FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA PRODUÇÃO E TEOR DE MATÉRIA SECA DAS BRAQUIÁRIAS BRIZANTA (Brachiaria brizantha cv. Marandú) E MULATO (Brachiaria hibrida cv. Mulato) NAS CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS DO SUDOESTE GOIANO Maria Salomé Rezende Teodoro Mineiros - Goiás 2007 1 FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA PRODUÇÃO E TEOR DE MATÉRIA SECA DAS BRAQUIÁRIAS BRIZANTA (Brachiaria brizantha cv. Marandú) E MULATO (Brachiaria hibrida cv. Mulato) NAS CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS DO SUDOESTE GOIANO Maria Salomé Rezende Teodoro Monografia apresentada ao Curso de Zootecnia, mantido pelas Faculdades Integradas de Mineiros, como exigência para obtenção do titulo de zootecnista, sob orientação e supervisão do Zootecnista Professor Dr. Kleber Augusto Gastaldi. Mineiros - Goiás 2007 2 FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA Maria Salomé Rezende Teodoro Monografia aprovada pelos membros da Banca Examinadora e aceita pelas Faculdades Integradas de Mineiros - FIMES e homologada pelo Curso de Zootecnia como requisito parcial à obtenção do Título de Zootecnista. PRODUÇÃO E TEOR DE MATÉRIA SECA DAS BRAQUIÁRIAS BRIZANTA (Brachiaria brizantha cv. Marandú) E MULATO (Brachiaria hibrida cv. Mulato) NAS CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS DO SUDOESTE GOIANO Mineiros-GO, 21 de novembro de 2007. Prof. Dr. Kleber Augusto Gastaldi Profa. MSc. Sara Cajango Fávero Prof. Esp. Ricardo Silva Pinto 3 DEDICATÓRIA A Deus por proteger-me em todos os momentos de minha vida dar me força e entusiasmo. Ao meu pai Antônio Alves de Souza e minha mãe Zélia de Rezende Souza por sonharem com minha vitória e torcerem pelos meus ideais. Ao meu esposo Jamilson Leandro Teodoro pela compreensão e incentivo. Aos meus filhos, Thiago, Matheus e Samuel por vibrarem e torcerem pela minha conquista. Ao professor Kleber por dedicar e aceitar a minha orientação. 4 AGRADECIMENTO A Deus, pela minha existência, inteligência e busca da sabedoria, espírito de luta e sede de vitória. Consegui Senhor! E cá estou! E sinto que sempre estavas comigo. Nas amizades conquistadas, nos momentos felizes, em cada conhecimento adquirido nos tropeços e desesperanças, até mesmo nos momentos mais difíceis, e noites de insônia sentia tua presença e teu calor a me afagar. OBRIGADA SENHOR! Ao professor Zootecnista Dr. Kleber Augusto Gastaldi pela real colaboração e orientação que com paciência me conduziu a finalização desta tarefa, grande amigo que soube me dar doses de incentivo. Ao meu esposo Jamilson Leandro Teodoro pelo amor e compreensão, foram tantas ausências. Aos meus filhos, Thiago, Matheus e Samuel pelo amor, ajuda e entusiasmo. Aos meus pais Antônio Alves de Souza e Zélia de Rezende Souza pelo apoio e vibração pela minha vitória. A todos meus colegas de faculdade. À Susana, Erilene, em especial a Marcela e André pela colaboração e parceria neste trabalho. A todo o corpo docente em especial à professora Engenheira Agrônoma e Mestre Sara Cajango Fávero que sem medir esforços me auxiliou na realização das analises bromatológica. 5 “A sabedoria é resplandecente, não murcha, mostra-se facilmente para aqueles que a amam. Se deixa encontrar por aqueles que a buscam. Ela se antecipa, revelando-se espontaneamente aos que a desejam. Quem por ela madruga não terá grande trabalho, pois a encontrará sentada junto à porta de sua casa. Refletir sobre ela é a perfeição da inteligência, e quem cuida dela ficará logo sem preocupações, ela mesma vai por toda a parte procurando os que são dignos dela: aparece a eles bondosamente pelos caminhos, e lhes vai ao encontro em cada um dos pensamentos deles. O principio da sabedoria é o desejo autêntico da instrução, e a preocupação pela instrução é o amor. O amor é a observância pelas leis da sabedoria. Por sua vez, a observância das leis é garantia de imortalidade. E a imortalidade faz com que a pessoa fique perto de Deus, portanto o desejo pela sabedoria conduz ao reino”. SABEDORIA 6, 12-19. 6 RESUMO Na produção de animais ruminantes, os alimentos volumosos são de extrema importância por representarem grande parte ou até mesmo a totalidade da alimentação. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a produção de massa verde e matéria seca da braquiária brizanta (Brachiaria brizantha cv. Marandú) e da braquiária mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) submetidas a diferentes dosagens de adubação nitrogenada nas condições edafoclimáticas do sudoeste goiano, entre 13 de março e 12 de dezembro de 2006. O experimento foi conduzido no Instituto de Ciências Agrárias da FIMES (ICA), na região de Mineiros, no sudoeste do Estado de Goiás e constitui-se de 24 parcelas experimentais de 12 metros quadrados que receberam as diferentes doses de adubação nitrogenada, de acordo com sorteio aleatório. Em cada parcela experimental, a vegetação foi cortada a 20 cm de altura do solo nas seguintes datas: 27/04, 22/08, 27/10 e 12/12 de 2006, resultando em intervalos entre os cortes de 45, 120, 60 e 45 dias respectivamente, aproximadamente. Os dados gerados foram analisados estatisticamente em um delineamento inteiramente ao acaso, em arranjo fatorial 2 x 4 (duas espécies forrageiras e quatro doses de adubação nitrogenada), com três repetições por tratamento. As produções médias de massa verde e de matéria seca foram superiores estatisticamente (P> 0,05) para a mulato somente no primeiro corte (14804 versus 8927 kg de massa verde por hectare e 3709 versus 2651 kg de matéria seca por hectare). A braquiária mulato mostrou capacidade de produção com maior teor de água na massa verde. Palavras-chaves: adubação, capim, nitrogênio, massa verde. 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Resultados da análise química do solo......................................................................26 Tabela 2. Produção de massa verde (kg/ha)..............................................................................30 Tabela 3. Porcentagem de amostra seca ao ar...........................................................................33 Tabela 4. Porcentagem de amostra seca em estufa...................................................................35 Tabela 5. Porcentagem da matéria seca total............................................................................37 Tabela 6. Produção de matéria seca (kg /ha)............................................................................40 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Precipitação pluviométrica........................................................................................25 Figura 2. Produção de massa verde (kg/ha)..............................................................................31 Figura 3. Porcentagem de amostra seca ao ar...........................................................................34 Figura 4. Porcentagem de amostra seca me estufa....................................................................36 Figura 5. Porcentagem de matéria seca total.............................................................................38 Figura 6. Produção de matéria seca (kg/ha)..............................................................................41 9 SUMÁRIO I - INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10 II - REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................. 12 2.1 - Capim Braquiária ............................................................................................ 12 2.2 - Morfologia das Braquiárias ............................................................................. 14 2.3 - Brachiaria brizantha cv. Marandú.................................................................... 14 2.4 - Brachiaria hibrida cv. Mulato.......................................................................... 16 2.5 - Produção de Matéria Seca ............................................................................... 18 2.6 - Adubação em Pastagens .................................................................................. 20 2.7 - Adubação Nitrogenada.................................................................................... 22 III - M ATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 25 IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 29 V - CONCLUSÕES .................................................................................................... 43 VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 44 ANEXOS.................................................................................................................... 