universidade ceuma - uniceuma pró-reitoria de pós

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UNIVERSIDADE CEUMA - UNICEUMA
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA
LISIANE LOBATO GOMES BORGES
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS, GONORREIA, HEPATITES B E C NO
MARANHÃO
São Luís
2015
LISIANE LOBATO GOMES BORGES
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS, GONORREIA E HEPATITES B E C NO
MARANHÃO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Biologia Parasitária como
parte dos requisitos para a obtenção do título
de Mestre em Biologia Parasitária.
Orientador: Profa. Dr. Sílvio Gomes Monteiro
Co-orientador: Profa. Drª. Andrea Monteiro
São Luís
2015
B732p
Borges, Lisiane Lobato Gomes.
Perfil Epidemiológico da Sífilis, Hepatite B e C e Gonorreia no
Maranhão/ Lisiane Lobato Gomes Borges - São Luís, 2015.
87p.:il.
Impresso por computador (Fotocópia)
Orientador: Sílvio Gomes Monteiro
Dissertação (Mestrado) – Mestrado em Biologia Parasitária.
Universidade CEUMA, 2015.
1. Sífilis gestacional. 2. Sífilis congênita. 3. Hepatite B. 4.
Hepatite C. 5. Gonorreia. I Título.
CDU: 618.3:616.972(812.1)
LISIANE LOBATO GOMES BORGES
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS, HEPATITE B E GONORREIA NO
MARANHÃO
A Comissão julgadora da Defesa do Trabalho Final de Mestrado
em Biologia Parasitária, em sessão pública realizada no dia
/
/
/,
considerou o (a) candidato(a)
(
) APROVADA
(
) REPROVADA
1) Examinador __________________________________
2) Examinador ___________________________________
3) Examinador ___________________________________
4) Presidente (Orientador)__________________________
Aos meus filhos, Márcio Guilherme e
Márcio Diego, milagres de Deus e
frutos de um grande amor.
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Deus, por ser essencial em minha vida e me fazer conhecer o
AMOR de variadas formas, elevando esse sentimento ao seu nível máximo, através
da maternidade.
Ao meu querido e eterno amor, Márcio Roberto Castro Borges,
vivo
através de mim e dos nossos filhos, presente de Deus em minha vida. Fonte de
força, sabedoria, obstinação, paciência e amor à vida. Nunca te esquecerei!
Aos meus filhos, Márcio Guilherme e Márcio Diego, presentes divinos.
Aos meus queridos pais Linaldo e Olda, por serem o meu alicerce, nessa
estrada da vida, aprendizado que levarei aos meus filhos . Verdadeiros amigos ,
presença constante em todos os momentos.
A minha irmã Lucylene, pela sua
amizade e companheirismo, estando presente em todos os momentos de minha vida
de forma generosa.
Ao meu sobrinho Cláudio Lucas, pelo seu carinho.
A toda minha família pela torcida nessa vitória.
Com carinho, dedico este trabalho.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao Prof. Dr. Silvio Gomes Monteiro, pela sua importante participação
como mediador na finalização deste trabalho e consequentemente, orientador de
alto nível. Obrigada, mesmo!
A Profª Dra. Andrea Souza Monteiro por sua disponibilidade e paciência
na realização deste trabalho.
À querida Profa. Dra. Maria Rosa Quaresma, por sua sabedoria em
contemporizar momentos de dificuldade.
Ao Prof. Dr. Marcos Augusto Grigolin Grisotto, por ser mais que um
coordenador de mestrado, preocupando-se com o aluno de forma humanizada e
justa.
A todos os docentes membros do colegiado, que compreenderam de
forma humana, toda a situação por mim vivida durante esses últimos anos,
propiciando a conclusão desse objetivo tão sonhado.
A todos os docentes e colegas do Programa de Pós-graduação em
Biologia Parasitária.
“Ainda que eu falasse as línguas dos
homens e dos anjos, e não tivesse
amor, seria como o metal que soa ou
como o sino que retine.”
I Coríntios 13
RESUMO
As Doenças Sexualmente transmissíveis (DSTs),
estão entre as principais causas
de busca por assistência no mundo, com consequências econômicas, sociais e
sanitárias
importantes.
Mesmo
com
campanhas
preventivas
e
avanços
diagnósticos, principalmente após o surgimento da síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDs), continuam tendo alta prevalência na população. Na atualidade as
DSTs, são consideradas de alta morbidez, em virtude de suas complicações sobre
a saúde, além de agravos em outros órgãos, como por exemplo as hepatites virais
B e C.
A atividade sexual sem preservativo, associada à promiscuidade,
determinam o risco de se adquirir uma DST em sua forma mais clássica, porém
outras formas de contágio, como transfusões sanguíneas, contatos com sangue
contaminado, além do compartilhamento de seringas por drogas ilícitas, tornam-se
grandes
responsáveis no aumento dessa estimativa. Nesse trabalho serão
abordados 5 principais DSTs: a sífilis gestacional, sífilis congênita, gonorreia e
hepatite B e C. Aspectos epidemiológicos no período de 2003 a 2013 no estado do
Maranhão serão analisados frente às variáveis mais relevantes de cada doença. Os
resultados obtidos confirmam altas incidências das 4 primeiras DSTs analisadas ,
no estado do Maranhão, como já informado previamente pela Organização Mundial
de Saúde(OMS), da ocorrência no Brasil de aproximadamente 12 milhões de casos
novos por ano, tornando-se um grave problema de saúde pública. No caso da
gonorreia, por não ser de notificação compulsória e tratada informalmente,
apresentou subnotificação extrema. Dentre todas as doenças analisadas, a que
apresentou maior relevância estatística no Maranhão foi a hepatite C, com grande
número de notificações. Doença silenciosa, capaz de em sua forma assintomática,
transformar-se em hepatocarcinoma a longo prazo. Com os dados obtidos, enfatizase a necessidade de contínuos e intensos Programas do governo no combate às
DSTs,
visando cada vez mais informar à população em todos os municípios e
povoados sobre os riscos de contágio dessas doenças e suas consequências. A
ampliação de unidades de saúde faz-se necessário, para a realização de diagnóstico
precoce e tratamento em especial às gestantes, evitando a transmissão vertical.
Palavras-chave: Sífilis Gestacional. Sífilis Congênita. Gonorreia.
Hepatite C.
Hepatite B.
ABSTRACT
The Sexually transmitted diseases (STDs) are among the leading causes for seeking
assistance in the world, with economic consequences, social and important health.
Even with preventive campaigns and diagnostic advances, especially after the
emergence of acquired immunodeficiency syndrome (AIDs), continue to have high
prevalence in the population. Nowadays STDs are considered high morbidity
because of its complications on the health, and diseases in other organs, such as
viral hepatitis B and C. The unprotected sexual activity, associated with promiscuity,
determine the risk to acquire an STD in its classical form, but other forms of infection,
such as blood transfusions, contact with contaminated blood, needle sharing the
addition of illegal drugs, they become responsible for the large increase in this
estimate. This work will address five major STDs: gestational syphilis, congenital
syphilis, gonorrhea and hepatitis B and C. Epidemiological aspects in the 2003-2013
period in Maranhão state will be analyzed regarding the most relevant variables of
each disease. The results confirm high incidences of 4/1 analyzed STDs in the state
of Maranhão, as previously reported by the World Health Organization (WHO), the
occurrence in Brazil of approximately 12 million new cases per year, becoming a
serious problem public health. In the case of gonorrhea, because it is not reportable
and treated informally presented extreme underreporting. Among all analyzed
diseases, with the highest statistical significance in Maranhão was hepatitis C, with
large numbers of notifications. Silent disease capable of in its asymptomatic form,
turn into long-term hepatocellular carcinoma. With the obtained data, it emphasizes
the need for sustained and intense government programs to combat STDs, aiming
increasingly informing the population in all towns and villages on the contagion risk of
these diseases and their consequences. The enlargement health units it is
necessary, to perform early diagnosis and treatment in particular for pregnant
women, preventing the vertical transmission.
Keywords: Gestational Syphilis. Congenital Syphilis. Hepatitis B. Hepatitis C.
Gonorrhea.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Associação da cor com a escolaridade da gestante com sífilis gestacional.
Período: 2003-2006 ................................................................................................
Tabela 2 - Distribuição do número de casos de sífilis gestacional, envolvendo a
associação da faixa etária x Cor/raça ......................................................................
Tabela 3 - Distribuição do número de casos de sífilis gestacional, envolvendo a
associação da faixa etária x teste não treponêmico ..................................................
Tabela 4 - Distribuição do número de casos de sífilis gestacional, envolvendo a
associação da faixa etária x teste treponêmico .........................................................
Tabela 5 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme sexo x municípios do
Maranhão que obtiveram maior número de casos. Período: 2003-2013...................
Tabela 6 - Distribuição de casos de sífilis congênita Maranhão X realização de Prénatal. Período: 2003-2013 .........................................................................................
Tabela 7 - Distribuição de casos conforme escolaridade em associação à cor/raça da
mãe. Período: 2003-2013 ..........................................................................................
Tabela 8 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme associação da faixa
etária da criança x cor/raça da mãe. Período: 2003-2013 .........................................
Tabela 9 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme diagnóstico final x
realização de pré-natal. Período: 2003-2013 ...........................................................
Tabela 10 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme escolaridade da mãe
x parceiro tratado. Período: 2003-2013 ....................................................................
Tabela 11 - Distribuição de casos conforme municípios x sexo. Período: 2003 -2013
Tabela 12 - Distribuição de casos de gonorreia x sexo. Período: 2003 -2013 ..........
Tabela 13 - Distribuição de casos de cor/raça x sexo. Período: 2003 -2013 ............
Tabela 14 - Distribuição de casos conforme municípios e sexo dos pacientes com
hepatite B. Período: 2003-2013.................................................................................
Tabela 15 - Distribuição de casos conforme faixa etária e sexo dos pacientes com
hepatite B. Período: 2003-2013.................................................................................
Tabela 16 - Distribuição de casos conforme faixa etária x cor/raça dos pacientes com
hepatite B. Período: 2003-2013.................................................................................
Tabela 17 - Distribuição de casos conforme municípios x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite B. Período: 2003 – 2013 ......................................
Tabela 18 - Distribuição de casos conforme fonte de infecção x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite B. Período: 2003 – 2013 ......................................
Tabela 19 - Distribuição de casos conforme municípios x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite B. Período: 2003 – 2013 ......................................
Tabela 20 - Distribuição de casos conforme fonte de infecção x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite C. Período: 2003 – 2013 ......................................
Tabela 21 - Distribuição de casos conforme evolução do paciente x sexo. Período:
2003 -2013 ...............................................................................................................
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DST
Doença Sexualmente Transmissível
AIDS
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
SG
Sífilis Gestacional
SC
Sífilis Congênita
OMS
Organização Mundial de Saúde
OPAS
Organização pan-americana de saúde
HIV
Vírus da Imunodeficiência Adquirida
VHA
Vírus da hepatite A
VHB
Vírus da hepatite B
VHC
Vírus da hepatite C
VHD
Vírus da hepatite D
VHE
Vírus da hepatite E
VHF
Vírus da hepatite F
VHG
Vírus da hepatite G
MS
Ministério da Saúde
PCR
Polymerase Chain Reaction
FTA-Abs
Fluorescent Treponemal Antibody Absorption
PNBR
Protocolo de Pré-Natal de Baixo Risco
VDRL
Veneral Disease Research Laboratory
CDC
Centers for Disease Control and Prevention
PHPN
Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento
PNESC
Programa Nacional para a Erradicação da Sífilis Congênita
EPI
Equipamento de proteção individual
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................
2.1 Sífilis Gestacional e Congênita ........................................................................
2.1.1 Agente etiológico, transmissão e patogênese .................................................
2.1.2 Manifestações Clínicas da Sífilis .....................................................................
2.1.3 Modo de transmissão da Sífilis ........................................................................
2.1.4 Diagnóstico.......................................................................................................
2.1.4.1 Diagnóstico pré-natal ....................................................................................
2.1.5 Aspectos Sócio- epidemiológicos da Sífilis Gestacional e Congênita ..............
2.2 Gonorreia – Agente Etiológico, Transmissão e Patogênese .........................
2.2.1 Manifestações Clínicas.....................................................................................
2.2.1.1 Gonorreia no Homem ....................................................................................
2.2.1.2 Gonorreia em Neonatos ...............................................................................
2.2.2 – Diagnóstico da Gonorreia ..............................................................................
2.2.2.1 Diagnóstico Diferencial ..................................................................................
2.2.2.2 Diagnóstico Clínico ........................................................................................
2.2.3 Diagnóstico Laboratorial ...................................................................................
2.2.4 Tratamento .......................................................................................................
2.2.5 Perfil sócio – epidemiológico da Gonorreia ......................................................
2.3 Hepatite B e Hepatite C .....................................................................................
2.3.1 Manifestações clínicas das hepatites virais ......................................................
2.3.2 Hepatite B – agente etiológico, transmissão e patogênese ..............................
2.3.2.1 Diagnóstico da hepatite B..............................................................................
2.3.2.2 Tratamento ....................................................................................................
2.3.2.3 Imunizações ..................................................................................................
2.3.3 Hepatite C – agente etiológico, transmissão e patogênese..............................
2.3.3.1 Diagnóstico ...................................................................................................
2.3.3.2 Tratamento ....................................................................................................
2.3.4 Perfil sócio - epidemiológico das hepatites B e C .............................................
2.4 Justificativa ........................................................................................................
3 OBJETIVOS .........................................................................................................
3.1 Geral
.........................................................................................................
3.2 Específicos ........................................................................................................
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................
