INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
CUIDADOS DE ENFERMAGEM ALIADOS AS NOVAS TECNOLOGIAS: UMA
ESTRATÉGIA DO CUIDAR EM UTI
EMILIA MARIA SILVA ALVES
TERESINA- 2015
EMILIA MARIA SILVA ALVES
CUIDADOS DE ENFERMAGEM ALIADOS AS NOVAS TECNOLOGIAS: UMA
ESTRATÉGIA DO CUIDAR EM UTI
Artigo
apresentado
ao
Mestrado
Profissionalizante em Terapia Intensiva
pela SOBRATI
como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título
de
Mestre.
MÁRCIA
GOUVEIA.
TERESINA- 2015
ORIENTADOR:
TELES
DE
Drª
OLIVEIRA
RESUMO
Os serviços de terapia intensiva ocupam áreas hospitalares destinadas ao atendimento de
pacientes críticos que necessitem de cuidados complexos e especializados, tendo como
objetivo concentrar recursos humanos e materiais para o atendimento de pacientes graves que
exigem assistência permanente, além da utilização de recursos tecnológicos apropriados para
a observação e monitorização contínua das condições vitais do paciente. Os enfermeiros estão
regularmente expostos a situações clínicas difíceis que requerem atenção e controle. As
tecnologias estão divididas em duras, leve-duras e leves. Este trabalho teve como objetivo
compreender como os cuidados de enfermagem estão aliados as novas tecnologia,
aprofundando os conhecimentos relativos a esta temática. Este estudo refere-se a uma revisão
integrativa da literatura, uma vez que se configura como uma síntese do estado dos dados
científicos relacionados a um problema de pesquisa. A essência da Enfermagem em cuidados
intensivos não está apenas nos ambientes ou nos equipamentos especiais, mas no processo de
tomada de decisões, que requer do enfermeiro, uma sólida compreensão das condições
fisiológicas e psicológicas do paciente. É importante que os enfermeiros se adaptem a esse
contexto de avanços, buscando qualificação e aperfeiçoamento da prática, sem esquecer que é
o cuidado quem utiliza a tecnologia em direção a um cuidado de enfermagem mais eficaz e
seguro.
Palavras-chave: Tecnologia, Enfermagem, UTI.
ABSTRACT
Intensive care hospital services occupy spaces for the care of critically ill patients requiring
complex and specialized care, aiming to concentrate human and material resources for the
care of critically ill patients who require permanent assistance in addition to the use of
appropriate technology to the observation and continuous monitoring of vital patient
conditions. Nurses are regularly exposed to difficult clinical situations that require attention
and control. The technologies are divided into hard, soft-hard and light. This study aimed to
understand how nursing care are allies new technology, deepening the knowledge on this
subject. This study refers to an integrative literature review, since it is configured as a state
synthesis of scientific data related to a research problem. The essence of nursing intensive
care is not only in environments or special equipment, but in the process of decision making,
which requires the nurse, a solid understanding of the physiological and psychological
conditions of the patient. It is important for nurses to adapt to this context of advances,
seeking qualification and improvement of practice, without forgetting that is care who uses
technology towards a more effective and safe nursing care.
Keywords: Technology, Nursing, ICU.
INTRODUÇÃO
Os serviços de terapia intensiva ocupam áreas hospitalares destinadas ao atendimento
de pacientes críticos que necessitem de cuidados complexos e especializados. Esses serviços
têm como objetivos: concentrar recursos humanos e materiais para o atendimento de pacientes
graves que exigem assistência permanente, além da utilização de recursos tecnológicos
apropriados para a observação e monitorização contínua das condições vitais do paciente e
para a intervenção em situações de descompensações (GOMES, 1998; PADILHA &
KIMURA, 2000).
O cuidado de enfermagem, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), é
complexo e desafiador (BARRA & SASSO, 2010). Os enfermeiros estão regularmente
expostos a situações clínicas difíceis que requerem atenção e controle e, ao mesmo tempo, a
inovações tecnológicas que precisam estar integradas de forma consistente, correta e segura
ao sistema de cuidado à beira do leito. Cada tecnologia adicionada ao cuidado e ao sistema
organizacional aumenta a complexidade do trabalho da enfermagem embora, também,
potencialize a redução da carga de trabalho, melhorando a qualidade do cuidado e diminuindo
os erros e eventos adversos (ZUZELO et al., 2008).