48 10 I - INTRODUÇÃO Uma grande parcela do sucesso esperado na implantação de sistemas produtivos com animais ruminantes deve-se à correta escolha da espécie forrageira a ser utilizada na confecção das pastagens, assim como do seu correto manejo, evitando a degradação. Por isso, as pastagens devem ser consideradas culturas, necessitando, dessa forma, de tratos culturais para terem longa duração e fornecerem alimento na quantidade e com a qualidade adequada, que será eficientemente transformado em produtos de origem animal. As gramíneas do gênero braquiária representam a maior parte das pastagens cultivadas no Brasil, principalmente por terem se adaptado bem às condições edafoclimáticas locais e apresentarem boa tolerância ao pastejo. Segundo Santos et al. (1995), são plantas que se adaptam a diversas condições de solo e clima, existindo grande número de espécies adaptadas a baixa e a média fertilidade de solo. Devido a isso, várias espécies de braquiárias e, mais atualmente, híbridos deste gênero, têm sido colocados no mercado, sendo a mulato uma das últimas. É importante que se conheça a potencialidade da produção forrageira permitida pelo clima e pelas principais limitações edáficas locais, pois este é pré-requisito essencial ao desenvolvimento de qualquer estratégia de produção animal em pastagens (PEIXOTO et al., 1997; SANTOS et al., 1995). A preocupação com a formação de boas pastagens torna-se necessária e importante, pois pastagens bem formadas e, principalmente, manejadas adequadamente, tornam-se a fonte de nutrição mais completa e necessária aos animais, além de ser a forma mais econômica de se alimentar animais ruminantes. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi verificar a produção de matéria seca das braquiárias Marandú e Mulato, submetidos a cortes a 20 cm de altura e a diferentes teores 11 de adubação nitrogenada, com a finalidade de se verificar as respostas das mesmas nas condições edafoclimáticas da região sudoeste do Estado de Goiás. 12 II - REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 - Capim Braquiária As áreas de cerrados no Brasil têm na pecuária uma de suas principais atividades. Até o inicio da década de 70, essa atividade desenvolveu-se neste bioma de maneira empírica e como atividade extrativista, com pequena produtividade, utilizando-se predominantemente pastagens de capins gordura (Melinis minutiflora), colonião e guiné (Panicum maximum), jaraguá (Hiparrhenia rufa) e angola (Brachiaria mutica). A introdução de outras espécies do gênero braquiária, no inicio da década de 80, estabeleceu o marco inicial de transformação desta atividade, dentre as quais, a Brachiaria brizantha cv. Marandú se destacou (Kluthcouski et al., 2003). A grande maioria das brachiarias veio da África, algumas delas no tempo dos navios negreiros. O capim era jogado ao chão, no porão dos navios, servindo de cama para os escravos dormirem, e quando essas embarcações aqui chegavam, o mesmo era removido e jogado fora e, junto, iam suas sementes. Um exemplo deste fato foi a introdução do capim Jaraguá no Brasil. No caso das Brachiarias, a primeira a ser introduzida no Brasil foi a Brachiaria decumbens, no inicio da década de 70, importada da Austrália. Logo, suas sementes começaram a ser colhidas e se espalhou por todo o Brasil, mas, devido ao grande desmatamento verificado desde então, ocorreu um desequilíbrio ecológico e a cigarrinha adaptou-se a ela, provocando grandes estragos até hoje nesta espécie. A EMBRAPA trouxe ao país a Brachiaria brizantha, importada da África, que não era atacada pela cigarrinha, mas, 13 por outro lado, era mais exigente em fertilidade do solo. Posteriormente, vieram, em menor expressão, a Brachiaria humidicula, a Brachiaria dictioneura e a Brachiaria ruziziensis. As duas primeiras são muito adaptáveis às condições de várzea, enquanto que a última tem uma aceitabilidade muito boa pelos animais, sendo, entretanto, também bastante exigente em fertilidade do solo (PIRES, 2006). No Brasil, as gramíneas do gênero Brachiaria são conhecidas sob o prisma da forragicultura desde 1950. Entretanto, a sua verdadeira expansão ocorreu nas áreas de cerrado, nas décadas de 70 e 80, principalmente nas regiões de clima mais quente (ZIMMER et al., 1988). Estima-se que as espécies Brachiaria decumbens cv. Basilisk e Brachiaria brizantha cv. Marandú representam mais de 85% das áreas de pastagens do Brasil (PEIXOTO et al., 1994A), principalmente devido à incorporação da região do cerrado aos sistemas produtivos agropecuários nacionais. Entretanto, 80% destas áreas são consideradas como pastagens de baixa produtividade (CORAZZA, 2002). A brachiária é o capim mais plantado no Brasil, sendo usado nas fases de cria, recria e engorda dos animais, desde que seja bem manejada. O grande interesse dos pecuaristas pelas espécies de braquiárias se prende ao fato de serem plantas de alta produção de matéria seca, possuir boa adaptabilidade, facilidade de estabelecimento, persistência e bom valor nutritivo, além de apresentarem poucos problemas de doenças e mostrarem bom crescimento durante a maior parte do ano, inclusive no período seco (COSTA et al., 2005). Essa gramínea vem ocupando as áreas das pastagens nativas, que geralmente são de baixa produção e baixo teor de proteína bruta, ocasionando perda de peso dos animais na estação seca do ano. O capim braquiária adapta-se às mais variadas condições de solo e clima, ocupando espaço cada vez maior nos cerrados, com vantagens sobre outras espécies, devido a proporcionar produções satisfatórias de forragens em solos com baixa e média fertilidade (PEIXOTO et al., 1994A). 14 2.2 - Morfologia das Braquiárias Características morfológicas como altura da planta, relação colmo/folha, taxas de crescimento, dinâmica de perfilhamento, remoção de meristemas apicais, expansão foliar, entre outras, apresentam uma relação direta com a produtividade e qualidade da forragem, além de subsidiarem a adoção de práticas de manejo mais adequadas (COSTA et al., 2003). O gênero Brachiaria apresenta plantas herbáceas, eretas ou prostadas, anuais ou perenes, rizomatosas ou não, comumente emitindo raízes adventícias nos nós em contato com o solo. A bainha foliar é glabra ou pilosa, normalmente excedendo a dimensão dos internódios. A lígula é branca e hialina, formada por um curto anel membranáceo, apresenta lâmina foliar geralmente bem desenvolvida, lanceolada, de ápice acuminado, sendo glabra ou pilosa. A inflorescência é do tipo paniculiforme, geralmente formada por racemos unilaterais, nos quais se inserem as espiguetas sésseis ou pediceladas; a ráquis é triangular, angulada ou alada, glabra ou ciliada nas bordas; as espiguetas são solitárias ou aos pares, com a primeira gluma voltada em direção da ráquis da eflorescência, caráter que identifica prontamente o gênero (LEITÃO FILHO, 1977). 2.3 - Brachiaria brizantha cv. Marandú A Brachiaria brizantha [Hochst] Stapf. cv. Marandú, popularmente conhecida como capim braquiarão ou brizantão, tem origem na região de Zimbábue, na África do Sul, sendo uma planta que exige solos de média a alta fertilidade e precipitações pluviométricas mínimas de 1000 mm anuais para ter um bom desenvolvimento. Apresenta como características interessantes para o seu uso como planta forrageira, baixa relação folha/colmo, resposta muito boa à adubação, boa capacidade de rebrota, boa tolerância à seca, boa aceitabilidade pelos animais e média a alta resistência à cigarrinha das pastagens; e, como características negativas, uma média resistência às geadas e ao sombreamento e baixa resistência à solos 15 úmidos (encharcados). É uma planta que possui hábito de crescimento em touceira, tendo produção média de 12 a 20 toneladas por hectare/ano, com teor médio de proteína bruta de 10%. Deve ser plantada a 2 cm de profundidade e apresenta um tempo de formação de 80 a 100 dias. A altura de corte recomendada para esta espécie situa-se entre 30 a 40 cm (PIRES, 2006). A sua média a alta exigência em fertilidade do solo justifica-se por ter origem em uma região vulcânica da África, onde geralmente os solos apresentam bons níveis de fertilidade (BOGDAN, 1977, citado por MARI, 2003). O cultivar Marandú pode ser diferenciado de outros ecotipos de Brachiaria brizantha pela associação obrigatória das seguintes características: plantas sempre resoluta e com intenso afilhamento nos nós superiores dos colmos floríferos; porção de pêlos na porção apical dos entrenós; bainha pilosa e lâminas largas e longas, com pubescência apenas na face inferior e com margens não cortantes, raques sem pigmentação, arroxeada e espiguetas ciliadas no ápice (WALLS e SENDULSKY, 1984, citados por NUNES et al., 1988). É uma planta que apresenta ampla adaptação climática, até 3000 m acima do mar, com precipitação pluviométrica anual ao redor de 700 mm e boa resistência no inverno. Não tolera solos encharcados e ainda não foram verificados casos de fotossensibilização hepatógena em bezerros devido a sua utilização em pastagens. Esse cultivar tem mostrado boa resistência à cigarrinha das pastagens (SHELTON et al.; 1987; SKERMAN e RIVEROS, 1990; citado por PEIXOTO et al 1994A). É recomendada para cerrados de média e boa fertilidade, tolerando condições de acidez no solo. Tem mostrado bom valor forrageiro, alta produção de massa verde e alta produção de sementes viáveis. O processo mais indicado para o seu plantio é por sementes, usando aproximadamente 12,5 kg de sementes com 24% de valor cultural por hectare (PEIXOTO et al., 1994B). O cultivar Marandú é um ecotipo de Brachiaria brizantha que foi distribuído por várias regiões. Em 1977, esta gramínea foi fornecida ao Centro Nacional de Pesquisa de gado de Corte (CNPGC) da EMBRAPA, em Campo Grande, MS, sendo incluída no processo de avaliação de plantas forrageiras. O Centro de Pesquisa Agropecuária de Cerrados (CPAC), em Planaltina, DF, recebeu este cultivar em 1979. Após anos de estudos e avaliações, em 1984, o CNPGC e o CPAC lançaram este cultivar como mais uma alternativa para diversificação das áreas de pastagens no país (NUNES et al., 1988). Em Rondônia, o brachiarão (Brachiaria brizantha cv. Marandú) é a espécie forrageira mais importante para a alimentação dos bovinos de corte e/ou leite. A partir da introdução e avaliação agronômica de novos genótipos de Brachiaria brizantha no estado, foi possível a 16 identificação de acessos promissores, os quais poderão ser inseridos em sistemas de produção animal mais eficiente, técnica e economicamente, através do lançamento de novas cultivares (COSTA et al., 2007). 