Nota Técnica sobre Coleta de Material para - SESAU

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Superintendência de Vigilância em Saúde – SUVISA
Gerência do Laboratório de Saúde Pública – LACEN
NOTA INFORMATIVA
(LACEN nº 3 – 13 de março de 2017)
Assunto: Coleta, acondicionamento e transporte de amostras biológicas em casos
suspeitos de raiva humana.
A Secretaria de Estado da Saúde – SESAU, por meio do Laboratório Central de Saúde
Pública – LACEN e considerando especialmente o alerta epidemiológico divulgado pela Secretaria
de Saúde do Estado da Bahia, em 9 de março de 2017, sobre a confirmação de um caso de raiva
humana (transmitida por morcego), elabora esta NOTA dirigida especialmente aos gestores e
profissionais de saúde de Alagoas, com o objetivo de orientar quanto à coleta, acondicionamento e
transporte de amostras biológicas em casos suspeitos de RAIVA HUMANA.
Importante!
 A raiva é uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal.
 Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la.
 A doença apresenta dois principais ciclos de transmissão: urbano e silvestre.
 O ciclo urbano passível de eliminação, por se dispor da vacinação tanto para o homem, como para cães e
gatos que são a principal fonte da infecção.
 Na América Latina, os morcegos hematófagos, principalmente o Desmodus rotundus, são os principais
transmissores, embora outras espécies sejam também importantes. A partir de 2004, os morcegos
hematófagos aparecem como o principal transmissor da raiva na América Latina e, em particular, no Brasil.
 O morcego pode albergar o vírus rábico em sua saliva e ser infectante antes de adoecer, por períodos
maiores que os de outras espécies. Um morcego é considerado suspeito de estar infectado com o vírus da
raiva quando for encontrado em horário, local e atitude não habitual.
Sobre o diagnóstico laboratorial da raiva humana
Quando há um paciente com suspeita clínica de raiva, ou seja, no caso de um paciente
suspeito que tenha vínculo epidemiológico e profilaxia antirrábica inadequada, o diagnóstico
laboratorial é de fundamental importância. Esse diagnóstico pode ser feito em vida (ante-mortem) ou
após o falecimento do paciente (post-mortem).
O diagnóstico ante-mortem pode ser realizado em decalques de células de córnea (Cornea
Test), na biópsia da pele da região da nuca (folículo piloso) ou da saliva, e do líquido
cefalorraquidiano (LCR), utilizando técnicas convencionais, como detecção de antígeno, detecção de
anticorpos e isolamento viral.
Sobre a coleta de amostras
As amostras coletadas devem ser encaminhadas ao LACEN no seguinte endereço:
Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN
Rua Doutor Ernesto Gomes Maranhão, 1773 – Jatiúca, Maceió/AL.
Os seguintes documentos e requisitos devem estar garantidos quando do envio de amostras
coletadas ao LACEN:
 Ficha de solicitação de exame;
 Ficha de notificação completa;
 Identificação dos fragmentos enviados;
 Data da coleta da amostra.
A) Coleta de amostras ante-mortem
Tipo de Amostra
Quantidade
Folículo piloso: amostra de biópsia de
pele da região da nuca com bisturi
descartável
Acondicionamento
Raspado de mucosa lingual
(dorso da língua)
Soro
Líquor
Técnicas Laboratoriais
Recipiente eppendorf
0,5 cm
(Atenção: não adicionar
solução; cada recipiente
deve conter uma só
amostra)
2
(Atenção: o bisturi não deve ser
reutilizado nem mesmo para coletar
amostra do mesmo paciente)
Saliva
Conservação
2 mL
Recipiente eppendorf
(colocar 1 ml em cada
frasco)
2 mL
Recipiente eppendorf
(colocar 1 ml em cada
frasco)
3 mL
Recipiente eppendorf
(colocar 1 ml em cada
frasco)
2 mL
Recipiente eppendorf
(colocar 1 ml em cada
frasco)
Freezer -70 °C
Soroneutralização em Cultura
Celular
RT-PCR – 3 dias para liberação
dos resultados.
Freezer -20 °C
B) Coleta de amostras post-mortem
Tipo de amostra
Sistema Nervoso Central SNC (cérebro, cerebelo e
medula)
Quantidade
Todo o SNS
Acondicionamento
Em frasco hermeticamente
fechado, com capacidade
maior que o tamanho da
amostra.
Conservação
Refrigerado por 24 horas
e congelado após esse
prazo.
Caso não seja possível
refrigerar, conservar em
solução salina com
glicerina a 50%.
Técnicas Laboratoriais
Imunofluorescência Direta: 48
horas para liberação dos
resultados.
Isolamento Viral (camundongos
e células): 30 dias para liberação
dos resultados.
NÃO UTILIZAR FORMOL.
Para esclarecimentos e informações adicionais contatar os seguintes profissionais
da equipe técnica do LACEN:
Magliones Carneiro - 3315-2763 / 98833-4136
Juliana Cavalcante - 99607-8653
Hazerral Oliveira - 3315-2731
Para esclarecimentos e informações adicionais sobre a vigilância epidemiológica da
raiva humana contatar na SESAU
Área Técnica de Vigilância e Controle da raiva: Silana Tenório [email protected]
(3315-1669 / 3315-4938)
Assessoria em Vetores, Zoonoses e Fatores Ambientais: Carlos Eduardo Silva carlos.eduar
[email protected] (3315-3774)
Gerência de Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis: Danielle Castanha
[email protected] (3315-1151/ 988334104)
Caso suspeito de raiva humana deve ser comunicado de imediato, por telefone ou email, ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde – CIEVS por meio:
 Do plantão 24 horas pelo telefone (82) 98882-9752;
De domingo a domingo, no horário de 8 às 17 horas, pelo telefone (82) 3315-2059, ou
CIEVS 08002845415
 Pelo e-mail: [email protected],
Para mais informações sobre o assunto:
Diagnóstico ante-mortem da raiva humana: anticorpos neutralizantes em soro e líquido
cefalorraquidiano
(2007).
Disponível
em
http://www.saude.sp.gov.br/resources/institutopasteur/pdf/artigos/diagnosticoante-mortemdaraivahumana_bepa_41_8_12.pdf
Método de diagnóstico antemortem da raiva humana por meio de técnicas de biologia molecular,
utilizando saliva e biópsia de pele da região da nuca (2013). Disponível em
http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180642722013000400001&lng=pt&nrm=iso
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento da raiva humana no Brasil (2008). Disponível em
http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742009000400008.
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