4.1 Tipo de Estudo ..................................................................................................
4.2 Local da Pesquisa e Período ...........................................................................
4.3 Análise Estatística .............................................................................................
5 RESULTADOS .......................................................................................................
5.1 Sífilis Gestacional .............................................................................................
5.2 Sífilis Congênita ................................................................................................
5.3 Gonorreia .........................................................................................................
5.4 Hepatite B .........................................................................................................
5.5 Hepatite C .........................................................................................................
6 DISCUSSÃO .........................................................................................................
6.1 Sífilis Gestacional e Congênita ........................................................................
6.2 Gonorreia .........................................................................................................
6.3 Hepatites Virais .................................................................................................
6.3.1 Hepatite B.........................................................................................................
6.3.2 Hepatite C ........................................................................................................
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................
REFERÊNCIAS.....................................................................................................
ANEXOS
.........................................................................................................
1 INTRODUÇÃO
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) constituem em nível
mundial, um dos problemas de saúde mais comuns. Apesar de se desconhecer sua
real magnitude, estima-se que nos países em desenvolvimento, estejam entre as
cinco principais causas de busca por serviços de saúde, principalmente após o
surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida(AIDs) (OMS, 2005).
Dentre as DSTs, a sífilis apresenta maior transmissibilidade no período
gravídico-puerperal (MESQUITA et al, 2012).
No decorrer dos últimos anos, tem-se verificado um grande aumento na
prevalência
da
sífilis
gestacional
(SG)
em
países
desenvolvidos
e
em
desenvolvimento, promovendo consequentemente, aumento da incidência da sífilis
congênita (SC). Os fetos de gestantes com sífilis não tratadas ou inadequadamente
tratadas, serão infectados em 50 a 80% dos casos, podendo evoluir com parto
prematuro, aborto ou natimorto em até 40% das gestações. O agente infeccioso
dissemina-se hematogênicamente para o concepto, por via transplacentária, sendo
responsável por altos índices de morbimortalidade (BRASIL, 2006). Por sua vez, os
recém-nascidos, não tratados, evoluirão para um quadro de sífilis congênita tardia,
caracterizada por surdez e dificuldades no aprendizado, com limitações por toda a
vida. A sífilis, quando comparada à transmissão vertical do HIV, representa pior
ameaça à saúde da criança. Paradoxalmente, se a sífilis gestacional for
adequadamente tratada, apenas 1 a 2% dos recém-nascidos nascerão com sífilis
congênita, demonstrando a necessidade do diagnóstico precoce e tratamento
(NORWITZ, 2012; ZUGAIB, 2008).
A sífilis é uma doença de fácil diagnóstico por apresentar testes
sensíveis, tratamento efetivo e baixo custo, sendo patologia de rastreio obrigatório
no protocolo de assistência pré-natal do Ministério da Saúde (ZUGAIB, 2008).
No ano de 1986, o Brasil inseriu a SC, na lista de doenças de notificação
compulsória, tornando-se em 1995, signatário da Resolução CE116/14 da
Organização Pan-Americana (OPAS), tendo como meta, a erradicação da
enfermidade até o ano de 2000, período do surgimento do Plano de Controle da
Sífilis, baseado na qualificação da assistência, diagnóstico e tratamento da doença
(BRASIL, 2006).
Em 2005, a SG, tornou-se doenças de notificação compulsória. A
subnotificação tornou-se um grande empecilho na real estimativa da sífilis, visto que
apenas 32% dos casos são notificados para fins de vigilância epidemiológica
(BRASIL, 2006).
A sífilis é uma doença de fácil diagnóstico por apresentar testes
sensíveis, tratamento efetivo e baixo custo, sendo patologia de rastreio obrigatório
no protocolo de assistência pré-natal do Ministério da Saúde.
O êxito no tratamento da gestante, depende também do tratamento do
parceiro, constituindo peça fundamental na total erradicação do agente. Fato esse,
em grande parte, pouco informado nos serviços de saúde ou negligenciado pelos
parceiros. O número de casos de parceiros não tratados tem se apresentado
superior ao de parceiros tratados, mostrando grande dificuldade na quebra da
cadeia de transmissão (QIN, 2014).
Por ser uma doença relacionada ao sexo, a Organização Mundial de
Saúde (OMS) estima a ocorrência de aproximadamente 12 milhões de casos novos
de sífilis a cada ano (FIGUEIRÓ-FILHO, 2012).
A SG e SC, necessitam de redução da sua incidência para menos de um
caso por mil nascidos vivos. Para isso, medidas preventivas no pré-natal e em
maternidades, visam identificar gestantes com sífilis e tratamento imediato com
penicilina, concluído em até 30 dias antes do parto (MESQUITA et al, 2012).
Em 2008, dados da OMS revelaram que 12 milhões de pessoas, sendo
cerca de dois milhões gestantes, encontravam-se infectadas pelo pela sífilis no
Brasil. Estudos epidemiológicos nacionais alertavam, ainda, quanto ao aumento da
incidência da enfermidade no mundo (ARAÚJO et al, 2012).
No período de 1998 a 2005, foram notificados 29.396 casos notificados
de sífilis congênita. Valor este, inconsistente com a realidade, pois dados do
Ministério da Saúde, informam um aumento da incidência de 1,3 casos por mil
Nascidos Vivos em 2000 para 1,6 casos em 2004 (BRASIL, 2006).
No período de 2007 a 2010, foram notificados 537 casos de Sífilis
Congênita no Maranhão, valor que representa 10,77 casos novos por mil nascidos
vivos, muito superior à meta estimada de um caso para cada mil nascidos vivos,
estabelecida pela OPAS e
Programa Nacional para a Erradicação da Sífilis
Congênita do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010).
A gonorreia constitui uma das doenças humanas mais antigas
conhecidas, havendo referências da uretrite venérea nos escritos chineses, no
Velho Testamento Bíblico e em outras literaturas da antiguidade. É uma doença
infecciosa do trato urogenital, bacteriana, transmitida quase que exclusivamente por
contato sexual ou perinata (PIAZZETTA, 2011).
A gonorreia, permanece de difícil controle, apresentando grande
influência
dos
fatores
demográficos,
sociais
e
comportamentais
em
sua
epidemiologia, apesar da disponibilidade de uma terapêutica antimicrobiana eficaz.
Considerando a mudança de conhecimentos a respeito da gonorreia,
ocorrida nos anos 90, podemos dividir essa doença em duas fases: a gonorreia
antes dos anos 90 e a dos anos 90, essa última caracterizada pelo desvendar das
interações patógeno - hospedeiro, de sua virulência, mecanismos de resistência e
da associação entre gonorreia e infecção pelo HIV, sendo essa última capaz de
provocar uma mudança na história natural da gonorreia e de tornar a terapêutica
mais difícil (PIAZZETTA, 2011). Outro agravante referente à gonorreia é o seu
tratamento
informal
em
farmácias,
estimulando
sua
automedicação
e
consequentemente subnotificação de dados epidemiológicos. (WEN-QUING, 2015).
Muitas pesquisas epidemiológicas, estão sendo realizadas, não só no
enfoque da gonorreia como DSTs, mas por sua relação ao surgimento de câncer de
próstata (WEN-QUING, 2015).
A prevenção da gonorreia, depende de campanhas educativas para o
uso de preservativos e de orientações específicas sobre o tratamento eficaz para
alcançar uma melhor utilização dos antibióticos e diminuição da resistência do
agente etiológico aos medicamentos, principalmente na população de baixa renda
(GIGUERE, ALARY, 2015).
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes
etiológicos, de distribuição universal, tendo em comum o hepatotropismo. Possuem
semelhanças do ponto de vista clínico-laboratorial, porém apresentam, importantes
diferenças epidemiológicas e quanto à sua evolução. Os últimos 50 anos, foram de
notáveis conquistas no que se refere à prevenção e ao controle das hepatites virais.
Os mais significativos progressos, foram à identificação dos agentes virais, o
desenvolvimento de testes laboratoriais específicos, o rastreamento de indivíduos
infectados e o surgimento de vacinas protetoras ( FERREIRA, 2004)
Para fins de vigilância epidemiológica, as hepatites podem ser
agrupadas de acordo com a maneira preferencial de transmissão em fecal-oral
(vírus A e E) e parenteral (vírus B, C, D); mas são pelo menos sete os tipos de vírus
que já foram caracterizados: A (VHA), B (VHB), C (VHC), D (VHD), E (VHE), F
(VHF) e G (VHG). Uma das principais características que diferenciam esses vírus é
a sua capacidade (ou incapacidade) de determinar infecções crônicas; outra é a
possibilidade de ocasionar comprometimento sistêmico relevante como o VHB e
VHC, alvo do nosso estudo (FERREIRA, 2004).
De acordo com a OMS só no ano 2000 houve uma estimativa de 400
milhões de indivíduos infectados pelo VHB, aproximadamente 5% da população
mundial da época. Admite-se que a infecção evolui para a cura em 90% a 95% dos
casos e para o estado de portador crônico nos restantes 5% a 10%; a infecção
persistente pode resultar também em cirrose, insuficiência hepática e carcinoma
hepatocelular (OMS, apud ALVES, 2002).
Por sua vez, a infecção pelo VHC é considerada por muitos especialistas
a doença infecciosa crônica mais importante em todo o mundo devido a sua
evolução silenciosa e crônica para cirrose hepática e hepatocarcinoma. Estima-se
que existam 90 milhões de infectados pelo VHC no mundo e cerca de 3 milhões no
Brasil (CARRILHO, 2003).
As hepatites crônicas relacionadas ao VHB e VHC e suas complicações
têm importantes implicações econômicas, seja pela ausência no emprego ou custo
hospitalar do tratamento, inclusive em casos de transplante de fígado em pacientes
com a doença em estado terminal.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Sífilis Gestacional e Congênita
2.1.1 Agente etiológico, transmissão e patogênese
A sífilis é uma doença infecto - contagiosa sistêmica, de evolução
crônica, com distribuição mundial, transmitida pelas vias sexual, parenteral e
vertical, tendo como agente etiológico a bactéria denominada Treponema Pallidum,
subespécie pallidum (MESQUITA et al, 2012).
A transmissão é predominantemente sexual. Os treponemas penetram
na mucosa através de pequenas erosões ocorridas durante a relação sexual, porém
a presença de processo inflamatório do colo uterino facilita a penetração das
bactérias. Pode também ser transmitida por via transplacentária e em casos mais
raros, através de acidentes com pérfuro-cortantes e tatuagens. Após penetrarem
nas mucosas elas alcançam a corrente linfática em horas ou dias. O período de
incubação varia de 10 a 90 dias (HAWKES, 2013).
2.1.2 Manifestações Clínicas da Sífilis
a) Sífilis Primária
Caracteriza-se pela presença do cancro duro, indolor e de bordos
elevados. Ocorre no local de inoculação da espiroqueta, podendo estar presente na
região genital ou extragenital. Nas mulheres, o local mais comum de apresentação
do cancro duro é no colo uterino ou na mucosa vaginal ou vulvar, portanto, por ser
indolor, geralmente passa despercebido. Apresenta resolução espontânea entre 2 a
8 semanas (NORWITZ, 2012).
b) Sífilis Secundária
Caracteriza-se pela disseminação sistêmica da espiroqueta, quando não
tratada. As manifestações clínicas caracterizam-se por um exantema maculo
papular disseminado, incluindo região palmar (Figura 6) e plantar, não atingindo a
face. As manifestações clínicas podem surgir de 6 semanas a 6 meses após o
surgimento do cancro duro e, resolvem-se espontaneamente em 2 a 6 semanas
(NORWITZ, 2012).
c) Sífilis Latente
Geralmente é subclínica. O risco maior de transmissão nessa fase é a
transplacentária, onde ocorre mais comumente a disseminação sanguínea da
espiroqueta, pode ocorrer nos primeiros quatro anos após o primeiro contágio com
o treponema (NORWITZ, 2012). De acordo com a classificação do Manual de prénatal do Ministério da Saúde (MS), sua duração é variável (BRASIL, 2012).
d) Sífilis Terciária
Ocorre em um terço dos pacientes não tratados, sendo rara de ser
encontrada devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos, como amoxicilina,
ceftriaxona, doxiciclina e eritromicina. As manifestações clínicas incluem a forma
de goma, doença cardiovascular e a neurossífilis, podendo se manifestar entre 5 a
20 anos após ter se tornado latente, portanto rara em mulheres em idade fértil
(NORWITZ, 2012).
2.1.3 Modo de transmissão da sífilis
a) Sífilis Adquirida
Apresenta transmissão predominantemente sexual e pode se manifestar
como sífilis primária, secundária, latente ou terciária. A gestante se enquadra nesse
modo de transmissão e pode apresentar uma dessas classificações clínicas, sendo
a mais comum a sífilis latente, diagnosticada através de exames sorológicos de
rotina (BRASIL, 2012).
b) Sífilis Congênita
Apresenta transmissão transplacentária, ou diretamente, através das
secreções vaginais no momento do parto, podendo acometer o feto quando da
infecção da gestante, se essa realizar o tratamento inadequado ou não realizá-lo. O
risco de acometimento fetal varia conforme a fase clínica da doença durante a
gestação. Se a sífilis na gestante não tratada estiver na fase primária o risco de
acometimento fetal varia de 40 a 90%, uma vez que o número de espiroquetas
circulantes é maior em relação às outras fases da doença. Em contrapartida, se a
gestante estiver apresentando a sífilis latente o risco de acometimento fetal varia de
10 a 40% (HAWKES, 2013).
2.1.4 Diagnóstico
Diagnóstico Para a sífilis gestacional, utiliza-se como critério de
diagnóstico, conforme Manual de Bolso com as Diretrizes de Controle da Sífilis
Congênita do Ministério da Saúde, a gestante que durante o pré-natal apresente
evidência clínica e/ou sorologia não - treponêmica reagente (VDRL é o mais
utilizado), com teste treponêmico positivo ou não realizado (como o FTA-Abs)
(BRASIL, 2006).
