predefinidos e seja adquirido pelos compradores nas quantidades e freqüência desejadas. Avaliação: propõe-se a exercer controles regulares e esporádicos sobre os processos de comercialização e a interpretar seus resultados para realimentar o sistema com dados atualizados, a fim de permitir um ajuste nos futuros processos de marketing. A principal idéia subjacente ao sistema dos 4 A’s é que o marketing jamais deve ser concebido como um conjunto de funções desconexas, o que é muito comum, inclusive em empresas bastante avançadas na pratica do marketing. Richers (2000) defende que o marketing deve ser sempre entendido como um fluxo contínuo e sistêmico, de modo que as pessoas se dêem conta do entrosamento e da intercambialidade, ao menos parcial, de seus elementos. Essa relação entre cada uma das atividades de marketing compreendidas no modelo do sistema dos 4 A’s é apresentada na figura 1. 26 Adaptação Análise Mix Ativação M E R C A D O Avaliação ooo Feedback Figura 1: Sistema dos 4 A`s. Fonte: Adaptado de Richers (2000). Churchill e Peter (2000), por sua vez indicam que a administração de marketing envolve um conjunto de tarefas conexas incluindo a atividade de planejamento, compreensão dos clientes, desenvolvimento do mix de marketing e a implementação e controle de marketing. Esse conjunto de atividades é discutido a seguir: Desenvolvendo planos e estratégias de marketing: planos de marketing são documentos nomeados por organizações para registrar os resultados e conclusões das análises ambientais e detalhar estratégias de marketing e resultados almejados por elas. A parte do plano de estratégia de marketing abrange formulações de objetivos de marketing, análises de clientes e mercados e compostos de marketing sugeridos para alcançar os objetivos. Os planos de marketing também devem incluir orçamentos, previsões de vendas e lucros e qualquer outro objetivo que possa ser usado para avaliar o sucesso ou fracasso (CHURCHILL; PETER, 2000). Segundo Kotler e Keller (2006) o desenvolvimento de estratégias e do planejamento de marketing são ferramentas indispensáveis do procedimento de administração de marketing. Devem ser criativos e criteriosos para conduzir as atividades de marketing. Desenvolver a estratégia de marketing ao longo do tempo demanda uma combinação de disciplina e flexibilidade. As empresas devem se prender a uma estratégia, 27 mas também devem buscar novas maneiras de aprimorá-la constantemente. Compreendendo clientes e mercados: o marketing quando é voltado para o valor ressalta a importância de compreender clientes e mercados. Para isso, os profissionais de marketing devem pesquisar os clientes, dividi-los em segmentos e selecionar os grupos que serão atendidos. Estes grupos selecionados são chamados de mercados-alvo (CHURCHILL; PETER, 2000). Para Kotler e Keller (2006), além de monitorar um ambiente de marketing em mudança constante, é indispensável que os profissionais de marketing adquiram conhecimentos específicos sobre seu mercado. Bons profissionais de marketing abraçam informações para interpretar o desempenho passado e para fazer o planejamento de atividades futuras. Eles precisam de informações cabíveis, sucintas e práticas sobre os consumidores, os concorrentes e suas marcas. Precisam também tomar, da melhor maneira possível, decisões táticas no curto prazo e decisões estratégicas no longo prazo. Em geral, descobrir a visão de um consumidor e entender suas implicações no marketing induz ao lançamento bem-sucedido de um produto ou estimula o crescimento de uma marca. Desenvolvendo compostos de marketing: um composto de marketing é um conjunto de ferramentas estratégicas utilizadas para valorizar os clientes e alcançar os objetivos da organização. No composto de marketing existem quatro ferramentas ou elementos primários, o produto, preço, distribuição e a promoção (CHURCHILL; PETER, 2000). Para Kotler (2002) existem várias atividades empresariais que influenciam o comprador e essas atividades constituem um mix de marketing que devem ser planejadas para obter um grande impacto. Embora esse mix de marketing fosse constituído por várias atividades, os grandes estudiosos da área procuraram uma classificação que torne-o mais fácil de distinguir, e chegaram a idéia dos 4 P’s. Implementando e controlando as atividades de marketing: Os planos de marketing devem ser implementados com a finalidade de ser eficazes e precisa ser analisado para ver como está o funcionamento. Embora o 28 marketing voltado para o valor ressalte a melhoria contínua, ele também reconhece a necessidade de revisar periodicamente o sucesso geral de planos e estratégias. Segundo Baker (2005) a implementação eficaz da estratégia não se apóia simplesmente em técnicas de planejamento de ações, orçamentos e alocação de recursos, apóia se também nas crenças e atitudes subjacentes dos participantes da organização e acima de tudo nos interesses gerenciais e na cultura da organização. Como observado, são inúmeras as tarefas estratégicas, táticas e operacionais desenvolvidas na administração de marketing em um processo gerencial sistêmico, entre elas a gestão do mix de marketing. O mix de marketing, também definido como composto de marketing tem sua discussão ampliada no próximo item. 2.1.3 O composto de marketing A implementação do marketing implica no uso das ferramentas, convencionalmente chamadas de 4 P’s – produto, preço, praça e promoção. Segundo o AMA (2008, tradução nossa), as ferramentas dos 4 P’s são a seguir descritas: Produto: Um pacote de atributos (características, funções, benefícios, e usos) capazes da troca ou do uso; geralmente uma mistura de ofertas reais e intangíveis. Assim um produto pode ser uma idéia, uma entidade física, ou um serviço, ou qualquer combinação dos três. Existe com a finalidade da troca na satisfação de objetivos individuais e de organização. O uso ocasional implica hoje uma definição do produto como esse pacote de atributos para que a troca ou o uso se refira primeiramente ao formato físico ou real, em contraste com um serviço, em que o vendedor, o comprador, ou o usuário estão primeiramente interessados no valor intangível. 29 Preço: A relação formal que indica as quantidades de bens, do dinheiro ou os serviços necessários para adquirir uma quantidade dada de bens ou de serviços. Praça: Decisões relativas à utilização de uma rede organizada (sistema), de organizações que, em conjunto, exercem todas as funções necessárias para ligar os produtores com os clientes finais para realizar a tarefa marketing. Promoção: As várias técnicas de uma comunicação tais como o anúncio, a venda pessoal, a promoção de vendas, e as relações públicas/publicidade do produto disponível a um anunciante que são combinadas para conseguir objetivos específicos. Kotler (2002, p. 125) define os 4 P,s como “uma caixa de ferramentas para orientá-lo no planejamento de marketing”. A seguir, cada uma das variáveis é descrita de acordo com o autor: Produto: é a fundamento de qualquer negócio seja um produto ou serviço. Uma empresa tem por finalidade oferecer algo de maneira distinta e com qualidade, para que o mercado-alvo venha à procura e até mesmo pague um preço mais alto por ele. Preço: o preço é diferente dos três outros elementos do mix de marketing no sentido em que gera lucro; os demais geram despesa. Logo, as empresas tentam dificilmente aumentar seus preços até onde o nível de diferenciação permite. Ao mesmo tempo, reconhecem que devem levar em conta o choque de preço, sobre a quantidade. A empresa procura o nível de receita, ou seja, preço vezes o volume que, uma vez abatidos os custos, resulte maiores lucros. Praça: Também conhecida como distribuição é onde cada fornecedor deve tomar decisão de como tornar suas mercadorias disponíveis ao mercadoalvo. As duas escolhas são vender os bens diretamente ou vendê-los por meio de mediadores. Em um mesmo setor se encontra as duas modalidades de distribuição. 30 Promoção: Ela envolve todas as ferramentas de comunicação que fazem atingir uma mensagem ao público-alvo. É também a ferramenta com mais poder para promover a conscientização das pessoas sobre uma empresa, um serviço, um produto ou até mesmo uma idéia. Baker (2005) menciona que o gerenciamento dessas variáveis implica em decisões como: produto - extinções, alterações, design, embalagem entre outros; preço políticas que devem ser adotadas por grupos de produtos em segmentos de mercado; praça - canais de distribuição e níveis de serviços aos clientes; e promoção - comunicação com clientes sob os títulos importantes, ou seja, propaganda, força de vendas, promoção de vendas, relações públicas, exposições, mala direta etc. Ao observar a figura 2, podem-se verificar os itens que fazem parte de cada variável que compõem o composto de marketing, sob as quais decisões são tomadas. . Figura 2: Os 4 P’s do Mix de Marketing. Fonte: Kotler (2000, p. 17). Conforme Urdan e Urdan (2006) o trabalho de marketing esta em constante transformação. Algumas vezes, idéias novas e práticas desafiam antigos princípios, porém em outras ocasiões elas aumentam e reforçam uma ampla bagagem de técnicas e conceitos. Sem o acumulo de conhecimentos não há como profissionais chegarem a uma gestão efetiva dos vínculos da empresa com o mercado. Comparar 31 o corpo sistemático de conhecimentos do marketing requer aprendizado teórico e prático que não dispensa quem atua na área de marketing de propor respostas criativas e inovadoras aos problemas e desafios encontrados no caminho. Essa mesma lógica reflete o marketing mix, que em muitos casos é questionado ou é foco de sugestões, ampliações e modificações. Kotler (1999) ressalta que alguns críticos dizem que na estrutura dos quatro P’s não estão contidas algumas atividades importantes e até mesmo o autor sugere a inclusão de outros dois P’s, ou seja, a política e o público. Porém o autor garante que a questão não é se deve haver quatro, seis ou dez P’s, mas qual a estrutura, o modelo mais útil para projetar a estratégia de marketing de acordo com cada empresa. Porém, independentemente das sugestões, elementos chaves são mantidos. O que é o caso da marca, ou seja, da gestão estratégica de marca, que é o foco do próximo item. 2.2 Gestão de Marca Como visto anteriormente à marca faz parte do mix de marketing dentro da classificação produto, sendo reforçada pelas decisões da variável comunicação. Com base nisso irá se aprofundar um estudo sobre marcas, falando desde o surgimento até os dias de hoje, entre outros assuntos relacionados. 2.2.1 Marcas – Conceitos e origem Toda a empresa constituída tem como objetivo primário atender, através da oferta de produtos ou serviços, os anseios e necessidades de um determinado contingente de consumidores. Assim sendo, a empresa visa oferecer “de maneira constante e repetida, a combinação ideal de atributos tangíveis e intangíveis, funcionais e 32 hedonistas, visíveis e invisíveis em condições economicamente viáveis para ela”. (KAPFERER, 2004, p.40). A garantia de que o mercado consumidor irá ter aquilo que espera esta depositada, portanto, na marca que identifica esses produtos e serviços. Segundo Ferreira (1999, s.p.) inúmeros são os significados do verbete marca como: “ Ato ou efeito de marcar. Sinal que se faz num objeto para reconhecê-lo. Desenho ou etiqueta de produtos industriais. Impressão, selo, cunho. Impressão (que fica no espírito)”. Certamente a mais marcante representa bastante o que se quer discutir neste estudo, definindo marca, portanto como “nome, expressão, forma gráfica, etc., que individualiza e identifica uma empresa, um produto ou uma linha de produtos. [Cf. logotipo (2 e 3), logomarca e símbolo-marca.]” Certamente um fator interferente, e por vezes decisivo, é a existência, ou não, de uma marca, e seu poder de influência na mente dos consumidores. Conforme Ferreira (1999, p. 887) marca é uma palavra de origem germânica, originária da Suábia, região da Europa no séc. XVI. Foi visto também de acordo com Limeira (2006) que a palavra marca é um sinônimo, ou seja, tem quase o mesmo significado de outras palavras como assinatura, rubrica, fronteira, limite, sinal, símbolo e signo, logotipo ou logomarca. Conforme Correa (2003) a prática de marcar objetos antigamente deixaram vestígios como a fixação de sinais em gados, que explica o termo brand name, já que brand vem de uma palavra que significava queimar. Tijolos e telhas já eram marcados na Mesopotâmia e também no Egito com o nome do monarca pelo qual foram feitos com o símbolo que indicava o projeto a que se destinava. Jarros de cerâmica usados na Grécia e em Roma traziam na alça os sinais de sua origem. O autor comenta ainda que as primeiras leis que regulavam o uso das marcas relacionavam com os sinais compulsórios das corporações medievais, como a lei inglesa de 1266, que era relativa ao grupo de padeiros, e uma ordenação da cidade de Amiens com data de 1374. A respeito da marcação de artigos de ferreiros que tinha como intuito de lhes garantir a identificação da origem. Com a revolução industrial foram alterados os métodos de distribuição de produtos, com isso a marca ganhou um papel de destaque como instrumento de identificação de origem. 33 De acordo com Limeira (2006, p.129) para conhecer a história da marca é preciso conhecer como os bens de consumo padronizados e produzidos em fabricas surgiram, para isso é necessário voltar a 250 anos na história. A primeira revolução industrial teve inicio na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. “Até 1870, o governo norte americano reconhecia e dava proteção legal apenas para direitos autorais, patentes e bens físicos, como instalações fabris e comerciais.” A partir daí a propriedade de ativos intangíveis passou a ser legalmente reconhecida como a marca registrada do fabricante e do produto, conhecida como trademark. Quando foi aprovada a primeira lei de marcas registradas na década de 1870 foram registradas 121 marcas. Quando o congresso aprovou a nova lei em 1905 que estabelecia o registro de marcas como a primeira evidência de propriedade e punia as marcas que fossem registradas, com isso cerca de 10 mil novas marcas foram registradas. Limeira (2006, p.133) ressalta ainda que “no Brasil a história das marcas também começa no século XIX, quando a família real portuguesa importa para o país diversos produtos manufaturados da Europa”. E ao decorrer da segunda metade do século XIX, quando se iniciou a fabricação local de produtos de consumo, como a cerveja. Aaker (1998, p.7) afirma que, uma marca é “um nome diferenciado e/ou símbolo destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens e serviços daqueles dos concorrentes”. Assim, uma marca sinaliza ao consumidor a origem do produto e protege tanto o consumidor quanto o fabricante, dos concorrentes que oferecem produtos que pareçam idênticos. Limeira (2006, p.126) define marca como “sinônimo de sinal, que significa uma representação gráfica ou demonstração exterior de um pensamento ou intenção, ou ainda, é qualquer unidade que, em conformidade com as regras de um código, entra na composição de uma mensagem”. De acordo com AMA (s.a) apud Kotler e Keller (2006, p.269) marca significa “Um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação de tudo isso, destinado a identificar os produtos ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores para diferenciá-los dos de outros concorrentes”. 