Jéssica Alves E. Ferreira e Tamyres Cristina F. Ribeiro

Propaganda
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
TRÊS DO ROCK:
PROGRAMETES DE RÁDIO SOBRE AS
MANIFESTAÇÕES DO ROCK BRASILEIRO
Alunas: Jéssica Alves Elias Ferreira
Tamyres Cristina F. Ribeiro
Orientadora: Ma. Angélica Cordova M. Miletto
Brasília - DF
2014
Jéssica Alves E. Ferreira
Tamyres Cristina F. Ribeiro
TRÊS DO ROCK:
PROGRAMETES DE RÁDIO SOBRE AS
MANIFESTAÇÕES DO ROCK BRASILEIRO
Trabalho de conclusão de curso de Graduação em
Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da
Universidade Católica de Brasília, apresentado como
requisito parcial para a obtenção de título de Bacharel
em Publicidade e Propaganda.
Orientadora: Professora: Ma. Angélica Cordova M.
Miletto
Brasília – DF
2014
AGRADECIMENTO
Jéssica Alves
Aos meus pais que apesar de todas as dificuldades, me apoiaram tanto
financeiramente como emocionalmente. Sem eles eu não estaria aqui. Ao meu pai que
sempre me incentivou ao caminho dos estudos e ajudou a começar o nível superior. À
minha mãe que sempre me deu bons conselhos e apoio a nunca desistir do curso.
À Universidade Católica de Brasília e aos professores do curso de Comunicação
Social que contribuíram bastante para abrir o caminho do conhecimento com assuntos
cotidianos relacionados ao curso, ajudando também na escolha do tema deste trabalho.
À nossa orientadora Angélica, com todo seu bom humor e paciência com nossas
idéias mirabolantes, sempre nos deu um bom suporte e dicas para enriquecer o projeto. Ao
professor Jefferson que foi nosso primeiro orientador e acompanhou os primeiros passos
deste trabalho.
À Tamyres, que além de ser dupla no projeto é também uma amiga que me
acompanha na vida de estudante há anos, desde o ensino fundamental até o ensino
superior.
Ao meu irmão Rodrigo, que se formou neste curso e me deu algumas sugestões
para meu aperfeiçoamento.
Enfim, agradeço minhas amigas e a todos que de alguma forma, direta ou
indiretamente, fizeram parte da minha vida e formação acadêmica.
Obrigada!
AGRADECIMENTO
Tamyres Ribeiro
Agradeço antes de mais ninguém aos meus pais, Edna e Maurício, que me
apoiaram desde meu primeiro dia de vida até agora, e me deram forças e toda a ajuda
necessária para que eu concluísse mais uma fase da minha vida. Sem vocês nada disso
seria possível.
Jefferson Dalmoro, obrigada por me acompanhar e dar suporte no início deste
projeto. Sua participação e direcionamento foram de extrema importância para que
pudéssemos tocar o trabalho.
Angélica Cordova, muito obrigada pela dedicação e compreensão que nos foi
dada durante todo o semestre. Sua orientação, estímulo e aconselhamentos foram
cruciais para que eu continuasse firme com este projeto.
Jéssica Alves, finalmente chegamos ao fim dessa fase. Depois de viver tantas
emoções juntas e tantos anos como amiga e companheira acadêmica, agradeço com
muita sinceridade por tudo.
O momento mais importante da minha vida acadêmica foi a passagem pela
Matriz Comunicação, e eu não poderia deixar de agradecer a existência desse projeto e a
oportunidade que tive de passar por lá. Um lugar que me fez crescer como profissional,
como pessoa e como acadêmica, a Matriz me deu o direcionamento que eu precisava
para me encontrar dentro da minha profissão e dar início à minha carreira. Esse lugar
me trouxe pessoas e vivências maravilhosas que me marcaram muito, e me ajudaram a
definir caminhos que antes pareciam ofuscados pela falta de foco.
Agradeço aos amigos que dividiram tantos momentos importantes comigo.
Obrigada a todos os Marcianos, que me aguentaram desde o início até agora.
Gabriella Ávila, você me deu ânimo para continuar e fez meus dias mais leves
com suas visitas cheias de luz. Obrigada pelo estímulo e por todo o resto.
Robynson Veríssimo, você ficou por último para fechar com maestria. Você é
uma das pessoas mais importantes para a minha vida pessoal e acadêmica. Muito do que
tivemos construiu boa parte da pessoa que sou hoje. Muito obrigada por me inspirar e
me dar forças sempre, e por me ajudar no projeto até o fim. Obrigada por fazer parte
disso tudo.
Obrigada a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação
acadêmica.
RESUMO
Este projeto experimental tem como finalidade executar programetes de rádio que têm o
intuito de informar sobre a origem e o desenvolvimento das várias manifestações do
rock no Brasil, dividindo-os entre subgêneros que contribuíram com a história do rock
brasileiro. Apresentaremos a história do rock no Brasil em contraste com o consumo do
rádio no país.
Palavras-chave: Rádio. Programetes. Rock brasileiro.
ABSTRACT
This experimental project aims programetes run radio that have the purpose of
informing about the origin and development of the various manifestations of rock in
Brazil, dividing them between subgenres that have contributed to the history of
Brazilian rock. We are going to present rock‟s history in Brazil opposed to the radio
consumption in the country.
Keywords: Radio. Programetes. Brazilian rock.
SUMÁRIO
1.
2.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
OBJETIVO ................................................................................................................ 7
2.1
3.
4.
Objetivos Específicos .................................................................................................... 7
JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 7
METODOLOGIA ..................................................................................................... 9
4.1
5.
6.
Programete .................................................................................................................... 9
O PANORAMA DO RÁDIO CONTEMPORÂNEO ............................................. 12
ROCK ...................................................................................................................... 13
6.1
Origem do Rock .......................................................................................................... 13
6.2
História do rock nacional ............................................................................................ 14
6.3
Ditadura militar, MPB e Rock..................................................................................... 15
7.
Subgêneros e bandas de rock dos programetes ....................................................... 16
7.1
7.1.1
Bacamarte ............................................................................................................ 17
7.1.2
Veludo ................................................................................................................. 18
7.1.3
O Terço................................................................................................................ 18
7.2
O punk rock no Brasil ................................................................................................. 19
7.2.1
Cólera .................................................................................................................. 21
7.2.2
Aborto Elétrico .................................................................................................... 22
7.2.3
Blind Pigs – Porcos Cegos .................................................................................. 23
7.3
8.
O rock progressivo no Brasil ....................................................................................... 16
O Indie Rock no Brasil ................................................................................................ 24
7.3.1
A banda mais bonita da cidade ............................................................................ 24
7.3.2
Bidê ou Balde ...................................................................................................... 25
7.3.3
Móveis Coloniais de Acaju ................................................................................. 26
Roteiros ................................................................................................................... 26
8.1
Rock Progressivo......................................................................................................... 26
8.2
Punk Rock ................................................................................................................... 29
8.3
Indie Rock ................................................................................................................... 33
9.
10.
11.
DIÁRIO DE BORDO ......................................................................................... 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 37
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 38
1. INTRODUÇÃO
O rock é um gênero muito rico quando analisamos suas diversas vertentes que se
desenvolveram a partir de suas raízes, e nesse sentido, temos fãs e ouvintes ocasionais
que desconhecem a história e a diversidade desses subgêneros. E este é um dos fatores
que serão trabalhados com o produto executado neste projeto:
O rock não é caracterizado somente pela heterogeneidade musical e
estilística: seus fãs diferem radicalmente entre si apesar de ouvirem o
mesmo tipo de música. Diferentes fãs parecem usar a música com
diferentes propósitos e de diferentes modos, eles possuem fronteiras
diferenciadas para definir não só o que ouvem, mas também o que é
incluído dentro da categoria de rock and roll. (GROSSBERG, 1997,
p.29)
Boa parte do público geral desconhece os subgêneros que se derivam do rock. Em
tempos onde o rock nacional não tem o destaque que já teve no passado, seu público
atual se nutre, muitas vezes, do rock produzido fora do país. O consumo musical está
relacionado ao que é inserido na cultura atual, ou seja, na mídia.
Janotti (2003) afirma que o consumo está ligado, nos dias de hoje, a uma parte do
processo identitário, em que as tensões entre a cultura global e suas apropriações locais
acabam sendo importantes nichos de negociação. Assim, a identidade também é
perpassada pelo consumo de objetos culturais, veiculados globalmente, e aqueles com
características locais. A partir disso podemos dizer que a inserção do rock nacional no
cotidiano das pessoas pode fortalecer a relação entre o gênero e a identificação com o
ouvinte. Podemos considerar um fortalecimento da relação do rock com as pessoas que
não sabem que gostam de rock. Isso acontece muito porque muita gente não consegue
definir o que é rock e o que não é.
O rock tem em suas raízes uma imagem relacionada à juventude. Janotti (2003) traz
esclarecimentos relacionados a isso quando ressalta que embora os dicionários reduzam
juventude à “idade moça; à mocidade; adolescência...”, o conceito de juventude deve ser
tensionado até permitir a compreensão de suas implicações dentro da configuração do
rock. Ele diz ainda que a ideia de juventude não está limitada a certos estágios entre a
infância e o mundo adulto. Essa ideia, presente no rock, abarca conformações que
surgem com a explosão midiática após a Segunda Guerra e a valorização mercadológica
do segmento juvenil a partir da música. O posicionamento juvenil que vai contra os
espaços normativos sociais já é percebido desde a década de 50. Os movimentos juvenis
6
se tornaram referencias para uma parcela da população que buscava estilos de vida e
ideais independentes.