Com a finalidade de erradicar essa patologia durante a gestação o
Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN) do Ministério da
Saúde, criado pela Portaria nº 569 de 1/6/2000 preconiza, desde 2002, a realização
obrigatória de três testes de VDRL, sendo dois na gravidez: o primeiro, na primeira
consulta, idealmente no primeiro trimestre (antes da 14ª semana de gestação) e o
segundo, na trigésima semana, o que é preconizado para assistência pré-natal em
todo o Brasil. O terceiro VDRL deve ser realizado no momento da admissão
hospitalar (BRASIL, 2012).
Para a sífilis gestacional, utiliza-se como critério de diagnóstico, conforme
Manual de Bolso com as Diretrizes de Controle da Sífilis Congênita do Ministério da
Saúde, a gestante que durante o pré-natal apresente evidência clínica e/ou
sorologia não - treponêmica reagente (VDRL é o mais utilizado), com teste
treponêmico positivo ou não realizado (como o FTA-Abs) (BRASIL, 2006).
2.1.5 Aspectos Sócio-epidemológicos da Sífilis Gestacional e Congênita
Considerando o perfil sócio epidemiológico da sífilis observamos na sua
evolução histórica que nos anos 40, concomitante a descoberta da penicilina,
ocorreu a diminuição da infecção pelo Treponema pallidum. Como muitos
pensavam que a doença estava controlada, o controle epidemiológico foi reduzido,
aumentando sua incidência na década de 60, com as mudanças de comportamento
da sociedade, especificamente voltadas à liberdade sexual e ao uso de
contraceptivo oral, ressurgindo e aumentado em número de casos essa e outras
DST´s (HILDEBRAND, 2010).
A sífilis está predominantemente associada a grupos socialmente
desfavorecidos, os quais tendem a apresentar um baixo nível sócio- econômico,
DST’s (como, por exemplo, a AIDS), o uso de drogas ilícitas, promiscuidade sexual,
natimorto em gestação anterior e pré-natal inadequado por número e qualidade de
consultas insuficientes, além de tratamento inadequado para prevenção da sífilis
congênita l (ARAÚJO, 2006; MESQUITA, 2012).
No contexto mundial, a América Latina e Caribe foram notificados no ano
de 2003, 110 mil casos de sífilis congênita a partir de gestantes sem tratamento no
período pré-natal. Altíssimas incidências, foram verificadas em áreas endêmicas
como: África, Ásia e América (ARAÚJO, 2005).
Os Estados Unidos apresentaram por 14 anos uma queda progressiva da
incidência da sífilis, porém houve um aumento de 23% desse indicador, de 8,2
casos/ 100.000 nascidos vivos, em 2005, para 10,1 casos / nascidos vivos /100.000
nascidos vivos em 2008 (CDC, 2010).
No Brasil, o número de casos de sífilis congênita está cada vez mais
crescente. No período de 2000 a 2010 foram notificados ao Ministério Saúde- MS
54.141 casos em menores de um ano de idade. Na região Norte, foi registrado 9,6%
(5.223 casos), Nordeste, 32,1% (17.397 casos), Sudeste, 44,8% (24.260casos), Sul,
7% (3.764 casos) e Centro-Oeste, 6,5%(3.497 casos) (BRASIL,2010). Com esses
dados percebe-se maior número de casos, na região Sul e Nordeste (BRASIL,
2006).
Em 2009, a faixa etária mais acometida das mães gestantes foi entre os
20 e 29 anos (52,7%) de idade, com 4 a 7 anos de estudo (28,1%) e pré-natal
realizado (75,5%). A estimativa das gestantes, que realizaram o pré-natal e tiveram
o diagnóstico durante a gravidez (28,1%) e que não tiveram os seus parceiros
tratados (53,7%) (BRASIL, 2012).
Estudos realizados no Mato Grosso, por exemplo, demonstraram maior
prevalência da sífilis nas cidades de fronteira e em capitais como Campo Grande.
Na cidade de Los Teques, Venezuela, país com o qual o estado de Roraima faz
fronteira, realizou-se um estudo com entrevistas em 212 profissionais do sexo,
identificando-se uma prevalência de 2,4% de sífilis. Dentre as entrevistadas, 38%
não usavam preservativo e 25% não usavam nenhum método contraceptivo
(HILDEBRAND, 2010).
No Maranhão, local do nosso estudo, foram notificados entre 2007 a
2010, 537 casos de Sífilis Congênita no Maranhão, valor que representa 10,77
casos novos por mil nascidos vivos, muito superior à meta estimada de um caso
para cada mil nascidos vivos, estabelecida pela OPAS e Programa Nacional para a
Erradicação da Sífilis Congênita (PNESC) do Ministério da Saúde, do ano de 1993.
2.2 Gonorreia – agente etiológico, transmissão e patogênese.
A gonorreia é uma doença infecciosa causada pela
Neisseria
gonorrhoeae, diplococo Gram-negativo, não formador de esporos, encapsulado,
anaeróbio facultativo. O gonococo não tolera redução da umidade e as amostra
devem ser inoculadas imediatamente em meio apropriado, como por exemplo o
ágar chocolate enriquecido com glicose e suplementos (PENNA, 2000).
A transmissão da gonorreia se dá por via sexual ou perinatal, levando
essa última a grandes investigações diagnósticas durante o período pré-natal
(COHEN, 1998).
Após o contato sexual do parceiro portador com novo hospedeiro são
vencidas as barreiras naturais da mucosa, a infecção evoluirá para a doença entre 2
a 5 dias, promovendo em alguns casos um processo autolimitado sem grandes
repercussões ou quadro localizado no próprio aparelho urogenital ou então
situações sistêmicas ( PENNA,2000).
2.2.1 Manifestações Clínicas
A
uretrite
aguda
é
a
manifestação
predominante
no
homem,
apresentando sintomas que incluem corrimento uretral e disúria. O corrimento evolui
em poucos dias para forma uma purulenta. Em caso de persistência da infecção,
podem
surgir
complicações
como:
epididimite
aguda,
balanopostite, prostatite, entre outras (BENZAKEN, 2010).
edema
peniano,
A uretrite gonocócica na mulher, não possui clínica acentuada como no
homem e apresenta em sua maioria sintomas como disúria, urgência urinária e
menos frequentemente secreção amarelada. Dentre as complicações podemos
citar: Bartholinite, Salpingite, entre outras (CARVALHO, 2004).
A gonorreia em gestantes, associa-se ao risco aumentado de aborto
espontâneo, parto prematuro, ruptura prematura de membranas e mortalidade fetal
perinatal. Mães infectadas podem transmitir a N. gonorrhoeae para o concepto
intraútero, durante o parto ou no período pós-parto (CARVALHO, 2004).
A conjuntivite gonocócica do neonato (oftalmia neonatorum) gonocócica
ocorre principalmente em neonatos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias. A
ausência de tratamento promove edema palpebral e ulceração da córnea.
2.2.2 Diagnóstico da Gonorréia
2.2.2.1 Diagnóstico Diferencial
Necessita-se promover a diferenciação das Uretrites Gonocócicas, em
relação às Uretrites Não Gonocócicas.
2.2.2.2 Diagnóstico Clínico
A anamnese e o exame físico, fornecem elementos valiosos para o
diagnóstico, porém sempre auxiliado pelos exames laboratoriais.
2.2.3 Diagnóstico Laboratorial
Exame bacterioscópico: identificação da N. gonorrhoeae em um local
infectado.
Cultura: isolamento por cultura representa o método diagnóstico padrão
Amplificação do DNA em cadeia de polimerase (PCR).
2.2.4 Tratamento
Após diagnóstico ou suspeita diagnóstica, o tratamento é realizado com a
administração de antibióticos do grupo das quinolonas ou cefalosporinas. No caso
de bebês, colírios antibióticos são usados para tratar a conjuntivite gonocócica. O
tratamento da gonorreia é simples, barato e está disponível gratuitamente na
maioria dos postos de saúde (BRASIL, 2010).
No mundo, há evidências de altos índices de resistência da N.
gonorrhoeae à antibioticoterapia convencional. Nos Estados Unidos, por exemplo,
segundo o CDC, 1/4 das cepas de bactérias são resistentes à penicilina. No Brasil,
são escassos os estudos realizados sobre esse aspecto.
2.2.5 Perfil sócio-epidemiológico da Gonorreia
A gonorreia é uma doença de distribuição universal. Ocupa há cerca de
duas décadas, um destacado 1º lugar entre as DSTs e este fato ocorre em âmbito
internacional. Nos Estados Unidos por exemplo, constitui a doença mais notificada
do país e mais frequente entre os jovens. Ambos os sexos são atingidos, com
predomínio nos homens (OMS, 2012)
No Brasil, existem poucos dados epidemiológicos, em virtude da
automedicação por parte dos acometidos, associada à ausência de obrigatoriedade
de notificação. Com isso a forma subclínica persiste, mantendo os elos
fundamentais na cadeia de transmissão da doença. Sabe-se porém, que a maior
prevalência da gonorreia é em jovens solteiros entre a 15 a 30 anos e com baixo
nível de escolaridade. (BRASIL, 2012)
Um dos principais objetivos da Vigilância Epidemiológica da Gonorreia é
a interrupção da cadeia de transmissão através da detecção e tratamento precoces,
além de prevenir novas ocorrências por meio de ações de educação em saúde
(CARVALHO, 2004).
Infelizmente a gonorreia não uma doença de notificação compulsória
nacional, como ocorre em outros países. Entretanto, os profissionais de saúde
devem observar as normas e procedimentos de notificação e investigação de
estados e municípios. De um modo geral, toda doença sexualmente transmissível
constitui-se em evento sentinela para busca de outra DST e possibilidade de
associação com o HIV. Fato esse de grande preocupação epidemiológica
(CARVALHO, 2004).
De um modo geral, toda doença sexualmente transmissível constitui-se
em evento sentinela para busca de outra DST e possibilidade de associação com o
HIV. Fato esse de grande preocupação epidemiológica.
2.3 Hepatites B e C
2.3.1 Manifestações Clínicas das hepatites
a) Estado de portador
Presença do vírus por período superior a seis meses. O VHB e o VHC,
podem levar ao estado de portador crônico. Cerca de 10% dos indivíduos infectados
são incapazes de eliminar o vírus (CARRILHO, 2003).
b) Hepatite Aguda
Caracterizada ao período compreendido entre o início dos sintomas até o
sexto mês ou após o mesmo. Os marcadores sorológicos que apresentam
positividade nesta forma clínica são HBsAg, HBeAg, Anti-HBc total e Anti-HbcIgM.
c) Hepatite Crônica
Segundo a OMS e a Associação Internacional das Doenças do Fígado,
pode ser considerada como crônica, a hepatite cuja reação inflamatória persiste por
mais de 6 meses. Sorologicamente apresentam HBsAg positivo e anti-HBc total
positivo(CARRILHO, 2003). Estimativas demonstram que o VHC, acomete mais de
185 milhões de indivíduos em todo o mundo nesta forma da doença,
correspondendo a aproximadamente 3% da população mundial (LAM, et al., 2015).
d) Cirrose
A evolução da hepatite viral para cirrose depende de fatores como:
capacidade regenerativa do fígado, persistência do portador do vírus, resposta
imunológica do paciente e grau de lesão hepática na fase aguda (CARRILHO,
1997).
e) Carcinoma Hepatocelular
A transformação maligna não está bem definida. No entanto, a
inflamação crônica do fígado pode ser um fator importante no desenvolvimento do
carcinoma hepatocelular (OKUDA, 1992). É possível que a redução da prevalência
por meio de imunização ativa em áreas de alta endemicidade resulte em diminuição
do número de hepatocarcinomas.
2.3.2 Hepatite B - agente etiológico, transmissão e patogênese.
Em 1965, foi descoberto o antígeno de superfície da hepatite B (AgHBs)
- conhecido na época como antígeno Austrália (AgAu) - e seu anticorpo, anti-HBs.
Poucos anos depois, em 1971, o pacote viral completo do vírus da hepatite B foi
caracterizado, sendo chamado de partícula de Dane. Desde então, progressos
consideráveis têm sido feitos a respeito da epidemiologia, virologia, história natural
e tratamento desse vírus hepatotrópico (PURCELL, 1993).
O HBV tem alto potencial infectante e que uma única partícula viral é
capaz de infectar o ser humano. O vírus inicialmente circula no sangue e replica-se
nos hepatócitos com uma produção de vírions em torno de 100.000.000.000
cópias/mL x por dia, enquanto o vírus da hepatite C (HCV) e da imunodeficiência
(HIV),próximo de 1.000.000.000 cópias/mL x por dia.
A transmissão ocorre através do contato com sangue contaminado
através do compartilhamento de seringas e outros materiais usados por usuários de
drogas
intravenosas,
tatuagens,
acupuntura,
transfusões
de
sangue
ou
hemoderivados, ferimentos cutâneos com objetos contaminados, contato sexual,
transmissão vertical e em acidentes como materiais biológicos, principalmente por
profissional da área da saúde sem uso adequado de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI).
Apresenta-se estável e resistente ao meio ambiente, sobrevivendo até
1semana fora do corpo humano. No plasma, a vida média do HBV varia de 1 a 3
dias, enquanto nos hepatócitos, pode variar de 10 a 100 dias. O período de
incubação varia de 6 a 8 semanas (FONSECA, 2007).
Quanto à hepatite B, estimou-se que, em 2005, mais de dois bilhões de
pessoas no mundo teriam se infectado pelo vírus e cerca de 360 milhões delas
apresentariam infecção crônica e, portanto, risco de doença hepática grave e
carcinoma hepatocelular.
2.3.2.1 Diagnóstico da hepatite B
Anamnese e exame físico: A investigação médica, formando dados
juntamente com o exame físico do paciente, formam o alicerce, necessitando da
complementação da sua suspeita diagnóstica pelos marcadores sorológicos
(KIYOHARA, et a l ,2015; COVAS, 2005).
