GESTÃO ESTRATÉGICA DA TECNOLOGIA DA

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GESTÃO ESTRATÉGICA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA EMPRESA OLISEU
PAROLIN ME DE ENGENHEIRO BELTRÃO – PR
Larissa Parolin Grego Selicani, Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]
Simone da Silva, Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]
Marcos Schebeleski, Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]
RESUMO: Com o advento da globalização e a acirrada concorrência entre as empresas, torna-se
inviável e extremamente difícil desenvolver, controlar, planejar e dirigir as atividades organizacionais
sem as tecnologias e os sistemas gerenciais informatizados, que por sua vez facilitam e trazem
agilidade para o processo de tomada de decisão para o ambiente organizacional. Nesse contexto, esse
trabalho, após um diagnóstico, se propõe a delinear uma proposta para a implantação de um sistema de
informação apoiado por recursos de Tecnologia da Informação que proporcione efetivo suporte à
tomada de decisão e que possa agregar novas estratégias para a gestão da empresa Oliseu Parolin Me,
objeto do estudo, buscando-se assim, que a integração entre sistema de informação apoiado por
tecnologia e planejamento estratégico contribua efetivamente para o crescimento e até mesmo a
sobrevivência das organizações, sendo que a união dessas ferramentas proporciona agilidade no
processo decisório e permite a empresa ser mais competitiva frente ao mercado.
Palavras-chave: Gestão estratégica. Tecnologia da informação. Sistema de informação
INTRODUÇÃO
A partir da década de 60, a indústria da construção civil adquiriu considerável destaque no
cenário nacional, o que passou a exigir estudos voltados para administração estratégica a fim de
disponibilizar um eficiente planejamento organizacional. As empresas inseridas no mercado atual
precisam estar sempre bem conectadas quanto a novidades e exigências de seus clientes, bem como de
seus concorrentes, para que assim possam garantir sua sobrevivência.
Para Daft (2002), as organizações de grande sucesso de hoje são normalmente aquelas que
captam, armazenam, distribuem e utilizam informações de maneira mais eficaz, e mais do que
instalações, equipamentos ou até produtos, é a informação de que uma empresa dispõe e o modo como
ela a utiliza que definem até a sobrevivência organizacional.
Nesse contexto, o presente artigo se propõe, a título de objetivo geral, após um diagnóstico,
delinear uma proposta para a implantação de um sistema de informação apoiado por recursos de
Tecnologia da Informação que proporcione efetivo suporte à tomada de decisão e que possa agregar
novas estratégias para a gestão da empresa Oliseu Parolin Me.
Vale destacar que, com a concorrência e a exigência do consumidor, torna-se indispensável o
acompanhamento das mudanças cotidianas ocorridas no mercado, haja vista que é preciso dispor de
ferramentas e informações que orientem o empresário na tomada de decisão, principalmente para
desenvolver estratégias com o objetivo de manter ou tornar as empresas competitivas e lucrativas.
IX EPCT – Encontro de Produção Científica e Tecnológica
Campo Mourão, 27 a 31 de Outubro de 2014
ISSN 1981-6480
REFERENCIAL TEÓRICO
A informação é um elemento que está presente no ambiente organizacional e se torna essencial
em todas as áreas interligadas à empresa, uma vez que, dentro de uma organização, as decisões são
pautadas em informações.
A informação é um recurso vital para a empresa, pois integra, quando devidamente
organizada, outros subsistemas e funções das unidades organizacionais. O propósito básico da
informação é o de habilitar a empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos
disponíveis, os quais podem ser identificados como pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia,
dinheiro, além da própria informação (OLIVEIRA, 1993).
O Sistema de Informação tem como principal elemento a informação e seu objetivo é
armazenar, tratar e fornecer informações com qualidade para o apoio das funções da organização.
Oliveira (1993), explica que o sistema de informação pode ser caracterizado como o processo da
transformação de dados em informações que serão utilizadas na estrutura decisória da empresa.