Ao longo do desenvolvimento deste projeto, visamos desenvolver as técnicas de
produção radiofônica introduzidas no decorrer do curso, além de oferecer ao público
jovem uma oportunidade prática de conhecer melhor o rock nacional.
Por isso, foram feitos pilotos de um programa, denominado programete pela sua
pequena duração, para informar um pouco mais sobre o rock nacional, valorizando as
músicas que marcaram época no Brasil e que foram e ainda são muito importantes para
a história do gênero no país. Uma possibilidade é despertar interesse nos jovens que
gostam de rock, mas não tiveram contato com bandas que fizeram a história do gênero e
não têm conhecimento sobre os artistas, auxiliando esses jovens a terem uma visão
plena da história do rock e de seu desenvolvimento no Brasil, reconstruindo a imagem
desse cenário. Trazemos com esse projeto a base do cenário atual que, muitas vezes, foi
ofuscada ao longo dos anos.
2. OBJETIVO
Produzir pilotos de programetes de rádio sobre gêneros de rock brasileiro.

2.1 Objetivos Específicos
Aprender técnicas de produção, programação e desempenho no rádio, ampliando
assim os caminhos no futuro profissional.

Oferecer ao público jovem novas perspectivas sobre a história do rock brasileiro,
contextualizando a trajetória desse gênero musical.

Apresentar bandas dentro do gênero escolhido.

Dar mais visibilidade a bandas e fatos curiosos sobre a história do rock brasileiro
aos jovens com idade entre 16 e 25 anos através de programetes diretos e
envolventes. Informar o público-alvo com curiosidades de algumas bandas do rock
nacional e mostrar como elas surgiram e se desenvolveram.
3. JUSTIFICATIVA
Segundo Hausman, Messere, O‟Donnell e Benoit (2010), o rádio tem duas
características mágicas: primeiro que ainda é uma das poucas mídias que podem ser
acessadas de maneira segura e confiável no carro, onde gastamos um percentual cada
vez maior do nosso tempo, e segundo, é um parceiro constante de gente que realiza
7
diversas tarefas. Uma fatia cada vez maior da audiência dedica-se a ouvir rádio
simultaneamente com alguma outra mídia, em especial as inerentes ao computador. O
que o autor traz nesse trecho ajuda a justificar o interesse pelo público jovem, cada vez
mais imerso em vários afazeres ao mesmo tempo, especialmente no universo virtual.
Outro ponto que deve ser destacado é a questão do uso do rádio nos carros. Com
o crescimento do trânsito nas grandes cidades brasileiras, inclusive na capital federal,
temos situações propícias para estimular o ouvinte a ter contato com o programa em
dias de tráfego intenso, agindo no sentido de entreter e informar durante uma situação
de desgaste como um engarrafamento, por exemplo.
O argumento proposto nos aponta um caminho interessante, complementando
possibilidades de segmentação de público. A parcela do público-alvo que já tem idade
para dirigir e possui carro contribui para uma nova forma de tratar o programa, inclusive
em sua divulgação.
O rádio deixou de ser uma mídia de audiência em massa para se tornar mais
específico, ou seja, ele alcança um público-alvo selecionado, mais definido que o
público atingido pela programação das emissoras de televisão, na visão de Hausman,
Messere, O‟Donnell e Benoit (2010). O programa proposto nesse projeto terá como
base um público-alvo bem segmentado1, estando assim adequado ao que é proposto no
mercado atual.
O meio continua monopolizando grande parte do índice de audiência, e o Radio
Advertising Bureau 2(um grupo especializado no setor) estima que uma pessoa nos
Estados Unidos gasta, em média, 19 horas por semana ouvindo rádio, um número que se
manteve estável nos últimos dois anos. No Brasil, o meio é ouvido por 61% dos
brasileiros constantemente, segundo pesquisa de hábitos de consumo de mídia no
Brasil3. Isso comprova que o rádio ainda é uma mídia relevante e que vale a pena
investir no projeto proposto.
O rock nacional influenciou não só outros gêneros músicais, mas também foi
inspiração para filmes baseados em letras das músicas, enriquecendo a cultura
brasileira. Como exemplos, podemos citar o filme “Somos tão jovens”, que
recentemente esteve em cartaz nos cinemas, sobre a vida de Renato Russo e “Faroeste
1
Segmentação: Conjuntos específicos de pessoas com hábitos e comportamentos semelhantes.
O Radio Advertising Boureau é uma organização formada por estações de rádio norte-americanas que
lidera e promove pesquisas relacionadas ao rádio como meio de comunicação.
3
Disponível em http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf
2
8
Caboclo”, que tem a letra da famosa canção da banda Legião Urbana como base para a
trama do longa.
Os programetes propostos neste projeto terão como público-alvo jovens com
idade entre 16 e 25 anos. Essa segmentação nos coloca frente a um público que tem
interesse no conteúdo proposto, considerando que o rock é um gênero que se relaciona
diretamente com a juventude.
Segundo Corrêa (1989) existem algumas razões que explicam como o rock
tornou-se o gênero dominante na música popular jovem: em primeiro lugar, a pouca
idade do gênero, que praticamente tem inicio a partir os anos 1950, difundindo-se pelo
mundo em larga escala a partir dos anos 1960; em seguida seria a ruptura com todos os
gêneros tradicionais anteriores, modificando os padrões de criação, produção,
interpretação e audiência na música popular; também porque o rock enseja rupturas e
transformações constantes em seu próprio estilo; tem uma identidade com as novas
gerações, que buscam também romper tradições; o gênero tem a desvinculação
geográfica de culturas ou sistemas políticos; tem também a facilidade de assimilação
rítmica pelos jovens, que tem nesse gênero um diferencial etário importante; e por
último, tem um vinculo necessário entre uma particularidade do gênero e um artista ou
grupo de artistas que o representam ou interpretam, uma vez que falar de rock é sempre
particularizar uma de suas características, necessariamente associada a quem representa.
4. METODOLOGIA
Os recursos utilizados como suporte para a elaboração dos programetes foram as
técnicas de rádio adquiridas nas aulas no decorrer do curso, o estúdio de rádio da
Universidade Católica e o programa de edição de áudio “Adobe Audition”.
4.1 Programete
Optamos por produzir programetes por sua curta duração, fazendo com que seu
conteúdo seja mais publicitário, aproximando o projeto da maneira como a publicidade
lida com o rádio. Além disso, com a proposta dos programetes conseguimos produzir
um conteúdo mais dinâmico e diferenciado do que temos hoje nas rádios. Com a
proposta de trazer um conteúdo atrativo e tão dinâmico quanto nosso público alvo,
concluímos que o programete seria o meio mais adequado para cumprir os objetivos do
projeto.
9
O pesquisador André Barbosa Filho (2006) define o programete como um
produto próximo ao gênero de entretenimento. No que diz respeito ao tempo de
veiculação e ao dinamismo da apresentação, este formato de serviço tem a possibilidade
de aprofundar melhor os informes de apoio à população. Inserido normalmente dentro
de outros formatos, como os rádiojornais ou programas de variedades são veiculados
aconselhamentos diversos, tais como cuidados com a saúde, questões jurídicas,
investimentos, preços, turismo, emprego, etc.
a. Os programetes:
Foram produzidos três programetes pilotos. Cada um mostra um subgênero de rock:
rock progressivo, punk rock e indie rock. Esses três são subgêneros de grande
importância no Brasil.
O recorte temporal que fazemos na escolha das bandas não segue um padrão
preestabelecido, pois procuramos trazer um panorama misto do gênero, onde bandas
mais percussoras e contemporâneas terão espaço ao mesmo tempo.
Há previsões de continuidade do projeto que irá explorar outros subgêneros e, até
mesmo, voltando a esses subgêneros aqui apresentados, abordando outras bandas de
cada um deles.
Para cada programa serão apresentadas três bandas e tocadas uma música de cada
banda/artista. O programa começa com uma breve introdução ao subgênero.
Com a proposta de ter o 3 como um número que representa vários elementos no
nosso conteúdo (o tempo, a quantidade de bandas e programetes produzidos, e etc),
inserimos também um terceiro locutor. Alex Santos é um colega de turma que foi
convidado a participar das gravações com o intuito de fortalecer o simbolismo do
número três e completar a equipe com três locutores.
b. Duração de cada programete: 3 minutos.
c. Conteúdo:
 Trazer histórico do subgênero no roteiro
 Introduzir artistas influenciaram o gênero.
 Falar sobre o papel e a importância das bandas em questão para o gênero que
está sendo tratado.
10
 Trazer fatos curiosos sobre o gênero no decorrer da programação.
 Tocar trechos de músicas das bandas escolhidas4.
d. Público alvo primário: Jovens que gostam de rock com idade entre 16 e 25 anos.
e. Veiculação: O programa pode ser veiculado em emissoras de rádio classificadas
como pop, segmentadas, que se encaixam no segmento do rock, atendendo ao
público jovem.
f. Nome e slogan: 3 do Rock – 3 minutos de rock para o seu dia
g. Identidade visual:
A construção do logo se baseou na estrada, que simboliza o que retratamos nos
programetes: a trajetória do rock no país. Partindo da estrada, trazemos a representação
do que já foi e do que ainda está por vir. Estradas são contínuas, assim como o cenário
musical. Existem caminhos que já foram percorridos, mas ainda temos muito a ser visto,
e a continuidade dos programetes também retrataria isso.