Segundo o conceito de Baumgarten (2006), tecnologia é o conjunto de
conhecimentos e informações, utilizados na produção de bens e serviços, provenientes de
fontes diversas, como descobertas científicas e inovações, a partir de objetivos e com
finalidades práticas.
Os avanços tecnológicos e alguns investimentos ocorridos na área da saúde nos
últimos anos são “reflexos da reestruturação produtiva que está ocorrendo, mais intensamente
na produção industrial, desde o final dos anos 70 e, no Brasil, nos anos 90” (PIRES, 1999),
gerando então, a necessidade de trabalhadores qualificados para a manipulação dos artefatos
tecnológicos.
As tecnologias em saúde compreendem dois grandes grupos. As tecnologias
diagnósticas representadas pelos equipamentos de RX, ultrassonografia, tomografia
computadorizada, ressonância magnética, mamografia, ecocardiograma entre outros. E as
tecnologias terapêuticas, de que são exemplos: os monitores cardíacos, de pressão não
invasiva e invasiva, de pressão intracraniana, de pressão intra-abdominal, oxímetro de pulso,
ventiladores mecânicos, capnógrafos, equipamentos de hemodiálise, voltadas para o
tratamento e monitorização dos pacientes utilizadas em sua maioria em UTIs (SILVA, 2003).
Numa perspectiva atual, a tecnologia tem se manifestado de modo crescente dentro
de um sistema tecnológico nos quais os governos, as organizações e as pessoas estão
integradas com o objetivo de maximizar a eficiência e a racionalidade (BARRA & SASSO,
2010). A informática e os sistemas de informação estão cada vez mais disponíveis para apoiar
a prática, a educação, a pesquisa, o cuidado e o desenvolvimento político, social e econômico
da profissão de Enfermagem (BARRA et al., 2012).
Mehry et al. (1997), propõe classificar as tecnologias em duras, leve-duras e leves.
As “tecnologias duras” estão relacionadas com os equipamentos e as máquinas.
São
exemplos deste tipo de tecnologias na UTI, os equipamentos de monitorização, os
ventiladores mecânicos, as bombas de infusão. São essas tecnologias que dão a “marca
registrada” da UTI.
As tecnologias “leve-duras” seriam então, os saberes agrupados que
direcionam o trabalho, como as normas, os protocolos e o conhecimento produzido em áreas
específicas do saber. À exemplo das “tecnologias duras”, as leve-duras também são
freqüentemente empregadas na UTI, na forma de os protocolos, os algoritmos, as normas e
rotinas de Enfermagem. As “tecnologias leves” são as tecnologias utilizadas nas relações
humanas, como a de produção de vínculo, autonomização, acolhimento e gestão como uma
forma de governar processos de trabalho. Geralmente não se tem conta que estes recursos
também são um tipo de tecnologia.
Pensar o impacto das tecnologias duras na prática de enfermagem necessita
compreender que é essencial um equilíbrio entre estas tecnologias e a atuação verdadeira do
enfermeiro, assegurando o papel desses profissionais no cuidado ao doente crítico
(SCHWONK et al., 2001).
A tecnologia dura não se opõe ao contato humano. É um agente e um objeto desse
encontro. Ela pode humanizar até os ambientes mais tecnologizados (MARTINS & DAL
SASSO, 2008) como a terapia intensiva. Assim, cuidado e tecnologia dura se aproximam,
inevitavelmente, permitindo que as ações de enfermagem tidas como um trabalho vivo em
ato, sistematizadas e pautadas em conhecimento científico voltem-se para a manutenção da
vida das pessoas, proporcionando conforto e bem-estar, contribuindo para a recuperação da
saúde ou para uma morte digna e tranquila (ROCHA et al., 2008).
A apropriação de tecnologias, em particular aquelas entendidas como duras, é
considerada por Coelho (1999), como fundamental para cuidar e assistir, pois elas contribuem
sobremaneira na ampliação da capacidade natural de sentir, embora exija da enfermagem um
alto grau de qualificação profissional.