2.4 - Brachiaria hibrida cv. Mulato A Brachiaria híbrida cv. Mulato, popularmente conhecida como capim Mulato, tem origem no Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), na Colômbia, sendo uma planta com hábito de crescimento em touceira com tendência a decumbente. Apresenta média a alta exigência em fertilidade de solo e precipitações pluviométricas anuais mínimas de 600 mm, não tolerando solos úmidos (encharcados). Como planta forrageira, apresenta alguns pontos positivos, como alta resistência às geadas, média a alta resistência ao sombreamento, muito boa aceitabilidade pelos animais, sistema radicular profundo, tolerância à cigarrinha das pastagens, rápida rebrota, florescimento tardio e alto teor de proteína. A altura de corte recomendada para esta espécie é de 25 a 30 cm e tempo médio de formação da pastagem é de 60 a 90 dias. Em virtude de ser um híbrido, o custo da semente é maior do que das demais Braquiárias disponíveis atualmente no mercado (PIRES, 2006). O capim Mulato é um híbrido de capins Brachiaria, proveniente do cruzamento número 625 (Brachiária ruziziensis clone 44-6 com Brachiaria brizantha CIAT6297), realizado em 1988 pelo programa de pastos tropicais do CIAT. Na análise de sacos embrionários, o híbrido 625-06 mostrou ser uma planta sexual que, pelo seu vigor, foi selecionada em 1991 como progenitor feminino, para assim participar de um lote de cruzamentos formado por acessos adicionais de Brachiaria e por outros híbridos sexuais e apomíticos promissores (MILES, 1999, citado por GARCIA e NAVA 2006). Em 1993, uma das progênies deste híbrido (FM 9201/1873) identificou-se por sua uniformidade genética como apomítico, após participar em 1992 de um lote de recombinação (sexual/apomítico). A partir de 1994, foi incluído em uma série de ensaios regionais de tipo agronômico na Colômbia, México e países da América Central, onde o clone CIAT 36061 manifestou um elevado vigor e bom potencial de produção de forragem. A partir de 2000, iniciou-se a 17 produção e comercialização das sementes do pasto Mulato no México (CIAT, 1999, citado por GARCIA e NAVA, 2006). O capim Mulato é uma gramínea perene, vigorosa, de hábito perfilhado, decumbente e estolonífero, o que lhe permite uma alta capacidade de estabelecimento. A altura da planta, sem incluir a inflorescência, varia de 90 a 100 cm. Suas folhas são lineares, lanceoladas de cor verde intenso, com uma média de 35 a 40 cm de comprimento e de 2,5 a 3,0 cm de largura, apresentando abundante pubescência. A arquitetura da planta se caracteriza por apresentar um número de folhas que varia de 9 a 10 por talo, que se projeta vertical e horizontalmente até a cobertura vegetal, efeito que se traduz em uma estrutura de pastagem composta por uma elevada densidade e volume de folhas. Foi comprovado que estes fatores contribuem para o aumento do consumo de forragem e melhora da eficiência da utilização deste pasto. Seus talos, de cor verde intenso e com alta pubescência, são cilíndricos, de 55 a 80 cm de comprimento. Possui um sistema radicular profundo, o que lhe confere uma excelente resistência às condições de seca, além de comportar-se bem durante invernos onde as condições de baixas temperaturas e dias nublados prevalecem. Tem um excelente perfilhamento e recuperação ao corte, já que apresenta um mecanismo de rebrota por gemas basais ou coroa radical, e boa capacidade para emitir estolões que enraízam formando novas plantas, permitindo-lhe competir com êxito contra ervas daninhas e outras gramíneas indesejadas. Sendo uma gramínea perene, vigorosa, estolonífera e de rápida recuperação ao pastoreio ou corte, conserva sua característica apomítica, com produção de sementes férteis. Sua floração é tardia, ocorrendo no mês de outubro (hemisfério norte), o que favorece o aproveitamento de sua forragem. A inflorescência é uma panícula de até 40 cm de comprimento, com 4 a 7 racimos com fileira dupla de espiguetas, com uma média de 42 espiguetas de 2,4 mm de largura e 6,2 mm de comprimento (GUIOT e MELÉNDEZ, 2002). Por ser uma espécie relativamente nova, inclusive no Brasil, atualmente não existem muitas informações disponíveis na literatura a seu respeito. 18 2.5 - Produção de Matéria Seca O desenvolvimento de uma planta é caracterizado pelo aparecimento da haste primária, ou perfilho primário, a partir da semente, que, por sua vez, produz folhas seguindo um ritmo determinado geneticamente, que é função da ação da temperatura ambiente sobre o meristema apical (NABINGER, 1997). Cada folha produzida possui gemas axilares com características idênticas ao perfilho que lhe deu origem (GOMIDE, 1997). A contínua emissão de folhas e perfilhos garantem a restauração da área foliar à desfolha, garantindo a produção e a perenidade da pastagem (GOMIDE e GOMIDE, 1999). A produção de folhas num perfilho é um processo contínuo, existindo quatro tipos de folhas que apresentam características próprias durante o seu ciclo de vida: as folhas em expansão, que estão envolvidas pelo pseudo-colmo (crescimento); as folhas emergentes, apresentando as lâminas foliares visíveis; as folhas completamente expandidas, na fase de máximo desempenho fotossintético (maturidade) e; as folhas senescentes (GOMIDE, 1997). Indubitavelmente, os cerrados terão participação cada vez mais ativa na produção de carne e leite no Brasil, pois, nos trópicos, as condições climáticas favorecem a maior produção das plantas forrageiras. As forragens tropicais, tais como a braquiárias, são conhecidas pela adaptação às condições de clima e solos tropicais e produzem matéria seca em abundancia e durante todo o ano, se as condições de temperatura e de umidade do solo forem favoráveis (KLUTHCOUSKI et al, 2003). Segundo Botrel et al. (1999), as braquiárias, em geral, têm-se mostrado como plantas de elevado potencial de produção de matéria seca, além de serem satisfatoriamente aceitas por bovinos, proporcionando ganhos significativos de peso. Sendo que esta espécie sempre despertou muito interesse entre pesquisadores e produtores, devido as suas características morfológicas que proporcionam uma elevada produção de matéria seca e ampla adaptabilidade (JANK, 1995). A braquiária Brizanta produz cerca de 8 a 10 toneladas de matéria seca por hectare/ano (Alcântara et al., 1992), enquanto que braquiária Mulato produz cerca de 25 a 35 toneladas de matéria seca por hectare/ano (PIRES, 2006). Segundo Pupo (2002), a braquiária Brizanta cresce com relativa rapidez, proporcionando uma produção de 10 toneladas de matéria seca por hectare/ano de uma forragem de boa qualidade. 19 O capim Mulato produz ao redor 25 toneladas de matéria seca de forragem por hectare/ano (equivalente a 122 toneladas por hectare/ano de matéria verde), o que permite manter uma alta carga animal. Sua capacidade de recuperação permite pastoreios com 17 a 28 dias de descanso, com uma média de 85 rebrotes/cepa aos sete dias após o corte (GUIOT, 2003, dados sem publicação, citado por GARCIA e NAVA, 2006). Em observações realizadas em onze locais contrastantes da Rede Colombiana de avaliação de Brachiaria, o pasto Mulato teve rendimentos de forragem altos comparáveis a outros acessos de Brachiaria durante a época de chuva (4,2 toneladas de matéria seca por hectare a cada oito semanas) e, apesar da produção reduzir substancialmente durante a época seca (2,7 toneladas de matéria seca por hectare/ano a cada doze semanas), foram superiores a outras espécies conhecidas de Brachiaria, como a B. decumbens cv. Pasto Peludo (Basilisk) (CIAT, 1999, citado por GARCIA e NAVA, 2006). Em Huimanguillo, Tabasco, México, em solos fluvisóis de média fertilidade, na época das chuvas, obteve-se produções de 1,9 toneladas de matéria seca por hectare em cortes realizados a cada quatro semanas e superiores em época de seca, com 4,3 toneladas de matéria seca por hectare a cada seis semanas. Cabe mencionar que o terreno apresentou problemas de drenagem durante a época de chuvas, o qual pôde ter limitado seu rendimento nesse período (GUIOT, 2002, citado por GARCIA e NAVA, 2006). Na Costa Rica, em solos incetisóis de média fertilidade, com períodos de seca de entre cinco a seis meses, obtiveram-se rendimentos aceitáveis de forragem: 2.030 kg/ha nas chuvas e 903 kg/ha de matéria saca na seca. Contrastando, em outro local onde os períodos secos são mais curtos e as chuvas são mais fortes, os rendimentos foram menores, demonstrando a baixa adaptação que tem o pasto Mulato a locais com drenagem deficiente (ARGEL, 2003, citado por GARCIA e NAVA, 2006). Em uma avaliação a pasto para produção de carne, em solos vertisóis de Huimanguillo, Tabasco, México, com precipitação anual média de 2.250 mm, com problemas de drenagem, obteve-se altas produções de forragem, com médias mensais de 14,7 toneladas por hectare de forragem verde, o que demonstra o potencial de produção de forragem deste pasto. Uma característica adicional do capim Mulato é sua alta proporção de folhas (75%), diminuindo um pouco na época das chuvas, devido a seu rápido crescimento nesta época, aumentando, desta forma, a participação dos talos. Em Isla, Veracruz, México, com cinco a seis meses de seca, o pasto de capim Mulato apresentou uma maior disponibilidade de forragem durante a época de chuvas; a menor quantidade de forragem se obteve no período de seca, com valores 1,5, 1,1 e 0,89 toneladas por hectare de matéria seca. Em Huimanguillo, Tabasco, México, sob pastoreio, obteve-se uma cobertura inicial de 85% da área e, após um ano de pastoreio, concluiu com 87 %; esta boa taxa de cobertura se deve a 20 sua capacidade de crescimento estolonífero e a sua capacidade de competir contra ervas daninhas e outras plantas indesejáveis. O comportamento do pasto de capim Mulato no pastoreio de vacas da raça Pardo Suíço para produção de leite, com uma carga animal de quatro cabeças por hectare, apresentou produções mensais de forragem verde numa média de 18,6 toneladas por hectare. Sendo fevereiro e dezembro (época dos ventos) e abril a maio (época da seca), os meses de menor produção, com menos de 11 toneladas por hectare (MELÉNDEZ, 2002, citado por GARCIA e NAVA, 2006). 