Visualmente, a estrada é vista em um ângulo incomum, sendo retratada de cima
e na diagonal. O estilo visual usado foi o minimalismo, trazendo uma estética despojada
que se resume a usar apenas elementos essenciais para o entendimento da mensagem,
sendo assim mais influente e difundido, mesmo com a economia de elementos. Por isso,
a estrada acaba por ser lembrada de maneira mais abstrata.
A disposição da pista, com cortes transversais, traz dinamismo ao logo. Isso
também é ressaltado pela fonte escolhida, que é bastante fluida e tem uma leitura rápida.
O tom de azul escolhido tem muito a ver com nosso público alvo e com o
espírito que o rock nos transmitiu ao longo do projeto, que é um tom de azul mais
quente que passa jovialidade e muita energia.
4
O histórico das bandas selecionadas para os programas pilotos estão no tópico 7 deste trabalho.
11
Todo o dinamismo trabalhado no logo reflete o dinamismo proposto nos
programetes, que são rápidos, diretos e procuram sintetizar de maneira clara o que é
interessante saber, em um contato tão rápido, sobre determinado subgênero do rock.
5. O PANORAMA DO RÁDIO CONTEMPORÂNEO
Segundo a pesquisa brasileira de mídia5, o rádio é o segundo meio de comunicação
mais utilizado pela população brasileira, além de ser considerado o segundo meio mais
confiável, perdendo apenas para os jornais impressos.
Apesar do dado, percebe-se também que o consumo de rádio entre o público jovem
não é muito comum. O percentual da população que ouve rádio todos os dias aumenta
proporcionalmente com a idade. Os idosos compõem o público mais presente para essa
mídia.
A região centro-oeste apresenta um dos índices de consumo mais baixos,
acompanhada pela região norte do país. Já no sul, principalmente no Rio Grande do Sul,
temos a parcela da população que afirma ouvir rádio com mais frequência: 27% da
população afirma ouvir rádio todos os dias da semana.
As mulheres costumam ouvir mais rádio que os homens, e existe também uma
segmentação importante ao considerar o porte dos municípios. Quanto maior a cidade,
mais duradoura tende a ser cada exposição ao meio rádio.
As médias de consumo diário do rádio no país têm seus maiores índices nas regiões
Centro-Oeste e Sudeste, principalmente por causa dos estados de Goiás e Rio de
Janeiro, que representam as maiores médias nacionais no período de segunda a sextafeira.
Dentre as rádios que têm transmissão no Distrito Federal, a maioria dos
entrevistados que usam rádio e tem idade entre 16 e 25 anos não soube responder qual
rádio é escutada com maior frequência. Entre as mais citadas pelo público estão a Clube
FM, Jovem Pan (São Paulo), Transcontinental FM (São Paulo), Band FM (São Paulo),
O Dia FM (RJ) e Beat 98 FM.
5
Disponível em http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf
12
6. ROCK
6.1 Origem do Rock
A produção industrial foi estimulada nos Estados Unidos após o conturbado período
de guerras mundiais ocorridas na primeira metade do século XX.
Durante a Segunda Guerra, os norte-americanos ainda se divertiam ao
som das big bands. Mas uma guerra é uma guerra, e seus efeitos são
pesados, mesmo para aqueles que levam a melhor. (MONTANARI,
1993, p.62).
A grande massa de operários do norte e do oeste os influenciou até a formação dos
famosos guetos, que se espalharam por todo o país. A música que era popular na época
era basicamente rythm‟n‟blues, gospel e ballad.
Com a influência das alterações culturais sofridas em decorrência da segunda
guerra, houve crescimento no mercado musical voltado para a população negra, e assim
surgiram rádios especializadas da divulgação desse tipo de música.
O blues e o country, que vieram de regiões pobres dos Estados Unidos,
demoraram a conquistar o grande público, pois eram consideradas periféricas e de
conteúdo obsceno. Porém, depois de serem divulgados nacionalmente, esses ritmos
começaram, aos poucos, a ganhar os centros urbanos, valorizando o que costumava ser
menosprezado por fazer parte da cultura negra, periférica, e caipira, dando lugar a
nomes como B. B. King, Lloyd Price, Mudy Water e Fats Domino. Enquanto isso, o
gospel e o ballad se misturaram aos poucos na cultura branca, usando harmonias e
ritmos atenuados que facilitaram seu reconhecimento.
Para confirmar que esses gêneros conquistaram o mercado naquele momento,
Montary (1993) lembra o sucesso “Crying in the chapel”, de 1953, prova esse feito após
superar, de longe, todas as tiragens já atingidas por artistas brancos nos Estados Unidos.
Nessa época a indústria fonográfica passava por uma estagnação, e essa foi a chance das
gravadoras independentes se destacarem fazendo sucesso com o rythm‟n‟blues.
A partir disso, cantores brancos passaram a gravar cada vez mais covers de
músicas compostas por artistas negros, fazendo alterações em suas letras para as
canções conseguissem a aceitação do grande público branco. Agora os discos de rock
eram produzidos em massa, e já conquistavam espaço nas grandes rádios. Essa
conquista tem como símbolo o lançamento de um programa chamado “Rock na roll
party”, comandado por Alan Fred (DJ e publicitário), em 1952.
13
Foi aí que surgiu o Rei do Rock, Elvis Presley, através de um contrato
impressionante de 30 mil dólares e um cadillac com a Sun Records, de Memphis. Elvis
já tinha em sua bagagem a experiência com o country rock e o rockabilly. Com sua
vendagem impressionante, já se afirmava o quanto o rythm‟n‟blues estava aceito pela
cultura branca do país e que o gênero estaria disseminado pelo mundo todo. O rock and
roll passa a ser devidamente consolidado e dominante em 1965, dez anos após a
contratação de Elvis pela gravadora.
A consolidação do rock na cultura norte americana influenciou a maior parte do
mundo ocidental, desencadeando diversas manifestações isoladas em outros países,
provocando o anseio pela evolução de gêneros populares, se tornando assim hinos para
a expressão de movimentos sociais como o hippie e o punk.
6.2 História do rock nacional
Os jovens do país foram introduzidos ao rock na exibição do filme No balanço das
horas (Rock around ten o‟clock), em meados de 1957, que desencadeou o movimento
local do rock com Tony e Cely Campelo, Sérgio Murilo e alguns artistas não tão
famosos, que atuavam no filme. Com os hits americanos traduzidos para o português, o
filme apresentava um ritmo completamente internacional, apesar de suas letras em
língua portuguesa.
Assim que chegou ao Brasil, o rock gerou certo estranhamento aos jovens da
época, já que era totalmente novo e diferente por conta dos instrumentos e do próprio
ritmo em si. Mesmo com a falta de espaço social para a juventude, o rock foi absorvido
inicialmente pelas orquestras de jazz, e pelos cantores tradicionais, responsáveis pelos
primeiros hits do novo gênero.
Influenciada pela agitação americana que circulava em torno do políticolibertário e o fim da divisão da cultura branca e negra e com o sucesso dos Beatles, dos
Rolling Stones e Jimi Hendrix, a Jovem Guarda afirma o gênero no Brasil. No fim da
década de 60, o ritmo brasileiro já incorpora a politização com a Tropicália de Caetano
Veloso, Gilberto Gil, e Rita Lee com os Mutantes. No início da década de 70 tivemos o
rock de Baby e Pepeu Gomes como marco no gênero.
Mundialmente, a indústria conseguiu fazer com que todas as formas de protesto
fossem transformadas em peças de consumo, vendendo não só o musical, como também
roupas e estilos de vida espelhados em posturas e manifestações observadas naquele
14
momento. Com a morte dos revolucionários da música, Jimmy Hendrix, Janis Joplin e
Jim Morrison, a revolução dá lugar à pretensão no rock.
Depois disso, quem se destaca no Brasil são grupos como O Terço, Bolha,
Módulo 1000, Som Imaginário e o Vímana (que era composto por Lulu Santos, Ritchie
e Lobão), em paralelo ao início da visibilidade do rock rural brasileiro, protagonizado
por Milton Nascimento e os irmãos Borges.
A década de 70 trouxe um mix de subgêneros do rock que aprofundou os sons.
Foi daí que nasceu o progressivo, a música rural e outros sons nordestinos.
6.3 Ditadura militar, MPB e Rock
Durante o período da ditadura militar, o país ficou abalado não só socialmente, mas
também culturalmente, pois o governo detinha o poder de tirar direitos do cidadão
brasileiro, de forma que muitos cantores, compositores, atores e jornalistas chegaram a
ser intimados a deixar o país.
O Brasil estava praticamente isolado culturalmente. A MPB tinha muita força e
o rock era visto como uma grande ameaça de rebeldia vinda dos jovens. A repressão à
produção cultural perseguia qualquer ideia que pudesse ser interpretada como contrária
aos militares, mesmo que não tivesse conteúdo diretamente político. Por conta disso os
militares foram capazes de prender, sequestrar, torturar e exilar artistas e intelectuais.