As unidades de terapia intensiva são consideradas locais especiais que demandam um
alto grau de especialização do trabalho da equipe de enfermagem. O cuidado em terapia
intensiva hoje, mais do que no passado, tem sido balizado pela incorporação/utilização de
novas tecnologias, abrindo novos horizontes e novas perspectivas para a melhoria da
qualidade do trabalho/assistência e de vida dos sujeitos que cuidam e daqueles que são
cuidados (SILVA et al., 2008).
Torna-se indispensável um trabalho integrado, com profissionais capacitados e
preparados, favorecendo o enfrentamento das exigências impostas pelo referido ambiente,
visando segurança e bem-estar do paciente (STUMM et al., 2006).
Algumas das características peculiares de uma Unidade de Tratamento Intensivo
(UTI), são: ambiente permeado de tecnologia de última geração, situações iminentes de
emergência e necessidades de agilidade e habilidade no atendimento ao cliente (SALICIO &
GAIVA, 2006). Inúmeras máquinas, que, como as bombas de infusão, os monitores cardíacos,
as camas eletrônicas, os ventiladores mecânicos e muitas outras, parecem estar muito bem
integradas e incorporadas nessas unidades, como se juntamente com elas tivessem nascidas
(SILVA, 2006).
Assim como os seres humanos as máquinas precisam ser assistidas, tocadas e
cuidadas para que se possam apresentar o melhor desempenho possível. Isto tem exigido
destes profissionais, novas habilidades, novas destrezas e novas formas de pensar o cuidado,
seus doentes e o ambiente e as relações que se estabelecem no cotidiano de cuidar quando
seres humanos e máquinas se encontram envolvidos, sem contudo, deixar de considerar que,
na nova configuração do ser humano, as máquinas tornar-se-ão partes integrantes dos
organismos humanos (SIBÍLIA, 2002).
Estas unidades são organizadas de maneira a prestar assistência especializada aos
clientes em estado crítico, com risco de vida, exigindo controle e assistência médica e de
enfermagem ininterruptas. Em virtude desses fatos, justifica-se a introdução de tecnologias
cada vez mais aprimoradas que buscam, por meio de aparelhos, preservar e manter a vida do
paciente em estado crítico, através de terapêuticas e controles mais eficazes, o que exige
profissionais de saúde alta capacitação e habilidade (NASCIMENTO & ERDMANN, 2006).
Esta forma de pensar a tecnologia na UTI, talvez esteja relacionada às inúmeras máquinas que
são utilizadas, tais, como as bombas de infusão, os monitores cardíacos, as camas eletrônicas,
os ventiladores mecânicos e muitas outras, já bem integradas e incorporadas nesses cenários
(SILVA, 2006).
Tais equipamentos favorecem o atendimento imediato, possibilitando segurança para
toda a equipe da UTI. Porém, em contrapartida, podem contribuir para tornar as relações
humanas mais distantes, fazendo com que o cliente se sinta abandonado, levantando a
premissa de que talvez saibamos mais sobre a máquina e pouco sobre o cliente que estamos
cuidando, tratando-o às vezes como objeto das determinações ou do cuidado (NASCIMENTO
& ERDMANN, 2006).
A utilização de monitores de multiparâmetros para a obtenção rápida e fidedigna de
parâmetros vitais impossíveis de serem obtidos com tanta agilidade e precisão apenas a partir
de dados do exame físico é sem dúvida um dos vários exemplos que podem ser utilizados,
para ilustrar momentos em que as atenções voltam-se muito mais para as máquinas, do que
para o doente. Esse mesmo exemplo poderia ser utilizado para demonstrar como a tecnologia
pode ser pensada como um segundo doente da Enfermagem (SILVA, 2006).
A cateterização intravascular (venosa ou arterial), com finalidades de monitorização
hemodinâmica, manutenção de uma via de infusão de soluções ou medicações, nutrição
parenteral prolongada, hemodiálise, ou mesmo para a coleta de amostras sanguíneas para
análises laboratoriais, é um procedimento extremamente frequente em unidades de terapia
intensiva (AMSHEL et al., 1998).