Laudon e Laudon (1999, p. 04), definem sistema de informação “como um conjunto de
componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e
distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise
e o processo decisório em empresas”.
Um sistema de informação não pode ser descrito somente com tecnologias computacionais
ligadas a ele, uma vez que é combinado de três componentes que garantem sua eficiência: tecnologia,
organizações e pessoas.
Laudon e Laudon (1999) explicam que os sistemas empresariais possuem diferentes tipos de
sistemas de informação que buscam solucionar diferentes níveis de problemas e funções dentro da
organização, no entanto, os sistemas podem ser classificados de acordo com o tipo de problema
organizacional que eles procuram resolver, sendo eles: sistemas de nível estratégico (planejamento e
investimentos); sistemas táticos (controle e avaliação); sistemas de conhecimento (criação e
distribuição) e sistemas operacionais (ação e produção).
Para O’Brien (2004, p. 6) “sistema de informação é um conjunto organizado de pessoas,
hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina
informações em uma organização”.
Esse conceito que O’Brien (2004) traz de sistema de informação vem agregar o conceito de
tecnologia, em que as redes de computadores são os sistemas de componentes de processamento de
informações que utilizam uma multiplicidade de hardware, software, gerenciamento de dados e
tecnologias de redes de telecomunicações. A partir dessas características a TI é uma ferramenta que
transforma os recursos de dados em produtos de informação.
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A Tecnologia da Informação por intermédio dos Sistemas de Informação também pode ser
utilizada como uma ferramenta de diferencial competitivo no mercado atual, uma vez que os recursos
de TI fornecem suporte para o gerenciamento eficaz das atividades da empresa.
Para Rezende e Abreu (2003, p. 106) “com a crescente concorrência global, as empresas terão
cada vez mais necessidade de informação, tanto no mercado, quanto a respeito dos planos e intenções
de consumidores e dos competidores”.
Os sistemas de informação estão assumindo um papel estratégico que envolve a utilização de
tecnologia da informação para desenvolver produtos, serviços e capacidades que confiram a uma
empresa vantagem competitiva. Esse papel gera o que são considerados sistemas de informação
estratégica, os quais se concentram em resolver problemas relacionados com a prosperidade da
empresa em longo prazo e sua sobrevivência, tendo como objetivo fornecer soluções que permitirão às
empresas derrotar e frustrar seus concorrentes. (LAUDON e LAUDON, 1999; O’BRIEN, 2004).
Balarine (2002) destaca o sucesso crescente da utilização do Sistema de Informação, em
especial, a Internet, no ambiente de negócios. Atualmente além de servir como correio eletrônico e
fontes de consultas, a Internet vem assumindo um papel importante de comércio eletrônico.
Contudo a evolução do mercado vem transformando as empresas em um ambiente cada vez
mais complexo e competitivo, e a tecnologia da informação é uma ferramenta que vem agregar valor
através de seus recursos, proporcionando agilidade e eficiência no gerenciamento das atividades
organizacionais.
Atualmente vive-se em um mundo de organizações. Tudo o que a sociedade requer e do qual
necessita é inventado, criado, desenvolvido, produzido e comercializado por organizações. Contudo,
as organizações não sobrevivem, crescem ou se tornam bem-sucedidas por mero acaso, vale ressaltar
que para alcançar os objetivos traçados, é necessário que as empresas busquem conceitos e técnicas
voltados para administração estratégica.
No que se refere à administração estratégica, Miles e Snow (1978) trazem uma abordagem um
tanto antiga, mas que traduz o perfil estratégico das organizações proporcionando boas condições para
uma estrutura onde se resume em quatro tipos organizacionais de estratégias: defensiva, prospectora,
analítica e reativa.