Marcadores sorológicos para a hepatite B: HBsAg (Antígeno de
superfície do vírus B): Sua presença indica infecção em curso, sendo encontrado
tanto na forma aguda quanto na crônica.
a) Anti-HBcIgM (Anticorpo IgM contra o antígeno core do vírus B): Sua
presença indica infecção aguda, sendo o primeiro anticorpo detectável.
b) Anti-HBc total (Anticorpos totais contra o antígeno CORE do vírus B):
É o melhor marcador de exposição ao vírus B. Está presente na
infecção aguda, na infecção crônica e em pacientes que se
recuperaram totalmente da doença, indicando contato prévio com o
vírus.
c) HBeAg (Antígeno “e” do vírus B): É um marcador de replicação viral,
sendo sua positividade indicativa alto potencial de infecção.
d) Anti-HBs (Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus B): É um
anticorpo protetor, neutralizante. Está presente, geralmente, após o
desaparecimento do HBsAg, indicando resolução da infecção e
imunidade.
2.3.2.2 Tratamento
Vários agentes antivirais têm sido usados no tratamento dos indivíduos
com hepatite crônica, como o intérferon alfa, a lamivudina, o famciclovir, e o
adefovirdipivoxil, entre outros. O tratamento tem uma eficácia de 15 a 45 %.
2.3.2.3 Imunizações
Desde 1998, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério
da Saúde, recomenda a vacinação universal das crianças contra hepatite B a partir
do nascimento. A aplicação da primeira dose nas primeiras 12-24h de vida resulta
em elevada eficácia na prevenção da infecção vertical. A partir de 2001, a faixa
etária foi ampliada até 19 anos de idade.
Diversos estudos mostram que as vacinas contra hepatite B têm boa
imunogenicidade e são eficazes, com proteção em mais de 90% dos adultos jovens
sadios e em mais de 95% em lactentes, crianças e adolescentes. A eficácia diminui
gradativamente após os 40 anos de idade.
2.3.3 Hepatite C - agente etiológico, transmissão e patogênese.
A infecção pelo VHC,
representa um importante problema de saúde
pública no Brasil e no mundo, sendo a principal causa de transplante hepático em
países desenvolvidos. A maioria dos pacientes acometidos são portadores
assintomáticos do vírus (LAM, 2015).
A rota mais comum de transmissão, antes do teste de doadores de
sangue foi instituído em 1992, foi através de transfusões de sangue. Atualmente, a
rota mais comum de transmissão é o uso de drogas por via intravenosa, em
resultado de uma nova epidemia de heroína ilícito e abuso de narcótico entre os
jovens (SURYAPRASAD et al., 2014). A via parenteral constitui a principal via de
transmissão. Populações de alto risco são: indivíduos que receberam transfusão de
sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, pessoas que compartilham material
para uso de drogas injetáveis, inaláveis, tatuagem, "piercing" ou que apresentem
outras formas de exposição percutânea (AMARAL, 2013).
Os genótipos do VHC possuem distinta distribuição geográfica, sendo o
1, 2 e 3 os mais prevalentes no mundo, o genótipo 4 é encontrado no Norte da
África e Oriente Médio e os genótipos 5 e 6 na África do Sul e na Ásia,
respectivamente (BEZERRA, et al., 2007). No Brasil, os genótipos 1 e 3 são os mais
prevalentes, seguidos pelo genótipo 2. Também há relatos dos genótipos 4 e 5, nas
regiões sul e sudeste (PERONE, et al., 2008).
A transmissão vertical é possível durante o parto ou logo após e pouco
provável por via transplacentária.
A média de infecção em crianças nascidas de mães VHC positivas é de
aproximadamente 6%, havendo co-infecção com HIV sobe para 17%.
2.3.3.1 Diagnóstico
a) Diagnóstico Clínico-laboratorial: exclusivamente com exames
clínicos não é possível diagnosticar a doença, sendo necessários exames
sorológicos.
Os exames laboratoriais inespecíficos incluem as dosagens de aminotransferases -ALT/TGP e AST/TGO- que indicam lesão do parênquima hepático.
O Teste Rápido para o HCV apresenta grande importância na detecção
do vírus, tendo sua realização no Centro De Tratamento Anônimo (CTA).
2.3.3.2 Tratamento
Estudos apontam que somente 15% dos infectados por Hepatite C foram
identificados, 10% submetidos a tratamento e apenas 5% curados, resultados
atribuídos aos baixos índices de resposta e efeitos adversos dos medicamentos
usados até hoje. Para mudar este quadro, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) aprovou um novo tratamento, que associado com outros
medicamentos, eleva os índices de cura a taxas superiores a 90%, dependendo das
características do paciente. Novos medicamentos:
daclatasvir e o simeprevir,
registrados em 2015. Dentre as vantagens desses novos medicamentos, podemos
citar: maior índice de cura, redução no tempo de tratamento de um ano para três
meses, redução no número de comprimidos e são de uso oral. A expectativa do
Ministério da Saúde é que o novo tratamento beneficie 60 mil pessoas nos próximos
dois anos (ANVISA, 2015).
2.3.4 Perfil sócio-epidemiológico das Hepatites B e C
O padrão de distribuição das hepatites virais no mundo é muito
abrangente, o qual já vem sendo estudado há muito tempo (Figuras 1 de 2)
(PERZET et al, 2004).
Em uma pesquisa realizada sobre a prevalência da hepatite B no mundo,
estimou-se que em 2010, 248 milhões de indivíduos apresentaram HBsAg positivo
(SCHWEITZER, et al, 2015).
No Brasil, para efeito de notificação da Vigilância Epidemiológica, os
casos confirmados de Hepatite B, necessitam atender critérios de caso suspeito e
que apresente um ou mais marcadores sorológicos reagentes ou exame de biologia
molecular para hepatite B (HBsAg reagente, anti-HBcIgM reagente, HBeAg
reagente, DNA do HBV detectável). Segundo o último Estudo de Prevalência de
Base Populacional das infecções pelos vírus das hepatites A, B e C, realizado entre
2005 e 2009 em todas as 26 capitais e no Distrito Federal, no que se refere à
hepatite B o resultado global da prevalência de positividade sorológica indicativa de
exposição a essa infecção (anti - HBc), na faixa etária entre 10 e 69 anos, foi de
7,4% (IC 95% 6,8%-8,0%), classificando o conjunto das capitais do Brasil como de
baixa endemicidade (BRASIL, 2010).
O resultado global da prevalência de positividade sorológica indicativa de
exposição a essa infecção, na faixa etária entre 10 e 69 anos, foi de 1,38%, o que
corresponde a uma baixa endemia para esse agravo. No período de 1999 a 2011,
foram notificados no SINAN, 82.041 casos confirmados de hepatite C no Brasil, a
maioria nas Regiões Sudeste (67,3%) e Sul (22,3%) (ANVISA, 2002). No Nordeste,
entre 2005 e 2006, a prevalência de positividade sorológica nas capitais da Região
Nordeste, indicativa de exposição à infecção pelo vírus da hepatite C, na faixa etária
entre 10 e 69 anos, foi de 0,7% o que corresponde a uma endemicidade baixa para
esse agravo. No período de 1999 a 2011, foram notificados no SINAN, 4.131 casos
confirmados de hepatite C na região Nordeste.
Figura 1 - Distribuição geográfica da infecção crônica do HBV
.
Fonte: Modificado OMS, 2009.
Figura 2 - Prevalência da Hepatite C no mundo
Fonte: Modificado de Perzet Al, 2004.
No período de 1999 a 2011, foram notificados no SINAN 120.343 casos
confirmados de hepatite B no Brasil, sendo a maior parte deles notificados nas
Regiões Sudeste (36,3%) e Sul (31,6%). Em 2010, foram notificados 13.188 casos
de hepatite B no Brasil.
Segundo o último Estudo de Prevalência de Base Populacional, realizado
entre 2005 e 2006 nas capitais da Região Nordeste, a prevalência para o marcador
de exposição ao HBV (anti-HBc) foi de 9,13% . O percentual de expostos ao HBV
na faixa etária de 10 a 19 anos foi de 2,12% e de 11,7% para o grupo de 20 a 69
anos.
Para o marcador HBsAg,
a prevalência referente ao conjunto das
capitais do Nordeste foi de 0,42%, classificando esse conjunto como de baixa
endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de 0,11% na faixa etária de 10 a 19
anos, e de 0,53% para o grupo de 20 a 69 anos. De 1999 a 2011, foram notificados
11.017 casos de hepatite B na Região Nordeste, o que corresponde a 9,2% do total
de casos no Brasil. Em 2010, foram notificados 1.304 casos, 9,9% do total no Brasil
para esse dos quais nos estados da Bahia (30,4%) e do Maranhão (14,3%).
Estrutura do programa de controle às Hepatites Virais no estado do
Maranhão (Portaria 2.080 de 31.10.2003).
Rede de atenção primária e de serviços de média complexidade que
atendam hepatites virais é uma das prioridades do SUS.
Dos onze centros de testagem e aconselhamento (CTA), dois (18%)
realizam triagem sorológica para hepatites virais.
As notificações de hepatites B e C têm aumentado em quase todos os
estados do Brasil, mostrando a importância destes agravos em nosso meio.
Estima-se que existam 170 milhões de pessoas infectadas em todo o
mundo. A prevalência da infecção, com base em dados de doadores de sangue,
pode variar entre índices inferiores a 1,0% em países como o Reino Unido,
Escandinávia, Nova Zelândia e algumas áreas do Japão, ou chegar até a 26%
como no Egito. No Brasil, com base em doadores de sangue, a prevalência de antiHCV nas diversas regiões foi de 0,62% no Norte, 0,55% no Nordeste, 0,43% no
Sudeste, 0,28% no Centro-oeste e 0,46% no Sul. No Brasil, a vigilância
epidemiológica no Brasil, tem como caso confirmado de hepatite C o indivíduo que
preencha as condições de caso suspeito e que apresente anti-HCV reagente e
HCV-RNA detectável. Segundo o último Estudo de Prevalência de Base
Populacional das infecções pelos vírus das hepatites A, B e C realizado entre 2005
e 2009, em todas as 26 capitais e no Distrito Federal, no que se refere à hepatite C
o resultado global da prevalência de positividade sorológica indicativa de exposição
a essa infecção, na faixa etária entre 10 e 69 anos, foi de 1,38%, o que corresponde
a uma baixa endemia para esse agravo.
Em 2010, foram notificados 637 casos, a maioria dos quais na Bahia,
Ceará e Maranhão. Para o ano de 2010, observa-se na Região Nordeste uma taxa
de detecção de casos de hepatite C de 1,2 por 100.000 habitantes, inferior à média
nacional para esse ano. Entre 1999 e 2010, a taxa de detecção no Nordeste
apresentou aumento ao longo do período, mantendo-se estável em patamares
inferiores à média nacional (BRASIL, 2010).
2.4 Justificativa
As Doenças Sexualmente Transmissíveis constituem um grave problema
de saúde pública no Brasil e no mundo, principalmente nos países considerados em
desenvolvimento por apresentarem alto índice de pobreza e inacessibilidade de
assistência médica. A resistência ao uso de preservativos, prosmicuidade e
liberdade sexual, constituem grandes aliados ao aumento da incidência de muitas
DSTs e consequentemente “infecções sentinelas” para uma possível infecção pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV).
O Maranhão, por ser considerado um dos estados mais pobres do Brasil
e apresentar-se dentro das características expostas na problemática das DSTs em
carácter nacional e mundial, houve o interesse em conhecer o perfil epidemiológico
da Sífilis, Gonorreia e Hepatites B e C através da coleta de dados do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) obtido pelo Ministério da Saúde, no
período de 2003 a 2013 no estado do Maranhão.
Através de uma análise holística dos resultados obtidos a partir de
variáveis de maior relevância para cada doença. Assim importantes medidas de
prevenção e controle podem ser promovidas, contribuindo para uma melhor
qualidade de vida dos portadores, reduzindo as taxas de prevalência destas
endemias nesse estado.
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Traçar o perfil epidemiológico de 4 DSTs no período de 2003 a 2013 no
estado do Maranhão a partir de dados coletados do SINAN.
3.2 Específicos
a) Estimar a prevalência de sífilis gestacional no período analisado e
suas variáveis.
b) Estimular o surgimento de campanhas educativas para diagnóstico
precoce da sífilis
c) Analisar a incidência de sífilis congênita no estado correlacionando
com as demais variáveis.
d) Determinar o perfil epidemiológico da hepatite B no estado
e) Quantificar o número de casos de hepatite C no estado do Maranhão
f) Avaliar a incidência de gonorreia no estado
g) Fomentar estratégias preventivas no combate as DSTs.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Tipo de Estudo
Estudo quantitativo, observacional, do tipo transversal com abordagem
descritiva e analítica.
4.2 Local da Pesquisa e Período
A pesquisa das notificações da sífilis gestacional, sífilis congênita,
gonorreia e hepatites B e C abordando varíaveis comuns entre elas: sexo, idade,
faixa etária, local de residência e específicas foram obtidas através do site do
Ministério da Saúde, SINAN, no período de 2003 a 2013, no estado do Maranhão.
4.3 Análise Estatística
Os dados coletados serão analisados pelo programa estatístico SPSS
20.0. Inicialmente foi feita uma análise descritiva de todas as variáveis investigadas,
ou seja, tabela de frequência e gráficos. Posteriormente, para fazer o mapeamento
dos casos de cada DST nos munícipios maranhenses utilizou-se o programa de
TABWIN do Ministério da Saúde. Depois, para avaliar a associação entre as
variáveis classificatórias (sexo, faixa etária, cor, realização de exames, etc ) foi
empregado o teste de qui-quadrado de independência. O nível de significância
aplicado em todos os testes será de 5%, ou seja, será considerado significativo
quando p<0,05.
5 RESULTADOS
5.1 Sífilis Gestacional
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2003 a
2013 demonstrou que foram notificados 1.634 casos novos de Sífilis Gestacional no
Estado do Maranhão, com média de 163,4 casos novos/ano.