34 Além disso, o AMA (2008) menciona que o termo legal que a designa é marca registrada e completa, uma marca pode identificar um produto, família de produtos, ou todos os produtos de um vendedor. Se usado para a empresa como um todo, o termo correto é nome comercial. Corroboram também desta definição Urdan e Urdan (2006, p 85) que conceituam marca como “um nome, símbolo, desenho ou combinação destes elementos, que identificam e individualizam produtos, linha de produtos ou empresas na mente do consumidor”. Murphy (2000, pg. 71) resume a marca como “um nome, símbolo, sinal ou desenho, identificando o produto ou serviço de um produtor individual”. Recorrendo à definição em termos jurídicos, para a Organização Mundial da Propriedade Industrial (s.a.) apud Kapferer (2004, p.189) marca é “um símbolo que serve para distinguir os produtos ou serviços de uma empresa dos de outra empresa”. A marca, portanto, está atrelada, principalmente, às funções de identificar e diferenciar produtos e serviços dos concorrentes, com o objetivo de resguardar seus valores intrínsecos. O marketing moderno enfoca a criação de marcas diferenciadas, lembrando que hoje a construção de marcas é mais difícil do que no passado, devido ao custo da propaganda e à competitividade pela multiplicação do número dessas marcas. Só nos supermercados, por exemplo, são lançadas três mil marcas todos os anos (AAKER,1998). Deste modo, as organizações precisam desenvolver ações que possam ampliar o valor de suas marcas junto a seus mercados alvos. 2.2.2 Valor de marca (Brand Equity) De acordo com Aaker (1998, p. 16) o brand equity é um “conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se subtraem do valor proporcionado por um produto ou serviço para uma empresa ou para os consumidores dela”. 35 Haigh e Nunes (2003) conceituam brand equity também como um conjunto de ativos e passivos associados ao nome da marca e símbolo que se soma ou subtrai ao valor proporcionado pelo produto ou serviço para uma empresa ou para os consumidores. São levados em consideração os ativos principais que são o reconhecimento do nome da marca, a fidelidade à marca, a qualidade percebida e as associações com a mesma. Urdan e Urdan (2006, p. 87-88) também apontam os principais ativos de marca, porem ao invés de 4 ativos citados por Haigh e Nunes (2003), os autores citam cinco ativos que serão apontados e descritos a seguir: Consciência da marca é um forte registro de marca ao qual está gravado na mente do consumidor, que recordam e reconhecem uma marca com facilidade e podem recordar e associar produtos a ela relacionados; Qualidade percebida na marca é a avaliação geral do consumidor sobre a qualidade dos produtos de certa marca, ela influencia diretamente as decisões de compra e a fidelidade à marca, ela também ajuda a apoiar um preço maior no mercado, que por sua vez gera recursos financeiros para valorizar o patrimônio da marca; Associações à marca são ligações realizadas pelo consumidor de atributos, conseqüências e valores com a marca. As associações melhoram quando elas estão mais fortes e favoráveis. Também influenciam as atitudes e preferências do consumidor diante das marcas; Outros ativos da marca são os demais ativos da marca, sejam eles tangíveis ou intangíveis, como por exemplo: patente, marca registrada e relacionamentos constantes no canal de distribuição que ajudam a proteger a integridade da marca e impedem o progresso de concorrentes sobre o seu mercado; Lealdade à marca é o compromisso que o consumidor estabelece e mantém de dar preferência a uma marca consistente no presente e no futuro, realizando compras repetidas da marca. Isso acontece em influências situacionais e esforços de marketing que os concorrentes impõem com o intuito de mudar a lealdade do consumidor, como por 36 exemplo, a falta do produto, atendimento ruim, defeito ocasional ou até mesmo dificuldades financeiras do comprador. Segundo os autores, desenvolvendo essas cinco dimensões com competência, a empresa aumenta o patrimônio de suas marcas, com isso acaba impedindo que o consumidor caísse nas ações da concorrência, aos aumentos de preço e a eventuais problemas da marca ou dos produtos. Como já indicado por Urdan e Urdan (2006), Aaker (1998) menciona que a fidelidade à marca nada mais é que a medida da ligação do consumidor com a mesma, ela reflete a probabilidade do consumidor mudar ou não para outra marca, especialmente se o concorrente fizer mudanças no preço ou em características do produto. Para complementar, Rocha e Christensen (1999) expõe que uma das maneiras de medir o prestigio de uma marca é avaliar em que medida ela se associa à categoria de produto representada, diz ainda que quando a marca é a primeira a ser lembrada pela mente do consumidor ela é denominada top-of-mind. Em estudo da Agência DDB (s.a) apud Kapferer (2003, p. 28) junto a dirigentes de marketing de institutos de pesquisa, questionados sobre quais seriam as características de uma marca forte, os profissionais apontaram que a mesma deveria apresentar: notoriedade; força do posicionamento, do conceito, da personalidade, uma imagem precisa e distinta; força dos sinais de reconhecimento pelos consumidores, ou seja, logotipo, códigos, embalagem entre outros; autoridade junto aos consumidores, estima, status percebido, e fidelidade dos consumidores. Conforne Kotler e Keller (2006) as atividades de comunicação de marketing contribuem para o brand equity de diversas maneiras. Uma delas seria criando a conscientização da marca, outra seria vinculando as associações corretas à imagem da marca na memória dos consumidores e a outra, despertando sentimentos positivos sobre a marca, e/ou facilitando uma conexão mais forte entre o consumidor e a marca. Para reforçar este conceito, segue a seguir um quadro explicando toda essa integração. 37 Figura 3: Integração da comunicação de marketing com a construção do brand equity. Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 534). Para Urdan e Urdan (2006) a marca forte nada mais é que um ativo organizacional que cria melhores condições para vender e obter lucros. Com isso o conceito de patrimônio da marca vem à tona, possuindo dois significados, um deles referente ao valor que investidores atribuem a uma marca acima dos ativos físicos dela, conhecido como fundo de comércio. O outro que consiste no valor conferido pelo consumidor a um produto com a marca acima do valor que ele compararia ao mesmo produto, mas com uma marca não conhecida. Conforme Nunes e Haigh (2003) o valor de uma marca é criado pelas relações da empresa com o seu mercado, ou ainda, o valor é criado nas relações da marca com seu público ou seus Stakeholders, seja ele dentro ou fora da empresa. Para complementar, Aaker (1998, p. 47) afirma que as marcas mais fortes, ou seja, aquelas de valores extremamente elevados terão um grande número de consumidores comprometidos. “Quando um nível de comprometimento substancial existe, pode ser relativamente fácil detectá-lo porque se manifesta usualmente de muitas maneiras”. Um indicador-chave é a quantidade de interação e comunicação envolvida com o produto, ou seja, é algo que o consumidor gosta de conversar com 38 outras pessoas, ele não somente recomenda o produto, mas explica por que devem comprar o produto. Outro indicador é a extensão da importância do produto para uma pessoa, seja ele em suas atividades ou personalidade, se ele é particularmente útil ou gostoso de usar. Conforme Pugliesi (2007) foi-se o tempo em que a análise de uma marca de limitava a contemplar os pontos fortes e vulneráveis da perspectiva mercadológica. Atualmente as marcas são reconhecidas como uma das principais riquezas intangíveis de uma empresa com decisiva influência no valor de todo o negócio. Nunes (2007) afirma que as marcas podem transformar o desempenho de um negócio e gerar importantes resultados financeiros para as empresas. Através de levantamento feito pela consultoria Interbrand (2008), a mesma elabora um ranking com as dez primeiras marcas mais valiosas do mundo, as quais estão listadas na figura 4. Figura 4: Melhores marcas globais. Fonte. Interbrand (2008). 39 Observando ainda o valor das marcas, na figura 5 é apresentado o ranking das marcas brasileiras com maior valor de mercado no ano 2004, na pesquisa Dinheiro/Interbrand. Pode-se observar que o Banco Itaú liderava o ranking das marcas mais valiosas, avaliada em 1,2 bilhões de dólares, seguido pelo Bradesco, que tinha sua marca avaliada em 828 milhões de dólares. Em terceiro lugar seguia a Natura com a marca avaliada em 536 milhões de dólares. Figura 5: As marcas brasileiras mais valiosas. Fonte: Isto é dinheiro (2004). Passados três anos deste estudo, recentemente, também em estudo da Interbrand (apud OGlobo, 2007) pode-se perceber que a marca de maior valor no Brasil continua sendo a do Banco Itaú, que nos últimos anos se valorizou ainda mais, passando dos 1,2 bilhões de Dólares em 2004 para mais de 8,0 bilhões de Reais em 2007, em segundo lugar vem o Bradesco que em 2004 estava avaliado em 828 milhões de dólares e em 2007 foi para mais de 7,9 bilhões de Reais. A avaliação destas marcas e de outras oito marcas mais valiosas de empresas brasileiras são apresentadas na figura 6. 40 Ranking das Marcas mais valiosas do Brasil 1º Itaú 2º Bradesco 3º BB 4º Petrobras 5º Unibanco 6º Natura 7º Vale 8º TAM 9º Gerdau 10º Usiminas R$ 8,076 R$ 7,922 R$ 7,772 R$ 5,738 R$ 4,341 R$ 3,338 R$ 2,871 R$ 881 R$ 681 R$ 626 Bilhões Bilhões Bilhões Bilhões Bilhões Bilhões Bilhões Milhões Milhões Milhões Figura 6: As marcas mais valiosas do Brasil. Fonte: Oglobo.com (2007). 2.2.3 Desenvolvendo marcas de valor Para Aaker e Joachimsthaler (2002) o modelo de liderança da marca se baseia na premissa de que a construção da marca não somente cria ativos, mas também é necessário para o sucesso da empresa. Os mais importantes executivos da empresa devem confiar que construir marcas resultará em vantagem competitiva e trará resultados financeiros. De acordo com Baker (2005, p. 269) O valor agregado é um conceito relativo que habilita clientes a fazer uma compra baseado na superioridade sobre marcas concorrentes. Como resultado da afirmação “o valor está nos olhos de quem vê”, ou seja, se uma marca quiser prosperar, seus valores agregados têm que ser relevantes para os clientes. Um modo de identificar oportunidades de valor agregado é acompanhar os clientes quando eles estão fazendo as compras, e até mesmo quando estão usando a marca. Ainda segundo o autor uma marca é considerada como um aglomerado de valores, quando ela possui uma série de valores. Por exemplo, a marca Virgin é uma combinação de quatro valores: inovação de qualidade; valor pelo dinheiro; 41 divertimento; e um sentido de desafio. Criar uma marca com um aglomerado de valores é a base para que ela fique diferente das outras. Conforme Kotler (1999) o desenvolvimento de uma marca forte envolve pelo menos quatro passos gerais, os quais são detalhados a seguir: Escolha um posicionamento amplo para o produto: Porter (apud Kotler, 1999), propôs três amplas alternativas: a unidade de negócios deve ser concentrada em diferenciar produtos, ser líder em preço baixo ou atender a um nicho. Ele aconselhou as empresas que se tentassem ser boas nas três coisas, mas nunca as melhores em nada, perderiam para empresas que se destacassem em somente um deles. As empresas geralmente não têm dinheiro suficiente para serem boas em tudo, e também cada estratégia de posicionamento solicita uma cultura organizacional e um sistema gerencial diferente. Escolha um posicionamento específico para o produto. Empresas precisam ir além do posicionamento amplo e apresentar ao seu mercado um benefício ou uma razão concreta para a compra, contudo muitas empresas anunciam um posicionamento com um único beneficio principal entre as seguintes possibilidades: Melhor qualidade, desempenho, maior confiabilidade, durabilidade, segurança, velocidade, melhor valor pelo preço pago, menor preço, maior prestigio, melhor estilo ou projeto, maior facilidade de uso, maior conveniência. Escolha um posicionamento de valor para o produto. Ao estabelecer o preço pela marca em questão os compradores pensam em valores pelo seu dinheiro, o que adquirem pelo que pagam. O vendedor deve posicionar a marca quanto a seu valor. Podem-se distinguir cinco posições de valor: mais por mais - é a versão mais sofisticada do produto, que cobram um preço alto para cobrir seus custos mais elevados, chamados artigos de luxo, esses produtos são proclamados os melhores em qualidade, mão-de-obra, durabilidade, desempenho ou estilo; Mais pelo mesmo - onde as empresa são capazes de atacar uma marca do tipo mais por mais com o lançamento de uma marca concorrente que garante oferecer a mesma qualidade e desempenho por um preço muito mais 42 baixo; O mesmo por menos - é quando as lojas oferecem marcas comuns a preços menores, por adquirirem grandes volumes e ter, portanto, maior poder de compra; Menos por muito menos - é a oportunidade de os fornecedores entrarem no mercado com uma oferta, com o preço mais baixo, dispensando certos serviços que o cliente não irá utilizar, por exemplo, ir a um hotel e pedir pra tirarem a TV do quarto para pagar a diária por um preço mais baixo; Mais por menos - este é o melhor posicionamento