Vale ressaltar que as empresas inseridas no mercado precisam estar sempre bem conectadas
quanto a novidades e exigências de seus clientes, bem como de seus concorrentes, para que assim
possam garantir sua sobrevivência. Neste sentido, para que isso ocorra de forma positiva, a
administração estratégica proporciona aos gestores das organizações um suporte para a tomada de
decisão, indicando o melhor caminho para seguir, no qual possam superar imprevistos, incertezas e
riscos que ocorrem pelas constantes mudanças do ambiente onde está inserida.
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Chiavenato (2004) afirma que o planejamento representa a primeira função administrativa, por
ser exatamente a que serve de base para as demais funções, como organização, direção e controle. E
que planejar significa definir os objetivos e escolher o melhor curso de ação para alcançá-los com o
mínimo de esforço e custo, pois o planejamento consiste em saber onde pretende chegar, o que deve
ser feito, quando, como e em qual sequencia.
O autor ressalta que o planejamento é elaborado de meios diferentes nos vários níveis
organizacionais: Planejamento Estratégico, Planejamento Tático e Planejamento Operacional.
As organizações empresariais precisam realizar um planejamento para sua reestruturação,
reorganização, flexibilização, adaptação e modificação de forma política, econômica e social, para
assim continuarem presentes e crescentes no mercado de negócios.
Percebe-se que o contexto atual das organizações reforça o papel relevante da TI, que quando
bem estruturada e planejada, pode contribuir nessa adequação, facilitando aos gestores a geração de
cenários decisórios produzidos com as informações oportunas e os conhecimentos personalizados.
A tecnologia da informação tem como finalidade e utilidade o desenvolvimento e a melhoria
dos sistemas de informação, que auxiliam a empresa em seus negócios, processos e atividades; ainda
deve ser trabalhada e estudada de forma envolver todas as atividades empresariais, as quais não podem
ser organizadas e resolvidas apenas com computadores (REZENDE e ABREU, 2003).
Tait (2006) explica que para a implementação eficaz da TI, vários elementos são considerados,
como recursos humanos envolvidos, a cultura organizacional, a tecnologia disponível, a integração
com negócios e sistemas, o comprometimento dos níveis superiores e a visão da utilização da TI.
Para que um SI seja implantado apoiado em recurso de TI é importante considerar uma
metodologia que contenha etapas básicas a serem seguidas para que o processo seja bem estruturado e
alcance seu objetivo com sucesso.
Não é somente implantando um sistema de informação no ambiente empresarial que os
problemas poderão ser sanados, mas sim a execução de todo um planejamento bem estruturado que
proporcionará o adequado suporte. Nesse sentido, Oliveira (2011) apresenta as fases que compõem o
desenvolvimento e implementação do SI, são elas: Primeira fase: Conceituação do SI - considera os
problemas que a empresa enfrenta, as necessidades não atendidas pelo atual sistema e o seu
relacionamento com os objetivos da organização. Segunda fase: Levantamento e Análise do SI - se
concentra no processo decisório, portanto é importante saber quem toma as decisões, quais decisões
são tomadas, se as informações são suficientes para esse processo e os recursos utilizados para realizar
essa tarefa. Terceira fase: Estruturação do SI - o SI deve ser estruturado respeitando a filosofia de
atuação da empresa, e para que possa alcançar a eficiência alguns pontos são essências como a
simplicidade, flexibilidade, economicidade, confiabilidade, aceitabilidade e produtividade do sistema.
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Quarta fase: Implementação do SI - o executivo deve nessa etapa preparar a documentação
informativa necessária aos usuários, oferecer treinamento, supervisionar a implementação das diversas
partes do sistema e acompanhar a implementação consolidando um adequado processo de avaliação.
Quinta fase: Avaliação do SI - será possível analisar se a implantação do SI foi útil para as atividades
da empresa, se as informações estão sendo fornecidas com eficácia para o processo de tomada de
decisão.
DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA
A empresa Oliseu Parolin Me, cujo nome fantasia é Mil Lajes, atua na cidade de Engenheiro
Beltrão e tem como atividades a fabricação de lajes, pré-moldados, alambrados, palanques para varal,
tampas para fossa, suporte para antena parabólica e caixa d’água. Também comercializa materiais para
construção, como areia, pedra, ferro, telha, cimento, cal e lajota.