Figura 3 - Mapa demonstrando a distribuição das pacientes com sífilis gestacional
no Maranhão, distribuídas por cidades. Período de 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
As maiores prevalências de sífilis gestacional concentraram-se nos
municípios de São Luís, Codó, Balsas, Caxias e Buriticupu com 146; 100; 92; 85; 69
dos casos respectivamente (Figura 1 e Gráfico 1).
Gráfico 1- Distribuição de casos de Sífilis Gestacional em 15 municípios do
Maranhão que obtiveram maior número de casos. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 1 - Associação da cor com a escolaridade da gestante com sífilis
gestacional. Período: 2003-2006.
Escolaridade
(anos
concluídos)
Cor
Branc
a
%
Pard
a
%
Tota
%
l
0
0,0
4
6,0
4
4,3
11,1
1
20,0
4
6,0
7
7,5
4
44,4
4
80,0
27
40,3
39
41,9
41,7
3
33,3
0
0,0
20
29,9
28
30,1
16,7
1
11,1
0
0,0
11
16,4
14
15,1
0,0
0
0,0
100,
100,
Total
12
9
0
0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
0
0,0
100,
0
1
1,5
100,
0
1
1,1
93
100,0
%
Pret
a
%
Amarel
a
0
0,0
0
0,0
1
8,3
1
De 1 a 3
4
33,3
De 4 a 7
5
De 8 a 11
2
De 12 e +
0
Ign/Ñ
preenchido
Nenhum
5
67
p
0,908
1
No período em estudo de 2003 a 2006, na análise das variáveis cor e
escolaridade, não foi encontrada uma associação significativa (p > 0,05) entre
cor/raça e anos de escolaridade, conforme mostra o Gráfico 2.
Gráfico 2 - Associação da cor com a escolaridade da gestante com sífilis
gestacional. Período: 2003-2006.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 2 - Distribuição do número de casos de sífilis gestacional, envolvendo a
associação da faixa etária x Cor/raça.
Faixa
Etária
Cor/Raça
Total
%
0,0
1
0,1
0
0,0
36
2,2
0
0,0
400
24,5
71,7
8
88,9
1160
71,0
19
1,7
1
11,1
36
2,2
0
0,0
0
0,0
1
0,1
1118
100,0
9
100,0
1634
100,0
Ign/Branco
%
Branca
%
Preta
%
Amarela
%
Parda
%
Índigena
%
Em
branco/Ign
0
0,0
0
0,0
1
0,4
0
0,0
0
0,0
0
10-12
0
0,0
4
1,9
6
2,3
0
0,0
26
2,3
15-19
3
17,6
59
28,4
62
23,5
5
27,8
271
24,2
20-39
13
76,5
141
67,8
183
69,3
13
72,2
802
40-59
1
5,9
3
1,4
12
4,5
0
0,0
65-69
0
0,0
1
0,5
0
0,0
0
0,0
Total
17
100,0
208
100,0
264
100,0
18
100,0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
p
0,082
No período estudado onde houve a associação da faixa etária acometida
associada à cor/raça, não foi encontrada uma associação significativa (p > 0,05)
entre cor/raça e faixa etária.
Gráfico 3 - Distribuição do número de casos de sífilis gestacional, envolvendo a
associação da faixa etária x Cor / raça.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 3 - Distribuição do número de casos de sífilis gestacional, envolvendo a associação da faixa etária x
teste não treponêmico.
Faixa
Etária
Em
branco/Ign
10-12
Teste não treponêmico
Em
%
Reativo %
branco/Ign
Não
reativo
%
Não
%
realizado
Total
%
0
0,0
1,0
0,1
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,1
0
0,0
35,0
2,6
0,0
0,0
0,0
0,0
35,0
2,3
15-19
23
35,4
313,0
23,4
6,0
28,6
34,0
28,3
376,0
24,4
20-39
41
63,1
953,0
71,4
15,0
71,4
85,0
70,8
1094,0 71,0
40-59
1
1,5
33,0
65-69
0
0,0
0,0
Total
65
100,0 1335,0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
2,5
0,0
0,0
0,0
100,0 21,0
0,0
1,0
0,0
0,0
100,0 120,0
0,8
35,0
2,3
0,0
0,0
0,0
100,0 1541,0 100,0
p
0,082
Referente às gestantes notificadas quanto à realização ou não do teste
não treponêmico, não foi encontrada associação significativa (p > 0,05) entre os
resultados não treponêmicos e faixa etária (Tabela 3).
Tabela 4 - Distribuição do número de casos de sífilis gestacional, envolvendo a
associação da faixa etária x teste treponêmico.
Teste treponêmico
Faixa Etária
Em
branco/Ign
%
Reativo
%
Não
reativo
%
Não
realizado
%
Total
%
10-12
2
1,3
11
1,9
0
0,0
22
15-19
45
28,8
130
23,0
20
34,5
181
2,9
35,0
2,3
23,8
376,0
20-39
106
67,9
408
72,1
37
63,8
24,4
543
71,4
1094,0
40-59
3
1,9
17
3,0
1
71,0
1,7
14
1,8
35,0
2,3
65-69
0
0,0
0
0,0
Total
156
100,0
566
100,0
0
0,0
0
0,0
0,0
0,0
58
100,0
760
100,0
1540,0
100,0
p
0,299
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Referente às gestantes notificadas quanto à realização ou não do teste
treponêmico, não foi encontrada associação significativa (p > 0,05) entre os
resultados não treponêmicos e faixa etária (Tabela 4).
5.2 Sífilis Congênita
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2003 a
2013 demonstrou que foram notificados 2.046 casos novos de Sífilis Congênita no
Estado de Maranhão com média de 204,6 casos novos/ano.
Figura 4 - Mapa demonstrando a distribuição das pacientes com sífilis congênita no
Maranhão, distribuídas por cidades. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
As maiores prevalências concentraram-se nos municípios de São Luís,
Imperatriz, Timon, Balsas e São José de Ribamar com 747; 461; 111; 65; 48 casos
respectivamente (Figura 1 e Gráfico 1).
Gráfico 4 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme faixa etária x
municípios do Maranhão que obtiveram maior número de casos. Período: 2003 –
2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 5 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme sexo x municípios do
Maranhão que obtiveram maior número de casos. Período: 2003-2013.
Sexo
Município
Ignorado
%
(n=16)
43,8
6,3
31,3
0,0
Masculino
São Luís
7
380
Imperatriz
1
244
Timon
5
54
Balsas
0
32
São José de
1
6,3
27
Ribamar
Caxias
0
0,0
18
Açailândia
0
0,0
16
Paço do
0
0,0
14
Lumiar
Governador
0
0,0
12
Edson Lobão
Coelho Neto
0
0,0
8
Raposa
1
6,3
6
Senador La
0
0,0
11
Rocque
Buritirana
0
0,0
13
Davinópolis
0
0,0
11
Itapecuru
0
0,0
6
Mirim
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Total %
360
216
52
33
%
(n=984)
36,6
22,0
5,3
3,4
747
461
111
65
36,5
22,5
5,4
3,2
2,6
20
2,0
48
2,3
1,7
1,5
12
13
1,2
1,3
30
29
1,5
1,4
1,3
15
1,5
29
1,4
1,1
16
1,6
28
1,4
0,8
0,6
14
15
1,4
1,5
22
22
1,1
1,1
1,1
11
1,1
22
1,1
1,2
1,1
7
9
0,7
0,9
20
20
1,0
1,0
0,6
12
1,2
18
0,9
%
(n=1045)
36,4
23,3
5,2
3,1
Feminino
p
0,4778
Na tabela referente à associação sexo x município, não foi encontrada
associação significativa (p > 0,05) entre os resultados obtidos.
Tabela 6 - Distribuição de casos de sífilis congênita Maranhão X realização de Prénatal. Período: 2003-2013.
Associação de diagnóstico de sífilis congênita e a realização de exames pré-natal
Sífilis
congênita
Pré-natal
Não
realizado
Ignorado
35
30,2 5
0,4
1
Sim
69
59,5 1108 84,5 468
Não
12
10,3 199 15,2 149
Total
116
100,0 1312 100,0 618
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Ignorado %
Sim
%
%
Total %
0,2
75,7
24,1
100,0
41
1645
360
2046
p
2,0
<
80,4
0,0001
17,6
100,0
A tabela referente à associação entre diagnóstico de sífilis congênita x
realização de exames no pré-natal, mostrou que dos pacientes notificados com
diagnóstico de sífilis congênita apenas 1.108 de um total de 1.645 haviam realizado
pré-natal. Foi encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados
obtidos (Tabela 6, Gráfico 5).
Gráfico 5 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme diagnóstico de sífilis
congênita x realização de pré-natal. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 7 - Distribuição de casos conforme escolaridade em associação à cor/raça da mãe. Período: 2003-2013
Escolaridade
Cor/raça
(anos
concluídos)
Ignorado
%
Branca %
Preta %
Amarela
%
Parda %
Indígena %
Ign/Ñ preenchido
7
6,6
10
2,3
2
2,5
0
0,0
52
3,7
0
Nenhum
3
2,8
13
3,1
2
2,5
1
11,1
52
3,7
De 1 a 3
46
43,4
60
14,1
21
26,3
3
33,3
170
De 4 a 7
26
24,5
200
46,9
35
43,8
3
33,3
De 8 a 11
23
21,7
135
31,7
18
22,5
2
De 12 e +
1
0,9
8
1,9
2
2,5
0
Total
106
100,0 426
100,0 80
100,0 9
Total
%
0,0
71
3,5
1
33,3
72
3,5
12,0
0
0,0
300
14,7
614
43,2
2
66,7
880
43,0
22,2
510
35,9
0
0,0
688
33,6
0,0
24
1,7
0
0,0
35
1,7
100,0 1422
100,0 3
100,0 2046
p
< 0,0001
100,0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
A tabela referente à associação entre escolaridade e a cor/raça da mãe, mostrou que 1422 das
mães eram da cor parda e sua maioria (614) apresentou entre 4 a 7 anos conclusos de escolaridade. Foi
encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos (Tabela 7, Gráfico 6 ).
Gráfico 6 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme escolaridade x
cor/raça. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 8 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme associação da faixa etária da criança x cor/raça
da mãe. Período: 2003-2013.
Faixa etária
Cor/raça
Ignorado %
103
94,5
4
3,7
Preta %
76
93,8
1
1,2
Amarela %
7
87,5
0
0,0
Parda %
1327 93,5
50
3,5
Total
Indígena %
3
100,0 1919
0
0,0
67
%
2,1
3
3,7
1
12,5
30
2,1
0
0,0
45
2,2
0,0
0,2
0,2
100,0
0
1
0
81
0,0
1,2
0,0
100,0
0
0
0
8
0,0
0,0
0,0
100,0
3
4
5
1419
0,2
0,3
0,4
100,0
0
0
0
3
0,0
0,0
0,0
100,0
3
6
6
2046
0,1
0,3
0,3
100,0
Branca %
403
94,6
72
16,9
Até 6 dias
7 -27 dias
28 dias a < 1
2
1,8
9
ano
12 a 23 meses 0
0,0
0
2 a 4 anos
0
0,0
1
5 a 12 anos
0
0,0
1
Total
109
100,0 426
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
p
93,8
3,3
< 0,0001
A tabela referente à associação entre faixa etária da criança x cor/raça da
mãe, mostrou que 1419 das mães eram da cor parda e 93,5%(1327) tiveram o
diagnóstico em seus filhos com até 6 dias de idade. Foi encontrada associação
significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos (Tabela 8, Gráfico 7).
Gráfico 7 - Distribuição de casos de Sífilis Congênita conforme associação da faixa
etária da criança x cor/raça da mãe. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 9 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme diagnóstico final x
realização de pré-natal. Período: 2003-2013.
Diagnóstico Final
Fez pré-natal?
Ignorado %
2
2,7
Ign/Branco
Sífilis Congênita
38
52,1
Recente
Sífilis Congênita
0
0,0
Tardia
Natimorto/Aborto por
33
45,2
Sífilis
Total
73
100,0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Sim
14
%
0,9
1577 97,4
Não %
2
0,5
343 87,5
Total
%
18
0,9
1958
97,5
10
0,6
5
1,3
15
0,7
18
1,1
42
10,7
17
0,8
1619 100,0 392 100,0 2008
p
<
0,0001
100,0
A tabela referente à associação entre diagnóstico final e realização de
pré-natal mostrou que de 2008 notificações, 1619 realizaram pré-natal e sua maioria
97,4%(1577) obtiveram como diagnóstico final, sífilis congênita recente.
Foi
encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos (Tabela 9,
Gráfico 8).
Gráfico 8 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme diagnóstico final x
realização de pré-natal. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 10 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme escolaridade da mãe
x parceiro tratado. Período: 2003-2013.
Escolaridade Parceiro tratado?
Mãe
Ignorado
%
Sim
Ignorada
23
6,9
3
Analfabeta
11
3,3
8
1 a 3 anos
71
21,3
27
4 a 7 anos
129
38,6
76
8 a 11 anos
92
27,5
65
12 e mais
8
2,4
5
anos
Total
334
100,0 184
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
%
1,6
4,3
14,7
41,3
35,3
Não
51
53
208
664
530
%
3,3
3,5
13,6
43,5
34,7
2,7
22
1,4
100,0
1528 100,0
Total
%
77
71
306
869
687
3,8
3,5
15,0
42,5
33,6
35
1,7
2045
100,0
p
0,0005
A tabela referente à associação entre escolaridade da mãe e parceiro
tratado mostrou que a prevalência da escolaridade foi no período de 4 a 7 anos de
estudo, 42,49% (n=869). Nessa estimativa apenas, 41,3%(n=76) tiveram os seu
parceiros tratados. Aproveitando-se a tabela e levando-se em consideração o total
de parceiros tratados, em relação às notificações de todas as faixas etárias
analisadas, apenas 9% (n= 184) tinham o parceiro tratado.