de valor, oferecer aos clientes “mais por menos”, ou seja, oferecer produtos de marcas consagradas por um preço baixo. Desenvolva a proposta total de valor para o produto. É o conjunto de benefícios que a empresa oferece ao adquirir um produto, como garantias, assistência entre outros. Acredita-se que o cliente potencial escolherá o fornecedor que pareça oferecer a proposta total de valor mais atraente, portanto conclui-se que todo o trabalho para encontrar uma posição essencial, um posicionamento de valor e uma proposta total de valor acaba permitindo que a empresa descreva o porquê de sua oferta é superior à oferta do concorrente. Após isso construir uma forte identidade de marca que seja capaz de transmitir uma imagem do valor que o cliente potencial espera receber. Segundo Rocha e Christensen (1999) as marcas em seu processo de desenvolvimento passam por quatro diferentes etapas, o reconhecimento, a aceitação, a preferência e a lealdade à marca. Cada um destes momentos é explicitado como: Reconhecimento da marca: O consumidor associa um tipo de produto especifico à marca, nesta fase ele ainda não esta envolvido, nem desenvolveu uma atitude favorável com relação a mesma. Aceitação da marca: Onde o consumidor considera a marca especifica como uma entre as alternativas a serem consideradas, nesta etapa o consumidor já desenvolveu preferência pela marca. Preferência pela marca: O consumidor considera a marca como a melhor e qualquer que seja o lugar ira comprá-la. A não ser que não á encontre no ponto-de-venda ou surjam ofertas. Nesta etapa o consumidor já 43 desenvolveu preferência pela marca da empresa e tendera a procurá-la em qualquer lugar. Lealdade à marca: O consumidor considera certas marcas como a melhor e comprará sempre aquela ou nenhuma outra. Finalmente, nessa fase o consumidor estabelece um hábito de compra de uma determinada marca, que ele comprá-la-á sempre, aquela marca ou nenhuma outra. Conforme Aaker e Joachimsthaler (2002) segundo uma pesquisa feita pela Prophet Brand Strategy sugere-se as seguintes diretrizes para o desenvolvimento de marcas intensas: Ter uma identidade de marca clara. Certifique-se que exista uma identidade de marca para orientar a loja carro-chefe. Tudo necessita ser sólido e tudo flui da identidade da marca, o que cria a verdadeira compensação do investimento é o impacto sinérgico integrado da loja junto com outras iniciativas de construção de marca. Fornecer ao consumidor algum benefício relacionado à marca. Evite fazer da loja um museu da marca ou um centro de diversões que não tenha relação a ela. Alavancar ativos de marca. A loja carro-chefe tem o potencial de apresentar todas as formas de ativos de marca, incluindo cor, música, símbolos, tradição e linhas de produtos exclusivos. Criar uma experiência de compras superior. A loja carro-chefe deve ser projetada para uma experiência de compras que seja produtiva, divertida e estimulante. Inovar continuamente para manter a experiência sempre renovada. Uma loja sem novidades provocará nos visitantes uma sensação de que ele já esteve lá, ou seja, uma loja igual às outras. Por isso é importante acompanhar o mercado sempre com novidades para oferecer aos clientes, assim a loja será lembrada sempre. Tirar proveito da loja e do que se aprende com ela. Promova a loja para ganhar publicidade, aprenda com os vendedores e faça experiências para descobrir o que funciona e o que tem apelo para eles. 44 Segundo Costa (2003) por mais forte que seja uma marca e por mais sucesso que ela faça, terá poucas chances de se manter em destaque se o produto que ela representa não mantiver a qualidade, isso parece ser óbvio, mas é nisso que várias empresas tropeçam. O autor comenta ainda que uma marca de sucesso é um patrimônio tão valioso para uma empresa, que não se deve deixar de investir na manutenção mesmo após o fim do período em que esteve no auge. 2.3 Estratégias de marcas Segundo Urdan e Urdan (2006) estratégias de marcas são configurações de marca que uma empresa escolhe para aplicar aos produtos que ela comercializa. Existem estratégias para criar, manter e aprimorar o patrimônio de marca. Para Costa (2003) as principais estratégias de marcas que devem ser mencionadas são: estratégia de extensão de marca, que é a utilização da marca de sucesso para lançar produtos de outra categoria. Estratégia de marcas múltiplas que é a utilização de duas marcas que parecem ser concorrentes, mas que pertencem a um mesmo fabricante. E por último a estratégia de reposição, ou seja, é a troca de nome de uma marca em função da concorrência. Kapferer (2003) ressalta que cada um dos modelos de marca tem seus benefícios e seus inconvenientes, porém a descrição dos prós e contras não fornece um procedimento de escolha para uma empresa em um determinado mercado. De acordo com Aaker e Joachimsthaler (2002) uma identidade de marca para ser eficaz precisa repercutir com clientes, tornar a marca diferente das dos concorrentes e representar o que a empresa pode fazer e fará ao decorrer do tempo. Assim ela auxilia o gestor a entender o cliente, os concorrentes e até mesmo a própria marca. Conforme Limeira (2006) os profissionais de marketing podem sugerir diversas possibilidades de estratégia de marca que melhor correspondam aos objetivos e à estratégia da empresa e do produto, como também às características de seu 45 público-alvo e às condições competitivas do mercado. Para desenvolver uma estratégia de marca é necessária a junção de cinco etapas, a primeira delas é a escolha dos elementos da marca, a segunda é o registro legal a marca, o terceiro é a definição da hierarquia de marcas, a quarta etapa é a seleção do posicionamento das marcas e a quinta e última etapa é o desenvolvimento de um plano de marketing que crie valor para a marca. Essas etapas serão descritas a seguir, porém invertendo suas posições, de forma que se possa destacar a segunda etapa (que ficará por último), referente ao registro legal da marca. 2.3.1 Elementos da marca Segundo Limeira (2006, p.144) a primeira determinação da empresa relacionada à estratégia de marca é decidir se seus produtos ou serviços serão comercializados com ou sem marca. Ao decidir vender seus produtos com marca, o profissional de marketing deve selecionar os elementos da marca que são “unidades de informação visual e verbal, incluindo o nome da marca, logotipo, símbolo, slogan, jingle e embalagem”. Para Aaker e Joachimsthaler (2002) os elementos de uma marca são de grande utilidade, mas três deles se destacam, as associações organizacionais, personalidade da marca e símbolos. Associações organizacionais: Tendem a ser de maior importância para marcas de serviços, de alta tecnologia e de bens duráveis, quando a empresa que esta por traz da marca possui uma ligação com o cliente. Personalidade da marca: Tem o poder de auxiliar no fornecimento de diferenciação necessária mesmo que esteja em um mercado de semelhança, apresentando um valor real de diversas formas, uma delas é que a personalidade pode tornar uma marca interessante e inesquecível, pois uma marca sem personalidade tem dificuldade na obtenção da conscientização de clientes e também em desenvolver um relacionamento com eles. 46 Símbolo: Um símbolo forte pode dar concordância e estrutura a uma identidade, tornando ela muito mais fácil em obter reconhecimento e lembrança. Símbolo é qualquer coisa que represente a marca, seja ele um personagem, um logotipo, uma cor, um gesto, uma nota musical, uma embalagem, um programa. Seja qual for o caso, o símbolo tem um papelchave na criação e manutenção do valor da marca e deve fazer parte da identidade seja ela estendida ou essencial. Na visão de Kotler e Keller (2006, p. 276) os elementos de marca podem exercer vários papéis na construção da marca. “Se os consumidores não analisam muitas informações ao tomar decisões sobre produtos, os elementos de marca devem ser facilmente reconhecidos e lembrados, além de inerentemente descritivos e persuasivos”. Os elementos de marcas memoráveis ou significativos podem aliviar a carga das comunicações de marketing pelo qual tem como objetivo estimular a conscientização e vincular associações à marca. Limeira (2006) ressalta que o nome da marca inclui o conjunto de letras, palavras ou números que anunciam a marca do produto. O logotipo é a forma gráfica que representa o nome da marca e o slogan sintetiza o beneficio ou posicionamento da marca. O autor afirma ainda que as características gerais de um bom nome de marca são: a facilidade de ser pronunciado, de lembrar, tem que ser distintivo e único, deve gerar associações positivas com relação ao posicionamento da marca e também tem que ser passível de proteção legal. 2.3.2 Hierarquia de marcas Conforme Limeira (2006) a hierarquia de marcas consiste em estabelecer uma classificação das marcas, distribuindo-as entre as linhas de produtos da empresa. A ordem hierárquica entre as marcas possui quatro níveis, do mais abrangente ao mais especifico. 47 1. Marca corporativa: É a marca da empresa ou fabricante. 2. Marca de família: Também conhecida como marca guarda-chuva, designa os produtos de uma linha, para uma família de produtos. 3. Marca individual: É a marca para um produto. 4. Marca de item ou modelo: é a denominação integrante que identifica um tipo ou modelo de produto. McCarthy e Perreault (1997) também expõem os tipos de marca, pelas quais se devem usar. 1. Marca de família: É a mesma marca para vários produtos, elas podem agilizar a aceitação de novos produtos. 2. Marcas Individuais: São nomes de marcas separados de acordo com cada produto. 3. Marcas genéricas: São produtos que não possuem nenhuma marca além da identificação do conteúdo da embalagem e do nome do fabricante ou do mediador. 4. Marcas de fabricante: É a marca criada por quem fabrica o produto. 5. Marcas de revendedores: também conhecida como marca privada, são criadas por intermediários. 2.3.3 Seleção do posicionamento das marcas Para Limeira (2006) posicionamento é a estratégia de criação de uma única imagem para a marca na mente do consumidor, com o objetivo de ser valorizada por ele e diferenciada em relação às dos concorrentes. O autor afirma ainda que a propaganda é fundamental na formação da imagem na medida em que comunica o posicionamento da marca, sendo assim o profissional de marketing deve elaborar o posicionamento da marca na qual consiste a definição de sua proposição de valor para que a marca seja posicionada e comunicada a seu público-alvo. 48 De acordo com Kotler e Keller (2006, p. 305) posicionamento é a “ação de projetar o produto e a imagem da empresa para ocupar um lugar diferenciado na mente do público-alvo”. Tem como objetivo posicionar a marca na mente dos consumidores com a finalidade de elevar ao máximo a vantagem potencial da empresa. Os autores afirmam ainda que uma marca bem posicionada ajuda a orientar a estratégia de marketing, esclarecendo a essência da marca, que objetivos ela ajuda o consumidor a alcançar e como o faz de maneira inconfundível. Kapferer (2003, p. 88) ressalta que “a referência das marcas é ditada por seu posicionamento, ou seja, evidenciam as características distintas em relação à concorrência e motivadoras para o público”. 2.3.4 Desenvolvimento de um plano de marketing que crie valor para a marca Conforme Limeira (2006, p. 362) o “plano de marketing deve ser fundamentalmente estratégico e sua elaboração é uma contribuição valiosa para o posicionamento de uma empresa orientada para o mercado”. Bons planos de marketing identificam e analisam as condições básicas de mercado que atingem o setor em que a empresa atua. Já Kotler e Keller (2006, p. 41) afirmam que o plano de marketing é “o instrumento central para direcionar e coordenar o esforço de marketing”. Limeira (2006, p. 154) menciona que a proposição de valor da marca é uma declaração dos benefícios e características principais, que tornam a marca diferente de seus concorrentes. Os fatores que na maioria das vezes são utilizados para posicionar a marca são: “atributos de produto, benefícios, ocasiões de uso, estilo de vida, tipo de pessoas que usam o produto e posição em relação a outro produto”. Essas decisões devem surgir de um completo processo de planejamento orientado para o mercado. Deste modo, as decisões de marca devem estar relacionadas as demais decisões do mix de marketing, desenvolvidas de forma integrada e estabelecidas no plano de marketing. 