A empresa, no que tange a estrutura de TI, possui um computador portátil (notebook), internet
com transmissão via rádio digital e aparelho de telefone celular; não possui impressora, copiadora,
scanner, telefone fixo, aparelho de fax, máquinas para cartão débito/crédito, e-mail da empresa, nem
software aplicativo.
Os controles administrativos em geral, são realizados através de planilhas elaboradas no
Microsoft Excel. As informações são repassadas a auxiliar administrativo por meio de blocos de
recibos e/ou pedidos, ou verbalmente, em seguida ela faz as anotações em planilhas manuais
desenvolvidas em papel sulfite e no fim do dia alimenta a planilha eletrônica.
Não existe o controle e registro referente a cadastro de clientes, fornecedores, produtos e
funcionários. A empresa não possui nenhum banco de dados com informações que utilizam no dia-adia da empresa. Ainda não possui site, e-mail e telefone fixo para a comunicação da empresa com o
ambiente externo e interno.
Outro fator observado é que atualmente a Mil Lajes não possui objetivos e políticas
formalmente definidos voltados para o planejamento estratégico, porém são aplicadas medidas que
colaboram para seu desenvolvimento financeiro e econômico, onde o proprietário confia que tais
medidas utilizadas são favoráveis e se enquadram em sua maneira de negociar com seus fornecedores
e clientes.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA
Constata-se que a empresa possui recurso computacional para auxiliar na administração de
algumas informações, esse fator integrado com as propriedades da Internet podem trazer agilidade e
eficiência para o sistema de informação com o qual a empresa trabalha. No entanto, Laudon e Laudon
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(1999) destacam que o sistema de informação é composto de tecnologia, organizações e pessoas,
complementam ainda que sem as instruções fornecidas pelo software, o hardware é incapaz de
executar tarefas que são associadas aos computadores. Na empresa Mil Lajes é possível identificar que
os poucos recursos de TI estão subutilizados e por isso acabam por não oferecer o efetivo suporte ao
gerenciamento de suas atividades, e essa carência parece dificultar a expansão da organização frente
ao mercado.
Nota-se que os controles financeiros estão sendo feitos de duas formas, manual e por meio de
planilhas eletrônicas, esse procedimento traz retrabalho para as atividades e consequentemente
morosidade para o processo de tomada de decisão. Portanto, deve-se considerar a atenção da empresa
com o controle de suas atividades, embora feitos em grande parte manualmente, procuram fazer os
lançamentos das informações corretamente para identificar o volume de transações realizadas dentro
das dependências da organização. Observa-se que as ferramentas utilizadas pela empresa para realizar
o controle são: blocos de pedidos, folhas de sulfite e planilhas elaboradas no Microsoft Excel para
transformar o sistema de informação da empresa útil, no entanto, a TI pode ser utilizada como uma
ferramenta eficaz e com diferencial competitivo no mercado atual, trazendo agilidade para o processo
de tomada de decisão.
Constata-se que a empresa não possui um banco de dados com as informações de seus
clientes, fornecedores e funcionários. Essa prática dentro da organização pode ser caracterizada como
inadequada para a manutenção das atividades empresariais em um mercado com tamanha
concorrência. Rezende e Abreu (2003) enfatizam que o gerenciamento dos dados é fundamental para o
funcionamento normal do sistema de informação da empresa, sendo que sem os dados e a capacidade
de processá-los, ela não estaria apta a executar com efetividade suas atividades.
A tecnologia auxilia as informações da empresa na identificação das ameaças e oportunidades
do mercado, através dessa ferramenta a empresa fica conectada com as mudanças do ambiente. Nesse
sentido, nota-se que a Mil Lajes não está utilizando esse valioso recurso a seu favor, sendo que
disponibiliza apenas um aparelho celular como veículo de comunicação com seus clientes, com esse
sistema de atendimento o estabelecimento de vínculos comerciais com os clientes fica fragilizado e
isso permite a ação dos concorrentes.