Compositores do rock nacional sofreram muito com a repressão porque o regime
militar via o perigo representado pelo rock como aliado à rebeldia da juventude. O
rock era claramente uma ameaça por conta de grupos jovens que se reuniam para
tentar fazer a revolução no país. Os roqueiros eram vistos como “demolidores” por
conta de seus cabelos longos, roupas diferentes e o próprio instrumento musical, que
passavam totalmente o contrário das ideias do governo ditador. Vários músicos foram
presos no período e a impossibilidade de realizar apresentações artísticas ou a
proibição de músicas tocadas em shows, programas de rádio ou de TV eram
frequentes.
São inúmeros os casos de discos que foram lançados com atraso e outros tantos
que nem chegaram a ser lançados, prejudicando importantes bandas brasileiras que
provavelmente teriam feito sucesso caso a situação fosse diferente. As letras de suas
músicas eram atrativas aos jovens, que se identificavam com as canções de protesto e
o espírito também jovem da MPB da época.
15
A explosão do grupo Secos e Molhados, que herdou seu estilo da incorporação
do glam and gliter ao erudito, feita por David Bowie no cenário internacional, e os
shows de Alice Cooper no país em março de 1974 fizeram com o rock estivesse
presente na grande mídia. Isso permitiu o deslanche do rock no país, principalmente de
1974 a 1976, quando foram realizados os melhores trabalhos no rock da década de
1970. Foi a partir de 1974 que boas bandas que antes se mantinham ofuscadas em
garagens e porões saíram do escuro e se encontraram sob a luz de um novo período
musical.
7. Subgêneros e bandas de rock dos programetes
7.1 O rock progressivo no Brasil
O Rock progressivo surgiu no final da década de 1960, no Reino Unido, e ficou
muito conhecido a partir da década de 1970 no Brasil. O estilo recebeu influencia
direta da música clássica, e do jazz fusion, onde as big bands se destacavam com os
grandes grupos que podiam variar entre 12 a 25 músicos em uma orquestra que
utilizavam instrumentos músicais típicos do próprio jazz, como os saxofones,
trompetes, trombones, violino e violoncelo, que são os instrumentos mais
conhecidos em uma big band, e se tornaram os mais usados no rock progressivo.
Deste estilo surgiu o rock sinfônico, o space rock, e o metal progressivo. Dentre
as principais características do progressivo, estão as músicas lentas com longas
composições, complexas e harmoniosas. Algumas músicas podem chegar a atingir
de 20 a 23 minutos, como é o caso da música “Echoes” da banda inglesa Pink
Floyd. As letras do rock progressivo abordam temas épicos, assim como ficção
cientifica, guerra, ódio, entre outros.
O rock progressivo chegou ao Brasil com muita força, inclusive disputando a
frente da popularidade músical com a MPB. A partir da chegada do progressivo ao
país, foi possível considerar que o rock nacional começava a se igualar com o rock
mundial em termos de simultaneidade. Uma banda nacional de rock progressivo que
se destacou muito na época foi “Os Mutantes”, por inovar bastante o gênero,
misturando outros estilos. A banda é conceituada no exterior, já tendo feito shows
no Reino unido e outros países da Europa.
A década de 70 é dita como a época perdida do rock nacional. Apesar disso,
muito rock de qualidade foi produzido durante esse período. Muitas bandas foram
16
esquecidas e várias delas não têm sequer registros de seu trabalho gravado. Porém, é
inegável que o papel desses artistas foi fundamental para que o rock tenha se
desenvolvido no país nas décadas seguintes.
A linguagem do rock progressivo foi interpretada muito bem pelos brasileiros, e
foi assimilada paralelamente à época em que países periféricos e até mesmo a
Europa e a América do Norte faziam o mesmo. Durante o período de 1971 a 1973,
algumas bandas inglesas pioneiras (que são consideradas as maiores referências do
gênero), outras alemãs e algumas poucas italianas estavam delineando e
fundamentando o estilo. Em meados de 1974 surge uma leva de bandas em todas as
partes do mundo, inclusive no Brasil, que se aventura nos terrenos ecléticos do que
pode ser denominado um lado ainda mais artístico do rock.
O progressivo se embala no Brasil por ter uma abordagem mais aberta e menos
padronizada, sendo capaz de enfrentar a popularidade até então inabalada da música
popular brasileira. A MPB teve muita importância para diferenciar a produção do
rock progressivo no Brasil, onde ao mesmo tempo em que diluía a face já conhecida
do rock, trazia ao gênero um toque altamente original.
7.1.1
Bacamarte
Bacamarte é uma banda carioca, surgiu em 1974, e era formada por três colegas
do Colégio Marista São José no Rio de Janeiro. Foi uma das primeiras bandas a
fazer o rock progressivo nacional, mesclando elementos do estilo com um jeito
sonoro bem brasileiro. A banda teve várias mudanças de formação ao decorrer dos
três primeiros anos de vida. O grupo se apresentou no programa Rock Concert da
TV Globo, o que despertou interesse pelo som diferente do grupo com a voz
encantadora de Jane Duboc. O resultado seria uma fita gravada em 1977, mas o
projeto não foi adiante.
Em 1982, a rádio Fluminense FM tinha o costume de abrir espaço para bandas
novas, com isso ajudou bastante o grupo a ter a oportunidade de ficar conhecido e
foi uma grande revelação para a população na época. Depois disso a banda fez um
show em um Teatro de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Em 1983, a banda gravou o primeiro e único disco, o álbum independente
“Depois do fim” que foi considerado um dos melhores álbuns do gênero, e esteve
disponível ao público com o apoio da Rádio Fluminense. O site Progarchives lista o
17
álbum Depois do Fim do Bacamarte juntamente com as mais expressivas criações
das principais bandas do gênero, como Pink Floyd, Jethro Tull, Yes, Genesis. Foram
vendidas milhares de cópias no Brasil, países da Europa e também no Japão, mas
com o tempo depois do sucesso da estreia a banda chegou ao fim. Na década de
1990 o guitarrista Mário Neto lançou o CD “As sete Cidades” com o codinome de
Bacamarte.
Músicos: Jane Duboc (voz). Marcus Moura (flauta, acordeon). Mario Neto
(violão e guitarra). Mr. Paul: (percussão). Delto Simas: (baixo). Marco Verissimo:
(bateria). Sergio Villarim: (teclados).
7.1.2
Veludo
O Veludo surge em 1974, formada por Elias Mizrahi, que era líder da banda e
tecladista, Paulo Castro nas guitarras, Pedro Jaquaribe no baixo e Gustavo Schoeter,
que antes era integrante da banda Bolha, como baterista.
A banda se iniciou com o nome de Veludo Elétrico, ainda com integrantes como
Lulu Santos, Fernando Gama (que mais tarde formariam o Vímana), Rui Motta,
Tulio Mourão e Luciano Alves.
Em 1974 e 1975, a banda ganhava destaque e fazia um sucesso razoável, porém
seu som era bastante experimental e nenhuma gravadora arriscava a apostar no
grupo e leva-los a estúdio.
Com isso, alguns fãs tomaram a iniciativa de levar gravadores às apresentações
da banda com o intuito de guardar algum registro de suas músicas, já que a banda
nunca conseguiu lançar um álbum de estúdio. É a partir disso que surge, no início da
década de 90, o disco Veludo Ao Vivo. As músicas foram gravadas em uma
apresentação em um projeto chamado Banana Progressiva. A qualidade das
gravações é baixa, pela falta de recursos utilizados.
7.1.3
O Terço
O Terço, é uma banda precursora do progressivo no Brasil, foi formada em 1968. As
músicas eram feitas com influencias do rock italiano e uma misturae de outros estilos,
como folk e MPB.
A palavra “terço” significa "fracionário que corresponde a três" ou a "terça parte de
alguma coisa", inclusive a do Rosário, conjunto de contas utilizado na liturgia Católica
para computar um determinado número de orações (quinze Pais-Nossos e quinze Ave18
Marias). O nome O Terço foi muito bem intitulado, para essa primeira formação da
banda, porque era um trio (guitarra-baixo-bateria). Sérgio Hinds, perguntado de onde foi
tirado o nome do grupo disse: O Terço, como trio, é o símbolo do rosário representando
união.
O primeiro álbum não tinha tantos elementos do progressivo, mas mesmo assim foi
um trabalho de destaque no cenário progressivo nacional. Posteriormente, alguns
integrantes d‟O Terço fizeram sucesso com a banda “14 Bis”.
Seu álbum mais relevante foi o “Criaturas da noite”, que fez muito sucesso e
consolidou a banda na história do gênero.
Os grandes ícones da banda, nessa época, eram o tecladista, violonista e vocalista
Flávio Venturini e o guitarrista, violonista e vocalista Sérgio Hinds. Sérgio Hinds, junto
com Sérgio Dias, dos Mutantes, e Mozart de Mello, do Terreno Baldio, foi um dos
maiores guitarristas do rock progressivo nacional nos anos 70. Em dezembro de 1998,
no Rio de Janeiro, o grupo realizou um show em comemoração aos 30 anos de
existência da banda.
7.2 O punk rock no Brasil
O movimento punk surge no Brasil no fim dos anos setenta, pregando uma
ruptura em relação aos padrões sociais das estrelas do rock da época. Como era uma
época onde o tráfego de informações era mais lento, o movimento punk que teve início
na Inglaterra e que contava com jovens da classe trabalhadora veio para o Brasil através
de jovens de classe média, que tinham mais acesso a informações sobre o que acontecia
fora do país.