2.6 - Adubação em Pastagens A pecuária de corte nos cerrados, no período de expansão de sua produção, sofre, na atualidade, as conseqüências do modelo adotado. A exploração extrativa deflagrou processos de exaustão e degradação dos solos, condicionando a redução da capacidade produtiva das pastagens, principal ou exclusiva fonte alimentar dos rebanhos. Estima se que, dos 40 milhões de hectares de pastagens cultivadas, cerca de 80% encontra-se em algum estágio de degradação. O recurso forrageiro nativo, base alimentar do rebanho nos primórdios da exploração da região, acha-se restrito às áreas de reserva da propriedade, sendo, às vezes, marginais ou inaptas à exploração, devido ao seu baixo potencial forrageiro. O quadro se agrava quando se analisa a necessidade preponderante de modernização, ampliação da capacidade produtiva e competitiva exigida pelo setor frente aos novos competidores no mercado de carne (KLUTHCOUSKI et al., 2003). Segundo Mattos et al. (1986), na região Centro Oeste do Brasil, ainda que a produtividade possa ser alta em condições de manejo adequado, o elevado custo dos insumos necessários para ao estabelecimento de pastagens de alta produtividade tem feito com que grande parte da região mantenha-se como campo nativo e em condições de pastejo extensivo. Além disso, a maioria das pastagens formadas é de gramíneas puras, sem nenhuma adubação ou, quando muito, com uma adubação muito aquém daquela que seria desejável, o que as deixa com baixo potencial produtivo. 21 A fertilização em pastagens, visando corrigir ou melhorar teores de elementos como nitrogênio, fósforo e potássio nos solos, é uma questão bastante delicada e às vezes controvertida. Esse fato é devido à grande diversidade de forrageiras existentes que diferem sobremaneira entre si, não permitindo que somente uma recomendação geral seja válida para qualquer espécie. Outra causa é a grande variação no manejo utilizado em cada propriedade, que tende a modificar os teores dos diferentes elementos do solo. Há, ainda, o próprio fator solo, que determina diferentes disponibilidades dos elementos, necessitando uma atenção também especial (ALCÂNTARA et al., 1992). Segundo Martha Júnior e Vilela (2002), citados por Kluthcouski et al. (2003), em relação às pastagens, os sistemas mais utilizados continuam sendo aqueles extensivos, baseados no uso de plantas forrageiras adaptadas às condições edafoclimáticas da região. Nesses sistemas de produção, raramente se utilizam corretivos e/ou fertilizantes e o problema de baixa fertilidade do solo se agrava porque os solos ocupados por pastagens geralmente apresentam limitações quanto à fertilidade química natural, acidez, topografia, pedregosidade ou limitações de drenagem. As áreas de pastagem no Brasil compõem um ecossistema caracterizado por solos de estrutura físicas e químicas variáveis, que carecem de cuidados para manter a disponibilidade de nutrientes requeridos pelas plantas forrageiras. A fertilidade do solo é um fator de maior importância para a obtenção de pastagens de alta produção. Assim é que, práticas visando conservá-lo e melhorá-lo devem constituir uma rotina em explorações pecuárias (ALCÂNTARA et al., 1992). Segundo Macedo (2001), diversos fatores explicam o processo de degradação da pastagem: má formação inicial da pastagem causada pela ausência ou mal uso de práticas de conservação, preparo, correção da acidez e ou adubação do solo, sistemas e métodos de semeadura de plantio, manejo na fase de formação; manejo e práticas culturais, como o uso rotineiro de fogo, métodos, épocas e excesso de roçagem. Para a recuperação destas áreas é fundamental a melhoria da fertilidade do solo e o manejo adequado da planta forrageira (ANCHÃO, 1997). A caracterização do solo é realizada a partir de análises feitas do mesmo, a fim de avaliar a fertilidade e orientar o produtor a aproveitá-lo melhor, neutralizando os excessos de alumínio e manganês, fornecendo cálcio e magnésio, garante o aproveitamento adequado dos elementos, mantendo o pH adequado para a flora microbiana e melhorando os seus aspectos físicos (DIAS FILHO, 2007). 22 A calagem é efetuada com a finalidade de eliminar a acidez hidrolítica (elevar o pH) causada pela presença de íons H+ na solução do solo em pH abaixo de sete. Essa acidez reduz a disponibilidade de macro e micronutrientes às plantas, elevando os teores de elementos tóxicos (Al e Mn), reduzindo o fornecimento de cálcio e magnésio às plantas (PUPO, 2002). O manejo da fertilidade do solo em áreas de pastagens degradadas difere do realizado em áreas recém implantadas ou manejadas intensivamente a muitos anos. A resposta ao uso de fertilizantes em pastos degradados aumenta durante o processo de recuperação, apresentando alto acúmulo de nutrientes na parte aérea das plantas (OLIVEIRA et al., 2003 citado por OLIVEIRA 2005). Como as demais culturas, as forrageiras necessitam de fósforo, nitrogênio, potássio, enxofre, cálcio e magnésio, em quantidades razoáveis, para que possam apresentar um bom desenvolvimento (PUPO, 2002). O fósforo é fundamental desde os primeiros dias de vida da planta (imediatamente depois de esgotadas todas as reservas cotiledonares), favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular e o perfilhamento das forrageiras enquanto que o nitrogênio é predominantemente quantitativo (PUPO, 2002). Ainda segundo este autor, infelizmente, a maior parte dos solos brasileiros é pobre nesse importantíssimo elemento e a sua disponibilidade esta intimamente relacionada à acidez do solo, pois, em condições de pH baixo, torna-se insolúvel e, portanto, indisponível às forrageiras. 2.7 - Adubação Nitrogenada Segundo Pires (2006), durante o período das águas, a planta tem todas as condições favoráveis ao seu desenvolvimento (temperatura, umidade e luminosidade) e encontra-se em franca atividade metabólica, portanto, nessa época, as suas reservas nutricionais são mínimas, devendo o pecuarista tomar muito cuidado no manejo da pastagem. Na segunda metade do período das águas, a planta inicia um processo de sobrevivência, armazenando os nutrientes necessários para seu desenvolvimento nas regiões dos tecidos de reserva. Se realizarmos uma adubação nitrogenada nessa ocasião, estaremos induzindo a planta a um prolongamento da sua atividade além do normal, fazendo com que ela, após o termino do período das águas, 23 continue a sua atividade, entrando em processo de senescência (secamento) mais tardiamente, além de apresentar vigorosa rebrota após o início das chuvas. O nitrogênio é responsável pelo aparecimento e desenvolvimento de perfilho, tamanho de folhas e de colmos (NABINGER, 1997) e pelas elevadas produções das plantas forrageiras (PUPO, 2002). Assim, se houver baixa disponibilidade deste nutriente no solo, as plantas manifestaram menor crescimento, reduzindo a quantidade de perfilho e o tamanho das folhas e, como conseqüência, haverá redução no teor de proteína bruta, podendo tornar a forragem insatisfatória para fins de nutrição e alimentação animal (COSTA et al., 2005, DIAS FILHO, 2007). O nitrogênio, por sua vez, é dos principais nutrientes para as plantas, pois participa ativamente na síntese de compostos orgânicos que formam a estrutura do vegetal, tais como: aminoaçucares, aminas, vitaminas, pigmentos, aminoácidos, proteínas, ácidos nucléicos e moléculas de clorofila (MALAVOLTA, 1980; MENGEL e KIRKBY, 1987, citados por DIAS FILHO, 2007). A adubação nitrogenada é recomendada para pastagens exclusivas de gramíneas e de grande valia para as que possuem elevada produção de massa verde, como é o caso do colonião, capim elefante, sempre-verde, braquiárias, setárias, etc. Esse nutriente é perdido constantemente no solo, principalmente por lavagem e, assim sendo, é necessário que seja reposto para que seu uso não se torne limitante ao desenvolvimento da planta. A melhor época para aplicação da parcela principal do fertilizante nitrogenado é no final das chuvas, de modo a proporcionar maior produção de massa no inverno (ALCÂNTARA et al., 1992). Ainda com relação à adubação nitrogenada, pode-se afirmar que somente será interessante economicamente quando é feito um bom manejo dos pastos. Caso contrário, não deverá ser recomendado, devido ao desperdício da forragem produzida, que pode ser quantitativo (sobras de pasto) ou qualitativo (perda na digestibilidade e valor nutritivo pelo estágio de desenvolvimento). Desta forma, a adubação nitrogenada de pastagens deve ser planejada com o máximo de critérios (PUPO, 2002). O nitrogênio exerce uma ação de choque sobre as forrageiras, promovendo seu rápido crescimento, com grande produção de caule e folhas verde-escuros. Entretanto, a vegetação excessiva pode dar origem a sérios inconvenientes, como, por exemplo, a maior sustentabilidade às doenças, pois, mantendo-se verdes e tenros durante mais tempo, os tecidos tornam-se mais vulneráveis (PUPO, 2002). A fonte natural de nitrogênio no solo é a matéria orgânica, sendo que, com a sua decomposição, há a liberação deste nutriente, que é prontamente assimilável pelas plantas da 24 pastagem. No entanto, essa quantidade liberada, na maioria dos casos, não é suficiente para suprir adequadamente as necessidades das plantas. Em pastagens já estabelecidas a cinco anos ou mais, e que receberam a adubação recomendada pelo CPAC, observou-se que o principal nutriente que limitava a produção de A. gayanus, B. ruziziensis e B. decumbens era o nitrogênio. O nitrogênio é um dos principais nutrientes para as gramíneas forrageiras, pois, na maioria dos trabalhos realizados, tem proporcionado um aumento imediato e visível na produção da forragem. De uma maneira geral, os capins respondem à aplicação de doses altas de nitrogênio, havendo, normalmente, uma resposta linear até 200 kg de nitrogênio por hectare (MATTOS, 1986). 25 III - MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido nas dependências da Faculdade de Zootecnia e do Laboratório de Bromatologia, ambos localizados no Campus II - Instituto de Ciências Agrárias (ICA) - da Fundação Integrada Municipal de Ensino Superior (FIMES), na região sudoeste do Estado de Goiás, na BR-364, Km 312, a 17°27’16,14” de latitude sul e 52°36’9,85” de longitude oeste, a 800 metros de altitude em relação ao nível do mar. O clima nesta região apresenta temperatura média anual de 24,2°C e precipitação pluviométrica média anual entre 1.570 e 1.734 mm, sendo considerado quente, semi-úmido e notadamente sazonal, com verão chuvoso e inverno seco (Figura 01). Figura 01: Precipitação pluviométrica e temperatura média mensal do estado de Goiás. Fonte: INPE 26 O período de mensuração das produções de forragem e de coletas das amostras para determinação dos teores de matéria seca foi de abril a dezembro de 2006. As produções de forragens nos diferentes tratamentos experimentais foram determinadas em 24 canteiros de 12 metros quadrados cada (3 X 4 metros), sendo 12 plantados com braquiária brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) e 12 com braquiária mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato), distribuídos de forma inteiramente casualizada, conforme observa-se no Anexo 01. Para cada uma das duas espécies forrageiras avaliadas foram testadas quatro doses de adubação nitrogenada (0, 100, 200 e 300kg de nitrogênio por hectare) por um período aproximado de 12 meses, totalizando, desta forma, oito tratamentos experimentais. Para cada um dos oito tratamentos experimentais havia três repetições, totalizando os 24 canteiros mencionados (Anexo 01). O solo da área experimental foi classificado como neossolo quartzarênico típico, de acordo com a classificação brasileira de solos (EMBRAPA, 1999). Antes do plantio dos canteiros, toda a área experimental teve o solo corrigido, mediante análise de solo, para elevar a saturação de bases a 60% na profundidade de 0 a 20 centímetros, e recebeu adubação fosfatada e potássica, nas doses de 20kg de N, 100 kg de P2O5 e 60 kg de K2O por hectare. As análises química e física do solo foram realizadas no Laboratório de Solos da FIMES, situado no Campus II. De acordo com os resultados obtidos na análise química (Tabela 01), percebe-se que se tratava de um solo pobre, com acidez alta (pH< 4,5 CaCl2), nível médio de K+ trocável (entre 1,6 e 3,0 mmolc/dm3), e baixo P em resina (entre 6 a 12 mmolc/dm3), o Mg encontravase também em um nível baixo (< 4 mmolc/dm3) e a Saturação por Bases muito baixa (< 25 mmolc/dm3). O resultado obtido na análise física do solo acusou 17% de argila, 10% de silte e 82% de areia, sendo que, de acordo com estes valores, trata-se de um neossolo quartzarênico típico, concordando com a classificação da (EMBRAPA 1999). Tabela 01: Resultados da analise química do solo na camada de 0 a 20 cm de profundidade. Fonte: Laboratório de solos da FIMES Entre os canteiros, respeitou-se uma distância de um metro em todos os sentidos (Anexo 02). 27 No momento do plantio, em cada canteiro experimental, foram feitas 12 linhas de plantio, no sentido do maior lado, espaçadas 30 centímetros uma da outra, sendo que as duas linhas laterais foram confeccionadas a 20 centímetros das bordas. Nestas linhas, foram realizadas as semeaduras dos capins no dia 09 de dezembro de 2005, utilizando-se a taxa de semeadura de um grama de sementes por linha. No dia 13 de março de 2006, após 94 dias do plantio (Anexo 03), procedeu-se os cortes de uniformização dos canteiros, e realizaram-se as diferentes dosagens de adubações nitrogenadas. Os cortes foram realizados uniformemente a aproximadamente 20 centímetros do solo. Durante o intervalo de tempo entre o plantio e o corte de uniformização, foi realizado o controle mecânico e químico de plantas invasoras, dentro dos canteiros e nas ruas entre os mesmos, respectivamente (Anexo 03). Durante o período experimental, foram realizados quatro cortes da forragem disponível, a 20 centímetros do solo, em cada um dos 24 canteiros (Anexo 04), com a finalidade de se determinar as produções de matéria verde e as porcentagens de matéria seca ao ar (ASA) e de matéria seca em estufa (ASE) nos diferentes tratamentos experimentais. Nos momentos dos cortes, foram retiradas amostras de forragens (Anexo 05) que, após devidamente identificadas (Anexo 06), foram encaminhadas ao Laboratório de Bromatologia da FIMES para determinação da matéria seca (ASA e ASE). Diante dos resultados obtidos no campo e no laboratório, calculou-se as porcentagens médias de ASA e de ASE, assim como a de matéria seca total, e as produções totais de matéria verde e de matéria seca por hectare em cada tratamento experimental. As porcentagens de ASA foram determinadas dividindo-se o peso de uma determinada amostra, após permanecer em estufa a 65oC por 72 horas, pelo seu peso antes de ser inserida na estufa, descontando-se, de ambos os pesos, a tara do recipiente na qual se encontrava. Posteriormente, multiplicava-se o valor obtido por 100. Após a secagem a 65oC por 72 horas, procedeu-se a moagem das amostras em moinho tipo Willey, utilizando-se uma peneira com cravos de 1 milímetros aproximadamente. Após moagem dos materiais, procedeu-se a determinação das porcentagens de ASE. As porcentagens de ASE foram determinadas dividindo-se o peso de uma determinada amostra seca anteriormente a 65oC por 72 horas (ASA) e moída, após permanecer em estufa a 105oC por 12 horas, pelo seu peso antes de ser inserida na estufa, descontando-se, de ambos os pesos, a tara do recipiente na qual se encontrava. Posteriormente, multiplicava-se o valor obtido por 100. 28 Os cortes dos canteiros experimentais foram realizados nos dias 27 de abril, 22 de agosto, 27 de outubro e 12 de dezembro de 2006, com intervalo de tempo entre o corte de uniformização (13 de março de 2006) e o primeiro corte de 45 dias, entre o primeiro e segundo cortes de 117 dias, entre o segundo e o terceiro cortes de 66 dias e entre o terceiro e o quarto cortes de 46 dias. Estas variações nos intervalos de tempo entre os sucessivos cortes se devem às diferenças verificadas no crescimento das plantas forrageiras nas distintas épocas do ano no clima tropical. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente em um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 X 4 (duas espécies de capins e quatro doses de adubações nitrogenadas), totalizando, desta forma, oito tratamentos experimentais. Para cada tratamento havia três repetições, totalizando, desta forma, 24 parcelas experimentais (canteiros). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para auxiliar na interpretação dos resultados, foram determinadas equações de regressão polinomiais relacionando as diferentes doses de nitrogênio avaliadas e as respectivas produções de matéria seca e de matéria natural nos dois capins avaliados. As análises estatísticas e as equações de regressão foram obtidas com auxílio do programa computacional ESTAT 2.0, desenvolvido pelo Departamento de Ciências Exatas da Faculdade Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Jaboticabal, SP. 29 IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO A produção de massa verde das duas espécies forrageiras avaliadas só apresentou diferença significativa estatisticamente (P> 0,05) no primeiro corte após a uniformização dos canteiros, dia 27 de abril, sendo superior para a braquiária Mulato (14.804 versus 8.927 kg/hectare, respectivamente), enquanto que as quatro doses de adubos nitrogenados avaliadas só apresentaram diferença significativa no último corte realizado, dia 12 de dezembro, entre as dosagens de 200 e 100 kg de nitrogênio por hectare, obtendo-se 8.166 e 4.743 kg/hectare, respectivamente. Na Tabela 02 encontra-se descrito as produções de massa verde para cada espécie forrageira e cada dose de adubo nitrogenado avaliados no presente experimento. De maneira geral, verificou-se que os elevados coeficientes de variação obtidos não permitiram a verificação de mais diferenças significativas entre os diferentes tratamentos experimentais, apesar de existirem algumas diferenças numéricas acentuadas entre alguns tratamentos, por exemplo, nas respostas à adubação nitrogenada na primeira avaliação (corte), que variou de 9.929 a 13.104 kg por hectare para os canteiros que receberam nenhum ou 100 kg de nitrogênio por hectare/ano, respectivamente, e, mesmo assim, não se detectou diferença significativa estatisticamente (P > 0,05). Pelos valores médios observados na Tabela 02 e pela ilustração na Figura 02, verificase que o benefício da adubação nitrogenada é por pouco tempo e que, provavelmente, não se mantém de um ano para o outro e que, independente da espécie forrageira e da dose de adubo nitrogenado utilizado, a produção de massa verde foi muito pequena na época seca do ano, mesmo após praticamente quatro meses de intervalo entre os cortes (de 27 de abril a 22 de agosto). 