Observou-se que a empresa, faz pouco uso da administração estratégica, bem como não possui
planejamento voltado para a inovação tecnológica, métodos eficientes de produção e metas específicas
de vendas, entre outras.
Neste sentido, vale resgatar que as estratégias existentes na empresa se enquadram com a
abordagem reativa exposta por Miles e Snow (1978), onde tal abordagem é considerada como uma
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espécie de não-estratégia, por não possuir nenhum método coerente que permita a empresa competir
ou se adaptar ao mercado.
Embora não exista um planejamento estratégico formalizado, a Mil Lajes possui suas
estratégias que a tornam competitiva frente ao mercado. Porém quando são feitas previsões, o
planejamento se fortifica e as decisões ficam mais rápidas e eficazes, possibilitando também a abertura
para novas estratégias, isso faz com que a empresa trabalhe com mais foco em seu nível estratégico.
No entanto, devido à empresa não aplicar estratégias pautadas em parâmetros teóricos como
afirma Miles e Snow (1978) e Oliveira (2011), cabe destacar que a mesma fica exposta a ameaças do
ambiente externo, bem como: a concorrência acirrada; inovação tecnológica; investimentos em
publicidade; variedades em seus portfólios, entre outras.
POSSÍVEIS PROBLEMAS DETECTADOS
O principal problema identificado neste estudo decorre da falta de um sistema de informação
apoiado pela TI. A partir desse apontamento, é possível identificar vários problemas que a empresa
enfrenta bem como inúmeras ameaças que podem vir a acometê-la, o que consequentemente pode
desencadear uma reação em cascata, ou seja, o problema se inicia em nível estratégico e logo atinge as
áreas e/ou departamentos que envolvem os níveis tático e operacional.
SUGESTÕES E/OU RECOMENDAÇÕES
Conforme exposto, uma vez que o principal problema é a falta de um SI apoiado pela TI,
recomenda-se então a implantação de um SI que possa atuar de maneira efetiva a partir do nível
estratégico, buscando abranger toda a organização e que possa proporcionar agilidade no processo de
tomada de decisão. Sendo assim, serão apresentadas duas opções de sistema de informação apoiados
em TI: O sistema SHE - Sistema Hábil Empresarial, que está disponível gratuitamente na Internet; e o
sistema, TSI – Tecnologias em Sistemas de Informações, pago, cotado em uma empresa especializada
em desenvolvimento de softwares para gestão empresarial com custo de manutenção mensal,
apresentando também as funcionalidades e particularidades de cada sistema.
Independente de qual sistema a empresa optar, as etapas sugeridas seguirão esta mesma
orientação para a implantação, baseada em Oliveira (2011):
Primeira Fase: Conceituação do SI
A fase de Conceituação do SI considera os problemas que a empresa enfrenta, as necessidades
não atendidas pelo atual sistema e o seu relacionamento com os objetivos da organização. A partir dos
possíveis problemas já citados anteriormente, constata-se que a escolha de um software que atenda às
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necessidades da empresa, pode disponibilizar informações que ofereçam suporte à operacionalização
das estratégias e permitirá um programa adequado das atividades da organização, alinhando seus
objetivos através de um planejamento estratégico.
Para a efetividade dessa implantação faz-se necessário a adequação da estrutura física para
suportar tal mudança. A instalação de um software inicial com as funções básicas, conforme sugestão,
não necessita de expressiva arquitetura, como na Mil Lajes já existe rede elétrica adequada e também
recursos de hardware, resta apenas verificar a alocação de todos os recursos de forma que otimize a
utilização do SI.