49 Kotler e Keller (2006, p.304) afirmam que “nenhuma empresa pode vencer se seus produtos e ofertas lembram qualquer outro produto ou oferta”. Os autores afirmam ainda que as empresas devam buscar se posicionar e se diferenciar de maneira relevante. Dentro do processo de gerenciamento estratégico da marca, toda empresa e produto devem representar uma grande idéia diferenciada na mente do mercado-alvo. 2.3.5 Registro Legal de marcas De acordo com McCarthy e Perreault (1997, p. 157) a marca registrada é um “termo legal, que inclui apenas palavras, símbolos ou marcas que são, legalmente, registradas para o uso restrito de uma empresa”. Conforme Limeira (2006) o registro legal atribui propriedade da marca à empresa que a criou e a utilizou em seus produtos, o que garante que os concorrentes não poderão copiar a marca. Também permite que a empresa venda ou ceda a sua marca para outras e lucre com os investimentos feitos na construção da mesma no decorrer dos anos. Como esse tópico é tema principal do presente estudo, sua abordagem merece maior amplitude e, portanto, o mesmo é foco do próximo item. 2.4 Marca registrada – práticas e regras segundo o INPI e outros autores Conforme o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI (2008) esclarece, se você possui algum negócio, provavelmente seus produtos ou serviços devem ter uma marca. Então, imagine deixar de registrá-la e, tempos depois, saber que seus concorrentes estão copiando a sua marca, desviando a sua clientela e, conseqüentemente, prejudicando os seus lucros, com a marca registrada, você tem 50 garantias contra o uso indevido, resguardando-se contra a concorrência desleal e atos de má-fé praticados por terceiros. Apesar de não ser obrigatório, o registro de marcas garante ao seu proprietário o direito de uso com exclusividade em todo o Brasil em seu ramo de atividade. Ao mesmo tempo, sua percepção pelo consumidor pode resultar em agregação de valor aos produtos ou serviços identificados por ela. A marca quando bem gerenciada, ajuda a fidelizar o consumo, estabelecendo assim, identidades duradouras, afinal o registro de uma marca pode ser prorrogado indefinidamente em um mercado cada vez mais competitivo (INPI, 2008). O INPI (2008, s.p.) afirma que é um “respaldo legal que constrói valor para a marca, fornece mais segurança à sua atuação no mercado, além de viabilizar transações comerciais nas quais sua marca é o maior objeto de negociação” De acordo com Tavares (1998, p. 29) a marca registrada “corresponde ao direito exclusivo do proprietário em usar ou ceder seu uso aos bens e serviços aos quais a marca registrada é aplicável” o autor afirma ainda que algumas empresas a destacam colocando um “r” no canto direito e acima da marca. Conforme Churchill e Peter (2000) algumas empresas muitas vezes comercializam produtos sob uma marca de nome de sucesso, com o objetivo de tirar proveito dos pontos positivos que os clientes já atribuem a ela. Para os autores quando uma marca ainda esta em processo de registro a empresa pode usar o símbolo “TM” para mostrar que a marca é sua propriedade exclusiva. Também a marca deve sempre vir em letras maiúsculas e a organização não deve jamais alterar sua grafia. Segundo o INPI (2008) a natureza de uma marca diz respeito à sua origem e ao seu uso. No que diz respeito ao seu uso uma marca pode se distinguir em quatro diferentes naturezas, as quais são apresentadas na figura 07. No que diz respeito a sua origem existem marcas brasileiras e estrangeiras, a marca brasileira é aquela regularmente depositada no Brasil, por pessoa cujo domicilio é no país. Já a marca estrangeira é aquela regularmente depositada no Brasil, por pessoa na qual o domicilio não é no país, ou aquela regularmente depositada no Brasil, por pessoa não domiciliada no país, ou aquela que depositada regularmente 51 em país vinculado a acordo ou tratado do qual o Brasil seja participe, ou em organização internacional da qual o país faça parte, é também depositada no território nacional no prazo estipulado no respectivo acordo ou tratado, e cujo depósito no país contenha reivindicação de prioridade em relação à data do primeiro pedido. Natureza das marcas A que se aplica Produto Distinguir produtos de outros idênticos, semelhantes ou afins. Serviço Distinguir serviços de outros idênticos, semelhantes ou afins. Coletiva Identificar produtos ou serviços provenientes de membros de um determinado grupo ou entidade. Certificação Atestar a conformidade de produtos ou serviços a determinadas normas ou especificações técnicas. Figura 7: Natureza das marcas. Fonte: INPI (2009). O INPI (2008) afirma que as marcas possuem diversas formas de apresentação e não são somente nomes, nem apenas figuras. Contudo, conforme a lei brasileira, não se pode proteger sinais que não sejam visualmente perceptíveis. Na figura 08 a seguir, podem se observar as principais características de cada forma de apresentação. Apresentação Nominativa A que se aplica Sinal constituído apenas por palavras, ou combinação de letras e/ou algarismos, sem apresentação fantasiosa. Mista Sinal que combina elementos nominativos e figurativos. Figurativa Sinal constituído por desenho, imagem, formas fantasiosas em geral. Tridimensional Sinal constituído pela forma plástica distintiva e necessariamente incomum do produto. Figura 8: Formas de apresentação Fonte: INPI (2009). De acordo com o INPI (2009, s.p) o ato normativo que criou a Classificação Nacional de Produtos e Serviços estabeleceu um limite onde cada pedido de registro de marcas deverá assinalar apenas uma única classe. Adicionalmente, dentro da classe 52 escolhida, o pedido poderá compreender até o máximo de três itens. No caso de medicamentos, o limite é de dois itens. Duas premissas estiveram presentes na elaboração da Classificação, são elas: Estabelecer uma linguagem que agregasse produtos e serviços. Estabelecer um código, fixado em quatro dígitos, que traduzisse cada linha de produto/serviço, a fim de permitir a automação. A classificação foi instituída pelo Ato Normativo 51, de 1981 e já existem estudos em andamento para sua atualização. A Classificação atual é composta de 41 classes, cada classe possui itens específicos que as compõem, sendo 35 referentes a produtos e seis a serviços. Algumas classes, normalmente as mais demandadas, possuem grande número de itens. É o caso, por exemplo, da Classe 05 (Medicamentos), com 17 itens. O INPI (2008, s.p) lembra que “o prazo de validade do registro de marca é de dez anos, contados a partir da data de concessão, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos”. O pedido de prorrogação deve ser formulado durante o último ano de validade do registro, instruído com o comprovante do pagamento da referente retribuição. Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o termo final da validade do registro, o titular poderá fazê-lo nos seis meses seguintes, mediante o pagamento de retribuição adicional. O INPI (2008) garante que para registrar uma marca o interessado pagará uma taxa inicial referente ao depósito do pedido, se não houver impedimentos processuais, ou seja, exigência, oposição; deverá ser paga no final do exame a taxa relativa à proteção dos primeiros dez anos e a expedição do certificado de registro. Para microempresas e pessoas físicas, são reduzidos em 50% os valores para depósito e para os primeiros dez anos de registro da marca. Para saber se uma marca consta no banco de dados do INPI é necessário que seja feita uma busca prévia. A busca prévia de marca apesar de não obrigatória é aconselhável ao interessado realizá-la antes de efetuar o depósito, com o intuito de verificar se já existe marca anteriormente depositada / registrada. Essa busca pode ser feita de duas maneiras: gratuitamente no site do INPI, no link pesquisa / base 53 marcas ou por solicitação ao INPI através do pagamento da taxa correspondente retirada no link e-INPI / GRU – guia eletrônica. Atualmente (03/2009) esses serviços possuem como taxa os valores expressos no tabela 01. Tabela 01: Valores (taxas) cobrados pelo INPI para consulta prévia de registro. Serviços Busca de Marca Nominativa Busca de Marca Figurativa Busca de Marca Mista Busca de Marca Tridimensional e preenchimento do formulário eletrônico Valores R$ 25,00 R$ 40,00 R$ 50,00 R$ 65,00 Fonte: INPI (2009). Uma Resolução do INPI (Nº 104/03, de 24 de novembro de 2003) estabelece também uma redução de valor de retribuição a ser obtida por pessoas físicas; microempresas, assim definidas em lei; sociedades ou associações de intuito não econômico; órgãos públicos (Anexo 01). Porém é importante destacar que não há descontos a serem aplicados nos valores expostos no quadro X, mas somente nos demais valores como: primeiro decênio, depósito de pedido de registro, recursos, manifestações e cumprimento de exigência, é que são aplicados para esse grupo descontos de 50%. O INPI (2009) também expõe em seu site (www.inpi.gov.br) seus formulários de pedidos e petições em papel, onde o interessado deve preencher os mesmos para dar andamento ao pedido de registro da marca conforme anexo 02. O Instituto garante que qualquer pessoa pode registrar sua marca, basta entrar no site do INPI, se cadastrar junto ao sistema, assim será gerado um login, para poder imprimir boletos para pagamentos dos serviços que precisar. De acordo com Keegan (2005, p. 90) as marcas protegidas em um país não são necessariamente protegidas em outro. Nos Estados Unidos as “marcas registradas, patentes e direitos autorais são registrados no Registro Federal de Patentes”, mesmo se o produto não for produzido ou vendido o portador da patente detém todos os direitos durante a vida da mesma. O autor afirma ainda que a “proteção de marcas registradas e patentes nos Estados Unidos é muito eficiente e a lei norteamericana se embasa nos procedentes de casos decididos anteriormente em tribunal para orientá-la”. 54 Conforme o INPI (2009, s.p) as marcas protegidas no território do MERCOSUL (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) tem o desejo de reduzir as distorções e os obstáculos ao comércio e a circulação de bens e serviços no território dos estados partes do tratado de Assunção. Reconhece a necessidade de promover uma proteção efetiva e adequada aos direitos de propriedade intelectual em matéria de marcas, indicações de procedência e denominações de origem e de garantir que o exercício de tais direitos não represente em si mesmo uma barreira ao comércio legitimo, reconhece também a necessidade de estabelecer para tais fins regras e princípios que sirvam para orientar a ação administrativa, legislativa e judicial de cada Estado. As marcas poderão consistir, entre outros, em palavras de fantasia, nomes, pseudônimos, “slogans” comerciais, letras, cifras, monogramas, figuras, retratos, etiquetas, escudos, estampas, orlas, linhas e franjas, combinações e disposições de cores, e a forma dos produtos, suas embalagens, ou dos meios ou locais de vendas dos produtos ou serviços. Poderão solicitar o registro de uma marca as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado que tenham legítimo interesse. Segundo o INPI (2009, s.p) a organização encarregada da apreciação dos pedidos de registros de marcas comunitárias na União Européia é a Organização para Harmonização do Mercado Interno (OHAMI), criada em 1996. A marca comunitária é a marca cujo escopo de validade jurídica extrapola a fronteira do Estado nacional de seu titular, com validade em todo espaço territorial do bloco europeu. A OHAMI é uma agência oficial da União Européia com personalidade jurídica própria que goza de autonomia administrativa e financeira. Isso contribui para que a organização desfrute de liberdade de gestão para que tenha flexibilidade para adotar as medidas administrativas que julga cabíveis para melhor gerenciar o sistema comunitário de marcas. Esta flexibilidade assegura às autoridades da OHAMI independência e rapidez ao tomar decisões estratégicas. Ela também analisa os processos em curso na organização de forma digital na grande maioria, cerca de 85% dos processos, portanto sem a necessidade de uso de papel. Com isso e mais algumas medidas de eliminação de barreira burocráticas, fizeram com que ela seja hoje uma “organização modelo” em todo o mundo. 55 Outro fator importante a se ressaltar são os aspectos penais e criminais que surgem por conta das irregularidades do uso indevido de marcas registradas, que inclui tanto multas como detenção dos envolvidos. As normativas seguem no anexo C. 56 3 METODOLOGIA DE PESQUISA Este capítulo tem o propósito de esclarecer sobre os procedimentos que foram adotados para o desenvolvimento da pesquisa. Conforme Roesch (2007) a metodologia descreve como o projeto será realizado, partindo dos objetivos para definir qual tipo de método seria mais apropriado. Malhotra (2006, p.125) menciona que a “metodologia usada para a coleta de dados deve ser examinada de forma crítica para identificar possíveis fontes de tendenciosidade”. A seguir serão apresentados os tópicos que formam esse capítulo: Tipologia de pesquisa; sujeito do estudo; instrumentos de pesquisa; análise e apresentação. 3.1 Tipologia de pesquisa Esta pesquisa foi de caráter quantitativo, através do método descritivo com o tipo de pesquisa survey. Roesch (2007) esclarece que a pesquisa quantitativa tem o propósito no projeto de obter informações sobre determinada população, pois busca medir algo de forma objetiva. O quantitativo é o observável e mensurável, ou seja, significa quantificar dados na forma de coleta de informações. De acordo com Malhotra (2006, p. 102) uma pesquisa descritiva é “um tipo de pesquisa conclusiva que tem como principal objetivo a descrição de algo, normalmente são características ou funções do mercado”. Para Roesch (2007, p. 138) uma pesquisa de levantamento (survey) tem como objetivo obter informações sobre uma determinada população, ou seja, um “grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”. Assim, esse estudo de levantamento teve como objetivo levantar as empresas filiadas à Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú - ACIBALC, e 57 mensurar a proporção de empresas a ela afiliadas, que possuem o registro de suas marcas corporativas ou nominais junto ao INPI. 3.2 Sujeito do estudo A população deste estudo é formada pelas empresas filiadas a ACIBALC. Para Malhotra (2006) a população é um grupo de elementos ou objetos que possuem a informação buscada pelo pesquisador e sobre os quais devem ser feitas deduções. Roesch (2007, p. 138) completa conceituando população como “um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito especifico de um estudo”. Em princípio este estudo tinha o propósito de alcançar toda a população, ou seja, a realização de um censo. Porém algumas empresas não quiseram participar do estudo. Neste caso, trabalhou-se com uma amostra que compreendeu 89% do total dos afiliados junto a ACIBALC. Esse número de participantes contribuiu para que a margem de erro fosse apenas 1,5%. Na visão de Malhotra (2006, p. 320) amostra é “um subgrupo dos elementos da população selecionando para participação no estudo”. Define-se ainda que a amostra foi do tipo probabilística, que conforme Roesch (2007) “deve ser extraída de maneira que cada membro da população tenha a mesma chance estatística de ser incluído na amostra”. Portanto, como a idéia inicial era um censo, e todos os componentes da população foram convidados a participar, significa que todos tiveram a mesma chance de estarem inclusos no grupo entrevistado. 58 3.3 Instrumentos de pesquisa A coleta de dados foi efetuada em fontes primarias. Segundo Mattar (1996) os dados primários são aqueles coletados com o único objetivo de satisfazer às necessidades da pesquisa, e os dados secundários, são aqueles que já foram coletados e catalogados outrora pela empresa e que já estão disponíveis para consulta. Para a coleta de dados primários foi adotado um questionário estruturado aplicado na pesquisa junto aos associados à ACIBALC. O questionário foi construído procurando evidenciar elementos do registro de marcas corporativas e nominais, criando relação inclusive com seus setores e número de colaboradores. Utilizou-se questões fechadas, num total de 20 perguntas. Quanto à fase da coleta de dados, a mesma foi feita tanto nas empresas dos associados da ACIBALC, como também, em alguns casos, foi respondida por e-mail e por telefone. A coleta das informações foi realizada entre os meses de abril e maio de 2009. 