30 Analisando-se as produções médias de todos os tratamentos experimentais ao longo de todo o período experimental na tabela 02, verifica-se que a braquiária Mulato e a adubação de 200 kg de nitrogênio por hectare proporcionou valores numericamente superiores em comparação à braquiária Brizantha (6.770 versus 5.714 kg/hectare para mulato e brizantha respectivamente) e as demais doses de adubação nitrogenada (0, 100 e 300 kg de nitrogênio por hectare) (7.390 versus 5.696, 6.146 e 5.735 kg/hectare, respectivamente). De maneira geral, verificou-se que a adubação com 300 kg de nitrogênio por hectare não proporcionou boa produção de massa verde, apresentando, inclusive, produções inferiores a adubação com 100 kg de nitrogênio por hectare. Esse fato sugere que, nas condições em que o experimento foi conduzido, o limite de resposta à adubação nitrogenada seja por volta de 200 kg de nitrogênio por hectare para ambas as espécies forrageiras avaliadas. Importante realçar que não houve interação entre as variáveis analisadas na tabela 2 (P> 0,05). Tabela 02: Produções de massa verde (em kg por hectare) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Data da amostragem 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Média Mulato 14.804 a 481 6.037 5.758 6.770 Brizantha 8.927 b 550 7.624 5.755 5.714 Capim Adubação (kg de N/hectare/ano) 0 9.929 596 7.322 4.938 ab 5.696 100 13.104 484 6.256 4.743 b 6.146 200 12.439 600 8.356 8.166 a 7.390 300 11.991 383 5.388 5.179 ab 5.735 Média 11.865 516 6.830 5.757 6.242 CV (%) 35,29 33,82 38,89 34,45 --- Médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna, dentro de uma mesma variável (espécie de capim ou adubação nitrogenada), diferiram estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. 31 15000 kg/ha 12000 Mulato Brizantha 0 100 200 300 9000 6000 3000 0 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Datas das amostragens Figura 02: Produções de massa verde (em kg/ha) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Considerando-se que o período total de avaliação neste experimento foi de 274 dias (de 13 de março a 12 de dezembro), que este compreendeu praticamente todas as estações do ano, e que foram realizados quatro cortes neste período, tem-se um tempo médio entre cortes sucessivos de 68,5 dias (274 divididos por 4). Dividindo-se o valor médio de produção de cada tratamento experimental (por hectare) por este valor (68,5), tem-se uma estimativa da produção média por dia/hectare em cada tratamento experimental, que, multiplicado por 365 (número de dias em um ano), resulta em uma estimativa da produção total média por hectare/ano em cada tratamento experimental. Desta forma, estimou-se neste experimento que as produções médias de massa verde, por hectare/ano, foram, aproximadamente, 36.074 e 30.447 kg para as braquiárias Mulato e Brizantha, respectivamente, e 30.351, 32.749, 39.377 e 30.559 kg para as adubações de 0, 100, 200 e 300 kg de nitrogênio por hectare/ano, respectivamente. Os valores de produção de massa verde obtidos neste experimento estão abaixo dos citados por Garcia e Nava (2006), que relataram produção de 122 toneladas por hectare/ano para a braquiária Mulato e que esta produziu 2,5 vezes mais do que a braquiária Brizantha nas mesmas condições. Neste experimento, como dito anteriormente, verificou-se maior produção de massa verde por hectare para a braquiária Mulato apenas no primeiro corte após a uniformização da área, sendo esta diferença de apenas 1,18 vezes, aproximadamente. Nas Tabelas e nas Figuras 03 e 04, encontram-se os valores médios obtidos na determinação das porcentagens da amostra seca ao ar (ASA) e de amostra seca em estufa (ASE), respectivamente, nas braquiárias Mulato e Brizantha e nas adubações de 0, 100, 200 e 32 300 kg de nitrogênio por hectare/ano. Estas análises tiveram a função principal de possibilitar o cálculo das porcentagens de matéria seca total nos diferentes tratamentos experimentais e, além disso, havendo diferenças significativas (P> 0,05) para estas análises entre os diferentes tratamentos, mas dentro de um mesmo período de avaliação, seria possível inferir sobre os principais fatores que poderiam levar a estas diferenças. Neste contexto, se poderia suspeitar de diferenças anatômicas, histológicas, fisiológicas, de hábitos de crescimento, de composições de parede celular, de arquitetura foliar e de alterações nas proporções de tecidos, por exemplo, entre tanto outros fatores, que poderiam ser decorrentes das diferentes espécies vegetais ou das diferentes doses de adubo nitrogenado avaliados. A idéia era que, detectandose diferenças nos teores de ASA e de ASE neste experimento, seria um subsídio para futuros trabalhos científicos nesta linha de pesquisa. Analisando-se os valores obtidos nas porcentagens de ASA nos diferentes tratamentos experimentais (Tabela 03), observam-se diferenças significativas estatisticamente entre as braquiárias Mulato e Brizantha em todas as datas de amostragem, exceto em 22 de agosto, referente ao período seco do ano. Constatou-se, nas condições em que este experimento foi desenvolvido, que a braquiária Mulato apresentou menores porcentagens de ASA em comparação à braquiária Brizantha. Esta constatação reforça os dizeres do parágrafo anterior e abre possibilidades de vários estudos para tentar elucidar e melhor explicar o porquê desta diferença, tentando-se relacionar os possíveis fatores envolvidos e suas implicações sobre este parâmetro. 33 Tabela 03: Porcentagens de amostra seca ao ar (ASA) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Data da amostragem 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Média Mulato 25,04 b 60,89 25,83 b 20,81 b 33,14 Brizantha 32,57 a 61,59 27,45 a 24,18 a 36,45 Capim Adubação (kg de N/hectare/ano) 0 29,01 ab 57,33 25,39 22,55 33,57 100 27,25 ab 68,00 27,09 23,04 36,35 200 23,74 b 57,06 26,46 21,70 32,24 300 35,21 a 62,56 27,63 22,68 37,02 Média 28,80 61,24 26,64 22,49 34,79 CV (%) 19,46 12,39 5,89 7,46 --- Médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna, dentro de uma mesma variável (espécie de capim ou adubação nitrogenada), diferiram estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Quanto aos efeitos das diferentes doses de adubos nitrogenados sobre as porcentagens de ASA, houve diferença significativa (P> 0,05) apenas para o corte do dia 27 de abril, cujos valores, em ordem decrescente, foram 35,21, 29,01, 27,25 e 23,74%, para as adubações com 300, 0, 100 e 200 kg de nitrogênio por hectare/ano, respectivamente. Como pode se observar ainda na Tabela 03, a adubação com 300 kg de nitrogênio por hectare/ano resultou em maior porcentagem de ASA no dia 27 de abril (final do período das águas e início do período seco do ano), e, apesar de não ter sido detectada diferenças significativas (P> 0,05), apresentou valores numericamente superiores nas demais amostragens no período das águas (dias 27 de outubro e 12 de dezembro). Apenas na amostragem no período seco do ano (dia 22 de agosto) tal superioridade não foi verificada, onde, nesta circunstância, a adubação com 100 kg de nitrogênio por hectare proporcionou valor numericamente superior. Na Figura 03 observa-se, na forma de gráfico, estas tendências supracitadas. 