Outro fator importante nessa fase é a elaboração de um cronograma que defina as prioridades
no processo de implantação do sistema. O ideal é que no primeiro mês seja feito testes-piloto para a
adaptação dos usuários ao sistema e paralelamente mantenha a utilização do sistema atual utilizado na
empresa, para evitar a perda de informações relevantes. Após esse tempo de testes, recomenda-se
migrar aos poucos todas as informações até então processadas manualmente, para o novo SI, como
cadastrar os clientes, as contas a pagar e as contas a receber, após um tempo de manuseio, ir
cadastrando as demais funções paulatinamente até alcançar habilidade com o novo esquema de
controle.
Segunda Fase: Levantamento e Análise do SI
A operacionalização do SI será realizada em grande parte pela auxiliar administrativo. O
diretor também utilizará o sistema e é a pessoa responsável por tomar as decisões dentro da empresa.
Foi possível observar que muitas informações não são utilizadas no SI atual da empresa,
porém possuem relevância para a tomada de decisão. Nesse sentido recomenda-se que no sistema
optado, a empresa utilize rotinas básicas, portanto suficientes para a inclusão de informações úteis e
necessárias na eficiência de seus controles, entre as principais estão: cadastro de clientes,
fornecedores, produtos, funcionários; controle de contas a receber, de contas a pagar, controle
bancário, vale de funcionários, lançamentos e movimentos do caixa (receitas e despesas), agenda de
contatos e compromissos.
Com a inclusão dessas informações, será possível a emissão de relatórios e a visualização da
situação da empresa em suas áreas, em menor tempo, contendo informações precisas e com uma
ferramenta que é o banco de dados. Essa substituição de um SI manual para um informatizado trará
agilidade nas atividades da empresa e simplicidade aos processos com o decorrer do tempo.
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Terceira Fase: Estruturação do SI
Essa fase configura os aspectos que um SI precisa possuir para se tornar eficiente para a
empresa. Os dois softwares sugeridos possuem um layout bem definido e autoexplicativo, rotinas
básicas e flexíveis. Essa simplicidade e flexibilidade na operacionalização do sistema trazem maior
confiabilidade e aceitabilidade, uma vez que, diminuindo o grau de dificuldade e possibilitando a
visualização dos resultados das entradas e saídas do sistema, os usuários trabalham de maneira eficaz,
reduzindo o grau de resistência à implantação.
Um ponto a ser analisado é a relação custo versus benefício que um sistema de informação
proporciona. Determinar os benefícios apresentados pelo SI é um desafio, uma vez que em grande
parte eles são intangíveis. Nesse sentido, considera-se os benefícios tangíveis e intangíveis, alguns
podem ser quantificados e possuir um valor monetário e outros não possui essa característica tão
pragmática, no entanto os ganhos tendem a aparecer no longo prazo. Os custos relacionados com a
implantação de um Sistema de Informação devem ser admitidos pelo empresário como um
investimento para o crescimento da organização no mercado, que apresentará resultados satisfatórios.
Quarta Fase: Implementação do SI
Nessa fase são envolvidos os aspectos comportamentais dos usuários, uma vez que a partir da
implementação do SI a empresa precisa deixar a disposição os manuais informativos do novo sistema,
disponibilizar treinamento aos funcionários e acompanhar esse processo objetivando um bom
resultado futuro.
É importante nessa etapa acontecer um controle paralelo ao processamento definitivo das
informações para o novo SI, desta forma a empresa não corre o risco de perder os dados da empresa. E
essa postura ajudará na avaliação do sistema implantado, possibilitando a percepção da sua eficiência.
Para a operacionalização do SI a ser implantado, o diretor da Mil Lajes deverá proporcionar
treinamento adequado aos funcionários envolvidos no processo, evitando resistência à mudança e
buscando otimizar os resultados proporcionados ao ambiente empresarial.
Quinta Fase: Avaliação do SI
Na fase de avaliação será possível analisar se a implantação do SI foi útil para as atividades da
empresa, se as informações estão sendo fornecidas com eficácia para o processo de tomada de decisão.