3.4 Análise e apresentação Os dados coletados através de questionários foram analisados em forma de gráficos e tabelas, os quais foram posteriormente explicados em forma de relatórios. Conforme Lakatos e Marconi (1991), o relatório é a exposição geral da pesquisa, desde o planejamento às conclusões, incluindo os processos metodológicos empregados. Deve ter como base a lógica, a imaginação e a precisão e ser expresso em linguagem simples, clara, objetiva, concisa e coerente. Os dados coletados junto aos associados da ACIBALC via questionário foram tabulados e analisados através da utilização do software Le Sphinx Plus². A análise foi desenvolvida através de métodos estatísticos descritivos utilizando distribuição de freqüência e tabulação cruzada (AAKER; KUMAR; DAY, 2001). 59 3.5 Limitações da Pesquisa A limitação da pesquisa ocorreu na aplicação dos questionários, pois ao aplicá-los, muitas vezes, os empresários não estavam presente na empresa, com isso teve-se que deixar o questionário com funcionários e buscá-lo outro dia. Devido ao tempo, todos os questionários não foram coletados, pois das 198 empresas, 08 não autorizaram seu preenchimento. Alguns questionários devido à preferência dos empresários foram coletados através de e-mail e telefone. Pois no dia da visita eles estavam muito ocupados e não puderam responder na hora. Além disso, percebeu-se também uma barreira em relação ao preenchimento dos questionários, pois alguns deles confundiam o registro da marca com o registro da empresa. 60 4 RESULTADOS DA PESQUISA Este capítulo apresenta os resultados coletados através de pesquisa realizada com os associados à ACIBALC, que teve como propósito identificar qual o percentual de empresas que possuem o registro da marca junto ao INPI na cidade de Balneário Camboriú e Camboriú. 4.1 Perfil dos respondentes da pesquisa O presente estudo teve como base os associados da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú. A idéia inicial era através de um censo analisar os índices de registros de marcas junto a todos os associados. Contudo esse propósito não foi alcançado e, portanto, trabalhou-se com uma amostra de 190 empresas associadas de um total 208. Porém, é importante destacar que das 208 empresas associadas, 10 eram empresas com atividades desempenhadas em outros municípios, restando 198 localizadas em Balneário Camboriú e Camboriú, foco do estudo. O total de 190 empresas da amostra probabilística resultou em uma margem de erro de aproximadamente 1,5%. As empresas participantes do estudo foram caracterizadas quanto ao local de sua sede, setor de atividade, tempo de atuação no mercado e o total de colaboradores. Quanto à sede, pouco mais de 97% das empresas tem seu domicílio na cidade de Balneário Camboriú, sendo as demais localizadas na cidade vizinha de Camboriú (Gráfico 01). Das outras oito empresas que não participaram da pesquisa cinco eram de Balneário Camboriú e três de Camboriú, o que não distorce o resultado da amostra. 61 2,6% Balneário Camboriú Camboriú. 97,4% Gráfico 01: Sede da Empresa. Fonte: Dados da Pesquisa Quanto ao setor de atividade, contabilizaram-se doze categorias de ramos de negócios, dos quais o maior grupo, com cerca de 43% desenvolvendo atividades de serviço. O segundo maior grupo de empresas está no de negócios varejistas, alcançando pouco mais de 31%. Em terceiro lugar fica a Indústria com pouco mais de 8%. Em quarto lugar segue a Educação com 5%. Em quinto segue a hotelaria com cerca de 4%. Em sexto segue o ramo financeiro com quase 3% da fatia do mercado. Em seguida segue a saúde com apenas 2%. Os demais setores num total de cinco, representem cada um em média apenas somente 1% (Gráfico 02). 42,6% 31,1% 8,4% 2,6% 5,3% 3,7% 1,1% 1,1% 1,1% 2,1% Comunic ação Saúde 0,5% 0,5% Shopping Center Turismo 0,0% Comércio Varejis ta Financeiro Atacado Profissional Prestadora de Agropecuária liberal serviços Gráfico 02: Setor de Atividade. Fonte : Dados da Pesquisa Indústria. Hotelaria Educação 62 Com relação ao tempo de atuação que a empresa segue no mercado, o resultado foi muito positivo, pois a maioria das empresas, ou seja, quase 36% estão atuando no mercado com mais de 10 anos. No segundo e terceiro grupo seguem as empresas entre 3 e 5 anos e entre 6 e 9 anos de mercado, dividindo de forma quase igualitária 40% do total. Em quarto e quinto lugar vem as empresas com idade entre 1 e 2 anos e com menos de 1 ano de atuação, com pouco mais que 13% e 11% respectivamente (Gráfico 03). 35, 8% 20, 0% 11, 6% 19, 5% 13, 2% Menos de 1 ano ent re 1 e 2 anos ent re 3 e 5 anos ent re 6 e 9 anos m ais de 10 anos. Gráfico 03: Tempo de atuação no Mercado. Fonte : Dados da Pesquisa Com base na tabela 02, pode-se ver que o número de trabalhadores que essas empresas contam, são na maior parte entre 10 e 20 colaboradores, que representam 28% do total de empresas pesquisadas. Em segundo lugar, com praticamente a mesma proporção estão as empresas com 5 a 9 colaboradores, que representam pouco mais de 27%. O terceiro grupo é o das empresas que empregam 1 a 4 colaboradores e representam quase 21% to total. Em quarto lugar segue as empresas com 21 e 50 colaboradores e representam pouco mais de 16% do total de empresas entrevistadas. Em quinto e em sexto lugar vem as empresas que tem entre 51 e 100 colaboradores e entre 101 e 500 colaboradores, que representam cada uma quase 3% do total. Somam apenas 2% as empresas na qual não há colaboradores, pois trabalham em família. E por último, com mais de 500 colaboradores no seu quadro há apenas uma única empresa entre as pesquisadas, representando menos de 1%. 63 Tabela 02: Número de Colaboradores da Empresa. COLABORADORES QUANTIDADE CITAÇÕES FREQUÊNCIA Não possui colaboradores (trabalha em família) De 1 à 4 colaboradores De 5 à 9 colaboradores De 10 à 20 colaboradores Entre 21 e 50 colaboradores Entre 51 e 100 colaboradores Entre 101 e 500 colaboradores Acima de 501 colaboradores. TOTAL OBS. 4 39 52 53 31 5 5 1 190 2,1% 20,5% 27,4% 27,9% 16,3% 2,6% 2,6% 0,5% 100% Fonte : Dados da Pesquisa. Apresentado o perfil das empresas participantes da pesquisa, a seguir são expressos os resultados relativos ao registro de marcas por parte das mesmas. 4.2 Levantamento do número e dos setores de atuação das empresas afiliadas a ACIBALC possuidoras de marcas registradas junto ao INPI Nesta etapa deste estudo os resultados contemplaram a realidade do registro de marcas dos sócios da ACIBALC. De acordo com Limeira (2006) o registro legal atribui propriedade da marca à empresa que a criou e a utilizou em seus produtos, o que garante que os concorrentes não poderão copiar a marca. Também permite que a empresa venda ou ceda a sua marca para outras e lucre com os investimentos feitos na construção da mesma no decorrer dos anos. O INPI (2008) reforça essa afirmação, destacando que com a marca registrada, têm-se garantias contra o uso indevido, resguardando-se contra a concorrência desleal e atos de má-fé praticados por terceiros. Como observado, ter o registro da propriedade da marca traz garantias e até mesmo, possibilidades de retornos financeiros sobre a mesma. Assim, através desta pesquisa foram analisados o número e os setores de atuação das empresas afiliadas a ACIBALC que possuem registro de marca junto ao INPI. Especificamente se demonstrará o índice de registro de marca; tempo do registro; se possui produtos 64 com marcas individuais; se possuem registros dessas marcas e há quanto tempo; o nível de importância que o pesquisado atribui ao registro de marca para a sua empresa; onde ele fez o registro; qual o nível de importância que os clientes atribuem à marca da empresa; qual o nível de lembrança que os proprietários acreditam que os clientes possuem em relação a marca; se foi alertado sobre a necessidade do registro na hora da formalização legal da empresa; e se não possui o registro, qual sua intenção futura quanto ao registro. Quanto ao registro da marca junto ao INPI, o número de empresas com e sem o registro mostrou-se equilibrado, pois 48% das empresas pesquisadas possuem o registro ao instituto, contra 49% que não o possuem. Apenas uma pequena parte desse total, pouco mais de 3%, ainda não tem o registro definitivo, porém já estão com o processo em andamento (Gráfico 04). Sim em processo não. 47,9% 48,9% 3,2% Gráfico 04: Empresas com Registro de marca Junto ao INPI. Fonte : Dados da Pesquisa Do total das empresas que já possuem o registro, identificou-se também a situação atual desenvolvendo uma relação com os setores de atuação destas. O propósito é evidenciar se o registro de marcas possue relação direta com o setor de atividade das empresas associadas a ACIBALC. Essa relação é apresentada na tabela 2. 65 Tabela 03: Setores x Registro de marca. SETOR Distrib.p/setor do total de Assoc. ACIBALC Distrib.p/setor do total de Assoc. ACIBALC c/registros de marcas no INPI Índice Total do Setor versus Registros 31,1% 28,6% 44.1% 2,6% 1,1% 4,4% 0,0% 80% 0% 1,1% 1,1% 50% 42,6% 30,8% 34,6% 8,4% 3,7% 1,1% 2,1% 5,3% 12,1% 4,4% 2,2% 3,3% 11,0% 68,8% 57% 100% 75% 100% 0,5% 1,1% 100% 0,5% 100% (190) 1,1% 100% (91) 100% - Comércio Varejista Financeiro Atacado Profissional Liberal Prestadora de serviços Indústria. Hotelaria Comunicação Saúde Educação Shopping Center Turismo TOTAL Fonte : Dados da Pesquisa. Verificando a tabela 03 é possível perceber que a maior parte das empresas associadas à ACIBALC que possuem o registro da marca junto ao INPI pertencem as empresas prestadoras de serviços com quse 31%. Logo em seguida segue as empresas do comércio varejista que representam pouco menos de 29%. Em terceiro lugar prossegue a Indústria representando 12%, seguido da Educação com 11% do total. Em quinto e sexto lugar respectivamente vem o Financeiro e a Hotelaria representando pouco mais de 4% cada um dos mesmos. Logo após segue as empresas que representam pouco do total das que possuem registro, com cerca de 3% a Saúde, seguido da Comunicação com 2%. Os demais, incluindo 3 setores, representando somente 3% no total, vem o Turismo, os Profissionais liberais e o Shopping Center. Porém, quando comparado o total de empresas filiadas à ACIBALC e o total de empresas afiliadas a mesma que possuem o registro de marcas, percebe-se que as Prestadoras de Serviços, que representam o maior número de marcas registradas (31%) são quase 43% do total de empresas estudadas. Isso representa que, neste setor apenas cerca de 35% das empreas tem o registro junto ao Instituto. Já o setor Varejo, que se destaca tanto na quantidade de empresas (31%), quanto na representatividade do total de marcas registradas (28,6), possui um índice de 66 registro superior ao Serviço, com pouco mais de 44% das empresas associadas com registros no INPI. No terceiro maior grupo de empresas filiadas, a Indústria (8,4%), praticamente 69% possuem marca registrada. Também vale ressaltar que de 5 empresas da Educação filiados a ACIBALC, todas têm o registro da marca (100%). Outros setores, menos representativos no total de associados, como o Financeiro, Comunicação, Saúde, Shopping Center e Turismo também possuem índices expressivos de empresas com registros. Outro fator de análise e correlação foi o índice registro e o número de colaboradores. Essa relação é apresentada na tabela 4. Tabela 04: Número de colaboradores x Registro junto ao INPI. NÚMERO DE COLABORADORES Distrib.p/número de colaboradores do total de Assoc. ACIBALC Distrib.p/número de colaboradores do total de Assoc. ACIBALC c/registros de marcas no INPI Índice Total do Colaboradores versus Registros 2,1% 0,0% 0% 20,5% 6,6% 15.4% 27,4% 25,3% 44.2% 27,9% 30,8% 52.8% 16,3% 25,3% 74.2% 2,6% 5,5% 100% 2,6% 5,5% 100% 0,5% 1,1% 100% 100% (190) 100%(91) - Não possui colaboradores (trabalha em família) De 1 à 4 colaboradores De 5 à 9 colaboradores De 10 à 20 colaboradores Entre 21 e 50 colaboradores Entre 51 e 100 colaboradores Entre 101 e 500 colaboradores Acima de 501 colaboradores. TOTAL OBS. Fonte : Dados da Pesquisa Analisando a tabela 03 percebe-se que a maioria das empresas que possuem o registro da marca pertence às que tem em seu quadro de colaboradores entre 10 e 20 pessoas, que representa quase 31% do total das que possuem o registro junto ao INPI. Em segundo e terceiro lugar respectivamente com pouco mais de 25% segue as empresas com o número de colaboradores variando entre 5 a 9 e 21 a 50. Em 67 terceiro lugar com quase 7% prossegue as empresas com uma média entre 1 a 4 colaboradores. Em quarto e quinto lugar respectivamente com 5.5% vem as empresas que possui em seu quadro o número de colaboradores variando de 51 a 100 e de 101 a 500. As com mais de 501 Colaboradores representam apenas 1%. No entanto, quando comparado o número de colaboradores do total de empresas filiadas à ACIBALC e o total de colaboradores das empresas afiliadas a mesma, mas que possuem o registro de marcas, percebe-se que as empresas que tem de 10 a 20 colaboradores representam a maioria, pois cerca de (31%) são quase 28% do total e empresas pesquisadas. Isso representa que, nas empresas que possuem de 10 a 20 colaboradores cerca de 53% tem o registro da marca. Já as empresas com o número de funcionários entre 5 à 9 se destaca tanto no total de colaboradores filiados a ACIBALC (27,4%) quanto no total de afiliados a mesma com o registro no INPI (25,3%), contudo as empresas que tem entre 5 à 9 colaboradores representam pouco mais de 44% que tem o registro. No terceiro maior grupo de número de colaboradores, do total de empresas filiadas a ACIBALC (20,5%), pouco mais de 15% possuem a marca registrada junto ao instituto. É importante destacar que as empresas com o número de colaboradores entre 51 e 100 ; 101 e 500 e mais de 501, tem 100% de representatividade das empresas que tem o registro no INPI. Evidencia-se portanto, que conforme aumenta o número de colaboradores das empresas associadas a ACIBALC, também amplia o índice de registro de marcas, ou seja, há uma relação direta entre colaboradores e registros. Essa relação é apresentada no gráfico 5. 68 100,0% 100,0% 100,0% entre 51 e 100 c ola boradore s entre 101 e 500 c ol aborador es ac ima de 501 col ab oradores. 