Foi encontrada
associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos (Tabela 9, Gráfico 8).
Gráfico 9 - Distribuição de casos de sífilis congênita conforme escolaridade da mãe
x parceiro tratado. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
5.3 Gonorreia
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2008 a
2013 demonstrou que foram notificados 10 casos novos de Gonorreia no Estado de
Maranhão por internações hospitalares, com média de 1 caso novo/ano.
Figura 5 - Mapa demonstrando a distribuição de pacientes com gonorreia no
Maranhão, distribuídas por cidades. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Tabela 11 - Distribuição de casos de gonorreia conforme municípios x sexo.
Período: 2003 -2013.
Município
Sexo
Masc
%
Fem
1
Açailândia
Barra do Corda
1
25,0
Gonçalves Dias
1
Governador Nunes
Freire
1
Jenipapo dos Vieiras
1
Santa Luzia
1
25,0
Timon
1
Vargem Grande
1
25,0 1
Zé Doca
1
25,0
TOTAL
4
100,0 6
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
%
16,7
16,7
16,7
Total
%
1
1
1
10,0
10,0
10,0
10,0
1
1
1
1
2
1
10
16,7
16,7
16,7
100
p
10,0
10,0
10,0
20,0
10,0
100,0
0,2200
De apenas 10 notificações nesse período, o município que apresentou
maior número foi Vargem Grande com 2 casos , seguidos os demais com 1 caso
notificado em cada município. Sendo o sexo feminino o de maior notificação. Não foi
encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos.
Tabela 12 - Distribuição de casos de gonorreia x sexo. Período: 2003 -2013.
Faixa Etária
Sexo
Masc
2
%
Fem
%
<1
50,0 2
33,3
10 a 14
1
16,7
15 a 19
1
25,0 1
16,7
20 a 29
1
16,7
30 a 39
1
25,0 1
16,7
TOTAL
4
100 6
100
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Total
%
4
1
2
1
2
10
40,0
10,0
20,0
10,0
20,0
100,0
p
0,6681
O resultado mostrou 4/10 pacientes estavam na faixa etária inferior a 1
ano, com maior número de notificações para o sexo masculino. Não foi encontrada
associação significativa (p > 0,05) entre os resultados obtidos.
Gráfico 10 - Distribuição de casos conforme faixa etária x sexo com as maiores
frequências de casos de gonorreia. Período: 2003 -2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
O gráfico mostra que 50% dos casos pertencentes ao sexo masculino,
apresentavam a faixa etária inferior a 1 anos de idade. Não foi encontrada
associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos.
Tabela 13 - Distribuição de casos de gonorreia em relação à cor/raça x sexo.
Período: 2003 -2013.
Cor/raça
Sexo
Masc
%
Branca
Parda
2
Fem
1
50.0 2
Sem informação
2
50.0 3
TOTAL
4
100 6
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Total
%
p
1
4
10,0
40,0
0,5530
50,0
5
50,0
100,0
10
100,0
%
16,7
33,3
A tabela mostra que de 10 pacientes notificados, 50% estavam sem
informação, apresentando igual proporção para ambos os sexos. Em seguida a
cor/raça parda obteve os maiores resultados com 50% do sexo masculino. Não foi
encontrada associação significativa (p > 0,05) entre os resultados obtidos (Gráfico
11).
Gráfico 11 - Distribuição de casos conforme cor/raça x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite C. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Não foi encontrada associação significativa (p > 0,05) entre os resultados
obtidos.
5.4 Hepatite B
A
hepatite
B
é
considerada
um
problema
de
saúde
pública,
principalmente nos países em desenvolvimento (BRASIL, 2006). No Estado do
Maranhão, de 2003 a 2013, ocorreram 2112 casos de hepatite B, com 212,2 casos
novos/ano. Valor significativo, em se tratar da gravidade da doença. São Luís foi o
município que obteve maior número de casos.
A maioria das notificações encontradas no estado,
eram do sexo
feminino, faixa etária de 20 a 39 anos, fonte de infecção, as transfusões
sanguíneas.
Em pesquisa semelhante realizada, mas em enfoque nacional no
período de 2009 a 2012, obteve o Estado de São Paulo, com maior número de
notificações, com 11.851 casos de hepatite B, seguido pelo Estado do Paraná, com
6.186 notificações e Santa Catarina, com 5.115 notificações, o sexo mais acometido
no Brasil, foi o masculino. No que se refere à faixa etária, foi a mesma encontrada
em nosso estudo, confirmando que as notificações não são frequentes em idades
precoces. Porém o uso de drogas injetáveis foi a fonte de infecção mais notificada
nacionalmente, diferente da encontrada em nosso estudo. (ZATTI, 2013). Outros
estudos realizados em Portugal também evidenciaram maiores taxas de infecção
por vírus da hepatite B no gênero masculino, apresentando faixa etária semelhante
(CHAVES, 2003).
Fatores como região geográfica e a genética do paciente podem reduzir
ou não a prevalência dessa doença em uma dada região (SCHWEITZE, 2015).
Grande preocupação referente à hepatite B se dá à coinfecção com o HIV, afinal
compartilham dos mesmos meios de transmissão. (SOUTO, 2001)
Os adultos infectados, podem ter cura da doença em 90 a 95 % dos
casos, mas a forma crônica, decorre da presença do vírus por período superior à
seis meses e evoluem em tempo indeterminado, para cirrose e posteriormente
carcinoma hepático (NASCIMENTO, 2012).
Figura 6 - Mapa demonstrando a distribuição das pacientes com hepatite B no
Maranhão, distribuídas por cidades. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Gráfico 12 - Distribuição de casos conforme os 15 municípios coma as maiores
frequências de caos de hepatite B. Período: 2003 – 2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Os municípios que apresentaram maiores notificações de casos foram:
São Luís, Imperatriz, Caxias São José de Ribamar, com 740; 174; 123; 89
respectivamente.
Tabela 14 - Distribuição de casos conforme municípios e sexo dos pacientes com
hepatite B. Período: 2003 – 2013.
Munic. Residência Masculino
%
n=1048
36,7
9,7
6,9
São Luís
385
Imperatriz
102
Caxias
72
São José de
36
3,4
Ribamar
Itapecuru Mirim
13
1,2
Paço do Lumiar
26
2,5
Icatu
9
0,9
Barreirinhas
28
2,7
Balsas
18
1,7
Cururupu
15
1,4
Açailândia
13
1,2
Pinheiro
15
1,4
Santa Inês
10
1,0
Bacabeira
8
0,8
Bacabal
9
0,9
Viana
12
1,1
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
355
72
51
%
n=943
37,6
7,6
5,4
53
5,6
89
4,4
0,68
47
25
34
14
20
16
17
14
13
12
10
7
5,0
2,7
3,6
1,5
2,1
1,7
1,8
1,5
1,4
1,3
1,1
0,7
60
51
43
42
38
31
30
29
23
20
19
19
3,0
2,5
2,1
2,1
1,9
1,5
1,5
1,4
1,1
1,0
0,9
0,9
0,28
1,04
0,26
2,00
0,90
0,94
0,76
1,07
0,77
0,67
0,90
1,71
Feminino
Total
n=2021 M/F
740
174
123
36,6
8,6
6,1
1,08
1,42
1,41
De um total de 1473 notificações, São Luís foi o município de maior
incidência com 740 casos, com 37,6% do sexo feminino. Foi encontrada associação
significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos (Gráfico 13).
Gráfico 13 - Distribuição de casos conforme municípios x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite B. Período: 2003 – 2013.
p<
0,05
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
O sexo feminino no município de São Luís, obteve o maior número de
notificações da doença. Foi encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os
resultados obtidos.
Tabela 15 - Distribuição de casos conforme faixa etária e sexo dos pacientes com
hepatite B. Período: 2003-2013.
Sexo
Faixa
Etária
Masculino %
Densidade
<1
8
0,73 0,73
1-4
13
1,18 0,29
5-9
33
2,99 0,75
10-14
19
1,72 0,00
15-19
63
5,71 1,43
20-39
452
40,98 2,16
40-59
394
35,72 1,88
60-64
45
4,08 1,02
65-69
30
2,72 0,68
70-79
35
3,17 0,35
80 e +
11
1,00 1,00
Total
1103
100,0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Feminino
8
15
24
28
96
527
237
33
16
19
6
1009
%
0,79
1,49
2,38
2,78
9,51
52,23
23,49
3,27
1,59
1,88
0,59
100,0
Densidade
0,79
0,37
0,59
1,61
2,38
2,75
1,24
0,82
0,40
0,21
0,59
Total
%
16
28
57
47
159
979
631
78
46
54
17
2112
0,76
1,33
2,70
2,23
7,53
46,35
29,88
3,69
2,18
2,56
0,80
100,0
p
< 0,0001
De um total de 2112 notificações, 979 pertencia à faixa etária de 20 a 39
anos, com 527 do sexo feminino e 452 do sexo masculino. Foi encontrada
associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos (Gráfico 14).
Gráfico 14 - Distribuição de casos conforme sexo x faixa etária dos pacientes
notificados. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
O gráfico mostra que a faixa etária de maior número de notificações
esteve no intervalo de 20- 39 anos, apresentando o sexo feminino com maior
densidade. Foi encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados
obtidos.
Tabela 16 - Distribuição de casos conforme faixa etária x cor/raça dos pacientes com hepatite B. Período:
2003-2013.
Faixa
Etária
Cor/raça
Ignora
do
%
Densidade Branca
%
Densidade Preta
%
Densidade Amarela %
Densidade Parda
%
Densidade Indígena %
Densid
ade
<1
2
0,44
0,44
4
1,38
1,38
1
0,47
0,47
0
0,00
0,00
9
0,79
0,79
0
0,00
0,00
1-4
5
1,10
0,28
6
2,08
0,52
2
0,94
0,23
0
0,00
0,00
15
1,32
0,33
0
0,00
0,00
5-9
4
0,88
0,22
12
4,15
1,04
3
1,41
0,35
1
5,88
1,47
37
3,26
0,81
0
0,00
0,00
10-14
7
1,54
0,39
4
1,38
0,35
3
1,41
0,35
0
0,00
0,00
33
2,91
0,73
0
0,00
0,00
15-19
22
4,85
1,21
21
7,27
1,82
10
4,69
1,17
1
5,88
1,47
105
9,25
2,31
0
0,00
0,00
20-39
205
45,15 2,38
123
42,56 2,24
106
49,77 2,62
9
52,94 2,79
533
46,96 2,47
3
75,00 3,95
40-59
171
37,67 1,98
91
31,49 1,66
69
32,39 1,70
6
35,29 1,86
293
25,81 1,36
1
25,00 1,32
60-64
12
2,64
0,66
9
3,11
0,78
3
1,41
0,35
0
0,00
0,00
54
4,76
1,19
0
0,00
0,00
65-69
14
3,08
0,77
5
1,73
0,43
5
2,35
0,59
0
0,00
0,00
22
1,94
0,48
0
0,00
0,00
70-79
8
1,76
0,20
10
3,46
0,38
8
3,76
0,42
0
0,00
0,00
28
2,47
0,27
0
0,00
0,00
80 e +
4
0,88
0,88
4
1,38
1,38
3
1,41
1,41
0
0,00
0,00
6
0,53
0,53
0
0,00
0,00
Total
454
100,0
289
100,0
213
100,0
17
100,0
1135
100,0
4
100,0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
p
0,6
405
Os resultados obtidos mostram que 46,96% ( eram da cor/raça parda, na
faixa etária de 20 a 39 anos de idade. Porém, não foi encontrada associação
significativa (p>0,05) entre os resultados.
Gráfico 15 - Distribuição de casos conforme faixa etária x cor/raça dos pacientes
com hepatite B. Período: 2003 – 2013.
p<
0,05
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
O gráfico mostra que a faixa etária no intervalo de 20-39 anos de idade
apresentou maior incidência acompanhada da cor/raça indígena.
Tabela 17 - Distribuição de casos conforme municípios x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite B. Período: 2003 – 2013.
Munic.
%
Masculino
Residência
n=1048
São Luís
385
36,7
Imperatriz
102
9,7
Caxias
72
6,9
São José de
36
3,4
Ribamar
Itapecuru Mirim
13
1,2
Paço do Lumiar
26
2,5
Icatu
9
0,9
Barreirinhas
28
2,7
Balsas
18
1,7
Cururupu
15
1,4
Açailândia
13
1,2
Pinheiro
15
1,4
Santa Inês
10
1,0
Bacabeira
8
0,8
Bacabal
9
0,9
Viana
12
1,1
p
0,0001
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Feminino % n=943 Total
n=2021 M/F
355
72
51
37,6
7,6
5,4
740
174
123
36,6
8,6
6,1
1,08
1,42
1,41
53
5,6
89
4,4
0,68
47
25
34
14
20
16
17
14
13
12
10
7
5,0
2,7
3,6
1,5
2,1
1,7
1,8
1,5
1,4
1,3
1,1
0,7
60
51
43
42
38
31
30
29
23
20
19
19
3,0
2,5
2,1
2,1
1,9
1,5
1,5
1,4
1,1
1,0
0,9
0,9
0,28
1,04
0,26
2,00
0,90
0,94
0,76
1,07
0,77
0,67
0,90
1,71
O resultado obtido mostrou, que em São Luís, município de maior
incidência, prevaleceu o sexo feminino com 37,6%. Foi encontrada associação
significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos.
Tabela 18 - Distribuição de casos conforme fonte de infecção x sexo com as
maiores frequências de casos de hepatite B. Período: 2003 – 2013.