As camas automáticas permitem o deslocamento e/ou a retirada das cabeceiras, de
modo a facilitar o aceso do profissional na realização de procedimentos invasivos, comumente
realizados em UTI, tal como a intubação endotraqueal. Acrescentasse a isso, o fato de que,
alguns modelos e marcas já permitem a posição sentada do paciente no próprio leito,
diferentemente de modelos de camas hospitalares convencionais, o que dispensa o uso de
elevadores para a sua transferência da cama para a poltrona, ou vice-versa (INOUE et al.,
2013).
Peixoto (1994), em seu estudo diz que principais pontos positivos da utilização da
tecnologia são, segundo os enfermeiros: a precisão, rapidez e segurança no processo
diagnóstico-terapêutico, representando 52,0% dos pontos positivos citados. A possibilidade de
melhorar alguns indicadores hospitalares, tais como: média de permanência, taxa de
mortalidade, taxa de infecção hospitalar e custo, representam 17,7% dos pontos positivos.
Quanto à possibilidade da tecnologia em melhorar as condições de trabalho, aumentar o nível
de informação dos profissionais, constituindo-se num incentivo à atualização e possibilitar a
elevação do nível dos profissionais, dando-lhes segurança, recebeu o percentual de 14,6%. Os
outros aspectos considerados pelos enfermeiros se referiram à capacidade da tecnologia em
aumentar a sobrevida dos pacientes (5,9%); em melhorar a qualidade da assistência (5,9%),
bem como em transmitir segurança e tranquilidade aos pacientes (3,9%). Em contrapartida a
tecnologia distancia esta interação, “mecaniza” a assistência, interferindo na visão do
“paciente como um todo”.
A introdução de tecnologias duras promoveu a intensificação do trabalho, a
necessidade de habilidades e competências para o controle das tecnologias avançadas e
complexas e o aumento da carga de trabalho da enfermagem, refletindo na saúde dos
profissionais (LAINO, 1996). A possibilidade de erros pode gerar medos e angústia nos
profissionais pela falta de conhecimentos e habilidades requeridas em relação à sua utilização
(SILVA & FERREIRA, 2009)
Este trabalho teve como objetivo de compreender como os cuidados de enfermagem
estão aliados as novas tecnologia, aprofundando os conhecimentos relativos a esta temática
que faz parte da nossa atividade profissional, no intuito de buscar um melhor entendimento
para esse importante setor de atendimento à saúde pública que implica na garantia da
qualidade e da segurança na prestação de serviços de saúde.
METODOLOGIA
Este estudo refere-se a uma revisão integrativa da literatura, uma vez que se
configura como uma síntese do estado dos dados científicos relacionados a um problema de
pesquisa. Trata-se de uma abordagem metodologicamente ampla referente às revisões
existentes para compreender o fenômeno analisado, preparada a partir de etapas previamente
estabelecidas buscando na literatura as tecnologias em enfermagem.
A busca dos artigos foi realizada em dezembro de 2014, através das bases de dados
Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS),
National Library of Medicine (PUBMED), Banco de Dados em Enfermagem (BDENF),
Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Scientific Electronic
Library Online (SCIELO).
Após isso, procedeu-se a análise crítica dos artigos, com base nos critérios de
inclusão: estudos que abordassem acerca da temática proposta; artigos disponíveis na íntegra
nas bases de dados selecionadas; nos idiomas português, inglês e espanhol. Ao todo foram
utilizados 20 artigos, 4 livros e uma dissertação e tese.
Os critérios de inclusão para os estudos encontrados foram as novas tecnologias nas
Unidades de Terapia Intensiva, além do execução das medidas de segurança para evitar as
infecções hospitalares na Unidade de Terapia Intensiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o que foi abordado no decorrer do trabalho, as unidades de terapia
intensiva são consideradas locais especiais que demandam um alto grau de especialização do
trabalho da equipe de enfermagem. Exigem do trabalhador um treinamento adequado, uma
afinidade para atuar em unidades fechadas e uma resistência diferenciada dos demais que
atuam em outras áreas hospitalares (SANTORO, 2001). Para Gomes (1988), diferentemente
das demais unidades hospitalares, a UTI tem nos dias de hoje um importante papel para o
aumento da sobrevida de clientes criticamente enfermos, a partir da combinação de cuidados
intensivos de enfermagem, com a constante atuação de médicos intensivistas.