100,0% 74,2% 52,8% 44,2% 15,4% 0,0% 0,0% Não pos s ui colabor adores (tr abal ha e m famil ia) de 1 à 4 c olaborad ores de 5 à 9 c olaborad ores de 10 à 2 0 c olabor adores entre 21 e 50 c olab oradores Gráfico 05 : Número de colaboradores x Índice de registro de marcas. Fonte : Dados da Pesquisa. Quanto ao tempo de registro da marca junto ao INPI, 33% do total das que possuem marcas registradas responderam que o registro já foi realizado há mais de 10 anos. Em segunda posição segue com quase 25% empresas que possuem o registro entre 6 e 9 anos. Em terceira posição possegue com pouco mais de 13% os que tem o registro há apenas entre 6 meses e 1 ano. Cerca de 11% dos respondentes mencionaram que o registro já foi feito entre 3 e 5 anos. Os dois demais, pouco mais de 9%, estão entre 1 e 2 anos de registro, seguidos pelos pouco mais de 8% que fizeram o registro a menos de 6 meses (Gráfico 06). 33, 0% 24, 7% 13, 4% 11, 3% 8, 2% 9, 3% m enos de 6ent re 6 m esesent e re 1 e 2 anos ent re 3 e 5 anos ent re 6 e 9 anos m ais de 10 m eses 1 ano anos. Gráfico 06 : Tempo de Registro de marca junto ao INPI. Fonte : Dados da Pesquisa. 69 Também foi questionado aos associados da ACIBALC se os mesmos possuiam produtos com marcas individuais, nominais ou de família. Segundo Limeira (2006) marca de família, também conhecida como marca guarda-chuva, designa os produtos de uma linha, para uma família de produtos. Já a marca nominal representa a denominação de produtos individuais. Verifica-se através do gráfico 6 que as empresas que não possuem produtos com marcas individuais representam uma signficativa parte do total das empresas, com 91%. Já as que possuem produtos com marcas individuais representam uma pequena fatia de pouco mais de 8%. E somente menos de !% estão lançando produtos com marcas individuais (Gráfico 07). 8,4% 0,5% sim em processo não. 91,1% Gráfico 07 : Empresas que possuem produtos com marcas individuais. Fonte : Dados da Pesquisa Ainda de acordo com a pesquisa, especificamente as empresas possuidoras de marcas individuais de produtos ou linhas (8,4%), as que detem registros das mesmas no INPI representam uma excelente proporção (76,5%). Se somados os que possuem pedidos de registros em processo essa proporção alcança expressivos 88% (Gráfico 08). 70 76, 5% Si m 11, 8% 11, 8% em proc ess o não. Gráfico 08: Empresas com marcas individuais registradas no INPI Fonte : Dados da Pesquisa Conforme tabela a seguir aponta, poucas são as empresas que têm o registro de suas marcas individuais, ou seja, das 190 empresas pesquisadas, apenas 14 as possuem. Destas, quanto ao tempo de registro, destaca-se as empresas com seis ou mais anos de registro que representam 50% do total. (Tabela 05). Tabela 05: Tempo de registro das marcas Individuais. Há quanto tempo Qt. cit. Freq. Menos de 6 meses entre 6 meses e 1 ano entre 1 e 2 anos entre 3 e 5 anos entre 6 e 9 anos mais de 10 anos. TOTAL CIT. 2 2 3 0 2 5 14 14,3% 14,3% 21,4% 0,0% 14,3% 35,7% 100% Fonte : Dados da Pesquisa. Destaca-se no gráfico a seguir o nível de importância do registro da marca atribuído pelos empresários. Na percepção de aproximadamente 47% dos pesquisados o registro da marca é considerado apenas importante. Já 39% consideram como muito importante. Uma pequena parte (14%) ainda considera o registro como algo indiferente ou de pouca importância. Isso talvez seja reflexo de não terem conhecimento sobre o tema (Gráfico 09). 71 3,2% 11,1% muito importante importante 38,9% indiferente pouca importância nada importante. 46,8% Gráfico 09: Nível de importância do registro da marca junto ao INPI. Fonte : Dados da Pesquisa Questionado os representantes da empresas que possuem produtos com marcas individuais sobre a importância que atribuem ao registro das mesmas, a maioria, ou seja, pouco mais de 87% consideram como muito importante o registro de marcas especificas de produto. Já aproximadamente 13% consideram como importante. Está claro que os empresários estão conscientes da importância quanto ao regitro de marcas especificas de produto. 12,5% muito importante importante indiferente pouca importância nada importante. 87,5% Gráfico 10: Nível de Importância quanto ao registro de marcas especificas de produto. Fonte : Dados da Pesquisa Quanto ao local onde foi feito o registro da marca da empresa a grande maioria, ou seja, quase 85% responderam que foi através da contabilidade. Em segundo lugar seguem os escritórios especializados, que representaram pouco mais de 14%. E em terceiro e último lugar com apenas 1% através de advogados (Gráfico 11). Pode-se 72 perceber claramente que o profissional de contabilidade é indispensavel na realização do registro junto ao INPI, pois das 91 empresas pesquisadas que possuem o registro da marca, 85% fizeram através de um escritório ou profissional de contabilidade. Também vale ressaltar que nenhuma das empresas que possuem o registro da marca fizeram por conta própria, e segundo o INPI isso pode ser realizado. 84, 5% 14, 4% 1, 0% 0, 0% Escrit órios es cont abilidade pecializados por cont a própria adv ogado. Gráfico 11: Local onde fez o registro da marca. Fonte : Dados da Pesquisa Em relação ao nível de importância que os clientes atribuem à marca da empresa, quase 50% consideram como importante. Essa proporção é maior que a dos que classificam como muito importante, que representam quase 46%. Apenas pouco mais de 3% apontam a marca como um fator indiferente. Já quase 2% consideram o nível de importância como pequeno (Gráfico 12). Essa percepção pode justificar inclusive a importância dada ao empresários ao registro da marca de sua empresa, que também indicaram importâncias moderadas. 73 49, 5% 45, 8% 3, 2% 1, 6% 0, 0% m uito im port ant e im port ant e indif erent e pouca im port ância nada im port ant e. Gráfico 12: Nível de importância que os clientes atribuem à marca da empresa. Fonte : Dados da Pesquisa O Gráfico a seguir, procura demonstrar a idéia que os empresários possuem a respeito do nível de lembrança que os clientes possuem sobre à marca da empresa. Segundo os mesmos, cerca de 48% consideram como ótimo seguido por pouco mais de 46% que avaliam como muito boa a lembrança. Já quase 5% dos pesquisados classificam como bom e apenas menos de 1% dizem que o nível de lembrança que os clientes possuem quanto à marca da empresa é regular (Gráfico 11). Isso indica que para a grande maioria dos empresários, suas marcas são lembradas com intensidade relativa por parte de seus clientes, porém como já indicado anteriormente, pouco menos de 39% acham muito importante fazer o registro da marca e ter a sua propriedade (Gráfico 13). 48, 4% 46, 3% 4, 7% 0, 5% 0, 0% ót imo m uito bom bom regular péssim o. Gráfico 13: Nível de lembrança que os empresários acreditam que seus clientes possuem sobre suas marcas. Fonte : Dados da Pesquisa. 74 Conforme a pesquisa aponta sobre o alerta da necessidade do registro da marca junto a INPI, ao registrar a empresa pouco mais de 75% disseram que o contador lhe avisou da importância do registro da marca junto ao instituto. Apenas 25% dos pesquisados afirmaram que não foram alertados da necessidade do registro da marca ao formalizarem suas empresas ou em momentos posteriores (Gráfico 14). Mais uma vez vale ressaltar a importância do profissional contábil, que alerta a maioria dos empresários quando os procuram para fazer o registro da empresa. Conforme pesquisa apontou, 75% dos pesquisados foram alertados sobre a importância do registro da marca pelo contador. sim 24,7% não. 75,3% Gráfico 14: Alerta sobre a necessidade do registro da marca junto ao INPI ao registrar a empresa. Fonte: Dados da Pesquisa. Quanto a pretensão das empresas que não possuem o registro junto ao INPI, que totalizaram cerca de 49% dos associados da ACIBALC, cerca de 40% dos pesquisados pretendem registrar a marca de sua empresa. Porém 60% indicam não ter a intensão de registrar a sua marca (Gráfico 15). 75 sim não. 40,2% 59,8% Gráfico 15: Pretensão das empresas que não possuem o registro da marca junto ao INPI. Fonte : Dados da Pesquisa Das empresas que pretendem registrar as suas marcas, quase 60% dizem que entrarão com o pedido do registro em até 6 meses. Já cerca de 38% irão entrar com o pedido de registro num período de 6 meses e 1 ano. E apenas somente menos de 3% entrarão com o pedido em um período superior a um ano, demonstrando por parte destes, uma preocupação eminente (Gráfico 16). 59, 5% 37, 8% 2, 7% 0, 0% em at é 6 meses ent re 6 m esesent e re 1 e 2 anos m ais de 2 anos. 1 ano Gráfico 16: Tempo em que pretende registrar a marca. Fonte : Dados da Pesquisa Após análise dos índices de registros de marcas, a seguir são descritos segundo os respondentes da pesquisa, os pontos fortes e fracos em relação a esse processo. 76 4.3 Descrição dos pontos fortes e fracos referente ao registro de marcas, com base na opinião dos empresários e gestores dessas empresas Através do estudo procurou-se evidenciar fatores que podem ser destacados como estimuladores ou dificultadores do registro das marcas por parte dos empresários. Estes são apresentados como pontos fortes e fracos. Destaca-se no gráfico a seguir as vantagens que os pesquisados atribuem quanto ao registro de marcas. Em primeiro lugar ficou a proteção da marca com pouco mais de 87%, eles estão conscientes que registrando a marca da empresa ficaram protegidos quanto à imitação de terceiros. Em segundo lugar segue a valorização da marca com cerca de 85% do total dos pesquisados. Em terceiro lugar prossegue o reconhecimento da marca com 74%. Quanto aos demais se classificaram com poucos votos; aproximadamente 12% dizem que não vêem vantagens em registrar a marca, 10% dizem que a marca é um ativo da empresa e pouco mais de 6% dizem que registram a marca para combater a pirataria (Gráfico 17). 87,4% 84,7% 74,2% 11,6% 10,0% 6,3% proteç ão da marc a val orizaçã o da marc a rec onhec i mento da marc a ati vo da empres a c ombat er a pirat ari a não vejo v antagens . Gráfico 17: Vantagens em relação ao registro de marca. Fonte : Dados da Pesquisa Em relação as dificuldades sobre o registro de marcas os pesquisados classificaram em até 3 aspectos os impecilhos que mais dificultam o empresário há registrar sua 77 marca, dentre eles se destacam em primeiro lugar com cerca de 93% a burocracia. Em segundo lugar com aproximadamente 84% segue os valores, dizem que o custo do registro é muito alto. Em terceiro lugar com 71% prossegue o tempo de processo, que demora em média 3 anos para a concessão do direito de uso da marca. Em quarto lugar com quase 33% segue a falta de conhecimento que os pesquisados tem sobre o tema. Quanto ao restante foram poucos classificados, cerca de 6% não vêem necessidade de registrar sua marca, pouco mais de 4% dizem que não há dificuldades quanto ao registro, quase 3% dizem que o nome comum dificulta o registro da marca (Gráfico 18). 93,2% 83,7% 71,1% 32,6% 4,2% não há di f ic uldades 2,6% burocraci a fal ta de c onhec ime nto val ores tempo de proc es s o nome c omum 5,8% não vejo n ec es s ida de. Gráfico 18: Dificuldades em relação ao registro de marca. Fonte : Dados da Pesquisa. 4.4 Apresentação da cartilha com indicações sobre a necessidade do registro de marca com foco nas empresas de Balneário Camboriú. Sabendo da importância do registro de marcas e dos índices de registros, tanto nacionais, quanto entre os associados da ACIBALC, foi criada uma cartilha informativa, com o objetivo de mostrar aos empresários de forma objetiva a necessidade do registro de suas marcas junto ao INPI. 78 Nesta Cartilha constam vários temas relacionados ao registro, que surgiram da fundamentação teórica, de informações do INPI, bem como dos resultados levantados através da pesquisa. Estes temas foram organizados nos seguintes tópicos: O que é uma marca registrada? Por que devo registrar? Onde fazer o registro da marca? O registro da marca é feito somente uma vez? Quanto custa para registrar uma marca? Posso registras mais marcas em nome de minha empresa? Curiosidades sobre o registro. A idéia é desmistificar o registro de marcas entre os empresários, ampliando a consciência sobre a necessidade desta importante decisão. A cartilha em seu formato sugestivo e apresentada no apêndice B. 79 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente capítulo apresentam-se as conclusões e recomendações advindas da análise dos resultados do estudo, que tinha como propósito avaliar a realidade do registro de marcas entre as empresas participantes da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBALC) no ano de 2009. Para atender esse propósito, contemplaram-se os objetivos específicos que contemplaram a mensuração do número, dos setores de atuação e as marcas registradas provenientes de empresas afiliadas a ACIBALC; a detecção dos pontos fortes e fracos referente ao registro de marcas, com base na opinião dos empresários e gestores dessas empresas; e por fim, a elaboração de uma cartilha com indicações sobre a necessidade do registro de marca com foco nas empresas de Balneário Camboriú. Quanto ao índice de registros, após a realização da pesquisa desenvolvida entre os associados da ACIBALC, verificou-se que a realidade do registro de marcas é bem diferente quando comparado em nível Brasil. Segundo estudo realizado por Montañes (2008) o índice de empresas que possuem marcas registradas no país é de aproximadamente apenas 14% do total de empresas existentes no Brasil. Já entre os membros da ACIBALC a pesquisa identificou que esse número é bem superior, pois o presente estudo apontou que das 190 empresas pesquisadas 48% possuem o registro da marca junto ao INPI. Essa diferença encontrada pode estar relacionada principalmente ao fato da população de estudo ser afiliado a uma associação empresarial (ACIBALC), o que demonstra um maior nível de preocupação, organização e informação por parte das mesmas. Com relação ao setor de atividade e o registro de marcas, notou-se que há setores em que a incidência do registro é maior, como é o caso da comunicação, da educação, do shopping center e turismo. Porém estes setores representam um pequeno número de empresas em relação ao total de associados da ACIBALC. Vale ressaltar que das cinco empresas da educação pesquisadas, todas tem o registro da 80 marca junto ao INPI. Entre as empresas do setor industrial e hoteleiro essa proporção também