A primeira banda que se intitulou punk no país foi a Joelho de Porco, que na
verdade adotou a poética do movimento como um golpe de marketing, adotando muito
mais a parte da atitude escrachada que o punk pregava do que o posicionamento político
em relação aos espaços normativos e a trajetória do rock até aquele momento. O
movimento chegou de maneira tão superficial que em 1978 a revista Isto É retratava a
nova coleção da grife Ellus seguindo a moda punk. Mas ainda assim era possível
identificar o espírito punk iniciado pelos ingleses nos lançamentos músicais da época,
com coletâneas que traziam Sex Pistols, Ramones e The Jam, além do LP Pure Mania,
do grupo The Clash.
Janotti (2003) retrata um pouco do cenário punk no Brasil: a trajetória punk no
Brasil está ligada a jovens de classe baixa da zona leste de São Paulo e da região do
19
ABC paulista. Pela primeira vez na história do rock tupiniquim irá se reproduzir por
aqui a ligação seminal entre a falta de perspectiva que seduzia jovens carentes do
mundo anglo-americano em direção ao rock. Até então, fazer rock no Brasil era coisa de
poucos adolescentes que dispunham de tempo para estudar música e acesso à
informação. Para suprir essas lacunas começou-se a construir uma cadeia midiática que
estava situada longe dos grandes conglomerados multimidiáticos e seus modismos
músicais. Essa cadeia músical era alicerçada sobre um programa apresentado por
Antônio Senefonte o Kid Vinil, na Rádio Excelsior; pela loja Wop Bop e pelos shows
que começaram a se multiplicar a partir de 1978.
Enquanto surgiam os espaços de consumo de objetos culturais associados ao
universo punk, também viria a circulação dos primeiros fanzines6 nacionais, que eram
especializados nas bandas e também discutiam políticas e questões sociais. Os fanzines
foram percussores de todas as produções impressas e eletrônicas independentes da
década de 80. Era através deles que se espalhavam notícias sobre gêneros do rock como
o punk e o heavy metal, que ficavam comumente à margem da grande mídia. Segundo
Silvio Essinger (1999), o primeiro fanzine que circulou na capital paulista foi o FactorZero, criado em 1980 por Strombus, integrante da banda Anarkólatras.
Os punks conseguiram estabelecer circulação nacional e internacional de seus
trabalhos, mesmo longe das gravadoras e da grande mídia, através de trocas via correio,
com suas gravações independentes. A partir disso, eles saíram do isolamento local.
Antes do movimento punk, os discos independentes eram praticamente restritos a suas
locais de origem, e pessoas de outros estados ou países não tinham acesso nem
conhecimento sobre eles. A partir disso, bandas como Cólera e Ratos de Porão
conseguiram inclusive fazer turnês pela Europa. Essas turnês eram na verdade pequenos
shows que eram pagos com o dinheiro arrecadado com a venda de seus discos após os
shows, ou ainda fazendo trocas por hospedagem e alimentação.
Janotti (2003) ressalta que não se pode deixar de notar que o punk era muito
mais que uma sonoridade ou um jeito de fazer rock. Seu modo de contestação exigiu
6
A palavra „fanzine‟ nasceu da redução fônica da expressão fanatic magazine. Ela provém da
combinação do final do vocábulo „magazine‟, que tem o sentido de „revista‟, com o início de „fanatic‟.
Trata-se de um veículo editado por um fã, seja de graphic novels, obras de ficção científica, ou de
poemas, músicas, filmes, vídeo-games, entre outras temáticas incorporadas por estas publicações.
20
que os próprios músicos fossem responsáveis pelos lançamentos de seus álbuns e, mais
ainda, pela divulgação de seus ideais.
Alguns selos dirigidos por adeptos do punk e até mesmo os próprios músicas
produziam discos e shows independentes, como por exemplo o LP Grito Suburbano,
que contava com bandas como Inocentes, Olho Seco e Cólera. Aconteceu em 1982 o
festival O Começo do Fim, que contou com 3 mil fãs do gênero e mais de 20 bandas de
São Paulo e do ABC paulista. Esse festival terminou com 25 presos, vários feridos e
muitas manchetes nos meios de comunicação que traziam os jovens punks como
agressivos e baderneiros. Tudo isso por que os vizinhos do Sesc Pompéia, local onde
aconteceu o festival, espantados com o visual distinto do jovens, chamaram a polícia,
que chegou ao local batendo e prendendo todos que encontravam pela frente.
Paralelamente, o movimento punk já estava se espalhando por outros estados
brasileiros, inclusive pelo Rio de Janeiro, onde bandas como Molotov, Patrulha 666 e
Desordeiros traziam um lado da música carioca diferenciado do estereótipo praiano da
zona sul.
O movimento punk, além de sua vertente do subúrbio que mostrava atitudes e
feições mais radicais, originários das periferias de onde surgiu, também veio a ser
apropriado musicalmente por adolescentes de classe média que se inspiravam nas
bandas inglesas e norte-americanas para falar de tédio e da falta de perspectiva de suas
rotinas de vida. Temos exemplos bastante conhecidos de bandas formadas por esses
jovens, como as bandas Legião Urbana e Plebe Rude, de Brasília e o grupo Camisa de
Vênus, da Bahia. A partir dessa apropriação, voltada muito mais para a estética do que
para os aspectos políticos do movimento, aparece o pop rock, na década de 80, sendo
um dos movimentos roqueiros mais importantes em termos mercadológicos na trajetória
do rock nacional.
7.2.1
Cólera
Uma das primeiras bandas de punk rock do brasil, a banda surgiu em 1979. Foi
formada por Redson (baixo/vocal), Helinho (guitarra) e Pierre (bateria), que traziam
uma proposta libertária, com mensagens diretas, com arte, mostrando um som rápido e
melódico.
Ainda em 80 a formação foi alterada. Eles fizeram poucos shows até então, bem
pequenos. No fim da década, a banda tinha 36 músicas e pelo menos metade delas era
21
tocada em seus shows. Algumas músicas de destaque foram Subúrbio Geral, Dê o fora,
Volume pra Caixão e Jane, entre outras.
O primeiro disco foi lançado em 1982, pela PunkRock Discos, e se chamava Grito
Suburbano, que tinha a participação de outras duas bandas: Olho Seco e Inocentes. O
Cólera lançou quatro músicas: Subúrbio Geral, João, Hhei e Guitar. Depois do
lançamento do álbum em um show no mesmo ano e de sua apresentação em um grande
evento chamado O começo do fim, o gênero foi alavancado e consequentemente o
Cólera também.
A banda saiu de São Paulo para tocar em outras cidades a partir de 1983, e em 84
participou de coletâneas internacionais e ainda realizou turnê em várias cidades
brasileiras. Entre as músicas que se destacaram até 1985, podemos citar Palpebrite,
Quanto Vale A Liberdade, Histeria, Subúrbio Geral e São Paulo.
Na década de oitenta, a banda continuou aumentando sua popularidade no Brasil,
tendo bastante repercussão em estações de rádio e programas de rock, tendo ainda seus
LPs vendidos em vários países da Europa e América do Norte. Em 87 fez um turnê na
Europa que durou 5 meses, sendo a primeira banda do gênero rock nacional a realizar
uma turnê no exterior.
Em 1989, mais alterações acontecem em sua formação e eles gravam seu primeiro
cd pela Devil Discos, chamado “Verde, não desvaste!”. Depois de mais mudanças na
formação na década de noventa, a banda seguiu lançando novas músicas e comemorou
seus vinte anos de existência em 1999 com um show em São Paulo. A banda segue com
quatro integrantes atualmente e ainda está ativa.
7.2.2
Aborto Elétrico
A banda Aborto Elétrico esteve em seu auge entre os anos de 1978 e 1981. Seu
show de despedida, que aconteceu em 1982, é tido como lendário dentro do cenário
músical brasileiro. A banda representa a origem da Turma da Colina (residencial que
tinha tinha prédios onde se podia enxergar o Lago Norte), que consagrou diversas
bandas de Brasilia como a Plebe Rude.
Existem duas explicações para o nome da banda: uma que diz que o nome surgiu
a partir de uma conversa entre Fê Lemos e André Petrorius, e outra que afirma que o
nome é uma crítica à polícia Brasiliense, que usava descargas elétricas em
manifestantes. Essa versão diz que uma mulher grávida foi atingida por uma descarga
elétrica durante uma manifestação e acabou tendo um aborto em meio à multidão.
22
No começo de 1978 foram iniciados os processos de democratização após a
ditadura militar. A banda foi fundada quando o gênero estava no auge no cenário
músical ocidental. Os rapazes andavam pela cidade com jovens de classe média e
mantinham uma rotina de bagunça entre encontros onde bebiam vinho e faziam uso de
drogas. Foi em meio a essa realidade que Felipe Lemos, Renato Russo e André
Pretorius formaram o Aborto Elétrico.
Sua primeira música se chamava I want to be a junkie, e seu primeiro show foi
feito no começo de 1980, em um bar da cidade intitulado Só Cana. Após esse show,
mudaram de formação e de lugares que frequentavam, dando fim à Turma da Colina.