Como discutido a tecnologia pode ser classificada em “tecnologias duras”,
“tecnologias leve-duras” e “tecnologias leves”, mas vale ressaltar que as três categorias estão
inter-relacionadas e fazem parte da prática do cuidado, exigindo que nos estabelecimentos de
saúde essas diversas tecnologias sejam constantemente contempladas para satisfazer as
necessidades dos usuários (ROSSI & LIMA, 2005).
Mesmo com todas as “tecnologias duras”, o que se ver é que os profissionais de
Unidade de Terapia Intensiva geralmente estão sobrecarregados de atividades para realizar e
pouco espaço de tempo para executá-las.
Para Hudak e Gallo (1997), a essência da Enfermagem em cuidados intensivos não
está apenas nos ambientes ou nos equipamentos especiais, mas no processo de tomada de
decisões, que requer do enfermeiro, uma sólida compreensão das condições fisiológicas e
psicológicas do paciente.
Na enfermagem, a tecnologia gera impacto significativo no processo de trabalho
(SILVA & FERREIRA, 2009), sendo designada como a aplicação dos conhecimentos
científicos de modo sistemático no auxílio para melhor atender o ser humano.
Kinney (1991) destaca que o ambiente de terapia intensiva deve possuir, além de um
excelente modelo de assistência médica, um ótimo planejamento em sua planta física que
deverá atender aos requisitos de observação direta do paciente, a monitorização fisiológica
através de equipamentos eletrônicos de monitorização e boas condições ambientais
(ventilação, luminosidade, poucos ruídos, limpo.).
Nos dias hodiernos, essa inovação tecnológica crescente fica a disposição dos
profissionais e usuários. No entanto, apesar do constante e determinante uso das tecnologias,
o seu conceito vem sendo utilizado de forma equívoca, pois tem sido atribuído na prática
diária apenas como uma máquina ou produto. Assim, é importante destacar que as tecnologias
não devem ser vistas sob um olhar reducionista associado somente a equipamentos (BARRA
et al., 2006).
Embora as tecnologias tenham possibilitado a transferência de algumas tarefas
humanas para as máquinas, o que não significa dizer que a responsabilidade pelo cliente
também tenha sido transferida para elas, no que diz respeito ao atendimento em saúde e,
sobretudo na prática da Enfermagem, é necessário ressaltar que nenhum equipamento poderá
substituir o afeto, o toque e o apoio, bem como o olhar vigilante e constante da equipe, com o
objetivo de atender qualquer tipo de intercorrências, em que pese a eficiência dos sistemas de
monitorização utilizados atualmente em UTI (SILVA, 2006).
Com isso, torna-se importante abordar a necessidade de humanização do cuidado de
enfermagem na UTI, com a finalidade de provocar uma reflexão da equipe e, em especial, dos
enfermeiros. Entende-se que humanizar é uma medida que visa, sobretudo, tornar efetiva a
assistência
ao
indivíduo
criticamente
doente,
considerando-o
como
um
ser
biopsicossocioespiritual (SANTOS et al., 1999).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a Unidade de Terapia Intensiva é um local que requer muito cuidado
por parte dos enfermeiros, que possui muitas máquinas que são utilizadas para auxiliar no
acompanhamento do paciente. Além do cuidado com o paciente, o enfermeiro precisa
monitorar as máquinas para saber se as mesma, estão em bom funcionamento. Esse processo
de mecanização ao mesmo tempo que ajuda no processo de acompanhamento do paciente,
distancia o enfermeiro do mesmo.
Foi possível perceber que a prática do enfermeiro é principalmente influenciada pelas
tecnologias duras, seguida das leve-duras, estando as leves ainda pouco valorizadas e
implementadas pelos enfermeiros para o cuidado. Assim, é importante que os enfermeiros se
adaptem a esse contexto de avanços, buscando qualificação e aperfeiçoamento da prática, sem
esquecer que é o cuidado quem utiliza a tecnologia em direção a um cuidado de enfermagem
mais eficaz e seguro. Neste interim, os profissionais devem estar em constante processo de
reflexão.
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