34 70 60 Mulato % 50 Brizantha 0 40 100 200 30 300 20 10 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Datas das amostragens Figura 03: Porcentagens de amostra seca ao ar (ASA) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Estas diferenças verificadas nos teores de ASA nas forrageiras submetidas às diferentes doses de adubação nitrogenada sugerem que estas provavelmente resultaram de diferenças anatômica e histológica das plantas, em função de diferentes taxas de perda de água e/ou de acúmulo de matéria seca devido a maior participação de talos em época ou situação de maior crescimento. Tais alterações poderão ser sugestões de futuros estudos visando esclarecê-los e visando determinar as suas possíveis interações sobre a capacidade de sobrevivências das plantas em ambientes hostis ou sobre a aceitabilidade das mesmas pelos animais ruminantes em regime de pastejo nas diferentes estações do ano. As porcentagens de ASE não diferiram entre as espécies e/ou doses de adubações nitrogenadas por hectare/ano avaliadas neste experimento, conforme se pode observar na Tabela 04, e apresentaram valores considerados normais para este tipo de análise. As variações entre os valores extremos em cada período experimental ficaram abaixo de dois pontos percentuais (Figura 04), o que está nos limites aceitáveis de variação para dentro de um mesmo tratamento experimental (repetições do mesmo tratamento experimental) e, portando, não podem ser consideradas diferenças entre os diferentes tratamentos experimentais. Não sendo detectado qualquer diferença significativa estatisticamente entre os tratamentos experimentais (P> 0,05), mesmo em condições de coeficientes de variação muito 35 baixos que é uma característica da metodologia de ASE (ao redor de 1,5%) como fora observados neste experimento. Tabela 04: Porcentagens de amostra seca em estufa (ASE) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Data da amostragem 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Média Mulato 92,67 94,49 92,82 92,12 93,03 Brizantha 93,40 93,25 92,97 92,52 93,04 Capim Adubação (kg de N/hectare/ano) 0 93,39 93,45 92,47 92,79 93,03 100 93,26 93,48 92,53 92,40 92,92 200 93,38 94,56 92,84 92,30 93,27 300 92,11 93,98 93,75 91,78 92,91 Média 93,03 93,87 92,90 92,40 93,05 CV (%) 1,54 1,94 1,75 1,29 --- Médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna, dentro de uma mesma variável (espécie de capim ou adubação nitrogenada), diferiram estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. 36 95 94 Mulato Brizantha 0 100 200 300 % 93 92 91 90 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Datas das amostragens Figura 04: Porcentagens de amostra seca em estufa (ASE) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Talvez, os valores um pouco superiores de porcentagem da ASE na amostragem do dia 22 de agosto (período seco do ano), em relação às demais amostragens no período das águas, possa ter sido devido a baixa umidade relativa do ar que naturalmente existe nesta época do ano nas condições em que o experimento foi conduzido, o que pode ter resultado em menor reabsorção de água pelas amostras no momento da moagem nesta época do ano, resultando, desta forma, em valores um pouco superiores de porcentagens de ASE em comparação às amostras que foram processadas no período das águas e, conseqüentemente, expostas a uma maior umidade relativa do ar. Ao se calcular a porcentagem de matéria seca total nos diferentes tratamentos experimentais, verificou-se pequena variação entre os valores médios dentro de uma mesma amostragem, sendo que, entre as duas espécies forrageiras avaliadas, a braquiária brizantha apresentou valores significativamente superiores nas amostragens realizadas nos dias 27 de outubro e 12 de dezembro em comparação à braquiária mulato, sendo que a amostragem do dia 22 de abril seguiu a mesma tendência (Tabela 05). Considerando a pouca variação verificada nas porcentagens de ASE entre os tratamentos experimentais, infere-se que esta foi devido às variações verificadas nos teores de ASA, que apresentaram tendências semelhantes (Tabela 03). O fato de não se verificar diferença significativa entre as duas espécies forrageiras avaliadas na amostragem do dia 22 de abril deve-se, provavelmente, ao maior coeficiente de variação obtido neste período (19,07%). Na amostragem do dia 22 de agosto 37 verificaram-se valores muito superiores de matéria seca total em todos os tratamentos experimentais e, mais uma vez, foi conseqüência direta das porcentagens de ASA obtidas no experimento para esta data. As condições climáticas, com a ocorrência de uma estação seca bem definida na região por um período de aproximadamente quatro meses, de maio a setembro (Figura 01), foram, provavelmente, responsáveis por este resultado. As maiores porcentagens de matéria seca total verificada na braquiária brizantha em comparação à braquiária mulato, nas amostragens realizadas no período das águas, podem ser um indicativo de que esta espécie possui maior e mais precoce deposição de tecidos de sustentação (esclerênquimas) e de vasos condutores de água e de produtos do metabolismo (xilema e floema, respectivamente), que, naturalmente, são mais fibrosos por apresentam células com grande espessura de parede celular e, proporcionalmente, menor quantidade de citoplasma, resultando em uma maior porcentagem de matéria seca total na planta como um todo. Este mesmo raciocínio poderia ajudar a esclarecer o seu menor teor de matéria seca no período seco do ano, apesar da ausência de diferença significativa estatisticamente, pois, estes mesmos tecidos, associados à cutina sobre a superfície das folhas, dificultam a perda de água pela planta em condições adversas, como no período seco do ano, por exemplo. Tabela 05: Porcentagens de matéria seca total das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Data da amostragem 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Média Mulato 26,03 58,27 24,02 b 19,56 b 31,97 Brizantha 30,41 56,04 25,51 a 22,39 a 33,59 Capim Adubação (kg de N/hectare/ano) 0 27,03 54,56 23,45 20,91 31,49 100 27,89 60,27 25,06 21,27 33,62 200 25,47 53,30 24,66 20,41 30,96 300 32,49 60,50 25,89 21,31 35,05 Média 28,22 57,16 24,76 21,09 32,81 CV (%) 19,07 13,27 6,12 7,03 --- Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, dentro de uma mesma variável (espécie de capim ou adubação nitrogenada), diferiram estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. 38 Segundo Garcia e Nava (2006) a braquiária Mulato se caracteriza por apresentar um número de folhas que varia de nove a dez por perfilho, que se projeta vertical e horizontalmente ao mesmo tempo até a cobertura vegetal, efeito que se traduz em uma estrutura de pastagem composta por uma elevada densidade e volume de folhas, contribuindo para o aumento do consumo de forragem e melhor eficiência de utilização pelos animais. Segundo estes autores, essa elevada densidade e maior volume de folhas pode ser responsável pelos menores teores de matéria seca total e de matéria seca ao ar verificados nesta espécie quando comparada com a braquiária Brizantha, já que, normalmente, as folhas apresentam menores teores de matéria seca quando comparadas aos talos das plantas, por apresentarem menores proporções de tecidos de sustentação e de vasos condutores de água e de seiva elaborada, resultante do processo de fotossíntese. Ao se comparar o gráfico da Figura 05 com o gráfico da Figura 03, observa-se valores médios diferentes, mas tendências muito parecidas das barras (diferentes espécies forrageiras) e das linhas (diferentes doses de adubação nitrogenada), mostrando uma forte associação entre as duas variáveis estudadas (porcentagem de ASA e porcentagem de matéria seca total, respectivamente). Desta forma, conclui-se que as mesmas inferências e considerações descritas para se explicar o comportamento das porcentagens de ASA nos diferentes tratamentos experimentais pode ser utilizado para se explicar as diferenças observadas nas porcentagens de matéria seca total, principalmente no que tange aos efeitos das diferentes doses de adubos nitrogenados por hectare/ano. 65 55 Mulato Brizantha 0 100 200 300 % 45 35 25 15 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Datas das amostragens Figura 05: Porcentagens de matéria seca total das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. 39 Nas avaliações de produção de matéria seca por hectare nos diferentes períodos experimentais (Tabela 06), verificou-se, na média, que a braquiária Mulato proporcionou maior valor que a braquiária Brizantha (1.621 versus 1.542 kg de matéria seca por hectare por corte, respectivamente), sendo inclusive, detectado diferença significativa (P < 0,05) na primeira amostragem, no dia 27 de abril, com superioridade para a braquiária Mulato (3.709 versus 2.651 kg de matéria seca por hectare por corte). Entretanto, chama atenção neste experimento o fato da braquiária Mulato ter estabelecimento mais rápido respondendo com uma produção bem maior do que a braquiária Brizantha apenas no primeiro corte e que esta superioridade não persistiu ao longo do experimento na estação seca e nem no início da estação chuvosa seguinte. Para esclarecer melhor esse comportamento, sugere-se a condução de mais experimentos desta natureza nas mesmas condições em que este foi desenvolvido, a fim de melhor elucidar tal fato. Quanto aos efeitos das diferentes doses de adubações nitrogenadas sobre a produção de matéria seca por hectare, verificou-se, na média, que a dosagem de 200 kg por hectare/ano proporcionou a maior produção média, 1.763 kg de matéria seca por hectare por corte, comparado às produções verificadas nas demais adubações (1.280, 1.534 e 1.614 kg de matéria seca por hectare por corte para 0, 100 e 300 kg de nitrogênio por hectare/ano). Entretanto, apenas na amostragem do dia 12 de dezembro se verificou diferença significativa, com superioridade apenas para a adubação com 200 kg de nitrogênio por hectare/ano em relação às demais, que apresentaram produções semelhantes estatisticamente (1.667 versus 1.014, 995 e 1.032 kg de matéria seca por corte, para as adubações com 0, 100 e 300 kg de nitrogênio/ano, respectivamente). 