Pesquisadores avaliam revisão de meta para frear

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 Pesquisadores avaliam revisão de meta para frear aquecimento global Acordo do Clima de Paris de 2015 tinha meta limite de aumento de 2 °C. Redução para 1,5 ºC vai ser estudada; encontro sobre clima ocorre em SP. Meta do acordo de Paris pode ser revista após estudo dos pesquisadores do IPCC (Foto: Shutterstock) Cientistas de onze países se reúnem no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), nesta segunda‐feira (6), para dar início a um estudo para avaliar a possibilidades de reduzir em 0,5 °C a meta limite de aumento da temperatura global prevista no Acordo de Paris. O pacto contra as alterações climáticas, firmado em 2015, tem como objetivo impedir que a elevação da temperatura do planeta nos próximos anos ultrapasse 2 ºC. O estudo foi pedido pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao Painel de Cientistas Climáticos (IPCC) e os resultados serão apresentados às autoridades políticas participantes do acordo em 2018. Na prática, se alterado o teto permitido ao aumento da temperatura, o cerco aos causadores gases de efeito estufa, será fechado. A indústria e o uso do solo, por exemplo, estão entre os fatores que podem contribuir com a produção dos gases. Esse aumento do calor, segundo cientistas, pode trazer consequências catastróficas ao planeta. O painel do clima reúne 39 acadêmicos de países como Japão, Alemanha e Índia. O objetivo é analisar as possibilidades e impactos da adoção do limite de 1,5 °C ao invés de 2 ºC. O estudo apresentado pelos estudiosos no Acordo de Paris apontava que para não ultrapassar esse número seria necessária a redução de 70% na emissão de gases até 2050, um número considerado desafiador. O novo número foi um pedido dos países participantes do acordo, que viram na temperatura estipulada ainda riscos ambientais, como a tomada de cidades costeiras pela água e o desaparecimento de países de ilha, com o aumento do nível do mar. Pesquisadores farão relatório para nortear decisão sobre redução (Foto: Poliana Casemiro/G1) A abertura do evento contou com a participação de acadêmicos, representantes do Inpe e do Ministério da Ciência e Tecnologia e Relações Exteriores. O painel segue até a sexta‐feira (10). “Nós vamos avaliar os estudos sobre o clima e apresentar, com base científica, os riscos com esse novo limite e o que será preciso fazer para evitar op aumento do calor. Não sabemos ao certo quais as respostas, porque esse é um estudo que se inicia, mas sabemos que estamos diante de um futuro desafiador”, explica Thelma Krug, vice presidente do IPCC. O relatório será feito com base em pesquisas já existentes no meio acadêmico sobre o clima e deve ficar pronto até setembro de 2018. Ele será apresentado aos políticos para que eles decidam os rumos do acordo e até mesmo o resultado de suas medidas de redução dos impactos na temperatura global. Brasil O pesquisador do Inpe, Lincoln Alves, explica que a realização do evento no Brasil é um sinal importante, já que estamos entre os países impactados com o aumento da temperatura. Ele explica que a grande área costeira do país fica em risco com o aumento do nível do mar. Para ele, no Brasil, além do desafio da redução de emissão de gases, o perigo do aquecimento global traz um alerta sobre a questão do desmatamento. “O aumento da temperatura nos expõe aos extremos, à seca e às grandes tempestades. Isso já está presente no Brasil, o que nos põe a repensar sobre a redução desse índice de temperatura”, afirmou. 
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