Fonte Infecção
Sexo
Feminino
%
Ign/Branco
245
22,3 161
16,0 406
19,2
Sexual
96
8,7
6,5
7,7
Transfusional
681
61,9 712
70,6 1393 66,0
Vertical(Mãe/Recémnascido)
2
0,2
3
0,3
5
0,2
Acidente de Trabalho
2
0,2
5
0,5
7
0,3
Outro
37
3,4
32
3,2
69
3,3
Domiciliar
37
3,4
26
2,6
63
3,0
Tratamento
Cirúrgico/dentário
1
0,1
4
0,4
5
0,2
Total
1101
100 1009
66
%
Total %
Masculino
162
p
0,0007
100 2110 100
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Dentre 2.110 notificações de casos de hepatite B, 1393 contraíram a
doença por via transfusional, tendo o sexo mais acometido o sexo feminino ,70,6%
(n=712), em relação a 61,9%(n=681) do sexo masculino. Foi encontrada associação
significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos (Tabela 18, Gráfico 16).
Gráfico 16 - Distribuição de casos conforme fonte de infecção x sexo com as
maiores frequências de casos de hepatite B. Período: 2003-2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Os resultados mostram que a fonte de infecção de maior prevalência foi
através da via transfusional, tendo o sexo feminino (70,6%) com maior incidência.
Foi encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos.
5.5 Hepatite C
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2003 a
2013 demonstrou que foram notificados 4088 casos novos de Hepatite C no Estado
de Maranhão com média de 408,80 casos novos/ano.
Figura 7 - Mapa demonstrando a distribuição das pacientes com hepatite C no
Maranhão, distribuídas por municípios. Período: 2003 – 2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Gráfico 17 - Distribuição de notificações de casos hepatites relacionados aos
municípios com as maiores frequências de hepatite C. Período: 2003- 2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Os resultados obtidos mostraram o município de São Luís, apresentando
maior incidência com 2017 casos notificados, seguidos de Imperatriz, Caxias, São
José de Ribamar com 430; 249; 208 respectivamente (Gráfico 17).
Tabela 19 - Distribuição de casos conforme municípios x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite C. Período: 2003 – 2013.
Município
Masculino
%
(n=3257)
Feminino
São Luís
Imperatriz
Caxias
São José de
Ribamar
1099
241
141
33,7
7,4
4,3
918
189
108
%
(n=
2847)
32,2
6,6
3,8
2017
430
249
%
(n=
6104)
33,0
7,0
4,1
92
2,8
116
4,1
208
3,4
0,79
Paço do Lumiar
93
2,9
76
2,7
169
2,8
1,22
Balsas
Itapecuru Mirim
Olinda Nova do
Maranhão
Bacabeira
Barreirinhas
Brejo
Açailândia
Tutóia
Pedreiras
Codó
Valor de p
80
56
2,5
1,7
68
75
2,4
2,6
148
131
2,4
2,1
1,18
0,75
46
1,4
63
2,2
109
1,8
0,73
52
57
44
50
50
50
43
0,0024
1,6
1,8
1,4
1,5
1,5
1,5
1,3
54
45
49
42
42
22
27
1,9
1,6
1,7
1,5
1,5
0,8
0,9
106
102
93
92
92
72
70
1,7
1,7
1,5
1,5
1,5
1,2
1,1
0,96
1,27
0,90
1,19
1,19
2,27
1,59
Total
M/F
1,20
1,28
1,31
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
O resultado mostra que de um total de 6.104 notificações, 33% (2017)
dos casos pertenciam ao município de São Luís, apresentando o sexo masculino
com 33,7% (1099) dos casos. Foi encontrada associação significativa (p < 0,05)
entre os resultados obtidos (Tabela 19, Gráfico 18).
Gráfico 18 - Distribuição de notificações de casos hepatites C relacionando-se os
municípios x sexo. Período: 2003-2013.
p < 0,05
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Os resultados obtidos mostraram os municípios de São Luís, Imperatriz e
Caxias que apresentaram maior número de casos notificados, tendo o sexo
masculino de maior incidência. O município de São José de Ribamar que
apresentou a quarta maior prevalência, obteve de maior incidência, o sexo feminino.
Foi encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos
(Gráfico 18).
Tabela 20 - Distribuição de casos conforme fonte de infecção x sexo com as
maiores frequências de casos de hepatite C. Período: 2003 -2013.
Fonte Infecção
Sexo
Masculino
181
21
709
%
19,1
2,2
74,8
Ignorada
Sexual
Transfusional
Vertical(Mãe/Recém0
0,0
nascido)
Acidente de Trabalho
1
0,1
Uso de Drogas Injetáveis 6
0,6
Outro
19
2,0
Domiciliar
6
0,6
Tratamento
5
0,5
Cirúrgico/dentário
Total
948
100,0
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Total %
Feminino
112
11
519
%
16,9
1,7
78,2
1
0,2
1
0,1
1
2
12
3
0,2
0,3
1,8
0,5
2
8
31
9
0,1
0,5
1,9
0,6
3
0,5
8
0,5
664
100,0 1598 100,0
P
293 18,3
18
1,1
1228 76,8
0,7113
O resultado mostrou que de 1.598 notificações para essas variáveis,
76,8% dos casos (1228) ocorreram por via transfusional, com 78,2% (519) casos do
sexo feminino.
Gráfico 19 - Distribuição de casos conforme fonte de infecção x sexo com as
maiores frequências de casos de hepatite C. Período: 2003 -2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
Em relação às fontes de infecção x sexo, obteve-se com resultado a via
transfusional, a principal responsável pela transmissão da doença, com 78,2% dos
casos do sexo feminino. Não foi encontrada associação significativa (p < 0,05) entre
os resultados obtidos (Gráfico 19).
Tabela 21 - Distribuição de casos de hepatite C conforme evolução do paciente x
sexo. Período: 2003 - 2013.
Evolução caso
Ignorada
Cura
Óbito
Portador Crônico
Hepatite Crônica
Total
Sexo
Masculino
22
29
12
57
143
263
%
8,4
11,0
4,6
21,7
54,4
100,0
Feminino
12
21
3
33
93
162
%
7,4
13,0
1,9
20,4
57,4
100,0
Total
34
50
15
90
236
425
%
8,0
11,8
3,5
21,2
55,5
100,0
p
0,5973
Os resultados obtidos mostraram que 236/425 evoluíram para a hepatite
crônica, com 55,52%, sendo 57,4% (n=93 )do sexo feminino.(Tabela 16, Gráfico 16)
Não foi encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos.
Gráfico 20 - Distribuição de casos conforme evolução x sexo com as maiores
frequências de casos de hepatite C. Período: 2003 -2013.
Fonte: autor (modificado do IBGE, 2015).
O gráfico mostra, a prevalência da forma de hepatite crônica, tendo a
maioria dos casos no sexo feminino (57,4%) e masculino (54,4%). Não foi
encontrada associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos.
6 DISCUSSÃO
6.1 Sífilis Gestacional e Congênita
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2003 a
2013 demonstrou que foram notificados 1634 casos novos de Sífilis Gestacional no
Estado de Maranhão com média de 148,54 casos novos/ano.
Os municípios mais prevalentes em relação à sífilis gestacional, foram os
mesmos em relação ao HIV, com casos de transmissão vertical, segundo dados da
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS, Brasília/DF 2006 (Maranhão). Fato esse, de
grande preocupação epidemiológica, devido à exposição a essa doença.
Em nenhum dos resultados analisados, encontrou-se associação
significativa, apresentando p>0,05. Dessa forma, pode ser levantar a hipótese da
SG ser uma doença de distribuição difusa e hereogênea.
A SG, apresentou alguns dados que obtiveram semelhanças com outras
pesquisas realizadas, como por exemplo, a faixa etária entre 20 a 39 anos, um
período considerado sexualmente ativo. No Rio de Janeiro, as gestantes que
apresentaram diagnóstico de sífilis, estavam no intervalo de 20 a 29 anos de idade
(HILDEBRAND, 2010). Pouco foi percebido, referente ao aumento de notificações
de gestantes adolescentes, visto que a gravidez na adolescência é algo real em
nossa sociedade.
Com esse fato, pode-se levantar a hipótese, de que as
adolescentes gestantes, não estejam fazendo o acompanhamento pré-natal e com
isso, suas faixas etárias sejam quase imperceptíveis no levantamento de dados.
A cor parda prevaleceu associada a um intervalo de 1 a 3 anos de
estudos conclusos, com 40,3% das notificações.
Da mesma forma, obteve-se
resultado semelhante, com 50% da população de cor parda (RODRIGUES, 2004).
O diagnóstico de sífilis, referente à reatividade ao teste não treponêmico,
obteve como resultados, 71,4% de gestantes reativas, estando no intervalo etário
de 20 a 39 anos de idade.
Na realização do teste treponêmico, 72% das gestantes
foram reativas e pertenciam também a mesma faixa etária.. Vale lembrar que nos
dados obtidos, 1,9% foram reativas na faixa de 10- 12 anos e 23%, entre 15 e 19
anos, demonstrando atividade sexual e exposição às doenças nesses períodos
etários (MESQUITA, 2012).
A maioria das mulheres infectadas, foram identificadas durante a
gestação ou no momento do parto, porém entre 38% a 48% das gestantes, chegam
às maternidades sem resultados de sorologias importantes, necessitando de testes
rápidos no momento do parto, com intuito de impedir a transmissão vertical
(ROMANELLI et al, 2006).
O primeiro trimestre gestacional é considerado o período ideal para a
intervenção da sífilis congênita. Contudo o tratamento materno tardio,
contribui
para o aumentos de partos prematuros e natimortos nas Américas. As intervenções
direcionadas à SG são altamente eficazes em termos de custos e necessitam ser
implementadas para ajudar a alcançar a meta de eliminação da sífilis congênita
(ARNESEN, 2015).
Mesmo com o diagnóstico da sífilis gestacional, diversas intercorrências
podem ocorrer, impedindo o êxito no tratamento, com erros na condução
terapêutica, incluindo: início tardio do pré-natal, mudança de unidade de saúde
durante a assistência, dificuldades no diagnóstico da sífilis durante a gestação,
inadequação no tratamento da gestante, ausência de tratamento do parceiro, falta
de orientações sobre a doença, sobre o uso de preservativos e de ações de
aconselhamento à própria gestante durante a realização dos exames (CAMPOS,
2010).
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2003 a
2013 demonstrou que foram notificados 2.046 casos novos de Sífilis Congênita no
Estado de Maranhão com média de 186 casos novos/ano.
Os municípios de São Luís, Imperatriz, Timon, Balsas e São José de
Ribamar apresentaram os maiores índices de sífilis congênita. O alto índice de
pobreza, de acordo com informações referentes à prevalência da doença em locais
com baixo nível sócio econômico são corroborados por um estudo realizado na
Austrália, com refugiadas africanas, as quais 5 % dessas mulheres eram reagentes
para sífilis (MARTIN, 2006).
A cor parda associada a um intervalo de 4 a 7 anos de estudos,
obtiveram seus maiores níveis para a sífilis congênita no estado do Maranhão.
De acordo com a maioria das pesquisas que possuíram resultados semelhantes,
percebeu-se a redução na incidência, conforme o aumento dos anos de estudo (de
la CALLE, 2013).
O sexo masculino foi o mais incidente na maioria dos municípios, de
acordo com outras pesquisas realizadas.
O diagnóstico de sífilis congênita vinculado à realização de exames no
pré-natal, mostrou que dos pacientes notificados com sífilis congênita apenas 1.108
de um total de 1.645 haviam realizado pré-natal.
A maioria das notificações (93,5%), obtiveram o diagnóstico em seus
filhos com até 6 dias de idade. Referente à associação entre diagnóstico final e
realização de pré-natal mostrou que de 2008 notificações, 1619 realizaram pré-natal
e sua maioria 97,4%(1577) obtiveram como diagnóstico final, sífilis congênita
recente
A escolaridade da mãe x parceiro tratado mostrou que de 2045
notificações, 1528 mulheres não tinham o parceiro tratado e apresentaram em sua
maioria (664; 43,5%), escolaridade entre 4 a 7 anos conclusos em relação a apenas
184 com parceiros tratados e sua maioria nessa mesma faixa etária. Foi encontrada
associação significativa (p < 0,05) entre os resultados obtidos. Em um estudo
realizado em Fortaleza, (65,5%) não houve tratamento do parceiro (CAMPOS,
2010).
Os problemas identificados na abordagem dos parceiros contribuem para
a inadequação no manejo dos casos de sífilis na gestação, já que a definição de
casos adotada atualmente pelo Ministério da Saúde ,considera que todo recém-nato
de gestante com diagnóstico de sífilis cujo parceiro não tenha sido tratado, é
considerado caso de sífilis congênita, independentemente de sinais clínicos ou
exames laboratoriais (ROMANELLE, 2006).
Embora seja uma atividade que envolve muitos recursos e que
raramente é realizada pelos serviços, é importante para evitar a reinfecção durante
a gravidez, principalmente em locais de alta prevalência da sífilis, sendo também
uma oportunidade de tratamento e prevenção de novos casos de DST, uma vez que
os casos não tratados permanecem como reservatórios de DST na população geral.
O diagnóstico de sífilis congênita ocorreu em sua maioria durante o prénatal e principalmente durante o parto. Estima-se subnotificação dessa doença, em
virtude de muitas mulheres não realizarem os exames para diagnóstico ou por não
fazerem pré-natal. Dados obtidos nesse, mostram que de 1645 mulheres apenas
1108 realizaram pré-natal (CAMPOS, 2010).
Além disso, referente à alta incidência de sífilis congênita mesmo em
mulheres que realizaram o pré-natal, percebe-se falhas no manejo com essas
gestantes não sendo efetivo em captar precocemente a gestante com sífilis e nem
fornecer o tratamento preconizado, possivelmente pelo número de consultas
reduzidas ou falta de profissional qualificado nesse acompanhamento (NEWMAN,
2013).
Os parceiros por sua vez não participaram do tratamento da sífilis,
denotando pouca colaboração ao tratamento ou desinformação a respeito da
necessidade de também ser tratado, demonstrando que é necessária a participação
do cônjuge na assistência pré-natal e que ela deve ser incentivada pelas equipes de
saúde (HILDEBRAND, 2010).
