Informativo do Hospital Ribeirão Pires Ano X • Nº 56 • Janeiro/Fevereiro – 2015 Cirurgia Pediátrica Fimose A fimose é uma das patologias mais frequentes no consultório do Cirurgião Pediátrico. No entanto, apesar da alta frequência, ainda existem dúvidas quanto ao diagnóstico e ao melhor momento para a intervenção cirúrgica. Por definição, fimose é o anel fibrótico presente no prepúcio, que dificulta ou impede a exposição da glande. Suas complicações são a parafimose (que necessita de atendimento de urgência), infecção da glande (postite) e infecção urinária. Em longo prazo, a fimose pode predispor também ao câncer de pênis. O principal diagnóstico diferencial da patologia é o acolamento bálano-prepucial, quando a glande não está totalmente exposta, porém não há anel fibrótico. Esta condição é de resolução espontânea e não necessita de tratamento cirúrgico. Para acelerar o processo de descolamento da glande, quando necessário, pode-se prescrever pomadas (ex. Postec). Existe grande controversia quanto ao melhor momento para a cirurgia da fimose (postectomia). A nossa equipe tem preferência por operar a partir de um ano de idade, quando a glande já deveria estar totalmente exposta. A partir desta idade, aconselhamos operar o mais precoce possível, devido à melhor e mais rápida recuperação das crianças menores. A cirurgia é simples e pode ser realizada por duas técnicas: a postectomia clássica (com pontos) e a postectomia com anel plástico (plastbel). Esta útlima é a nossa técnica de escolha para crianças pequenas. Diferentemente da circuncisão, realizada em algumas religiões, a postectomia mantém a glande parcialmente coberta. Concluindo, a fimose é uma patologia frequente, que pode provocar uma série de complicações. Seu tratamento é cirúrgico, de baixa morbidade e que está indicado em crianças a partir de um ano de idade. Na dúvida, consulte um Cirurgião Pediátrico! Equipe de Cirurgia Pediátrica, da esquerda para direita: Drª Maira Lazzarini Guimarães Pereira, Drª Simone Postal Pires e Drª Fernanda Kelly Marques de Souza Missão: Oferecer atendimento médico hospitalar humanizado. Visão: Melhorar continuamente a qualidade e a satisfação de nossos clientes. Valores: Ética, Responsabilidade Social; Desenvolvimento; Profissionalismo. 2 Leitura Saudável • Jan/Fev – 2015 hospitalribeiraopires.com.br Oftalmologia CURIOSIDADES, MITOS E VERDADES SOBRE A SAÚDE DOS OLHOS Filhos de pais míopes ou hipermétropes também terão que usar óculos. MITO. As deficiências visuais podem, de fato, fazer parte da herança genética de uma pessoa. Mas isso não quer dizer que a característica será passada diretamente de pai para filho. Uma criança cujos pais tenham miopia, hipermetropia ou astigmatismo pode nascer com os olhos normais, mas a chance de virem a ter esses problemas é maior. O tema, já explorado pelo Dr. Jiyo Nakamura no Leitura Saudável, prossegue agora esclarecendo outras dúvidas. Leite materno cura conjuntivite de bebê. MITO. Cuidado! Leite é meio de cultura para germes. A conjuntivite pode ter origem alérgica, viral e bacteriana. Antes de iniciar o tratamento, é preciso saber a causa. Com bebês, o cuidado deve ser ainda maior. Jamais pingue qualquer substância sem consultar o seu médico, mesmo que pareça inofensivo, como o leite materno. Uma conjuntivite não tratada adequadamente pode até comprometer a visão. Coçar o olho pode descolar a retina. VERDADE. Deve-se tomar cuidado ao coçar os olhos de forma agressiva. Pacientes com alta miopia podem, sim, ter problemas de descolamentos e hemorragias. Coçar o olho pode causar alterações na cómea e ainda predispõe a infecções, como conjuntivite, pnncipalmente se as mãos não estiverem devidamente limpas ou lavadas. O melhor é evitar coçar os olhos. Diabetes pode causar cegueira. VERDADE. E pode causar até cegueira irreversível. Geralmente, isso acontece com pacientes que estão doentes há mais de 10 anos. O problema é mais frequente em quem não realiza adequadamente o tratamento. Dr. Jiyo Nakamura, Oftalmologista O controle rigoroso de glicemia reduz bastante as chances de complicações. Dores de cabeça constantes pode estar associadas a problemas na visão. VERDADE. Normalmente, estão relacionadas a problemas de visão, quando aparecem no fim do dia, após horas na frente do computador. As crianças que precisam de óculos, geralmente sentem dor de cabeça quando voltam da escola. Olhos claros são mais sensíveis. MITO. A sensibilidade varia de pessoa para pessoa, independente da cor dos olhos. Estresse causa problemas de visão. VERDADE. Ele pode