Suas músicas traziam um espírito raivoso e radical, além de tratarem
frequentemente de morte como tema. O auge do grupo foi em 1981, mesmo ano em que
se iniciou o declínio da banda. Dinho Ouro Preto chegou a fazer parte da banda como
vocaliza em seus três últimos meses.
A partir do fim do Aborto Elétrico, os integrantes da banda vieram a construir
grandes expoentes do rock nacional: a carreira solo de Renato Russo que logo depois foi
para o Legião Urbana, e o Capital Inicial, resultado da união entre Flávio, Fê e Dinho
Ouro Preto.
Grande parte das composições do Aborto Elétrico acabou sendo esquecida.
7.2.3
Blind Pigs – Porcos Cegos
A banda Blind Pigs foi fundada em 1993. Seguindo como uma banda independente
no cenário punk brasileiro, o grupo teve suas dificuldades para se manter de pé. Lançou
seu primeiro álbum em 1997, com o título de São Paulo Chaos, pelo selo Grita! O
álbum foi produzido pelo ex-baterista do Bad Religion, revolucionando os padrões de
qualidade de produção e gravação no meio punk brasileiro. Depois de seu segundo
álbum, “The punks are alright”, a banda lançou um álbum intitulado “Blind Pigs” que
assumia uma postura até então inédita no mercado independente brasileiro, que foi a
proposta de ter uma unidade visual, combinando clipes, fotos promocionais, site, pôster
em um padrão estabelecido.
Em 2006 o Blind Pigs se permitiu traduzir-se de vez, se nomeando como Porcos
Cegos e lançando o disco “Heróis ou Rebeldes”, que foi o último trabalho da primeira
fase da banda. Depois de uma pausa iniciada em 2008, a banda retorna suas atividades
em 2013. Agora com vinte anos de carreira, lançaram o álbum “Capitânia”, que trouxe
23
uma nova cara para a banda. Eles propõem inovar até mesmo seu próprio estilo de
compor, apontando a reforma na identidade como um desprendimento necessário de
sucessos do passado. Em comemoração aos 20 anos de carreira, toda a discografia de
estúdio da banda está sendo relança em vinil, saindo em uma turnê comemorativa, com
vários shows pelo Brasil.
7.3 O Indie Rock no Brasil
O termo “indie” é de origem inglesa, é a abreviação de independent que em
português significa independente. Essa vertente teve início na década de 1980 no Reino
Unido e Estados Unidos. Era usado por muitos músicos e produtores que trabalhavam
independentemente, que ainda não tinham contratos em publicações e distribuições. Um
exemplo é quando um músico ou produtor cria um perfil no YouTube e utiliza o termo
indie em sua descrição.
O indie chegou ao Brasil na década de 90, ele tem um jeito diferente do indie
rock americano, é mais parecido com o samba e a MPB. No final da década foi lançado
o primeiro disco da banda carioca Los Hermanos, é uma das bandas que fez maior
sucesso no Brasil na época, a música que ficou mais conhecida é a “Anna Júlia”.
O indie no Brasil segue dois lados diferentes, um lado que faz dançar e com
letras em inglês, com bandas como Copacabana Club; Cansei de ser Sexy; Garotas
Suecas entre outras.
Tem como grande influência bandas como The Strokes, Franz Ferdinand,
Arcade Fire, Bloc Party e Arctic Monkeys. É o chamado Indie Rock.
Ainda na década de 80, o termo indie também recebeu um conceito diferente.
Com a chegada do sucesso, algumas bandas assinavam com gravadoras maiores, mas
continuavam com a “ideologia” indie original. Depois disso, pôde-se perceber que indie
vai além do que somente um segmento de bandas, passando a ser um movimento mais
estruturado.
7.3.1
A banda mais bonita da cidade
A Banda Mais Bonita da Cidade começou em 2009 e nasceu da vontade de
reinterpretar canções do repertório independente de Curitiba. De lá pra cá, a banda
publicou no YouTube o vídeo de “Oração”, um dos mais vistos em 2011. O projeto se
tornou um dos responsáveis pela massiva difusão do financiamento coletivo, destacando
24
a banda pelo empreendedorismo em sua gestão. Agora, os músicos trabalham no
lançamento do segundo disco de estúdio, “O Mais Feliz da Vida”.
A banda representa um estilo mais maduro e sereno comparado com as outras
bandas de indie rock e com o próprio rock em si, pois mostra uma mudança sonora com
suas principais características. É presente em um som dividido em dois lados: um mais
quente, para ser cantado em multidões; e outro mais escuro, voltado à introspecção.
O Mais Feliz da Vida, é um álbum conceitual da banda e foi inspirando nas
bandas de Arcade Fire e Pink Floyd. O álbum propõe uma reflexão sobre as etapas da
vida, com todas as suas alegrias, fracassos, superações e o fim.
7.3.2
Bidê ou Balde
Bidê ou Balde é uma banda de rock brasileira formada em 1998 na cidade de Porto
Alegre no Rio Grande do Sul. O nome da banda não tem um significado específico.
Muitos perguntam de onde veio esse nome, mas a banda sempre fala uma resposta
diferente. Mas em uma entrevista para o site Sana Inside7, por Diego Sana feita em
Abril de 2001, um dos integrantes respondeu:
“Carlinhos: Na verdade nós temos uma fixação quase sexual por
certos elementos da ortografia nesta língua brasileira e a relação
destes com o rock. O nome é uma bolação nossa em cima disso:
queríamos que o nome tivesse as iniciais B e B (por causa de uma
música que o Serge Gainsbourg fez para a Bigitte Bardot, e por que
todas as bandas que mais gostamos começam com “B” – Beck, Blur,
B52s, Blitz, Butter 08, enfim, até os Beatles!). Queríamos também que
o nome tivesse um “ou” (porque é legal!). Então falamos com dois
cineastas daqui o Carlos Gerbase (que também faz as vezes de punk
pós-apocalíptico quando sobe ao palco com Os Replicantes), e o Otto
Guerra (que bebe demais!). Pedimos a cada um deles um substantivo
com “B”. Então, somos a Bidê ou Balde.”
Integrantes: O grupo é composto por Carlinhos Carneiro (vocal), Rodrigo Pilla
(guitarra), Vivi Peçaibes (vocal/teclado), Marcos Rübenich (bateria), Lucas Juswiak
(baixo) e Leandro Sá (guitarra). Outros ex-membros incluem Katia Aguiar
(vocal/teclado), Rafael Rossatto (guitarra), Pedro Hahn (bateria), Sandro Caveira
(bateria), André Surkamp (baixo), Pedro Porto (baixo) e Gisele Figueredo (vocal).
7
http://sanainside.com/arquivos-do-central-da-musica/entrevista/bidê-ou-balde-o-rock-sempre-foi-sobreamor
25
7.3.3
Móveis Coloniais de Acaju
Móveis Coloniais de Acaju é uma banda brasileira, os integrantes foram criados
em Brasília, embora nem todos sejam nascidos na Capital. Beto e Fábio, por exemplo,
nasceram em outros países. Quito (Equador) e Lund (Suécia), respectivamente.
O nome da banda é baseado em um evento histórico fictício: um suposto conflito
unindo índios e portugueses contra os ingleses na Ilha do Bananal. E também
homenageia a Revolta do Acaju.
A banda é formada por dez integrantes: André Gonzales (voz), Beto Mejía
(flauta transversal), Eduardo Borém (gaita cromática, escaleta e teclados), Esdras
Nogueira (sax barítono), Fabio Pedroza (baixo), Fabrício Ofuji (produção), Gabriel
Coaracy (bateria), Paulo Rogério (sax tenor), Xande Bursztyn (trombone) e Fernando
Jatobá (guitarra).
A partir de 2005, ano de lançamento do primeiro disco, “Idem”, o grupo se torna
presença constante nos principais festivais independentes do país, e conquista um
público cada vez maior. Em 2008, “Idem” é eleito pela revista Senhor F. um dos 50
discos independentes mais importantes lançados entre 98 e 2008. A música
“Copacabana” também entrou na lista como uma das 50 mais importantes do período.
No mesmo ano, a banda realiza uma miniturnê de seis shows pela Europa.
8. Roteiros
8.1 Rock Progressivo
Técnica
Vinheta de abertura
Áudio
Três do Rock – Três minutos de
rock para o seu dia
LOC. Tamyres
Oi, eu sou a Tamyres
LOC. Jéssica
E eu sou a Jéssica
LOC. Alex
E aqui é o Alex
LOC. Tamyres
Está começando agora o Três do
rock, com mais rock para o seu dia
LOC. Jéssica
Hoje é dia de falar de rock
26
progressivo.
TEC// MÚSICA BACAMARTE – SMOG
ALADO EM BG
LOC. Alex
O rock progressivo chegou ao Brasil
com muita força, e disputava até
com a MPB.
LOC.Tamyres
Foi com o rock progressivo que
projetamos o Brasil no cenário
internacional do rock.
LOC. Jéssica
No Brasil a aceitação do progressivo
foi facilitada porque esse gênero tem
uma abordagem mais aberta e menos
padronizada.
LOC. Alex
A banda Bacamarte foi uma das
primeiras a tocar rock progressivo
no Brasil, em 1974.
LOC. Tamyres
Eles misturavam elementos do
progressivo com um jeito sonoro
bem brasileiro.
LOC. Jéssica
Os caras da banda eram colegas da
escola, e nos primeiros anos a banda
mudou de formação várias vezes.