foi bem significativa, seguida das empresas do comércio varejista que também possuem uma relativa proporcionalidade de registros. Já entre as empresas do setor de serviços, bastante representativo no total de associados da ACIBALC, o alcance é de apenas pouco mais de 1/3 que possuem o registro de suas marcas. Outro fator levantado foi quanto ao número de colaboradores das empresas e sua relação do registro de marcas. Pode-se ver que quanto maior o número de colaboradores das empresas, maior o índice de registro de marcas. De todas as empresas pesquisadas que possui o registro de marcas no INPI, a que tem maior representatividade, ou seja, com (30,8%), são as empresas que tem entre 10 e 20 colaboradores, elas são as que mais registram a marca. Conclui-se, portanto, que conforme aumenta o número de colaboradores das empresas associadas a ACIBALC, também amplia o índice de registro de marcas, ou seja, há uma relação direta entre número de colaboradores e registros. Apesar do estudo não levantar informações de receitas, sabe-se que alguns critérios de classificação de porte da empresa leva em consideração o número de colaboradores. Conforme a pesquisa apontou, na percepção da grande maioria dos empresários, registrar a marca é uma decisão considerada como importante. Contudo há ainda uma pequena parte dos empresários que consideram o registro como algo indiferente ou de pouca importância. Esse se deve provavelmente ao fato de se considerar empresas de pequeno porte, não vendo uma real necessidade de fazer o registro junto ao INPI. Segundo os entrevistados, os pontos fortes e fracos, ou seja, os benefícios e as dificuldades do registro de marcas atribuem quanto às vantagens, em ordem de prioridade a proteção (87.4%), a valorização (84.7%) e o reconhecimento da marca (74.2%). Quanto aos pontos fracos, ou seja, as desvantagens que os pesquisados consideram para a realização do registro, em primeiro lugar, apresentado por quase a totalidade dos participantes, surge à burocracia (93.2%), seguida pelos valores 81 (83.7%) (custos do registro) e pelo tempo do processo (71.1%), que demora em média três anos para a concessão do direito de uso da marca. Outro ponto de destaque é a indicação da falta de conhecimento que os pesquisados tem sobre o tema (32.6%). Há também aqueles empresários que não veem necessidade de registrar sua marca (5.8%). Sabendo-se das dificuldades, porém também da importância de se ter os direitos resguardados, este estudo procurou contribuir para que alguns tabus do registro de marcas pudessem ser diluídos. Construiu-se então uma cartilha, trazendo explicações da importância quanto ao registro da marca junto ao INPI. Dentre as informações destaca-se o conceito da marca registrada, o porque do registrar, onde fazer o registro da marca, quanto irá gastar para registrar e curiosidades sobre o registro. Diante dessas argüições, conclui-se segundo o problema de pesquisa que destacou o cenário de registro de marcas entre as empresas participantes da ACIBALC, que Balneário Camboriú, pelo menos entre os participantes desta instituição, há um bom índice de empresas com o registro da marca junto ao INPI, além de indicações de que essa é uma necessidade real para as empresas. Do ponto de vista acadêmico, este trabalho para a administração contribui para despertar a atenção de todos, pois ao planejar e montar uma empresa, não somente tem que se focar para saber se é viável ou não, e sim, tem que ter uma visão do futuro, pois a empresa pode crescer rapidamente e com o sucesso criar a marca, e se não ter o cuidado de registrá-la no ato do registro da empresa, pode perder o direito de uso por descuido, pois outra pessoa poderá registrar e desviar a clientela da mesma. Assim, sugere-se também que os professores alertem e abordem com mais intensidade esse tema durante o curso, pois é um assunto importantíssimo e não é discutido com a amplitude merecida. Dever-se-ia inclusive levar em consideração os níveis de detalhamento necessários, para que possam inclusive, auxiliar os acadêmicos em relação ao desenvolvimento do processo burocrático do registro junto ao INPI. 82 Outros estudos acadêmicos comparativos a este também poderão ser evidenciados. Sugerem-se então estudos mais abrangentes, com empresas de outras associações, de outras cidades e regiões, bem como relacionada a empresas não participantes das associações empresariais, avaliando se a participação nestes tipos de organizações reflete-se no registro de marcas. 83 REFERÊNCIAS AAKER, David A. Marcas brand equity: gerenciando o valor da marca. 2. Ed. São Paulo: Negócio, 1998. AAKER, David. A. JOACHIMSTHALER, Erich. Como Construir Marcas Líderes. 2. Ed. São Paulo: Futura, 2002. AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Atlas. São Paulo, 2001. AMERICAN MARKETING ASSOCIATION (Chicago). Dictionary. Disponível em: <http://www.marketingpower.com/_layouts/Dictionary.aspx>. Acesso em: 08 mar. 2009. BAKER, J. Michael. Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CHURCHILL JR, Gilbert A. PETER J. Paul. Marketing: Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. CORREA, José Antonio B. L. Faria in Accioly, Anna... [et al.]. 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Serviços da Diretoria de Marcas - DIRMA Desmembramento Retr.1 Retr.2(*) Depósito de Pedido de Registro de Marca de Produto ou 300 Serviço (Nominativa). - 260,00 130,00 301 - Depósito de Pedido de Registro de Marca de Produto ou Serviço (Figurativa). - 260,00 130,00 302 - Depósito de Pedido de Registro de Marca de Produto ou Serviço (Mista). - 260,00 130,00 303 - Depósito de Pedido de Registro de Marca de Produto ou Serviço (Tridimensional). - 390,00 195,00 304 - Depósito de Pedido de Registro de Marca Coletiva ou de Certificação (Nominativa). - 390,00 195,00 305 - Depósito de Pedido de Registro de Marca Coletiva ou de Certificação (Figurativa). - 390,00 195,00 306 - Depósito de Pedido de Registro de Marca Coletiva ou de Certificação (Mista). - 450,00 225,00 307 - Depósito de Pedido de Registro de Marca Coletiva ou de Certificação (Tridimensional). - 520,00 260,00 308 - Primeiro decênio de Vigência de Marca de Produto ou Serviço (Nominativa), recolhido no prazo ordinário. - 430,00 215,00 309 - Primeiro decênio de Vigência de Marca de Produto ou Serviço (Figurativa), recolhido no prazo ordinário. - 430,00 215,00 310 - Primeiro decênio de Vigência de Marca de Produto ou Serviço (Mista), recolhido no prazo ordinário. - 430,00 215,00 311 - Primeiro decênio de Vigência de Marca de Produto ou Serviço (Tridimensional), recolhido no prazo ordinário. - 600,00 300,00 312 - Primeiro decênio de Vigência de Marca de Produto ou Serviço (Nominativa), recolhido no prazo extraordinário. - 640,00 320,00 313 - Primeiro decênio de Vigência de Marca de Produto ou Serviço (Figurativa), recolhido no prazo extraordinário. - 640,00 320,00 314 - Primeiro decênio de Vigência de Marca de Produto ou Serviço(Mista), recolhido no prazo extraordinário. - 640,00 320,00 315 - Primeiro decênio de vigência de Marca de Produto ou Serviço (Tridimensional), recolhido no prazo extraordinário. - 900,00 450,00 316 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Nominativa), recolhido no prazo ordinário. - 470,00 235,00 317 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Figurativa), recolhido no prazo ordinário. - 470,00 235,00 318 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Mista), recolhido no prazo ordinário. - 550,00 275,00 319 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Tridimensional), recolhido no prazo ordinário. - 620,00 310,00 320 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Nominativa), recolhido no prazo extraordinário. - 700,00 350,00 321 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Figurativa), recolhido no prazo extraordinário. - 700,00 350,00 322 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Mista), recolhido no prazo extraordinário. - 820,00 410,00 323 - Primeiro decênio de vigência de Marca Coletiva ou de Certificação (Tridimensional), recolhido no prazo extraordinário. - 940,00 470,00 324 - Prorrogação do Registro de Marca de Produto ou Serviço (Nominativa, Figurativa ou Mista), recolhido no prazo ordinário. - 750,00 - 325 - Prorrogação do Registro de Marca de Produto ou Serviço (Tridimensional), recolhido no prazo ordinário. - 810,00 - Prorrogação do Registro de Marca de Produto ou Serviço 326 - (Nominativa, Figurativa ou Mista), recolhido no prazo extraordinário. - 1130,00 - Prorrogação do Registro de Marca de Produto ou Serviço (Tridimensional), recolhido no prazo extraordinário. - 1223,0 - 327 - 95 328 - Prorrogação do Registro de Marca Coletiva ou de Certificação (Nominativa, Figurativa ou Mista), recolhido no prazo ordinário. - 1040,00 - 329 - Prorrogação do Registro de Marca Coletiva ou de Certificação (Tridimensional), recolhido no prazo ordinário. - 1067,0 - Prorrogação do Registro de Marca Coletiva ou de Certificação 330 - (Nominativa, Figurativa ou Mista), recolhido no prazo extraordinário. - 1560,00 - Prorrogação do Registro de Marca Coletiva ou de Certificação (Tridimensional), recolhido no prazo extraordinário. - 1600,00 - - 200,00 - 331 - 332 - Oposição. 333 1 Recursos. Contra o indeferimento do Pedido de Registro 330,00 165,00 333 2 Recursos. Contra o indeferimento parcial do Pedido de Registro 330,00 165,00 333 3 Recursos. Contra decisão de indeferimento de petição 330,00 165,00 333 4 Recursos. Contra decisão de arquivamento de petição 330,00 165,00 333 5 Recursos. Contra decisão que prejudicou 330,00 a petição 165,00 333 6 Recursos. Contra decisão de não conhecimento da petição 330,00 165,00 333 8 Recursos. Contra indeferimento de Prorrogação de Registro 330,00 165,00 333 9 Recursos. Contra decisão de declaração de caducidade 330,00 165,00 333 10 Recursos. Contra decisão de denegação de caducidade 330,00 165,00 333 11 Recursos. Contra decisão de declaração parcial de caducidade 330,00 165,00 333 12 Recursos. Contra decisão de denegação parcial de caducidade 330,00 165,00 333 13 Recursos. Contra decisão de Deferimento do pedido de Anotação de Transferência 330,00 165,00 333 14 Recursos. Contra decisão de Indeferimento do pedido de Anotação de Transferência 330,00 165,00 333 15 Recursos. Contra decisão de arquivamento 'ex offício' (art.135) 330,00 165,00 333 16 Recursos. Contra decisão de cancelamento 'ex offício' (art.135) 330,00 165,00 334 - Expedição de Certificado de Registro, requerida no prazo ordinário. - 95,00 - 335 - Expedição de Certificado de Registro, requerida no prazo extraordinário. - 145,00 - 336 - Processo Administrativo de Nulidade. - 415,00 - 337 - Caducidade. - 415,00 - 338 1 Cumprimento de Exigência decorrente de Exame Formal. Decorrente de Exame Formal. isento - 339 1 Manifestações. Manifestação ou Contestação à Oposição 100,00 50,00 339 2 Manifestações. Manifestação ou Contestação à Caducidade 100,00 50,00 339 3 Manifestações. Manifestação ou Contestação ao Processo Administrativo de 100,00 50,00 96 Nulidade 339 4 Manifestações. Manifestações. 100,00 50,00 340 1 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame do pedido de Registro 50,00 25,00 340 2 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de oposição, exigência feita para o opoente 50,00 25,00 340 3 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame da transferência de titularidade em pedido de Registro 50,00 25,00 340 4 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame da transferência de titularidade em Registro 50,00 25,00 340 5 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de alteração de Nome ou Razão Social relativo ao pedido de Registro 50,00 25,00 340 6 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de recurso interposto em pedido de Registro 50,00 25,00 340 7 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de recurso interposto em Registro 50,00 25,00 340 8 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de caducidade 50,00 25,00 340 9 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de Processo Administrativo de Nulidade 50,00 25,00 340 10 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame do pedido de desistência ao pedido de Registro 50,00 25,00 340 11 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame do pedido de renúncia ao Registro 50,00 25,00 340 12 Cumprimento de Exigência. Decorrente do Exame de Conformidade da Petição. 50,00 25,00 340 13 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de alteração de Nome ou Razão Social relativo ao Registro 50,00 25,00 340 14 Cumprimento de Exigência. Decorrente do exame de Prorrogação do Registro 50,00 25,00 341 2 Pedido de devolução de prazo por falha do interessado. Referente a pedido de Registro 65,00 - 341 4 Pedido de devolução de prazo por falha do interessado. Referente a Registro 65,00 - 342 1 Pedido de devolução de prazo por falha do INPI. Referente a pedido de Registro isento - 342 2 Pedido de devolução de prazo por falha do INPI. Referente a Registro isento - 343 - Certidão de Busca de Marca Nominativa por classe. - 25,00 - 344 - Certidão de Busca de Marca Figurativa por classe. - 40,00 - 345 - Certidão de Busca de Marca Mista por classe. - 50,00 - 346 - Certidão de Busca de Marca Tridimensional por classe. - 65,00 - 347 - Certidão de Busca por Titular. - 25,00 - 25,00 - Alteração de Nome, Razão Social, Sede ou Endereço. 348 1 Retribuição normal de R$ 25,00 para até 10 processos. Acima deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ Referente a pedido de Registro 97 5,00 por processo. 