É relevante notar se houve aceitação do sistema pelos usuários, clientes e fornecedores;
observar se a empresa apresentou resultado bom ou ruim após a sua implantação; se os relatórios
fornecidos ajudaram na tomada de decisão e avaliar a efetiva contribuição que o SI trouxe à empresa.
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Após a avaliação e um balanço anual da organização, serão mensuráveis as ações corretivas
que precisam ser feitas para o aperfeiçoamento do SI.
De acordo com a literatura, vários benefícios são alcançados a partir do apoio de um Sistema
de Informação, como a melhoria na tomada de decisões através do fornecimento de informações mais
rápidas e precisas; redução de custos através das funções auxiliares de previsão e planejamento;
redução do grau de centralização das decisões; melhoria na adaptação e reação da empresa frente às
mudanças do mercado; melhor interação com os fornecedores e consolidação de parcerias.
Além da implantação de um SI, sugere-se que a empresa utilize um sistema apoiado por
recursos de TI não somente como uma ferramenta para suporte administrativo, mas também como
uma arma estratégica que fornecerá a partir do armazenamento e manipulação de seu banco de dados
subsídio para novas tendências como, por exemplo, e-commerce e e-business, o que possibilitará a
empresa obter vantagens competitivas frente ao mercado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com que foi exposto ao longo deste trabalho, foi possível constatar que a integração
entre sistema de informação apoiado por tecnologia e planejamento estratégico contribui efetivamente
para o crescimento e até mesmo a sobrevivência das organizações, sendo que a união dessas
ferramentas proporciona agilidade no processo decisório e permite a empresa ser mais competitiva
frente ao mercado.
O objetivo basilar desta pesquisa foi, após um diagnóstico, delinear uma proposta para a
implantação de um sistema de informação apoiado por recursos de TI que proporcione efetivo suporte
à tomada de decisão e que possa agregar novas estratégias para a gestão da empresa. Esse objetivo foi
alcançado quando após uma análise da empresa Mil Lajes e de sua base instalada, foi possível o
delineamento de duas sugestões de software que seriam adequadas para a melhor gestão da empresa,
bem como uma metodologia para a implantação do sistema, embasadas em literaturas importantes.
Juntamente com a inclusão dessa tecnologia nas atividades da organização, foi sugerida a integração
de estratégias que um sistema é capaz de fornecer, trazendo uma vantagem competitiva para a
empresa, para isso foram fundamentais as informações obtidas junto ao Diretor Geral da empresa.
Ainda procurou-se destacar a importância do Planejamento Estratégico dentro do processo de
Administração Estratégica, colocando-o como uma ferramenta útil para a gestão das organizações.
Deste modo, o Planejamento Estratégico deve ser visto como um instrumento dinâmico de gestão, que
contém decisões importantes sobre a linha de atuação a ser seguida pela organização no cumprimento
de seus objetivos.
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Durante a realização deste trabalho, pode-se observar que a Mil Lajes não possui um sistema
de informação com recursos de TI, e isso prejudica o desempenho da organização, pois dificulta a
realização das tarefas corriqueiras, a qualidade das informações fica comprometida, o controle
administrativo e financeiro fica fragilizado, existe demora nos processos decisórios e o planejamento
estratégico carece de informações, ou seja, afeta grande parte da eficiência e dos resultados da
empresa. Esse direcionamento contribuiu para que a empresa repensasse seu modelo de gestão e sua
postura estratégica.
Ao término desta pesquisa, pôde-se constatar que um sistema apoiado por recursos de TI
proporciona às organizações e ao mercado no qual estão inseridas, vantagem competitiva e um
dinamismo para o ambiente empresarial, desta forma, torna-se viável a adesão a um sistema para uma
melhor gestão de negócios frente às exigências do mercado.
REFERÊNCIAS
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LAUDON, K.C.; LAUDON, J.P. Sistemas de informação.Trad. Dalton Conde de Alencar. 4. ed. Rio
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TAIT, T. F. C.. Arquitetura de sistemas de informação. Maringá: Eduem, 2006.
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