causar inúmeros problemas que comprometem os olhos, podendo provocar baixa de visão repentina ou uma doença ao longo do tempo. Óculos escuros protegem os olhos. VERDADE. Sim, porém é importante que as lentes sejam de boa qualidade para filtrar os raios ultravioletas e infravermelhos. Lentes que só escurecem, e que não possuem filtros, são muito prejudiciais, pois as pupilas se dilatam e a quantidade de raios que penetram nos olhos é muito maior, podendo provocar doenças como a catarata. As lentes de contato não corrigem a visão tão bem quanto os óculos. MITO. Ao contráno: as lentes podem ser melhores que os óculos, principalmente em altos graus de miopia. Além disso, por estarem adendas à cómea, dão um campo de visão maior. Lentes de contato estacionam a miopia. MITO. Não estacionam a miopia, pois se assim fosse os oftalmologistas receitariam lentes de contato para crianças míopes quando elas ainda apresentassem graus insignificantes, ou seja, cortariam o mal pela raiz. O que ocorre, na realidade, é que a época em que se costuma prescrever as lentes geralmente coincide com a idade em que a miopia estaciona naturalmente, após os 20 anos. Uma lente de contato pode ir para dentro do olho. MITO. Não há nenhuma comunicação anatômica entre a face externa da córnea e esclera (onde se alojam as lentes) e o interior do globo ocular. Leitura Saudável • Jan/Fev – 2015 hospitalribeiraopires.com.br Infectologia Saiba mais sobre a FEBRE CHIKUNGUNYA A doença foi descrita pela primeira vez na década de 1.950 durante uma epidemia na Tanzânia, África. O que é? A Febre do Chikungunya é uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya, que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes Albopictus (mesmos vetores da Dengue). Como saber se tenho? O vírus só pode ser detectado em exames de laboratório. São três os tipos de testes capazes de detectar o Chikungunya: Sorologia, PCR em tempo real (RT-PCR) e isolamento viral. Todas essas técnicas já são utilizadas no Brasil para o diagnóstico de outras doenças e estão disponíveis nos laboratórios de referência da rede pública. Já existem casos no Brasil? Até o dia 18 de outubro de 2014, o Ministério da Saúde registrou casos de Febre Chikungunya no Brasil, que ocorreram nos estados do Amapá, Bahia e Minas Gerais. Já há casos importados no Estado de São Paulo. Dr. Martín Pérez Jr., Médico infectologista da CCIH Como prevenir? Como a doença Chikungunya é transmitida por mosquitos, é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos nas suas casas e na vizinhança. As medidas que as pessoas devem tomar são exatamente as mesmas recomendadas para a prevenção da dengue, basicamente, não deixar acumular água em recipientes. Quais os principais sinais e sintomas? Os principais sinais e sintomas são febre acima de 39 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Podem ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Entretanto, cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. Se um pessoa for picada por um mosquito infectado, necessariamente ficará doente? Não. Em média, 30% das pessoas infectadas são assintomáticas, ou seja, não apresentam os sinais e sintomas clássi- cos da doença. Em que deve consistir o tratamento? O tratamento sintomático é o indicado, ou seja, os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (anti-inflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetilsalicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomenda-se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância. Fonte: Ministério da Saúde CONVÊNIOS ATENDIDOS PELO HOSPITAL RIBEIRÃO PIRES • Abet/Plantel • Afuse • Amafresp • Allianz Saúde • Amico – Dix Amico – Ampla • Amil Grupo • Blue Life • Bradesco • Caasp • Cabesp • Care Plus • Cassi – Banco do Brasil • Fundação Cesp • Fundação São Francisco Xavier (COSIPA) • Green Line • Golden Cross • Intermédica • Marítima • Mediservice • Metrus • Notre Dame • Omega • Particular • Petro Ambep • Petrobrás Distribuidora • Petrobrás Petróleo Bras. • Porto Saúde • Prev Saúde (Previscânia) • Santa Helena • Saúde Caixa (Caixa Econômica) • Sepaco • Sul América • Tempo Assist. (Gama Saúde – Multicare – Unibanco) • Unihosp • Unimed • Volkswagen 3 4 Leitura Saudável • Jan/Fev – 2015 Reumatologia hospitalribeiraopires.com.br LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO OU SIMPLESMENTE LUPUS É uma doença inflamatória crônica, que pode atingir vários órgãos. É auto imune, assim chamada porque existe um desequilíbrio no sistema imunológico, que começa a produzir anticorpos do próprio organismo (autoanticorpos) dirigidos contra os próprios antígenos, principalmente nucleares. Acomete todas as idades, inclusive crianças, mas a incidência maior é nas mulheres jovens, sendo a prevalência na raça negra três vezes maior. A proporção é de um homem para cada nove mulheres. A causa não é conhecida, mas sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais participam do seu aparecimento. Os sintomas são muito variados, dependendo do local acometido. Sintomas gerais, como febre, dores articulares, fadiga, desânimo, manchas pelo corpo fazem parte do quadro clínico. Na pele, os mais comuns são manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e no dorso do nariz, lembrando a asa de borboleta. Pode ocorrer queda de cabelos e fotossensibilidade exagerada. Nas articulações, pode dar artralgias e artrite não erosiva. Nos Especialidades • Alergologia • Anestesiologia • Cardiologia Cirurgia • Buco-Maxilar • Cirurgia Cabeça e Pescoço • Cirurgia Geral • Cirurgia Plástica • Clínica Médica • Dermatologia • Endocrinologia Dr. João Takashi Higaki, Reumatologista quadros graves, podem levar à necrose asséptica, principalmente da cabeça do fêmur. O diagnóstico é feito pelo conjunto de sintomas e do quadro clínico. Segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia, a presença de quatro dos fatores enumerados abaixo têm sensibilidade e especificidade de 96%: 1) Lesão discoide; 2) Eritema malar; 3) Artrite não erosiva; 4) Fotossensibilidade; 5) Úlcera de mucosa oral ou nasal; 6) Pericardite ou pleuris; 7) Psicose ou convulsão; • Gastroenterologia • Ginecologia • Hematologia • Hepatologia • Infectologia • Nefrologia • Neurocirurgia • Neurologia • Obstetrícia • Oftalmologia • Ortopedia • Otorrinolaringologia 8) Comprometimento renal proteinuria maior que 0,5g nas 24 hs; 9) Comprometimento hematológico (anemia, leucopenia, linfopenia ou plaquetopenia); 10) FAN positivo; 11) Presença de anticorpo antifosfolípide, anti-Sm ou anti-DNA nativo. A presença de FAN positivo nos auxilia muito, principalmente da classe anti-DNA ou atni-Sm, mas não é absoluto, é necessário seguir os padrões do Colégio Americano. A ausência de FAN também não afasta a possibilidade de Lupus, depende muito dos medicamentos em uso e do estado da doença. • Pediatria • Pneumologia • Psiquiatria • Reumatologia • Urologia • Vascular Serviços • Audiometria • Biomedicina • Colposcopia O tratamento é feito no sentido de regular o sistema imunológico, tentando diminuir a produção de anticorpos. É sempre individualizado. Necessita de acompanhamento prolongado, visto que o Lupus tem períodos de maior ou menor atividade. São utilizados corticóides antimalários, imunosupressores e fotoprotetores. Hoje temos o Benlysta (Belimumade), que é o primeiro medicamento com indicação em bula para Lupus Eritematoso Sistêmico. É um inibidor do estimulador do linfócito B (Bys) que é o produtor de anticorpos. Graças aos novos conhecimentos, a doença passou a ser mais controlável. As principais causas do óbito são a atividade renal e neurológica e as intercorrentes clínicas, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, mas a principal intercorrência, é a infecciosa, pois são pacientes imunodeprimidos. Sempre que tivermos um paciente lupico com febre e com comprometimento de um ou outro órgão, pulmão, cérebro, intestino ou rins perguntaremos: será infecção ou atividade da doença? • Densitometria Óssea • Ecodoppler cardiografia • Endoscopia • Eletrocardiografia • Eletroencefalografia • Fisioterapia • Fonoaudiologia • Holter • Impedanciometria • Mamografia • M.A.P.A. • Nasofibroscopia • Otoneurológico • Prova de Função • Psicologia • Radiologia • Radioscopia • Raio X • Ressonância Magnética • Teste de Contato • Teste Ergométrico • Tomografia • Ultrassonografia • Ultrassom de Carótida Além de todas as especialidades, o Hospital oferece um canal direto, onde você poderá dar sua sugestão: [email protected] Visite o nosso site: hospitalribeiraopires.com.br Leitura Saudável é uma publicação do Hospital Ribeirão Pires dirigida a seus clientes e colaboradores. Rua Guimarães Carneiro, 52 – Núcleo Colonial – CEP 09424-070 – Ribeirão Pires/SP – fone 4827-1000 – fax 4827-1099 – [email protected]. br. Comissão Editorial: Maria Angélica Tallarico Assef, Letícia Ramos de Oliveira Leme e Natalia Lopez Franchi. Assessoria: S.R.Nabarrete – fone 4930-1687 – [email protected]. JornalistaResponsável: Sonia Nabarrete (MTb 10.887SP). Editoração: Rogério Bregaida – [email protected]. Impressão: HM Ind. e Edit. Gráf. Tiragem: 3.000 exemplares.