348 2 Alteração de Nome, Razão Social, Sede ou Endereço. Retribuição normal de R$ 25,00 para até 10 processos. Acima deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 5,00 por processo. Referente a Registro 25,00 - 349 1 Anotação de Transferência de Titular Anotação de transferência por cessão 65,00 - 349 2 Anotação de Transferência de Titular Anotação de transferência por cisão 65,00 - 349 3 Anotação de Transferência de Titular Anotação de transferência por incorporação ou fusão 65,00 - 349 4 Anotação de Transferência de Titular Anotação de transferência em virtude de sucessão legítima ou testamentária 65,00 - 349 5 Anotação de Transferência de Titular Anotação de transferência decorrente de falência 65,00 - 350 1 Certidão de atos relativos aos processos. Ao pedido de Registro (certidão de andamento) 60,00 - 350 2 Certidão de atos relativos aos processos. Ao Registro (certidão de andamento) 60,00 - 95,00 - 351 - Expedição de Segunda Via de Certificado de Registro de Marca. - 352 1 Cópia Oficial. de pedido de Registro 95,00 - 352 2 Cópia Oficial. de Registro 95,00 - 355 1 Desistência ou Renúncia. Desistência do pedido de Registro isento - 355 2 Desistência ou Renúncia. Renúncia ao registro isento - - isento - - 120,00 - - 120,00 - 359 - Oposição com base no Alto Renome. - 1000,00 - 360 - Processo Administrativo de Nulidade com base Alto Renome. - 2075,00 - 356 - Comprovação de recolhimento de retribuição (inclusive quando em cumprimento de exigência). Classificação de Produtos e Serviços, segundo a Classificação Internacional de Nice. 357 - - Retribuição normal de R$ 120,00 para a classificação de até 5 produtos ou serviços. Acima deste total, deve-se somar um valor de R$ 15,00 para cada produto ou serviço adicional a ser classificado. Classificação de Elementos Figurativos, segundo a Classificação de Viena. 358 - - Retribuição devida pela classificação dos elementos figurativos de uma marca figurativa, mista ou tridimensional. 361 1 Manifestações com fundamento de Alto Renome. Em Grau de Oposição com fundamento em Alto Renome 500,00 250,00 361 2 Manifestações com fundamento de Alto Renome. Em Grau de Processo Administrativo de Nulidade com fundamento em Alto Renome 500,00 250,00 1650,00 825,00 362 - Recursos com fundamento em Alto Renome. - 363 1 Outras petições. Aditamento à oposição 50,00 - 363 2 Outras petições. Apresentação de procuração 50,00 - 98 363 3 Outras petições. Destituição de procurador 50,00 - 363 4 Outras petições. Solicitação de acerto no cadastro do INPI por inconsistência de dados no Pedido devido à falha do interessado 50,00 - 363 5 Outras petições. Apresentação de documentos traduzidos relativos ao pedido de Registro 50,00 - 363 6 Outras petições. Apresentação de documentos da Prioridade Unionista 50,00 - 363 7 Outras petições. Reivindicação suplementar da Prioridade Unionista 50,00 - 363 8 Outras petições. Anotação de Gravame em pedido de Registro 50,00 - 363 11 Outras petições. Solicitação de acerto no cadastro do INPI por inconsistência de dados no Registro devido à falha do interessado 50,00 - 363 13 Outras petições. Aditamento à manifestação à caducidade 50,00 - 363 14 Outras petições. Aditamento à manifestação ao Processo Administrativo de Nulidade 50,00 - 363 15 Outras petições. Aditamento ao cumprimento à exigência relativa ao pedido de Registro 50,00 - 363 16 Outras petições. Aditamento ao cumprimento à exigência relativa ao Registro 50,00 - 363 17 Outras petições. Aditamento ao cumprimento à exigência relativa à Caducidade 50,00 - 363 18 Outras petições. Aditamento ao cumprimento à exigência relativa ao Processo Administrativo de Nulidade 50,00 - 363 19 Outras petições. Anotação de Gravame em Registro 50,00 - 363 20 Outras petições. Apresentação de documentos complementares a Pedido de Registro de Marca Coletiva 50,00 - 363 21 Outras petições. Apresentação de documentos complementares a Pedido de Registro de Marca de Certificação 50,00 - 363 22 Outras petições. Apresentação de documentos traduzidos relativos ao Registro 50,00 - 363 23 Outras petições. Nomeação de procurador 50,00 - 363 24 Outras petições. Destituição e nomeação de novo procurador 50,00 - 363 25 Outras petições. Renúncia ao mandato de procuração 50,00 - 363 26 Outras petições. Outras petições. 50,00 - 366 1 Pedido de retificação por erro de Publicação na RPI Referente a pedido de Registro isento - 366 2 Pedido de retificação por erro de Publicação na RPI Referente a Registro isento - 367 1 Restauração de Processo Referente a pedido de Registro isento - 99 367 2 Restauração de Processo Referente a Registro isento - 368 - Desistência do Processo Administrativo de Nulidade - isento - 369 - Desistência à oposição - isento - 370 - Desistência da Caducidade - isento - 371 - Desistência da Transferência - isento - - - - Documentação e Informação Tecnológica 5,00 - Indicações Geográficas 5,00 - Marcas 5,00 - Patente de Invenção e Modelo de Utilidade 5,00 - Registro de Desenho Industrial 5,00 - Registro de Programas de Computador 5,00 - Transferência de Tecnologia 5,00 - Complementação de Retribuição. - Utilize este serviço para complementar qualquer retribuição feita à menor ou que precise ser atualizada, 800 - acrescida de outras taxas, quando for o caso. Por exemplo, quando a complementação for proveniente de uma exigência, deve-se recolher o valor do cumprimento de exigência cabível. Utilizando-se uma guia para cada um dos serviços. É necessário informar o número da Guia de Recolhimento inicial ou preliminar (“Nosso Número”). Cópia reprográfica simples. - Retribuição normal de R$ 5,00 para até 4 páginas. Acima 824 1 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,15 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica simples. - Retribuição normal de R$ 5,00 para até 4 páginas. Acima 824 2 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,15 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica simples. - Retribuição normal de R$ 5,00 para até 4 páginas. Acima 824 3 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,15 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica simples. - Retribuição normal de R$ 5,00 para até 4 páginas. Acima 824 4 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,15 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica simples. - Retribuição normal de R$ 5,00 para até 4 páginas. Acima 824 5 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,15 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica simples. - Retribuição normal de R$ 5,00 para até 4 páginas. Acima 824 6 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,15 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica simples. 824 7 - Retribuição normal de R$ 5,00 para até 4 páginas. Acima 100 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,15 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica autenticada. - Retribuição normal de R$ 10,00 para até 4 páginas. Acima Documentação e Informação 825 1 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,30 Tecnológica por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. 10,00 - 10,00 - 10,00 - 10,00 - 10,00 - 10,00 - Cópia reprográfica autenticada. - Retribuição normal de R$ 10,00 para até 4 páginas. Acima 825 2 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,30 Indicações Geográficas por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica autenticada. - Retribuição normal de R$ 10,00 para até 4 páginas. Acima 825 3 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,30 Marcas por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica autenticada. - Retribuição normal de R$ 10,00 para até 4 páginas. Acima Patente de Invenção e Modelo 825 4 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,30 de Utilidade por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica autenticada. - Retribuição normal de R$ 10,00 para até 4 páginas. Acima 825 5 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,30 Registro de Desenho Industrial por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica autenticada. - Retribuição normal de R$ 10,00 para até 4 páginas. Acima Registro de Programas de 825 6 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,30 Computador por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. Cópia reprográfica autenticada. - Retribuição normal de R$ 10,00 para até 4 páginas. Acima 825 7 deste total, deve-se somar um valor adicional de R$ 0,30 por página. Após a avaliação final da Retribuição, deve-se utilizar o serviço 800, "Complementação de Retribuição", para o pagamento total do serviço. 101 Anexo B: Formulários de pedidos e petições em papel. 102 103 104 105 106 107 108 109 110 Anexo C: Marca registrada – crimes e penas conforme a lei. Conforme o INPI (2009, s.p) a lei que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial é a Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996. Das disposições preliminares: O Título V refere-se aos crimes contra a propriedade industrial. CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS Art. 189 - Comete crime contra registro de marca quem: I - reproduz, sem autorização do titular, no todo ou em parte, marca registrada, ou imita-a de modo que possa induzir confusão;ou II - altera marca registrada de outrem já aposta em produto colocado no mercado. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Art. 190 - Comete crime contra registro de marca quem importa, exporta, vende, oferece ou expõe à venda, oculta ou tem em estoque: I - produto assinalado com marca ilicitamente reproduzida ou imitada, de outrem, no todo ou em parte; ou II - produto de sua indústria ou comércio, contido em vasilhame, recipiente ou embalagem que contenha marca legítima de outrem. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. CAPÍTULO IV - DOS CRIMES COMETIDOS POR MEIO DE MARCA, TÍTULO DE ESTABELECIMENTO E SINAL DE PROPAGANDA Art. 191 - Reproduzir ou imitar, de modo que possa induzir em erro ou confusão, armas, brasões ou distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou internacionais, sem a necessária autorização, no todo ou em parte, em marca, título de estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal de propaganda, ou usar essas reproduções ou imitações com fins econômicos. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 111 Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem vende ou expõe ou oferece à venda produtos assinalados com essas marcas. CAPÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 196 - As penas de detenção previstas nos Capítulo III serão aumentadas de um terço à metade se: I - o agente é ou foi representante, mandatário, preposto, sócio ou empregado do titular da patente ou do registro, ou, ainda, do seu licenciado; ou II - a marca alterada, reproduzida ou imitada for de alto renome, notoriamente conhecida, de certificação ou coletiva. Art. 197 - As penas de multa previstas neste Título serão fixadas, no mínimo, em 10 (dez) e, no máximo, em 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, de acordo com a sistemática do Código Penal. Parágrafo único - A multa poderá ser aumentada ou reduzida, em até 10 (dez) vezes, em face das condições pessoais do agente e da magnitude da vantagem auferida, independentemente da norma estabelecida no artigo anterior. Art. 198 - Poderão ser apreendidos, de ofício ou a requerimento do interessado, pelas autoridades alfandegárias, no ato de conferência, os produtos assinalados com marcas falsificadas, alteradas ou imitadas ou que apresentem falsa indicação de procedência. Art. 199 - Nos crimes previstos neste Título somente se procede mediante queixa, salvo quanto ao crime do art. 191, em que a ação penal será pública. Art. 200 - A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos crimes contra a propriedade industrial, regulam-se pelo disposto no Código de Processo Penal, com as modificações constantes dos artigos deste Capítulo. Art. 201 - Na diligência de busca e apreensão, em crime contra patente que tenha por objeto a invenção de processo, o oficial do juízo será acompanhado por perito, que verificará, preliminarmente, a existência do ilícito, podendo o juiz ordenar a 112 apreensão de produtos obtidos pelo contrafator com o emprego do processo patenteado. Art. 202 - Além das diligências preliminares de busca e apreensão, o interessado poderá requerer: I - apreensão de marca falsificada, alterada ou imitada onde for preparada ou onde quer que seja encontrada, antes de utilizada para fins criminosos; ou ll - destruição de marca falsificada nos volumes ou produtos que a contiverem, antes de serem distribuídos, ainda que fiquem destruídos os envoltórios ou os próprios produtos. Art. 203 - Tratando-se de estabelecimentos industriais ou comerciais legalmente organizados e que estejam funcionando publicamente, as diligências preliminares limitar-se-ão à vistoria e apreensão dos produtos, quando ordenadas pelo juiz, não podendo ser paralisada a sua atividade licitamente exercida. Art. 204 - Realizada a diligência de busca e apreensão, responderá por perdas e danos a parte que a tiver requerido de má-fé, por espírito de emulação, mero capricho ou erro grosseiro. Art. 205 - Poderá constituir matéria de defesa na ação penal a alegação de nulidade da patente ou registro em que a ação se fundar. A absolvição do réu, entretanto, não importará a nulidade da patente ou do registro, que só poderá ser demandada pela ação competente. Art. 206 - Na hipótese de serem reveladas, em juízo, para a defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como confidenciais, sejam segredo de indústria ou de comércio, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo de justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para outras finalidades. Art. 207 - Independentemente da ação criminal, o prejudicado poderá intentar as ações cíveis que considerar cabíveis na forma do Código de Processo Civil. 113 Art. 208 - A indenização será determinada pelos benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação não tivesse ocorrido. Art. 209 - Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência desleal não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os produtos e serviços postos no comércio. Parágrafo 1o.- Poderá o juiz, nos autos da própria ação, para evitar dano irreparável ou de difícil reparação, determinar liminarmente a sustação da violação ou de ato que a enseje, antes da citação do réu, mediante, caso julgue necessário, caução em dinheiro ou garantia fidejussória. Parágrafo 2o.- Nos casos de reprodução ou de imitação flagrante de marca registrada, o juiz poderá determinar a apreensão de todas as mercadorias, produtos, objetos, embalagens, etiquetas e outros que contenham a marca falsificada ou imitada. Art. 210 - Os lucros cessantes serão determinados pelo critério mais favorável ao prejudicado, dentre os seguintes: I - os benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação não tivesse ocorrido; ou II - os benefícios que foram auferidos pelo autor da violação do direito; ou III - a remuneração que o autor da violação teria pago ao titular do direito violado pela concessão de uma licença que lhe permitisse legalmente explorar o bem.