Um destaque é a voz de Jane Duboc.
LOC. Alex
O primeiro e único álbum da banda
se chama Depois do Fim e foi
gravado em 1983.
LOC. Jéssica
Eles fazem algumas reuniões
periódicas e tocam no Rio e em São
Paulo. Então se ver a agenda por aí,
já corre pro próximo show!
LOC. Alex
Apesar de ter sido gravado já na
época do neoprogressivo, na década
de 80, esse álbum ainda tem
características muitos marcantes da
década de 70, da primeira fase do
progressivo.
LOC. Jéssica
Vamos tocar agora um trechinho de
uma música chamada Smog Alado.
27
TEC//Fade out. MÚSICA BACAMARTE –
SMOG ALADO
TEC// Fade in. MÚSICA VELUDO – A
ÚNICA EM BG
LOC. Alex
Outra banda de progressivo nacional
é a Veludo, que foi formada em 74e
teve até Lulu Santos em sua
formação.
LOC. Tamyres
Naquela época era difícil que uma
gravadora apostasse em uma banda
tão experimental quanto eles, mas
mesmo assim eles tiveram algum
destaque no cenário progressivo.
LOC. Jéssica
Como eles não conseguiram gravar
álbuns de estúdio, foi lançado
Veludo Ao Vivo na década de 90, o
que só foi possível fazendo uma
coletânea de áudios que os fãs
gravavam em seus shows.
LOC. Alex
Vamos conferir um pouco de
Veludo então. Essa é a música “A
única”.
TEC// MÚSICA VELUDO – A ÚNICA
TEC// FADE OUT. MÚSICA VELUDO – A
ÚNICA
TEC// FADE IN. MÚSICA O TERÇO –
JOGO DAS PEDRAS EM BG
LOC. Tamyres
LOC. Jéssica
Outra precursora do progressivo no
Brasil é a banda O terço, formada
em 1968.
LOC. Alex
Eles tinham influencias do rock
italiano e misturavam outros estilos,
como folk e MPB.
LOC. Tamyres
O primeiro álbum não tinha uma
pegada tão progressiva, mas ainda
assim é um trabalho de destaque no
cenário progressivo nacional.
28
Seu álbum mais relevante foi o
“Criaturas da noite”, que fez muito
sucesso e consolidou a banda na
história do gênero.
LOC. Alex
TEC// MÚSICA O TERÇO – JOGO DAS
PEDRAS
Fiquem com um trecho da música
Jogo das Pedras.
TEC// Fade out. MÚSICA O TERÇO –
JOGO DAS PEDRAS
LOC. Tamyres
Essa foi a sua dose de rock por hoje.
O progressivo fica por aqui, mas o
rock continua no próximo programa.
TEC// Fade in. VINHETA
TEC// VINHETA DE ENCERRAMENTO
Três do rock – três minutos de rock
para o seu dia.
8.2 Punk Rock
Técnica
Áudio
Vinheta de abertura
Três do Rock – Três minutos de rock
para o seu dia
LOC. Tamyres
Oi, eu sou a Tamyres
LOC. Jéssica
E eu sou a Jéssica
LOC. Alex
E aqui é o Alex
LOC. Tamyres
Está começando agora o Três do rock,
com mais rock para o seu dia
LOC. Jéssica
Hoje é dia de falar de punk rock.
LOC. Alex
O movimento punk chegou ao Brasil
no final dos anos 70, rompendo
29
padrões sociais e musicais.
TEC// FADE IN. MÚSICA CÓLERA –
GRITO SUBURBANO EM BG
LOC. Tamyres
Enquanto quem fazia rock no país
eram adolescentes que tinham tempo e
acesso à informação, o punk surge
com jovens de classe baixa da zona
leste de São Paulo e do ABC Paulista.
LOC. Alex
Além da galera do subúrbio que trazia
um som com mais radicalidade, o
punk também foi reproduzido por
jovens de classe média que falavam do
tédio e falta de perspectiva em suas
músicas.
LOC. Tamyres
Umas das primeiras bandas de punk
rock no Brasil foi a Cólera, fundada
em 1979.
LOC. Alex
O cólera cresceu basicamente junto
com o cenário junto com o cenário do
punk em São Paulo.
LOC. Tamyres
LOC. Alex
A partir de 84 já faziam turnês
nacionais e participavam de coletâneas
internacionais de punk rock.
Vale a pena conferir o primeiro disco
dos caras, chamado Grito Suburbano.
Vamos ouvir agora um trechinho de
uma das músicas desse álbum,
chamado Subúrbio Geral.
TEC// MÚSICA CÓLERA – GRITO
SURBUBANO
30
TEC// FADE OUT. MÚSICA CÓLERA
– GRITO SURBUBANO
TEC// FADE IN. MÚSICA ABORTO
ELÉTRICO – FÁTIMA EM BG
LOC.Tamyres
LOC. Jéssica
LOC. Alex
LOC. Tamyres
Outra banda que teve peso no cenário
do punk nacional foi o Aborto
Elétrico, formada por jovens de classe
média que viviam uma realidade
diferente da galera da periferia,
trazendo um espírito raivoso e radical.
O Aborto elétrico teve seu auge entre
os anos de 78 e 81, e fez show de
despedida em 82.
Depois do fim da banda, a formação
da época se desmembrou e deu origem
a grandes expoentes do rock nacional:
a carreira solo de Renato Russo, que
depois fundou a Legião Urbana, e o
Capital inicial, que foi resultado da
união entre Flávio, Fê e Dinho Ouro
Preto.
Algumas composições do Aborto
Elétrico acabaram se dividindo entre a
Legião e o Capital. Confira um trecho
da música Fátima, criada na época de
Aborto Elétrico.
TEC// MÚSICA ABORTO ELÉTRICO –
FÁTIMA
TEC// FADE OUT. MÚSICA ABORTO
ELÉTRICO – FÁTIMA
TEC// FADE IN. MÚSICA BLIND PIGS
– AMANHÃ NÃO VAI MUDAR EM
31
BG
Uma banda mais contemporânea no
nosso cenário punk é a Blind Pigs, e é
dela que vamos falar agora. Essa
banda foi fundada em 1993 e se
mantém como um grupo independente
até hoje.
LOC. Jéssica
Em 2006 eles deram um toque mais
brasileiro, traduzindo a banda por
completo. Agora com todas as músicas
em português, se nomeram como
Porcos Cegos.
LOC. Tamyres
Vamos conferir um pouco do antigo
Blind Pigs com a música Amanhã não
vai mudar.
LOC. Jéssica
TEC//
MÚSICA
BLIND
PIGS
–
AMANHÃ NÃO VAI MUDAR
TEC// FADE OUT. MÚSICA BLIND
PIGS – AMANHÃ NÃO VAI MUDAR
Essa foi a sua dose de rock por hoje. O
punk fica por aqui, mas o rock
continua no próximo programa.
LOC. Tamyres
TEC// FADE IN. VINHETA
Três do Rock – Três minutos de rock
para o seu dia.
TEC// VINHETA DE
ENCERRAMENTO
32
8.3 Indie Rock
Técnica
Áudio
Vinheta de abertura
Três do rock – três minutos de rock
para o seu dia
LOC. Tamyres
Oi, eu sou a Tamyres
LOC. Jéssica
E eu sou a Jéssica
LOC. Alex
E aqui é o Alex
LOC. Tamyres
Está começando agora o Três do rock,
trazendo mais rock para o seu dia.
LOC. Jéssica
Hoje iremos falar um pouco do Indie
Rock.
TEC// MÚSICA A BANDA MAIS
BONITA CIDADE – ORAÇÃO EM BG
LOC. Alex
Em um rápido resumo, podemos dizer
que é um estilo de rock independente,
surgiu em 1980 no Reino Unido e
Estados Unidos, num é isso Tamyres?
LOC. Tamyres
É isso Alex. Agora uma banda
brasileira que podemos citar é “A
banda mais bonita da cidade”.
LOC. Jéssica
Interessante esse nome, fale um
pouquinho dessa banda para nós,
Tamyres.
LOC. Tamyres
Mas é claro, enquanto isso,
passaremos uma música da banda que
fez sucesso. A banda surgiu em 2009.
É formada por 5 integrantes, 4
homens e uma mulher no vocal e eles
são todos de Curitiba. Eles ficaram
mais conhecidos com essa música, o
nome dela é “Oração” e foi feita em
2011. A banda também é muito
conhecida internacionalmente.
33
TEC// MÚSICA FADE IN. A BANDA
MAIS BONITA CIDADE – ORAÇÃO
TEC// MÚSICA FADE OUT. A BANDA
MAIS BONITA CIDADE – “ORAÇÃO”
TEC// FADE IN. MÚSICA MÓVEIS
COLONIAIS DE ACAJÚ – “SEM
PALAVRAS” EM BG
Agora uma banda do Centro – Oeste é
a “Móveis Coloniais de Acaju”, ela é
de Brasília e surgiu em 1998. Uma
curiosidade é o nome né? Bem
diferente, eles se basearam em um
evento histórico e fictício, que foi um
conflito unindo índios e portugueses
contra os ingleses na Ilha do Bananal.
A banda é formada por 10
integrantes. Essa música que está
passando é a “Sem palavras”, ela foi
lançada em 2007 pela banda e ficou
em 21ª posição na lista das 50
melhores músicas do ano na revista
Rolling Stone.