6.2 Gonorreia
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2008 a
2013 demonstrou que foram notificados 10 casos novos de Gonorreia no Estado de
Maranhão por internações hospitalares, com média de 1 caso novo/ano. Esses
dados demonstram subnotificação extrema, visto que a gonorreia é uma doença de
fácil tratamento e como não constitui doença de notificação compulsória, apresenta
baixíssimos índices de notificações, exceto em caso de coinfecções ou agravos na
própria doença, como por exemplo a Bartholinite nas mulheres: infecção na
glândula de Bartholin.
Em relação às complicações provocadas pela Neisseria e o tratamento
inadequado, foi realizado um estudo que relacionou associação da gonorreia e
câncer de próstata e obteve risco aumento em homens infectados pela gonorreia, e
obteve como resultado, risco aumentado de câncer da próstata, especialmente
entre os homens americanos africanos (LIAN, 2015).
O número de infecções gonocócicas aumentou ao longo da década de
2000 a 2010, especialmente devido ao aumento da triagem entre os jovens. A
diminuição da sensibilidade das cepas de gonococos a antibióticos de primeira linha
(cefalosporinas de amplo espectro) precisa manter muita atenção (JALIL, 2008).
Mesmo com resultados irrisórios obtidos pelo Ministério da Saúde, referentes ao
Maranhão, sabe-se que a gonorreia está bem presente sociedade mundial. Um
artigo alemão, analisou a história da sífilis e gonorreia, demonstrando que a sua
erradicação parece ainda está bem longe, mostrando o aumento em sua incidência
e interrogando se essas duas doenças podem ser consideradas infecções
sexualmente transmissíveis do passado (ESSER,2012).
Recentes pesquisas, realizadas em homens portadores de câncer de
próstata, percebeu-se a relação dessa doença com a presença do gonococo,
nesses pacientes. Houve associação significativa neste teste (WEN- QUING, 2015).
6.2.1 Hepatite B
A
hepatite
B
é
considerada
um
problema
de
saúde
pública,
principalmente nos países em desenvolvimento (BRASIL, 2006). No Estado do
Maranhão, de 2003 a 2013, ocorreram 2112 casos de hepatite B, com 212,2 casos
novos/ano. Valor significativo, em se tratar da gravidade da doença. São Luís foi o
município que obteve maior número de casos.
A maioria das notificações encontradas no estado,
eram do sexo
feminino, faixa etária de 20 a 39 anos, fonte de infecção, as transfusões
sanguíneas.
Em pesquisa semelhante realizada, mas em enfoque nacional no
período de 2009 a 2012, obteve o Estado de São Paulo, com maior número de
notificações, com 11.851 casos de hepatite B, seguido pelo Estado do Paraná, com
6.186 notificações e Santa Catarina, com 5.115 notificações, o sexo mais acometido
no Brasil, foi o masculino. No que se refere à faixa etária, foi a mesma encontrada
em nosso estudo, confirmando que as notificações não são frequentes em idades
precoces. Porém o uso de drogas injetáveis foi a fonte de infecção mais notificada
nacionalmente, diferente da encontrada em nosso estudo. (ZATTI, 2013). Outros
estudos realizados em Portugal também evidenciaram maiores taxas de infecção
por vírus da hepatite B no gênero masculino, apresentando faixa etária semelhante
(CHAVES, 2003)
Fatores como região geográfica e a genética do paciente podem
reduzir ou não a prevalência dessa doença em uma dada região (SCHWEITZE,
2015). Grande preocupação referente à hepatite B se dá à coinfecção com o HIV,
afinal compartilham dos mesmos meios de transmissão. (SOUTO, 2001)
Os adultos infectados, podem ter cura da doença em 90 a 95 %
dos casos, mas a forma crônica, decorre da presença do vírus por período superior
à seis meses e evoluem em tempo indeterminado, para cirrose e posteriormente
carcinoma hepático (NASCIMENTO, 2012).
6.2.2 Hepatite C
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2003 a
2013 demonstrou que foram notificados 4088 casos novos de Hepatite C no Estado
do Maranhão, com média de 408,80 casos novos/ano.
Os resultados mostraram o município de São Luís, apresentando maior
incidência com 2017 casos notificados, seguidos de Imperatriz, Caxias e São José
de Ribamar.
No que se refere à análise do sexo em relação aos municípios, o sexo
masculino foi o que apresentou maiores níveis. Igual resultado foi obtido em um
município da região Sul do Brasil (MELLO, et al., 2011).
Na associação entre as variáveis fonte de infecção e sexo, o resultado
mostrou que de 1.598 notificações para essas variáveis, 76,8% dos casos (1228)
ocorreram por via transfusional, com 78,2% (519) casos do sexo feminino.
Referente à fonte de transmissão, resultado semelhante foi obtido no Acre em 33%
dos casos , seguidos da utilização do medicamento Gluconergan através do
compartilhamento de seringas em 28%. Porém, o sexo mais acometido foi o
masculino neste estado, divergindo da nossa pesquisa quando relacionada a essa
varíavel fonte de infecção (AMARAL, 2013).
Segundo Suryaprasad (2014), divergindo do nosso resultado, a fonte de
infecção mais incidente, foi através do compartilhamento de seringas e agulhas
devido ao uso de narcóticos e correlatos.
Nas variáveis que envolviam evolução e sexo, os resultados obtidos
mostraram que a hepatite pelo VHC, na forma crônica estava presente no sexo
feminino em
57,4% e 55,52% no masculino. Apesar de não haver associação
significativa nessa análise, percebe-se que os dados epidemiológicos realmente
corroboram com os nossos resultados, confirmando que a hepatite C na forma
crônica, afeta grande número de pessoas em todo o mundo.
Desta forma,
compromete a qualidade de vida do paciente, com progressão para cirrose,
carcinoma hepatocelular, insuficiência hepática e a morte (LAM et al., 2015).
O desenvolvimento do carcinoma hepatocelular é considerado uma das
piores consequências à saúde dos pacientes infectados com o vírus da hepatite C,
além de elevar os custos públicos com o tratamento. Apesar dos importantes
avanços nos últimos anos quanto ao seu diagnóstico, avaliação, prevenção e
tratamento da doença, a hepatite C representa um importante problema de saúde
pública. Após o desenvolvimento de triagem para a doação de sangue, houve
diminuição significativa de casos por essa via de transmissão (AMARAL, 2013).
Devido a alta prevalência do VHC em todo o mundo, necessita-se de
urgência no diagnóstico e tratamento imediato, impedindo a progressão da doença
hepática. Os medicamentos disponíveis conseguem atingir os objetivos propostos
na metade dos pacientes tratados, porém os efeitos colaterais devem ser
considerados (LAM et al., 2015).
7 CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos neste trabalho chegam-se às
seguintes conclusões:
7.1 Sífilis Gestacional e Congênita
Foram notificados 1.634 casos novos de Sífilis Gestacional no Estado do
Maranhão, com média de 163,4 casos novos/ano.
O perfil epidemiológico da sífilis gestacional,
apresentou distribuição
difusa, sem grupos populacionais específicos incidentes.
As maiores prevalências da sífilis gestacional concentraram-se nos
municípios de São Luís, Codó, Balsas, Caxias e Buriticupu com 146; 100; 92; 85; 69
dos casos respectivamente.
Dentre os resultados obtidos quanto à notificação da sífilis gestacional e
suas variáveis analisadas no estado do Maranhão, não foram encontradas
associações significativas (p < 0,05).
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2003 a
2013 demonstrou que foram notificados 2.046 casos novos de Sífilis Congênita no
Estado de Maranhão com média de 204,6 casos novos/ano.
As maiores prevalências de sífilis congênita, concentraram-se nos
municípios de São Luís, Imperatriz, Timon, Balsas e São José de Ribamar com 747;
461; 111; 65; 48 casos respectivamente.
Dentre as pacientes notificadas com diagnóstico de sífilis congênita,
apenas 1.108/1645 realizaram pré-natal, constituindo 67,35% dos casos.
Das mães que obtiveram diagnóstico de sífilis congênita, prevaleceram
as de cor/raça parda, no intervalo de 4 a 7 anos conclusos de escolaridade.
Referente à associação entre escolaridade e a cor/raça da mãe, 93,5%
(n=1327) tiveram o diagnóstico nos seus filhos com até 6 dias de idade, na cor/raça
parda com 1419 casos.
Das mães que realizaram o pré-natal (n=1619), de um total de 2008
notificações, 97,4%(1577) obtiveram como diagnóstico final, sífilis congênita
recente.
No intervalo de maior grau de escolaridade ( 4 a 7 anos), 43,5% , tinham
os seus parceiros tratados
Apenas 9% (n= 184) tinham o parceiro tratado, no total de notificações
com todas as faixas etárias analisadas, as quais possuíam essa variável.
7.2 Gonorreia
A análise dos dados obtidos a partir do DATASUS no intervalo de 2008 a
2013 demonstrou que foram notificados 10 casos novos de Gonorreia no Estado de
Maranhão por internações hospitalares, com média de 1 caso novo/ano.
O perfil epidemiológico da gonorreia mostra subnotificação extrema no
estado do Maranhão.
Apenas 10 casos notificados no Maranhão
Transmissão vertical, diagnóstico em menos de 1 ano de idade
Em todos os resultados obtidos, não houve associação significativa
(p>0,05).
7.3 Hepatite B
O perfil sócio demográfico da hepatite B no Estado do Maranhão
apresentou uma média de 211,2 casos novos/ano, apresentando um total de 2112
casos notificados.
Os municípios que apresentaram maiores notificações de casos foram:
São Luís, Imperatriz, Caxias São José de Ribamar, com 740; 174; 123; 89
respectivamente.
O sexo feminino apresentou maior incidência em relação ao masculino
no município de São Luís, com maior número de notificações da doença, com
37,6%.
A faixa etária de maior número de notificações esteve no intervalo de 2039 anos , apresentando o sexo feminino com maior densidade.
O gráfico mostra que a faixa etária no intervalo de 20 -39 anos de idade
apresentou maior incidência acompanhada da cor/raça parda.
Da mesma forma, percebeu-se maior densidade nessa mesma faixa
etária para a cor/raça indígena.
A fonte de infecção de maior prevalência foi através da via transfusional,
tendo o sexo feminino (70,6%) com maior incidência.
7.4 Hepatite C
A hepatite C é uma doença infecciosa de frequência elevada e que pode
proporcionar consequências graves aos portadores do VHC. O Maranhão no estudo
realizado de 2003 a 2013 apresentou alta incidência de casos com 4.088 casos
notificados, 408,8 casos/ano.
São Luís, Imperatriz, Caxias, São José de Ribamar e Paço do Lumiar
foram os 5 principais municípios que apresentaram maiores notificações de casos
A forma de transmissão com maior número de casos foi a via
transfusional, com 76,8%, São Luís, (33%) o município mais incidente e o sexo
mais acometido, o masculino, com 78,2% dos casos.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do ponto de vista clínico, a Sífilis é uma doença de fácil diagnóstico e
tratamento, porém, é necessário acompanhamento de qualidade à mulher no ciclo
gravídico-puerperal, tornando-se fator primordial em garantir o controle do agravo e
a redução de sua incidência.
Com isso, faz necessária a realização de campanhas preventivas e
capacitações regulares dos profissionais da saúde ampliados à população em geral,
intensificadas nos municípios de maior prevalência, afim de que desempenhem
suas atividades de forma qualificada, melhorando a assistência pré-natal e
diminuindo o número de casos de sífilis gestacional e consequentemente congênita.
Vale ressalvar que mesmo a sífilis congênita sendo considerada doença
de notificação compulsória desde o ano de 1986, informações sobre a sua
incidência são limitadas devido à subnotificação de casos e à falta de padronização
de critérios de definição de casos.
O esclarecimento às gestantes sobre a gravidade da doença, o modo de
transmissão, a prevenção, o tratamento e as consequências para o concepto,
ressaltando a necessidade do tratamento concomitante do parceiro, torna-se
estratégia fundamental na construção do autocuidado e do cuidado dispensado ao
próprio filho, de modo que se tornem corresponsáveis no processo saúde-doença,
evitando
assim,
a
transmissão
vertical,
a
elevada
prevalência
de
gestantes/puérperas infectadas, o tratamento inadequado de seus parceiros, e
rastreamento deficiente dos filhos, ainda que tenham acompanhamento pré-natal e
puerperal.
A Gonorreia é uma doença de alta prevalência, porém sem dados
epidemiológicos palpáveis. Doença sexualmente transmissível de fácil tratamento
por meios não ambulatoriais e informais.
A
subnotificação
da
gonorreia
promove
uma
grande
lacuna
epidemiológica, não unicamente pela ausência de diagnóstico e notificação dessa
doença, mas também por se tratar de um evento sentinela para busca de outra
DST e possibilidade de associação ao HIV, fato esse de grande preocupação.
As
hepatites
virais
necessitam
de
intensa
fiscalização
clínico-
epidemiológica, levando-se em consideração sua maior transmissibilidade por via
transfusional. Outras formas de contágio, também devem ser levadas em
consideração, reforçando cuidados na manipulação do sangue e rigor na
esterilização de materiais cirúrgicos. Vale ressalvar que todos esses cuidados
prevenirão não só as hepatites virais, mas qualquer doença de disseminação por
via hematogênica, como a AIDS por exemplo. O profissionais da área da saúde,
devem adotar todos os métodos preventivos, equipamentos de proteção individual
adequados (EPI), além de evitar o reencape de agulhas utilizadas para
procedimentos em pacientes, sendo necessário à utilização de recipientes de
descarte de materiais pérfuro-cortantes próximos ao leito do paciente.
Campanhas são continuamente realizadas para prevenção das hepatites
virais, havendo um foco especial para a hepatite C, por sua manifestações clínicas
insidiosas e graves a longo prazo, promovendo altos índices de subnotificação.
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