40 Tabela 06: Produção de matéria seca (em kg por hectare) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Data da amostragem 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Total Mulato 3.709 a 262 1.425 1.088 6.484 Brizantha 2.651 b 310 1.940 1.265 6.166 Capim Adubação (kg de N/hectare/ano) 0 2.638 297 1.172 1.014 b 5.121 100 3.278 310 1.553 995 b 6.136 200 3.004 314 2.065 1.667 a 7.050 300 3.802 223 1.400 1.032 b 6.457 Média 3.181 286 1.682 1.175 6.191 CV (%) 25,15 43,00 37,97 30,16 --- Médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna, dentro de uma mesma variável (espécie de capim ou adubação nitrogenada), diferiram estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Ao se comparar o gráfico da Figura 06 com o gráfico da Figura 02, observa-se valores médios diferentes, mas tendências muito parecidas das barras (diferentes espécies forrageiras) e das linhas (diferentes doses de adubação nitrogenada), mostrando uma forte associação entre as duas variáveis estudadas (produção de matéria verde e produção de matéria seca, respectivamente). Desta forma, conclui-se que as mesmas inferências e considerações descritas para se explicar o comportamento das produções de matéria verde por corte nos diferentes tratamentos experimentais podem ser utilizadas para se explicar as diferenças observadas nas produções de matéria seca por corte. Desta forma, pode-se, inclusive, estimar com relativa segurança a produção de matéria seca por corte em função da produção de matéria verde por corte ou vice-versa, por apresentarem, provavelmente, uma alta correlação positiva. 41 4000 3500 Mulato Brizantha 0 100 200 300 Kg/ha 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 27/04/06 22/08/06 27/10/06 12/12/06 Datas das amostragens Figura 06: Produções de matéria seca (em kg/ha) das braquiárias mulato (Brachiaria hibrida cv. Mulato) e brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandú) durante o período experimental. Segundo Pupo (2002), a braquiária Brizanta cresce com relativa rapidez, proporcionando uma produção de 10 toneladas de matéria seca por hectare/ano de uma forragem de boa qualidade, cuja análise bromatológica apresentou 6,29% de proteína bruta e 27,8% de fibra bruta na matéria seca. Alcântara e Bufarah (1992) verificaram que as braquiárias produziram cerca de 8 a 10 toneladas de matéria seca por hectare/ano. Com relação a mulato, Garcia e Nava (2006) relataram conteúdo de proteína bruta variando de 14 a 16%, com uma digestibilidade de até 62%, e produção ao redor 25 toneladas de matéria seca de forragem por hectare/ano, correspondendo a aproximadamente 122 toneladas de matéria verde por hectare/ano (20,49% de matéria seca total), permitindo manter uma alta carga animal por área. Em observações realizadas pela Rede Colombiana de Avaliação de Brachiaria, a mulato teve rendimentos de forragem altos e comparáveis a outros acessos de Brachiaria durante a época de chuva (4,2 toneladas de matéria seca/ha a cada oito semanas) e, apesar de reduzir substancialmente a produção durante a época seca (2,7 toneladas de matéria seca/ha a cada 12 semanas), ainda foi superior a outras espécies conhecidas de Brachiaria, como a B. decumbens cv. Pasto Peludo (Basilisk) (Ciat, 1999, citado por Garcia e Nava, 2006). Em Huimanguillo, Tabasco, México, em solos fluvisóis de média fertilidade, obtiveram-se produções de 1,9 a 4,3 toneladas de matéria seca/ha em cortes realizados a cada 4 a 6 semanas. Cabe mencionar que o terreno apresentou problemas de drenagem durante a época de chuvas, o qual pôde ter limitado o rendimento nesse período (GUIOT, 2002, citado por 42 GARCIA e NAVA, 2006). Segundo Argel (2003), citado por Garcia e Nava (2006), a mulato apresenta pouca adaptação em locais com drenagem deficiente, não sendo, portanto, uma gramínea adequada para solos que possam apresentar problemas de encharcamento excessivo. Com a finalidade de possibilitar extrapolar melhor os dados obtidos neste experimento para demais circunstâncias, foram determinadas as equações de regressão polinomial para as porcentagens de amostra seca ao ar (ASA), porcentagens de amostra seca em estufa (ASE), porcentagens de matéria seca total e produções de matéria seca por dia para as braquiárias Brizantha e Mulato, em cada um dos períodos experimentais avaliados nos sucessivos cortes (de 13 de março a 27 de abril, de 27 de abril a 22 de agosto, de 22 de agosto a 27 de outubro e de 27 de outubro a 12 de dezembro) (valor Y), em função de qualquer dosagem de adubo nitrogenado aplicado ao solo (valor X). Tais equações encontram-se no Anexo 11 deste trabalho. 43 V - CONCLUSÕES A braquiária Mulato apresentou maiores produções médias de massa verde e de matéria seca por corte apenas no primeiro corte (27 de abril) após a uniformização dos piquetes experimentais (13 de março) do que a braquiária Brizantha. Nas demais datas de amostragens não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos experimentais. As porcentagens de matéria seca ao ar da braquiária Mulato foram sempre inferiores ao da braquiária Brizantha, exceto na amostragem do dia 22 de agosto, quando não foram detectadas diferenças significativas, enquanto que para as porcentagens de matéria seca em estufa não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos experimentais em nenhuma das amostragens. Quanto às dosagens de adubos nitrogenados avaliados nas condições deste experimento, verificou-se diferença significativa na produção das forrageiras apenas na amostragem do dia 12 de dezembro, sendo que a adubação de 200 kg de nitrogênio por hectare proporcionou maiores produções, tanto de massa verde quanto de matéria seca, por corte. Estudos complementares deverão ser conduzidos a fim de se esclarecer melhor as justificativas das diferenças verificadas nos teores de materia seca nos diferentes tratamentos experimentais, assim como as suas influencias sobre as produções vegetal e animal. 44 VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA, P.B.; BUFARAH, G. Plantas forrageiras gramíneas e leguminosas. 3.Ed. São Paulo: Editora Nobel. p.28. 1992. ANCHÃO, P.P. Algumas considerações sobre pastos degradados. Piracicaba: Fundação Luiz de Queiros. 1997. p.1-4 (boletim do leite, 39). BOTREL, M.A.; ALVIM, M.J.; XAVIER, D.F. Avaliação de gramíneas forrageiras na região sul de Minas Gerais. 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ANEXO 07: B. Brizantha na borda superior e Mulato na borda inferior. ANEXO 08: Amostra em estufa a 105º. ANEXO 09: moagem das amostras. ANEXO 10: Pesagem das amostras. ANEXO 11: Equação de regressão polinomial. 49 Anexo 01. Distribuição dos canteiros na área experimental 50 Anexo 02. Área do experimento. Anexo 3. Realização do corte da forragem. 51 Anexo 4. Foram realizados quatro cortes após o estabelecimento. Anexo 5. Coleta do material verde. 52 Anexo 06: Identificação das amostras Anexo 07. Braquiaria brizantha na borda superior e mulato na inferior. 53 Anexo 08. Amostras em estufa a 105º. Anexo 09. Moagem das amostras. 54 Anexo 10. Pesagem das amostras. 55 Anexo 11. Equações de regressão polinomial para as porcentagens de amostra seca ao ar (ASA), porcentagens de amostra seca em estufa (ASE), porcentagens de matéria seca total e produções de matéria verde e seca por dia para as braquiárias Brizantha e Mulato, em cada um dos períodos experimentais avaliados nos sucessivos cortes (de 13 de março a 27 de abril, de 27 de abril a 22 de agosto, de 22 de agosto a 27 de outubro e de 27 de outubro a 12 de dezembro), em função da dosagem de adubo nitrogenado aplicado ao solo. MATÉRIA VERDE - MULATO Período Equação de Regressão Polinomial Média CV(%) Sig. Y = 307,926 + 2,20701244 X - 0,018113074 X2 + 0,00000360654 X3 328,98 29,21 NS Y = 5,54416 - 0,0366334 X + 0,000271795 X2 - 0,0000000604463 X3 4,12 61,52 NS Y = 99,13636 - 0,602963 X + 0,006158333 X2 - 0,00000147517 X3 91,47 35,03 NS Y = 112,6232 - 0,8351087 X + 0,01058587 X2 - 0,00000258551 X3 125,17 37,67 NS Média CV(%) Sig. 198,38 45,33 NS 4,70 46,82 NS 115,52 40,42 NS 13/03 a 27/04 27/04 a 22/08 22/08 a 27/10 27/10 a 12/12 Onde: X = kg de nitrogênio por hectare e Y = produção por dia no período; MATÉRIA VERDE - BRIZANTHA Período Equação de Regressão Polinomial 13/03 a Y = 133,363 + 0,65854311 X + 0,00058074 X2 - 0,000000600988 X3 27/04 27/04 a Y = 4,641026 - 0,0325261 X + 0,000390171 X2 - 0,0000000968186 X3 22/08 22/08 a Y = 122,7273 - 1,0307071 X + 0,011107829 X2 - 0,00000268207 X3 56 27/10 27/10 a Y = 102,087 - 1,489843 X + 0,019081522 X2 - 0,00000468164 X3 125,11 30,88 * Média CV(%) Sig. Y = 79,32593 + 0,388 X - 0,00434259 X2 + 0,00000107667 X3 82,44 18,71 NS Y = 2,447293 - 0,001472 X + 0,00000317664 X2 - 0,0000000122032 X3 2,24 40,36 NS Y = 21,54041 - 0,0555724 X + 0,00072803 X2 - 0,000000189983 X3 21,59 31,61 NS Y = 21,2029 - 0,1442995 X + 0,002143115 X2 - 0,000000500302 X3 23,20 36,49 NS Média CV(%) Sig. Y = 37,92593 + 0,039350622 X - 0,00210037 X2 + 0,000000394198 X3 58,91 33,68 NS Y = 2,655271 - 0,0011538 X + 0,0000038604 X2 - 0,0000000131054 X3 2,66 44,78 NS Y = 30,33333 - 0,2810521 X + 0,003089394 X2 - 0,000000743518 X3 29,39 40,37 NS Y = 22,86233 - 0,3038767 X + 0,003873189 X2 - 0,000000948188 X3 27,50 25,75 * 12/12 Onde: X = kg de nitrogênio por hectare e Y = produção por dia no período; MATÉRIA SECA - MULATO Período Equação de Regressão Polinomial 13/03 a 27/04 27/04 a 22/08 22/08 a 27/10 27/10 a 12/12 Onde: X = kg de nitrogênio por hectare e Y = produção por dia no período; MATÉRIA SECA - BRIZANTHA Período Equação de Regressão Polinomial 13/03 a 27/04 27/04 a 22/08 22/08 a 27/10 27/10 a 12/12 Onde: X = kg de nitrogênio por hectare e Y = produção por dia no período;