LOC. Alex
TEC// MÚSICA FADE IN. MÓVEIS
COLONIAIS
DE
ACAJÚ
–
SEM
PALAVRAS
TEC// MÚSICA FADE OUT. MÓVEIS
COLONIAIS
DE
ACAJÚ
–
SEM
PALAVRAS
TEC// MÚSICA FADE IN. BIDÊ OU
BALDE – “MESMO QUE MUDE” EM
BG
LOC. Jéssica
Muito bom! Agora vou falar pra você
outra banda de Indie e que também é
da Região Sul, é a “Bidê ou Balde”,
formada em 1998 no Rio Grande do
Sul. O grupo é formado por 4
34
integrantes. Essa música que está
passando é a “Mesmo que mude”.
TEC// MÚSICA BIDÊ OU BALDE –
“MESMO QUE MUDE”
TEC// MÚSICA FADE OUT. BIDÊ OU
BALDE – “MESMO QUE MUDE”
TEC// FADE IN. VINHETA
LOC. Tamyres
TEC// VINHETA DE
ENCERRAMENTO
Essa foi a sua dose de rock por hoje,
o Indie fica por aqui, mas o rock
continua no próximo programa.
Três do rock – Três minutos de rock
para o seu dia.
35
9. DIÁRIO DE BORDO
No início do projeto, o objetivo inicial era produzir programas de média duração
onde falaríamos sobre várias bandas de rock nacional, uma por programa, fazendo uma
espécie de pequeno documentário em áudio sobre cada uma delas.
Com as pesquisas, identificamos que o progressivo era um subgênero de muita
relevância no Brasil, que trazia um conteúdo tão rico por si só, que seria interessante
tratar apenas desse gênero no projeto. Por isso, fizemos mudanças no conteúdo dos
programas, fazendo um novo recorte. Agora passaríamos a apresentar o rock
progressivo no Brasil da década de 1970.
Já na segunda fase do projeto, depois de passar pela banca de qualificação,
mudamos mais uma vez a proposta para produto final. Em uma conversa com um
redator amigo da dupla, Tico Tavares, falávamos sobre nossa proposta e tivemos a ideia
de deixar o programa com um toque mais publicitário. Daí surge a ideia de produzir
programetes, que teriam a proposta de seduzir rapidamente o ouvinte, trabalhando
textos mais persuasivos no produto final.
A partir da proposta de ter os programetes como algo que se inserisse no cotidiano
do público alvo, estabelecemos como objetivo produzir algo que chegasse entretendo e
informando ao mesmo tempo.
Até aqui, fazer todos estes recortes tinha sido complicado. A ideia já estava
encaminhada, e precisávamos lapidar ainda mais. Agora voltaríamos a falar do rock e de
todos os seus subgêneros, porém o foco era trazer um panorama misto das
manifestações do rock no país.
Estabelecendo que o tempo de duração de cada programete seria de três minutos,
tiramos do número três a base para o resto do programa. O nome, a quantidade de
bandas por programete, a quantidade de pilotos que seriam produzidos, e até mesmo
quantos locutores teríamos nas gravações.
O período de gravação e finalização dos últimos detalhes foi corrido, e para fazer os
ajustes finais, precisamos gravar todo o conteúdo mais de uma vez. Com tudo
finalizado, trabalhamos na identidade visual, que transmite tudo pelo que passamos na
trajetória do projeto.
36
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A execução deste projeto trouxe experiências únicas a cada uma das alunas. Seja
no sentido de conhecer melhor um gênero musical que já era muito apreciado por
ambas, ou por ter adquirido uma compreensão completamente diferente sobre a
produção de programas de rádio.
Trabalhar com a concepção da ideia e torná-la realidade foi um processo muito
gratificante. Desde amadurecer a ideia inicial até efetivamente gravar, passamos por
muita coisa que nos ajudou e nos ensinou muito. Adquirimos conhecimentos técnicos
importantes que nos deram um pouco mais de segurança para quem sabe, futuramente,
investir profissionalmente no rádio. Além disso, nos desafiamos em vários momentos
para que a ideia fosse executada da melhor forma possível.
O projeto também foi um marco de amadurecimento pessoal e acadêmico,
trazendo o fim de uma fase muito marcante em nossas vidas. Anos se passaram desde
que ingressamos na universidade, e após o fim deste projeto, reconhecemos a
importância e a oportunidade que é fazer um projeto nosso se concretizar.
37
11. REFERÊNCIAS
A
BANDA
MAIS
BONITA
DA
CIDADE.
Disponível
http://abandamaisbonitadacidade.art.br/a-banda/ Acesso em 23 abr. 2014
em
A DITADURA MILITAR DE 1964 E A CULTURA. J. Dias. Disponível em:
www.santovivo.net/gpage64.aspx Acesso em 24 set. 2013 Acesso em: 20 out. 2013
ABORTO
ELÉTRICO.
HISTÓRICO
DA
BANDA.
Disponível
em:
http://musica.culturamix.com/bandas/aborto-eletrico-historia-da-banda Acesso em 27
abr. 2014
Além dos Cogumelos. Disponível em: www.alquimiarockclub.com.br/alem-doscogumelos/1904/ Acesso em: 06 jun. 2013
BACAMARTE: O GENUÍNO ROCK PROGRESSIVO BRASILEIRO. Disponível em:
http://www.rockdequalidade.com/2009/09/bacamarte-o-genuino-rock-progressivo.html
Acesso em 15 out. 2013
BANDA. CÓLERA Disponível em: .http://whiplash.net/materias/biografias/039360colera.html#ixzz32lqIvxWP Acesso em: 27 abr. 2014
BANDA.
MÓVEIS
COLONIAIS
DE
ACAJÚ.
Disponível
http://moveiscoloniaisdeacaju.com.br/banda/ Acesso em 20 abr. 2014
em:
BARROS, Antônio. et al. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo:
Altras, 2006.
BIDÊ OU BALDE, O ROCK SEMPRE FOI SOBRE AMOR. Disponível em:
http://www.sanainside.com/arquivos-do-central-da-musica/entrevistas/bide-ou-balde-orock-sempre-foi-sobre-amor/ Acesso em 23 abr. 2014
BIOGRAFIA
DA
BANDA
BIDÊ
OU
BALDE.
Disponível
http://som13.com.br/bide-ou-balde/biografia Acesso em 23 abr. 2014
em:
BRASIL ROCK VERSUS DITADURA MILITAR – (EMBRIÃO, GESTAÇÃO,
NASCIMENTO,
CRESCIMENTO
E
MATURIDADE).
Disponível
em:
http://www.clickriomafra.com.br/rocknauta/brasil-rock-versus-ditadura-militarembriao-gestacao-nascimento-crescimento-e-maturidade Acesso em: 24 set. 2013
CORREA, Tupão Gomes. Rock: nos passos da moda: mídia, consumo x mercado
cultural. Campinas: Papirus, 1989
38
FACEBOOK
DA
BANDA
BLIND
PIGS.
Disponível
https://www.facebook.com/BLiNDPiGS/info Acesso em 25 abr. 2014
em:
FANZINE. Disponível em: http://www.infoescola.com/curiosidades/fanzine/ Acesso
em 27 abr. 2014
FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: O veículo, a história, e a técnica. Porto Alegre:
Editora Sagra Luzzatto, 2001.
FRIELANDER, Paul. Rock and roll - Uma história social. Rio de Janeiro: Record,
1996.
GROSSBERG, Lawrence. Dancing in Spite of Myself: essays on popular culture.
Durham/London: Duke University Press, 1997.
HAUSMAN, Carl. et al. Rádio: produção, programação e performance. São Paulo:
Cengage Learning, 2010.
IBOPE.
Disponível
em:
www.ibope.com.br/pt-
br/conhecimento/TabelasMidia/audienciaderadio/Paginas/DISTRITO-FEDERALEVOLUCAO-TRIMESTRAL-FEVEREIRO-13.aspx Acesso em: 14 jun. 2013
INDIE ROCK, DO INDEPENDENTE AO INDUSTRIAL. Disponível em:
http://literatortura.com/2012/11/indie-rock-do-independente-ao-industrial/ Acesso em:
23 abr. 2014
Janotti JR., Jeder. Aumenta que isso aí é rock and roll: mídia, gênero musical e
identidade. Rio de Janeiro: E-papers, 2003.
MONTANARI, Valdir. História da música: da idade da pedra à idade do rock. Ed. São
Paulo: ática, 1993
O TERÇO. Disponível em: http://www.oterco.com.br/ Acesso em: 28 mai. 2014
PESQUISA BRASILEIRA DE MÍDIA. Disponível em:
http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf
Acesso em 14 mai. 2014
39
PRADO, Magaly. Produção de Rádio: Um manual prático. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006.
ROCK
PROGRESSIVO.
Yuri
Pacievitch.
Disponível
em:
http://www.infoescola.com/música/rock-progressivo/ Acesso em: 24 set. 2013
ROCK
REPRESSÃO.
Disponível
em:
<www.whiplash.net/materias/opinioes/090873.html#ixzz2iBd1i32R> Acesso em: 20
set. 2013
SEVEN ages of rock. Produção de Michael Poole. Bristol Uk: Bbc Worldwide, 2007. 7
DVDs, color.
VIGIL, José Ignácio López. Manual urgente para radialistas apaixonados. São Paulo:
Paulinas, 2003.
40
Download